Jaboatão dos Guararapes - IPTU 2025

Raquel indica quatro vice-líderes para reforçar atuação na Alepe

Por Betânia Santana
Do Blog da Folha

Após perder a presidência das três principais comissões na Assembleia Legislativa, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), decidiu reforçar a artilharia contra a oposição.

Diferentemente do primeiro biênio (2023-2024), quando a missão de vice-líder cabia apenas ao deputado Joãozinho Tenório (PRD), agora serão mais três os deputados na vice-liderança do Governo: Antônio Moraes (PP), Adalto Santos (PP) e William Brígido (Republicanos), como o Blog Cenário antecipou e o Blog da Folha confirmou.

“A ideia é reforçar nossa atuação na Assembleia Legislativa. Ao longo desses dois anos conseguimos consolidar a nossa marca de busca de diálogo, de transparência. Os quatro novos vice-líderes, ao lado de Socorro (Pimentel, líder do Governo) vão nos ajudar nos desafios dos pouco menos de dois anos que temos pela frente”, sustentou a governadora.

Pouco antes da dar as boas-vindas a 1.599 novos residentes do Sistema Único de Saúde (SUS) que atuarão no Estado, a gestora disse ainda confiar no potencial de articulação dos parlamentares. “Tenho certeza da capacidade de cada um, do potencial que demonstrou ao longo da sua vida pública”, destacou a governadora.

A líder do Governo, deputada Socorro Pimentel (União Brasil) foi indicada no início da retomada dos trabalhos na Alepe este ano. Ela substituiu o deputado Izaías Régis (PSDB), que é benquisto pelos pares, mas não vinha ocupando a tribuna para defender as ações do Governo.

No evento com os residentes, na manhã desta segunda (24), no Centro de Convenções, o Governo de Pernambuco anunciou que pretende investir este ano R$ 172 milhões em programas de residência, ampliando presença na Região Metropolitana e reforçando oportunidades no interior.

Dulino Sistema de ensino

A vereadora Célia Galindo, pioneira na política de Arcoverde, destacou, nesta segunda-feira (24), os 92 anos da conquista do voto feminino no Brasil. Em publicação nas redes sociais, ela lembrou a importância da data e reforçou a luta histórica das mulheres por representatividade na política.

Primeira mulher eleita vereadora no município, em 1988, Célia ocupa atualmente seu décimo mandato consecutivo, tornando-se a primeira mulher no Brasil a alcançar tal feito. “Há 92 anos, o Brasil deu um passo fundamental na luta pela igualdade de direitos com a conquista do voto feminino. Em Arcoverde, essa luta se refletiu anos depois com a minha eleição, abrindo caminho para que mais mulheres ocupem espaços de decisão e poder”, escreveu.

A parlamentar também ressaltou a importância do exercício consciente do voto e do fortalecimento da participação feminina na política. “Direito conquistado com luta, exercido com consciência e fortalecido com representatividade”, afirmou.

Petrolina - O melhor São João do Brasil

Por Rudolfo Lago

É possível que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nunca tenha de fato conseguido ser o que deveria: um organismo capaz de produzir relatórios de inteligência para subsidiar o governo. Mas deixara de ser o que era o extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) da ditadura: um mero escritório de bisbilhotagem montado para monitorar adversários e tentar produzir contra eles dossiês que destruíssem suas reputações.

Em parte das 272 páginas da sua denúncia, o procurador-geral da República mostra como na era Jair Bolsonaro, sob o comando do general Augusto Heleno e de Alexandre Ramagem a Abin volta a ser o campo da arapongagem rasteira. Com um perigoso adicional: o potente canhão das redes sociais.

O termo “araponga” foi cunhado pelo genial dramaturgo Dias Gomes para o personagem de uma novela. Ele era um agente idiota do SNI interpretado por Tarcísio Meira. Seu codinome era “Araponga” e só o que ele fazia na vida era bisbilhotar os outros. Por sorte, muito mal.

Gonet revela a existência de dois arapongas que poderiam serão tão risíveis quanto o personagem de Dias Gomes se não fossem trágicos. Seus nomes bem poderiam ilustrar o título de uma série de máfia em algum streaming: Giancarlo e Bormevet.

Na página 57 da denúncia, Gonet mostra em detalhes como se produz e se dissemina uma fake news. A intenção era tentar ao mesmo tempo destruir a reputação da empresa Positivo Tecnologia, do atual presidente do STF e na época presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso e do ministro Luiz Fux. Para tanto, são usados os talentos dos dois arapongas com nome de título de série de máfia: Giancarlo e Bormevet. A Positivo Tecnologia foi a empresa que fabricou parte das urnas eletrônicas que foram usadas nas eleições de 2022. O propósito era produzir uma mistureba capaz de desacreditar a empresa.

A história já começa com um diálogo inacreditável. “Tem um cara que publicou um tweet sobre a invasão das urnas”, diz Bormevet. “Precisamos qualificá-lo com um currículo”. O seja, “um cara” qualquer. Então, qualifica-se ele para dar valor à tolice que escreveu.

