Por Rodrigo Fernandes para o JC
O ex-chefe de gabinete da prefeitura do Recife, Victor Marques (PCdoB), que deve ser anunciado na próxima segunda-feira como pré-candidato a vice de João Campos (PSB) nas eleições do Recife, tem longa carreira na administração pública — grande parte dela ao lado do prefeito.
Victor Marques Alves é natural de São José do Belmonte, no Agreste de Pernambuco, e é engenheiro civil, assim como João Campos, formado em 2017 pela Universidade de Pernambuco (UPE).
Ele é filho do ex-vereador de São José do Belmonte, Zezinho de Sata, falecido em 2017, e irmão do pré-candidato a prefeito da cidade Vinicius Marques (PSB).
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Na carreira profissional, Victor foi estagiário do Porto Digital, entre 2013 e 2015, e da Administração de Fernando de Noronha, entre 2015 e 2017 — este último já no governo de Paulo Câmara (PSB).
Ainda em 2017, tornou-se assessor do gabinete do governador, na mesma época em que João Campos era chefe de gabinete de Câmara. Victor ficou no posto até 2019, quando assumiu a chefia de gabinete de João em Brasília, no único mandato do atual prefeito como deputado federal.
Assim que assumiu a prefeitura, João levou Victor para a chefia de gabinete da administração municipal, onde ele ficou até ser exonerado, no último mês de junho, dentro do prazo de desincompatibilização, para poder participar do pleito de outubro. Dias antes, ele havia se filiado ao PCdoB.
Victor Marques também era, desde 2021, membro do Conselho de Administração da Autarquia de Urbanização do Recife (URB), de onde também se afastou para poder concorrer ao cargo nas eleições deste ano.
O papel de Victor
Com perfil discreto, Victor Marques é tido como pessoa de confiança de João Campos por ser da mesma faixa etária, ter a mesma profissão e estar caminhando junto a ele desde o início da vida pública do atual prefeito. A proximidade é vista no currículo de Victor, que acompanhou o filho de Eduardo Campos em praticamente todos os cargos públicos que ocupou.
Além disso, caso o prefeito seja reeleito e decida se candidatar ao governo de Pernambuco, em 2026, deixará a prefeitura do Recife nas mãos de um aliado de primeira linha. Esse era o desejo de João desde que ele decidiu que Isabella de Roldão (PDT) não seguiria na chapa para a tentativa do segundo mandato.
Embora o PT almejasse a vaga, visando garantir a prefeitura do Recife nessa possível saída de João em 2026, o prefeito do Recife sempre manifestou o desejo de ter alguém da sua confiança para seguir o trabalho realizado na capital.
A escolha por Victor, portanto, foi vista como uma derrota para o PT de Pernambuco. Nas redes sociais, o ex-prefeito e atual deputado estadual, João Paulo, publicou um vídeo sugestivo, em que parece ironizar a decisão. “Eu avisei… Deixe a sua risada aqui também”, escreveu o parlamentar.
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