Jaboatão dos Guararapes - IPTU 2025

Marketing faz bem, mas não resolve inflação, dengue, falta de gestão nem Congresso guloso

Por Eliane Catanhêde

Colunista do Estadão

Demorou, mas aconteceu o que Brasília inteira previa: o petista gaúcho Paulo Pimenta sai e o baiano Sidônio Palmeira entra na Secretaria de Comunicação da Presidência, com “carta branca” para montar a própria equipe e dar ordem de comando para que ministros e altos funcionários defendam o presidente Lula, o governo e eles próprios de ataques e fakenews. Daqui pra frente, tudo será diferente? Bem… marketing não faz milagre.

Nenhum gênio da comunicação e do marketing tem poderes extraordinários para esconder, ou de preferência apagar, dados objetivos e oficiais. Dois exemplos fresquinhos, de 2024: a inflação fechou em 4,83%, muito acima do centro da meta, 3%, e até do teto, 4,5%, e as mortes por dengue dispararam para 6041,400% a mais do que no ano anterior e ultrapassando a soma de 2015 a 2023.

Economia e Saúde são áreas críticas em qualquer país, para qualquer governo e não dá para jogar os números e a realidade debaixo do tapete. Além de pressionar juros e ameaçar os bons índices de crescimento que o Brasil vem atingindo no terceiro mandato de Lula, a inflação, sobretudo de alimentos, é um dos fatores econômicos que mais impactam a política e a popularidade dos governantes. Foi decisiva, por exemplo, para a derrota dos democratas para Donald Trump nos EUA.

O que falar da Saúde, que foi trágica no governo Bolsonaro e poderia ter gerado uma comparação nitidamente favorável para Lula? Não se viu nem ouviu nenhuma ação direta ou manifestação de Lula diante da dengue, que atingiu mais de seis milhões de brasileiros, nem se vê ou ouve um grande programa ou um grande sucesso do Ministério da Saúde. Ao contrário, há registros de falta de vacinas, especialmente para crianças, contra catapora, Covid, meningite, hepatite…

As primeiras providências de Sidônio, engenheiro civil que se converteu ao marketing político, foram botar Fernando Haddad e o próprio Lula para desarmar as fakenews contra mudanças no Pix e trocar a equipe de Pimenta, inclusive a responsável pelas redes sociais, amigona de Janja. Um teste e tanto para a tal carta branca.

E ele já assume com a Meta (Instagram, Facebook e WhatsApp) gerando um deus-nos-acuda e deixando rolar interesses políticos, religiosos, conservadores e financeiros nas redes. É um desafio para o mundo democrático e o Brasil. Não dá para combater bomba atômica com armas convencionais, nem mísseis digitais com munição analógica. Sidônio sabe muito bem.

Lula chega a 2025 com aliança de Trump e big techs para agitar a extrema direita internacional, o que tem reflexos no Brasil, e mais: falta de marca, críticas na gestão e na economia, Congresso guloso e arisco, popularidade claudicando, a candidatura à reeleição incerta e Haddad, o “plano B”, cercado por todos os lados. Sidônio vem a calhar, mas não é salvador da lavoura nem da Pátria.

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Quando repórter e, portanto, funcionário de empresas jornalísticas, vivia sob o regime da CLT, a Consolidação das Leis do Trabalho, conquista do Governo Vargas. Adorava receber o aviso de férias pelo Departamento de Recursos Humanos, seja no Diário de Pernambuco, Correio Braziliense, Globo, Jornal de Brasília, enfim, pelos mais variados jornais que atuei antes de criar o meu blog.

Hoje, como micro empresário, me dou ao luxo de escolher minhas férias, mesmo curtas. As férias foram criadas para um período de descanso aos trabalhadores que metem a mão na massa durante o ano inteiro e precisam do retempero da alma, de recarregar as energias, melhorar o humor e revigorar o espírito.

Para os filhos em fase escolar, a paradinha é essencial. Abrem um sorriso de felicidade. Aliás, há expressão mais feliz do que o sorriso de férias? Férias, a garotada perde a noção do tempo. Não se lembra que dia da semana é. Férias, para eles e nós, que aproveitamos para o entrelaçamento familiar, faz tão bem à alma que deveria ser de três em três meses.

Mas têm que ser bem curtidas, sem pressa. Quando passam rápidas, fico apelando: as férias deveriam receber uma multa por excesso de velocidade. É bom encarar como uma caixa de surpresas enormes e misteriosas. Nelas, a gente espera as experiências mais intensas e extraordinárias. Dormir até cansar e descansar até enjoar.

Partiu para férias, aconselho como única regra se divertir sem hora para acabar. Curtir sol, mar, passeios os mais diversos, inclusive em alto mar e na terra em um bom cavalo. Já li em algum lugar que as férias existem para evitar a loucura mental coletiva no trabalho. Tem sentido!

Mas meu pai Gastão Cerquinha, sempre nas minhas memórias, nunca tirou férias. Acredite! No seu tempo, em terras áridas e sofridas como o Sertão, férias eram sinônimo de malandragem, ouvi muito isso da sua própria boca. Mas com o tempo, compreendi a razão do meu amado pai nunca ter se rendido a uma paradinha de descanso: a prole era grande. Nove filhos para criar no chão de vidas secas era algo extremamente desafiador.

Papai se virava nos trinta! Como servidor federal dos Correios e Telégrafos, era obrigado a tirar férias. Mas não ficava de pernas para o ar. Acumulava outras atividades para garantir o leite das crianças: o comércio de miudezas em geral era a principal. Com o tempo, entregou a loja a Tarso, filho primogênito, ampliou seus negócios em fazendas, criação de gado, caprinos e ovinos.

Achando pouco, comprou terrenos na periferia para loteamentos. A missão de cobrador das mensalidades dos lotes confiou a mim. Ele não gostava de cobrar a ninguém. Ficava feliz quando eu prestava contas com todas as mensalidades em dia. E me dava um prolabore de 10%, com uma advertência: não vá gastar dinheiro à toa.

