Coluna da quinta-feira

Álvaro Porto consolida oposição à Raquel Lyra em fiscalização presencial a hospital

Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Álvaro Porto (PSDB), radicalizou a oposição à governadora do Estado, Raquel Lyra (PSD). Na política, nada é definitivo. Não existe “para sempre”. Mas Porto tem demonstrado que esse é um caminho sem volta, pelo menos por enquanto. Em dois dias desta semana, o presidente fez duras críticas à gestora em áreas nevrálgicas do governo: segurança pública e saúde.

Após subir à tribuna da Alepe e classificar a gestão como ineficiente no combate à violência, em um discurso duríssimo no qual Porto afirmou que o governo mascara os números da segurança, o parlamentar, ontem (14), esteve pessoalmente no Hospital da Polícia Militar de Pernambuco para inspecionar o local. A unidade, há meses, vem sendo alvo de denúncias, inclusive neste blog.

O hospital é oficialmente denominado Centro Médico Hospitalar da PMPE (CMH) e fica no bairro do Derby, na área central do Recife. O propósito é atender aos integrantes da polícia e do Corpo de Bombeiros Militar, além de seus familiares. Mas quem precisa de assistência sofre com inúmeros problemas estruturais. Houve reclamações — pasmem — sobre a falta de medicamentos para pacientes com câncer.

Existe um simbolismo forte no gesto de Álvaro Porto. A visita em si de um deputado a uma unidade hospitalar para checagem de denúncias não é propriamente uma novidade. O diferente nesse caso é o peso do cargo de Álvaro. Um presidente de Poder Legislativo visitar presencialmente um hospital para vistoriar o local tem peso maior, porque se trata justamente do líder daquele poder — ainda mais sendo Álvaro um nome referendado na Casa entre os pares.

Os discursos enfáticos na tribuna da Alepe já sinalizavam para o endurecimento da oposição de Álvaro, mas, até então, eram feitos de dentro da Casa. A atitude do presidente de sair das dependências da Assembleia para praticar a oposição pode ser interpretada como a consolidação do posicionamento contrário à gestão Raquel Lyra.

É como se o presidente da Alepe tivesse vestido publicamente — e de forma definitiva — a capa de fiscal do governo, agora presencialmente. Além disso, foi dado o recado: essa não será a única vistoria. “Vamos fazer novas visitas em outras unidades de saúde. Ainda há muitos problemas e vamos cobrar providências ao Governo”, declarou Porto.

Comissão de Saúde vai cobrar providências – O presidente da Alepe informou que a Comissão de Saúde da Casa será responsável por sistematizar as informações obtidas na visita ao Hospital da PMPE e enviar um relatório ao Palácio do Campo das Princesas, cobrando providências da governadora Raquel Lyra. Álvaro esteve acompanhado de outros oposicionistas, como os deputados estaduais Coronel Alberto Feitosa (PL), Joel da Harpa (PL), Cayo Albino (PSB), Júnior Matuto (PSB) e do deputado federal Coronel Meira (PL).

Ministro Wellington Dias em PE O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, cumprirá agenda oficial em Pernambuco nesta sexta-feira (16). O ponto central da visita será a solenidade de assinatura de convênios entre o Governo Federal (MDS) e entidades cristãs pernambucanas, que ocorrerá às 14h, no Salão das Bandeiras do Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo do Estado.

Quem vazou a fala de Janja? O mundo político nacional espera com ansiedade o nome da pessoa que vazou a conversa que Lula (PT) e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, tiveram com o dirigente da China, Xi Jinping, e que teria causado um mal-estar na comitiva que viajou com o presidente para o país asiático. De acordo com relatos feitos à Folha de S.Paulo, a suspeita compartilhada por diversos integrantes da comitiva acabou afunilando no nome do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que não tem boa relação com Janja.

Em Pernambuco, a pauta é o MDB – Já o mundo político em Pernambuco acompanha com atenção o que acontecerá na disputa pela Executiva Estadual do MDB. A sigla realiza eleição na próxima semana, mas os bastidores estão pegando fogo há meses, por causa da crise familiar que o pleito provocou. O filho do ex-senador Jarbas Vasconcelos, o deputado estadual Jarbinhas, enfrenta a própria irmã, a advogada Adriana Vasconcelos, que é a vice na chapa de Raul Henry.

Renato começa andanças O deputado estadual Renato Antunes (PL), presidente da Comissão de Educação e Cultura da Alepe, cumpre, desde ontem, uma série de agendas no Sertão, com atividades previstas até o próximo sábado (17). Na agenda, mais uma rodada de visitas da Caravana Por Mais Educação, iniciativa capitaneada pelo parlamentar para acompanhar de perto as demandas da rede pública estadual e dialogar com a comunidade escolar da região.

CURTAS

Sem se intimidar Mesmo diante da pressão do presidente do Conselho Distrital de Fernando de Noronha, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Alepe, deputado Alberto Feitosa (PL), afirmou que não pautará, nos próximos 15 dias, a sabatina de Virgílio Oliveira, indicado pela governadora Raquel Lyra (PSD) para administrar o arquipélago. “A pauta é de minha responsabilidade e eu não vou pautar”, garantiu, durante visita de fiscalização ao Hospital da Polícia Militar, no Derby, no Recife.

Pagando O prefeito de São José do Egito, no Sertão, Fredson Brito, anunciou ontem o início do pagamento dos salários atrasados de dezembro de 2024, deixados pela gestão anterior. A medida contempla aposentados que recebem até um salário mínimo e que estavam sem receber o valor devido, totalizando mais de R$ 300 mil em folha quitada. O prefeito também destacou que a gestão continuará trabalhando para regularizar os demais débitos herdados.

Edinho faltou O ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, tido por muitos como favorito entre os candidatos à presidência nacional do PT, com apoio do presidente Lula, perdeu a chance, ontem, de falar com o Nordeste. Faltou à entrevista marcada para o podcast Direto de Brasília, apresentado pelo titular deste blog. A alegação foi de trânsito intenso em Brasília e outros compromissos no Palácio do Planalto. A assessoria do candidato chegou ao estúdio com uma hora de antecedência. Ele, não.

Perguntar não ofende: Lula vai demitir o ministro que vazou a fala de Janja na China?

Henry mostra liderança com uma super chapa  

Em entrevista, ontem, ao Frente a Frente, o presidente estadual do MDB, Raul Henry, disse que montou uma chapa extremamente competitiva para disputar a reeleição. A eleição de renovação da executiva do partido está marcada para o próximo dia 24, em clima de divisão acirrada.

De um lado, Henry, histórico aliado de Jarbas Vasconcelos, e de outro o deputado estadual Jarbas Filho, que faz o jogo da governadora Raquel Lyra (PSD), em dobradinha com o senador Fernando Dueire. Henry quer que o MDB fique sempre onde esteve, no campo da esquerda, aliado ao PSB do prefeito João Campos.

Já Jarbinhas, como é tratado, quer o partido atrelado ao grupo da governadora, divergindo de uma orientação da cúpula nacional, que está entendida com João. Henry agregou nomes históricos, como o ex-senador Fernando Bezerra Coelho, e com grande densidade eleitoral e liderança, a exemplo do prefeito de Vitória de Santo Antão, Paulo Roberto.

Incluiu também o vereador Samuel Salazar, da bancada do MDB na Câmara do Recife, e Adriana Vasconcelos, filha do ex-senador Jarbas Vasconcelos, além de Alexandre Ferrer, Bruno Lisboa, Murilo Cavalcanti e o prefeito de São Bento do Una, Alexandre Batité. Durante o anúncio, todos falaram a mesma linguagem, enfatizando a necessidade de manter o partido organizado, com presença ativa no cenário estadual.

“Tenho plena confiança na nossa história, no trabalho que realizamos ao longo desse tempo e nas relações de lealdade, respeito e companheirismo que construímos”, disse Henry, em sua fala, sendo bastante aplaudido. “O que nos une é muito mais forte do que qualquer diferença”, disse Paulo Roberto.

