J. Borges, o artista que gravou a alma do Nordeste

Por Antônio Campos

Um dos maiores encontros que viabilizei, em uma das edições da Fliporto, foi um encontro conjunto entre J. Borges, Eduardo Galeano e Ariano Suassuna, em 2009. Um encontro inesquecível.

Xilogravurista, poeta e cordelista pernambucano, morreu aos 88 anos, em Bezerros, em 26 de julho, onde nasceu e viveu toda sua vida. Se queres ser universal, conta bem a tua aldeia, como dizia o grande escritor russo Tolstói. E J. Borges descreveu em suas gravuras e cordéis o Nordeste brasileiro, ajudando a moldar uma identidade visual.

O grande escritor uruguaio Eduardo Galeano veio visitar J. Borges em Gravatá e ele ilustrou a sua obra As Palavras Andantes.

A sua amizade pessoal e artística com Ariano Suassuna foi grande. J. Borges inclusive homenageou Ariano dando o nome de um de seus filhos de Ariano.

O escritor português José Saramago teve o livro ‘’O Lagarto’’ ilustrado por J. Borges.

J. Borges foi um dos artistas que criou com sua arte a alma cultural nordestina. Artista já consagrado, em idade madura, nunca perdeu a sua originalidade e sua simplicidade.

A minha homenagem ao artista e ao amigo, com os votos de pesar a família de J. Borges, que irá perpetuar o seu legado. Com J. Borges, Bezerros foi ao mundo.

Olinda, 26 de julho de 2024.

Na ida à Folha, terça-feira passada, para integrar a equipe de executivos que recepcionou o comandante do Exército no Nordeste, General Ribeiro, um dos momentos mais emocionantes foi acompanhar a impressão do jornal no parque gráfico ao lado do presidente do Grupo EQM, Eduardo Monteiro, e da colunista Roberta Jungmann.

Diferente do JC e de centenas de jornais tradicionais no País, como o JB, a Folha ainda mantém a edição impressa para atender a um segmento que resiste à era eletrônica inaugurada no País com o mundo revolucionário trazido aos olhos da nova geração pela internet.

A impressora da Folha pertenceu ao jornal Bahia Hoje, de Salvador, adquirida na fundação do periódico pernambucano em 3 de abril de 1998, decisão ousada e arrojada de Eduardo com a intenção, felizmente concretizada, de acabar com o mito de que não havia espaço para uma terceira via em veículos impressos no Estado.

Eduardo não apenas materializou o projeto em tempo recorde, como transformou a Folha de Pernambuco num case no País, fenômeno de vendas, sucesso editorial numa vertente mais popular que ao passar dos tempos também conquistou os públicos mais exigentes nos segmentos A e B da sociedade.

Sou orgulhoso de ter visto o florescer do jornal há 26 anos e dado alguns pitacos na sua linha editorial. Já havia trabalhado com Eduardo no Diário de Pernambuco e outra etapa no Jornal de Brasília. Embora egresso do mundo financeiro, do Banco Mercantil, e do agronegócio, Eduardo se envolveu de corpo e alma, mais rápido do que imaginava, com o jornalismo, que é uma grande paixão, para ele avassaladora.

Ganhou alma de repórter, a visão de um Samuel Wainer, o idealismo de um Roberto Marinho. Com o tempo, senhor da razão, aprendeu que, sem jornalismo, não há revolução, na sociedade e na própria vida dele. Compreendeu, mais do que isso, com a sabedoria que Deus lhe deu, que jornalismo é tirar a venda dos olhos de quem não conhece a verdade.

Como Gabriel Garcia Marquez, Eduardo vive hoje a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, um ardor nunca existente em sua vida. E vive consciente de que jornalismo é escrever a história.

Cantor, compositor e apresentador de TV, o mineiro Sílvio Brito, autor de grandes sucessos na Jovem Guarda, entre os quais “Tá todo mundo louco” e “Espelho mágico”, é a atração do Sextou desta semana, programa musical que ancoro pela Rede Nordeste de Rádio, às sextas-feiras, no mesmo horário do programa político Frente a Frente.

Mineiro de Três Pontas, mas criado em Varginha, também em Minas, Silvio Brito apresenta um programa de TV aos sábados, na Rede Vida, a partir das 21h30m. Na companhia de sua esposa, filhas e do maestro e pianista Maurílio Kobel, recebe grandes artistas brasileiros. É um artista eclético e múltiplo, tendo começado no rock.

Mas canta também sertanejo, MPB e músicas religiosas. Gravou muitas canções em duo com o padre Zezinho, entre as quais “Terra dos meus sonhos”, “Uma luz” e a regravação de “Utopia”, uma das que fazem mais sucesso no universo do público religioso. O Sextou vai ar na próxima sexta-feira, pela Rede Nordeste de Rádio, formada por 48 emissoras em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia.