Embora Gastão, papai não fazia fama ao nome. Só metia a mão no bolso, na verdade, na política, para desespero de mamãe. Conquistou quatro mandatos de vereador e um de vice-prefeito. Papai morreu aos 100 anos sem nunca curtir o gozo das férias. De Afogados da Ingazeira, paixão da sua vida, não gostava de arredar o pé.

Por pressão de mamãe, foi uma única vez ao Rio de Janeiro e umas três ou quatro vezes para Vitória da Conquista, terra que as irmãs de mamãe adotaram, fugindo da seca no Pajeú.

Papai leu muito Ascenso Ferreira, mas certamente nunca se convenceu da sua mais conhecida filosofia, comemorada fortemente pelos vadios:

“Hora de comer — comer! Hora de dormir — dormir! Hora de vadiar — vadiar! Hora de trabalhar? Pernas pro ar que ninguém é de ferro!”

Camaragibe Avança 2024

Veículos leves: mercado cresceu 14,2%; Fiat dominou

Pelo menos 2,5 milhões de unidades de automóveis e comerciais leves (do tipo picape Strada, por exemplo) foram vendidas em 2024, garantindo uma alta de 14,2% sobre o ano anterior. As vendas diretas responderam por 45% dos licenciamentos. O varejo, claro, ficou com os 55% restantes. Vale destacar o comércio de eletrificados (elétricos e híbridos), com 174,7 mil veículos – ou 7% do total – vendidos, ou 87,5% sobre as 93,2 mil unidades do ano anterior. Fiat, Volkswagen e General Motors mantiveram em 2024 as três primeiras posições no ranking das marcas mais emplacadas em 2024. A Hyundai, por sua vez, subiu da quinta para a quarta posição, fazendo uma inversão com a Toyota. A Renault garantiu o sexto – e a Jeep, o sétimo lugar.

Já a Honda passou da décima para a oitava colocação e a Nissan caiu para o nono lugar. A chinesa BYD manteve as expectativas do mercado, ultrapassou a Peugeot e ficou entre as 10. Ela alcançou 87,5 mil emplacamentos, com 3,1% de participação no mercado. A picapinha Strada foi o modelo mais vendido no Brasil pelo quarto ano consecutivo, com 144,7 mil licenciamentos.

Além disso, a Fiat – pertencente ao grupo Stellantis – também festeja o fato de ser a única marca a ter três representantes no ranking dos 10 automóveis e comerciais leves mais negociados, com o hatch Argo (91,1 mil) e o compacto Mobi (67,4 mil). O Volkswagen Polo foi o segundo mais emplacado, com 140,2 mil unidades.

Confira os dez modelos mais vendidos:

  1. Fiat Strada – 144.690
  2. Volkswagen Polo – 140.185
  3. Chevrolet Onix – 97.506
  4. Hyundai HB20 – 97.081
  5. Fiat Argo – 91.144
  6. Volkswagen T-Cross – 83.995
  7. Chevrolet Tracker – 69.433
  8. Hyundai Creta – 69.122
  9. Fiat Mobi – 67.390
  10. Nissan Kicks – 60.464

Quem se deu bem no mercado de motos – O comércio de motocicletas 0km em 2024 registrou bons números. Foram emplacadas 1,9 milhão de unidades, segundo a Fenabrave, a federação dos revendedores. Isso garantiu um crescimento de 18,6% em relação a 2023. É o maior percentual desde 2021. O presidente da Fenabrave, Arcelio Júnior, acha que se não fossem problemas de seca no Amazonas e a falta de alguns insumos, os números de vendas teriam sido bem melhores. A Honda Motos, maior do país em vendas, registrou em 2024 um crescimento de 12% nos emplacamentos, com mais de 1,3 milhão de motocicletas entre janeiro e dezembro. É o terceiro ano seguido em que a Honda registra mais de um milhão de motocicletas emplacadas em um ano.  A marca segue como líder do mercado de motocicletas no país e no mês de abril de 2024 registrou o maior número de emplacamentos mensais, com 121.311 unidades, superando o recorde anterior, que era de 119.322, em maio de 2012. Para o consumo de modelos de baixa cilindrada, usados por mototaxistas e motofretistas, o destaque foi a linha CG 160, com mais de 429 mil unidades, ou 33%, vendidas. A Biz ficou em segundo lugar, com 278 mil unidades. A indiana Bajaj, por sua vez, que tem apenas dois anos de Brasil, emplacou 11.087 unidades da linha Dominar – o que representa mais de 180% de crescimento em relação ao ano anterior. No total desde o início das vendas no Brasil, em dezembro de 2022, mais de 15.000 unidades dos modelos Dominar 160, Dominar 200, Dominar 250 e Dominar 400 chegaram às ruas. Em dezembro, por exemplo, a Bajaj alcançou pela primeira vez a 5ª posição no ranking do mercado brasileiro.

Veja as 10 motos mais vendidas: 

  1. Honda CG 160 – 428.126 
  2. Honda Biz – 278.350 
  3. Honda Pop 110i –  169.940;
  4. Honda NXR 160 Bros – 155.055 
  5. Honda CB300F – 60.197 
  6. Honda PCX 160 – 55.067;
  7. Mottu Sport 110 – 52.761 
  8. Yamaha YBR 150 – 50.325 
  9. Yamaha XTZ 250 – 46.490 
  10. Yamaha Fazer 250 – 46.407 

Fiado em alta – O comércio financiado de veículos totalizou 7,2 milhões de unidades no acumulado de 2024, com alta de 20,4% em relação ao ano anterior, segundo dados da B3. O resultado equivale a um incremento de 1,22 milhão de unidades, entre novas e usadas, incluindo autos leves, pesados e motos em todo o país. Somente em dezembro, o volume total de financiamentos aumentou 7,3% no comparativo anual, alcançando 614 mil unidades – o melhor resultado visto no último mês do ano desde dezembro de 2014, quando ficou em 625 mil unidades. No segmento de autos e comerciais leves, os financiamentos avançaram 19% no ano passado, frente a 2023. Na mesma base comparativa, houve crescimento de 13,8% nas operações envolvendo veículos pesados e 25% nas de motos.