“Estamos unidos para garantir esta vitória. Queremos ver o MDB crescer ainda mais”, afirmou, por sua vez, a deputada federal Iza Arruda. Já o ex-senador Fernando Bezerra Coelho destacou que o partido, com Henry, está no rumo certo. “Estamos fazendo história. A eleição vai marcar o rumo da política de Pernambuco”, enfatizou.

FEDERAÇÃO COM REPUBLICANOS – Presidente nacional do MDB, Baleia Rossi teve uma conversa com o chefe nacional do Republicanos, Marcos Pereira. Os dois alinharam os passos para a criação de uma federação entre as duas siglas. Segundo Baleia, o projeto avançou e, agora, os dois partidos vão avaliar os cenários de seus diretórios nos estados para definir a futura aliança, focos de divergência e outras questões com os filiados. Depois dessa fase de conversas com as bases partidárias, a ideia é que os dois caciques voltem a se reunir para bater o martelo em duas semanas.

Dupla derrota – Se perderem a eleição para o grupo de Henry, Fernando Dueire e Jarbas Filho sofrerão um novo revés mais na frente: a viabilização da federação do MDB com o Republicanos. Neste caso, terão que se abrigar em outro ninho partidário, porque em Pernambuco o Republicanos é controlado pelo ministro dos Portos, Sílvio Costa Filho, aliado do prefeito do Recife, João Campos, e cotado para disputar uma das vagas ao Senado nas eleições de 2026 na provável chapa ao Governo do Estado encabeçada pelo socialista.

Fora do tom no exterior – O site Poder360, de Brasília, mandou um repórter a Nova York cobrir o 14º Lide Investments Forum. De lá, ele mandou uma postagem com os oito governadores com o tom de reclamação e advertência ao Governo Lula. Eles cobraram menos ideologia e mais resultado do Governo. A pauleira foi grande, mas a governadora Raquel Lyra (PSD) destoou. Preferiu destacar apenas o potencial logístico e energético de Pernambuco, com foco na transição energética, combate à pobreza hídrica e parcerias com a iniciativa privada. “Não queremos só colocar placa solar. Queremos fabricar tecnologia, exportar inovação e gerar renda para o povo”, disse. É claro que Raquel não tem do que reclamar de Lula. Em sua gestão, tem sido tratado a pão de ló pelo petista.

Articulação frágil – O mais contundente foi o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB). “Não é possível continuar governando com um presidencialismo que não tem controle sobre o orçamento”, disse Caiado, ao criticar a fragilidade da articulação política no Planalto. Para ele, o modelo atual restringe a governabilidade e emperra projetos. Também defendeu o fim da reeleição, por entender que quem se lança à disputa não consegue enfrentar os temas espinhosos.

O maior opositor de Raquel – Em Nova York, a governadora Raquel Lyra (PSD) tomou conhecimento do bombardeio disparado ontem, em discurso na Assembleia Legislativa, pelo presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB), que tem endurecido o tom de oposição. Porto culpou a governadora pela escalada de violência no Estado apontada em relatório nacional, no qual Pernambuco aparece como o terceiro Estado mais violento. “No combate à violência, a realidade sangrenta das ruas contradiz o marketing fantasioso do governo Raquel sobre segurança pública”, disparou.

CURTAS

DEFESA – Em defesa do Governo, a líder na Alepe, Socorro Pimentel (UB), rebateu a pauleira de Porto. “Impossível garantir 100% de segurança pública com apenas dois anos e cinco meses, depois de a governadora se encontrar numa situação complicada em 2023”, disse, adiantando que Raquel recebeu um Estado sucateado, com viaturas depenadas e sem combustível. “Não havia compromisso com a segurança pública. Em 2018, os policiais revezavam coletes”, disse.

SEDE CARA – A Câmara de Vereadores do Recife anunciou a compra de um imóvel no bairro de Santo Amaro, na área central da cidade, para ser a nova sede que vai abrigar a estrutura administrativa e legislativa da instituição. O custo foi de R$ 25 milhões, valor que será pago com recursos próprios.

EDINHO NO PODCAST – Em mais um podcast “Direto de Brasília”, em parceria com a Folha de Pernambuco, entrevisto, hoje, o candidato oficial do PT à presidência da executiva nacional, Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP).

Perguntar não ofende: De Nova York, a governadora vai responder a pauleira de Álvaro Porto?

Pernambuco entre os três Estados mais violentos  

Em 2023, primeiro ano da gestão Raquel Lyra (PSD), Pernambuco ficou entre os Estados com maior incremento da violência letal. Amapá (41,7%), Rio de Janeiro (13,6%) e Pernambuco (8%) aparecem como os mais violentos em estudo do Ipea e do Fórum Brasileiro de Segurança, publicado no Atlas Violência. Já as maiores reduções das taxas de homicídios em relação ao ano anterior foram registradas no Rio Grande do Norte (-18,8%), no Paraná (-15,2%) e no Amazonas (13,4%).

O Brasil teve 45.747 homicídios em 2023, pouco mais de cinco assassinatos a cada hora. Foram registrados 21,2 casos a cada 100 mil habitantes, a menor taxa em onze anos, quando teve início a série histórica. A maioria das mortes (32.749 casos, ou 71,5%) ocorreu com o uso de armas de fogo. Os números são um compilado das estatísticas do Sistema de Informações sobre Mortalidade (Sim), do Ministério da Saúde.

O estudo chama atenção para um dado que pode elevar o número oficial de homicídios divulgado pelo Ministério da Saúde, o óbito registrado como morte violenta por causa indeterminada. Parte dessas mortes violentas, segundo o Atlas, são homicídios não contabilizados pelo Estado, pela incapacidade de identificar suas causas.

Para corrigir a estatística, o Atlas da Violência usa uma metodologia que permite chegar aos chamados “homicídios ocultos”. Segundo a pesquisa, o Brasil teve 51.608 “homicídios ocultos” entre 2013 e 2023, que passaram ao largo das estatísticas oficiais de violência. Isso significa uma média anual de 4.692 homicídios que deixaram de ser contabilizados, ou cerca de 10% do total.

“A gente precisa ter um bom termômetro para medir o fenômeno e fazer a política correta. Se o termômetro está quebrado, estamos medindo a febre a mais ou a menos, e de repente vamos tomar o remédio errado. No caso dos dados da saúde, esse termômetro estava meio desregulado, sobretudo para alguns estados. Com essa correção, nós demos visibilidade aos homicídios ocultos — explica Daniel Cerqueira, pesquisador do Ipea e coordenador do Atlas da Violência.

CRIANÇAS, AS MAIS VIOLENTADAS – Segundo ainda o mesmo levantamento, a cada hora, 13 crianças e adolescentes de até 19 anos sofreram algum tipo de violência em 2023, entre física, psicológica, sexual e negligência. Foram 115.384 vítimas registradas no país, um aumento de 36,2% em relação ao ano anterior. A socióloga Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ressalta que os lares brasileiros estão mais violentos, em especial depois da pandemia da Covid-19, que deixou as famílias confinadas dentro das casas, isoladas do ambiente externo.

Pauta travada – As votações de projetos de interesse do Governo Raquel na Alepe foram suspensas desde a semana passada. O curioso é que a pauta foi travada após a deputada governista Débora Almeida (PSDB) cobrar urgência na votação do pedido de empréstimo de R$ 1,5 bilhão e na realização da sabatina do novo administrador de Fernando de Noronha. O represamento das pautas nas comissões iniciais, capitaneadas pela oposição, descumpriram o prazo constitucional de apreciação e ela teve que recorrer à Procuradoria-Geral da Casa, que levou o presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB), a não colocar as matérias na ordem do dia.

