Sebrae - Estamos aí

Oficialmente recuperado, Grupo João Santos inicia pagamentos a credores trabalhistas

“Concedo a recuperação judicial das empresas que compõem o Grupo João Santos”. Com esta frase, ao final das 12 páginas da homologação emitida pelo juízo da 15ª Vara Cível do Recife, na última sexta-feira, a Justiça de Pernambuco declarou que o conglomerado empresarial, que já foi o maior do Norte-Nordeste, está oficialmente recuperado.

E, para reafirmar o compromisso da gestão do Grupo com essa nova etapa em sua história, hoje, primeiro dia útil após a decisão do juiz, a empresa já processou os pagamentos para quase dois mil credores que haviam informado seus dados bancários via chave PIX, além de cadastrar a parcela de pagamento daqueles que informaram dados bancários via TED.

O Grupo João Santos tem dois anos para pagar suas dívidas trabalhistas e com fornecedores. Esse foi o prazo solicitado pelo grupo e aceito pela Justiça.

Oficialmente recuperado, agora o Grupo prepara-se para negociar ativos imobiliários considerados não estratégicos para a sua principal atividade, a indústria do cimento, devendo arrecadar, inicialmente, aproximadamente R$ 920 milhões.

A maior parte dos imóveis vendidos pertencem ao patrimônio da Companhia Agroindustrial de Goiana (CAIG), razão social da Usina Santa Tereza, localizados em uma região bastante valorizada na Zona da Mata Norte de Pernambuco e considerada estratégica para o setor sucroalcooleiro do estado. Os imóveis estão a poucos quilômetros de um complexo industrial onde se encontram uma fábrica da Fiat, de indústrias cervejeiras como a Heineken e Itaipava, e da planta da Hemobras.

A mesma região também será diretamente beneficiada pela construção do Arco Metropolitano, o anel rodoviário que promete desafogar o trecho da BR-101 que atravessa o Recife, facilitando uma conexão rápida com o porto de Suape.

O montante obtido com a alienação dos imóveis terá como destino o pagamento de 100% dos créditos trabalhistas devidos a 20.592 funcionários e ex-funcionários, ou seja, 89,8% dos credores trabalhistas das empresas do Grupo.

Em declaração conjunta aos funcionários do Grupo, os copresidentes Guilherme Rocha e Nivaldo Brayner afirmaram que a homologação “simboliza não apenas o recomeço de uma trajetória, mas também o resgate da credibilidade e da missão que sempre nortearam nossa organização ao longo de seus mais de 70 anos (…) é o resultado de um trabalho árduo, realizado com transparência, ética e dedicação, e que contou com o apoio e a confiança de todos que fazem o Grupo João Santos”.

Jaboatão dos Guararapes - IPTU 2025

Por Eduarda Feitosa*

Era domingo (09), quase 22h, quando o celular notificou mensagens do amigo Magno Martins, trazendo os áudios do seu programa Sextou, que fará uma homenagem a Vital Farias, o poeta paraibano que nos deixou na última semana. Respondi dizendo que seria minha companhia para o treino desta segunda-feira.

Confesso que vi as manchetes sobre a morte de Vital, mas não me atentei para a grandiosidade da sua obra. Enquanto fazia meus 30 minutos de esteira, ouvi a introdução do programa e seu segundo bloco. Já nos primeiros 15 minutos, Magno presenteia o ouvinte com uma verdadeira aula sobre esse gênio da cultura popular.

Talvez você, assim como eu, não conhecesse tão bem esse tal Vital, mas certamente já ouviu: “Não se admire se um dia um beija-flor invadir a porta da tua casa, te der um beijo e partir”. Essa música embalou um grande amor que vivi anos atrás, quando o então amado partia para trabalhar em outras cidades.

E quem nunca se emocionou com “Veja você, arco-íris já mudou de cor, uma rosa nunca mais desabrochou, e eu não quero ver você”, escrita por Vital em 1975 e eternizada por Geraldo Azevedo? Que presente! Meu treino nunca foi tão leve, embalado por essa riqueza da cultura popular.

“Eu nasci num lugar muito humilde, de muita ignorância intelectual”, disse o poeta em uma entrevista a Jessier Quirino, em trechos reproduzidos pelo programa de Magno. Em quase uma hora, mergulhei profundamente nessa história, nessa sensibilidade e no que considero ser o mais valioso no ser humano: boas histórias para contar.

Nasci e passei parte da minha vida em Caruaru. Meu pai, radialista, sempre celebrava aniversários ao lado de nomes como o poeta Petrúcio Amorim. O gosto pela cultura popular floresceu ainda mais quando produzi um programa de rádio chamado Pernambuco Cultural para a agência de notícias do Governo do Estado, na primeira gestão do ex-governador Paulo Câmara.

Desde então, me emociono, me encanto e sinto cada palavra das músicas porque são elas que eternizam momentos. Com o Sextou, voltado para a música, Magno presta mais um grande serviço aos ouvintes, especialmente ao enaltecer os grandes talentos do Nordeste, tanto da velha guarda quanto da nova geração, que não deixa a cultura popular morrer.

