Coluna da sexta-feira

Eleições municipais: teste para Lula e Bolsonaro

A disputa pelo direito de ocupar a cadeira de prefeito a partir de janeiro de 2025 nas 103 maiores cidades do País reforça o embate político do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva com seu antecessor, Jair Bolsonaro. Enquanto o PT de Lula deve lançar candidatos em 68 municípios, o PL já tem pré-candidatos em 62.

As 103 maiores cidades do Brasil têm mais de 200 mil eleitores, o que, segundo a lei eleitoral, obriga a realização de um segundo turno, caso o vencedor na primeira rodada não obtenha a maioria dos votos válidos. Segundo levantamento do Broadcast/Estadão, o PL lidera a disputa eleitoral em nove das 103 cidades.

As pré-candidaturas de outros partidos que contam com o apoio da legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro lideram em 19 cidades – totalizando 28 prefeituras em que aliados de Bolsonaro são favoritos para serem eleitos. Já os candidatos filiados ao PT lideram em oito dessas cidades. Em outras cinco, pré-candidatos aos quais o partido está aliado estão, numericamente, à frente na disputa.

O cruzamento de dados feito pelo Estadão/Broadcast leva em conta as cidades em que o PT tem pré-candidatos a prefeito lançados. Como a campanha eleitoral só começa formalmente em agosto e as convenções partidárias se iniciaram neste mês, é possível que novos candidatos surjam ou que a legenda decida por retirar pré-candidaturas em prol de um aliado local.

Além do desempenho próprio bom em algumas cidades, o PL conseguiu se aliar a pré-candidatos competitivos em quase 1/5 das principais cidades do País. Políticos competitivos em São Paulo (SP), Salvador (BA), Curitiba (PR), Campinas (SP), Feira de Santana (BA) e São Bernardo do Campo (SP) firmaram apoio com o PL para a disputa eleitoral e lideram as pesquisas eleitorais até o momento.

O União Brasil, partido com ministros no governo federal, terá mais apoio do PL do que do PT nas eleições das principais cidades do Brasil. O PL abriu mão de apresentar pré-candidatos a prefeitos para apoiar políticos do União Brasil em oito cidades – as principais delas, Salvador (BA) e Natal (RN).

O PT apoiará um pré-candidato do União Brasil em apenas um município: Parauapebas, no Pará, que chegou a pouco mais de 200 mil eleitores e poderá ter um segundo turno pela primeira vez em sua história. Lá, os petistas estarão junto de Rafael Ribeiro, pré-candidato do União Brasil que, de acordo pesquisa da empresa DOXA divulgada em julho, figura na segunda posição nas intenções de voto.

Base do levantamento – O levantamento foi feito com base em pesquisas eleitorais realizadas de março a julho e registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por faltar mais de dois meses para o primeiro turno das eleições, 26 dos 103 municípios não têm nenhum monitoramento do cenário eleitoral desde o início deste ano – com destaque para Boa Vista (RR), única capital em que não há pesquisas registradas até o momento.

Vaivém com União Brasil – Desde o início do governo, o União Brasil vive uma situação de vaivém com a administração petista. Apesar de ocupar dois ministérios – e de um político da sigla ter indicado um terceiro ministro -, a legenda evita se classificar oficialmente como base de apoio ao Palácio do Planalto e não chega perto de entregar todos os votos da bancada em algumas pautas de interesse do governo no Congresso. Os ministros filiados ao União são Celso Sabino, do Turismo, e Juscelino Filho, das Comunicações; o titular da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, foi uma indicação do senador Davi Alcolumbre (União-AP).

Segundo turno – O conjunto das 103 maiores cidades do País reúne aquelas com mais de 200 mil eleitores. Nesses municípios, estão concentrados 60,5 milhões dos 155 milhões de eleitores brasileiros aptos a votar neste ano. Os resultados eleitorais nessas prefeituras são importantes pela influência que os eleitos adquirem e porque indicam como o eleitorado tem se guiado nos principais centros urbanos do Brasil. Porém, não necessariamente, o resultado das eleições municipais têm impacto direto nas eleições para presidente, governador, deputados e senadores.

Sentimento do antipetismo – Em 2016, por exemplo, o PSDB foi o maior vencedor do pleito marcado pelo processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Dois anos depois, a legenda perdeu relevância para o bolsonarismo. A eleição de 2016, no entanto, deu mostras do sentimento de antipetismo e de antissistema (como na vitória de João Doria, um dito outsider da política, em São Paulo) que permeariam na votação de 2018, quando Jair Bolsonaro foi eleito.

Barrado no baile – O jornalista argentino Jorge Pizarro relatou, ontem, que foi impedido de entrar na Venezuela pelo governo do presidente Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda). O correspondente tinha como objetivo cobrir as eleições presidenciais marcadas para o próximo domingo, mas enfrentou uma série de impedimentos desde sua chegada a Caracas. Pizarro, que trabalha para a rádio Rivadavia, alegou que foi repetidamente interrogado por uma agente do Ministério Público Popular da Venezuela e teve o passaporte retido. Apesar de apresentar todos os documentos necessários, como passagem aérea e seguro saúde, as autoridades venezuelanas optaram por deportá-lo. O jornalista foi encaminhado para um escritório de isolamento e deportação.

CURTAS

DISPUTA – Levantamento do Poder360 mostra que ao menos 23 prefeitos das cidades brasileiras com mais de 200 mil eleitores estão em 1º lugar ou empatados nessa posição, dentro da margem de erro, em pesquisas eleitorais recentes para as eleições municipais de 2024. Desses candidatos competitivos, 12 são de capitais. Os outros 11 estão à frente de prefeituras de outras cidades que compõem o grupo das 103 onde é possível haver 2º turno.

CRESCIMENTO – O Brasil tem 155,9 milhões de eleitores aptos a votar nas eleições municipais de outubro, para escolher prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Em relação ao pleito de 2020, a alta foi de 5,4%. Os maiores Colégios Eleitorais do país em 2024 são: São Paulo (34.403.609), Minas Gerais (16.469.155) e Rio de Janeiro (13.033.929), segundo dados divulgados pelo TSE. Os paulistas representam 22% do eleitorado nacional. Já os mineiros são 10,6% do total e os fluminenses, 8,3%.

MENORES – As altas foram de 2,5%, 3,6% e 4,6%, respectivamente. Na outra ponta da tabela, Roraima foi o Estado com o maior crescimento no número de eleitores em 2024, com alta de 13,8%. Porém, ainda é o local com menos pessoas registradas para votar em 2024 (389.863). Na sequência, aparecem Amapá (571.248) e Acre (612.448).

Perguntar não ofende: Maduro agora é muy amigo de Lula?

PL abre mão de quatro capitais

O PL, do ex-presidente Bolsonaro, que já antecipou a guerra eleitoral de 2026 para as eleições municipais, tentando eleger o maior número possível de prefeitos, desistiu de candidaturas próprias em quatro capitais, evitando estar do lado oposto aos afilhados políticos dos governadores aliados. Com isso, a sigla apoiará candidatos a seis prefeituras de capitais dos 13 estados em que os mandatários endossaram Bolsonaro no segundo turno.

