Sebrae - Estamos ai

Ciro se reúne com bolsonaristas e diz que o Ceará enfrenta “ditadura” sob o governo do PT

O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) participou de eventos de lançamento de candidaturas no interior do estado ao lado de candidatos alinhados ao bolsonarismo. Em Juazeiro do Norte, terceiro maior colégio eleitoral cearense, ele dividiu o palanque com deputado estadual Carmelo Neto (PL), um dos principais aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro no estado. Durante o discurso, Ciro disse que o Ceará enfrentava uma “ditadura” ao comentar sobre a disputa acirrada entre PT e PDT por votos nas eleições municipais.

A aparição de Ciro e de outros líderes políticos locais aconteceu em apoio a reeleição de Glêdson Bezerra (Podemos). O candidato deve ter como principal adversário o deputado estadual Fernando Santana (PT), que contará com o apoio do senador Cid Gomes, irmão de Ciro e com quem ele está rompido desde a eleição de 2022.

Ao lado de Dr. Aloísio, candidato do União Brasil para a prefeitura de Crato (CE), Ciro fez críticas ao PT, hoje no comando do Estado, e disse que a reunião dele com antigos desafetos políticos em prol da candidatura de Bezzerra era um “dia histórico” .

“O Ceará está sendo destruído pela incompetência, pela corrupção, pelo mandonismo. Há uma ditadura tentando ser construída, tirando os direitos das pessoas de escolher suas candidaturas. Tudo armado para que o novo ditador do Ceará não tenha sequer contrastes, e tenho certeza que o Cariri vai se levantar”, afirmou ele.

No Estado, Ciro também tem feito ataques direcionados ao ministro da Educação e ex-governador do Ceará, Camilo Santana (PT). Desde o rompimento da aliança entre o PT e o PDT no estado, Ciro critica Santana e o classifica como “traidor”.

Ao participar também do lançamento da candidatura de Dr. Aloísio em Crato, Ciro esteve ao lado do prefeito de Maracanaú Roberto Pessoa (União Brasil), outro desafeto político histórico dele.

Do Jornal O Globo.

Por José Adalbertovsky Ribeiro, periodista, escritor e quase poeta

MONTANHAS DA JAQUEIRA – O atentado contra Donald Trump foi apenas mais um capítulo no seriado do faroeste americano de praticar tiro ao alvo com a cabeça de presidentes, de Abraão Lincoln a John Kennedy e Donald Trump, além de outros menos conhecidos.

OoO

MacDonald fazia o discurso MAGA (Make America Great Again – Faça a América Grande de Novo) para a cabroeira dele na cidade de Butler, Estado da Pensilvânia. Nesse momento algumas pessoas avisaram ao FBI que Adélio Bispo estava no topo de um armazém, portando uma faca-peixeira semiautomática calibre 7.63 mm. Epa! Troquei as bolas, desculpe o erro, eu sou idoso. Tô ficando meio lelé da cuca feito Joe Biden. Digo, as pessoas avisaram aos agentes do FBI que um indivíduo suspeito, Thomas Crooks, estava na laje de um armazém, a 120 metros do evento, portanto um fuzil AR-15 de 12 polegadas.

Os agentes se esborracharam ao tentar escalar a montanha de 2 metros até o telhado para deter o atirador.

OoO

Uma bala de fuzil viaja na velocidade ultrassônica e os agentes do FBI movem-se a uma velocidade de 120 metros em cinco minutos, na maciota. Orelha de direita, volver! Trump foi salvo pelo Espírito Santo de orelha. Daí criou o programa “Minha orelha de direita, my life”.

OoO

O caso de John Kennedy ainda está aceso na retentiva da maioria da população, principalmente nós os velhinhos e velhinhas de 40 anos ou mais.

Dia 22 de novembro de 1963, o presidente Kennedy e Lady Jaqueline deslizavam felizes da vida numa avenida em Dalas, no Texas, a bordo de uma limusine conversível. O ex fuzileiro naval Lee Oswald estava postado num prédio no trajeto do percurso presidencial. Subitamente, não mais que subitamente, uma bala de fuzil estourou os miolos presidenciais. Depois de preso, ao ser conduzido para um presídio, dias depois, Lee Oswald foi morto por um cara chamado Jack Ruby. Aquele tiro mudou a história da América e do mundo.

A Comissão Warren foi instalada por ordem da Casa Branca para elucidar o caso. Mas, até hoje o assassinato de Kennedy não foi elucidado por completo.

OoO

Figura mitológica na América, o presidente Abraão Lincoln foi um herói da Guerra da Secessão (600 mil mortos) e da libertação dos escravizados negros (1865). Os separatistas e escravocratas não o perdoaram. Foi assassinado por um ex-espião inimigo ao frequentar um teatro, em abril de 1865. Lincoln era uma das grandes almas do Ocidente.

OoO

Reza um ditado árabe: “Confie em Alá, mas não esqueça de amarrar bem o seu camelo”. Atualmente na minha idade avançada de 95 anos, faixa preta de karatê e treinado pela Swap, sou agente secreto da CIA e da KGB. Eu sou o Adalbertovsky Bond da Jaqueira e da Serra da Borborema. Brother Trump, faz um pix pra eu. Thank you!

Please, não contem essas histórias para ninguém, porque nós, os agentes secretos, somos pessoas muito discretas.

Hasta la vista, babies!

Durante a Convenção Partidária realizada ontem, Heitor de Enoque (PL) teve sua candidatura a prefeito de Moreno oficializada, contando com o apoio de MDB, PRD, PSD, PRTB e PL. No encerramento do evento, Heitor anunciou Karina Lira como sua vice na chapa.

“Moreno precisa de infraestrutura, saúde, educação e segurança de qualidade. Nosso povo está cansado de promessas vazias. Karina Lira e eu acreditamos na mudança e estamos comprometidos em escrever uma nova história para Moreno”, destacou Heitor de Enoque.

Pelo terceiro ano seguido, a tradicional família Pires fez o seu grande encontro de confraternização no Pajeú. A festa foi ontem na sede da AABB, em Afogados da Ingazeira. Um dos presentes mais festejados foi Jurandir Pires, empresário que ganhou o mundo com a grife das Lojas Jurandir Pires.

