O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) multou o prefeito de Tupanatinga, José Ronaldo da Silva (PP), em R$ 5.467,51 por descumprir o prazo de envio do demonstrativo de receitas e despesas com a educação referente ao 6º bimestre de 2024. A decisão, tomada por unanimidade pela Primeira Câmara do TCE em sessão virtual realizada entre 14 e 18 de julho, considerou que a omissão compromete o controle externo e a fiscalização dos gastos públicos na área.
Relator do processo, o conselheiro Carlos Neves apontou que a informação deveria ter sido enviada pelo Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (SIOPE) e que não houve justificativa plausível para o atraso. Mesmo com o envio posterior dos dados, o tribunal entendeu que a responsabilidade pela falha se manteve, enquadrando o caso como “sonegação de informação”, nos termos da Lei Estadual nº 12.600/2004. As informações são do blog Tupanatinga Notícias.
Um professor da rede pública estadual foi morto a facadas, na noite de ontem, no município de São Vicente Férrer, Agreste de Pernambuco. Um adolescente de 16 anos foi apreendido em flagrante, segundo a Polícia Civil.
A vítima, identificada como Kleber Camelo, de 44 anos, atuava como professor de história, produtor audiovisual e coordenador metodológico do Comitê de Cultura de Pernambuco, com ações no interior do Estado, mobilizando artistas, coletivos e outras instituições. Também foi secretário municipal de Cultura.
O crime ainda é cercado de mistério. Informações iniciais indicam que o professor estava caminhando pela rua, após sair da missa, quando teria sido atacado. Outras pessoas também teriam ficado feridas. Não há informações se houve uma briga que resultou no homicídio e se vítima e autor já se conheciam.
No boletim de ocorrência, há a informação de que o adolescente teria entrado em surto e, por isso, atacou quem passava pela rua.
A Polícia Civil se resumiu a dizer, em nota oficial, que a Delegacia de Goiana fez a apreensão do adolescente, autuado por ato infracional equivalente ao crime de homicídio, e que a vítima chegou a ser socorrida e encaminhada a um hospital, mas que não resistiu.
Parentes que estiveram no Instituto de Medicina Legal (IML), no Recife, disseram acreditar que Kleber foi uma vítima aleatória do adolescente. “Ele não tinha inimigos, nem comentava sobre possíveis ameaças”, contou Beatriz Regina, sobrinha do professor, em entrevista à TV Jornal.
O corpo do professor será velado na Câmara Municipal de São Vicente Férrer. O enterro do corpo, previsto para amanhã, será no cemitério da cidade.
Comitê lamentou morte
Em publicação nas redes sociais, o Comitê de Cultura de Pernambuco lamentou a morte de Kleber Camelo.
“Um ser humano extraordinário, cuja trajetória deixou marcas profundas na cultura, na educação e, sobretudo, nas pessoas. Professor de História, respeitado e amado em São Vicente Férrer, Kleber foi muito mais do que um educador: foi um elo entre saberes, afetos e possibilidades”, disse trecho do texto.
“Dedicou-se à formação de jovens, ao fortalecimento da cultura local e à produção audiovisual com sensibilidade, escuta e compromisso. Esteve conosco criando pontes, acolhendo trajetórias e construindo caminhos com seu jeito leve e risonho de ser. Sua ausência é sentida com imenso pesar”, pontuou outro trecho.
O Ministério Público de Pernambuco – MPPE, em suas alegações finais na Ação Eleitoral contra o Podemos, pediu a cassação da chapa, bem como a inelegibilidade por 8 anos do vereadores eleitos.
A ação atinge diretamente os vereadores Nilton Senhorinho, Claudemir de Xucuru e Irmão Adriano que, além de perderem seus mandatos, poderão ficar inelegíveis para as próximas eleições. As informações são do portal Belo Jardim 24 horas.
De acordo com um secretário municipal, o caso é considerado praticamente irreversível por se tratar de fraude a cota de gênero, além da ausência de prestação de contas de recursos do partido.
No caso do vereador Nilton Senhorinho, essa já é a segunda vez que ele responde a processos eleitorais com a implicância de perda do mandato.
Resta agora a sentença do juiz eleitoral. Caso se confirme a condenação, teremos mudanças nas cadeiras do legislativo municipal.