O nó da questão – O impasse se deu também após o deputado Antônio Coelho (União Brasil) ter aprovado, na Comissão de Finanças, seu projeto que divide o empréstimo de R$ 1,5 bilhão com os municípios. “Eu tenho a impressão de que o governo poderia dar mais celeridade para fazer entregas para a população”, diz ele. Já Débora garante que não existe a menor possibilidade de dividir o empréstimo. De acordo com o projeto, o valor seria repartido igualmente entre os municípios, resultando em R$ 4 milhões para cada um dos 184 municípios.

Destinação dos recursos e emendas – A governadora Raquel Lyra (PSD) solicitou a autorização à Alepe para captar o empréstimo em março, anunciando que seria para investir em estradas e no Arco Metropolitano. O projeto está travado na comissão de Justiça sob forma de protesto da oposição contra o atraso no pagamento das emendas parlamentares de 2024. “Cobramos as emendas porque há morosidade no pagamento. As emendas são de todos os deputados. O que nós defendemos é que tem que se pagar, que precisa ter celeridade e eficiência”, diz o deputado Diogo Moraes (PSB), líder da oposição na Casa.

Presidente mais jovem da Câmara – Com apenas 24 anos, o deputado pernambucano Lula da Fonte (Federação União Progressista), na condição de quarto-secretário da Câmara dos Deputados, assumiu, ontem, a presidência da Casa até a volta de Hugo Motta (Republicanos-PB) de mais um giro internacional na comitiva do presidente Lula (PT). Com isso, abriu um paradigma: o mais jovem parlamentar da história da Câmara a assumir o posto, mesmo interinamente. Tudo porque, além de Mota, o vice-presidente da Casa também se encontra ausente do País.

CURTAS

CONSENSO – “Por meio da conversa, a gente vai construir consensos, estabilizar caminhos. Então, é esse o caminho que espero que seja percorrido”, disse, ontem, em entrevista à rádio Folha, o deputado Mendonça Filho (UB) ao falar das implicações no Estado geradas pela federação do seu partido com o PP.

ESTREITOU – O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), afirmou, ontem, que o cenário político brasileiro “estreitou o caminho” do PSDB, seu antigo partido. Ao justificar sua filiação ao PSD, disse que a nova legenda oferece um ambiente mais adequado para discutir projetos nacionais e alternativas à polarização de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

MORTE – O presidente da Câmara de Prata (PB), Pedro Estevão, faleceu, no último domingo, em desastre automobilístico. Seu Volkswagen Polo colidiu frontalmente com outro automóvel nas proximidades do Motel Colinas, em Monteiro (PB), segundo o site do radialista Nill Júnior, da rádio Pajeú.

Perguntar não ofende: Eduardo Leite foi para o PSD para disputar o Planalto pela nova legenda?

Federação MDB-Republicanos fere de morte Jarbinhas

Se em Pernambuco as chances de o senador Fernando Dueire e o deputado estadual Jarbas Filho, mais conhecido como Jarbinhas, já eram mínimas de manter o controle do MDB, com o anúncio da costura de uma federação entre Republicanos e MDB, destaque na mídia nacional no último fim de semana, deixa eles, literalmente, em maus lençóis.

MDB e Republicanos intensificaram conversas sobre se unirem em uma federação. O Republicanos chegou a discutir a ideia de integrar o grupo de União Brasil e PP, mas desistiu porque seria minoritário na composição. Outra conversa do Republicanos é com o partido que resultará na fusão entre PSDB e Podemos.

Essas negociações, no entanto, ainda precisam aguardar a concretização dessa união para começarem de fato. No MDB, a ideia da federação começou a ser debatida no mês passado, num encontro entre o presidente do partido, Baleia Rossi (MDB), e o do Republicanos, Marcos Pereira, mas ganhou adeptos entre diversas alas do emedebismo após o anúncio da União Progressista.

“A consolidação dessa federação faz com que as pessoas deixem de lado as filigranas do processo e entendam como necessária uma federação”, diz o deputado José Priante (MDB-PA), primo do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). Para o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), o partido precisa buscar alianças para se manter como um ator importante na política. “Quem não se federar vai ficar numa divisão inferior, e o MDB é partido de série A, não pode admitir disputar outra série”, afirma.

Baleia e Marcos Pereira voltaram a se reunir terça-feira passada, em Brasília, para discutir com mais profundidade a federação e os possíveis problemas regionais. Também houve um jantar na quarta, organizado por Priante, com representantes dos dois partidos, como Baleia e o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos).

Se concretizada, será uma ducha fria no grupo Dueire-Jarbas Filho, que disputa o controle do partido com o grupo do histórico e atual presidente da legenda, Raul Henry, numa eleição marcada para o fim deste mês, na qual todos os cenários levam para uma esmagadora vitória de Henry, hoje alinhado ao projeto de João Campos (PSB) de disputar o Governo do Estado nas eleições do próximo ano.

DIFICULDADES REGIONAIS – A concretização da federação MDB-Republicanos tem, entretanto, dificuldades de caráter regionais. No Espírito Santo, por exemplo, onde Ricardo Ferraço (MDB) deve assumir o governo e disputar a reeleição com a renúncia do governador Renato Casagrande (PSB) para concorrer ao Senado, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), é um potencial candidato ao governo contra ele. Outro Estado complicado é a Bahia, onde o MDB está na vice do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e o Republicanos faz parte do grupo do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil). Ainda há problemas em Pernambuco, com o próprio MDB dividido sobre quem apoiará na eleição para governador em 2026, e em Roraima e Paraíba.

Maior bancada no Senado e apoio a Tarcísio – Lideranças dos dois partidos, no entanto, entendem que é possível conversar nos próximos meses para superar esses conflitos regionais e que a prioridade é fortalecer os partidos nacionalmente. Se unidos, MDB e Republicanos teriam 15 senadores, a maior bancada da Casa, além de 88 deputados e cinco governadores. A possível aliança com o partido do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, afasta mais o MDB da possibilidade de apoiar a reeleição de Lula. Tarcísio é cotado como sucessor de Jair Bolsonaro (PL), caso o ex-presidente continue inelegível, mas ele tem a opção também de mudar de legenda e concorrer pelo PL.

Maioria não quer Lula – Entre dirigentes do MDB, a possibilidade de apoio formal à reeleição de Lula já é praticamente descartada, a não ser que ocorra uma reviravolta que torne o presidente amplamente favorito para a eleição de 2026. A sigla comanda hoje três ministérios: Transportes, Cidades e Planejamento. Um dirigente nacional diz que mais de 90% da bancada federal não concorda com esse apoio, por acreditar que perderá votos se tirar uma foto com o petista e postar nas redes sociais. Apenas a ala nordestina e parte do Norte ainda cogitariam a coligação.

Hélder no lugar de Alckmin – Emedebistas dizem que Helder Barbalho, cotado para assumir como vice de Lula no lugar de Geraldo Alckmin (PSB), já estaria convencido de que a coligação com o petista é improvável e estaria concentrando suas forças na eleição para o Senado. Parlamentares do entorno do governador do Pará afirmam, entretanto, que não há decisão nesse sentido e que é preciso esperar a definição das variáveis de 2026 — entre outras, as condições em que Lula chegará na disputa e qual será o candidato de Bolsonaro, caso seja mantida a sua inelegibilidade.

Tarcísio e Ciro, a chapa da direita – Tenho ouvido nos bastidores de Brasília que o ex-presidente Bolsonaro (PL), inelegível para a disputa em 2026, está se convencendo de que o caminho mais curto para derrotar Lula e tirar o PT do poder é a direita se aglutinar em torno de um projeto presidencial encabeçado pelo governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, atualmente no Republicanos, mas com chances de migrar para o PL, com um vice nordestino. O nome mais cotado é o do senador Ciro Nogueira, um dos principais arquitetos da nova federação formada pelo PP, o seu partido, com o União Brasil.