Então, afirma-se que “um escritório” da “família de Barroso” teria alguma relação com o banco Itaú. E se afirma que o banco Itaú teria participação acionária na empresa Positivo. Para a dupla de série de máfia, Giancarlo e Bormevet, era já o suficiente para associar tudo.

A mistureba, então, era dizer que empresa que fabricara as urnas seria de propriedade do banco, que teria associação com um escritório ligado à família do presidente do TSE. Certeza: para quê? “Não sei se o sobrinho do Barroso é sobrinho mesmo”, diz Bormevet.

Ou seja, Bormevet e Giancarlo não tinham certeza de nada. Mesmo assim, chegam à seguinte conclusão “Joga no grupo dos malucos”. Assim, os “malucos” passaram a disseminar a história. Na sequência, Gonet mostra esse fiapo ganhando força em posts no X.

Ipojuca - IPTU 2025 - Vencimento 30 Abril

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, hoje, que cabe ao povo decidir o próximo presidente do país. Ele desafiou o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a disputar com ele as eleições de 2026, caso não tema o resultado das urnas. “Quem decide quem será o presidente é o povo, não um burocrata, nem alguém do outro lado. Se ele [Lula] não teme as eleições e diz que defende a democracia, que venha disputar comigo”, declarou Bolsonaro a um grupo de apoiadores no Recife.

Inelegível até 2030, o ex-presidente afirmou que “eles, obviamente, com a ajuda de outro Poder”, querem impedir sua participação no pleito. Bolsonaro está impedido de concorrer por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o condenou por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. As informações são do portal Poder360.

Na última terça-feira, ele também foi denunciado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, por tentativa de golpe de Estado depois do resultado das eleições de 2022. A petição foi encaminhada ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do caso.

Caruaru - São João na Roça

Por Malu Gaspar – O Globo

O silencio das Forças Armadas com a denúncia do procurador-geral da República contra os participantes da trama golpista que culminou nos ataques de 8 de Janeiro tem uma razão estratégica: o Exército, força a qual pertence a maior parte dos 23 militares denunciados junto com Jair Bolsonaro, não vai tomar nenhuma providência para investigar ou puni-los antes de a denúncia ser aceita pelo Supremo, o que ainda deve demorar algumas semanas. Entre os denunciados estão o ex-comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira , e o da Marinha, Almir Garnier.

A única declaração pública de autoridade ligada à caserna, até aqui, veio do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, para quem a denúncia já estava precificada. “É o que estávamos esperando, há um constrangimento, mas o bom é que isso acaba”, disse Múcio na noite desta terça-feira, ao participar de um jantar no Itamaraty oferecido ao presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

A punição interna de militares no caso do golpismo é uma questão delicada para o Exército, não só em razão do corporativismo, como também para não voltar a acirrar o clima interno, que já esteve mais dividido, mas continua preocupando a cúpula militar.

Conforme informou o blog, a decisão dos generais é não abrir nenhum procedimento disciplinar novo contra os indiciados antes de o processo formal contra eles começar no Supremo — mesmo eles já tendo sido indiciados pela Polícia Federal e denunciados pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.

“A situação administrativa dos militares só muda após a aceitação das denúncias”, diz um general que acompanha de perto os desdobramentos do caso. “Nesse caso eles ficam impedidos de serem promovidos e transferidos.”

A expectativa de investigados é a de que o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, dê celeridade ao caso e leve até abril a denúncia para julgamento da Primeira Turma do STF.

Nessa etapa, os magistrados avaliam se há indícios suficientes de que os investigados praticaram crimes e decidem abrir uma ação penal para, em uma fase posterior, aprofundar a apuração, com a coleta de mais provas e depoimentos de testemunhas de defesa e acusação. Na prática, a Turma vai colocar os militares no banco dos réus, o que pavimenta caminho para uma condenação futura.

Os efeitos da delação de Mauro Cid

No caso do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, as cláusulas do acordo de colaboração premiada – que fundamentou a denúncia da PGR contra Bolsonaro, Walter Braga Netto e outras 32 pessoas por golpe de Estado – o protegem dos riscos de perder a patente.

Isso porque entre os benefícios está o perdão judicial ou uma pena privativa de liberdade não superior a dois anos. “Cid não será julgado para perda do posto. Seria se a pena fosse superior a dois anos”, diz um influente ministro do Superior Tribunal Militar (STM) ouvido reservadamente pela equipe da coluna.

Com uma condenação de até dois anos, o caso é submetido – após o trânsito em julgado (o esgotamento de todos os recursos no Supremo) – ao Conselho de Justificação, formado por três oficiais da ativa. Os oficiais elaboram um relatório a ser enviado ao comandante do Exército, que avalia se o oficial praticou conduta irregular ou ato que afete a honra ou o decoro da classe.