Também igualmente festejado Aluísio Xavier, ex-presidente da OAB em Pernambuco, casado com uma Pires. Ainda Inaldo Pires, Marcílio Pires e Dufles Pires, este ex-vice-prefeito de Paulista. A família criou ramificação no Pajeú pela poética Tabira, tendo como grande referência o ex-deputado Pedro Pires, o construtor da cidade, uma das maiores lideranças da região.

O sobrenome Pires significa “descendentes de Pedro” ou “filhos da rocha”. Está classificado na onomástica da língua portuguesa como patronímico de Pedro ou Pêro. Os primeiros membros da família Pires tinham em comum um patriarca que se chamava Pedro.

O primeiro Pires a pisar o solo brasileiro foi o capitão Luis Pires, que comandou um dos 13 navios da esquadra de Pedro Álvares Cabral.

O empresário Antônio Souza, que atua no ramo automobilístico e de saúde, anunciou, há pouco, que transferiu para 2026 o seu projeto político, abrindo mão da disputa para Prefeitura de Araripina, sua terra natal, nas eleições desde ano.

A notícia de que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desistiu da reeleição e endossou a candidatura da vice-presidente, Kamala Harris, na corrida pela Casa Branca provocou uma enxurrada de doações ao Partido Democrata. A legenda teve o maior dia de doações em quatro anos, arrecadando US$ 46,7 milhões (cerca de R$ 259 milhões, na cotação atual) apenas ontem.

A ActBlue, a plataforma de arrecadação de fundos ligada aos democratas, revelou que, na noite de domingo, pouco após o anúncio de Biden, pequenos doadores direcionaram dezenas de milhões de dólares à campanha de Harris.

“A partir das 21h, horário do leste dos Estados Unidos, apoiadores populares doaram US$ 46,7 milhões por meio do ActBlue após o lançamento da campanha da vice-presidente Kamala Harris”, afirmou a ActBlue em postagem no X, antigo Twitter. “Este foi o dia de maior arrecadação de fundos do ciclo de 2024. Os doadores de pequenos montantes estão entusiasmados e prontos para enfrentar esta eleição”.

O valor total de doações, segundo o jornal americano The New York Times, estabeleceu um novo recorde de contribuições diárias – o último era do ciclo eleitoral de 2020. Ainda de acordo com o jornal, a campanha democrata agora totaliza mais de US$ 50 bilhões. Além disso, a ActBlue ultrapassou a marca de US$ 14 bilhões de doações arrecadadas desde sua fundação, em 2004.

Nesta segunda-feira, todos os 50 presidentes estaduais do Partido Democrata endossaram Harris como nova candidata presidencial do partido. Se sua nomeação se concretizar, ela concorrerá contra o candidato republicano e ex-presidente americano, Donald Trump.

Da Revista Veja.

Graça Carrazzoni (MDB) é a prefeita mais velha entre todas as mulheres que administram cidades no Brasil. Aos 85 anos, a chefe do Executivo de Itambé, no interior de Pernambuco, a 92 km do Recife, faz parte de um grupo político familiar tradicional da zona da mata norte do estado.

Itambé tem quase 35 mil habitantes, segundo o Censo de 2022 do IBGE, e fica na divisa com a Paraíba. Um limite que praticamente não se vê aos olhos, já que há ruas em que um lado da calçada é Itambé e do outro, Pedras de Fogo (PB). As duas cidades convivem de forma integrada e possuem atividades econômicas ligadas.

Do lado pernambucano, a prefeita Graça — a primeira a governar Itambé — vai de segunda a sexta-feira à prefeitura, onde costuma atender cerca de 15 populares por dia no seu gabinete. A reportagem flagrou pessoas que chegavam ao local com demandas sobre serviços de saúde e assistência social da cidade.

Ao lado da prefeita, a filha Ângela, que diz não ter vontade de ir para a política e é engenheira do quadro de servidores da prefeitura, ajuda Graça com as demandas diárias no seu gabinete. A gestora é conhecida popularmente como Dona Graça.

A idade não é problema, na visão de Graça. Para ela, os 85 anos de idade representam uma experiência para ajudar a governar Itambé. “Nem pensei em idade, a minha mente é a mesma. A idade ajuda. Acho que sou a mesma pessoa de 20 anos atrás”.

A prefeita afirmou que achou errada a pressão sobre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para que ele desistisse da candidatura à reeleição. Aos 81 anos, ele abdicou da candidatura ontem após ser alvo de questionamentos, inclusive de aliados, sobre a viabilidade da sua postulação em idade avançada.

“Acho um erro. Se ele tem a mentalidade sadia, e hoje com a medicina com tudo, cada um sabe quem é, e o povo também sabe. Vejo normalmente”, disse a prefeita, antes de a decisão de Biden se concretizar.

No Brasil, o prefeito mais velho hoje é Silvestre José Gorini, 92, de Varre-Sai (RJ).

Graça Carrazzoni afirma que há machismo na política, porém, relata não ter se sentido vítima de algum episódio do tipo durante a trajetória política. “Não recebi nada contra, recebi aplausos”.

O marido de Graça foi prefeito de Itambé por seis mandatos. Fred Carrazzoni morreu em abril deste ano na cidade. Em parte dos governos do marido, Graça exerceu o cargo de secretária municipal de Ação Social.

Natural de Alagoinha, no agreste, Graça chegou a Itambé após fazer provas de um concurso para professora da rede estadual, nos anos 1960. Aprovada no certame realizado no Recife, ela foi para a cidade onde reside até hoje e onde conheceu o marido.

Ao lado de Fred, Graça participava de campanhas eleitorais pedindo votos para o marido. Em 2016, ele se lançou candidato a prefeito, mas depois retirou a postulação em meio a imbróglios com a Justiça que inviabilizaram sua candidatura. A escolha foi lançar Graça no lugar dele para prefeita.