CURTAS

MEGA FEDERAÇÃO – A federação União-PP, chamada União Progressista, ficou com a maior bancada da Câmara, 109 deputados federais, e do Senado, com 14 senadores (empatado com PSD e PL). Também a maior parcela dos fundos partidário e eleitoral e o maior tempo de propaganda eleitoral na TV e rádio.

VAGAS E TEMPO DE TV – Os demais partidos de centro-direita e direita avaliam que a estrutura da federação União-PP dará ao grupo a condição de pleitear as vagas de candidatos ao Senado ou vice-governador em cada Estado, com a oferta de tempo de TV. Além disso, a aliança entre duas grandes siglas facilitará a montagem das chapas para deputado federal e estadual.

EDINHO NO PODCAST – Ex-ministro-chefe da Secom no Governo Dilma e ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, candidato a presidente do PT, com amplo apoio do Palácio do Planalto e dos atuais dirigentes do PT, é o entrevistado do meu podcast Direto de Brasília, em parceria com a Folha de Pernambuco, da próxima quarta-feira. Esta semana ficou na quarta, e não na terça, por causa da agenda do convidado.

Perguntar não ofende: o MDB será capaz de superar os imbróglios nos Estados para bater o martelo na federação com o Republicanos?

Carla Zambelli e a lealdade bolsonarista

Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog

Uma das figuras mais questionáveis já produzidas pela política brasileira, a bolsonarista Carla Zambelli, do PL de São Paulo, está prestes a ter sepultada sua carreira na vida pública – e da pior maneira possível: presa, desmoralizada e abandonada pelo líder no qual acreditava e a quem se dedicou.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou, ontem (9), para condenar a deputada federal pela invasão a sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica. Moraes é o relator do caso.

O ministro Flávio Dino acompanhou o voto de Moraes, deixando o placar em 2 a 0 para a condenação de Zambelli, até o momento. O julgamento está sendo realizado no plenário virtual da Primeira Turma da Corte, e os ministros podem inserir os votos no sistema eletrônico até a próxima sexta-feira (16). Também votam os ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

O hacker Walter Delgatti também está sendo julgado pelos mesmos crimes e, como Zambelli, recebeu de Moraes e de Flávio Dino votos favoráveis à sua condenação. Para a deputada, Alexandre de Moraes sugeriu a pena de 10 anos de reclusão, inicialmente em regime fechado, além do pagamento de multa e da perda do mandato parlamentar.

Já para o hacker Walter Delgatti, Moraes propôs a pena de 8 anos e 3 meses de reclusão, inicialmente em regime fechado, além do pagamento de multa. De acordo com a acusação da PGR (Procuradoria-Geral da República), Zambelli comandou a invasão do sistema do CNJ para emitir um mandado de prisão de Moraes, como se ele mesmo estivesse determinando a própria prisão.

No voto, Moraes afirma que a inserção de documentos falsos nos sistemas do CNJ, inclusive um mandado de prisão contra um ministro do STF, é uma “afronta direta à dignidade da Justiça” e compromete “gravemente” a confiança da sociedade na Justiça. Ele declarou também que Carla Zambelli e Walter Delgatti atuaram de forma “completamente absurda” e “vil”.

CADÊ O CAPITÃO? Quem não se lembra da imagem de Carla Zambelli vestida de verde e amarelo, com uma arma na mão, correndo atrás de um homem pelas ruas de um bairro nobre de São Paulo, um dia antes do segundo turno da eleição presidencial de 2022, que elegeu Lula (PT)? Por causa dessa cena, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atribuiu a derrota naquela eleição a Carla Zambelli e jamais ofereceu ajuda à deputada. Jogou a parlamentar, uma das mais fiéis, aos leões e procura desassociar sua imagem da deputada, depois de Zambelli ter levantado as bandeiras bolsonaristas de forma aguerrida. O caso Zambelli é o puro suco da lealdade bolsonarista.

Preço alto pela escolha política – Carla Zambelli, inclusive, já disse à imprensa que se entristeceu com a declaração dada por Bolsonaro, de que ela teria sido responsável por sua derrota nas eleições de 2022. “Essa declaração do Bolsonaro me deixou bastante entristecida, é um peso muito grande para uma pessoa carregar”, disse. O fato é que Zambelli pagou o preço pela escolha política que fez e não pode reclamar, porque Bolsonaro nunca escondeu de ninguém suas características morais. Quem a ele se uniu, o fez sabendo. O que Zambelli esperava? Que um homem com o histórico público de absurdos de Bolsonaro, principalmente com relação às declarações machistas, fosse defendê-la publicamente?

Noronha pede espaço – O Conselho Distrital de Fernando de Noronha solicitou à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) a realização de uma audiência pública para discutir temas centrais para o arquipélago, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 21/2024, que prevê eleições diretas para o cargo de Administrador Geral do Distrito Estadual. O pedido foi aprovado por unanimidade pelos conselheiros durante reunião ordinária realizada em 6 de maio e encaminhado ao presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB).

Devolução do INSS O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) soltou um comunicado, ontem (9), no qual anuncia a devolução de R$ 292.699.250,33 para aposentados e pensionistas entre os dias 26 de maio e 6 de junho. Segundo o instituto, esse valor é referente às mensalidades de abril que, mesmo após o bloqueio, foram descontadas por sindicatos e associações, porque a folha do mês já havia sido rodada. “O dinheiro foi bloqueado pelo INSS e será devolvido aos beneficiários na folha de maio”, afirmou o INSS.

Silvinho confia O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (RP), disse que confia na reeleição do presidente Lula (PT). Durante entrevista ao portal Brasil 247, cravou: “Eu tenho muita confiança que o presidente Lula (PT), em 2026, será reeleito presidente da República. Quem estiver apostando que o governo vai chegar fragilizado em 2026, vai errar”. Ao ser questionado sobre qual lado tomaria em uma eventual disputa entre Lula e Tarcísio de Freitas (RP), do seu partido, Costa Filho destacou que o cenário político ainda está em aberto – e que não seria surpresa se o governador de São Paulo mudasse de ideia. “Tem muito tempo ainda, então acredito que a gente só vai ter uma leitura mais clara do processo no final deste ano agora”, ponderou.

CURTAS

Zazá comemora sucesso de vinícola – O deputado estadual Izaías Régis (PSDB) apresentou na Alepe um Voto de Aplauso à Vinícola Vale das Colinas, sediada em Garanhuns (Agreste), pelo reconhecimento conquistado na 10ª edição da Grande Prova Vinhos do Brasil, uma das mais importantes premiações do setor vitivinícola do país. Para ele, a premiação simboliza o talento, a dedicação e o compromisso da Vinícola Vale das Colinas com a qualidade. “Como garanhuense, sinto-me orgulhoso em ver uma empresa da nossa terra ser reconhecida nacionalmente”, destacou.

Dando exemplo A Câmara de Vereadores de Itaíba (Agreste) aprovou o projeto de lei enviado pelo prefeito Pedro Pilota (Republicanos) que concede reajuste de 24,84% no piso salarial dos professores efetivos da rede municipal, com efeitos retroativos a 2023. A medida também torna permanente uma gratificação de 10% pelo exercício do magistério no salário-base. Já os professores aposentados terão um aumento de 14,84%. O menor salário da categoria passa a ser de R$ 3.650,83 para jornada de 150h/aula, podendo chegar a R$ 8.265,03 para docentes com doutorado e carga horária de 200h/aula.

Carlos Veras candidato Foi registrada, ontem, a candidatura do deputado federal Carlos Veras (PT) à presidência da sigla em Pernambuco. A inscrição foi formalizada às 17h, na sede do partido, no Recife, com a presença de dirigentes e lideranças partidárias. O nome de Veras reúne apoio das correntes Construindo um Novo Brasil (CNB), Esquerda Popular Socialista (EPS) e Socialismo em Construção, além de militantes independentes, movimentos sindicais e sociais.

Perguntar não ofende: O PT de Pernambuco vai conseguir construir uma unidade para o Processo de Eleição Direta no Estado?