O conselho tem um prazo de até 50 dias para concluir seus trabalhos. Nesse cenário, caberia ao comandante do Exército, em um prazo de 20 dias, analisar se arquiva o caso ou o envia para o STM – o que permite que Cid seja salvo pelos próprios militares.

Camaragibe - Cidade trabalho 100 dias

O deputado estadual Cayo Albino (PSB) anunciou, ontem, durante a comemoração dos 61 anos do município de Paranatama, a destinação de R$ 500 mil em emendas para a Saúde da cidade. Na ocasião, o parlamentar agradeceu a parceria com o prefeito Henrique Gois (MDB) e com o deputado federal Fernando Monteiro (PP). “A partir de hoje, vou representar essa gente tão querida na Assembleia Legislativa e trabalhar muito para melhorar a vida do povo. É só o começo de uma grande parceria e de uma longa caminhada”, afirmou.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

Hoje, a prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado, realizou a entrega de um ônibus escolar, uma ambulância e mais dois veículos para o município. O evento foi bastante prestigiado e contou com a participação da população, lideranças políticas e de vereadores. Durante a cerimônia, o deputado estadual Doriel Barros comunicou a prefeita que doará através de suas emendas parlamentares, mais quatro ambulâncias. As ações têm como objetivo fortalecer os serviços de saúde e educação na cidade, beneficiando tanto a zona urbana quanto a rural.

“Hoje é um dia especial para todos nós. Estamos aqui para celebrar mais duas importantes conquistas que reforçam o nosso compromisso com a saúde e a educação, pilares fundamentais para o desenvolvimento da nossa cidade”, destacou a prefeita. Ela ressaltou que a ambulância entregue vai agilizar o atendimento de urgência e emergência, salvando vidas, enquanto o ônibus escolar garantirá um transporte seguro e digno para os estudantes, facilitando o acesso à educação.

Doriel enfatizou a importância do investimento em saúde pública. “Por meio de emenda parlamentar, estamos entregando mais quatro ambulâncias para Serra Talhada. Esses veículos são essenciais para fortalecer o atendimento à população, principalmente nas áreas mais distantes da zona rural. É um compromisso que temos com o bem-estar de todos os serra-talhadenses”, afirmou o parlamentar.

Toritama - FJT 2025

O deputado estadual Júnior Matuto (PSB) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na última semana, para defender a aprovação do Projeto de Lei Ordinária (PLO) 2084/2024, de autoria do deputado Izaías Régis (PSDB). O projeto proíbe a adoção de cláusulas de barreira em concursos da segurança pública, permitindo que candidatos que atingiram a nota mínima, mas não ficaram dentro do número de vagas, sejam incluídos automaticamente em um cadastro de reserva. A medida busca evitar a necessidade de novos certames quando há demanda urgente de profissionais na área.

Já aprovado em Primeira Discussão em dezembro, o PL aguarda votação final para seguir para sanção da governadora. Durante seu pronunciamento, Júnior Matuto fez um apelo para que a Casa acelere o processo logo após o Carnaval, ressaltando que a segurança pública é uma área sensível e que precisa de reforço imediato. “Esse projeto é essencial para desburocratizar e garantir que o Estado tenha uma alternativa ágil quando precisar reforçar a segurança. Não faz sentido realizar novos concursos se há candidatos qualificados esperando para serem chamados. Precisamos aprovar essa proposta o quanto antes”, defendeu o parlamentar.

Palmares - Pavimentação Zona Rural

O agronegócio, uma das principais áreas de atuação do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), esteve na agenda que ele cumpre, hoje, em Pernambuco. Bolsonaro está, neste momento, na Usina Petribu, produtora de açúcar e álcool que exporta para Europa, América e África.

O ex-presidente foi recebido por Jorge Petribu, presidente do Conselho da Usina, localizada em Carpina, na Zona da Mata Norte, almoçou no refeitório e visitou as instalações da Usina.

O deputado estadual Coronel Alberto Feitosa (PL), que é o representante da Frente Parlamentar Invasão Zero, destacou a pauta. “O agronegócio do nosso país gera milhares de empregos e renda para o Brasil, alimenta famílias no mundo inteiro e sempre foi uma prioridade do governo Bolsonaro”, disse Feitosa.

Por Antônio Campos*

Diz um velho ditado: “Quem planta vento colhe tempestade”.

A falta de investimentos sociais e em segurança da gestão passada e a inexperiência de Mirella mostra o caos que Olinda está vivendo, a falta de transparência quanto aos números herdados da última gestão, lixo nas ruas, e os carnavalescos e os olindenses com medo ante as brigas de gangues generalizadas, no último domingo, em Olinda.

Não vai adiantar Mirella, prefeita interina, porque vai ser cassada no TSE, se escorar no Governo Estadual, porque ela não sabe gerir a cidade. Caminhei pelas ruas de Olinda, no último sábado, assisti a corrida dos bonecos gigantes e senti o clima tenso quanto a segurança. Lamentável.

Se chamam turistas e a população para o carnaval, também tem que ofertar segurança e salubridade!