Torço para que minha geração, que se aproxima dos 40, continue a valorizar o que temos de mais rico, e rezo para que os mais jovens, como meus irmãos adolescentes, cresçam entendendo a importância de preservar nossas raízes.

Por fim, convido vocês a ouvirem esse programa belíssimo, que vai ao ar na próxima sexta-feira (14/02), pela Rede Nordeste de Rádio, formada por 44 emissoras, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha (FM 96,7), no Recife.

Entre as emissoras que transmitem está a Rádio Cidade (FM 99,7), em minha Caruaru, além de outras emissoras do Estado e de regiões vizinhas como Paraíba, Alagoas e Bahia.

*Jornalista

Conheça Petrolina

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou que o governo planeja taxar as big techs norte-americanas caso se concretize a intenção do presidente Donald Trump (Republicano) de impor tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio de todos os países. O chefe de Estado afirmou que o anúncio será feito hoje.

Em publicação no X, hoje, o titular da Fazenda afirmou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “tomou a decisão sensata de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas e não em anúncios que podem ser mal interpretados ou revistos”. Disse que vai “aguardar a orientação do presidente”. As informações são do portal Poder360.

A suposta intenção do governo Lula de taxar as gigantes de tecnologia foi informada em reportagem da Folha de S. Paulo. Seria, segundo o texto, uma forma de dar uma resposta em meio à guerra comercial mundial de Trump sem prejudicar a indústria brasileira.

Ipojuca No Grau

Os interessados em utilizar o financiamento do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) para reforma, requalificação e retrofit (processo que visa revitalizar construções antigas) de prédios degradados, inutilizados ou subutilizados já podem entrar com a solicitação junto ao Banco do Nordeste, agente operador do FNE. Nesta quarta-feira (12), serão apresentados os detalhes da linha de crédito, aprovada em 2024 pelo Conselho Deliberativo da Sudene, em evento realizado numa parceria com o Recentro, da Prefeitura do Recife, e o Banco do Nordeste.

O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, destaca que essa ação é considerada estratégica para o desenvolvimento regional, “garantindo que as pessoas voltem a habitar e se apropriem dos espaços urbanos e dos centros históricos, que por sua vez passam a ser revitalizados”. As construções revitalizadas deverão ser multiuso, sempre atreladas a uma iniciativa do setor produtivo. A modalidade coliving (forma de habitação compartilhada) e parcerias público-privadas (PPPs) também são aceitas.

Danilo Cabral ressalta que a proposta acatada pelo Conselho Deliberativo foi fruto do diálogo que a Sudene vem mantendo com lideranças políticas e empresariais da Região e, neste caso específico, está sendo atendida uma demanda do setor da construção civil. Os repasses de recursos do FNE para o comércio dessas áreas já eram previstos e continuam em vigor. “A revitalização de edificações integrantes dos centros históricos nas capitais nordestinas com fins residenciais fortalece a missão da Sudene em reduzir as desigualdades regionais”.

O gestor destacou, ainda, a importância de apoiar a atividade de retrofit para amenizar “o déficit habitacional que nós temos no país, superior a seis milhões de habitações”. Outro dado importante para o apoio a essa ação é “o consenso geral entre urbanistas de que essas áreas têm infraestrutura, serviço, saneamento, transporte público, comércio, lazer, mas falta uma moradia atrativa”, complementou.

Caruaru - Prefeitura na porta

Agência Estadão

A cúpula do governo federal está na fase final da discussão sobre o que anunciar no evento que promoverá nesta semana para tentar atrair prefeitos para mais perto de seu grupo político. A expectativa é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha uma reunião sobre o assunto com representantes da Casa Civil hoje. O presidente poderá fechar o pacote nessa conversa. Do contrário, a decisão ficaria para o próprio dia dos anúncios – o que não é tão incomum.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, o governo federal organiza para os dias 11, 12 e 13 de fevereiro uma espécie de feirão de programas federais para apresentar aos prefeitos eleitos no ano passado. O evento, batizado de Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, terá, na abertura, um discurso de Lula com anúncios voltados aos municípios.

Trata-se de uma forma de tentar se aproximar de prefeitos depois de aliados do presidente terem ido mal nas eleições municipais. Também será um canal de interlocução com os gestores locais paralelo à Marcha dos Prefeitos, organizada pela Confederação Nacional dos Municípios, que aliados do presidente hoje identificam como oposicionista.

O chefe do governo mencionou o evento em cerimônia em Paramirim (BA) na sexta-feira, 7. “Estou com vontade de descer ali e abraçar cada prefeito, cada prefeita, que eu espero que possam estar em Brasília na terça-feira para que a gente possa ter uma conversa sobre os rumos das cidades brasileiras”, disse o presidente.