“Ele ficou preocupado sobre quem seria o nome do grupo. Ele disse: ‘Graça, você vai ser a candidata’. O povo estava pedindo. Eu disse que iria e para ganhar. O povo me aceitou. Ele [Fred] que me ajudou, mas o povo já me conhecia”, conta.

“Ele participava [da gestão], mas me deixou livre. Aprendi com ele, que tinha o sangue de política”, diz Graça, que foi reeleita em 2020.

O pai de Fred Carrazzoni e sogro da prefeita Graça também já foi prefeito de Itambé. A gestora com idade mais avançada dentre as prefeitas brasileiras também exerceu antes um mandato de vereadora do município itambeense.

Para 2024, o clã vai lançar Frederico Carrazzoni (MDB), atual vereador, como candidato à sucessão de Graça. Ele é sobrinho do ex-prefeito Fred, que foi casado com a prefeita por mais de 60 anos.

Desde 1969, quando Fred assumiu pela primeira vez como prefeito, a família esteve no poder por 34 anos (26 anos de mandatos de Fred e 8 das gestões de Graça).

Crítica do PT, Graça avalia que o presidente Lula não faz um bom governo. Em 2022, fez campanha para Jair Bolsonaro (PL), um raro feito para prefeitos no interior de Pernambuco, onde o PT costuma ser soberano em eleições presidenciais.

“Simpatizei e vi a mentalidade dele. Achei muito boa para que ele fosse o presidente”, diz.

“Lula foi presidente, teve passado, acreditaram muito no que ele disse que iria realizar. Ele não fez nada do que prometeu [no outro mandato]. Acho que ele está indo [agora] no caminho errado. Gostaria que ele realizasse tudo que ele prometeu fazer para o povo, que está sofrendo”, afirma.

A prefeita diz que não apoiará Lula em eventual candidatura dele em 2026: “Voto não”.

Sem entrar em detalhes, ela diz que Bolsonaro tem sido injustiçado pela Justiça Eleitoral. O ex-presidente está inelegível até 2030. “Acho que tem muita coisa que foi errada”.

Para 2026, Graça defende que Bolsonaro apoie um nome que esteja apto a disputar as eleições. “Deveria ser outra pessoa que [se ganhar] assumisse”, afirma.

Da Folha de São Paulo.

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), reúne aliados da Frente Popular para oficializar o nome do ex-chefe de gabinete da Prefeitura do Recife, Victor Marques (PCdoB), na sua chapa pela reeleição. O ato será realizado, às 17h, no Hotel Luzeiro, no Pina, Zona Sul do Recife.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, desembarca nesta segunda-feira, às 14h, para participar do evento e demonstrar a união entre PT e PSB em torno do projeto eleitoral.

O PT almejava ocupar a vice, mas João Campos conseguiu convencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a aceitar a indicação de Marques.

Do Blog da Folha de Pernmbuco.

Uma nova era

Ao anunciar hoje, oficialmente, Victor Marques (PCdoB), seu ex-chefe de gabinete como vice na sua chapa à reeleição, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), abre um paradigma e instala uma nova era na política estadual, pontuada pelo traço da juventude e da ousadia. Vira a página, consequentemente, de um Estado de lideranças históricas, mas que se firmaram no plano nacional já com cabelos brancos.

João e Victor são de uma mesma geração, têm a mesma idade. Se reeleito, João parte para disputar o Governo do Estado, em 2026, com apenas 32 anos, 13 anos mais jovem do que a governadora Raquel Lyra (PSDB), a primeira a romper um ciclo num Estado em que se assistiu, por muito tempo, velhas caras se revezarem no poder, entre os quais Miguel Arraes, Jarbas Vasconcelos, Roberto Magalhães, Eduardo Campos e Joaquim Francisco.

Todas essas figuras ilustraram Pernambuco no plano nacional, deram, ao seu modo e num estilo próprio, uma grande contribuição ao desenvolvimento do Estado. Mas os tempos mudam, o calendário da vida política também. Uma pesquisa mais recente do Datafolha aponta que o segmento eleitoral mais identificado com o estilo João Campos é o que está na faixa dos 16 a 24 anos, principalmente os que irão votar pela primeira vez.

Com a “nevada” em seu cabelo, para brincar o Carnaval, o prefeito trouxe para mais perto dele esse eleitorado, que representa um elevado estamento do futuro, do olhar para a frente, a janela, igualmente, da renovação na gestão. Isso não significa que políticos veteranos ainda em atuação estejam a caminho de vestir o pijama, mas é quase um fadário.

A Prefeitura do Recife, com João no comando, já serviu, aliás, como uma espécie de laboratório para os chamados gestores do futuro, a exemplo de Victor Marques, um dos principais responsáveis pelas políticas públicas e a estratégia de gestão, e Marília Dantas, a super secretária de Infraestrutura que esteve à frente da execução das principais obras do socialista.

Caras novas – A nova era não se circunscreve apenas a Raquel e João, mais para João do que Raquel, por ser ele bem mais jovem. Neste universo, estão inseridos também o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, que fez uma bela campanha para o Governo do Estado na eleição passada; Silvio Costa Filho, ministro dos Portos, já cotado para o Senado em 2026, e Lula da Fonte, o deputado federal mais jovem do País.

Braço direito de João – Victor Marques, que será anunciado hoje como vice de João Campos, tem uma convivência histórica com o prefeito. Juntos, estudaram Engenharia. Quando João assumiu a chefia de gabinete do ex-governador Paulo Câmara, Victor atuou como assessor e na Câmara dos Deputados foi chefe de gabinete dele, mesma função exercida na Prefeitura. “Victor foi o responsável por tudo o que eu pude andar, que eu pude fazer, que eu pude trabalhar, que eu possa ter a tranquilidade de estar na rua trabalhando e saber que contava com o tempo sendo coordenado e tocado por ele para tocar coisas estratégicas”, disse João, ao discursar na inauguração do Parque da Tamarineira.