A cabeça de rede é a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife. Se você deseja ouvir pela internet, é muito fácil: basta clicar no link acima do programa Frente a Frente ou baixar o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na play store.

Por Renato Hayashi*

Com o advento das redes sociais, a comunicação entre agentes públicos e a população tem se tornado mais direta e instantânea. Prefeitos, vereadores e outros agentes públicos utilizam suas redes sociais pessoais para divulgar atos de gestão/mandato e informar a comunidade sobre suas atividades administrativas. No entanto, essa prática levanta questões sobre a legalidade e a conformidade com a legislação eleitoral e administrativa brasileira. Este texto examina os aspectos legais e jurisprudenciais do uso das redes sociais pessoais para divulgação de atos de gestão e de mandato.

A Constituição Federal de 1988 estabelece princípios fundamentais que regem a administração pública, incluindo a publicidade, impessoalidade, moralidade, legalidade e eficiência (art. 37, caput). O princípio da publicidade determina que os atos administrativos devem ser transparentes e acessíveis à população. No entanto, a publicidade institucional deve respeitar o princípio da impessoalidade, evitando a promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

A Lei nº 9.504/1997, conhecida como Lei das Eleições, estabelece regras específicas para a conduta dos agentes públicos durante o período eleitoral. O art. 73 da referida lei enumera condutas vedadas com o objetivo de evitar o uso da máquina pública para fins eleitorais. Entre essas condutas, está a proibição de publicidade institucional que possa promover a imagem pessoal de agentes públicos.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem se pronunciado sobre o uso das redes sociais por agentes públicos, especialmente durante períodos eleitorais. A jurisprudência do TSE estabelece que:

  1. A publicidade institucional deve ser estritamente informativa, educativa ou de orientação social.
  2. Publicações em redes sociais pessoais que promovam a imagem do agente público podem configurar propaganda eleitoral antecipada.
  3. A análise da intenção e do conteúdo das publicações é fundamental para determinar a legalidade das mesmas.

Para evitar riscos legais e eleitorais, os agentes públicos devem observar as seguintes diretrizes ao utilizar redes sociais pessoais para divulgação de atos de gestão:

• Objetividade e Impessoalidade: As publicações devem ser objetivas e impessoais, evitando qualquer menção que possa ser interpretada como autopromoção.
• Transparência e Informação: O foco deve ser informar a população sobre atos de gestão, programas e serviços de interesse público.
• Respeito ao Período Eleitoral: Durante o período eleitoral, a publicidade institucional deve ser ainda mais cautelosa, respeitando rigorosamente as normas eleitorais.

O uso das redes sociais pessoais por agentes públicos para divulgação de atos de gestão é uma prática válida, desde que observados os princípios constitucionais e a legislação eleitoral vigente. A publicidade institucional deve ser sempre impessoal e informativa, evitando qualquer conotação de propaganda eleitoral. A jurisprudência do TSE tem reforçado a importância de respeitar essas diretrizes para garantir a equidade do processo eleitoral e a confiança da população na administração pública.

Observa-se, por fim, que a partir do dia 15 de agosto as redes sociais e sites das prefeituras devem remover as postagens que contenham os prefeitos-candidatos, de forma a cessar qualquer promoção pessoal.

No tocante aos Vereadores, estes podem divulgar atos de mandato nas redes sociais durante a pré-campanha, desde que sigam algumas regras específicas estabelecidas pela legislação eleitoral brasileira para evitar qualquer caracterização de propaganda eleitoral antecipada. Aqui estão alguns pontos importantes a serem considerados:

  1. Conteúdo Informativo: A divulgação deve ter caráter meramente informativo sobre atividades e realizações do mandato, sem pedidos explícitos ou implícitos de voto ou menção direta à candidatura.
  2. Proibição de Propaganda Antecipada: A divulgação não pode conter expressões que configurem propaganda eleitoral antecipada, como solicitações de voto, menções diretas à candidatura, uso de slogans de campanha, uso de palavras mágicas ou exibição de número de urna.
  3. Respeito à Legislação Eleitoral: A Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre propaganda eleitoral e condutas ilícitas em campanha devem ser respeitadas. A jurisprudência do TSE tem permitido certa flexibilidade na divulgação de atos parlamentares, desde que observados os limites impostos pela legislação.
  4. Uso de Recursos Públicos: É vedado o uso de recursos públicos para a promoção pessoal, o que inclui a utilização de servidores, materiais ou qualquer outro recurso custeado pelo erário para fins eleitorais.

Em resumo, Prefeitos e Vereadores podem divulgar atos dos mandatos em suas redes sociais, com as devidas cautelas.