Lula deverá anunciar uma nova seleção do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) voltada para obras de interesse municipal – como creches, escolas de tempo integral e unidades básicas de saúde. O Planalto costuma chamar de “seleções” as rodadas em que governadores e/ou prefeitos enviam para análise os projetos que gostariam que o governo federal bancasse ao menos parcialmente.

É pouco provável que haja obras estruturantes nesta edição, que deverá ter valores bem mais modestos que as já anunciadas. A cifra é um dos temas ainda sem definição. Outro programa federal que possivelmente terá algum novo anúncio é o Minha Casa, Minha Vida. O programa habitacional é uma das ações do Executivo federal com mais capilaridade no interior do Brasil. São comuns obras do Minha Casa, Minha Vida envolvendo prefeituras.

A reportagem apurou que o BNDES anunciará um novo programa para financiar ações dos municípios. Outro banco estatal, a Caixa Econômica Federal avalia apresentação de medidas relacionadas à expansão de microcrédito e a financiamentos de obras de infraestrutura e saneamento, entre outros pontos.

O Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas será realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. A Secretaria de Relações Institucionais (SRI) do Planalto, que está organizando o encontro, espera mais de 20 mil pessoas, entre prefeitos, secretários e ocupantes de outros cargos.

Os ministérios foram instados a montar estandes no local para apresentar seus programas a quem se interessar – em um formato semelhante às feiras promovidas por setores da iniciativa privada para estimular negócios entre empresas. Outros órgãos ligados ao governo, como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Serpro e BNDES também participarão.

Os maiores vencedores das eleições municipais de 2024 foram o PSD e o MDB, seguidos de PP e União Brasil e outros partidos à direita do PT de Lula. Os partidos de esquerda que mais elegeram chefes de Executivo municipal no ano passado foram o PSB (312, na sétima colocação entre as siglas) e o PT (252, nona colocação). Governistas acham possível atrair mesmo prefeitos de direita para o evento porque as próximas eleições municipais estão distantes no tempo e porque quem chegou ao poder neste ano precisa de recursos federais para cumprir as promessas de campanha.

Camaragibe Cidade do Trabalho

O Palácio do Planalto se prepara, há ao menos dez dias, para ter opções capazes de reagir, em diferentes patamares, à já anunciada intenção de Donald Trump de ampliar a cobrança de impostos sobre aço e alumínio importados. O Brasil é o segundo maior fornecedor dos dois produtos para os Estados Unidos.

O time das relações exteriores de Lula montou, ao lado do Itamaraty e de ministérios como Indústria e Comércio e Agricultura um mapa de produtos que são vendidos para os americanos e que poderiam ser usados para contrabalancear uma eventual sobretaxa imposta por Trump.

Já na semana passada, a GloboNews mostrou que o aço e o alumínio estavam entre os alvos prioritários do presidente americano, na avaliação da diplomacia de Lula, inclusive por já terem sido taxados pelo americano em seu primeiro mandato.

“Alguns produtos brasileiros têm impostos de exportação mais altos, outros não. Trump usa a política de sobretaxa sob argumentos frágeis e de consequências graves. Não há uma cobrança linear, no Brasil, de impostos de produtos exportados. Nós estamos mapeando o que poderia ser acionado para compensar uma eventual sobretaxa do aço e do alumínio, por exemplo”, explicou a fonte do gabinete de relações internacionais do presidente.

O Brasil vai aguardar a formalização da promessa de sobretaxa de Trump para definir, nessa cartela de opções, qual será o tamanho do “revide”. Em outra frente, a meta é ampliar as trocas com a Europa, China e o Mercosul. O governo Lula avalia que a ofensiva comercial de Trump contra diversos agentes mundiais pode acelerar a implementação do acordo União Europeia e Mercosul e, ainda, levar a China a assumir posição ainda mais destacada, de “adulto na sala”, no cenário econômico global.

Belo Jardim - Construção do CAEE

Do portal CNN Brasil

A briga entre as torcidas de Fortaleza e Ceará antes do clássico no último sábado (8) fez com que 86 pessoas fossem presas pelas forças de segurança do Estado. No total, 116 pessoas que estiveram envolvidas no conflito foram enviadas para unidades da Polícia Civil.

Destes, 109 foram para a Delegacia de Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e outros sete foram encaminhados para o 13º Distrito Policial. Dos que foram para a Draco, 82 adultos foram autuados no âmbito da Lei Geral do Esporte, por lesão corporal dolosa, associação criminosa, resistência, desobediência e corrupção de menores.

Os outros 27 eram menores de idade. Posteriormente, foram encaminhados para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) e tiveram atos infracionais registrados pelos mesmos crimes. Já no 13º Distrito Policial, três pessoas foram ouvidas e liberadas por, no momento, não haver indícios da participação delas nos crimes.

Outros quatro suspeitos foram autuados.Três pessoas que estavam com mandado de prisão em aberto por crimes de homicídio, roubo e lesão corporal grave foram capturadas e conduzidas para unidades policiais, onde foram realizados os procedimentos cabíveis. Ainda houve a prisão de um presidente de torcida organizada que estava com uma ordem de prisão preventiva em aberto. A captura aconteceu no Porto das Dunas, no município de Aquiraz. Além do cumprimento de mandado, ele também foi preso em flagrante por uso de documento falso.