Olinda, merece paz e um carnaval de alegria. Basta.

*Advogado, escritor, membro da Academia Pernambucana de Letras, Curador da Fliporto – Festa Literária Internacional de Pernambuco, membro da Associação Brasileira de Imprensa – ABI e ex-presidente da Fundação Joaquim Nabuco

Após cumprir agenda em Serra Talhada, na tarde de hoje, a governadora Raquel Lyra (PSDB) estenderá sua estadia e fará um giro pela região do Pajeú, amanhã. Segundo informações do blog da Juliana Lima, a governadora passará pelas cidades de Carnaíba, Afogados da Ingazeira, São José do Egito e Itapetim.

Ela começa a agenda por Itapetim, às 08h, onde lançará o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Leite. O mesmo programa será lançado às 10h, em São José do Egito, e às 14h, em Afogados da Ingazeira, no Centro Desportivo Municipal.

Na sequência, Raquel inaugurará a requalificação da PE-380, a estrada de Ibitiranga. A agenda terminará em Carnaíba, às 16h30, com o lançamento do PAA Leite na ETE Professor Paulo Freire.

Social1 por João Alberto

Iniciando sua carreira aos sete anos e apaixonado pela música desde antes mesmo de compreendê-la como arte, o cantor André Rio é um verdadeiro símbolo da cultura carnavalesca, tão enraizada em nosso estado. Já levou o frevo para além das fronteiras do Brasil, percorreu inúmeros estados e chegou a uma conclusão marcante: nenhum povo é tão bairrista e apegado à própria cultura quanto o pernambucano. André compartilha detalhes de sua trajetória, influências, processo criativo e sua profunda conexão com o carnaval.

Você tem uma família de músicos. Todos são voltados para a música pernambucana?

Temos música no sangue. Nascemos no bairro de São José, onde o frevo surgiu, e sendo assim, desde cedo tivemos muito contato com a música, as agremiações, e toda a magia do Carnaval. Minha avó paterna, dona Linda, era multi-instrumentista. Tocava acordeão, cavaquinho, violão, etc. Meu pai herdou o talento e passou o amor pelo violão para mim e meu irmão Alírio. Meu pai, Alírio Moraes, é um compositor consagrado, fez inúmeros frevos pra blocos como o “Galo da Madrugada”, “Pierrô de São José”, “Batutas de São José.”

Qual sua ligação com o saudoso maestro José Menezes?

Sou, com muita honra, sobrinho dele, um dos mais importantes expoentes do ritmo do nosso Estado. Portanto somos muito ligados à música regional e vivemos pra preservação deste lindo legado que recebemos. Eu, meu irmão Alírio, minhas irmãs Carla Rio (cantora) e Paula Rio (Produtora cultural), somos elos desta forte corrente familiar que trabalha incessantemente pela arte da nossa terra.

Já atuou em outra área sem ser na música? Sente vontade?

Desde que me entendo por gente que trabalho com música. Canto desde os 7 anos e não saberia fazer outra coisa. Cheguei a estudar direito, mas não concluí a faculdade. A música foi mais forte.

Quais os artistas que mais te inspiram?

O meu primeiro compositor foi meu pai. Mas minha casa era muito musical. Escutávamos música o dia todo. Na vitrola, muito samba, frevo e os grandes astros da MPB. Como Tom Jobim, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Elis Regina. Na adolescência vieram Alceu Valença, Djavan, Geraldo Azevedo, Moraes Moreira, Elba Ramalho.

Quando percebeu que havia se tornado uma referência no carnaval?

Foi tudo de maneira muito orgânica. Gravei meu primeiro frevo que era de J. Michiles, “Queimando a Massa”. Acho que o “micróbio de frevo” me pegou de jeito. Quando vi já estava compondo frevos. A primeira vez que eu vi o povo no galo, cantando meus frevos, chorei de emoção. Agora, quando vejo as orquestras de rua de Olinda, tocando “Chuva de sombrinhas”, minha música que completa 25 anos e a multidão cantando, percebo que esse frevo chegou no seu apogeu.

Você já cantou em outros estados durante o Carnaval?

Já cantei em várias capitais. Esse ano, inclusive, fomos convidados para cantar em João Pessoa. O problema continua sendo a agenda. Estamos em turnê desde 31 de dezembro do ano passado, com a agenda cheia aqui por Pernambuco, graças a Deus. Mas alguns shows me marcaram. Tive a coragem de levar nosso frevo (com os metais) pra Bahia. Fiz muito show em trio por lá. E não posso esquecer que em 2020, cantei no primeiro ano do “Bloco do Galo” em São Paulo. Aqui é diferente porque como canto frevos de minha autoria e de autores pernambucanos, o público faz parte, entoando os grandes hits de carnaval.

Qual o seu time do coração?

Santa Cruz, minha eterna paixão. Sempre que posso vou ao Arruda torcer pelo tricolor.

Pretende se aventurar em outros gêneros musicais?

