Não há segredo: prefeito aprovado, reeleito
Prefeito aprovado, prefeito reeleito. A máxima vale para explicar a avalanche de votos que vários gestores obtiveram nas eleições municipais de domingo passado, a começar pelo Recife, onde João Campos (PSB) atingiu a impressionante marca de 78,11% dos votos, o quarto mais votado no País.
No Interior, o prefeito de São Caetano, Josafá Almeida (UB), bateu um recorde: 92,28% dos votos, enquanto Makoy (PCdoB), seu adversário, teve apenas 7,72% dos votos. Dos 13 vereadores, emplacou 12. Em São Lourenço da Mata, o prefeito Vinícius Labanca (PSB), que beira aos 90% de aprovação, foi reeleito com 88,39% dos votos e elegeu 14 dos 15 vereadores.
Leia maisEm Petrolina, o prefeito Simão Durando (UB) foi igualmente reeleito com 59,16% dos votos, enquanto sua administração tem avaliação positiva em torno de 76%. Sivaldo Albino, de Garanhuns, com percentuais de aprovação bem elevados, saiu das urnas com 71,37% dos votos, impondo um massacre eleitoral ao líder do Governo de Raquel na Alepe, Izaías Régis (PSDB).
Já em Vitória de Santo Antão, o prefeito Paulo Roberto (MDB), igualmente aprovado com altos índices pela população, teve 77,38% dos votos, derrotando o socialista Victor, que teve apenas 16, 69% dos votos. Em Santa Maria da Boa Vista, no Sertão do São Francisco, o prefeito George (PP), com uma gestão aprovada por 73% da população, foi reeleito com 71% dos votos e elegeu 11 dos 13 vereadores.
Gravatá também entra nesse rol. Ali, o prefeito Padre Joselito (Avante) ignorou o adversário Joaquim Neto (PSDB), aliado de primeira hora da governadora Raquel Lyra e por ela apoiado, impondo uma acachapante derrota ao tucano. Teve 63,0% dos votos. Em Toritama, no Agreste Setentrional, o prefeito Edilson Tavares (MDB), que encerra seu segundo mandato extremamente bem aprovado, elegeu o sucessor Sérgio Colin (MDB) por uma margem bem ampla – 66,9% dos votos. Já em Itapetim e Flores, no Sertão do Pajeú, os bem aprovados prefeitos Adelmo Moura e Marconi Santana, ambos do PSB, emplacaram seus sucessores com 62,2% dos votos e 66,30% dos votos, respectivamente.
Caso emblemático – Caruaru se encaixa perfeitamente nesta vertente. Ali, o prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB), apesar do forte bombardeio dos adversários, especialmente Fernando Rodolfo (PL), o mais agressivo, saiu vitorioso no primeiro turno porque tem uma gestão aprovada por quase 70% da população. Seu discurso e estratégia de campanha foram segurados na promessa de mais realizações, o que foi amplamente assimilado pelo eleitorado que lhe conferiu mais um mandato sem a necessidade de duelar num segundo turno.
João, o grande vitorioso, avalia Borges – Uma das vozes mais combativas ao Governo Raquel na Alepe, o deputado Waldemar Borges (PSB) faz uma leitura apropriada do resultado das eleições. Segundo ele, inegavelmente o grande vitorioso é o prefeito recifense. “A soma dos votos de João no Recife, superior a 700 mil, com os 670 mil votos que o PSB teve no Estado, através da eleição de prefeitos, representa o dobro da contabilização para a governadora. Somando-se os 630 mil votos do PSDB no Estado com a votação de Daniel no Recife, chega-se a um total de 670 mil votos, ou seja, João e o PSB juntos tiveram o dobro dos votos do PSDB de Raquel, já somados com os votos de Daniel no Recife, que não é do PSDB, mas do PSD”, diz ele.
Quem vota em quem nas 10 maiores cidades – Já com vistas às eleições para governador de Pernambuco em 2026, um quadro interessante levantado também pelo deputado Waldemar Borges quanto ao comportamento dos prefeitos das dez maiores cidades do Estado. No Recife, João Campos; Jaboatão – pelo menos até o momento independente; Petrolina, João; Caruaru, Raquel Lyra; Olinda e Paulista (definição no segundo turno); Cabo de Santo Agostinho, João; Camaragibe, João; Garanhuns, João; e Vitória de Santo Antão, João. Dos oito, João tem sete e Raquel, um, isso sem computar Olinda e Paulista.
Porcaria de líder – O pastor Silas Malafaia disse estar decepcionado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O líder da ADVEC (Assembleia de Deus Vitória em Cristo) é um dos maiores apoiadores do ex-chefe do Executivo e já custeou, em 2024, ao menos dois atos para ele na avenida Paulista, em São Paulo. Malafaia afirmou que Bolsonaro passou um posicionamento de que “não é confiável” em apoio a políticos. O pastor disse que o ex-presidente se omitiu nas eleições municipais da capital paulista por medo. “Que porcaria de líder é esse?”, questionou. As declarações foram feitas em entrevista à Folha de São Paulo.
Debochou até do tio – Derrotado na disputa pela Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB) debochou da derrota eleitoral de seu tio, Edson Marçal (Podemos), que não conseguiu se eleger vereador de Mozarlândia (GO), a 304 km da capital Goiânia. Ainda durante a apuração dos votos em São Paulo, na qual ficou em terceiro lugar, fora do segundo turno, Marçal comentou notícia que relatava que Edson teve apenas 32 votos e perdeu na sexta tentativa de se eleger. “kkkk”, respondeu o ex-coach, ao receber a notícia da derrota de seu tio, segundo o site Metrópoles.
CURTAS
CARNAÍBA – No Sertão do Pajeú, outro prefeito igualmente bem avaliado é Anchieta Patriota (PSB), de Carnaíba. Elegeu o sucessor Berg Gomes com 56,3% dos votos, derrotando a candidata do Republicanos, Ilma Valério, que uniu as oposições e conquistou 43,07% dos votos.
VERTENTES – Igualmente aprovado e fechando mais um ciclo de oito anos à frente da Prefeitura de Vertentes, o tucano Romero Leal elegeu o sucessor Rael com 50,67% dos votos, mesmo numa eleição extremamente apertada, com o adversário Zito Barros (PSB) cravando 49,33% dos votos.
ABREU E LIMA – Por fim, em Abreu e Lima, o socialista Flávio Gadelha, que tem aprovação recorde, passando dos 79%, foi reeleito com folga. Teve 68,81% dos votos, derrotando três candidatos no campo da oposição, sendo Doutor Marquinhos (PSDB) o mais competitivo, que somou 29,43% dos votos.
Perguntar não ofende: Por que Bolsonaro não respondeu Malafaia com a mesma moeda da agressão?
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