Raquel Lyra e Alepe em crise sem fim

Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog

O tempo vai passando e a relação entre o governo Raquel Lyra (PSD) e a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) só piora. A gestora está prestes a concluir a metade do seu terceiro ano de mandato sem conseguir estabelecer com a Casa uma convivência harmônica e eficaz, demonstrando uma articulação política sofrível e carente de liderança. Ruim para ela e para a população.

Ontem, depois de colecionar, nos últimos dois anos e meio, inúmeros episódios de falta de diálogo e fragilidade de articulação, a governadora precisou fazer um apelo público, por meio da imprensa, para que a Alepe aprove o projeto referente ao pedido de empréstimo de R$ 1,5 bilhão.

“O que a gente coloca aqui é um apelo para os deputados e deputadas para que façam a votação, que a Mesa Diretora coloque em pauta, que as comissões possam votar e que a gente possa ter acesso a esses recursos, porque esses recursos mudam vidas”, afirmou Raquel, após um evento.

Se chegou a esse ponto a relação da gestora com os deputados, o sinal é preocupante — ou deveria ser — para toda a equipe. Mas é apenas um dos sinais dos tantos já enviados pela Casa, que cobrou diálogo com Raquel desde os primeiros meses de gestão da ex-prefeita de Caruaru (Agreste).

A postura com a qual a governadora assumiu o Poder Executivo do Estado, com ar de superioridade em relação ao Legislativo, custa caro até hoje e foi determinante para a sucessão de derrotas sofridas na Assembleia até aqui.

Jamais Raquel poderia ter tratado o presidente Álvaro Porto (PSDB) com soberba. Faltou visão política, orientação e maturidade. Jamais poderia ter perdido as presidências das principais comissões da Alepe. Faltou experiência e, mais uma vez, articulação.

O TAMANHO DA OPOSIÇÃO FOI RAQUEL QUEM DEU Pode-se dizer que a oposição tem exagerado e esticado a corda? Sim, assim como também se pode dizer que o PSB, do prefeito João Campos, achou excelentes oportunidades nos erros de Raquel para desgastá-la em seus anos finais de primeiro mandato e tem aproveitado bem as brechas, visando facilitar a campanha do gestor do Recife contra a ex-tucana, em 2026 — mesmo que essas oportunidades tenham como pano de fundo uma aliança interna com o PL, de Jair Bolsonaro. Mas o tamanho que a oposição conseguiu na Alepe e a relevância que conquistou na Casa nesses dois anos e meio são resultados das próprias atitudes de Raquel.

Edinho Silva no Direto de Brasília O ex-prefeito de Araraquara e candidato à presidência do PT, Edinho Silva, será o entrevistado do podcast Direto de Brasília, comandado pelo titular deste blog, na próxima semana. O petista confirmou a participação no programa na noite de ontem (8). A entrevista será realizada na quarta-feira (14/05), das 18h às 19h, e transmitida ao vivo pelos canais no YouTube do Blog do Magno e da Folha de Pernambuco. Edinho Silva é um dos cinco postulantes à presidência do PT e tem como prioridade a reeleição do presidente Lula (PT).

Lula cumprimentou o novo Papa O presidente Lula (PT) usou as redes sociais, ontem (8), para cumprimentar o novo Papa da Igreja Católica, o cardeal norte-americano Robert Prevost, que adotou o nome de Leão XIV. O pontífice foi escolhido para suceder o Papa Francisco. Lula expressou seu desejo de que o novo Papa dê continuidade às iniciativas promovidas por Francisco, especialmente no que diz respeito à defesa do meio ambiente e ao respeito à diversidade humana.

O que disse o presidente “Quero cumprimentar o cardeal norte-americano Robert Prevost, escolhido hoje (ontem) para comandar o destino da Igreja Católica, com o nome de Leão XIV. Desejo que ele dê continuidade ao legado do Papa Francisco, que teve como principais virtudes a busca incessante pela paz e pela justiça social, a defesa do meio ambiente, o diálogo com todos os povos e todas as religiões, e o respeito à diversidade dos seres humanos”, escreveu Lula.

Outras lideranças também comemoram Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta, também celebraram a escolha do cardeal Robert Prevost como novo Papa. “Papa Leão XIV é revelado ao mundo com a missão de ampliar a conciliação e continuar o legado de Francisco, marcado pela tolerância, diálogo e pacificação. Todos nós, seguidores da fé cristã, desejamos muita sabedoria, fé e energia para o novo Pontífice”, escreveu Motta. Já Alcolumbre afirmou desejar que o “pontificado fortaleça os laços entre as nações e reavive, nos corações de todos, o poder transformador da fé, da compaixão e do bem comum”.

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Reconhecimento O titular deste blog foi agraciado, ontem, com o Prêmio Mérito de Comunicação Jornalista Graça Araújo, concedido pela Câmara Municipal do Recife. A homenagem partiu de indicação do vereador Gilson Machado Filho (PL) e integra uma das mais importantes distinções concedidas aos profissionais da comunicação na capital pernambucana.

Editora representou Por estar em Brasília, em virtude da produção do podcast em parceria com a Folha de Pernambuco, o Direto de Brasília, a editora-chefe do blog, Ítala Alves, representou Magno Martins na cerimônia e recebeu a honraria em seu nome. A premiação, instituída pela Resolução nº 2698/2019, reconhece, anualmente, jornalistas, educadores e instituições que atuam na área da comunicação.

Festa da Pedra do Reino Na próxima segunda-feira (12), a partir das 18h, o auditório Sérgio Guerra, na Alepe, será palco de uma noite especial em homenagem aos 30 anos da Festa da Pedra do Reino, realizada anualmente em São José do Belmonte, no Sertão. O evento promete transportar os presentes ao universo encantado criado por Ariano Suassuna em sua célebre obra O Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta. A cerimônia foi proposta pelo deputado estadual Luciano Duque (SD).

Perguntar não ofende: Raquel Lyra vai conseguir se entender com a Alepe algum dia?

A última excrescência dos deputados brasileiros

Encampada pelo presidente, o paraibano Hugo Motta (Republicanos-PB), diante da ameaça de que seu Estado iria perder uma cadeira, conforme recomendação do STF, com base no Censo do IBGE, a Câmara dos Deputados aprovou, ontem, por 270 votos a favor e 207, o aumento de 18 cadeiras na Casa, que passa de 513 para 531. A excrescência vai gerar um custo anual de R$ 64,8 milhões ao País.

De acordo com a Constituição Federal, o número de vagas deve refletir a proporção da população dos estados. Em 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o Congresso deveria revisar a distribuição com base no Censo de 2022, com a possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) intervir caso a decisão não fosse cumprida até 30 de junho.

Pelo projeto aprovado, nenhum estado terá redução no número de cadeiras. Se aprovado pelo Senado e sancionado pelo presidente, a alteração entrará em vigor a partir da legislatura de 2027. Psol, Rede e Novo orientaram o voto contra a proposta. O comportamento dos nobres parlamentares foi vergonhoso, uma ofensa ao povo brasileiro, que sustenta essa gente pagando seus impostos em dia.

Com crise econômica e política assolando a nação, propor aumento de gastos aumentando o número de deputados é um deboche com a sociedade. Aumentar o número de deputados é aumentar também os gastos anuais. Segundo o texto aprovado, nenhum Estado perderá vagas na Casa, ao contrário do que recomendou o Supremo Federal. A mudança deve entrar em vigor na legislatura de 2027, caso seja aprovada pelo Senado e sancionada pelo presidente da República.

Oito estados serão beneficiados com mais cadeiras, sob o argumento de que registraram aumento em suas populações: Santa Catarina e Pará terão quatro deputados a mais cada; Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Norte dois deputados a mais; Ceará, Goiás, Paraná e Minas Gerais uma vaga extra.