Sou um artista que canto de janeiro a janeiro. Minha carne é de Carnaval, mas é do forró, do samba, da MPB e bossa nova. Tenho músicas de outros gêneros gravadas por muitos artistas. Canto tudo que vem do meu coração. Este ano, pretendo lançar um projeto de MPB. E, estou ultimando um projeto de músicas inéditas da Bossa Nova, com o meu Mestre e amigo Roberto Menescal.

Quais os cuidados com a saúde para a maratona de shows de carnaval?

Desde dezembro intensifiquei minhas corridas e malho três vezes por semana com minha personal trainer. Muito líquido, dormir, sempre que possível, muito bem. Tomar suplementos, cuidar com muito carinho do meu instrumento de trabalho: a voz.

Onde mais gosta de cantar, Galo da Madrugada, Olinda ou Recife Antigo?

O Galo foi onde tudo começou! Tenho muito respeito pelo Marco Zero. Todo artista sonha em cantar naquele palco. Ano passado, fiz um show no Carnaval em Olinda, que entrou pro meu top 10 dos melhores shows da vida. Ou seja, um show, não exclui o outro. Todos são importantes e em todos dou o meu melhor. Um carnaval completo tem que abrir no Galo, continuar no Marco Zero e concluir nas ladeiras de Olinda.

O pernambucano é, antes de tudo, um bairrista?

Pernambuco é o único estado do Brasil que todo mundo canta seu hino. O diferencial já começa aí. Eu costumo dizer que “Pernambuco não tem tradução. Pernambuco é nação”! Pernambuco é um Estado de Espírito.

Existe algum artista que você gostaria de trabalhar junto?

Eu sou adepto do coletivo. Adoro dividir o palco e projetos com artistas que admiro. Quem quiser, é só chegar!

Como é a rotina de shows quando passa o carnaval?

Termina o carnaval, geralmente descanso uns dias porque como diz o poeta, a vida necessita de pausas. É o tempo de compor, entrar em estúdio, preparar a agenda de Shows da temporada junina e da turnê “Viva Pernambuco” que levo desde o ano 2000 para Europa.

É possível enjoar do carnaval?

Nunca. O Carnaval está impregnado na alma. Nunca. O carnaval está impregnado na alma.

Qual seu hobby favorito?

Compor, assistir séries e jogos. Minha vida é cantar. Fora do palco sou um homem comum, que convive muito bem com a solitude e o silêncio. Preciso disso para compor e sonhar novos projetos.

Qual a sua comida favorita?

Sou carnívoro. Adoro um bom churrasco, uma feijoada, mas minha perdição são as massas.

Qual o lugar do mundo mais bonito do mundo onde já esteve?

Recife. Não tem outro.

Faltam frevos novos? O sucesso é sempre dos antigos?

Esse assunto muito me interessa conversar sobre, porque penso diferente de algumas pessoas. Não falta frevo novo. Falta tocarem nas rádios esses frevos. Vários amigos, lançaram, esse ano, frevos novos. Agora onde tocar? Como divulgar? Falando por mim. Todo ano, eu lanço um frevo novo.

Você tem feito frevos novos?

Em 2023, gravei e lancei um CD intitulado “30 carnavais”, com seis frevos novos. Esse ano, lancei um frevo, que está dando nome a nossa Turnê “E Tome Frevo”, que está sendo muitíssimo bem recebido por onde canto. Também compus um frevo para Luciano Magno, fiz um frevo em parceria com Ciro Bezerra, apresentador da TV Jornal e fiz mais um frevo para O grupo “Destremelar”. Podem dizer o que quiserem, menos que não há frevos novos na praça.

Qual suas experiências em shows na Europa

É maravilhoso você ter um projeto que leva a música que você ama para o mundo. É muita ralação, mas ao mesmo tempo, muito satisfatório, você presenciar que para a música não há barreiras. As pessoas cantam, dançam, aplaudem nossas músicas por onde passamos. São 26 anos de um projeto campeão.

Qual o frevo que mais gosta de cantar?

“Chuva de Sombrinhas” está na boca do povo. Virou hit de carnaval. Posso cantar aonde for que o público vem junto. É surreal. É uma das músicas em homenagem ao Galo da Madrugada que faz mais sucesso.

Qual sua relação com o Galo da Madrugada?

Ele mora no meu coração. Nossas famílias (minha e de Enéas Freire, fundador do Galo), são amigas e do bairro de São José, berço do frevo pernambucano. Meu pai foi compositor de um dos primeiros frevos do Galo. É uma história de amor e respeito.

“Eu podia estar muito bem nos Estados Unidos, fiquei três meses fora do Brasil. Saí dia 30 de dezembro. Se não tivesse saído, estaria preso até hoje. Queriam botar na minha conta o ‘8 de janeiro’, como botaram agora no relatório da Polícia Federal, nem no Brasil estava. E sem falar nesses pobres coitados, mães, pais, avós, condenados a 17 anos de cadeia”, disse Bolsonaro em visita ao Recife, na manhã de hoje.