*Renato Hayashi é Advogado e Cientista Político. Também é Mestre em Políticas Públicas pela UFPE, Pós-graduado em Direito Eleitoral, Direito Político e Marketing

Por José Adalbertovsky Ribeiro, periodista, escritor e quase poeta

MONTANHAS DA JAQUEIRA – O atentado contra Donald Trump foi apenas mais um capítulo no seriado do faroeste americano de praticar tiro ao alvo com a cabeça de presidentes, de Abraão Lincoln a John Kennedy e Donald Trump, além de outros menos conhecidos.

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MacDonald fazia o discurso MAGA (Make America Great Again – Faça a América Grande de Novo) para a cabroeira dele na cidade de Butler, Estado da Pensilvânia. Nesse momento algumas pessoas avisaram ao FBI que Adélio Bispo estava no topo de um armazém, portando uma faca-peixeira semiautomática calibre 7.63 mm. Epa! Troquei as bolas, desculpe o erro, eu sou idoso. Tô ficando meio lelé da cuca feito Joe Biden. Digo, as pessoas avisaram aos agentes do FBI que um indivíduo suspeito, Thomas Crooks, estava na laje de um armazém, a 120 metros do evento, portanto um fuzil AR-15 de 12 polegadas.

Os agentes se esborracharam ao tentar escalar a montanha de 2 metros até o telhado para deter o atirador.

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Uma bala de fuzil viaja na velocidade ultrassônica e os agentes do FBI movem-se a uma velocidade de 120 metros em cinco minutos, na maciota. Orelha de direita, volver! Trump foi salvo pelo Espírito Santo de orelha. Daí criou o programa “Minha orelha de direita, my life”.

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O caso de John Kennedy ainda está aceso na retentiva da maioria da população, principalmente nós os velhinhos e velhinhas de 40 anos ou mais.

Dia 22 de novembro de 1963, o presidente Kennedy e Lady Jaqueline deslizavam felizes da vida numa avenida em Dalas, no Texas, a bordo de uma limusine conversível. O ex fuzileiro naval Lee Oswald estava postado num prédio no trajeto do percurso presidencial. Subitamente, não mais que subitamente, uma bala de fuzil estourou os miolos presidenciais. Depois de preso, ao ser conduzido para um presídio, dias depois, Lee Oswald foi morto por um cara chamado Jack Ruby. Aquele tiro mudou a história da América e do mundo.

A Comissão Warren foi instalada por ordem da Casa Branca para elucidar o caso. Mas, até hoje o assassinato de Kennedy não foi elucidado por completo.

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Figura mitológica na América, o presidente Abraão Lincoln foi um herói da Guerra da Secessão (600 mil mortos) e da libertação dos escravizados negros (1865). Os separatistas e escravocratas não o perdoaram. Foi assassinado por um ex-espião inimigo ao frequentar um teatro, em abril de 1865. Lincoln era uma das grandes almas do Ocidente.

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Reza um ditado árabe: “Confie em Alá, mas não esqueça de amarrar bem o seu camelo”. Atualmente na minha idade avançada de 95 anos, faixa preta de karatê e treinado pela Swap, sou agente secreto da CIA e da KGB. Eu sou o Adalbertovsky Bond da Jaqueira e da Serra da Borborema. Brother Trump, faz um pix pra eu. Thank you!

Please, não contem essas histórias para ninguém, porque nós, os agentes secretos, somos pessoas muito discretas.

Hasta la vista, babies!

Por Marcelo Tognozzi*

A eleição norte-americana como ninguém nunca viu. A renúncia de Joe Biden à disputa contra Donald Trump tanto é inédita quanto indica como o Partido Democrata está debilitado por ter sido incapaz de construir uma alternativa ao trumpismo nos últimos 4 anos. 

A incompetência dos democratas criou um candidato senil e comprometido nas funções cognitivas, como ficou demonstrado no debate promovido pela CNN. Eleição inédita porque temos um Trump que sobreviveu a uma tentativa de assassinato, transmitida ao vivo para o mundo.

Biden não resistiu à pressão de deputados, senadores e financiadores de campanha que pressentiram o desastre depois da exposição do presidente no debate e, especialmente, depois da tentativa de assassinato de Trump em 13 de julho. Biden não saiu. Ele foi saído por pressão de gente como George Soros, Bill Gates, artistas de Hollywood como George Clooney e políticos europeus desesperados com os rumos que pode tomar a guerra na Ucrânia. 

A Ucrânia virou uma questão de honra para a União Europeia, que dela dependia para o fornecimento de trigo, soja, milho e girassol, cereais essenciais para o consumo humano e a produção de proteína animal, especialmente aves e suínos, base do consumo europeu. Com Trump na Casa Branca, eles terão de rever seus conceitos.

Biden desistiu da candidatura a presidente, indicando Kamala Harris como sua sucessora. Os republicanos de Trump acreditam que se Harris for para a disputa será um presente. Ela tem vulnerabilidades. Dentre elas, o fato de apoiar a legislação deshoplifiting, que transformou furto em lojas em contravenção penal para furtos de até US$ 950. Harris é defensora da ideologia woke, quer menos prisões e foi apelidada de “Obama de saia“. Tem muito pouco para mostrar e precisará de uma marquetaria política pra lá de eficiente para vencer em novembro. Vamos ver como se mexem os grandes financiadores de campanha, especialmente os mais gordos, porque ninguém investe grana alta em candidatos sem chances de vencer.

