Caso algum advogado ou advogada tenha dificuldade em acessar os dispositivos, haverá, nas 29 subseções, um ponto físico com computadores à disposição dos eleitores. O passo a passo está no site da OAB.
Com histórico de disputas acirradas, a presidência da OAB é sempre bastante cobiçada porque é um cargo de grande visibilidade, sendo um espaço que tem voz e a atenção da sociedade civil.
A instituição, em Pernambuco, tem 93 anos de história. A quantidade de filiados à Ordem no Estado é maior do que o número de eleitores em muitas cidades do Interior. São 42.925 advogadas e advogados vinculados à OAB-PE. Cerca de 29 mil estão aptos a votar presencialmente ou online.
Os nomes que disputam este ano já são conhecidos da advocacia pernambucana. Ingrid Zanella é vice-presidente da Ordem e candidata, obviamente, apoiada pelo atual presidente, Fernando Ribeiro Lins.
Almir Reis, o representante da oposição, foi candidato a presidente da OAB-PE em 2021 e não conseguiu ser eleito por uma diferença de apenas 1,5%. Já o candidato Fernando Santos Júnior se colocou como a terceira via e representa um projeto que vem do Interior. Ele é presidente da subseção de Caruaru, no Agreste.
Números – A OAB-PE teve ao todo 32 presidentes. A única mulher a chegar perto do posto mais alto da Ordem foi a advogada Margarida Cantarelli, que foi vice-presidente da instituição em 1974, depois da mobilização de um grupo de mulheres lideradas por Nair Andrade.
Brasil – Durante o mês de novembro, haverá eleições nas Ordens em outros estados. Na Bahia, o pleito será na próxima terça-feira (19). Em São Paulo, a votação é na próxima quinta-feira (21). No Rio Grande do Sul, o pleito será realizado na sexta-feira (22).
Presidente – O presidente do Conselho Federal, Beto Simonetti, reforçou a importância da votação como compromisso com o fortalecimento da classe. Em em artigo publicado no site Consultor Jurídico, ele afirmou: “Cada voto expressa a voz e a força da advocacia. A participação de cada advogada e de cada advogado na eleição da Ordem é ainda mais necessária no atual contexto de ataques e ameaças constantes contra nossa profissão.”
Movimento – “A OAB ainda representa um dos poucos movimentos orgânicos da sociedade civil que pleiteia ações e tem uma agenda constituída perante a sociedade. O Brasil, historicamente, passou por um processo de esvaziamento da sociedade civil. Muitas vezes, a OAB cumpre o papel de questionar o Estado Democrático de Direito”, opina a cientista política Priscila Lapa.
Guardião – “É por isso que a escolha de um representante que vá conduzir a OAB chama tanta atenção, porque é uma das poucas instituições que representam os interesses legítimos da sociedade civil, que contrapõe, muitas vezes, a atuação do próprio Estado, do Poder Legislativo, do Poder Executivo, do Poder Judiciário, consegue ser um guardião do Estado Democrático de Direito”, acrescenta Lapa.
CURTAS
OBSERVADOR – O presidente da Comissão Eleitoral Nacional da OAB, Marco Aurélio de Lima Choy, determinou, na última quinta-feira (14), o envio de um observador externo para acompanhar a eleição da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB-PE).
ATENTADO 1 – Depois que Donald Trump foi eleito pela segunda vez presidente dos Estados Unidos, no último dia 5, o ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PL) viu uma oportunidade de fortalecer o projeto da extrema direita no País. O atentado com bombas na Praça dos Três Poderes, na noite da última quarta-feira (13), no entanto, jogou um balde de água fria nas intenções bolsonaristas por ter sido ação justamente de um seguidor das ideias do grupo, por mais que os aliados de Bolsonaro façam ginásticas narrativas para negar esse fato.
ATENTADO 2 – Não restam dúvidas de que o homem-bomba Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, que se explodiu em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), incorporou o discurso bolsonarista contra as instituições brasileiras e o ideal disseminado pela extrema direita de que o descontentamento com a política se resolve por meio de violência. Com o ato extremo, a única coisa que Francisco Wanderley conseguiu, além de tirar a própria vida, foi reforçar a pecha de intolerância que assombra Bolsonaro e aliados e jogar uma pá de cal no projeto de anistia aos golpistas do 8 de janeiro.
Perguntar não ofende: Bolsonaro vai continuar chamando Francisco Wanderley de “maluco” como se nunca tivesse falado em “fuzilar” opositores?
Leia menos