Presidente nacional do PSB e atual prefeito do Recife, João Campos fez um alerta ao presidente Lula em relação à disputa ao Senado nas eleições de 2026.
Segundo relatos feitos à coluna de Igor Gadelha, João Campos defendeu que Lula traga políticos de centro para as chapas majoritárias lideradas pelo PT e pela esquerda.
O presidente do PSB alertou que, se priorizar apenas nomes progressistas nas chapas, Lula favorecerá a polarização e acabará facilitando a eleição de bolsonaristas ao Senado.
O prefeito do Recife lembrou ao atual presidente da República que senadores de centro costumam deixar uma margem para negociação com o governo maior que os bolsonaristas.
O almoço de João Campos com Lula
João Campos, segundo apurou a coluna de Igor Gadelha, reforçou o alerta a Lula durante almoço com o petista na quarta-feira (23), no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente.
Pelo lado do PSB, participaram do encontro, o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro Márcio França (Empreendedorismo) e o atual líder do partido na Câmara, Pedro Campos.
No almoço, de acordo com relatos, Lula pediu que PT e PSB “não batam cabeça” em relação à formação das chapas nas eleições de 2026, sobretudo ao Senado.
Durante o encontro, que teve ainda a participação da ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), petistas e pessebistas conversaram sobre estados em que os dois partidos poderão caminhar juntos.
Passeando com meus filhos no shopping Riomar, dei uma passadinha na livraria Leitura para checar a vendagem do meu livro “Os Leões do Norte”. No estoque, só havia um exemplar, adquirido imediatamente quando ainda estava nas suas dependências pelo plantador de cana Pedro Coutinho Guerra, que havia me reconhecido no local. Acabei, claro, dando um autógrafo especial. A editora Eu Escrevo, prontamente, já assumiu o compromisso de reabastecer a livraria amanhã.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) protocolou, na última quarta-feira (23), as alegações finais na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que apura supostas irregularidades praticadas pelo prefeito de Belo Jardim, Gilvandro Estrela de Oliveira, e seu vice, José Lopes Silveira, ambos candidatos à reeleição nas eleições municipais de 2024. A Promotoria pede a cassação da chapa por abuso de poder político e econômico, com base em um conjunto robusto de provas que indicam uso indevido da estrutura da administração pública em favor da campanha dos representados.
Segundo o MPE, ficou comprovado durante a instrução do processo que bens públicos, como veículos oficiais e o gabinete da Prefeitura, foram utilizados para atividades eleitorais. Além disso, servidores comissionados e contratados teriam sido desviados de suas funções para atuar em ações de campanha durante o expediente, em clara violação às normas eleitorais. O Ministério Público também denuncia o uso das redes sociais institucionais da Prefeitura para promover pessoalmente os candidatos, com recursos públicos.
Dentre as provas apresentadas constam portarias de nomeações, requerimentos de férias, contratos de veículos, vídeos de atos políticos, comprovantes de despesas da Prefeitura e depoimentos colhidos em juízo. Para o Promotor Eleitoral, os elementos demonstram, de forma clara, a existência de um esquema organizado para beneficiar a candidatura à reeleição dos atuais gestores, com desvio de finalidade e afronta à lisura do pleito.
Depoimentos prestados por integrantes da própria administração reforçaram a tese acusatória. Paulo Victor Fernandes, diretor de comunicação do município, admitiu em juízo ter atuado diretamente na campanha e ter tido acesso às redes sociais eleitorais a partir do gabinete do prefeito, apesar de tentar justificar que tal atuação se deu fora do horário de trabalho. Já os servidores Maria Eduarda Vilar e Tiago Manso apresentaram versões consideradas frágeis pela Promotoria quanto à regularidade de sua participação nas ações de campanha.
O Ministério Público ainda chamou atenção para possíveis fraudes documentais e crimes de falso testemunho. A Promotoria apontou indícios de que alguns requerimentos de férias apresentados por servidores foram forjados para encobrir suas ausências durante o horário de expediente, quando na realidade estavam envolvidos em atividades eleitorais. O caso de Thiago Manso Holanda da Silva foi especialmente mencionado: sua versão em juízo contradiz documentos e registros audiovisuais presentes nos autos. Por essa razão, o promotor solicitou o envio de cópia dos autos ao Ministério Público com atribuição criminal, para apuração dos crimes previstos nos artigos 299 e 342 do Código Penal.