Na manhã de hoje, o prefeito de São José do Egito, Fredson Brito, participou de um café da manhã especial com os servidores da infraestrutura do distrito de Riacho do Meio. O encontro foi uma demonstração de reconhecimento e valorização dos trabalhadores que diariamente se dedicam à limpeza das ruas e ao cuidado com o saneamento, garantindo um ambiente mais digno para a população. “São esses homens e mulheres que mantêm Riacho do Meio limpo e organizada. O mínimo que podemos fazer é reconhecer e valorizar esse trabalho, garantindo melhores condições e um ambiente de respeito”, afirmou Fredson Brito.

O Hospital Memorial Arcoverde, em Arcoverde, a 250 km do Recife, está passando por uma ampla reforma e um plus em equipamentos. Em pouco tempo, os novos investimentos farão com que passe a ser uma unidade de saúde referência no Interior, um dos melhores, mais modernos e equipados do Estado.

O médico Joaquim Lucena, diretor-presidente do centro hospitalar, confirmou, há pouco, que já recebeu um ultramoderno aparelho de ressonância magnética, conquista que se soma às reformas de ampliação da estrutura física, tudo para o melhor atendimento e conforto dos pacientes.

Ainda este ano, o Memorial Arcoverde começará a realizar cirurgias de cateterismo cardíaco. Com o projeto de reforma finalizado, a direção do hospital espera abrir mais de 120 vagas de empregos diretos. Entre as reformas e ampliações já anunciadas, se destacam o aumento de vagas de UTI e os novos leitos de oncologia. Ao todo, serão criados mais 40 leitos disponíveis.

A expansão física e dos serviços no Hospital Memorial Arcoverde conta com o apoio do Governo Federal, através do BNB. Joaquim quer ampliar também parcerias com o município e, neste sentido, já esteve com o prefeito Zeca Cavalcanti, que, segundo ele, revelou entusiasmado com o projeto, manifestando disposição para ajudar no que for possível e necessário.

Por Maurício Rands*

Os ganhadores do Prêmio Nobel de Economia em 2024, Daron Acemoglu e Simon Johson, em seu último livro (“Power and Progress”), alertam-nos sobre os descaminhos das tecnologias digitais. Eles mostram que a concentração atual de poderes é ainda maior do que a de outros períodos históricos. Como o dos magnatas das grandes inovações do final do Século XIX e início do XX.

Era o tempo em que os barões das ferrovias (Vanderbilt), do aço (Carnegie), do petróleo (Rockfeller), das finanças (JP Morgan) e dos automóveis (Ford) concentravam poder e nada partilhavam.  Foi a reação organizada do movimento progressista que forçou alguma distribuição de ganhos. Com o “New Deal” de Roosevelt e a pressão dos movimentos sindicais, vieram os chamados “anos gloriosos” do pós-guerra. Crescimento econômico com alguma partilha dos ganhos de produtividade.

A partir dos anos 80 essa tendência de alguma prosperidade compartilhada começou a ser revertida. Com as tecnologias digitais, a humanidade está vivendo a sua era de maior concentração de poderes da história. Os donos das plataformas digitais desenvolveram um modelo de negócios que se baseia na captura massiva de dados sobre os usuários, seus hábitos e preferências. Isso é impulsionado pela organização dos algoritmos na direção do que mais atrai audiência: as mensagens sensacionalistas, mentirosas ou de ódio. Para, assim, para monetizar os anúncios segmentados a partir da imensa massa de dados coletados. Isso leva a uma opção por uma obsessiva automação que, substituindo os trabalhadores e aumentando a vigilância sobre eles, acaba por excluir as pessoas comuns da imensa prosperidade gerada pelas inovações tecnológicas.

A massiva concentração de informações e poder pelas tech giants acaba por ameaçar o próprio funcionamento democrático da sociedade. No início, houve uma ilusão de que as disrupções digitais iriam ampliar o acesso ao debate e à esfera pública. Mas, como mostram Acemoglu (e Harari em Nexus), isso se revelou uma ilusão. Essa visão ingênua foi desmentida pelo modelo de negócios que prevaleceu nas grandes corporações digitais. Um modelo que, ao invés de se basear na complementariedade entre humanos e máquinas (“machine usefulness”, na expressão dos autores), preferiu tentar substituir os primeiros. Criando uma sociedade de dois níveis, com os segmentos incluídos se constituindo numa minoria protegida até mesmo dos eventos climáticos extremos. E uma maioria excluída, redundante e sem partilhar dos benefícios do progresso tecnológico. Preferiu-se tentar substituir as pessoas, mesmo quando os ganhos de produtividade não fossem relevantes. Prevaleceram os impulsos antidemocráticos, de concentração de poderes e lucros.