Os candidatos apoiados pelo ex-presidente estão nos estados onde governam Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ratinho Junior (PSD-PR), Cláudio Castro (PL-RJ), Gladson Cameli (PP-AC), Jorginho Mello (PL-SC) e Eduardo Riedel (PSDB-MS). Das seis capitais – São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Rio Branco, Florianópolis e Campo Grande –, Bolsonaro e o PL desistiram de lançar nomes próprios em quatro delas, mantendo apoio aos pré-candidatos apadrinhados pelos governadores.

Em São Paulo, o nome do deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) chegou a ser colocado na mesa pelo PL, mas a pré-candidatura não foi lançada e Bolsonaro fechou apoio com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Tarcísio – mesmo demonstrando que preferia o ex-ministro do Meio Ambiente de seu governo.

Em Campo Grande, capital do Mato Grosso, o deputado Marcos Pollon (PL), líder do movimento Proarmas, que tinha a intenção de se lançar candidato, foi protelado pelo partido, que agora apoia o nome do deputado federal Beto Pereira (PSDB) – que fez críticas a Bolsonaro durante a pandemia e apoiou a então candidata Simone Tebet nas eleições presidenciais de 2022.

Sites locais dizem que o deputado chegou a apagar as postagens enquanto buscava apoio do PL. A costura entre os dois partidos para apoiar o candidato do governador Riedel desagradou aos bolsonaristas. O PL já mudou de apoio na capital seis vezes antes de apoiar Pereira, a sétima mudança. Uma delas foi o apoio à prefeita Adriane Lopes (PP), que conta com o endosso da senadora Teresa Cristina (PP-MS), mas que não se concretizou.

Cenário indefinido – Em Curitiba, o cenário continua indefinido, mas é esperado que um nome do PL seja indicado para formar chapa como vice-prefeito. O candidato apoiado pelo governador Ratinho, atual vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD), chegou a dizer em entrevistas que deseja o apoio do ex-presidente para sua campanha eleitoral. O que complica a aliança é um histórico de embates entre o atual prefeito Rafael Greca (PSD) e bolsonaristas.

Quadro de Floripa – Em Florianópolis, não houve resistência no acordo feito com o prefeito Topázio Neto (PSD), que tem o apoio do governador Jorginho Mello, do PL. O partido indicou a vereadora Maryanne Mattos (PL), líder do partido na Câmara Municipal, como vice da chapa. Outro cotado antes dele, o vereador Gabrielzinho Meurer (PL), faleceu em 1º de julho, vítima de pneumonia, antes de ter a articulação pelo seu nome concluída. Em janeiro, o deputado estadual Bruno Souza deixou o Novo e se filiou ao PL, com intenção de lançar a candidatura para prefeito, mas a negociação não vingou.

Norte e Centro Oeste – Já em outras três capitais, o cenário deve ser de candidatos filiados ao Partido Liberal em palanques opostos aos governadores que apoiaram Bolsonaro nas últimas eleições presidenciais. Goiânia (GO), Manaus (AM) e Cuiabá (MT) já têm nomes do partido de Valdemar Costa Neto para a disputa de outubro, contra candidatos dos governadores que apoiaram Bolsonaro.

Os de Bolsonaro, os de Lula – Quatro pré-candidatos que recebem o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa pelo comando das capitais lideram as intenções de voto conforme levantamentos mais recentes dos principais institutos de pesquisa do País: Aracaju (SE), Belém (PA), Curitiba (PR) e Salvador (BA). Já os concorrentes que recebem o apoio de Lula lideram nas intenções de voto em Porto Alegre, Recife e Rio de Janeiro. Somadas, as cidades onde os postulantes apoiados pelo petista são favoritos possuem sete milhões de eleitores. As que os apadrinhados de Bolsonaro estão na frente, totalizam 4,9 milhões.

Bolsonarista lidera em Fortaleza – Em Fortaleza, Campo Grande e Belo Horizonte, os pré-candidatos do ex-presidente Bolsonaro estão à frente dos apoiados pelo petista, mas ambos não lideram as intenções de voto. Na capital cearense, o preferido é Capitão Wagner (União), na “Cidade Morena” é Rose Modesto (União Brasil) e em BH o líder é Mauro Tramonte (Republicanos). Em Vitória (ES), nem o pré-candidato apoiado por Lula, o deputado estadual João Coser (PT), nem o afilhado de Bolsonaro, o também deputado estadual Capitão Assunção (PL), lideram na pesquisa mais recente.

CURTAS

CONTEXTO – Por estar relacionada ao contexto local, o voto na eleição municipal é permeado por fatores que escapam à polarização entre Lula e Bolsonaro. Ainda assim, em cada capital estadual, a preferência do eleitorado é diferente e pode distinguir o potencial de votos dos pré-candidatos avalizados ou pelo petista ou pelo ex-presidente.

REDUTOS – No segundo turno da eleição presidencial de 2022, por exemplo, a capital mais bolsonarista do País foi Boa Vista (RR), onde 78% do eleitorado optou pela reeleição do então presidente. Por outro lado, a capital com o maior porcentual de votos a Lula naquela ocasião foi Salvador, onde 71% dos votos válidos foram direcionados ao petista.

ARACAJU – A vereadora e ex-defensora pública Emília Corrêa, pré-candidata apoiada por Bolsonaro, lidera a disputa pela Prefeitura de Aracaju (SE). O nome do PL aparece com 26% das intenções de voto, em uma liderança isolada para o pleito. Já a petista Candisse Carvalho (PT) tem apenas 1% das intenções de voto, de acordo com a pesquisa do Real Time Big Data, encomendada pela Record.

Perguntar não ofende: Quem terá mais influência nas eleições nas capitais: Lula ou Bolsonaro?

Recife não é uma ilha

Numa entrevista exclusiva, ontem, ao Frente a Frente, reproduzida na edição de hoje da Folha de Pernambuco, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse que Recife não se constituiu numa ilha isolada nas negociações com o PT. PSB e PT se entenderam em nível nacional. Se o PT cedeu no Recife, abrindo mão da vice, o PSB apoia candidatos petistas em cinco capitais, segundo ele.

“Entre colégios eleitorais expressivos e de porte médio, o PSB está apoiando o PT em cerca de 118 municípios, incluindo cinco capitais: Porto Alegre, Teresina, Fortaleza, Natal e Goiânia. De capitais, o PT nos apoia no Recife, Curitiba e São Luiz”, explicou Siqueira. O que se pode deduzir disso é que a lógica que rege uma eleição não pode nunca ser circunscrita a questões paroquiais quando estão em jogo interesses nacionais.

O PT pernambucano sempre se conduziu, em alguns momentos, olhando a política de forma cartorial e, neste episódio, se o presidente Lula não tivesse usado o seu poder de persuasão, principalmente nos momentos mais delicados e decisivos, com certeza a cúpula petista local teria criado um turbilhão de problemas para João Campos, inclusive lançando mão de uma candidatura própria.

Ressalte-se, igualmente, a postura e a altivez da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que agiu como uma leoa, quebrando arestas, negociando os acordos em todo o País na maior paciência e abertura com o presidente socialista Carlos Siqueira, que vem da escola de Miguel Arraes e já dirige o partido há dez anos.