PT e PL brigam em 9 capitais – O PT planeja lançar candidatos em 14 capitais, enquanto o PL deve lançar em 15. As duas siglas, no entanto, devem ter confrontos diretos em apenas nove das 26 capitais estaduais. Diferentemente de outras eleições, o PT decidiu priorizar alianças em vez de lançar candidaturas neste pleito. Para conter o avanço do bolsonarismo nas prefeituras e visando construir alianças para as eleições de 2026, o PT abriu mão de lançar candidatos em cidades importantes, incluindo São Paulo, onde apoia o pré-candidato do PSOL, Guilherme Boulos.

Prévia de 2026 – Já o PL entra na disputa com a meta ambiciosa de eleger 1,5 mil prefeitos. Na última eleição, em 2020, a sigla elegeu 348. O partido aposta no lançamento de candidaturas no maior número possível de cidades, com foco nas eleições de 2026. O cálculo político é que, mesmo se o candidato do PL não for eleito, ele ganhará visibilidade e poderá garantir uma vaga na Câmara ou no Senado no próximo ciclo eleitoral. A disputa deste ano é vista tanto por petistas quanto por bolsonaristas como um prelúdio para as eleições de 2026, quando os grupos buscarão fortalecer sua representação no Congresso e disputar a Presidência da República.

Vice, só Marta em SP – Nos grandes centros urbanos, o PT não disputa apenas no Recife, mas também em São Paulo e Rio de Janeiro. Nessas capitais, o partido optou por não lançar candidatos próprios, apoiando em vez disso postulantes de outros partidos com maiores chances de vencer representantes do bolsonarismo. Na capital fluminense, o PT apoia o prefeito Eduardo Paes (PSD) e no Recife João Campos (PSB), mesmo sem garantir a vice nas respectivas chapas. Na capital paulista, por outro lado, a legenda conseguiu emplacar Marta Suplicy (PT) na vice de Boulos.

CURTAS

META – Coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT, o senador Humberto Costa diz que o partido busca obter um resultado melhor do que o de 2022, quando elegeu 183 prefeitos. Em 2016, o PT conquistou 254 prefeituras, e em 2012, 638. Reverter essa tendência é um dos objetivos deste ano. “Não estabelecemos uma meta numérica. Definir uma meta específica pode ser politicamente desfavorável”, explicou.

O FOCO – Segundo Humberto, o PT vai focar nas cidades com mais de 100 mil eleitores. “Há 215 cidades com esse perfil, representando 48% do eleitorado do País, e teremos 126 candidatos nessas cidades”, disse. Ele acrescentou que a sigla fará um “investimento diferenciado nos vereadores”, buscando aumentar a bancada da Câmara em 2026.

OLHO NO SENADO – A estratégia do PL é avançar com seu projeto de fortalecer sua presença no Senado. O partido visa obter a maioria para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) e buscar emendas à Constituição, como possíveis mudanças na duração dos mandatos dos ministros do STF ou uma anistia para os presos do 8 de Janeiro. Para alcançar esses objetivos, o PL aposta em candidatos bolsonaristas que, mesmo se perderem na disputa municipal deste ano, poderão eventualmente vencer a eleição para o Senado daqui a dois anos.

Perguntar não ofende: Quem será o coordenador-geral da campanha de João?

Em uma longa resolução, o diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) do Recife reafirmou seu apoio à reeleição do prefeito João Campos, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), nas próximas eleições municipais. No entanto, o partido deixou claro que não ocupará a posição de vice na chapa do socialista.

“O diretório municipal do PT entende que a aliança local com o PSB tem o objetivo de reforçar a composição de forças que é replicada em todo o país e respeita a deliberação da instância nacional de que o PT deve permanecer na Frente Popular recifense dialogando com os setores progressistas da capital, por acreditar na importância desse gesto em prol da unidade nacional PT-PSB, que visa o enfrentamento das forças de extrema direita”, diz trecho da nota. As informações são do blog do Mário Flávio.

“O PT Recife acredita e trabalhará para concretizar a reeleição do Prefeito João Campos. Nesse sentido, buscaremos garantir o protagonismo petista no Recife enfatizando: a importância da ampliação da nossa bancada de vereadoras e vereadores, fortalecendo as nossas pré-candidatas e pré-candidatos petistas”, diz outro trecho.

A decisão do PT Recife está alinhada com a estratégia nacional do partido de manter a unidade com o PSB em várias frentes do país. A resolução destaca a importância de enfrentar as forças de direita e reforça a necessidade de uma coalizão progressista robusta na capital pernambucana.

O Republicanos realizou a convenção eleitoral de Lajedo, no Agreste Meridional, neste domingo (21), homologando a candidatura à reeleição do prefeito Erivaldo Chagas, com Socorrinho, filha do ex-prefeito Adelmo Duarte, já falecido, na vice. O evento foi prestigiado pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, presidente licenciado da legenda, ao lado do presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto, da deputada estadual Débora Almeida, do presidente do partido no estado, Samuel Andrade, e do advogado Carlos Costa. 

Silvio Costa Filho destacou a importância de Erivaldo ser reeleito para mais quatro anos. “Alegria de participar de um momento tão importante como esse. Erivaldo é um amigo que a vida me deu, esse matuto trabalhador, competente. Um homem sério e correto“, afirmou.

“Se hoje eu sou ministro do presidente Lula, eu devo a vocês que me ajudaram a chegar lá em Brasília. Sou muito grato ao povo de Lajedo, trabalhamos muito por Lajedo. E o que a gente puder fazer para ajudar a cidade de Lajedo lá em Brasília, a gente vai fazer. Pode anotar que nestes quatro anos a gente vai fazer muito mais”, ressaltou Silvio Costa Filho, enaltecendo a homenagem feita ao eterno Adelmo Moura, com Socorrinho na vice.

Sua cidade oferece bem-estar, necessidades humanas básicas e oportunidades para todos?

Esses são os três principais critérios definidos pelo Índice de Progresso Social Brasil (IPS Brasil) para definir quais são as melhores e as piores cidades para se morar. As informações são do Jornal do Commercio.

O estudo revelou resultados insatisfatórios no território nacional e um grande rombo principalmente no quesito de Oportunidades, que teve média de 44,83.