Durante a última semana, Biden vinha negociando sua possível renúncia à reeleição, a qual, de acordo com fontes diplomáticas, incluiria uma imunidade familiar, especialmente para o filho Hunter, condenado por porte ilegal de armas, dele próprio, acusado de manter documentos secretos em seu poder, e da mulher Jill. Biden foi longe demais. Sua vaidade e a falta de bom senso, o fez  perder o timing para articular uma candidatura capaz de vencer a eleição e consolidar a hegemonia democrata. 

Kamala Harris, advogada transformada em política depois de vencer a eleição para procuradora-geral da Califórnia em 2010, foi eleita senadora em 2016 e sua agenda é oposta à de Trump. Até aqui, as pesquisas indicavam que a ex-primeira-dama Michelle Obama teria mais chances de derrotar Trump do que Harris. 

Mas Biden não tem uma relação maravilhosa com Obama, como vende a mídia democrata. Ele entende que Obama quer hegemonia dentro do partido, controlando indicações e apoiando candidatos a deputados e senadores. O presidente considera que Harris fará o contraponto aos Obama, será independente. O tempo dirá se ele está certo. E se Harris, que ficou 4 anos na sombra, é mesmo tudo isso.

Biden tem o mérito de unir o Partido Democrata em torno da sua renúncia à reeleição. Poucas vezes houve tamanha unanimidade. Sua carta de renúncia fala de ganhos sociais dos norte-americanos nos últimos 3 anos, mas não aborda temas sensíveis como inflação e retomada do crescimento. Trata Harris como sua herdeira, que agora está presa aos sucessos e fracassos de um governo no qual não teve protagonismo.

Ao deixar a disputa eleitoral e reconhecer suas limitações, ainda que de forma imposta, Biden acabou igual a música dos The Everly Brothers, aquela que diz:

Bye, bye, love

Bye, bye, happiness

Hello loneliness

I think I’m gonna cry.

Em português: “Adeus amor, adeus felicidade. Olá, solidão. Acho que vou chorar”. 

A partir de agora, ele estará só, infeliz e completamente inútil. Não governará. Daqui, até janeiro de 2025, cumprirá tabela para o bem de todos e felicidade geral da nação.

*Jornalista

Por Carlos Eduardo Lins*

A eleição presidencial deste ano nos EUA, que já vinha sendo uma das mais caóticas da história, entra em um novo ciclo de enormes incertezas com a decisão do presidente Joe Biden de desistir da sua candidatura à reeleição, revelada por ele neste domingo (21) em carta aos eleitores nas redes sociais.

“Acredito que seja no melhor interesse do meu partido e do país que eu saia agora para focar somente no cumprimento de meus deveres como presidente no restante de meu mandato”, escreveu ele.

O processo de sua substituição, a menos de 1 mês da convenção nacional do Partido Democrata, não está definido, e há grandes discrepâncias entre os principais líderes da oposição a Trump sobre como proceder daqui em diante. 

Biden endossou o nome de sua vice-presidente, Kamala Harris, para ocupar seu lugar. É o caminho mais natural. Foi o que fez Lyndon Johnson em 1968, quando abriu mão de se reeleger e apoiou seu vice, Hubert Humphrey.

Mas a situação agora é muito diversa daquela. Há 56 anos, apenas uma eleição primária do partido havia sido realizada em março, quando Johnson anunciou sua decisão. Agora, as primárias já ocorreram, e Biden venceu todas. 

Harris está longe de ter a unanimidade de seus companheiros de legenda para suceder Biden. As pesquisas de intenção de voto não a mostram em situação muito melhor que a do atual presidente quando confrontada a Donald Trump.

Seu desempenho no cargo de vice foi discreto. Ela não chegou a galvanizar os setores sociais com seu perfil demográfico (mulher, jovem e negra) ou mesmo as alas ideológicas (mais à esquerda) com quem tem identidade. 

Há resistência a seu nome entre democratas conservadores. Alguns sugerem a realização de debates ou até “mini primárias” para testar outras alternativas, como o governador da Califórnia (mesmo Estado de Harris), Gavin Newsom, a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, ou o governador de Illinois, J.B. Pritzker. 

Mas nenhum deles vai muito melhor do que Harris ou Biden nas pesquisas contra Trump. 

De fato, a única pessoa que supera Trump nessas enquetes é Michelle Obama, a ex-primeira-dama, que não é política de carreira, já reiterou inúmeras vezes que não pretende se tornar uma, e rejeita enfaticamente a possibilidade. 