Entendimento nacional – De Carlos Siqueira, na mesma entrevista, ao reforçar a sua linha de raciocínio da ampla aliança que o PSB fechou com o PT nas eleições para prefeito: “Esse sempre foi o nosso argumento em todas as negociações – cede o PT onde não tiver condições de chegar, igualmente o PSB apoia o PT em capitais com chances de vitória. A negociação no Recife com o PSB não poderia ser apenas sobre o Recife, mas sobre o conjunto da relação política eleitoral que mantém o PSB com o PT em todo o País.

A ditadura do Ceará – O ex-ministro Ciro Gomes disse que o Ceará, Estado que já governou, vive uma “ditadura” do PT, partido do atual governador Elmano de Freitas. A declaração foi dada quando esteve no Crato para participar da convenção de Dr. Aloísio (União Brasil), candidato à Prefeitura da cidade. “O Ceará está sendo destruído pela incompetência, pela corrupção, pelo mandonismo. Há uma ditadura tentando ser construída, tirando inclusive o direito do povo de escolher suas alternativas. A violência política acontece em Juazeiro, a violência política já matou gente no Crato, já tirou candidatos que não podem mais ser. Tudo armado para que o novo ditador do Ceará não tenha sequer contraste, e eu tenho certeza de que o Cariri vai se levantar”, afirmou.

Ira do irmão – Ciro esteve em Barbalha juntamente com o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), para participar da convenção do candidato, que tem como vice Zé Adega (PL). Também participou do evento de candidatura à reeleição do prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra (Podemos), onde dividiu palanque com o deputado estadual do PL, Carmelo Neto. O ex-presidenciável apoiou Cláudio na disputa pelo governo do Ceará em 2022, o que motivou o fim da aliança histórica PT-PDT na região, e o rompimento com o seu irmão e senador Cid Gomes (PSB). Este defendia o nome da então vice-governadora Isolda Cela (PSB). Ela também era apoiada pelo ministro da Educação, Camilo Santana, e pelo Partido dos Trabalhadores.

Olinda, capital do roubo de celulares – O Brasil registrou média de praticamente dois roubos ou furtos de celular por minuto no ano passado, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado ontem. Ao todo, quase um milhão de aparelhos foram subtraídos em 2023. Em Pernambuco, Olinda aparece como epicentro dos ladrões, sendo a oitava no ranking nacional, acima do Recife, que ocupa a 10ª posição. Os celulares oferecem outras oportunidades para os bandidos. Além do valor do aparelho em si, os criminosos muitas vezes visam os smartphones como ferramenta para aplicar golpes virtuais.

Chá de camomila para Lula – O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, sugeriu ontem que “quem se assustou” com suas declarações tomasse um “chá de camomila”, um dia depois do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ter questionado os avisos do mandatário venezuelano sobre um “banho de sangue”, caso a oposição vença as eleições marcadas para o próximo domingo. “Eu não disse mentiras. Apenas fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila”, afirmou Maduro, sem mencionar diretamente Lula. “Na Venezuela, irá triunfar a paz, o poder popular, a união cívico-militar-policial perfeita”, acrescentou.

CURTAS

JABÁ 1 – Tiago Eltz foi chamando atenção pela TV Globo. É que o repórter do Jornal Nacional foi acusado de violar os Princípios Editoriais da emissora, depois de usar as redes sociais para fazer o famoso jabá. A prática é proibida e acabou gerando uma investigação no departamento de Compliance.

JABÁ 2 – De acordo com o site Pop TV, o jornalista foi flagrado trocando diárias em um hotel de luxo por divulgação. O caso aconteceu no último domingo. No entanto, após o canal constatar a publicidade, feita nos stories do Instagram, exigiu que Eltz retirasse as postagens do ar, sob pena de ser demitido.

VICES INDEFINIDOS – O ex-prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT), aguarda apenas o desfecho da composição da chapa do prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB) para bater o martelo do seu companheiro de chapa. Estão cotados Eric Lessa (PP), Raffiê Dellon (UB), Armandinho (SD) e o ex-senador Douglas Cintra (PSB).

Perguntar não ofende: Dos nomes acima, quem soma mais como vice de Zé Queiroz?

Humberto acima de acordos naturais

Presente, ontem, no anúncio de Victor Marques (PCdoB) como vice na chapa de João Campos (PSB), o senador Humberto Costa, principal liderança do PT no Estado, negou qualquer tipo de acordo entre PSB e PT com vistas às eleições de 2026. O que se diz, nos bastidores, é que a vaga assegurada ao PT na chapa da Frente Popular em 2026 será dele para disputar à reeleição.

É claro que acordos não se fecham desta forma açodada, engatando uma eleição municipal com uma estadual, mas o lógico e natural é que se João Campos vier a ser protagonista da sucessão estadual como candidato a governador, o PT estará com seu quinhão assegurado na chapa. Assim, Humberto, representante petista na chapa, desponta como uma unanimidade no partido e na Frente.

Faça-se justiça, Humberto defendeu ardorosamente a presença do PT na chapa de João, avalizando, inclusive, o nome de Mozart Sales, o que evitou disputa no processo de afunilamento no qual João Campos fez a sua opção depois de jogar as cartas na mesa num encontro com a direção nacional do PT, que contou com a presença, inclusive, do presidente Lula, avalista privilegiado.

“Tentamos convencer, mas a última palavra é do candidato. Vamos seguir em frente, fazer a campanha e a vida continua”, disse o senador, ao chegar, ontem, ao evento na companhia de Mozart e de outros aliados petistas. Além de Humberto na majoritária em 2026 fala-se, também, que o outro candidato a senador seria o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

Principal liderança do Republicanos, partido que tende a eleger um bom número de prefeitos, Silvinho, como é mais conhecido, ganhou projeção nacional. E para completar a chapa, raciocinando com a hipótese de João vir a ser candidato a governador, o vice seria o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho.

Evidentemente que tudo isso são apenas elucubrações, porque o que está em jogo agora é a reeleição de João. O prefeito tem que sair fortalecido, emplacando a vitória logo no primeiro turno. Uma eventual guerra de segundo turno, caso venha a ocorrer nas eleições deste ano, além de impactar no capital político do prefeito, tende a dar combustível aos opositores do socialista, especialmente a governadora Raquel Lyra (PSDB).

Pela tangente – Na primeira entrevista que deu, ontem, após ser anunciado vice na chapa de João Campos, Victor Marques não quis falar sobre os desafios de vir a governar uma cidade do porte do Recife, caso o prefeito, reeleito, venha a renunciar para disputar o Governo do Estado nas eleições de 2026. “Neste momento, estamos focados nas eleições de 2024 e não de 2026”, despistou, adiantando que seu ingresso no PCdoB foi fruto de uma articulação de João e que se sente feliz e honrado por estar filiado a um partido centenário.

Gestora mais idosa do País – Aos 85 anos, a prefeita de Itambé, na Zona da Mata, Graça Carrazzoni (MDB), ganhou notabilidade nacional, ontem, depois de uma reportagem na Folha de São Paulo como a gestora mais idosa do País. Segundo a reportagem, a idade, para ela, é um bom ativo e não gostou da renúncia do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por causa da idade avançada. “Se ele tem a mentalidade sadia, e hoje com a Medicina com tudo, cada um sabe quem é, e o povo também sabe”, disse.

Unidade da Frente – Na sua fala, ontem, após confirmar Victor na sua vice, o prefeito João Campos (PSB) enalteceu o papel que o presidente Lula e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, tiveram na construção da unidade da Frente Popular, mantendo a legenda petista entre os partidos que estarão juntos na luta pela sua reeleição. “Estamos felizes neste dia especial, sobretudo em poder ter materializado a unidade da Frente Popular com seus 12 partidos”, afirmou.