Novo AMG G63 no Brasil – A nova geração do utilitários esportivo Mercedes-AMG G63 desembarcou no país para manter a tradição de destaque nesse segmento de alto luxo dos fora-de-estrada. O modelo foi lançado, aliás, em 1979. O novo Mercedes-AMG G 63 vem com motor V8 biturbo 4.0 com 585 cv e um torque de 86,7 kgfm. Nesta nova versão, ganhou um propulsor elétrico de 48 Volts e um gerador de partida integrado (ISG), que garantem 20 cv e 20.4 kgfm de torque adicionais. Faz de 0km/h a 100km/h em apenas 4,4 segundos, com velocidade máxima declarada é de 220 km/h. Fora isso, haja equipamentos para garantir força e robustez, como suspensão com estabilização ativa e hidráulica de rolagem e amortecimento ajustável adaptativo.

E mais: elementos hidráulicos ativos substituem os convencionais estabilizadores mecânicos transversais e os amortecedores adaptativos são equipados com duas conexões hidráulicas – uma para as fases de compressão e outra para as fases de retorno do amortecedor. Bem, tudo isso resulta num aumento significativo na tração, capacidade de subida e conforto off-road, além de reduzir o desgaste tanto do veículo quanto do condutor. A transmissão AMG de nove velocidades, dependendo do programa de condução selecionado, permite trocas de marchas esportivas e rápidas ou confortáveis e praticamente imperceptíveis. Preço? R$ 1.989.900.

Combustíveis em 2025 – O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) publicou, no final do ano passado, a atualização anual das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos combustíveis e previu que o diesel deve ficar mais caro nos postos em fevereiro, quando a alíquota subirá de R$ 1,0635 para R$ 1,12 por litro, representando um crescimento de 5,31%. Apenas em 2024, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o diesel sofreu um aumento na faixa de R$ 0,15 por litro, ou 2,5%. O combustível fechou o ano com preço médio de R$ 6,03 por litro e R$ 6,10 na variação S10. Outro ponto que influenciará ainda mais na variação do preço do combustível é o cenário de políticas internas e externas, que fez o dólar – moeda na qual os valores são negociados – bater recordes de cotação e hoje segue sendo negociado acima dos R$ 6,10.

Segundo Ricardo Lerner, CEO do Gasola, empresa que automatiza a gestão de abastecimento, as variações no preço do diesel devem seguir um cenário desafiador e imprevisível, influenciado por diversos fatores. “O ano de 2025 tende a ser marcado por volatilidade, reforçando a importância de estratégias de negociação e planejamento para empresas com grandes frotas”, explica. O especialista também alerta para a política de preços da Petrobras. Segundo ele, o Brasil, por não ser autossuficiente na produção de diesel, depende da importação do produto, o que torna o mercado mais sensível à variação do dólar, que pode ser afetado por diversos cenários como conflitos internacionais e políticas econômicas. 

Venda de veículo com IPVA pendente – É comum as pessoas optarem por trocar ou adquirir um carro no começo do ano. E não importa: seja novo, seminovo ou usado, o valor do IPVA é um dos quesitos analisados na hora de decidir qual modelo comprar. O pagamento do imposto costuma gerar dúvidas frequentes entre compradores e vendedores, sobre quem deve assumir essa responsabilidade em caso de venda. O superintendente do Auto Shopping Internacional Guarulhos, Leonardo Furtado, lembra porém que o IPVA do ano corrente é sempre uma obrigação do proprietário atual do veículo. “Sem a quitação deste imposto, não é possível realizar a transferência de propriedade no órgão de trânsito competente. Isso significa que o vendedor deve garantir que o imposto esteja pago antes de concretizar a venda”, afirma.

Furtado também explica que a responsabilidade pelo IPVA pode mudar com o início de um novo ano. “A partir de 1º de janeiro, o proprietário que constar no registro do veículo é quem passa a ser responsável pelo pagamento do imposto referente ao ano seguinte”, alerta. Por isso, tanto compradores quanto vendedores precisam estar atentos para evitar pendências tributárias que possam prejudicar a transação. “Negociações de veículos devem ser sempre feitas com atenção aos detalhes fiscais. Uma consulta prévia sobre o IPVA evita conflitos futuros e assegura que a venda seja realizada de forma transparente e regular”, reforça o superintendente. 

Combustível aditivado: vale a pena usá-lo? – As férias chegaram e, ao preparar o carro para pegar a estrada, muitos motoristas se deparam com a dúvida: qual gasolina escolher para o trajeto? A comum ou a aditivada? Apesar de ambos os combustíveis possuírem a mesma composição básica, a grande diferença está nos aditivos presentes na versão aditivada, que podem trazer benefícios importantes para o desempenho e a longevidade do motor, especialmente em viagens longas. Os combustíveis aditivados removem resíduos acumulados e mantêm o sistema de combustão mais eficiente. Afinal, são formulados com substâncias que ajudam a limpar o motor.

Com isso, o uso desse tipo de combustível pode aumentar a durabilidade do veículo, reduzir a necessidade de manutenção e até diminuir os custos de abastecimento a médio e longo prazo. Marco Antonio Lassen, especialista em combustíveis da Raízen, licenciada à marca Shell no Brasil, explica que os aditivos contêm substâncias detergentes que removem depósitos nas válvulas de admissão e nos bicos injetores, além de dispersantes que evitam a formação de novos depósitos. “Também há redutores de atrito que minimizam a fricção entre as partes metálicas internas do motor que entram em contato com o combustível, reduzindo a perda de energia e melhorando a eficiência”, conta ele.