A média geral do índice é de 65 pontos e apenas 308 das 5.570 cidades estudadas no Brasil tiveram números superiores a este.

Melhores cidades para morar no Brasil em 2024

Na lista das vinte cidades mais bem avaliadas, constatou-se que constam apenas duas capitais (Brasília e Goiania).

Outra constatação interessante foi de que entre as dez primeiras do ranking, oito estão em território paulista.

Além disso, a grande maioria das cidades do TOP 20 são cidades pequenas e interioranas.

Veja a lista das 20 melhores cidades para se morar no Brasil, de acordo com o IPS Brasil 2024

  • Gavião Peixoto-SP
  • Brasília-DF
  • São Carlos-SP
  • Goiânia-GO
  • Nuporanga-SP
  • Indaiatuba-SP
  • Gabriel Monteiro-SP
  • Águas de São Pedro-SP
  • Jaguariúna-SP
  • Araraquara-SP
  • Presidente Lucena-RS
  • Luzerna-SC
  • Pompeia-SP
  • São Caetano do Sul-SP
  • Maringá-PR
  • Piracicaba-SP
  • Nova Lima-MG
  • Campinas-SP
  • Caxambu-MG
  • Vinhedo-SP

Entre as 20 cidades com piores médias no estudo, 18 estão localizadas na região Norte do país.

O principal motivo para isto é a falta de estrutura e acesso a serviços básicos, principalmente na região da Amazônia Legal.

Além disso, a violência e a criminalidade também são grandes percalços nesta região citada.

  • Uiramutã-RR
  • Alto Alegre-RR
  • Trairão-PA
  • Bannach-PA
  • Jacareacanga-PA
  • Cumaru do Norte-PA
  • Pacajá-PA
  • Uruará-PA
  • Portel-PA
  • Bonfim-RR
  • Anapu-PA
  • Oiapoque-AP
  • Pauini-AM
  • Nova Nazaré-MT
  • São Félix de Balsas-MA
  • Feijó-AC
  • Amajari-RR
  • Pracuúba-AP
  • Gaúcha do Norte-MT
  • Santa Rosa do Purus-AC

Por Marcelo Tognozzi*

A eleição norte-americana como ninguém nunca viu. A renúncia de Joe Biden à disputa contra Donald Trump tanto é inédita quanto indica como o Partido Democrata está debilitado por ter sido incapaz de construir uma alternativa ao trumpismo nos últimos 4 anos. 

A incompetência dos democratas criou um candidato senil e comprometido nas funções cognitivas, como ficou demonstrado no debate promovido pela CNN. Eleição inédita porque temos um Trump que sobreviveu a uma tentativa de assassinato, transmitida ao vivo para o mundo.

Biden não resistiu à pressão de deputados, senadores e financiadores de campanha que pressentiram o desastre depois da exposição do presidente no debate e, especialmente, depois da tentativa de assassinato de Trump em 13 de julho. Biden não saiu. Ele foi saído por pressão de gente como George Soros, Bill Gates, artistas de Hollywood como George Clooney e políticos europeus desesperados com os rumos que pode tomar a guerra na Ucrânia. 

A Ucrânia virou uma questão de honra para a União Europeia, que dela dependia para o fornecimento de trigo, soja, milho e girassol, cereais essenciais para o consumo humano e a produção de proteína animal, especialmente aves e suínos, base do consumo europeu. Com Trump na Casa Branca, eles terão de rever seus conceitos.

Biden desistiu da candidatura a presidente, indicando Kamala Harris como sua sucessora. Os republicanos de Trump acreditam que se Harris for para a disputa será um presente. Ela tem vulnerabilidades. Dentre elas, o fato de apoiar a legislação deshoplifiting, que transformou furto em lojas em contravenção penal para furtos de até US$ 950. Harris é defensora da ideologia woke, quer menos prisões e foi apelidada de “Obama de saia“. Tem muito pouco para mostrar e precisará de uma marquetaria política pra lá de eficiente para vencer em novembro. Vamos ver como se mexem os grandes financiadores de campanha, especialmente os mais gordos, porque ninguém investe grana alta em candidatos sem chances de vencer.

Durante a última semana, Biden vinha negociando sua possível renúncia à reeleição, a qual, de acordo com fontes diplomáticas, incluiria uma imunidade familiar, especialmente para o filho Hunter, condenado por porte ilegal de armas, dele próprio, acusado de manter documentos secretos em seu poder, e da mulher Jill. Biden foi longe demais. Sua vaidade e a falta de bom senso, o fez  perder o timing para articular uma candidatura capaz de vencer a eleição e consolidar a hegemonia democrata. 

Kamala Harris, advogada transformada em política depois de vencer a eleição para procuradora-geral da Califórnia em 2010, foi eleita senadora em 2016 e sua agenda é oposta à de Trump. Até aqui, as pesquisas indicavam que a ex-primeira-dama Michelle Obama teria mais chances de derrotar Trump do que Harris. 

Mas Biden não tem uma relação maravilhosa com Obama, como vende a mídia democrata. Ele entende que Obama quer hegemonia dentro do partido, controlando indicações e apoiando candidatos a deputados e senadores. O presidente considera que Harris fará o contraponto aos Obama, será independente. O tempo dirá se ele está certo. E se Harris, que ficou 4 anos na sombra, é mesmo tudo isso.

Biden tem o mérito de unir o Partido Democrata em torno da sua renúncia à reeleição. Poucas vezes houve tamanha unanimidade. Sua carta de renúncia fala de ganhos sociais dos norte-americanos nos últimos 3 anos, mas não aborda temas sensíveis como inflação e retomada do crescimento. Trata Harris como sua herdeira, que agora está presa aos sucessos e fracassos de um governo no qual não teve protagonismo.

Ao deixar a disputa eleitoral e reconhecer suas limitações, ainda que de forma imposta, Biden acabou igual a música dos The Everly Brothers, aquela que diz:

Bye, bye, love

Bye, bye, happiness

Hello loneliness

I think I’m gonna cry.

Em português: “Adeus amor, adeus felicidade. Olá, solidão. Acho que vou chorar”. 