Retorno natural – Peça importante na gestão João Campos, Marília Dantas, que ingressou no MDB por orientação do chefe para ser uma das alternativas como vice, reassume, hoje, a Secretaria de Infraestrutura, onde tem uma super agenda de trabalho. Entre as grandes obras que estão na sua alçada, o parque do antigo aeroporto do Pina, que vai se transformar na maior área de lazer da capital, com previsão de inauguração para o final do ano.

Banho de sangue – O presidente Lula (PT) ficou assustado com as declarações do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, que afirmou que uma vitória da oposição nas eleições venezuelanas do próximo domingo resultaria em um banho de sangue. “Fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto, não de sangue”, reagiu, ontem, ao conversar com jornalistas de agências de notícias internacionais.

CURTAS

GUERRA – Nas últimas semanas, Maduro e aliados afirmaram que a oposição não vai aceitar o resultado eleitoral e realizará manifestações violentas após a possível vitória do candidato da situação. “O destino da Venezuela depende da nossa vitória”, afirmou Maduro num comício este mês. “Se quisermos evitar um banho de sangue ou uma guerra civil desencadeada pelos fascistas, então devemos garantir a maior vitória eleitoral de sempre.”

FARSA – Maduro governa a Venezuela desde 2013, assumindo o poder após a morte do antecessor e mentor Hugo Chávez. O ditador de 61 anos venceu eleições que os seus adversários consideraram não livres e justas. A sua reeleição em 2018 foi amplamente considerada uma farsa, uma vez que os principais partidos e candidatos da oposição foram proibidos de participar.

VOLTA A PE – O ex-presidente Bolsonaro volta a Pernambuco e em agenda de campanha visitará vários municípios, segundo anunciou, ontem, o pré-candidato do PL a prefeito do Recife, Gilson Machado. Além da capital, passa em seis municípios entre Agreste, Sertão e Zona da Mata.

Perguntar não ofende: Lula abandonou o velho e histórico aliado Maduro, presidente da Venezuela?

Uma nova era

Ao anunciar hoje, oficialmente, Victor Marques (PCdoB), seu ex-chefe de gabinete como vice na sua chapa à reeleição, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), abre um paradigma e instala uma nova era na política estadual, pontuada pelo traço da juventude e da ousadia. Vira a página, consequentemente, de um Estado de lideranças históricas, mas que se firmaram no plano nacional já com cabelos brancos.

João e Victor são de uma mesma geração, têm a mesma idade. Se reeleito, João parte para disputar o Governo do Estado, em 2026, com apenas 32 anos, 13 anos mais jovem do que a governadora Raquel Lyra (PSDB), a primeira a romper um ciclo num Estado em que se assistiu, por muito tempo, velhas caras se revezarem no poder, entre os quais Miguel Arraes, Jarbas Vasconcelos, Roberto Magalhães, Eduardo Campos e Joaquim Francisco.

Todas essas figuras ilustraram Pernambuco no plano nacional, deram, ao seu modo e num estilo próprio, uma grande contribuição ao desenvolvimento do Estado. Mas os tempos mudam, o calendário da vida política também. Uma pesquisa mais recente do Datafolha aponta que o segmento eleitoral mais identificado com o estilo João Campos é o que está na faixa dos 16 a 24 anos, principalmente os que irão votar pela primeira vez.

Com a “nevada” em seu cabelo, para brincar o Carnaval, o prefeito trouxe para mais perto dele esse eleitorado, que representa um elevado estamento do futuro, do olhar para a frente, a janela, igualmente, da renovação na gestão. Isso não significa que políticos veteranos ainda em atuação estejam a caminho de vestir o pijama, mas é quase um fadário.

A Prefeitura do Recife, com João no comando, já serviu, aliás, como uma espécie de laboratório para os chamados gestores do futuro, a exemplo de Victor Marques, um dos principais responsáveis pelas políticas públicas e a estratégia de gestão, e Marília Dantas, a super secretária de Infraestrutura que esteve à frente da execução das principais obras do socialista.

Caras novas – A nova era não se circunscreve apenas a Raquel e João, mais para João do que Raquel, por ser ele bem mais jovem. Neste universo, estão inseridos também o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, que fez uma bela campanha para o Governo do Estado na eleição passada; Silvio Costa Filho, ministro dos Portos, já cotado para o Senado em 2026, e Lula da Fonte, o deputado federal mais jovem do País.

Braço direito de João – Victor Marques, que será anunciado hoje como vice de João Campos, tem uma convivência histórica com o prefeito. Juntos, estudaram Engenharia. Quando João assumiu a chefia de gabinete do ex-governador Paulo Câmara, Victor atuou como assessor e na Câmara dos Deputados foi chefe de gabinete dele, mesma função exercida na Prefeitura. “Victor foi o responsável por tudo o que eu pude andar, que eu pude fazer, que eu pude trabalhar, que eu possa ter a tranquilidade de estar na rua trabalhando e saber que contava com o tempo sendo coordenado e tocado por ele para tocar coisas estratégicas”, disse João, ao discursar na inauguração do Parque da Tamarineira.

PT e PL brigam em 9 capitais – O PT planeja lançar candidatos em 14 capitais, enquanto o PL deve lançar em 15. As duas siglas, no entanto, devem ter confrontos diretos em apenas nove das 26 capitais estaduais. Diferentemente de outras eleições, o PT decidiu priorizar alianças em vez de lançar candidaturas neste pleito. Para conter o avanço do bolsonarismo nas prefeituras e visando construir alianças para as eleições de 2026, o PT abriu mão de lançar candidatos em cidades importantes, incluindo São Paulo, onde apoia o pré-candidato do PSOL, Guilherme Boulos.

Prévia de 2026 – Já o PL entra na disputa com a meta ambiciosa de eleger 1,5 mil prefeitos. Na última eleição, em 2020, a sigla elegeu 348. O partido aposta no lançamento de candidaturas no maior número possível de cidades, com foco nas eleições de 2026. O cálculo político é que, mesmo se o candidato do PL não for eleito, ele ganhará visibilidade e poderá garantir uma vaga na Câmara ou no Senado no próximo ciclo eleitoral. A disputa deste ano é vista tanto por petistas quanto por bolsonaristas como um prelúdio para as eleições de 2026, quando os grupos buscarão fortalecer sua representação no Congresso e disputar a Presidência da República.

Vice, só Marta em SP – Nos grandes centros urbanos, o PT não disputa apenas no Recife, mas também em São Paulo e Rio de Janeiro. Nessas capitais, o partido optou por não lançar candidatos próprios, apoiando em vez disso postulantes de outros partidos com maiores chances de vencer representantes do bolsonarismo. Na capital fluminense, o PT apoia o prefeito Eduardo Paes (PSD) e no Recife João Campos (PSB), mesmo sem garantir a vice nas respectivas chapas. Na capital paulista, por outro lado, a legenda conseguiu emplacar Marta Suplicy (PT) na vice de Boulos.