CARA-DE-PAU – O deputado Damião Feliciano (UB-PB), argumentou, em seu parecer, que a criação das 18 vagas não levará a um aumento de despesas na Câmara. Segundo ele, dados fornecidos pela cúpula da Câmara estimam que a ampliação de cadeiras custaria cerca de R$ 64,6 milhões anualmente. “A Direção da Casa conclui que, mesmo hoje, o orçamento da Câmara dos Deputados já comportaria as despesas decorrentes da aprovação do projeto. E que, tomando por base a última estimativa de reajuste dos limites dos órgãos, para os próximos quatro anos, o orçamento desta Casa em 2027 contará com margem ainda maior para abrigar as despesas em tela”, disse.

Só quatro de Pernambuco votaram contra – Da bancada de Pernambuco na Câmara Federal, apenas quatro deputados votaram contra o aumento do número de parlamentares na Casa de 513 para 531: os bolsonaristas Clarissa Tércio e Coronel Meira, do PL, Mendonça Filho (UB) e Túlio Gadelha (Rede). Luciano Bivar (UB) e Pastor Eurico (PL), em missão oficial, não votaram, mas Eurico, ouvido pelo blog, disse que se estivesse presente seu voto seria a favor, sob a alegação de que, pela proposta anterior, a recomendação do STF, Pernambuco perderia uma vaga.

Lista dos 24 que votaram a favor – Votaram a favor pelo aumento do número de deputados os seguintes integrantes da bancada federal: André Ferreira (PL), Augusto Coutinho (Republicanos), Carlos Veras (PT), Clodoaldo Magalhães (PV), Eduardo da Fonte (PP), Eriberto Medeiros (PSB), Felipe Carreras (PSB), Fernando Coelho (UB), Fernando Monteiro (Republicanos), Fernando Rodolfo (PL), Guilherme Uchoa (PSB), Iza Arruda (MDB), Lucas Ramos (PSB), Lula da Fonte (PP), Maria Arraes (SD), Ossesio Silva (Republicanos) e Pedro Campos (PSB).

Petistas do RN dão bom exemplo – Da bancada petista do Rio Grande do Norte, dois deputados votaram contra o aumento: Fernando Mineiro e Natália Bonavides. “Acreditamos que o ideal seria buscar a proporcionalidade entre os estados sem aumentar o número de parlamentares. Principalmente porque não é o momento de mais gastos com o Legislativo”, disse Natália. Para Mineiro, “foi mais um remendo para não enfrentar uma necessária reforma política, que toque em questões essenciais”.

TÚLIO MANTÉM A ESCRITA – Do bloco de esquerda na bancada de Pernambuco, apenas Túlio Gadelha (Rede) manteve postura altiva, de coerência e responsabilidade com o seu mandato. A grande decepção foi o comunista Renildo Calheiros (PCdoB), que se aliou ao núcleo conservador da bancada. Não foi por acaso, aliás, que pela segunda vez consecutiva Gadêlha foi escolhido pelo público que votou no Prêmio Congresso em Foco 2024 como o melhor representante do Nordeste na Câmara. Criado em 2006, o prêmio é uma iniciativa do Congresso em Foco que tem como finalidade distinguir os melhores parlamentares do Congresso.

CURTAS

FOI COERENTE – Afora os bolsonaristas Clarissa Tércio e Coronel Meira, faça-se justiça também ao voto sóbrio e corajoso do deputado Mendonça Filho, mesmo sabendo que a maioria esmagadora da bancada do seu partido, o União Brasil, votaria a favor.

DISTORÇÃO – Voto a favor do aumento dos deputados, o jovem Lula da Fonte (PP) argumentou não concordar com o corte em alguns estados menores em detrimento dos de maior densidade eleitoral e econômica. “Iríamos criar aqui na Casa uma tremenda distorção”, afirmou.

FESTÃO – Presidente nacional do Podemos, a deputada Renata Abreu (SP) reuniu muitos políticos, ontem, numa casa de eventos em Brasília, para comemorar seu aniversário. De Pernambuco vieram o presidente da legenda, Marcelo Gouveia, o irmão Gustavo, deputado estadual, e o ex-presidente Ricardo Teobaldo.

Perguntar não ofende: O Governo vai conseguir acalmar o PDT e trazer a bancada de volta à base na Câmara Federal?

Governo Lula e PDT ainda podem se acertar, defende Humberto Costa

Por Larissa Rodrigues – repórter do Blog

Presidente nacional do PT de forma interina, o senador Humberto Costa acredita que a saída do PDT da base do Governo Lula (PT) poderá ser revertida. Para ele, não deverá haver uma postura de oposição da sigla ao Poder Executivo. Humberto Costa foi o entrevistado de ontem (6) do podcast Direto de Brasília, comandado pelo titular deste blog.

A bancada do PDT na Câmara dos Deputados decidiu romper com o governo em reunião realizada ontem. O motivo é a saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência, por causa das investigações de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O encontro foi na casa do líder do PDT na Câmara, Mário Heringer (MG), em Brasília. O próprio Lupi participou. A bancada é formada por 17 deputados, que decidiram iniciar uma postura independente na Casa.

Humberto lembrou que o PDT sempre se associou às ideias progressistas, motivo pelo qual não será oposição a Lula. “Eu acredito que há todas as condições para que isso venha a ser revertido. Acho que o governo, inclusive, não deixou de ser solidário com Lupi ou com o PDT. Tanto é que aceitou a indicação do nome do nosso companheiro Wolney Queiroz, uma pessoa da confiança de Lupi”, comentou Costa.

Mesmo com as informações de bastidores de que o presidente Lula já queria Wolney no cargo e que teria sido dele a escolha, Humberto reforçou que nada foi feito à revelia do próprio PDT. Para Costa, a saída do PDT da base é um ato quase que intempestivo. “Eu acho que essa é uma manifestação muito em cima do calor dos fatos, e eu acredito que é possível se buscar uma reconstituição dessa relação”, declarou.

Ainda sobre o tema INSS, o senador disse que o governo não teme uma CPI, porque não haveria nada de novo para acrescentar além da investigação da Polícia Federal. Para Costa, a instalação de uma CPI é eficaz sobretudo quando há uma negativa da parte do governo e dos órgãos de fiscalização e de controle de investigar as questões, como no caso da CPI da Covid.

“Hoje o que está acontecendo é diferente. O governo não está negando o que está acontecendo e reafirma que há esse esquema já há algum tempo. O governo investigou, operou para que fossem desvendados os crimes que existem e vai garantir a devolução para os aposentados que foram os grandes prejudicados com esses descontos”, destacou o senador. Ainda segundo Humberto Costa, o Poder Executivo vai até as últimas instâncias para obter esse dinheiro de volta das entidades que ilegalmente fizeram os descontos.

Relação com outros partidos – O senador Humberto Costa também falou sobre a relação do Governo Lula (PT) com outros partidos. União Brasil, PSD, MDB, PP e Republicanos estão no governo. Ocupam 11 ministérios, mas não têm compromisso político com o PT e com a reeleição de Lula, em 2026. Em 2024, a maior parte dessas siglas fez mais coligações com o PL, de Jair Bolsonaro. No tema da anistia, são desses partidos de quem se espera votos e assinaturas para o projeto avançar. Humberto resumiu que a convivência com essa base aliada de ocasião e sem perspectiva de reciprocidade eleitoral é o resultado da eleição passada, na qual o PT não conseguiu construir a maioria nas casas legislativas.

Algo constante – Humberto exemplificou que, no Brasil, esse processo tem sido uma coisa constante. “Às vezes o presidente da República é eleito com mais de 50% dos votos e o seu partido às vezes tem 20% da quantidade de deputados, tem uma quantidade pequena de senadores também. daí porque se busca essa chamada coalizão, o presidencialismo de coalizão, aonde se vai atrás de partidos ou de partes de partidos para construir uma maioria. E assim acontece, neste momento, também com o nosso governo”, frisou.