Os democratas têm basicamente 3 alternativas de rota para substituir Biden: tentar obter a unanimidade em torno de Harris, realizar debates entre os que vierem a manifestar interesse pelo cargo ou deixar a decisão para ser tomada de 19 a 22 de agosto na convenção, em Chicago.

Até a primeira metade do século 20, os candidatos a presidente eram escolhidos nas convenções partidárias, por meio de negociações nada transparentes entre líderes regionais, que se reuniam em salas fechadas e sem imprensa. 

É difícil que na 3ª década do século 21 este sistema seja aceitável. É mais provável que o consenso a que se chegou sobre a inviabilidade de Biden volte a ser buscado para fechar fileiras em torno de Harris, mesmo com as restrições de muitos a ela.

Se os governadores aventados como opções a Harris anunciarem que a apoiam, isso poderá ocorrer de modo relativamente rápido. A direção do partido vinha trabalhando para antecipar a escolha de Biden por meio de uma votação virtual na semana de 5 de agosto, antes da convenção. Essa pode ser uma saída para uma resolução mais imediata.

Quanto mais tempo os democratas gastarem em discussões internas, menores as chances de vitória na eleição contra Trump, em novembro. A convenção será em Chicago, onde se realizou a de 1968, de triste memória para o partido.

Naquele ano, depois da desistência de Johnson, em março, e o assassinato em junho de Robert Kennedy, que vinha de importantes vitórias em primárias que lhe davam a condição de favorito, o partido chegou a Chicago dividido, escolheu o vice Humphrey, mas com protestos que terminaram em sangrentos confrontos entre manifestantes e policiais nas ruas da cidade.

No final, Humphrey foi derrotado por Richard Nixon por pequena margem nos votos populares, mas de lavada no Colégio Eleitoral. O fantasma de 1968 paira sobre os líderes do Partido Democrata. Eles devem tentar afastá-lo com decisão. 

*Para o Poder360

Por Cláudio Soares*

À medida que as eleições se aproximam, as pesquisas eleitorais tornam-se ferramentas importantes para entender as preferências do eleitorado e prever resultados. No entanto, para confiar nesses dados, é essencial avaliar a credibilidade das pesquisas.

A primeira etapa para avaliar a credibilidade de uma pesquisa é entender a metodologia empregada. Isso inclui o tamanho da amostra, a forma como os dados foram coletados e o método de análise. Pesquisas bem conduzidas detalham suas técnicas, garantindo que os resultados sejam baseados em métodos estatisticamente válidos.

Uma amostra representativa é fundamental para a precisão dos resultados. A seleção deve ser aleatória e abranger diferentes perfis dentro da população alvo. O tamanho da amostra também deve ser suficiente para garantir que os resultados sejam significativos e não influenciados por variações aleatórias.

Toda pesquisa possui uma margem de erro, que indica o intervalo em que os resultados reais podem variar. Pesquisas com margens de erro menores tendem a ser mais precisas. A divulgação da margem de erro é essencial para a interpretação dos dados e para entender a confiabilidade das previsões.

O momento em que a pesquisa é conduzida pode impactar seus resultados. Contextos políticos e sociais em rápida mudança podem influenciar as respostas dos eleitores. Portanto, a data da pesquisa é um fator importante a ser considerado na análise de sua relevância e aplicabilidade.

A credibilidade da instituição que realiza a pesquisa é fundamental. Organizações renomadas e com histórico comprovado de pesquisa confiável tendem a oferecer dados mais confiáveis. Investigar a reputação e a experiência da empresa responsável é um passo importante para validar os resultados.

Pesquisas que divulgam informações completas sobre financiamento, métodos e possíveis vieses são mais confiáveis. A transparência permite que os analistas e o público compreendam o contexto e as limitações da pesquisa.

Para uma visão mais completa, é útil comparar os resultados de uma pesquisa com outras realizadas no mesmo período. Analisar tendências e discrepâncias pode oferecer uma perspectiva mais precisa sobre o cenário eleitoral.

A credibilidade das pesquisas eleitorais é um aspecto vital para a interpretação dos dados. Ao considerar a metodologia, a representatividade da amostra, a margem de erro, o período de realização, a reputação da instituição e a transparência dos dados, é possível avaliar com mais precisão a confiabilidade das pesquisas e entender melhor as dinâmicas eleitorais.

*Advogado e jornalista

Após o prefeito do Recife, João Campos, bater o martelo e escolher o seu ex-secretário para ser o seu vice, Gilson Machado, principal nome da direita na disputa, enviou para o blog um texto afirmando que o PT “insistiu no não” e que essa não é a primeira vez que o PSB deixa os petistas a ver navios. 

Confira o texto abaixo

Veja, você leitor, como o PSB trabalha. Na eleição passada o Prefeito blogueiro, que vive mais em São Paulo nos braços de sua amada do que na cadeira da Prefeitura do Recife, rechaçou o PT e Lula, aliado da sua então “inimiga-prima” Marilia Arraes, chamou o PT de quadrilha, acusou-os de ladroagem, até mesmo o próprio Lula.