A seguir, o especialista esclarece algumas dúvidas sobre os combustíveis aditivados.

1. Quais são as vantagens do uso dos combustíveis aditivados? – Embora o preço do litro da gasolina aditivada seja um pouco mais alto, os benefícios de manutenção e eficiência energética resultam em menor consumo de combustível ao longo do tempo. A composição química do combustível aditivado ajuda a limpar o motor, prevenindo o acúmulo de resíduos que poderiam obstruir os bicos injetores ou comprometer a vedação das válvulas de admissão, o que prejudicaria a eficiência da combustão e o desempenho do motor. Desta forma o combustível aditivado prolonga a vida útil do sistema e reduz os custos com manutenção ao longo do tempo.

2. É necessário abastecer apenas uma vez com combustível aditivado para limpar o motor? – Não. Para realizar uma limpeza completa, é recomendável usar de 4 a 5 tanques de combustível aditivado, especialmente se o veículo estiver usando combustível comum por um longo período. A utilização regular do combustível aditivado ajuda a evitar o acúmulo de novos resíduos.

3. O combustível aditivado vicia o motor? E o lubrificante é responsável por sujar o motor? – Nenhum combustível “vicia” o motor. Os aditivos melhoram o desempenho do veículo, e qualquer diferença percebida no começo, ao trocar o combustível, ocorre porque o sistema de injeção eletrônica do carro se ajusta ao novo combustível. Quanto ao lubrificante, ele não suja o motor intencionalmente. Porém os vapores de lubrificante que retornam à câmara de combustão podem causar depósitos internos em válvulas, pistões e anéis. O combustível aditivado resolve esse problema, dissolvendo os resíduos e fragmentando-os em partículas microscópicas.

4. O que os fabricantes dizem sobre o combustível aditivado? – Diversos manuais de fabricantes de veículos recomendam o uso de combustíveis aditivados, devido aos benefícios de limpeza e proteção do motor, que contribuem para uma performance mais eficiente e uma vida útil mais longa do veículo.

5. O etanol precisa ser aditivado, já que é puro? – Apesar de o etanol ser um biocombustível, a utilização de sua versão aditivada também traz benefícios. Há produtos com tecnologias que limpam, protegem e restauram o desempenho do motor. Além de detergentes e dispersantes, reduzem a fricção e prolonga a vida útil do motor. A aditivação do etanol ocorre para melhorar o desempenho do combustível e atender a necessidades específicas, como melhoria da combustão e da proteção dos componentes do motor contra o desgaste e a corrosão, garantindo maior durabilidade.

6. Combustível aditivado é indicado para motos? – Carros e motos têm os mesmos benefícios ao utilizarem combustíveis aditivados. Todos os tipos de motor experimentam o mesmo processo de limpeza ao serem abastecidos com combustíveis aditivados, não há distinção. “É essencial lembrar que a limpeza do motor não ocorre imediatamente com um único abastecimento, sendo necessário o uso contínuo do combustível aditivado para resultados mais duradouros”, reforça Lassen.

Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico

Caruaru - IPTU 2025

O chamado movimento anti-woke (reação conservadora que se opõe a inciativas para ampliação da representatividade corporativa de grupos minorizados) parece ter ganhado um novo protagonista, depois de uma sequência de decisões que redefinem o panorama das redes sociais e da cultura corporativa americana.

Trata-se de Mark Zuckerberg, CEO da Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, que em menos de duas semanas eliminou a checagem de fatos em suas plataformas, anunciou uma doação de US$ 1 milhão para o fundo inaugural de Trump e, agora, encerra todos os programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I) da empresa.

A série de medidas, que inclui ainda a promoção de executivos alinhados ao Partido Republicano, sinaliza uma guinada significativa da maior empresa de redes sociais do mundo em direção a posições tradicionalmente defendidas por correntes políticas conservadoras.

Desmanche com efeito imediato

A comunicação de que a Meta está eliminando imediatamente diversos programas focados em grupos minoritários, incluindo práticas de contratação diversificada, veio por meio de um memorando interno revelado na sexta, (10), pela Axios e Business Insider.

No documento, Janelle Gale, vice-presidente de RH, afirmou que as metas de representatividade também serão abandonadas. A empresa contextualizou a mudança dentro do cenário legal e político dos EUA, citando decisões recentes da Suprema Corte, mas evitou comentar como estas alterações se alinham com seus objetivos corporativos mais amplos.

De qualquer modo, o conjunto de “novidades” é uma guinada significativa e sinal dos novos ventos do Vale do Silício. A série de modificações estruturais na empresa de Zuckerberg vão além do encerramento dos programas DE&I. A eliminação do programa de fact-checking, seguida pela promoção do republicano Joel Kaplan a diretor global de assuntos e a inclusão de Dana White, CEO da UFC e próximo a Trump, em seu Conselho, demonstram um claro realinhamento estratégico.

Adicionalmente, a contribuição sem precedentes de $1 milhão para o fundo inaugural de Trump marca uma ruptura – talvez definitiva – com as práticas anteriores da empresa e sugere uma tentativa de reconciliação com um líder que já ameaçou seu CEO com prisão.

Suprema Corte pavimenta caminho do desmonte

Embora soprando mais forte no Vale do Silício, o movimento de redução dos programas de DE&I ultrapassou suas fronteiras e alcança diversos setores da economia americana. Gigantes do varejo como Walmart, do setor automobilístico como Ford, do fast-food como McDonald’s e do setor agrícola como John Deere, estão reduzindo suas iniciativas de diversidade.

E poucos casos o fizeram com sutileza, como a Amazon, cuja executiva de RH, Candi Castleberry, anunciou recentemente o encerramento de “programas e materiais desatualizados” até o final de 2024, focando em “programas com resultados comprovados”.

As mudanças são justificadas por um ambiente legal e político em rápida transformação. Especialistas apontam que a decisão histórica da Suprema Corte em 2023 contra ações afirmativas baseadas em raça nas universidades americanas criou um precedente que agora reverbera no mundo corporativo. Também a decisão judicial que impediu a Nasdaq de impor regras de diversidade em conselhos corporativos contribuiu para criar um novo ambiente regulatório.