Governo errou na formação dos ministérios – Para o senador, houve também alguns erros iniciais no processo de formação do governo. Muitos ministérios foram entregues a partidos sem que houvesse uma clareza e uma garantia de que eles dariam os votos necessários para que o governo pudesse aprovar as suas principais propostas. No entanto, disse Costa, “é importante dizer também que em vários temas o Congresso não tem faltado com o governo. O próprio centrão não tem faltado. Se você for analisar o arcabouço fiscal, a PEC da Transição, a reforma tributária, em muitas das questões mais importantes no campo da economia, nós tivemos apoio do Congresso”.

Suspensão de deputado bolsonarista – O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, ontem, a suspensão imediata do mandato do deputado Gilvan da Federal (PL-ES). O parlamentar foi denunciado pela própria direção da Casa. Ele é acusado de quebrar o decoro ao proferir ofensas contra a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), em uma audiência pública da Comissão de Segurança da Câmara. O afastamento, aprovado por 15 votos a 4, terá duração de três meses, prazo menor do que o proposto pela cúpula da Câmara. Antes de a suspensão do mandato ser efetivada, Gilvan da Federal ainda poderá recorrer ao plenário contra a deliberação do Conselho de Ética.

Nem Lula nem Bolsonaro – O senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas, descartou o apoio da federação “União Progressista” para a reeleição do presidente Lula (PT) e para o retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Palácio do Planalto. “Estamos encerrando o ciclo do PT e vai começar o ciclo dos partidos de centro, que estarão unidos na próxima eleição e, se estiverem unidos, vamos ganhar as eleições”, disse. A declaração foi dita durante uma palestra-almoço do Lide Brasília, ontem, no Lago Sul, para empresários e gestores públicos.

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FÓRUM DE TRABALHADORES DA AVIAÇÃO CIVIL – O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (RP), participou, ontem, da reunião inaugural do Fórum Permanente para Discussão de Políticas Públicas para os Trabalhadores da Aviação Civil, o primeiro do país. O encontro, realizado em meio às comemorações do mês do trabalhador, marcou o início das atividades do colegiado, criado pela Portaria nº 359, de 14 de novembro de 2024, com a missão de fortalecer o setor aéreo por meio da valorização de seus profissionais.

O QUE DISSE SILVINHO – “O fórum é um marco importante para a aviação brasileira. Os temas discutidos aqui ampliam o diálogo com sindicatos, empresas e trabalhadores e apontam para a construção de um setor mais justo, democrático e eficiente”, afirmou o ministro.

TARCÍSIO DE FREITAS CIDADÃO DE PERNAMBUCO – A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou, ontem, um projeto de resolução que concede o Título Honorífico de Cidadão Pernambucano ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O deputado Joel da Harpa (PL) é o autor e justificou que Freitas merece o título por “significativa contribuição para o desenvolvimento de Pernambuco, especialmente no setor de infraestrutura e transportes, além de sua marcante passagem pelo estado durante sua trajetória militar e administrativa”.

Perguntar não ofende – O PL-PE já está tirando Bolsonaro do jogo e colocando Tarcísio no lugar do capitão?

Os primeiros passos de Wolney

A primeira semana na missão desafiadora para o pernambucano Wolney Queiroz à frente do Ministério da Previdência Social não será nada fácil. Uma das missões será garantir a proteção de aposentados e pensionistas contra fraudes. O INSS estima que 4,1 milhões deles tenham sido alvo dos descontos irregulares, somando mais de R$ 6 bilhões.

Uma proposta de ressarcimento das vítimas deve ser apresentada nesta semana a Lula. “Sei que a tarefa é árdua, mas vou honrar a confiança do presidente Lula, do PDT e, principalmente, dos aposentados — afirmou o novo ministro. Desde que tomou posse, de sexta-feira para cá, Wolney já esteve com Lula, com o novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, e com a ministra em exercício da Casa Civil, Miriam Belchior.

“Fizemos um alinhamento geral, passei um pouco do que o presidente da República me pediu e ouvi dela as orientações da Casa Civil. Fiz questão de dizer que eu tenho um estilo de trabalho compartilhado, eu escuto, consulto, pondero, mas também delego”, disse Wolney. Ele também se encontrou com o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias.

A AGU determinou a instauração de procedimento para averiguar a conduta dos agentes públicos e pessoas jurídicas alvos da operação da PF e da CGU. “Chegamos ao consenso de que, neste momento, é crucial, a partir do diagnóstico inicial das irregularidades, avançar na responsabilização dos infratores e na finalização da proposta do Plano de Ressarcimento Excepcional destinado aos aposentados e pensionistas”, afirmou o ministro Messias, nas redes sociais.

Sobre a conversa com o presidente do INSS, comentou: “Recebi Gilberto Waller. Foi uma conversa de cerca de duas horas com a minha equipe, com intensa troca de informações. O cargo de presidente do INSS é novo para ele, o cargo de ministro de Estado também é novo para mim. Estamos conscientes de que temos um enorme desafio em comum. E só vamos sair bem dele, se eu e ele estivermos alinhados e colaborativos. Essa é a nossa disposição”, afirmou.

CONVOCAÇÃO – Parlamentares de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretendem convocar o novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, para prestar esclarecimentos sobre a operação da Polícia Federal deflagrada contra fraudes no INSS. Ontem, o líder da oposição na Câmara dos Deputados, Luciano Zucco (PL-RS), e a bancada do partido Novo na Casa protocolaram dois requerimentos de convocação ao ministro na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. Zucco ressalta que Queiroz também teve ciência das irregularidades, na mesma reunião em que o ex-ministro Lupi tomou conhecimento do escândalo, mas que “nada foi feito para conter”.

Tiro no escuro – Em entrevista, ontem, ao Frente a Frente, o presidente estadual do União Brasil, Miguel Coelho, agora integrante da federação com o PP, de Eduardo da Fonte, disse que 2026 é, hoje, um cenário de incertezas no Brasil e no Estado e que qualquer aposta pode ser um tiro no escuro. “A federação está nascendo agora. Não sabemos sequer se essa federação estará alinhada a um candidato ao Planalto em coligação ou disputa com candidatura própria”, disse, adiantando que se a federação tiver candidato em faixa própria à Presidência da República isso pode levar a uma candidatura da federação a governador de Pernambuco. “Mas tudo isso são apenas elucubrações”, ressaltou.

Olho no Senado – Sobre seu novo “casamento político” com Eduardo da Fonte, presidente da federação em Pernambuco, Miguel fez rasgados elogios ao novo aliado e disse que seu único entendimento com ele, hoje, é trabalhar arduamente pelo crescimento e fortalecimento da federação no Estado. “Eleições 2026 só vamos discutir no tempo certo. Hoje estamos num mesmo lado e queremos trabalhar assim”, ressaltou. Miguel não nega que, dentro na nova federação, seu projeto majoritário passa pela disputa a uma das vagas de senador. “É um projeto, não uma imposição”, disse.

O STF e a anistia – Na sua passagem pelo Recife, ontem, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, deixou claro que o Judiciário não pode estar envolvido nesse debate ideológico que há no Brasil. Sobre a proposta que tramita no Congresso Nacional para anistiar as pessoas que participaram da trama de golpe de estado, Dino disse que o Supremo só entrará nessa questão, caso alguma lei neste sentido seja aprovada e alguém entre com uma ação para derrubá-la. “O debate sobre leis é feito no Congresso. Se houver uma ideia de anistia, não é algo que o Supremo decida”, afirmou.

DESPESAS DAS ELEIÇÕES NA CONTA DO UB O Tribunal Regional Eleitoral gastou cerca de R$ 500 mil para bancar a eleição suplementar de prefeito de Goiana, mas, segundo a Lei das Eleições 9.504, essa conta pode sobrar para o ex-partido do ex-prefeito Eduardo Honório, que disputou pelo União Brasil sabendo que não seria diplomado nem empossado. Nestes casos, segundo o TRE, a responsabilidade das despesas recai sobre o partido dele. Segundo Orson Lemos, do TRE, isso já ocorreu em outros Estados. A decisão, entretanto, cabe à Advocacia Geral da União (AGU) em consonância com o TSE.  