Na última terça-feira (18) a Procuradoria-Geral da República (PGR), denunciou o ex-presidente pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Bolsonaro também saiu em defesa das pessoas condenadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos atos golpistas de 8 de janeiro. As informações são do Blog da Folha.

“Pessoa que nem sabe direito que é a Constituição, acusada de violar a Constituição brasileira. Mães que acordam e dormem para ver seus filhos. 17 anos de cadeia. Nenhum vagabundo aí foi condenado a isso e se foi já tá em liberdade”, disse.

Por Maurício Rands*

Alguns projetos em tramitação no Congresso Nacional propõem anistiar os participantes em atos contra o estado de direito democrático. Um deles, o PL 2858/2022, do e ex-líder do governo Bolsonaro Major Vitor Hugo (PL-GO) concede anistia a todos os que tenham participado de manifestações em qualquer lugar do território nacional do dia 30/10/2022 ao dia de entrada em vigor da lei.

No § 1º do art. 1º, o PL estende a anistia aos crimes políticos ou com estes conexos e eleitorais. Parece destinar-se ao ex-presidente Bolsonaro. Atualmente, esse PL aguarda na Câmara a criação de Comissão Especial para analisar a matéria. Outro, o PL n° 1068/2024, concede anistia aos envolvidos nos atos de 8/01/2023 e restaura os direitos políticos dos cidadãos declarados inelegíveis em face de atos relacionados às Eleições de 2022, de inciativa do senador Marcio Bittar (UNIÃO/AC), tem como relator o senador Humberto Costa (PT-PE), na Comissão de Defesa da Democracia.

Para o autor do PL 1068, o objetivo é “resguardar esses direitos e dar um fim à perseguição que vem sendo perpetrada contra inúmeros cidadãos brasileiros, sejam políticos ou não, por conta de suas opiniões e posicionamentos ideológicos”.

“Anistia é a exclusão, por lei ordinária com efeitos retroativos, de um ou mais fatos criminosos do campo de incidência do Direito Penal. A clemência estatal é concedida por lei ordinária editada pelo Congresso Nacional (CF, arts. 21, XVII, e 48, VIII).” Essa causa de extinção da punibilidade destina-se, em regra, a crimes políticos (anistia especial), abrangendo, excepcionalmente, crimes comuns. Abrange fatos, e não indivíduos, embora possam ser impostas condições específicas ao réu ou condenado (anistia condicionada). Divide-se em própria, quando concedida anteriormente à condenação, e imprópria, na hipótese em que sua concessão opera-se após a sentença condenatória. Pode ser também condicionada ou incondicionada, conforme esteja ou não sujeita a condições para sua aceitação. A anistia tem efeitos ex tunc, isto é, para o passado, apagando todos os efeitos penais. Rescinde até mesmo a condenação.” Como ensina Cleber Masson (Direito Penal: Parte Geral, E-book. ISBN 9786559649501).

Avanço teórico do neoconstitucionalismo, a Constituição hoje é vista como um sistema de princípios e regras. Os princípios geralmente estão explícitos no texto. Mas existem também os princípios constitucionais implícitos. Que são os que, embora não expressos diretamente no texto constitucional, são extraídos do conjunto de dispositivos e valores que a fundamentam. São exemplos de princípios constitucionais implícitos: princípio da proporcionalidade (a interpretação e as medidas estatais devem ser adequadas, necessárias e proporcionais aos fins pretendidos); princípio da segurança jurídica (garante a estabilidade e previsibilidade das relações jurídicas, assegurando que os cidadãos possam confiar nas leis e nas decisões do Estado); princípio da dignidade da pessoa humana; princípio da segurança jurídica e princípio da supremacia da constituição. Para muitos juristas, o princípio do estado democrático de direito também se constituiria num princípio implícito do nosso sistema constitucional. Por isso que os seus elementos constitutivos, definidos nos incisos II (voto direto, secreto, universal e periódico), III (separação dos poderes) e IV (direitos e garantias individuais) do art. 60, § 4º, da CF/88, são cláusulas pétreas.

Uma das teses em disputa sobre a constitucionalidade desses projetos de anistia, a que me perfilho, é a de que seria inconstitucional a anistia aos que praticaram atos incursos nos artigos 359-L (crime de tentativa de abolição do estado democrático de direito) e 359-M (tentativa de golpe de estado). O ex-presidente, seus ministros, generais e almirantes estão sendo processados por esses crimes. Ou seja, por crimes que atentam contra princípios implícitos da Constituição, como o são o do estado democrático de direito, o da proporcionalidade, o da supremacia da Constituição e o da segurança jurídica. Por isso, uma lei que anistia quem está incurso nesses crimes seria inconstitucional.