Prometeu que com ele como prefeito, petista nenhum entraria. Sabe o por quê? Porque ele queria os votos da direita, senão não se elegeria. Cumpriu? Não! Assumiu e o PT teve cargos comissionados, secretarias e todas as benesses possíveis. 

A presidente do Partido dos Trabalhadores, a deputada Gleisi Hoffmann, disse, quando esteve aqui para brincar o Carnaval, que não trabalhava com a possibilidade do PT não ter a vice no Recife. O partido ensaiou dois nomes, “bateram chama”, escolheram um “mateus” para “boi de piranha” (Mozart Sales) e ficou “forçando a porta”, implorando, pedindo, ameaçando e choramingando.

O tal prefeito, que inaugura parque “Sonrisal” que se desfaz em quatro dias, como foi o Parque da Tamarineira, foi até Brasília dizer que escolheu um nome da ultraesquerda, do PCdoB (um comunista) que na realidade é seu amiguinho  para ser vice e que o PT ficasse chupando dedo. E o que o PT fez? Ficou chupando dedo!  Porque o tal do Humberto Costa, que faz política olhando para o seu umbigo, destruiu o PT só para tirar vantagem para si, tanto que ao longo dos anos ficou de joelhos só para mamar no PSB.

Mas por que o prefeito “nevado” e blogueiro fez isso? Porque ele é tão arrogante que está pensando na eleição para governador, fica fazendo selfie e dancinha com outros candidatos a prefeito, emprestando seus seguidores para “empinar” campanhas pelo estado e botou o que o PSB faz de melhor,  um “fantoche” na vice, um “poste” sem preparo, sem histórico de gestão, porque se sair para governar ele vai puxar as cordinhas de sua “marionete”, o seu amiguinho “Victor”.

Por Arnaldo Santos para o Blog do IBRE

Os fundamentos históricos e condicionantes político-econômicos para o desenvolvimento tardio da Região Nordeste e o Banco do Nordeste do Brasil como ação para o projeto nacional desenvolvimentista do presidente Getúlio Vargas

De conhecimento global é o fato de que a relação de dependência econômica, científica e tecnológica do Brasil perante o mundo desenvolvido ocorreu, especialmente, à extensão de toda a primeira metade do século imediatamente anterior.

Revisitando a história desde o fim do mencionado espaço temporal, encontra-se registro da realização, já em 1947, no Rio de Janeiro, de Conferência Internacional sobre a defesa dos interesses econômicos do Brasil no Continente. No evento, os representantes nacionais cobraram ao Presidente dos EUA, Harry S. Truman, anuência para que fosse criada uma comissão bilateral com o objetivo de debater modalidades de incentivar o investimento privado no País. Propositura aceita e confirmada, organizou-se um grupo de trabalho denominado Comissão Técnica Brasil-Estados Unidos, liderada por John Abbink, representante estado-unidense, e por Otávio Gouveia de Bulhões, indicado pelo Brasil. O grupamento ficou conhecido como Missão Abbink.

Na sequência de determinação do referido grupo, já em 1949, a Missão Abbink elaborou um documento onde analisou, não só, os segmentos econômicos e as precondições para o desenvolvimento, mas, também, a participação do Estado Brasileiro e do capital estrangeiro. Esse estudo foi a primeira tentativa de assentar um plano de desenvolvimento para o Brasil, apesar de não detalhar os projetos, tampouco de estimar os recursos financeiros necessários à implementação, o que já evidenciava sua ineficiência para alcançar os objetivos pretendidos.

O Governo de Eurico Gaspar Dutra, a seu turno – e que vinha trabalhando paralelamente com os mesmos dados – também divulgou, em 1949, um conjunto de medidas a serem implementadas daquele ano até 1953. Essas medidas ficaram conhecidas como Plano Salte. O acrônimo SALTE é constituído pelas letras iniciais das palavras Saúde, Alimentação, Transporte e Energia, que compunham as áreas a serem incentivadas. 

Como, até então, não havia recursos externos para alavancar a industrialização, o Governo Dutra perfilhou uma política de crédito mais liberal, concedendo, por exemplo, empréstimos do Banco do Brasil a setores industriais considerados essenciais.

Dessa ideação resultaram algumas fábricas localizadas no Sudeste, mas nada de relevante para o Nordeste – o que reafirmava o afastamento da Região desde sempre – pelo fato de que o SALTE não previa um planejamento em escala nacional. Ainda assim, nos últimos anos do Governo sob comentário, a economia brasileira denotava índices de crescimento expressivos, de 6% ao ano. O Nordeste, entretanto, mais uma vez não se beneficiou dessa dilatação, confirmando a tradição malsã de excludência, ainda vigente na realidade em curso.