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AUMENTO 1 – A Câmara dos Deputados colocou na pauta desta semana o projeto que amplia o número de deputados federais. O texto é uma resposta da Casa à determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o Congresso atualize a distribuição de cadeiras com base nos dados do último Censo, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022.

AUMENTO 2 – A decisão do Supremo, no entanto, determina que seja mantida a quantidade de vagas na Câmara (513). Na prática, significa que o Congresso teria de ampliar bancadas em estados que tiveram aumento de população e, na mesma medida, reduzir as cadeiras dos que perderam população. Segundo projeções, sete estados sofreriam reduções.

PODCAST – Logo mais, das 18 às 19 horas, entrevisto o senador Humberto Costa no meu podcast “Direto de Brasília”, em parceria com a Folha de Pernambuco. A temática será as eleições internas do PT e suas implicações nos Estados.

Perguntar não ofende: O que João Campos deseja ao fazer rasgados elogios a Dudu da Fonte?

No podcast, Humberto foca eleição do PT

Caiu no colo do senador Humberto Costa (PT) a dura, árdua e problemática missão de coordenar o Processo de Eleição Direta (PED) do Partido dos Trabalhadores. Fez de tudo para unificar a sucessão de Gleisi Hoffmann — e dele por extensão, na condição de presidente de mandato tampão da executiva nacional — mas Edinho Silva, o preferido de Lula, não tem a liga necessária da unidade.

A eleição está marcada para 6 de julho. O segundo turno, se necessário, será em 20 de julho. O PT prevê a realização de ao menos dez debates entre os cinco candidatos Edinho Silva (CNB – Construindo um Novo Brasil), Valter Pomar (Articulação de Esquerda), Romênio Pereira (Movimento PT), Rui Falcão (Novo Rumo) e Washington Quaquá (CNB dissidente).

Amanhã, Humberto estará no meu podcast “Direto de Brasília”, em parceria com a Folha de Pernambuco, tratando da sua sucessão e das eleições nos Estados. Além da direção nacional, o PT renova os comandos estaduais e municipais. Após 12 anos, a sigla decidiu retomar o modelo de eleições diretas para as instâncias partidárias.

Nas duas últimas eleições — em 2017 e 2019 — a deputada Gleisi Hoffmann foi eleita e reeleita presidente do PT, com apoio de Lula, em votação híbrida. Representante da corrente “Construindo um Novo Brasil (CNB)”, Edinho Silva é ex-prefeito de Araraquara (SP) e ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo Dilma Rousseff. É o candidato preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A CNB, porém, enfrenta um racha interno entre seus filiados. Segundo fontes, Lula teria sinalizado que apoia Edinho em uma das principais causas da crise interna: a distribuição de cargos na nova direção partidária. De acordo com relatos de interlocutores, o chefe do Executivo teria concordado que o futuro presidente do PT deve ter autonomia para indicar nomes da sua confiança para determinadas funções na direção partidária.

A tesouraria do PT é tida como o grande pano de fundo da crise que tomou a eleição interna. É ali que se faz a gestão do fundo eleitoral e do fundo partidário, o que confere ao ocupante da vaga um enorme poder de influenciar a gestão da sigla. “A próxima gestão do PT, com toda certeza, será uma gestão de continuidade para fazer com que o partido possa continuar avançando da mesma forma que avançou durante esse período anterior”, disse Humberto, numa recente entrevista.

DIVISÃO NO RECIFE – No Recife, cinco candidatos se inscreveram para disputar a presidência do diretório municipal. A surpresa ficou por conta da vereadora Kari Santos, que retirou o apoio à candidatura do professor Pedro Alcântara, indicado pelo deputado estadual João Paulo. Os dois defenderam sua eleição no ano passado, para o primeiro mandato. “Não posso condicionar os rumos do PT apenas aos apoios eleitorais que eu tive, assim como não vou contrariar a decisão coletiva tomada por minha corrente no Estado. Apresentamos o nome de Pedro, mas infelizmente ele não ganhou a adesão dos nossos companheiros da CNB”, argumentou.

Reorganização partidária – Entrevistado no meu podcast em parceria com a Folha, terça-feira passada, o ex-presidente do PT e candidato mais uma vez ao comando do partido, Rui Falcão, propôs uma reorganização da estrutura partidária, com núcleos ativos do PT em bairros nas cidades. “Precisamos aprender com as igrejas evangélicas em termos de capilaridade e presença cotidiana. Precisamos de um PT que esteja presente nas lutas diárias do povo, que ouça e mobilize, que seja a ponte para um outro modo de viver”, disse. Se for eleito, ele também planeja criar um grupo de trabalho com visão estratégica, que pense sobre o futuro do País.

Bolsonaro joga pesado – Por falar em PT, o ex-presidente Jair Bolsonaro criticou o partido adversário por não apoiar dois projetos no Congresso em publicação nas redes. Afirmou que o partido “sempre está do lado do mal” ao se referir à ausência de assinaturas de petistas no pedido de CPI para investigar fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e no requerimento de urgência para o projeto de anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Bolsonaro também publicou uma foto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segurando a bandeira do partido. A imagem diz que os integrantes do PT são “protetores de criminosos”.

De volta ao poder – A Justiça autorizou que o prefeito de Pesqueira, Cacique Marcos Xukuru (Republicanos), e dois vereadores, réus por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro, retornassem aos cargos no último sábado. O grupo é acusado de direcionar licitações e causar prejuízo de mais de R$ 15,7 milhões ao município. Marquinhos, como é mais conhecido, e os vereadores Sil Xukuru (PT) e Pastinha Xukuru (PP) haviam sido suspensos temporariamente de suas funções pelo período de 30 dias, após a Operação Pactum Amicis, da Polícia Civil, deflagrada no início do mês passado.

Chamado na fila de embarque – O ex-deputado Wolney Queiroz já estava na fila de embarque, em Brasília, na última quarta-feira, para passar o feriadão em Pernambuco, quando recebeu um telefonema do presidente Lula (PT) aconselhando-o a ficar de sobreaviso diante da situação insustentável do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, que se consolidou na sexta-feira. Ficou com o pressentimento de que iria substituir Lupi. E com razão: desde a formação do seu primeiro escalão, em janeiro de 2023, Lula já queria Wolney comandando a pasta reservada ao PDT, mas Lupi botou o olho grande, bateu o pé e se escalou. Deu no que deu! Aliás, quase teve direito a música no Fantástico: é a segunda queda em um governo petista por corrupção (o primeiro foi no de Dilma).

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SEM SURPRESA – Para mim, não foi surpresa a vitória de Marcílio, ontem, nas eleições para prefeito de Goiana. Há dez dias, tive acesso a uma pesquisa interna na qual ele estava com 17 pontos de vantagem em relação ao atual prefeito, que encerra o seu mandato tampão e volta para Câmara de Vereadores.

PADRINHO FORTE – Marcílio teve um padrinho forte: o ex-prefeito Eduardo Honório, que encerrou sua gestão com mais de 80% de aprovação. Honório, aliás, foi reeleito, mas a justiça entendeu que ele não teria mais direito a nova disputa, anulando o resultado do pleito e marcando a eleição suplementar de ontem.

ATREVIDO – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta do Hospital DF Star, em Brasília, na manhã de ontem, por volta das 11h, após 22 dias de internação por conta de uma nova cirurgia para corrigir uma obstrução intestinal. E já quer participar do ato pela anistia na próxima quarta-feira, em Brasília. Loucura!

Perguntar não ofende: Quando os caciques da fusão do PSDB ao Podemos vão anunciar o dono do novo partido em Pernambuco?