CURTAS

META – Coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT, o senador Humberto Costa diz que o partido busca obter um resultado melhor do que o de 2022, quando elegeu 183 prefeitos. Em 2016, o PT conquistou 254 prefeituras, e em 2012, 638. Reverter essa tendência é um dos objetivos deste ano. “Não estabelecemos uma meta numérica. Definir uma meta específica pode ser politicamente desfavorável”, explicou.

O FOCO – Segundo Humberto, o PT vai focar nas cidades com mais de 100 mil eleitores. “Há 215 cidades com esse perfil, representando 48% do eleitorado do País, e teremos 126 candidatos nessas cidades”, disse. Ele acrescentou que a sigla fará um “investimento diferenciado nos vereadores”, buscando aumentar a bancada da Câmara em 2026.

OLHO NO SENADO – A estratégia do PL é avançar com seu projeto de fortalecer sua presença no Senado. O partido visa obter a maioria para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) e buscar emendas à Constituição, como possíveis mudanças na duração dos mandatos dos ministros do STF ou uma anistia para os presos do 8 de Janeiro. Para alcançar esses objetivos, o PL aposta em candidatos bolsonaristas que, mesmo se perderem na disputa municipal deste ano, poderão eventualmente vencer a eleição para o Senado daqui a dois anos.

Perguntar não ofende: Quem será o coordenador-geral da campanha de João?

João virou ventríloquo de Raquel

Prefeito do Recife e candidato à reeleição pelo PSB, o engenheiro João Campos revelou maturidade política ao conduzir o processo da escolha do seu candidato a vice sem provocar reações no seu campo partidário capazes de gerar sequelas. No PT nacional, foi elogiado pelo presidente Lula e Gleisi Hoffmann, a chefona da legenda no plano nacional.

Na província, a única voz destoante foi a de João Paulo. Na condição de parlamentar integrante da bancada petista na Assembleia Legislativa, mas ainda sem superar a dor de cotovelo por não mais ter conseguido voltar a gerir a Prefeitura do Recife, sendo hoje considerado um político em fim de carreira, João Paulo recorreu ao deboche pelas redes sociais, informando que só lhe restava uma boa risada com a escolha de Victor Marques, ex-chefe de gabinete de João, como vice.

Foi mais além. Numa entrevista à Rádio JC, disse que o PT ficou numa condição “humilhante” ao tentar e não conseguir indicar o vice de João. “Eu já colocava que foi uma posição humilhante para o PT, para a importância política que o PT tem, com a presidência da República e dois senadores pernambucanos”, disse João.

E acrescentou: “Acho que o PT errou na dosagem, porque vice não se dá fazendo prévias. Vice é fruto de uma correlação de forças políticas. E acho que isso está faltando, faltando a real compreensão da força que nós temos”.

Se tudo isso João Paulo tivesse dito com o respaldo e autoridade de quem fala em nome do PT, o tiro teria sido certeiro. Ele tem lá suas razões. Mas o deputado é, hoje, considerado um ventríloquo da governadora Raquel Lyra (PSDB). Na linguagem política, ventríloquo é um boneco, fantoche, que fala dando a impressão de que a sua voz vem de outra fonte.

Sendo assim, João Paulo perdeu credibilidade, não fala mais em nome do PT. Aliás, ele era um petista histórico, abandonou a legenda quando Lula foi preso, se refugiou por um certo tempo no PCdoB, mas depois voltou como uma Maria arrependida. Razão de sobra tinha o pensador Cícero Braz quando disse: “Políticos têm muitos, mas homens de moral e caráter são poucos”.

ANÚNCIO DEVE SER NUM HOTEL – João Campos não decidiu ainda o local do anúncio oficial de Victor Marques como seu candidato a vice, marcado para a próxima segunda-feira. A tendência é que seja num hotel da zona sul do Recife, com a presença da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, que participaram da reunião, quinta-feira passada em Brasília com o presidente Lula, na qual foi batido o martelo com o representante do PCdoB na vice.

As razões de Yves – Numa conversa, ontem, com o jornalista Ricardo Dantas Barreto, o prefeito de Paulista, Yves Ribeiro (PT), abriu o coração e revelou os verdadeiros motivos por ter desistido da reeleição. “Estou no sétimo mandato de prefeito e Paulista é uma cidade grande com orçamento apertado. A população cresceu em 42 mil habitantes e a receita caiu. A queda do orçamento tem me feito sofrer e afetou a minha saúde. Em um ano, fui internado quatro vezes. E ficaria complicado passar mais quatro anos. Conversei com a família e chegamos à decisão de não ir para a reeleição. Mas, da política, não vou sair nunca. Tenho 47 anos na política. Fui vereador com 24 anos em Igarassu, prefeito de Itapissuma, Igarassu e Paulista. Vou estar sempre ajudando, fazendo palestras”.

EFEITOS DO APAGÃO – O apagão cibernético no mundo, ontem, teve impactos diferentes no Brasil. Interrupções em atividades do sistema financeiro, problemas no atendimento a clientes de hospitais, companhias de energia elétrica e transtornos em check-in em aeroportos estão entre as consequências locais do apagão global em sistemas de computadores. O Ministério de Portos e Aeroportos informou que houve problemas nos sistemas de check-in de algumas companhias aéreas, que provocaram “alguns atrasos pontuais em voos, mas sem impactos na operação de pousos e decolagens até o momento no Brasil”, mas o apagão não afetou o controle de tráfego aéreo do País.

ESCAPOU A Polícia Civil do Estado de São Paulo concluiu a investigação contra o filho caçula do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Luís Cláudio, acusado pela médica Natália Schincariol, ex-namorada dele, de violência doméstica. O inquérito finalizado na última segunda-feira aponta que não há indícios contundentes que corroborem a alegação da médica. Sem provas suficientes para embasar a suspeita, Luís Cláudio não foi indiciado pela Polícia Civil, ou seja, nenhum crime foi atribuído a ele.

Chico Siqueira federal? – Diante de tudo que está acontecendo em Araripina, onde o prefeito Raimundo Pimentel perdeu o controle do PDT e foi obrigado a abrigar uma aliada no Podemos para disputar sua sucessão dentro do grupo que está no poder, o que se ouve por lá é que o prefeito de Ipubi, Chico Siqueira (PSB), empresário bem-sucedido no setor gesseiro, tende a ganhar asas e, quem sabe, alçar a um voto mais alto nas próximas eleições como representante do Araripe na Alepe ou na Câmara dos Deputados.

CURTAS

SUCESSOR – Já no seu segundo mandato em Ipubi, Chico Siqueira lançou seu sobrinho João Marcos Siqueira como candidato a prefeito do seu grupo. O que se diz por lá é que não terá dificuldades em emplacar o sucessor.

DE VOLTA – Ex-vice-prefeito de Arcoverde, cargo que renunciou depois de romper com o prefeito Wellington Maciel (MDB), o delegado Israel Rubis passou uma temporada em Afogados da Ingazeira como chefe, mas está de volta à terra do Cardeal: no próximo mês, assume a Delegacia de Homicídios do município.

A POLÍTICA É UMA GANGORRA – Em Arcoverde, grande parte dos aliados do prefeito Wellington Maciel, que desistiu da reeleição, está aderindo à candidatura de Zeca Cavalcante, do Podemos. O que se diz por lá é que o próximo a reforçar o palanque de Zeca será o próprio Wellington, antes inimigo figadal.

Perguntar não ofende: O que dirá na campanha Madalena Britto, vendo o prefeito Wellington Maciel no palanque de Zeca? 