E o próprio termo “DE&I” tornou-se politicamente carregado, sendo frequentemente interpretado como uma forma de tratamento preferencial, uma percepção que tem gerado crescente resistência nos círculos conservadores.

Depois do Black Lives Matter, uma reviravolta em três anos

O momento atual representa um dramático retrocesso nas iniciativas corporativas adotadas após os protestos de 2020, desencadeados pelo assassinato de George Floyd. Não é exagero afirmar que movimento avalizado atualmente pela Meta representa uma transformação fundamental na relação entre grandes empresas de tecnologia e questões sociais, numa sequência de decisões que sugere uma estratégia coordenada de alinhamento com correntes políticas conservadoras.

E as implicações dessas decisões são potencialmente transformadoras para o ambiente corporativo americano, mas influenciam o resto do mundo, potencializando o risco real de um efeito dominó que afetaria práticas de contratação, promoção e cultura organizacional em companhias de todas as nacionalidades e tamanhos.

Papel das empresas será reescrito?

O cenário atual sinaliza mais que uma simples reversão de políticas corporativas — marca uma redefinição do papel das empresas na sociedade. Se no início da década as corporações se posicionavam como agentes de transformação, agora retornam a uma postura que prioriza resultados financeiros sobre impactos sociais.

O movimento, que encontrou na Meta seu caso mais emblemático, sugere que o experimento das companhias como protagonistas de mudanças sociais pode ter chegado ao fim, ao menos neste ciclo.

À medida que programas de diversidade são reformulados ou eliminados, emerge uma nova filosofia corporativa que busca distância de questões consideradas polarizadoras, recalibrando a participação empresarial no debate público e sinalizando um retorno à visão mais tradicional do papel corporativo: focado em negócios, não em transformação social.

Para observadores do mercado global, o momento americano pode representar o início de uma nova era, onde o envolvimento privado em questões sociais será mais cauteloso e pragmático. Uma transformação que, ironicamente, pode ter consequências tão profundas quanto o movimento que pretende desmantelar.

Da revista Exame.

Belo Jardim - Construção do CAEE

Integrantes da bancada do PT na Câmara dos Deputados defendem que Lula contemple Arthur Lira (PP-AL) com um ministério no governo, após ele deixar a Presidência da Casa, no início de fevereiro.

A posição majoritária entre os deputados petistas é que, com Lira “na planície” e próximo de congressistas sobre os quais exerce influência, existe um potencial considerável de atrapalhar o governo. A leitura é que dentro da Esplanada dos Ministérios, Lira poderia até ajudar, já que Lula não tem apoio que precisa dentro da Câmara.

Entre as pastas que estão na mira do PP, partido de Lira, para ampliar sua participação no governo estão a da Saúde, foco constante de cobiça de centrão, e a da Agricultura, hoje comandada por Carlos Fávaro (PSD-MT).

Nesta quinta-feira, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse à Globonews que Lula pode fazer a reforma ministerial ainda no mês de janeiro.

Do jornal O Globo.

Em meio à decisão da Meta de encerrar a política de checagem de fatos nas redes nos Estados Unidos, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, reuniu-se com o ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin, para tratar sobre cooperação jurídica internacional e união de trabalhos no combate à fake news.

Em encontro nesta sexta-feira, na França, Lewandowski e Darmanin também debateram a mais recente mudança tomada pela empresa que gere o Facebook, WhatsApp e Instagram. Segundo o Ministério da Justiça brasileiro, ambos “manifestaram preocupação com a ameaça representada pela utilização de novas tecnologias, sobretudo no ambiente digital”, para práticas ilícitas e ações que promovem a desinformação em temas como processos eleitorais e crises como a pandemia de Covid.

A Advocacia-Geral da União (AGU) enviou uma notificação extrajudicial hoje para a empresa Meta, questionado sobre suas mudanças a política de moderação de conteúdo.

As novas diretrizes permitem que usuários associem doenças mentais a gênero ou orientação sexual, em contextos de debates religiosos ou políticos. Também flexibilizam restrições a discursos que defendem a limitação de gêneros em determinadas profissões.

A ordem foi dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após o recebimento da interpelação, a Meta terá 72 horas para responder as medidas que serão adotadas para evitar conteúdos criminosos, com desinformação e perigosos para menores de idade nas redes.

— Adotamos uma ação e a empresa terá 72 horas para responder suas ações. Se não responderem, podemos ir ao Judiciário, por exemplo — declarou o ministro da Adovacia-Geral da União, Jorge Messias.

Um avião de pequeno porte caiu em Montenegro, município do Rio Grande do Sul, na tarde deste sábado (11/1). Segundo o Corpo de Bombeiros, foram encontradas duas vítimas conscientes, de 54 e 49 anos, no local, que foram atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Ainda conforme a corporação, o avião caiu após decolagem de um aeroclube da região. O avião é do tipo planador, que não possui motor.

Uma das vítimas seria Carlos Eduardo Müller, ex-prefeito de Montenegro, de 54 anos. Ele é instrutor no aeroclube do município.

Montenegro está localizado a 60 quilômetros de distância de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. O município possui 64.322 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Do Metrópoles.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a defesa de Jair Bolsonaro (PL) apresente à Corte o convite oficial para a posse de Donald Trump antes de decidir sobre a devolução do passaporte do ex-presidente.

O ministro afirmou em sua decisão que a defesa precisa apresentar documento oficial que comprove o convite para a cerimônia de posse de Donald Trump.

A medida é necessária para que o ministro analise o pedido de Bolsonaro para reaver seu passaporte, apreendido pela Polícia Federal em fevereiro do ano passado, e decida sobre se autoriza o ex-presidente a viajar para os Estados Unidos.