Nesse período, impõe-se enfatizar o fato de que, por décadas, as tragédias ocasionadas pelo clima no Brasil eram somente as “secas do Nordeste”, estampadas nas primeiras páginas dos jornais e na maioria dos meios de propagação coletiva em todo o Estado Nacional, que exibiam imagens de crianças esquálidas pela fome, migração em massa, animais no chão esturricado, forjando o estereótipo de um grande e oneroso locus para o País, já que a ação da elite política local se limitava, tão somente, a pressionar o Governo Federal por mais e mais recursos, sem, todavia, propor uma política de desenvolvimento para a Região. Essa atitude só contribuiu para reforçar o estigma de uma terra cada vez mais miserável!

Vale o registro de que foi na primeira metade da década de 1950, isto é, correspondente ao início do segundo Governo Vargas, que ocorreu a maior saída, até então registrada, de nordestinos desesperados para outras regiões do País, especialmente para São Paulo, o que intensificou as preocupações do Governo Federal com o flagelo regional. Nesse tempo, além da seca, a economia do Nordeste vinha de um extenso período de estagnação, com agricultura atrasada e pouco diversificada, grandes proprietários de terras, débeis relações capitalistas de produção, concentração de renda e indústria com baixíssima produtividade.

Malgrado todas essas adversidades de atraso econômico e social, baixa industrialização, falta de infraestrutura rodoviária e de transporte, energia e telecomunicações, foi que ocorreram as novas eleições. Consoante registrado na História, no dia 3 de outubro de 1950, Getúlio Vargas foi eleito Presidente da República, retornando, então, pelo voto, a ocupar a mais alçada função no País.

Vargas tomou posse em 31 de janeiro de 1951. O debate iniciado no Governo Dutra sobre estratégias de desenvolvimento econômico teve continuidade, então, com muito maior ênfase, oportunidade em que o Presidente Getúlio Vargas aventou para sua regência a decisão central acerca das políticas sobre o tema, considerando que era necessária a intervenção governamental para direcionar o crescimento econômico brasileiro, de preferência com o apoio do capital estrangeiro.

O Banco do Nordeste do Brasil como ação para o projeto nacional desenvolvimentista de Getúlio Vargas

No segundo governo Vargas, tinha curso um ambiente institucional favorável à criação de um banco como o BNB. No começo, havia sido objeto de promessas de campanha, apontando para a continuidade do desenvolvimento impulsionado pela ação estatal, que caracterizou o período ditatorial de Vargas. Secundariamente, experimentava seguimento uma filosofia desenvolvimentista de cariz institucional consubstanciada na Constituição vigente do País, com base na qual a ação do Estado era largamente protegida. Assim, neste entretempo – segundo Governo Varguista – mudava somente o ambiente político, com a redemocratização, via Carta Grande de 1946, mas o espírito desenvolvimentista impulsionado pelo Estado continuava muito robusto e, objetivamente, expresso no próprio Texto Constitucional.

Nesse âmbito de efervescência desenvolvimentista, foram instituídos dois grandes bancos estatais que mudaram a própria configuração institucional do sistema financeiro nacional – o BNDES e o BNB. As motivações, todavia, para instituir ambas as instituições financeiras foram bem diferentes. A primeira distinção foi que a ideia para implantação do BNB não surgiu de um simples plano, mas de uma filosofia de governo, expressa nos vários discursos da campanha de Getúlio Vargas à Presidência da República, que era para sustentar a continuidade do desenvolvimentismo, transportado robustamente pela ação estatal, iniciado com a Revolução de 1930. Já o BNDES aflorou da ideia de impulsionar o desenvolvimento por meio da industrialização do País e, como é farto na História, inspirado pelas análises da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos – CMBEU.

O aparecimento do BNB na ambiência regional, no início dos anos de 1950, assinala um ponto de inflexão estratégica na política até então vigente com a qual o Governo Federal cuidava dos problemas do Nordeste, onde o Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS) ocupou, por cerca de 40 anos, o lugar de efígie central daquela sucessão desenvolvimentista.

A seca de 1951-1953 registra um significado especial no argumento histórico do Banco do Nordeste do Brasil, porquanto foi depois de uma visita que o Ministro da Fazenda, Horácio Lafer, fez à Região, todavia – uma vez atingida por estiagem prolongada e devastadora –, que despontou a ideia de originar a Instituição. Assim, para o BNB, mais do que uma catástrofe em seus efeitos naturais e políticos, aquela comprida e dolorosa estiagem constituiu, também, um marco em sua trajetória.

Em 1951, conforme há pouco expresso, ocupava o Ministério da Fazenda o político e homem de negócios paulista, que participava no Recife, naquele ano, de um evento promovido por empresários ligados ao setor algodoeiro.