A tese antagônica sustenta que a CF/88 foi explícita quando falou dos casos em que a lei não pode conceder o perdão. Foi quando, no art. 5º, inciso XLIII, disse que não seriam susceptíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os crimes hediondos. Sem menção ao ataque ao estado de direito. E, no inciso XLIV, definiu como crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o estado democrático. Para essa tese, a CF/88 não incluiu o crime de ação de grupos armados (XLIV) entre os que não podem ser objeto de graça ou anistia. Ela definiu as hipóteses desse inciso XLIV apenas como inafiançáveis e imprescritíveis. Essa tese aduz ainda que a deliberação sobre a anistia é juízo político do parlamento. Não susceptível de controle de constitucionalidade pelo STF, exceto quanto ao procedimento.

Caso o Congresso Nacional aprovasse um desses projetos de lei de anistia, a questão seria levada ao STF via uma das ações de controle concentrado de constitucionalidade (ADI, ADC, ADPF, MI). O STF poderia ser chamado a julgar a constitucionalidade à luz dos princípios e regras da CF/88. Penso que a melhor interpretação seria a que buscasse preservar os princípios explícitos e implícitos do sistema constitucional adotado em 1988. Entre esses princípios, o do estado democrático de direito, que fundamenta todo o sistema. O STF poderia utilizar uma das ferramentas mais praticadas na jurisdição constitucional: a interpretação conforme à Constituição. Seria dada uma interpretação conforme à Constituição aos incisos XLIII e XLIV do art. 5º para interpretá-los de modo a dizer que esses dois preceitos não permitem a anistia de crimes contra o estado democrático de direito. Ou seja, que esses incisos impõem a decretação da inconstitucionalidade da anistia aos crimes dos artigos 359-L e 359-M do CP por força dos referidos princípios implícitos e explícitos.

Em caso análogo, o STF já se pronunciou nessa direção. Quando julgou a ADPF 964, em 10/05/2023. Esse caso tratou da constitucionalidade do decreto presidencial que concedeu graça (indulto individual) a Daniel Silveira, que havia sido condenado pelo STF a 8 anos e 9 meses de prisão por ataques às instituições democráticas e incitação à violência. Apenas os ministros André Mendonça e Nunes Marques votaram pela constitucionalidade do decreto. Todos os demais entenderam que o ex-deputado não poderia receber a graça por ter cometido crimes contra o estado de direito democrático. O decreto também foi considerado inconstitucional por desvio de finalidade.

Provavelmente esse debate não chegará ao STF. As ações penais em curso no STF contra o ex-presidente e seus seguidores examinam a prática de atos de uma cadeia complexa de atos que materializem tentativas de abolição do estado democrático de direito e de golpe de estado. Atos que agora vão se tornando do conhecimento público. Por isso, o Congresso dominado pelo Centrão, em seu juízo político, não vai se expor perante a opinião pública. Vai preferir o de sempre. Manobrar para extrair vantagens e poder. Ainda que o Congresso aprovasse a anistia, o presidente poderia vetá-la. Ademais, a tese de que a anistia pode pacificar o país pode ser lida pelo seu inverso: para a pacificação, importa não sinalizar que serão perdoados futuros ataques às instituições. Mas, se a anistia fosse aprovada, provavelmente o STF determinaria a sua inconstitucionalidade. Essas são as razões por que a anistia proposta pela ultradireita populista não deve prosperar.

*Advogado formado pela FDR da UFPE, professor de Direito Constitucional da Unicap, PhD pela Universidade Oxford

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista à Rádio CBN Recife, que não tem motivo para ele ser preso e que, se tiver prisão, será arbitrária. Ele ainda disse que o fórum dele, assim como de Lula, não é Brasília e que, se for, deveria ser pelo plenário do Supremo e não por uma turma.

A previsão é que ele seja julgado pela Primeira Turma do Supremo, mas a defesa quer que seja pelo plenário, para ter votos favoráveis pelo menos dos ministros Nunes Marques e André Mendonça. Na entrevista, Bolsonaro ainda disse que não tem motivo para fugir do pais.

“Não tem motivo pra prisão. Tem mais uma arbitrariedade, tá certo? E não tem motivo. Esperar prisão, de jeito nenhum. Alguns dizem até, né, que estou pensando em fugir. Olha, eu estive em Estados Unidos por três meses. Eu pude ter ficado lá, tive oferta pra trabalhar por lá. Vem pra cá pra enfrentar isso daqui e buscar realmente um espaço político pra 26. Eleições e 26, se meu nome é negação da democracia”, afirmou.

O ex-presidente ainda disse que o seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, foi ameaçado para mudar a versão nos depoimentos da delação premiada.

“O tempo todo, ameaça de prisão. É um prosseguimento da narrativa do golpe. A prisão, ninguém gosta dela. E essa possível prisão, se ocorrer, será por arbitrariedade. Eu costumo dizer, se eu sou tão criminoso assim, por que não segui o devido processo legal? O meu fora não é Brasília, como o do Lula não foi. O Lula foi Curitiba. O meu não é Brasília. O meu fora também, se fosse Brasília, seria pelo plenário do Supremo, e não por uma turma do Supremo. Então, a delação do CID tortura, vocês viram parte dos vídeos, vazado agora, sobre tortura. O Alexandre Moraes ameaçando o pai, a esposa e a filha, e ele mudando os seus posicionamentos. Isso quando ocorreu lá atrás, algo parecido, ou menos grave do que isso até, anularam-se praticamente todos os processos da Lava Jato”, disse.

