Raquel continua no rabo da gata
A pesquisa Genial Quaest sobre a sucessão estadual em 2026 não apenas confirma o favoritismo com ampla dianteira de João Campos ante Raquel Lyra, já antecipado em novembro pelo instituto Opinião, parceiro deste blog, como reafirma a governadora em mais uma posição de lanterninha entre os seis chefes de Estado avaliados.
Lá atrás, no apagar das luzes do seu primeiro ano, em 2023, outro instituto nacional, o Atlas Intel, já apontava a tucana no rabo da gata entre 12 governadores que entraram no ranking. Agora, o Quaest incluiu apenas seis Estados – São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Goiás e Pernambuco. Enquanto o goiano Ronaldo Caiado (UB) é o mais popular, com 88% de avaliação positiva, Raquel é a última, com 54%, ao lado do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT).
O segundo mais bem avaliado é o do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), com 81%, seguido por Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, que aparece com 64%. Tarcísio Freitas, governador de São Paulo, dá sequência ao ranking com 61%. Ter apenas 54% de aprovação significa que, na prática, quase metade dos pernambucanos desaprovam o Governo Raquel, o que se traduz num desastre administrativo em comparação aos 84% de avaliação positiva da gestão João Campos (PSB) no Recife, seu provável adversário em 2026.
Leia maisPor que Raquel capenga, quando estufa o peito para dizer que tem tanto dinheiro em caixa para imprimir o governo de mudanças que prometeu? Porque insiste em governar sozinha, sem compartilhar com um conjunto de forças políticas, sem uma equipe na qual delegue, confie e dê conta do recado. Tudo isso se reflete na sociedade, na opinião pública.
Tenho 40 anos de jornalismo e nunca vi no Estado um gestor não contar com a simpatia, a confiança e a estima dos vários segmentos que formam a sociedade, como a classe médica, o mundo jurídico, os professores em geral e a polícia, principalmente. Há restrições ao seu estilo igualmente nas instituições e nos órgãos de controle, como o Tribunal de Contas do Estado.
O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta, ensina Maquiavel em “O Príncipe”, o melhor guia de como chegar ao poder e manter-se nele, buscando não apenas o ideal, mas o real. Governar, ainda sendo os princípios maquiavelistas, é fazer acreditar, é dar exemplos pessoais de humildade, humanidade e generosidade.
Do jeito que governa, Raquel passa a impressão de que nunca leu “O Príncipe”!
ESCÁRNIO – Pelo menos nove mulheres de políticos ocupam cargos no conselho de Tribunais de Contas Estaduais. Desse total, cinco são casadas com ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os cargos são vitalícios, com aposentadoria compulsória aos 75 anos. Segundo os portais de transparência dos órgãos, os salários chegam a até R$ 40.000. A última nomeação foi de Onélia Santana, mulher do ministro da Educação, Camilo Santana. Onélia teve seu nome aprovado pela Assembleia Legislativa do Ceará para ocupar um assento de conselheira no TCE com salário de R$ 39.700.
A conta do mentiroso e da vergonha nacional – De 2022 para cá, sete mulheres de políticos alcançaram os cargos de conselheiras. Além das cinco mulheres de ministros, a mulher do governador do Pará e aliado de Lula, Helder Barbalho (MDB), também emplacou um assento no TCE-PA. O governador de Roraima, Antônio Denarium (PP), colocou sua mulher no TCE. Denarium não é próximo de Lula, e é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar das indicações serem recentes, a prática de acomodar mulheres de políticos é antiga. Existem outras duas conselheiras em atividade que são casadas com políticos.
A mamata cearense – Neste cenário de mamatas, o caso mais recente é de Onélia Santana, a esposa do ministro da Educação, Camilo Santana (PT). Seu nome foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e Redação da Assembleia Legislativa do Ceará na última quinta-feira. No dia seguinte, o plenário da Assembleia aprovou seu nome por 36 votos favoráveis e cinco contra. O TCE do Ceará é composto por sete conselheiros. Para ocupar o cargo, é necessário ter de 35 a 65 anos, além de experiência comprovada em áreas como direito, contabilidade, economia, finanças ou administração. Também é exigido mais de uma década de atuação em funções públicas ou profissionais que demandem esses conhecimentos.
Rompeu o silêncio – Enfim, o ex-presidente Bolsonaro (PL) comentou a prisão do general Braga Neto. “Há mais de 10 dias, o ‘inquérito’ foi concluído pela PF, indiciando 37 pessoas e encaminhado ao MP. Como alguém, hoje, pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?”, questionou pelas suas redes sociais. Braga Netto é um dos indiciados no inquérito que investigou a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. O militar foi preso por obstrução de Justiça.
Perseguição implacável – Apesar de ter sido aconselhada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, petista que lhes abriu as portas do Governo Lula, a governadora Raquel Lyra (PSDB) não recuou na sua decisão de exigir de volta aos quadros do Estado os servidores cedidos aos municípios. A medida atinge em cheio a gestão do prefeito do Recife, João Campos (PSB), que perde, de imediato, auxiliares de peso, como Fred Amâncio, da Educação, Maíra Fischer, da Fazenda, e Rafael Figueiredo, de Ciência e Tecnologia. Todos terão que voltar a bater ponto nos seus órgãos de origem a partir de 2 de janeiro.
CURTAS
CONFRA – O presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), faz, hoje, a partir das 19 horas, a sua confraternização de fim de ano com a Imprensa. Como fui convidado, vou bater ponto nos comes e bebes do tucano, que vive entre tapas e beijos com a também tucana Raquel Lyra.
OLHO DA RUA – Em Arcoverde, com uma só canetada, o prefeito Welington Maciel (MDB) jogou no olho da rua todos os prestadores de serviço. A população ficou sem assistência de saúde nos principais postos de saúde do município. O prefeito eleito Zeca Cavalcanti, que contou com o apoio de Wellington, não deu um pio.
O PIOR – Mas a vereadora Célia Galindo (Podemos), reeleita para o 10º mandato, botou a boca no trombone. “O pior prefeito de Arcoverde encerra a sua gestão de forma melancólica. Entra para a história como o mais inoperante, impopular e insensível governante da terra do Cardeal”, desabafou.
Perguntar não ofende: Há tempo para a governadora se recuperar?
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