Depois que retornou ao Rio de Janeiro, por meio de uma Exposição de Motivos circunstanciada, Lafer propôs ao Presidente Vargas o instituto de um banco especial, que veio a representar, também, uma mudança radical nos procedimentos de apoio do Governo Nacional ao Nordeste, sob a visão de que esse amparo não devia se restringir apenas aos momentos aflitivos do povo da Região, mas ter um caráter de permanência, atuando como um instrumento transformador da economia regional.

 A seca de 1951-1953 e a formulação da proposta para a criação do Banco do Nordeste 

Alguns analistas entendem que o BNB foi originado em razão da visita que Horácio Lafer fez ao Nordeste em 1951, quando começava mais uma seca devastadora, e teria ficado bastante impressionado com o que viu – o sofrimento do povo atingido pela seca, a desarticulação do sistema produtivo regional e a impotência das políticas governamentais em decurso, mormente as de “combate às secas”, que eram remédios ineficazes para tanger aquela situação dramática.

Sobra evidente o fato de que uma decisão complexa como a de sugerir o estabelecimento de uma grande instituição financeira de desenvolvimento não haveria de ser resultado de uma impressão conjuntural do Ministro da Fazenda.

Há de se entender, então, o que motivou a formação do Banco do Nordeste, feito algo que era amadurecido, não exatamente como uma ideia de originar uma agremiação nos seus moldes, mas como fundamento para uma política sob a qual convergiam as convicções técnicas, por assim dizer, do financista Horácio Lafer, e as premissas do projeto político do Segundo Governo Varguista. A seca de 1951 patenteou, somente, um fator de precipitação, um catalisador, alguma ideação que faltava para deflagar mudanças cujos fundamentos já vinham sendo constituídos, bem antes de Getúlio Vargas assumir a Presidência pelo voto popular.

A propósito, nem a nova política para o Nordeste, que se propunha, em que o estabelecimento do BNB foi o marco zero, era, como ideia motriz, algo tão novo assim. É azado expressar o argumento de que a falência da velha política assistencialista, exercitada havia cerca de 40 anos, tinha sido constatada há várias décadas por outro titular da Fazenda, o Ministro Ruy Barbosa.

Na vigorosa advertência para a ineficácia daquele tratamento concedido aos flagelados pelas secas do “Norte” (o conceito de “Nordeste” ainda não existia), o Titular baiano do Ministério atentava para a relação entre os gastos astronômicos e os resultados pífios obtidos com aquela política oficial e a carga tributária elevada imposta aos contribuintes. Dizia ele que

As despesas com os Estados afligidos pela seca formam, no orçamento, uma voragem, cujas exigências impõem continuadamente ao País sacrifícios indefinidos. Cumpre que a política republicana, apenas consiga desvencilhar-se dos grandes problemas que envolvem a sua inauguração, busque a esse problema solução mais inteligente e menos detrimentosa para os contribuintes”. (Apud Paulo Brito Guerra,       em A civilização da seca).

 A importância do fundo das secas para a criação do BNB

A ideia de instalar o BNB era estabelecer uma instituição para gerir os recursos do chamado “Fundo das Secas”. Os recursos que formavam tal substrato financeiro foram instituídos na Carta Maior de 16 de julho 1934, cujo artigo 177 estabelecia duas diretrizes fundamentais da política de assistência do Governo Federal ao Nordeste, no tocante à defesa contra os efeitos das estiagens, conforme vêm. 

a)     A defesa contra os efeitos das secas nos então chamados Estados do Norte deveria seguir um plano sistemático de caráter permanente, sob a responsabilidade da União.

b)    Era estipulada uma quantia destinada à construção de obras e serviços de assistência de valor nunca inferior a 4% da receita tributária da União sem aplicação especial.

Sobrava estabelecido o fato de que três quartos (75%) desse percentual eram destinados ao custeio das obras normais do plano fixado, ao passo que o restante dos recursos era depositado em caixa especial, para aplicação no socorro das populações atingidas pelas secas.

Determinava-se, pois, que o importe de 4% deveria ser revisto por lei ordinária, após decorridos dez anos de seu estabelecimento.

A Constituição de 1937, que instituiu no País o regime autoritário conhecido por Estado Novo, não tratou sobre o assunto, mas, na Carta Magna de 1946, em seu artigo 198, o tema foi retomado e os recursos do Fundo passaram a ser regidos pelas regras dispostas à continuidade.

a)    Na execução do plano de defesa contra os efeitos de determinada seca do Nordeste, a União deveria aplicar, anualmente, com as obras e os serviços de assistência econômica e social, quantia nunca inferior a 3% da sua renda tributária. 

b)    Um terço daquele percentual haveria de ser depositado em caixa especial, destinada ao socorro das populações atingidas pela calamidade, sendo essa reserva, ou parte dela, passível de ser aplicada a juro módico, consoante as determinações legais, em empréstimos a agricultores e industriais estabelecidos na área abrangida pela seca.