“Há necessidade de complementação probatória, pois o pedido não veio devidamente instruído com os documentos necessários, uma vez que, a mensagem foi enviada para o email do deputado Eduardo Bolsonaro por um endereço não identificado: “ info@t47inaugural.com info@t47inaugural.com” e sem qualquer horário ou programação do evento a ser realizado”, afirmou.

A defesa pediu nesta sexta-feira (10) a Moraes que a viagem seja autorizada no período entre 17 e 22 de janeiro. A cerimônia de posse de Trump acontece no dia 20 de janeiro.

Assim que a defesa anexar ao processo o convite oficial para a cerimônia de posse do presidente eleito dos Estados Unidos, a Procuradoria-Geral da República (PGR) deverá enviar seu posicionamento a respeito do pedido de Bolsonaro.

Fabio Wajngarten, ex-advogado e assessor de Bolsonaro, afirmou nas redes sociais que a defesa do ex-presidente “fornecerá e cumprirá as exigências do ministro Alexandre, juntando aos autos toda a competente documentação”.

Da CNN.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) determinou, neste sábado (11), que a Polícia Federal (PF) instaure um inquérito para investigar o ataque ocorrido no assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), localizado em Tremembé, no interior de São Paulo. O atentado resultou na morte de três agricultores e deixou outros cinco feridos, alguns em estado grave.

O ministro em exercício da Justiça, Manoel Carlos de Almeida Neto, encaminhou um ofício à PF destacando a gravidade do caso e a violação de direitos humanos. Uma equipe da PF, composta por agentes, perito e papiloscopista, foi enviada ao local para iniciar as investigações. O objetivo é coletar provas, identificar os autores do crime e esclarecer as circunstâncias do ataque.

O atentado aconteceu na noite de sexta-feira (10), quando um grupo de aproximadamente dez homens fortemente armados invadiu o assentamento em carros e motos, disparando contra os presentes. As vítimas fatais foram identificadas como Valdir do Nascimento, de 52 anos; Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos; e Denis Carvalho, de 29 anos. O assentamento abrigava dez famílias, incluindo crianças e idosos.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lamentou as mortes e cobrou providências das autoridades. Em nota, o movimento denunciou a falta de políticas de segurança para proteger comunidades rurais e exigiu a prisão dos responsáveis pelo crime.

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, também acompanha de perto as investigações e afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou o envolvimento da PF no caso.

Do Brasil 247.

Um ataque a tiros contra um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Tremembé, no interior de São Paulo, resultou na morte de dois integrantes do movimento e deixou outros seis feridos, alguns em estado grave, denunciaram ativistas de direitos humanos neste sábado (11). 

As vítimas fatais são Valdir do Nascimento, conhecido como “Valdirzão”, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28. No assentamento, estavam abrigadas 10 famílias, entre crianças e idosos.

Os ativistas de direitos humanos, citando militantes do MST, disseram que o grupo criminoso, composto por cerca de 10 homens, invadiu o local altamente armado em carros e motos.

Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, o crime já foi comunicado ao secretário de Segurança Pública de São Paulo. Ele disse ainda que pediu as providências para a investigação dos autores do crime e a prisão deles.

Do Brasil 247.

Tendo como um dos desafios iniciais da sua gestão a regularização dos salários atrasados dos servidores municipais, o prefeito Severino Ramos (PSDB) tem avançado nesse contratempo. Nesta sexta-feira (10), foi priorizado o pagamento dos professores da rede municipal, utilizando recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

De acordo com o secretário de Educação, Gilberto Sabino, a maioria dos professores já recebeu, mas casos específicos ainda estão em processamento. “Os professores que fizeram portabilidade bancária terão um pequeno atraso, pois, segundo orientação jurídica, os valores demoram um dia para serem creditados na conta de destino”, explicou.

Segundo o secretário, alguns casos específicos estão sendo ajustados. “Os professores que recebem pela folha de 70% do Fundeb já foram pagos. No entanto, aqueles que recebem pelos 30% — como os liberados para exercício de mandato classista ou que atuaram no sindicato em dezembro — estão com os pagamentos sendo processados e devem receber até segunda-feira ”, explicou o secretário.

O secretário de Finanças, Alexandre Araújo, ressaltou o esforço da gestão em priorizar os servidores. “A atual gestão do prefeito Ramos, em apenas cinco dias úteis, conseguiu mobilizar um montante significativo de recursos para começar a regularizar os pagamentos. Hoje, a grande maioria dos servidores já teve seu salário depositado. A partir de segunda-feira, daremos continuidade à quitação total da folha, garantindo que ninguém fique sem receber”, destacou Alexandre.

Ex-vereador do Recife, com amplo e rico currículo na área pública, meu amigo Roberto Andrade, que está de volta a Pernambuco depois de longa temporada em Brasília, vai assumir a superintendência de Administração da Assembleia Legislativa. Foi escolhido pelo deputado Francismar Pontes (PSB), que toma posse no próximo dia 2 como primeiro-secretário da Casa.

Andrade é cria política do ex-governador Joaquim Francisco, a quem serviu também quando prefeito do Recife e no Governo do Estado. Engenheiro qualificado, em Brasília trabalhou no Ministério de Ciência e Tecnologia, na gestão Eduardo Campos, e foi secretário de Projetos Especiais no Governo de Ibaneis Rocha (MDB).

Francismar não poderia ter sido mais feliz!

Soube, há pouco, da morte da jornalista Andrea Matuta, que foi casada com o ex-prefeito e agora deputado estadual Júnior Matuto. Na eleição passada, ela atuou na campanha do prefeito eleito Severino Ramos (PSDB), por quem havia sido nomeada secretaria de imprensa. Segundo o blog do Kennedy, ela foi vencida por um câncer.

Para a Igreja Católica, homens gays podem se tornar padres, desde que optem por uma vida sem fazer sexo — o celibato. A informação consta em documento do Vaticano publicado na quinta-feira (9).