A partir de agora, ele estará só, infeliz e completamente inútil. Não governará. Daqui, até janeiro de 2025, cumprirá tabela para o bem de todos e felicidade geral da nação.

*Jornalista

Por Carlos Eduardo Lins*

A eleição presidencial deste ano nos EUA, que já vinha sendo uma das mais caóticas da história, entra em um novo ciclo de enormes incertezas com a decisão do presidente Joe Biden de desistir da sua candidatura à reeleição, revelada por ele neste domingo (21) em carta aos eleitores nas redes sociais.

“Acredito que seja no melhor interesse do meu partido e do país que eu saia agora para focar somente no cumprimento de meus deveres como presidente no restante de meu mandato”, escreveu ele.

O processo de sua substituição, a menos de 1 mês da convenção nacional do Partido Democrata, não está definido, e há grandes discrepâncias entre os principais líderes da oposição a Trump sobre como proceder daqui em diante. 

Biden endossou o nome de sua vice-presidente, Kamala Harris, para ocupar seu lugar. É o caminho mais natural. Foi o que fez Lyndon Johnson em 1968, quando abriu mão de se reeleger e apoiou seu vice, Hubert Humphrey.

Mas a situação agora é muito diversa daquela. Há 56 anos, apenas uma eleição primária do partido havia sido realizada em março, quando Johnson anunciou sua decisão. Agora, as primárias já ocorreram, e Biden venceu todas. 

Harris está longe de ter a unanimidade de seus companheiros de legenda para suceder Biden. As pesquisas de intenção de voto não a mostram em situação muito melhor que a do atual presidente quando confrontada a Donald Trump.

Seu desempenho no cargo de vice foi discreto. Ela não chegou a galvanizar os setores sociais com seu perfil demográfico (mulher, jovem e negra) ou mesmo as alas ideológicas (mais à esquerda) com quem tem identidade. 

Há resistência a seu nome entre democratas conservadores. Alguns sugerem a realização de debates ou até “mini primárias” para testar outras alternativas, como o governador da Califórnia (mesmo Estado de Harris), Gavin Newsom, a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, ou o governador de Illinois, J.B. Pritzker. 

Mas nenhum deles vai muito melhor do que Harris ou Biden nas pesquisas contra Trump. 

De fato, a única pessoa que supera Trump nessas enquetes é Michelle Obama, a ex-primeira-dama, que não é política de carreira, já reiterou inúmeras vezes que não pretende se tornar uma, e rejeita enfaticamente a possibilidade. 

Os democratas têm basicamente 3 alternativas de rota para substituir Biden: tentar obter a unanimidade em torno de Harris, realizar debates entre os que vierem a manifestar interesse pelo cargo ou deixar a decisão para ser tomada de 19 a 22 de agosto na convenção, em Chicago.

Até a primeira metade do século 20, os candidatos a presidente eram escolhidos nas convenções partidárias, por meio de negociações nada transparentes entre líderes regionais, que se reuniam em salas fechadas e sem imprensa. 

É difícil que na 3ª década do século 21 este sistema seja aceitável. É mais provável que o consenso a que se chegou sobre a inviabilidade de Biden volte a ser buscado para fechar fileiras em torno de Harris, mesmo com as restrições de muitos a ela.

Se os governadores aventados como opções a Harris anunciarem que a apoiam, isso poderá ocorrer de modo relativamente rápido. A direção do partido vinha trabalhando para antecipar a escolha de Biden por meio de uma votação virtual na semana de 5 de agosto, antes da convenção. Essa pode ser uma saída para uma resolução mais imediata.

Quanto mais tempo os democratas gastarem em discussões internas, menores as chances de vitória na eleição contra Trump, em novembro. A convenção será em Chicago, onde se realizou a de 1968, de triste memória para o partido.

Naquele ano, depois da desistência de Johnson, em março, e o assassinato em junho de Robert Kennedy, que vinha de importantes vitórias em primárias que lhe davam a condição de favorito, o partido chegou a Chicago dividido, escolheu o vice Humphrey, mas com protestos que terminaram em sangrentos confrontos entre manifestantes e policiais nas ruas da cidade.

No final, Humphrey foi derrotado por Richard Nixon por pequena margem nos votos populares, mas de lavada no Colégio Eleitoral. O fantasma de 1968 paira sobre os líderes do Partido Democrata. Eles devem tentar afastá-lo com decisão. 

*Para o Poder360

Quatro anos depois de uma campanha municipal feita sob o espectro da pandemia, as máquinas partidárias começam a se movimentar a partir desta semana para uma eleição que promete ser intensa e nos moldes das antigas disputas. Com o início das convenções, no sábado (20), foi dado o pontapé inicial na corrida para emplacar o maior número de prefeitos e vereadores e construir uma base política fortalecida para ajudar a vencer o jogo bruto que se desenha para a contenda nacional de 2026. O retrato da largada permite ver duas fortes tendências, ambas conservadoras: a opção pela reeleição dos atuais prefeitos e a preferência por legendas do centro à direita no espectro político. E sinaliza uma dúvida: o quanto os principais cabos eleitorais do país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Jair Bolsonaro, poderão influenciar o resultado das urnas.

A fotografia da largada mostra que quem está na cadeira dificilmente sairá dela. Em um cenário no qual vinte dos 26 prefeitos de capitais disputam um novo mandato, a maioria (onze) está em vantagem na corrida, segundo as pesquisas eleitorais. Outros seis, embora não estejam liderando, estão em posição competitiva. Alguns deles têm a preferência de ampla parcela do eleitorado, o que indica uma tendência a levar a disputa ainda no primeiro turno, como os prefeitos do Recife, João Campos (PSB), que cravou 75% das intenções de voto no último Datafolha, e Bruno Reis (União Brasil), de Salvador, que pontuou quase 68% no Paraná Pesquisas. Eduardo Paes (PSD), do Rio de Janeiro, e João Henrique Caldas (PL), de Maceió, também estão entre os que largam como favoritos porque têm cerca de 40 pontos à frente de seus perseguidores mais próximos

