Luciana Gamboa*
Faltando apenas 35 dias para as eleições, o que deveria ser um momento de reflexão sobre o futuro da classe se transformou em um espetáculo de desprezo e superficialidade. A campanha à presidência da OAB/PE, que deveria promover um debate elevado e construtivo, foi tomada por ataques pessoais e chacotas orquestradas pelos aliados de Ingrid Zanella.
Tal como em 2021, preferem ridicularizar Almir Reis [candidato da oposição] e seus apoiadores, desqualificando a oposição com escárnio, em vez de enfrentar os desafios profundos que afligem a advocacia.
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O que deveria ser uma construção coletiva de um novo horizonte transformou-se em uma arena de retórica vazia, onde a desmoralização de quem ousa pensar diferente se sobrepõe ao debate de soluções concretas. Esse ambiente de perseguição não só desvia o foco das questões essenciais, como revela uma gestão preocupada em manter o status quo, abafando qualquer voz que proponha mudanças.
É triste, mas emblemático, que essa postura parta justamente daqueles que ocupam cargos de destaque na Ordem: conselheiros, presidentes de comissões, até o presidente da Escola Superior de Advocacia Nacional – figuras que, por força do cargo, deveriam ser os defensores mais zelosos da classe, mas escolheram transformar seus mandatos em uma plataforma de perseguição política, jogando fora o verdadeiro propósito de suas funções. Em vez de lutar pela advocacia, utilizam suas posições para desprezar e humilhar seus próprios colegas.
Sob a liderança de Ingrid Zanella, a OAB/PE nada fez além de promover eventos superficiais e autopromoção nas redes sociais, enquanto os problemas reais da classe permanecem sem solução. Como advertiu Montesquieu, “a injustiça que se faz a um é uma ameaça que se faz a todos.” A advocacia, relegada ao segundo plano, viu a defesa de suas prerrogativas ser substituída por brindes e aparências.
Mesmo após seis anos à frente da instituição, Ingrid busca agora a presidência, sem mostrar qualquer capacidade de evolução. Sua pré-campanha repete as mesmas táticas de ataques pessoais e falta de ações concretas para enfrentar os desafios da classe.
É como se zombar e ridicularizar fossem suficientes para resolver os problemas, quando, na verdade, essa estratégia apenas insulta a inteligência da advocacia e desvia o foco das questões cruciais: as condições de trabalho e o respeito às prerrogativas.
Enquanto isso, a advocacia pernambucana é asfixiada por um Judiciário burocrático e moroso, que encolhe horários de atendimento e blinda os servidores de qualquer tipo de contato com advogados e cidadãos.
Às vésperas da eleição de 18 de novembro, a advocacia pernambucana assiste perplexa à ferocidade com que os gestores da OAB/PE atacam seus adversários, enquanto se curvam submissamente às autoridades do Judiciário.
Chacotas e ataques pessoais são a única resposta que a gestão de Ingrid Zanella tem para a advocacia, depois de 6 anos no poder? Nos próximos 35 dias, cada advogado deve refletir: queremos uma Ordem transformada em palco de perseguições, ou uma liderança que verdadeiramente defenda nossos interesses?
O futuro da advocacia está em jogo, e a escolha de agora definirá se seguiremos rumo à estagnação ou se abraçaremos uma nova era de respeito e seriedade. O destino da nossa classe está em suas mãos. Que escolha você fará?
*Advogada
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