Os autores argumentam que a evolução das tecnologias digitais não precisaria seguir a direção que tomou. Um modelo alternativo de direção tecnológica seria factível. Às vezes acusados de ingênuos, Acemoglu e Johnson, com análises bem fundamentadas, argumentam ser possível experimentar tecnologias digitais e de IA que não se baseiem na atual obsessão por coleta massiva de dados, automação substitutiva dos humanos, anúncios segmentados e vigilância excessiva. Mostram que tornar redundantes os humanos podem não ser um objetivo desejável. Que se pode tentar tecnologias socialmente benéficas. E que uma prosperidade melhor compartilhada pode ser possível. Como já ocorreu em outros momentos históricos. Para esse novo modelo, lembram que a tríplice estratégia seguida nos anos gloriosos do pós-guerra e no combate às mudanças climáticas pode ser útil para mudar a atual direção da evolução tecnológica.

Na primeira categoria de estratégias, sugerem que uma nova narrativa, fundada em objetivos de prosperidade compartilhada, pode ser um contrapeso ao paradigma atual a fim de que novas políticas e incentivos favoreçam tecnologias socialmente mais inclusivas. Na segunda, advogam o fortalecimento de movimentos que sirvam de contrapeso ao poder concentrado das grandes corporações tecnológicas. Isso passa por redefinir os modelos de organização e mobilização de sindicatos e outras entidades da sociedade civil. Na terceira categoria, defendem a formulação e implementação de políticas públicas indutoras de inovações tecnológicas socialmente mais benéficas: subsídios para tecnologias “worker-friendly”, reformas de tributos, programas de qualificação de trabalhadores, reconhecimento da propriedade de dados com  remuneração aos usuários-proprietários, esquemas de proteção de dados e da privacidade, desmembramento das “tech giants”(como no passado foi feito com a Standard Oil e a AT&T) e tributação dos anúncios feitos nas plataformas.

Essas e outras medidas, em conjunto, podem redirecionar os rumos da tecnologia. A busca por uma prosperidade compartilhada pode viabilizar um futuro diferente das distopias que estamos experimentando. Pode restabelecer esperanças de mais democracia com mais respeito à privacidade de nossos dados e menos exclusão social. Com modelos em que as máquinas e os humanos sejam complementares.

*Advogado formado pela FDR da UFPE, professor de Direito Constitucional da Unicap, PhD pela Universidade Oxford

O governo brasileiro decidiu que não vai se pronunciar até o anúncio oficial das medidas prometidas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que podem afetar as exportações brasileiras para aquele país.

Trump disse, ontem, que vai anunciar, hoje, tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. As informações são do portal G1.

Em 2023, os EUA responderam por 18% de todas as exportações brasileiras de ferro fundido, ferro ou aço. Naquele ano, o Brasil foi o terceiro maior fornecedor de aço para os EUA, segundo dados do Departamento de Comércio americano, atrás de Canadá e México.

Os ministérios da Fazenda, das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) por ora não vão se manifestar.

Segundo o secretário de imprensa da Presidência da República, Laércio Portela, essa é a posição do governo até o anúncio formal de Trump.

Vale lembrar, contudo, a declaração feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 30 de janeiro, em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto. O presidente declarou que “haverá reciprocidade” caso sejam impostas tarifas aos produtos brasileiros.

“É muito simples. Se ele [Trump] taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade no Brasil. Se taxar os produtos brasileiros, vou taxar os produtos que são exportados pelos Estados Unidos. Simples, não tem nenhuma dificuldade. Veja, eu já governei o Brasil com o presidente republicano, já governei com o presidente democrata, e a minha relação é sempre a mesma. A minha relação é uma relação de um estado soberano com um estado soberano”, disse Lula na ocasião.

Desde que assumiu o seu segundo mandato, em janeiro, Trump já criou tarifas para produtos do Canadá, do México e da China, os três principais parceiros comerciais dos EUA. A imposição de taxas contra importados já fazia parte do discurso do republicano desde a sua campanha.

Trump anunciou tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e do México e um adicional de 10% àquelas já em vigor sobre produtos chineses. Do total de US$ 3,2 trilhões importados em 2024, esses três países representaram mais de 40% das compras dos EUA.

México e Canadá anunciaram acordos com os EUA para suspender as tarifas por um mês. A China, por sua vez, dobrou a aposta e anunciou taxas de 10% a 15% contra os norte-americanos. Com receio de ser os próximos, representantes da União Europeia chamaram Trump para conversas.

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Nesta hora em que as pesquisas revelam a popularidade do guru da seita vermelha no Nordeste mais baixa que a camada do pré-sal do petróleo, o vermelhão se treme todo, a tremedeira entra pelas rachaduras do gogó de sola, toma conta do corpo e acaba nos pés.

Rebobinemos a catraca do tempo: as torcidas organizadas da seita vermelha fizeram 6 milhões de gols na Bahia nas eleições presidenciais de 2022; o time do capitão perdeu de goleada ao balançar as redes apenas 2.357 milhões de vezes. A goleada da esquerda na Bahia foi maior que a lavagem nacional de 2,139 milhões de gols. E maior que a goleada de 7 a 1 da seleção da Alemanha contra a seleção canarinha em 2014.