O caso agora aguarda julgamento pelo Juízo da 45ª Zona Eleitoral de Belo Jardim. Se as alegações do Ministério Público forem acolhidas, a chapa Gilvandro–Zé Lopes poderá ter seus diplomas cassados, além de serem declarados inelegíveis por oito anos e responderem criminalmente pelas condutas apontadas. O episódio reforça os debates sobre o uso indevido da máquina pública em campanhas e pode representar um importante precedente no cenário político municipal.
As informações são oriundas do Processo nº 0600476-31.2024.6.17.0045, que tramita na Justiça Eleitoral de Pernambuco.
Passageiros de um voo da American Airlines precisaram evacuar a aeronave no Aeroporto Internacional de Denver (EUA) na tarde de ontem, após falha mecânica e princípio de incêndio durante a decolagem.
A Administração Federal de Aviação (FAA), órgão equivalente à Anac nos EUA, informou que o voo 3023 sofreu um incidente no Aeroporto Internacional de Denver por volta das 14h45 (horário local), devido a uma possível falha no trem de pouso. O avião tinha Miami como destino final. As informações são do portal g1.
O Departamento de Bombeiros de Denver (Denver Fire Department) também confirmou que houve um princípio de incêndio, que foi rapidamente controlado pela equipe de resposta.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra passageiros evacuando a aeronave pelo escorregador de emergência. Também é possível ver fumaça saindo de baixo do avião, além de algumas chamas.
Autoridades locais informaram que todos os 173 passageiros e os seis tripulantes foram resgatados em segurança, segundo o canal norte-americano CBN News, que também confirmou que a aeronave envolvida é um Boeing 737 MAX 8.
O Aeroporto Internacional de Denver (DEN) informou na rede social X que cinco pessoas receberam atendimento no local e não precisaram ser levadas ao hospital, enquanto uma pessoa foi avaliada em um dos portões de embarque e acabou sendo transportada para atendimento médico.
Ainda segundo a CBS News, a American Airlines informou em comunicado que a aeronave apresentou um problema de manutenção antes da decolagem, afetando um dos pneus, e estava sendo recolhida para inspeção.
“Vou casar com você”, repetia o então deputado federal Jair Bolsonaro sempre que cruzava os corredores do Anexo 3 da Câmara dos Deputados, onde Michelle de Paula trabalhava como secretária parlamentar. O flerte insistente virou convite para um jantar e, em apenas seis meses, os dois estavam casados. Passadas duas décadas, a ex-primeira-dama emerge como peça-chave no xadrez bolsonarista, impulsionada pelas restrições judiciais que hoje limitam a atuação de seu marido.
Impedido de deixar Brasília por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro vê a mulher ganhar protagonismo ao intensificar conversas de bastidores para fortalecer seu grupo político. Sem alarde, ela passou a ocupar espaços, discursar em nome do ex-presidente e comandar a interlocução com lideranças partidárias, religiosas e conservadoras. Procurada, Michelle não comentou.
Na sexta-feira, por exemplo, enquanto Bolsonaro se mantinha recluso em casa para evitar descumprir as ordens de Moraes, Michelle esteve na Paraíba.
— Todos nós, sob a liderança do presidente Bolsonaro, que está parcialmente impedido de exercer sua liderança em toda sua plenitude, iremos nos guiar por Michelle Bolsonaro, que é uma figura excepcional — disse o ex-ministro Marcelo Queiroga, presidente estadual do PL.
Desde que Bolsonaro foi proibido de deixar Brasília, Michelle passou a assumir viagens que seriam dele, como a prevista para Rondônia em agosto, e intensificou postagens nas redes sociais em nome do casal. O resultado foi imediato: após a operação da Polícia Federal na sede do PL e na casa de Bolsonaro, em 18 de julho, ela ganhou 138 mil seguidores no Instagram.
Engajamento
Além da exposição pública, Michelle reforçou a segurança ao redor do ex-presidente. Seu irmão de criação, Eduardo Torres, tem acompanhado Bolsonaro em todas as saídas. Interlocutores próximos dizem que a escolha tem como motivação manter uma pessoa de confiança por perto.