Nos últimos anos, as eleições para prefeito assumiram quase que um caráter plebiscitário, em que a questão basicamente é decidida entre as opções de manter ou trocar o prefeito. Nas duas últimas disputas (2016 e 2020), quase 80% dos gestores de capitais foram reconduzidos ao cargo. Um dos motivos, claro, é a avaliação de seus governos. No caso de João Campos, o maior favorito entre os candidatos das grandes cidades, a sua gestão, segundo o Datafolha, é considerada ótima ou boa por 69% dos entrevistados, enquanto 24% a avaliam como regular e apenas 6% a classificam como ruim ou péssima. Os investimentos em zeladoria são o ponto forte da administração. Quando questionados sobre os principais problemas, menos de 5% citam questões como limpeza, calçamento, transporte coletivo, trânsito, moradia, mobilidade e riscos de deslizamentos. Os dois mais citados (perto de 20%), segurança e saúde, não são da alçada exclusiva dos prefeitos.

Uma gestão aprovada pela população é, claro, o caminho mais curto para manter o mandato, mas há uma série de outros fatores. Para o cientista político Antonio Lavareda, diretor do Ipespe Analítica, um deles é a exposição. “São amplamente conhecidos e estão trabalhando para ser reeleitos desde o primeiro dia do mandato. São vistos pela opinião pública como candidatos naturais, ao passo que a nossa legislação restringe a visibilidade das candidaturas dos desafiantes”, avalia. Outro ponto é dispor de mais recursos financeiros porque controlam grandes máquinas públicas. Além disso, eles têm o domínio da agenda administrativa e a possibilidade concreta de transformar as alianças que lhes dão sustentação nas Câmaras em coligações eleitorais, com os consequentes arco de apoio político e mais tempo de TV. “Eles têm também posição privilegiada para angariar doações de pessoas físicas, equipes treinadas que conhecem os meandros da administração, com facilidade para fazer programas de governo, e relacionamento continuado com diversos setores da sociedade”, completa. O cientista político Rubens Figueiredo acrescenta o poder de distribuir cargos a lideranças locais e o fato de conhecerem melhor os problemas da cidade porque estão lidando com as dificuldades no dia a dia. “Além disso, acabam se valendo da propaganda da prefeitura”, afirma.

A identificação com o trabalho do gestor dá segurança à escolha do eleitor, que se guia mais por isso do que pelas questões ideológicas. Eduardo Paes, que está no terceiro mandato, tem a gestão considerada ótima ou boa por 46% do eleitorado — outros 36% a avaliam como regular e 16% a consideram ruim ou péssima. Segundo o Datafolha, apesar de ser próximo a Lula, por quem é apoiado, ele tem 42% dos votos daqueles que escolheram Bolsonaro em 2022 e 49% dos eleitores que se identificam como de direita. “A eleição municipal é bem local. A polarização política tem alguma influência, mas não é tão relevante”, avalia Marcos Pereira, presidente do Republicanos, um dos partidos que, a depender da cidade, transita da direita à esquerda em suas alianças.

Fatores históricos também contam nas disputas municipais. João Campos, por exemplo, é herdeiro de uma das mais longevas dinastias políticas do Nordeste — é bisneto de Miguel Arraes e filho de Eduardo Campos, dois ex-governadores populares no estado. Em Salvador, a histórica rejeição ao petismo mantém altas as chances de reeleição de Bruno Reis, aliado do ex-prefeito ACM Neto. Mesmo com o PT comandando o estado há cinco gestões, o carlismo caminha para emplacar o quarto mandato seguido na capital. Pesa também o bom trabalho: a gestão de Reis é aprovada por 75% dos eleitores, segundo o Paraná Pesquisas. Em Maceió, João Henrique Caldas também se vale do histórico à direita do eleitorado: a cidade foi a única capital do Nordeste onde Bolsonaro bateu Lula, com 57% dos votos.

Se a boa avaliação ajuda, o trabalho questionável, na opinião dos eleitores, pode ser fatal. É o caso dos prefeitos de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), e de Fortaleza, José Sarto (PDT), que estão com dificuldades para obter um novo mandato. O primeiro tem 13% dos votos, segundo o Paraná Pesquisas, e uma rejeição de 75%. O cearense está com 18% das preferências e a reprovação de 53% do eleitorado. Outro prefeito em dificuldades é Fuad Noman (PSD), de Belo Horizonte. Vice de Alexandre Kalil, ele assumiu em 2022, quando o titular deixou o cargo para tentar o governo do estado, e larga com apenas 9% das intenções de voto, segundo a Quaest.

O favoritismo dos atuais prefeitos não é a única imagem que se destaca na fotografia da largada eleitoral. Outra constatação é a boa posição dos partidos mais localizados ao centro. Nas 26 capitais, dezesseis têm à frente nas pesquisas políticos representantes de siglas como União Brasil, PSD, MDB, PP e Republicanos. O quadro coloca um grande desafio para PL e PT, os dois maiores partidos, mas que não elegeram nenhum prefeito nas capitais em 2020 — após a eleição, o PL filiou João Henrique Caldas, de Maceió, e Tião Bocalom, de Rio Branco. As principais apostas do PT são Porto Alegre, com Maria do Rosário (a única petista que lidera nas capitais), Teresina, com Fábio Novo, e Fortaleza, com Evandro Leitão. “A disputa não é fácil. Mas alguns prefeitos estão desgastados”, aposta o senador Humberto Costa, coordenador do grupo de trabalho eleitoral do PT. “Temos várias candidaturas competitivas. Estamos fazendo o acompanhamento dessas cidades com lupa e vamos investir recursos do fundo eleitoral”, acrescenta Jilmar Tatto, secretário de comunicação do partido. A estrela da charanga petista, claro, será Lula. No sábado, ele abriu a temporada de convenções em São Paulo no evento que confirmou a chapa de Guilherme Boulos com a petista Marta Suplicy. Nos últimos meses, o presidente intensificou a agenda de viagens e deve gravar vídeos com os principais candidatos, aproveitando a melhora recente de seu índice de popularidade.