Se houvesse um cataclismo do bem (preservadas as vidas dos habitantes, caranguejos e pés de cacau), e a Bahia se separasse do continente brasileiro, seria criada uma Groenlândia do Atlântico Sul. Poderia levar consigo os Renandites, Colloredes e Delyrantes das Alagoas.

Assim, a nova Groenlândia seria governada por essa patota, os caboclos mamadores da Lei Rouanet e os donos de trios elétricos. O guru da seita do cordão encarnado seria eleito babalorixá da Terra de Todos os Santos e de quase todos os pecados.

Nesta Capitania da Nova Lusitânia seria instalado o reinado dos descendentes da Governadora-Donatária Brites de Albuquerque, que governou nas primeiras décadas de 1500. Haveria apenas um problema sucessório: a governadora era viúva sem filhos e o irmão dela, Jerônimo de Albuquerque, era um grande pegador, gerou uma multidão de filhos. Possuía um harém de mulheres formosas, cheirosas e saborosas. Foi chamado de Adão de Pernambuco. A cada noite injetava o sêmen azul e branco das cores da Capitania em meia dúzia de quatro a cinco donzelas. As namoradas de Dom Jerônimo eram nomeadas professoras da Secretaria de Educação. O salário era de 10 contos de réis mais vale-transporte.

Os pirralhos da prole Albuquerque faziam fila em frente ao palácio para beijar a mão da governadora: “Bênção, tia! Bênção, tia!” A governadora dona Brites distribuía notebooks Apple e smartphone Galaxy para a meninada usar nas escolas do Estado. Era proibido usar celular nas horas de aula. Os amigos de Dom Jerônimo eram nomeados assessores especiais do Governo, com salário de 100 contos de réis. Os pelegos dos sindicatos ganhavam sem trabalhar.

A família Inácio da Silva vem da tribo de Caetés, perto de Garanhuns, de origem daqueles índios antropófagos que devoraram o bispo Sardinha, nos tempos das catequeses. Ainda hoje os Inácio da Silva são muito cabulosos. Eu sou apenas um humilde Marquês da Ribeirolândia na Serra da Borborema, província de Parahyba.

Quando eu crescer e for eleito governador vou reabilitar o nome da capital Filipéia de Nossa Senhora das Neves, da pequenina e heróica Parahyba do Norte. Concordo com o monarquista Ariano Suassuna, de que esse nome João Pessoa não tem nada a ver com as tradições históricas do Estado, foi um casuísmo adotado na chamada Revolução de 1930, que na verdade nunca foi uma revolução.

*Periodista, escritor e quase poeta

O sol só nasce para iluminar Raquel

Terra de Paulo Freire, patrono da educação brasileira, referência mundial na área, cujo legado transformou o ensino ao defender a educação como ferramenta de libertação e consciência crítica, Pernambuco passa a ter agora, na desastrosa gestão Raquel Lyra (PSDB), a Secretaria de Educação ocupada por um nome sem qualquer experiência no setor.

O novo secretário de Educação, Gilson Monteiro Filho, é mais um braço sem qualificação da extensão, lamentável, da chamada “República de Caruaru”. Uma pena para um Estado que já teve à frente da política educacional nomes de renome como José Jorge, hoje ministro aposentado do TCU; Silke Weber, pedagoga e socióloga; Mozart Ramos, ex-reitor da UFPE e ex-presidente da Fundação Ayrton Senna; e Raul Henry, que fez da Educação um dos pilares de sua trajetória política.

Em se tratando de Raquel Lyra, que tem medo de sombra, como disse pelas redes sociais o ex-secretário de Educação paulista que levou um chute no traseiro, ter um secretário numa das pastas mais importantes do Estado, sem qualquer vivência pedagógica, cuja atuação sempre esteve distante das salas de aula e das discussões sobre políticas educacionais, não surpreende.

A bem da verdade, sua maior credencial é ser o fiel executor das ordens e assinador de cheques de Raquel Lyra. Gilson já respondia, interinamente, pela pasta, desde janeiro, quando Alexandre Schneider, o paulista importado por sugestão de Gilberto Kassab, foi demitido, mas saiu com a versão de que pediu exoneração após apenas seis meses no cargo.

Nos bastidores, especula-se que Schneider foi afastado do governo por resistir a pedidos de interferência nos critérios do Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco (IDEPE), um dos pilares da avaliação da qualidade do ensino no Estado. Agora, o posto máximo da Educação é ocupado por alguém que nunca teve protagonismo nas discussões pedagógicas ou nas políticas públicas para o setor, mas que se consolidou como homem de confiança de Raquel Lyra desde sua gestão em Caruaru.

A trajetória de Gilson Monteiro Filho passa longe das políticas educacionais. Formado em Direito pela Associação Caruaruense de Ensino Superior (Asces), atuou por dez anos como procurador do município de Caruaru, entre 2009 e 2019. Depois, ocupou cargos administrativos na gestão de Raquel Lyra na Prefeitura, sendo secretário executivo de Licitações e Contratos (2020-2021) e secretário de Administração (2022).