Uma guerra civil no Brasil

Saiu, ontem, o segundo Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O Brasil teve, em 2023, queda pelo terceiro ano seguido no número de homicídios. O País chegou ao menor patamar desde que a série histórica começou, em 2011, além de ser a primeira vez nesse período em que foram contabilizados menos de 47 mil óbitos.

Foram 46.328 homicídios no ano passado no Brasil, taxa de 22,8 casos para cada 100 mil habitantes. Isso equivale a uma queda de 3,4% ante o indicador do mesmo período de 2022. Mesmo com a tímida queda, o Brasil continua a viver uma guerra civil. Por hora, a média é de cinco assassinatos no Brasil. O número ainda é considerado mais alto não só do que a média mundial, mas em relação a outros países da América Latina.

Em meio a esse cenário, especialistas reforçam a necessidade de medidas focadas em rotas do narcotráfico – que reúnem algumas das cidades mais violentas – e em excessos cometidos pela polícia. “O Brasil ainda continua respondendo por 10% de todos os homicídios do planeta e, em números absolutos, é o país que mais mata”, disse Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum, em entrevista ao Estadão.

Diante disso, segundo ele, há um caminho bem mais longo a ser percorrido que o de outros países. Os Estados que reúnem as maiores taxas são Amapá (69,9) e Bahia (46,5), onde, segundo especialistas, a atuação mais violenta da polícia se soma à forte presença do crime organizado para consolidar novas rotas do tráfico – Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) são as principais facções do País.

SÃO PAULO, O MENOR – Os menores índices de homicídios em 2023 foram os de São Paulo (7,8) e Santa Catarina (8,9). O maior recuo em números percentuais foi em Rondônia (-14,2%), ainda que o Estado siga com taxa elevada (29,2%). Ocorreu piora em seis Estados: Alagoas, Minas Gerais, Mato Grosso, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Amapá, com destaque para os dois últimos. Ainda assim, diferentemente do balanço do ano passado, agora houve queda nos indicadores em todas as regiões.

Quatro vezes maior que a taxa mundial – Os casos descritos como homicídios correspondem à contabilização de mortes violentas intencionais (MVI), criado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Considerado o principal indicador para aferir os níveis de violência do Brasil, ele agrega casos de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais. A taxa de mortes violentas intencionais no País, mesmo com as quedas recentes, é quase quatro vezes maior do que a taxa mundial de homicídios – de 5,8 para cada 100 mil habitantes, segundo dados reunidos pelas Nações Unidas (ONU).

UM ALENTO – “A boa notícia é que na maior parte dos países as mortes vêm caindo, e entre as grandes causas, há um componente demográfico importante, já que a população está envelhecendo”, afirma Lima. Historicamente, camadas mais jovens concentram a maior parcela de mortes violentas, sobretudo na população negra. “O Brasil está conseguindo ter redução maior do que a média da região. Isso é notícia boa, mas insuficiente, porque nossa taxa de mortes violentas, de 22,8, é 18,8% maior do que a média regional”, afirma.

REAÇÃO DO GOVERNO – Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que “trabalha pela articulação da rede de DHPPs (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), para aumentar a capacidade de investigação de homicídios pelas unidades especializadas, com vistas ao aumento da taxa de esclarecimento dos crimes em âmbito nacional”. Ainda de acordo com a pasta, a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) tem reforçado parcerias com os Estados e o Distrito Federal em ações de inteligência e atuado de forma integrada com as polícias Civil, Militar, Federal, Rodoviária Federal e Científica, e em conjunto com os Ministérios Públicos estaduais e Federal no combate ao crime organizado.

Pernambuco, terceiro mais violento – No mesmo levantamento, Pernambuco aparece como o terceiro Estado mais violento do País, abaixo apenas da Bahia e do Amapá. Em 2023, primeiro ano da gestão Raquel Lyra (PSDB), foram 3.638 mortes violentas em 2023. Na contramão da tendência nacional, o Estado teve 211 assassinatos a mais do que em 2022, último ano de Paulo Câmara. A taxa é de 40,6 para cada 100 mil habitantes.

CURTAS

SEM ESTRESSE – O desfecho do acordo de João Campos com Lula na composição da chapa com Victor Marques (PCdoB) se deu sem traumas. Em nenhum momento, o petista criou qualquer constrangimento para João deixar de ter a sua liberdade na escolha do companheiro de chapa.

ENCONTRO – Tão logo Lula e João bateram o martelo do fechamento da chapa, os presidentes nacionais do PT e PSB, Gleisi Hoffmann e Carlos Siqueira, respectivamente, tiveram uma longa conversa para discutir o pós-entendimento. E também detalhes do anúncio de Victor na segunda-feira.  

IRMÃO CANDIDATO – A família de Victor Marques tem ramificações políticas no Interior. Um irmão dele vai disputar a Prefeitura de São José do Belmonte, no Alto Sertão, com amplas chances de ser eleito.

Perguntar não ofende: Como se dará a reação do PT após o anúncio de Victor na segunda-feira?

Férias vapt-vupt dos congressistas  

A partir de hoje, deputados e senadores devem começar a esvaziar os corredores do Congresso Nacional, em Brasília, para aproveitar um “recesso informal” até o próximo dia 5. Largam o trabalho deixando paralisadas as votações de projetos importantes, como a regulamentação da reforma tributária.

Outras demandas políticas, no entanto, devem continuar trabalhando intensamente: é o caso das campanhas municipais e da “pré-campanha” pelas presidências da Câmara e do Senado. Pela Constituição, os parlamentares têm direito a dois recessos formais ao longo do ano, entre 23 de dezembro e 1º de fevereiro e entre 18 e 31 de julho, condicionado à aprovação conjunta do Congresso do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) — que orienta o Orçamento do ano seguinte.

Com frequência, nos últimos anos, o Congresso tem desrespeitado o pré-requisito para o recesso do meio do ano. Por isso, neste ano, será um recesso informal: nenhuma sessão é convocada, ninguém comparece, e tudo volta ao normal no começo de agosto. Desde 1989, o Congresso deixou de aprovar a LDO no prazo estabelecido pela Constituição em dez ocasiões.

Esta será a 11ª vez. Lideranças do Planalto já avaliam que, com otimismo, o texto somente deverá ser votado em setembro. Sem a aprovação das diretrizes do Orçamento do ano que vem, os parlamentares não poderão contar com uma das vantagens do recesso oficial: a suspensão dos prazos regimentais. Ou seja: o cronômetro das medidas provisórias e das urgências constitucionais enviadas pelo presidente Lula seguirá rodando.

REFORMA PREJUDICADA – Isso afetará, entre outros temas, a regulamentação da reforma tributária. O assunto ainda está sob urgência constitucional, que prevê um prazo para que as Casas votem um projeto sob pena de trancar a pauta. Segundo lideranças da Câmara, a Casa foi a primeira a se despedir dos trabalhos. Por acordo, já não houve sessões desde a última segunda-feira e haverá um calendário pré-definido de sessões entre agosto e setembro a fim de conciliar os trabalhos e os compromissos de deputados nas eleições municipais.

Regras para IA só em agosto Diversos outros assuntos pendentes e elencados pelos presidentes das duas Casas — deputado Arthur Lira (PP-AL) e senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) — como prioritários para este ano devem ficar somente para depois de agosto. Estão nessa lista, por exemplo, a segunda parte da regulamentação da reforma tributária e o projeto que cria regras para a inteligência artificial no Brasil.