Bolsonaro tem falado que se trata de uma narrativa de golpe. Negou que teve uma tentativa, porque não ia dar golpe nele mesmo.

Bolsonaro chegou a sua primeira parada em Pernambuco, a Padaria Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, poucos minutos depois da hora marcada, 8h. Um grupo de aproximadamente 300 pessoas o aguardava. Um carro de som entoava as tradicionais músicas bolsonaristas. O trânsito está lento na área. As informações são do jornal O Poder.

Convocado pelo locutor para falar aos apoiadores, Bolsonaro subiu no carro de som e falou menos de 5 minutos. Nesse tempo, criticou o governo Lula, se defendeu das acusações, fez mensagem de agrado aos nordestinos e confiança no futuro.

Bolsonaro falou que o governo Lula é um desastre político e econômico, segundo o ex-presidente, ele é “deslumbrado e amigo de ditadores”. Mencionou o preço do ovo em comparação com a promessa de picanha na mesa. Falou sobre o fracasso da reforma tributária, mas não se referiu à crise do pix, instrumento criado no seu governo. “Tentam de tudo para me derrubar com falsas acusações. Não vão conseguir. Prossigo firme na luta, andando por todo o Brasil para divulgar a verdade”, disse.

“Nosso caminho é cheio de espinhos, mas vamos colher flores lá na frente. O Nordeste tem decidido as últimas eleições, mas a população daqui, cabra da peste, está acordando e vendo as mentiras deste governo. Obrigado a todos vocês”, finalizou.

Bolsonaro, entre outros compromissos, vai almoçar na Usina Petribú, do empresário Jorge Petribú, uma referência empresarial na região, localizada em Carpina, 43 km distante da capital. Às 17 h, em Vitória de Santo Antão, recebe o título de cidadão conferido pela Câmara Municipal.

Por Everardo Gueiros

O Brasil tem um problema grave: o Estado, que deveria servir ao cidadão, age como se fosse seu senhor. Em vez de facilitar a vida das pessoas, cria entraves, impõe dificuldades e burocratiza até o mais simples dos processos. No fim das contas, o cidadão comum, que deveria ser o protagonista da democracia, se torna refém de um sistema que parece existir mais para se manter de pé do que para cumprir sua função.

Basta olhar para quem quer empreender. Abrir um negócio no Brasil é um teste de paciência. São licenças, taxas, autorizações e mais autorizações. Se o empreendedor erra um detalhe, é multado. Se cumpre todas as exigências, ainda assim pode ser penalizado pela demora da máquina pública. Enquanto isso, a informalidade corre solta, muitas vezes estimulada pelo próprio sistema, que pune quem tenta fazer as coisas certas e fecha os olhos para quem opera à margem das regras.

No dia a dia, o cidadão também sente o peso dessa inversão de valores. Serviços essenciais, como saúde e segurança, que deveriam ser prioridade, vivem em estado de calamidade. Quando um brasileiro precisa de atendimento médico na rede pública, encontra hospitais lotados, falta de médicos e um atendimento precário. Se busca segurança, descobre que, muitas vezes, está por conta própria, pois o Estado não consegue garantir o mínimo: proteção à vida e ao patrimônio.

Mas se engana quem pensa que o problema é falta de dinheiro. O Brasil tem um dos Estados mais caros do mundo. O cidadão paga impostos altíssimos – sobre consumo, renda, patrimônio – e, em troca, recebe serviços de péssima qualidade. Quem pode, paga duas vezes: uma vez para o governo e outra para garantir saúde e educação privadas, segurança particular e até infraestrutura melhor dentro de condomínios fechados.

No entanto, a única área onde o Estado é rápido e eficiente é na hora de cobrar. A Receita Federal é implacável com quem atrasa um tributo. Multas e juros são aplicados com rigor. Mas experimente cobrar do Estado o mesmo nível de eficiência. Se um cidadão precisa de um documento, enfrenta filas e prazos intermináveis. Se um empresário precisa de uma licença, pode esperar meses ou anos. E, claro, se for um grande grupo econômico, a história é outra: parcelamentos generosos, incentivos e benesses.

O Brasil precisa inverter essa lógica. O Estado existe para servir, não para ser servido. O poder público deveria facilitar a vida de quem quer produzir, trabalhar e viver com dignidade. Mas, para isso, é preciso uma mudança de mentalidade: menos burocracia, mais eficiência e, principalmente, respeito pelo cidadão que sustenta toda essa máquina.

Se não houver uma correção de rumo, continuaremos reféns de um sistema onde quem deveria ser o patrão – o cidadão – se vê na posição de eterno devedor de um Estado que nunca se sacia. E esse, definitivamente, não é o modelo de país que deveríamos aceitar.