Em 2023, quando Raquel assumiu o Palácio do Campo das Princesas, ele foi integrado à equipe da Secretaria de Educação, mas em uma função estritamente burocrática: secretário executivo de Administração e Finanças. Gilson na Educação reforça a tese, corrente em todos os segmentos formadores de opinião, de que a governadora só escolhe secretários que não lhe façam a mínima ameaça de o sol deixar de nascer e brilhar apenas para ela.

CONTROLE ABSOLUTO – A escolha de Gilson para a Secretaria de Educação, o segundo maior orçamento do Estado, demonstra um movimento de controle político da pasta. Em um Estado que construiu um dos mais bem-sucedidos modelos de ensino médio público do País, com escolas em tempo integral e resultados expressivos em avaliações nacionais, o cargo mais estratégico da área foi entregue a alguém que tem apenas o histórico de ser, politicamente, alinhado à governadora.

Kits e merenda, eis o mistério! – A oficialização do novo secretário Gilson Monteiro Filho ocorre em meio a uma sucessão de crises na educação estadual. A pasta passou por duas trocas de comando em pouco mais de um ano, vem enfrentando o adiamento para compra de kits escolares e contestações na licitude para compra e distribuição da merenda escolar, em razão da dispensa emergencial para abastecer a rede estadual de ensino, conforme este blog antecipou com provas irrefutáveis.

Evangélicos: a ameaça à reeleição de Lula – O crescimento constante e o posicionamento político resistente ao PT dos evangélicos ameaçam as possibilidades de reeleição do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2026. Segundo estudo da Mar Asset Management, divulgado ontem pelo portal Poder360, mais de ⅓ da população brasileira (35,8%) será evangélica em 2026. Eram 32,1% em 2022. O PT e os partidos de esquerda têm menos votos em municípios com maior presença desse grupo.

Por que Tarcísio esconde o jogo? – A pelo menos uma alta autoridade da República, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), admitiu, numa conversa privada em Nova York, há cerca de dez dias, que nem sob tortura dirá em público neste momento que deve mesmo ser candidato à presidência em 2026, segundo a coluna de Lauro Jardim, de O Globo. Tudo isso, claro, porque o padrinho dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda alimenta esperanças de recuperar sua elegibilidade, o que não está fora de cogitação com a chegada do bolsonarista Hugo Motta (Republicanos-PB) à Presidência da Câmara.

O exemplo do Ceará – Diferente do que ocorreu em Pernambuco, sábado passado, em Fortaleza, 115 torcedores do Fortaleza e Ceará, que brigaram, ontem, pelas ruas da capital antes do jogo, foram presos imediatamente. E tudo se encerrou por ali mesmo, sem a barbárie do que rolou por aqui. Isso é prova de diferença de gestão, de pulso e capacidade de decidir. Em Pernambuco, lamentavelmente, o que se viu foi os clubes serem punidos, enquanto os delinquentes continuam soltos, prontos para desafiar a polícia e o governo mais uma vez.

CURTAS

PREFEITOS 1 – Aproveitando a presença de vários prefeitos em Brasília, hoje, convocados pelo presidente Lula, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, resolveu reunir o Conselho Político da entidade, que recentemente foi ampliado. Na pauta, está o que será prioridade para os municípios ao longo deste ano no Congresso e no Planalto.

PREFEITOS 2 – Entre o que é mais urgente, está a PEC que traz um pacote de medidas importantes para a previdência dos municípios. A proposta parcela as dívidas dos municípios em até 300 meses. Há ainda o novo regime especial de precatórios, com limite anual para pagamento; e a extensão da reforma previdenciária com as mesmas regras do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) dos servidores da União para os Municípios. São mais de R$ 330 bilhões em impacto aos municípios.

QUEM CALA, CONSENTE – O ex-prefeito de Salgueiro, Marcones Libório Sá (PSB), não deu um pio em relação ao rombo de R$ 20 milhões que teria deixado para o seu sucessor Fabinho Lisandro (PRD). Os detalhes da herança maldita foram apresentados pelo próprio Lisandro numa coletiva com jornalistas na última quinta-feira.

Perguntar não ofende: Com exceção de um seleto grupo de Caruaru, quem conhece o novo secretário de Educação de Raquel?

Patrimônio vivo de Caruaru, e por que não do País, o compositor Onildo Almeida, 97 anos, se emocionou com a crônica domingueira neste blog sobre a sua trajetória artística como um dos gênios das grandes canções que fez e Luiz Gonzaga gravou, como A feira de Caruaru.

Também me emocionei ao receber, há pouco, este áudio dele vibrando com o texto e fazendo um agradecimento. Que lindo momento histórico! Na foto, ele ao lado da sua Lenita, sua grande companheira, amiga do coração.

Ouça!