Calendário especial – A retomada dos trabalhos no Congresso deve ocorrer somente a partir da segunda semana de agosto — em meio ao início da campanha eleitoral, marcado para o dia 16. Com pressão dos parlamentares para que os trabalhos legislativos não atrapalhem os compromissos de campanha, Câmara e Senado já definiram um calendário prévio de sessões. Do lado dos deputados, em reunião na última semana, os líderes definiram que, entre agosto e setembro, somente haverá votações entre 12 e 14 de agosto, entre 26 e 28 de agosto e entre 9 e 11 de setembro.

Alcolumbre de volta – Além dos compromissos nas eleições municipais, também a partir de agosto, as atenções dos congressistas passarão a estar voltadas à disputa pelas sucessões de Lira e Pacheco nos comandos da Câmara e do Senado. Arthur Lira e Rodrigo Pacheco vão se despedir dos cargos no início de 2025, com a eleição de novos presidentes para as duas Casas. Os senadores enfrentam um cenário mais pacificado. Ex-presidente da Casa, fiador da eleição de Pacheco à presidência e atual comandante da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o senador Davi Alcolumbre (União-AP) é quase uma unanimidade entre os colegas.

Indefinição na Câmara – Se de um lado há calmaria, do outro as articulações estão apenas começando. A Câmara reúne cinco principais pré-candidatos à cadeira de Lira e deverá assistir à consolidação de candidaturas ao longo de agosto. A principal expectativa está em torno do anúncio do atual presidente da Casa sobre a escolha do seu candidato à sucessão. Lideranças avaliam que o espólio de Arthur Lira pode auxiliar e impactar significativamente no resultado da disputa. Bem relacionado com todas as siglas e deputados de alto e baixo escalão, Lira se reelegeu com a maior votação da história da Casa (464 votos).

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DOIS NOMES – Aliados de Lira sempre apontaram que há, por parte do deputado alagoano, uma predileção a Elmar Nascimento (União-BA). Nos últimos meses, porém, afirmam que o atual presidente deu sinalizações de que ainda não há decisão fechada — o que pode beneficiar um dos outros dois nomes que lideram as menções entre deputados: Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Antonio Brito (PSD-BA).

DÍVIDAS – Em agosto, os líderes fecharam indicativo de que poderá ser analisada a proposta que cria um novo programa de financiamento da dívida dos estados com a União. Apresentado por Pacheco, o texto ficará para as sessões pré-definidas do próximo mês. A relatoria será de Davi Alcolumbre.

MUNICÍPIOS – Segundo o líder do PL, senador Carlos Portinho (RJ), em agosto também deverá ser votada a Proposta de Emenda à Constituição que pode aliviar as contas das prefeituras. O texto é relatado por Portinho, que ainda negocia mudanças junto ao Ministério da Fazenda.

Perguntar não ofende: Com o esquentar da campanha a partir de agosto, o Congresso vai ficar às moscas?

Pimentel, a nova vítima de Raquel  

Ao tentar se manter no poder em Araripina, a capital do Araripe, a 682 km do Recife, depois de oito anos como prefeito, na tentativa de dar as regras do jogo eleitoral nas eleições de outubro, Raimundo Pimentel, hoje sem partido, depois de abandonar o União Brasil e se filiar ao PDT, só sentiu o baque, ontem, ao perceber que entrou numa grande fria apostando na governadora Raquel Lyra (PSDB) como fiel depositária dos seus interesses.

Raquel deixou o aliado Pimentel sem lenço e sem documento, como diz a canção de Caetano Veloso. Numa entrevista recente em Araripina, o prefeito disse que as questões relacionadas ao PDT, rachado literalmente ao meio em seu município, não eram da alçada dele. “Isso é um problema da governadora, não é meu”, disse Pimentel. O desabafo se deu quando o vice-prefeito Evilásio Mateus, descartado por Pimentel, abriu uma dissidência no PDT e criou as condições para um bate-chapa na convenção com a então candidata oficial, a ex-secretária de Educação, Ana Paula Ramos.

Naquele momento, Pimentel tinha certeza de que ganharia a convenção porque a governadora havia dito a ele que tinha pleno controle do PDT. Tudo mentira! Tudo história de trancoso. Pimentel só caiu na real ontem, quando tomou conhecimento de que o seu algoz Evilásio Mateus havia dado a volta por cima e conseguido mudar as regras do jogo da convenção do PDT, via a executiva nacional.

Ao acusar o golpe, o prefeito riscou Ana Paulo Ramos do seu caderno e anunciou como candidata do seu grupo a vereadora Camila Modesto, filiada ao Podemos. Em português claro, Pimentel virou, na prática, a mais nova vítima da governadora Raquel Lyra. Achou que por ela ser a chefe do Estado, a superpoderosa, o PDT não escaparia das suas mãos. Deu-se mal e teve que pedir arrego ao ex-deputado Ricardo Teobaldo, presidente estadual licenciado do Podemos, mas que continua com o poder nas mãos, a palavra final com relação ao controle do partido em todos os municípios.

Embora seja um gestor bem aprovado e casado com uma deputada estadual, Pimentel sai deste episódio como um anão, perdendo a batalha para o seu vice, porque confiou numa governadora sem liderança. Existe uma deformação lastimável na consciência política dos líderes em geral: adoram ser enganados.

Pimentel foi mais um!

INDEPENDÊNCIA NA ALEPE – Depois do grande desapontamento com a governadora Raquel Lyra, o que se comenta em Araripina é que a deputada Socorro Pimentel (UB), esposa do prefeito, passará a ter uma postura de independência na Assembleia Legislativa. Seria uma forma de dar o troco à tucana por tudo que aconteceu em seu município, onde não teve força nem disposição para deixar o PDT nas mãos de Pimentel. A Pimentel, Raquel garantiu que tinha o aval do presidente nacional, Carlos Lupi, a quem entregou de mãos beijadas uma secretaria em sua gestão.

Evilásio x Roberta – Se Camila Modesto, a pré-candidata de Raimundo Pimentel em Araripina filiada ao Podemos, não decolar, a eleição para prefeito no município tende a ser polarizada entre o pré-candidato do PDT, Evilásio Mateus, preterido pelo prefeito, e a pré-candidata do PP, deputada Roberta Arraes, esposa do ex-prefeito Alexandre Arraes. Se isso ocorrer de fato, seria a primeira vez que um prefeito com o domínio absoluto da máquina estaria fora do jogo em Araripina.

Acusou o golpe – Ao acusar o golpe pela perda do controle do PDT em Araripina para o seu vice Evilásio Mateus, o prefeito Raimundo Pimentel, soltando labaredas pelas ventas, foi às redes sociais e acusou o golpe afirmando: “O golpe que foi ardilosamente e covardemente tramado foi consumado, mas a história e a vida não perdoam os traidores e os canalhas. O povo de Araripina jamais permitirá que nossa cidade caia de novo nas mãos sujas dos corruptos e vendilhões! A resposta virá nas urnas e, com certeza, os nossos oito anos de trabalho digno em benefício do nosso povo serão honrados”.