O maior opositor do petismo e da esquerda enfrenta desafios similares. O PL de Bolsonaro tem candidatos em dezesseis capitais e está bem posicionado em pelo menos cinco. O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, tem a meta ambiciosa de conquistar mais de 1 000 prefeituras. A dificuldade é saber o quanto o ex-presidente irá se empenhar. Em 2020, ele apoiou apenas treze candidatos, só dois em capitais, ambos derrotados (Marcelo Crivella no Rio e Capitão Wagner em Fortaleza). Neste ano, a prioridade é a capital do estado fluminense, que é governado pelo partido e reduto eleitoral do clã Bolsonaro. O candidato Alexandre Ramagem (PL), no entanto, saiu bastante chamuscado das últimas revelações sobre a Abin paralela, um esquema de arapongagem clandestina montado no governo Bolsonaro. Nesta semana, o ex-presidente foi ao Rio e fez campanha ao lado de Ramagem, que tem 7% nas pesquisas. Além de Ramagem, Bolsonaro só externou apoio nas capitais a Éder Mauro, que lidera em Belém, Janad Valcari, de Palmas, e Fred Rodrigues, em Goiânia. Em São Paulo, onde o PL apoia Ricardo Nunes, Bolsonaro ainda não teve — e não há, por ora — nenhuma agenda pública de campanha.

Analistas e lideranças políticas concordam que a disputa pelas prefeituras tende a ser um ensaio geral para 2026 e que a eleição de prefeitos e vereadores pode ser um trampolim não só para levar à Presidência daqui a dois anos como para montar uma base forte no futuro Congresso. O quadro atual mostra que os dois principais polos de projeto político para 2026 terão de se desdobrar para derrubar a tendência ao conservadorismo do eleitor na definição sobre quem prefere no comando de sua cidade. Mais do que radicalismo ideológico, o que parece contar é a busca do cidadão por segurança administrativa e a prioridade dada aos temas do cotidiano — o que é um bom sinal.

Da Veja

Se vivo, Marco Maciel faria hoje 84 anos. Morreu em 2021, aos 80 anos, vítima das consequências provocadas pelo Mal de Alzheimer. Sou autor do livro “O Estilo Marco Maciel”, pela editora CRV, de Curitiba, com prefácio do ex-senador Jorge Bornhausen, também ex-governador de Santa Catarina, um dos seus melhores amigos. A obra já está na sua décima edição. 

O sucesso não é do autor. É o despertar do brasileiro para conhecer um homem público acima do seu tempo, sério e honrado. Marco exerceu todos os cargos que um homem público sonha: deputado estadual, deputado federal, governador de Pernambuco, senador da República, ministro da Educação e Casa Civil, vice-presidente da República de FHC por oito anos, presidente-interino da República por 87 vezes.

Em 40 anos de vida pública, nunca teve seu nome envolvido em nenhum escândalo. Um político de mãos limpas, Ficha Limpa, para se adequar aos tempos de vergonha da sociedade dos seus representantes. Morreu pobre, sem patrimônio. Um único imóvel de sua propriedade, em Boa Viagem, teve que se desfazer para comprar um lar para morar em Brasília. 

Tudo depois de perder a reeleição para o Senado em 2010, a única derrota em quatro décadas enfrentando as urnas. Depois do infortúnio eleitoral, enfrentou o Mal de Alzheimer por dez anos. No meu livro, a viúva Ana Maria Maciel faz um relato exclusivo e emocionante sobre esse período triste da vida do marido afastado do cenário nacional. 

Triste doença, meu Deus! Foram dez horas de depoimento que nunca vão apagar da minha memória. Mulher forte, altiva e resistente às intempéries, Ana foi uma super cuidadora do marido. Fez o que estava ao seu alcance, ao lado das filhas Gisela e Cristiana e do filho João Maurício, todos advogados, como o pai. 

Discreta, Ana Maria nunca usou sequer carro oficial. Andava de táxi em Brasília como funcionária da Sudene. Os três filhos de Marco Maciel nunca usufruíram do poder do pai para ocupar um cargo público. São todos concursados, uma lição de vida dada pelo pai, criterioso, zeloso com a coisa pública, como deveria ser todo político, todo homem público. 

Sou autor de 12 livros, das mais variadas temáticas. A de Maciel, é a única biografia de um político que escrevi, porque já o conhecia desde quando ingressei no jornalismo, em meados dos anos 80. E assim decidi deixar para as próximas gerações as lições de um político incorruptível, de elevado espírito público, que fez muito pelo País, e muito mais pelo seu Pernambuco, sua paixão avassaladora.

Após a desistência de Joe Biden da candidatura neste domingo (21), Donald Trump disse que o presidente dos EUA “não estava apto para concorrer à presidência”. O candidato republicano fez um pronunciamento em sua rede social, Truth Social.

Trump também disse crer que será mais fácil derrotar a vice-presidente, Kamala Harris, na disputa. O nome de Harris ainda não foi confirmado oficialmente para assumir a candidatura democrata, mas diversos nomes do partido já estão manifestando apoio a ela. O próprio Biden já anunciou apoio à Kamala na corrida. As informações são do G1.

“Joe Biden não estava apto para concorrer à presidência e certamente não está apto para servir – e nunca esteve! Ele só alcançou a posição de presidente por mentiras, fake news, e por não sair de seu porão. Todos ao seu redor, incluindo seu médico e a mídia, sabiam que ele não era capaz de ser presidente, e ele não foi – e agora, veja o que ele fez com nosso país, com milhões de pessoas atravessando nossa fronteira, totalmente sem controle e sem verificação, muitos vindos de prisões, instituições mentais, e números recordes de terroristas. Sofreremos muito por causa de sua presidência, mas vamos remediar o dano que ele causou muito rapidamente. Faça os EUA grande novamente!”, disse Trump.

O presidente dos Estados Unidos Joe Biden anunciou neste domingo (21) que desistiu da candidatura democrata à reeleição.

Ao desistir, Biden declarou apoio à vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, para liderar a chapa democrata. Em um comunicado no X, Biden disse que cumprirá o seu mandato até janeiro de 2025.