Na tarde deste domingo (9), o prefeito de São José do Egito, Fredson Brito (Republicanos), realizou a entrega de um trator para a Associação Riachão 2, na Zona Rural do município. O equipamento foi obtido através de verba federal do governo Lula, fruto do trabalho em parceria com o deputado federal Silvio Costa Filho, que atualmente ocupa o Ministério de Portos e Aeroportos. A entrega contou com a presença do vice-prefeito Zé Marcos Lima (PODE), do vereador Vicente de Vevéi (Republicanos), e de diversos moradores da comunidade.

O trator entregue neste domingo fará parte do programa Terra Arada, uma iniciativa da Prefeitura que vem beneficiando diversas comunidades rurais, garantindo o preparo da terra para os agricultores. Para o prefeito Fredson Brito, o programa não tem distinção política e está focado em atender a população.

“Nosso compromisso é com o povo de São José do Egito. O programa Terra Arada está chegando para quem realmente precisa, sem olhar quem decide. Aqui, a prioridade é garantir que as comunidades tenham o suporte necessário para produzir e crescer”, destaca.

Do Brasil247

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu promover uma reforma ministerial em etapas, com a primeira concentrada no Palácio do Planalto e prevista para ocorrer antes do Carnaval. A iniciativa visa reorganizar a equipe do governo e fortalecer a articulação política com o Congresso Nacional.

A primeira mudança confirmada foi a substituição de Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom). Além disso, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) é cotada para assumir a Secretaria-Geral da Presidência, no lugar de Márcio Macêdo, destaca reportagem do G1.

Outro ponto central da reforma é a Secretaria de Relações Institucionais, responsável pelo diálogo com o Legislativo. O cargo é cobiçado por partidos do Centrão, e, caso a demanda seja atendida, o atual ministro Alexandre Padilha pode ser transferido para o Ministério da Saúde, substituindo Nísia Trindade.

Na segunda etapa da reforma, Lula pretende rever ministérios atualmente ocupados por membros do PT, incluindo o Ministério das Mulheres, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. É possível que a pasta do Desenvolvimento Social seja entregue ao Centrão, caso a Secretaria de Relações Institucionais permaneça sob o controle petista.

Por fim, a terceira fase da reforma pode abranger ministérios ocupados por partidos aliados, como o Ministério da Pesca, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e o Ministério da Agricultura. Circulam especulações de que Arthur Lira, ex-presidente da Câmara dos Deputados, possa ser indicado para a Agricultura.

As mudanças propostas têm como objetivo fortalecer a base do governo no Congresso e otimizar a gestão das políticas públicas. O cronograma das próximas etapas será definido conforme as necessidades políticas e estratégicas do governo federal.

Da CNN

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda criar o cargo de enviado especial contra o negacionismo climático, na organização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30).

Caso o governo oficialize a nova função, o nome cotado para ocupá-la é Frederico Assis, da área internacional do Palácio do Planalto. Ele é subordinado ao ex-chanceler Celso Amorim, que, hoje em dia, atua como assessor especial do presidente Lula.

Segundo fontes do governo, Assis já recebeu o convite e a nomeação deve ser publicada nos próximos dias. A informação sobre a criação do cargo foi antecipada pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada pela CNN Brasil.

Assis é formado em Relações Internacionais e mestre em História Social pela Universidade de São Paulo (USP). Ele já foi coordenador-geral da Secretaria de Relações Internacionais e Federativas da Prefeitura de São Paulo e assessor especial do prefeito da capital paulista.

Os detalhes sobre as atribuições do cargo ainda estão sendo definidos pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) e pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom).

O ocupante da função deverá se reportar ao presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago. Entre as responsabilidades previstas estão a interlocução com plataformas digitais, movimentos sociais e agentes políticos.

A possível criação do cargo ocorre em um momento no qual o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adota medidas que vão na contramão do combate à crise climática.

Trump é crítico de políticas de proteção ambiental e defende um plano de crescimento econômico baseado na expansão da exploração de petróleo, como estratégia para impulsionar a economia e conter a inflação.

COP30

A COP30 será realizada entre os dias 10 e 20 de novembro, em Belém (PA). Mesmo com o posicionamento de Trump, o governo brasileiro vai convidar o líder dos EUA para o evento.

No governo brasileiro, no entanto, a expectativa é que Trump não compareça. Diplomatas avaliam que, com o embate mundial entre Estados Unidos e China, há chances de Xi Jinping marcar presença.

Em janeiro, o governo nomeou Corrêa do Lago como presidente da COP30 e Ana Toni, secretária nacional de Mudança do Clima, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, como diretora-executiva (CEO) do evento.

De acordo com Corrêa do Lago, o Brasil terá alguns desafios na COP30. Um deles seria a revisão das metas climáticas de todos os países que assinaram o Acordo de Paris, exatamente 10 anos depois do tratado ter sido fechado na capital francesa.

Outra grande questão seria o financiamento das ações contra as mudanças climáticas, um tema que gerou muitas discussões, mas poucos resultados nas últimas COPs.