Fora da chapa – Vereador por três mandatos e principal nome do PSB em Camaragibe, Paulo Andre (PSB) não aceitou ser o vice na chapa do pré-candidato a prefeito do município pelo Republicanos, Diego Cabral. “Não há chance alguma para que eu seja vice em qualquer chapa. Meu compromisso segue sendo com a população. Vou continuar trabalhando arduamente para representar cada um dos cidadãos de Camaragibe. Meu compromisso com a cidade e com nosso povo é inabalável”, afirmou, ao se pronunciar sobre as especulações que apontavam como certo na chapa de Cabral.

Anderson, o vice de Rodrigo – Em Caruaru, o desfecho do fechamento da chapa do prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB) está por um triz. Como no Recife, onde João Campos deve anunciar uma pessoa bem próxima e da sua confiança, na capital do Agreste, Pinheiro vai no mesmo rumo, porque estaria com projeto de disputar um mandato de deputado federal nas eleições de 2026. O nome mais cotado é o do assessor especial Anderson Luiz.

CURTAS

EM GREVE – Os servidores do INSS entraram em greve, ontem, por tempo indeterminado. Entre as reivindicações da categoria, a recomposição de perdas salariais, valorização profissional e melhores condições de trabalho. A paralisação foi aprovada em plenária convocada pela Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps).

SEBÁ BANCOU– Conforme a prefeita e candidata à reeleição em Serra Talhada, Márcia Conrado, já tinha adiantado, o seu vice Faeca Melo, do Avante, foi uma indicação do presidente estadual da legenda, ex-deputado federal Sebastião Oliveira, mais conhecido por Sebá.

CANDIDATO – O ex-presidente da Câmara de Vereadores de Olinda, André Avelar, confirmou que teve, ontem, uma longa conversa com o pré-candidato do PRTB a prefeito de Olinda, Antônio Campos, mas em nenhum momento bateu o martelo de que seria o vice dele. “Sou candidato a prefeito pelo PMN”, garantiu.

Perguntar não ofende: Os deputados votam de imediato os projetos da convocação extraordinária ou só em agosto?

Aval da Alepe e cobrança dos gastos  

Sem estresse, a governadora Raquel Lyra (PSDB) assistiu, ontem, a Assembleia Legislativa aprovar, por 28 votos, quando eram necessários apenas 25, o período de convocação extraordinária para apreciação e votação de sete projetos em caráter emergencial. Tudo porque, por falta de diálogo, não entrou na pauta do primeiro semestre.

Os parlamentares atenderam ao chamado do presidente Álvaro Porto (PSDB) e dos líderes das bancadas. Apesar da convocação no período de recesso parlamentar, há uma expectativa de que todos os projetos sejam aprovados somente em agosto porque não haverá urgência.

Dentre os projetos, dois pedem autorização da Alepe para a contratação de operações de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com o Banco Internacional para Reconstrução do Desenvolvimento (BID), de R$ 652 milhões e US$ 275 milhões, respectivamente.

Segundo o Governo, são destinados a obras de infraestrutura, execução do Sertão Vivo e reestruturação do serviço da dívida com taxas de juros mais benéficas aos cofres estaduais. O projeto Sertão Vivo, por exemplo, já foi aprovado pelo BNDES e aguarda a votação do projeto para sua implantação, que vai garantir a instalação de sistemas de produção resilientes ao clima.

A oposição avisou que pretende ter acesso a todas as informações, principalmente, a respeito das propostas referentes a empréstimos. Outra polêmica se dá em relação à adesão de Pernambuco ao Plano de Equilíbrio Fiscal (PEF). Servidores estaduais avaliam que há risco de perdas de direitos, mas o Governo assegura que isso não acontecerá.

Para o deputado Waldemar Borges, da bancada do PSB, para o Governo convencer a aprovar um novo empréstimo, tem que demonstrar que tem plena e eficaz autonomia de gasto, porque, dos empréstimos anteriores, já na gestão de Raquel, pouco mais de R$ 3 bilhões, apenas 1 bilhão foi investido, faltando, portanto, mais de R$ 2 bilhões. “Onde está esse dinheiro e como se dará o seu uso?”, questiona.

DE ÚLTIMA HORA – Lá atrás, dos sete projetos enviados pela governadora, cinco chegaram à Assembleia Legislativa nas vésperas do recesso e a tramitação foi suspensa na primeira reunião da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ) porque a oposição estava em maioria. Com as alterações feitas na bancada do PL, a ala do Governo voltou a ter mais deputados no colegiado. Outros dois projetos foram enviados junto com a solicitação da convocação extraordinária.

União intervém em Araripina – A direção nacional do União Brasil interveio no diretório municipal de Araripina e deu poderes para o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, na condição de interventor. Com isso, cai por terra o poder que o prefeito Raimundo Pimentel tinha no controle da legenda em Araripina, a qual estava filiado e se afastou. O UB passa, também, a apoiar a pré-candidatura do vice-prefeito Evilásio Mateus. Filiado ao PDT, Evilásio vai bater chapa na convenção com a pré-candidata Ana Paula Ramos, nome apoiado por Pimentel.

De onde partiu – A direção nacional do União Brasil atendeu a um pedido do deputado federal Fernando Bezerra Filho, que usou como pretexto a desfiliação do prefeito Raimundo Pimentel e seu ingresso imediato no PDT. “O partido agora está livre para apoiar e se coligar com quem quiser em Araripina”, disse o parlamentar, confirmando em seguida que seu irmão, o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, aceitou de imediato cumprir o papel de interventor.

Secretários detalham projetos – Convocados pela oposição, três secretários do Governo Raquel Lyra participam, amanhã, de uma audiência pública na Assembleia Legislativa para explicar os pontos obscuros dos sete projetos enviados para discussão e votação no período de convocação extraordinária. Estarão por lá Fabrício Marques, do Planejamento, Wilson de Paula, da Fazenda, e Ana Maraíza, da Administração.

Aval para eleger sucessor – O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse, ontem, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lhe deu o “direito” de fazer ou tentar fazer o seu sucessor no comando da Casa. A troca de presidente será em fevereiro de 2025. “Minha conversa com o presidente Lula sempre foi muito clara. Em todas as conversas, ele disse que eu teria o direito de fazer ou tentar fazer o sucessor como ele quer fazer dele quando deixar a Presidência. Então, esse é um direito de quem está, de quem conduz”, disse Lira, em entrevista à CNN Brasil.

CURTAS

EMENDAS 1 – O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse, ontem, que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pagou R$ 30 bilhões em emendas parlamentares antes do recesso legislativo. Segundo ele, foram R$ 34 bilhões empenhados e R$ 30 bilhões pagos.

EMENDAS 2“O governo conseguiu empenhar mais de R$ 34 bilhões. Pagou cerca de R$ 30 bilhões. É o recorde de empenho e pagamento de emendas parlamentares no prazo de até 5 de julho, superando em quase R$ 10 bilhões o calendário inicial que havia sido acordado com o Congresso Nacional”, disse Padilha.

ARACAJU – Das dez capitais brasileiras com melhor qualidade de vida, só uma do Nordeste aparece na lista: Aracaju. Ela se destacou num levantamento nacional divulgado pelo jornal O Estado de São Paulo. É a capital também do menor Estado nordestino em área territorial.

Perguntar não ofende: Com mais um pedido de empréstimo, a governadora vai estrangular o limite permitido por lei?