O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que após a pane técnica em seu avião no retorno do México, o governo federal vai comprar novos aviões para a presidência e para os ministros. Lula afirmou que não pode o presidente da República “correr riscos”. Lula deu detalhes sobre o voo e afirmou que “é uma vergonha o Brasil não se respeitar”, ressaltando a importância da segurança das autoridades institucionais.
Lula deu a declaração durante entrevista nesta sexta-feira à rádio O Povo/CBN. Lula está em Fortaleza para eventos do governo, como a entrega de unidades do Minha Casa Minha Vida e ônibus escolares, e também para agendas de campanha. No fim da tarde, ele vai participar de um comício do candidato do PT na capital cearense, Evandro Leitão.
“Tiramos uma lição. Vamos comprar não apenas um avião, mas é preciso comprar alguns aviões, porque o Brasil, um país grande, a gente ser pego de surpresa? Então vamos preparar. Eu pedi para o ministro da Defesa que me fizesse uma proposta, vamos comprar um avião para o presidente da República entendendo que a ignorância não pode prevalecer. O avião para o presidente da República, não é para o Lula, Bolsonaro, FHC, é para instituição, quem quer que seja eleito”, afirmou.
Leia maisA aeronave presidencial de Lula sofreu um problema técnico logo após a decolagem do México em direção ao Brasil. A aeronave declarou emergência e precisou ficar andando em círculos durante 4 horas para queimar combustível e pousar em segurança.
“Foi a primeira vez que eu passei uma situação dessa […] Mas o que aconteceu é que quando a gente estava na pista, o barulho já estava diferente e quando levantou voo aconteceu alguma coisa porque o avião estava com um ronco diferente, uma tremedeira, e eu logo levantei para ir saber com o piloto o que estava acontecendo. Disseram que íamos ficar circulando por duas horas até esvaziar um pouco o tanque. Depois das duas horas eu voltei para perguntar ‘e agora?’. ‘Vamos ficar mais duas horas e meia'”, contou o presidente.
O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Damasceno, afirmou que não houve desligamento do motor ou da turbina e que a investigação sobre o ocorrido ainda está em curso. Uma das hipóteses iniciais era que o problema teria sido causado por um pássaro, mas Damasceno afirmou que não houve indício na perícia inicial que confirmasse essa teoria.
“Não houve (nenhum momento de desligamento de turbina e motor). Nada, nada. Como qualquer incidente, fazemos a investigação, está previsto isso. Não temos indicação de ingestão de pássaros. Mas pode ser. Sempre que a vibração no motor da trepidação na estrutura é indicação de desprendimento de peça, ingestão de pássaro. Quero o mais rápido possível ter um relatório preliminar para saber”, declarou.
Dezesseis pessoas estavam a bordo do avião, uma versão adaptada do A-319 da Airbus. Entre eles, a primeira-dama Janja da Silva, os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Cida Gonçalves (Mulheres), o indicado para a presidência do Banco Central, Gabriel Galípolo, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Neto e assessores.
Do Jornal O Globo.