No próximo dia 20 de janeiro, Goiana, na Mata Norte de Pernambuco, sediará a 1ª edição do Fórum em Defesa da Patrimonialização do Ofício, Saberes e Práticas das Marisqueiras em Pernambuco. O evento faz parte da campanha “Ôxe, Pernambuco tem Mariscada sim, senhor”, que busca o reconhecimento do trabalho das marisqueiras como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado. O fórum será realizado no SESC de Goiana e tem como público-alvo marisqueiras e pescadoras artesanais do município e região. As inscrições podem ser feitas pelo site www.institutonegralinda.org.br.
Idealizado pelo Instituto Negralinda, o evento conta com apoio de instituições como Sebrae, Fundarpe, Adepe, Governo do Estado, Sesc, Senac e prefeituras de municípios ligados à cadeia produtiva do marisco. O objetivo é fortalecer a atividade das marisqueiras, garantindo acesso a inovação, capacitação, geração de renda e valorização do trabalho. “Essa iniciativa busca melhorar a qualidade de vida das pessoas e das comunidades que vivem do marisco. Queremos garantir mais inclusão social e acesso direto ao mercado, sem a presença de atravessadores”, afirmou Edy Rocha, diretor executivo do Instituto Negralinda e idealizador da campanha.
A campanha foi lançada em março do ano passado com o objetivo inicial de transformar o prato Mariscada em Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco. No entanto, ao longo do processo, os idealizadores decidiram ampliar a proposta para incluir todo o trabalho das marisqueiras na cadeia produtiva. A oficialização do pedido ocorreu em dezembro, com encaminhamento à Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).
A Mariscada, ensopado à base de mariscos, sururu, camarão e tainha, é uma iguaria tradicional da culinária afro-indígena brasileira. Em Pernambuco, um dos destaques dessa tradição é a receita da Chef Negralinda, servida há mais de 10 anos em seu bistrô na Ilha de Deus, zona sul do Recife. O prato, além de saboroso, representa a história e identidade cultural das comunidades pesqueiras do estado.