Produzido pela Conferência Episcopal Italiana (CIE), o comunicado altera uma instrução publicada nove anos atrás que barrava seminaristas com “tendências homossexuais profundas”.

Embora a atualização no documento da CEI não deixe de considerar a orientação sexual de um seminarista, a hipótese de o homem ser gay será acrescentada apenas como um aspecto do candidato à carreira de padre.

“Ao lidar com tendências homossexuais no processo de formação, é adequado que a avaliação não se reduza apenas a este aspecto, mas sim busque entender seu significado em toda a estrutura da personalidade do jovem”, diz o texto.

A atualização da CEI pode ser interpretada como um aceno do papa Francisco à população LGBTQIA+. O pontífice é conhecido por proferir discursos acolhedores a fiéis e casais do mesmo sexo, mas também já fez comentários considerados homofóbicos e recebeu críticas da comunidade.

Do Correio Braziliense.

Os cartórios brasileiros começaram a corrigir as causas das mortes e a emitir novas certidões de óbitos de mortos e desaparecidos na ditadura. Um mapa mostra a quantidade de documentos e os locais onde foram indicadas as mortes ou desaparecimentos.

No entanto, a entrega de certidões retificadas não será realizada pelos cartórios. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania informou que a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) deverá providenciar as entregas dos documentos em solenidade com pedidos de desculpas e homenagens.

“Elas não precisam vir ao cartório. Elas serão contactadas no momento oportuno já com as certidões em mãos para que elas possam ter seu direito de reparação consagrado”, afirma Gustavo Renato Fiscarelli, vice-presidente do Operador Nacional do Registro Civil.

Os cartórios estão cumprindo uma resolução aprovada por unanimidade pelo CNJ – Conselho Nacional de Justiça em dezembro. As certidões de óbito de 202 mortos durante a ditadura têm que ser corrigidas. Já os 232 desaparecidos durante o regime militar terão finalmente direito a um atestado de óbito. E todos os registros terão que informar que essas pessoas foram vítimas da violência cometida pelo Estado. A Comissão Nacional da Verdade foi quem reconheceu o número total de 434 mortos e desaparecidos na ditadura.

Segundo os dados, os estados que puxam o topo da lista das vítimas são São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Pernambuco e a região onde atualmente está o Tocantins.

O documento em nome de Ari Lopes de Macedo é um dos novos. O estudante foi morto em Brasília (DF) aos 20 anos após ter sido detido pelo 26º Batalhão de Caçadores de Belém (PA), em 1963. A versão oficial apresentada foi a de suicídio, de acordo com o Memorial da Resistência de São Paulo.

O alfaiate Geraldo da Rocha Gualberto, nascido em Minas Gerais, era o mais velho de uma família de 11 filhos. Ainda segundo o Memorial, ele morreu em 7 de outubro de 1963 no “Massacre de Ipatinga”, que foi uma operação policial contra uma multidão de trabalhadores grevistas, que manifestavam contra as condições de trabalho impostas por uma siderúrgica. Ao menos oito pessoas morreram e 90 ficaram feridas.

Em Recife (PE), o padre Antônio Henrique Pereira da Silva Neto era Coordenador da Pastoral da Juventude, desenvolvia atividades de inclusão social e recuperação de jovens, promovia reuniões com a juventude e com pais para discussão de problemas sociais, de acordo com o Memorial.

Conforme os registros, ele foi sequestrado na noite de 26 maio de 1969, torturado e morto na madrugada do dia 27 de maio de 1969 por um grupo do Comando de Caça aos Comunistas e por agentes da polícia civil de Pernambuco. A última vez em que foi visto, o padre havia participado de duas reuniões com jovens e pais na noite do dia 26.

Certidão emitida em SP

Nesta semana, as irmãs Crimeia Almeida e Amélia Teles foram as primeiras a emitirem a certidão de um óbito de um amigo após a resolução do CNJ.

“Eu sempre tive esperança. A verdade sempre vence. E esse atestado anterior aqui era mentira”, afirma a enfermeira aposentada Crimeia Almeida.

Crimeia Almeida e Amélia Teles foram presas, torturadas e testemunharam a morte sob tortura de Carlos Nicolau Danielli no DOI-CODI, na capital paulista, em 1972. Na certidão de óbito do amigo constava como causa da morte “anemia aguda traumática”. Na terça-feira (7), o documento foi retificado e passou a informar que a morte de Carlos não foi natural e sim violenta, causada pelo Estado.

“A violência que ele sofreu foi causada pelo Estado autoritário, um Estado ditatorial. Está escrito aqui. Isso é uma questão de justiça”, diz a professora aposentada Amelinha Teles.

Até agora, as certidões de óbito de mortos na ditadura só eram corrigidas depois de longas batalhas na Justiça. Só há 5 anos, a aposentada Angela Mendes de Almeida conseguiu retificar a causa da morte do companheiro, o jornalista Luiz Eduardo da Rocha Merlino, morto em 1971.

“Que fique claro, nacionalmente houve pessoas que enfrentaram a ditadura militar e que por causa disso morreram em condições atrozes”, diz.

A advogada e ativista Eunice Paiva, retratada no filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, no qual foi interpretada por Fernanda Torres, lutou pelo reconhecimento do assassinato de seu marido, Rubens Paiva. Após 25 anos, em 23 de fevereiro de 1996, Eunice recebeu a certidão de óbito do seu marido, desaparecido desde 1971.

Já a família do jornalista Vladimir Herzog conseguiu só em 2012 a alteração da causa da morte de suicídio para lesões e maus tratos nas dependências do Exército. A coordenadora do instituto que leva o nome de Herzog diz que a resolução do CNJ corrige um erro histórico.

“É reconhecer que o Estado brasileiro faz parte desse processo e que ele precisa se responsabilizar também por isso”, afirma Lorrane Rodrigues, coordenadora de Memória, Verdade e Justiça do Instituto Vladimir Herzog.

Do g1.

Meu pai Gastão Cerquinha morreu aos 100 anos e sete meses sem nunca tirar um dia de férias, como estou no gozo de mais um período agora com meus filhos. O leitor acredita? Confira amanhã na minha crônica domingueira!

Por Marcelo Tognozzi

Colunista do Poder360

A sensação é de insegurança. Os investidores, especialmente aqueles que circulam com desembaraço em Wall Street, enxergam o Brasil como problema, um risco a ser evitado. Estão excluindo o país de seus planos.

Na quarta-feira (8), a repórter Aline Bronzati do Estadão mostrou a dura realidade de um país cuja participação nos fundos globais vem caindo, chegando a 4% em dezembro, quando já foi de 17%. Os grandes bancos internacionais estão rebaixando a recomendação para ativos brasileiros por causa da piora das expectativas no cenário econômico.

Quem apostou que o Brasil daria certo, que os juros cairiam, perdeu dinheiro e o Brasil deixou de ser interessante, reconheceu Alberto Ramos, diretor do Goldman Sachs, uma das casas bancárias mais tradicionais dos Estados Unidos. Ele só reforça o que foi publicado no Wall Street Journal em 22 de dezembro, quando a jornalista Mary Anastasia O’Grady escreveu sobre o derretimento do real e a dificuldade do governo Lula em cortar gastos.

“Uma reforma fiscal decepciona os investidores, enquanto os tribunais tomam partido na política”, escreveu ela sobre a aliança entre o governo e o Judiciário, este último fiador da governabilidade.

Os investidores não enxergam só o gerenciamento precário da economia, movida por solavancos e dissintonia entre o Congresso, de um lado, e o Executivo e o Judiciário do outro. Eles também estão atentos a outros sinais.

Por exemplo, a imagem de Fernando Haddad visivelmente cansado e abatido nas suas primeiras fotos de 2025. Um Haddad diferente daquele empossado em janeiro de 2023, o cabelo mais grisalho e as rugas de expressão bem vincadas como mostram as fotos de Sérgio Lima, um talentoso especialista em produzir imagens do cotidiano do poder. Suas fotos costumam informar muito além dos textos do noticiário.

O Brasil, entendem os conhecedores dos humores daqueles que vivem do dinheiro e para o dinheiro, é um país cada vez menos relevante. Certamente irá repercutir negativamente entre eles o anúncio feito pela multinacional Paper Excellence, uma das maiores produtoras de papel e celulose do mundo, sobre a decisão de instaurar uma nova arbitragem na CCI (Câmara de Comércio Internacional), desta vez em Paris, referente ao caso da venda da Eldorado Celulose. A Paper comprou a empresa da holding J&F, em 2017, por R$ 15 bilhões. Mas não levou, porque os vendedores simplesmente mudaram de ideia depois de ideia depois de assinar o contrato de compra e venda.

Desde 2018, vendedor e comprador brigam. A Paper ganhou a arbitragem no Brasil por unanimidade, mas a J&F recorreu ao Judiciário e tem conseguido impedir a conclusão do negócio com argumentos criativos e diversas manobras processuais. Segundo comunicado que a Paper divulgou ao mercado, desde que perderam a arbitragem, a J&F moveu mais de 50 processos e recursos no Judiciário brasileiro para evitar que o contrato fosse cumprido e a Paper assumisse o controle da Eldorado.

O argumento criativo mais recente da J&F é o de que a Paper tem capital estrangeiro e, por isso, deveria ter pedido autorização do Congresso para comprar a Eldorado, porque o negócio envolveria terras. Ocorre que a multinacional comprou uma fábrica de celulose com toda sua infraestrutura, não uma fazenda.

O argumento para tentar desfazer o negócio acabou causando insegurança jurídica, respingando em outras empresas estrangeiras com negócios no Brasil envolvendo terras sem a tal autorização do Incra ou do Congresso. A partir do caso Eldorado, o professor da USP (Universidade de São Paulo) Ricardo Ricupero instaurou várias ações populares questionando aquisições de grandes empresas como Shell/Raízen, Brasil Agro ou Bracell.

A nova arbitragem pedida pela Paper expõe uma vez mais o Brasil à comunidade internacional de investidores, onde é cultivado o saudável hábito de cumprir contratos assinados, mesmo que, posteriormente, a conjuntura mude ou o arrependimento bata à porta. É o que o morto deputado Luís Eduardo Magalhães, ex-presidente da Câmara, chamava de jogo jogado. Era a época de um outro Brasil, embora, naquele tempo, políticos e empresários também se entendessem, mas na grande maioria das vezes costumava valer o que estava escrito.

Conforme a imprensa já publicou dezenas de vezes, o contrato entre a Paper e a J&F determina que os conflitos sejam decididos por meio de arbitragem, instrumento moderno, que desafoga o Judiciário. Mas o inconformismo da J&F com o resultado da arbitragem que deu vitória à Paper levou ao caminho inverso: recorrentemente, a holding abre nova frente na Justiça questionando a sentença arbitral.

O histórico dessa disputa indica que o resultado da arbitragem de Paris tende a ser semelhante à decisão da arbitragem que ocorreu no Brasil. Até porque, como foi registrado na imprensa, um desembargador do Tribunal de São Paulo entendeu que a J&F praticou litigância de má-fé ao longo da negociação da Eldorado.

Num momento em que a Europa discute a validação do acordo comercial com o Mercosul, no qual a J&F desponta como grande beneficiária por ser a maior produtora e vendedora de proteína animal, é grande o risco para a imagem da empresa e também do Brasil. Jornais como Le Monde e L’ Humanité já fizeram duras críticas à empresa. O mundo olha para a J&F, sabe quem são seus controladores e entende o quanto eles são poderosos e influentes. Mas também entende que a regra é clara: fazer valer os contratos, aceitar o jogo jogado.

Luís Eduardo dizia, com razão, que a lei é igual para todos, inclusive os poderosos e os legisladores. Esse é o preço da credibilidade.