Embora evite citar seu futuro político em discursos públicos, Michelle tem adotado um tom messiânico nos bastidores. Em reuniões fechadas com aliados, ela se coloca como “voz profética” de um novo tempo. Afirma que “a batalha é contra o sistema” e que “Deus a levantou para essa hora”.
A atuação ativa dos últimos meses contrasta com a postura que a ex-primeira-dama teve até então. Na campanha de 2018, exerceu um papel discreto, focado em pautas como inclusão de pessoas com deficiência e doenças raras. Mesmo no governo, mantinha-se fora do foco, limitando suas aparições a eventos religiosos e institucionais.
O ponto de virada veio em julho de 2022, quando discursou na convenção do PL no Rio de Janeiro. A performance empolgou a militância e fez acender, dentro da legenda, a percepção de que ali havia um ativo eleitoral em potencial.
Após a derrota de Bolsonaro em 2022, esse capital político foi aproveitado. Na presidência do PL Mulher, Michelle percorreu o país e ajudou a sigla a ampliar sua base, especialmente entre candidatas evangélicas. Ao mesmo tempo, intensificou a articulação com pastores, cantoras gospel e influenciadoras cristãs. Na semana passada, esteve em reunião reservada com Valdemar Costa Neto na sede do PL, um gesto que, para aliados, simboliza sua ascensão à cúpula partidária.
— Eu vou conversar com ela. A gente não vinha discutindo política por aí, mas é uma pessoa séria e de confiança — declarou Bolsonaro recentemente, ao ser questionado sobre o protagonismo da esposa.
Resistências em casa
Embora esteja consolidando apoio interno no partido, Michelle ainda enfrenta resistências dentro da própria casa. A relação com dois dos quatro filhos do ex-presidente — Carlos Bolsonaro e Jair Renan — sempre foi marcada por tensão. Por anos, Carlos a chamava de Xuxa, em tom pejorativo, nos bastidores, insinuando que ela buscava os holofotes.
Segundo aliados, no entanto, o distanciamento entre os dois começou a diminuir neste ano, durante uma internação de Bolsonaro. Michelle assumiu os cuidados do marido, o que teria comovido Carlos. Ainda assim, há incômodo no clã sobre o espaço que ela vem conquistando.
O pastor Silas Malafaia, aliado histórico da família, vocaliza parte dessa resistência:
— Tem várias vozes que falam por ele, mas não uma única pessoa. Ele não está preso, não está mudo. Uma pessoa só vai representar o quê?
Para integrantes do PL, contudo, Michelle é hoje o elo mais eficaz com dois pilares centrais do bolsonarismo: o eleitorado evangélico e o público feminino conservador. Nos bastidores, cresce a avaliação que, caso Bolsonaro permaneça inelegível, ela deva ser considerada para integrar uma chapa majoritária em 2026.
— Jair Bolsonaro é único. Ninguém vai substituí-lo, mas com as restrições a ele, a possibilidade de lançar Michelle vai amadurecendo mais e mais — resume o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
O governo do Distrito Federal planeja uma reabertura gradual da praça dos Três Poderes, em Brasília (DF). O local foi cercado e é patrulhado pela polícia militar desde a última sexta-feira (25), quando parlamentares do PL começaram um acampamento no local em protesto às restrições impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A intenção é que, hoje, o local tenha pelo menos um acesso liberado, apurou a CNN. Policiais ainda devem permanecer para revistar quem acessar a praça. Assim, turistas poderão ver os atrativos do local, como a Casa do Chá.
A reabertura completa depende de avaliação dos setores de inteligência. Um dos fatores avaliados para manutenção do aumento da segurança na praça é se possíveis convocações ao local estão sendo feitas pelas redes sociais.
A praça foi fechada depois que parlamentares do PL (Partido Liberal) passaram a montar acampamento no local. Ainda na sexta-feira, o Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou a desocupação da praça.
Na determinação, o ministro apontou como exemplo da mobilização uma publicação em redes sociais em que um perfil diz que o acampamento em frente ao STF “está pegando tração”.
“No dia 25/07/2025, às 19h35, o perfil @VoxLiberdade realizou uma postagem na rede social X, intitulada “ESTA PEGANDO TRAÇÃO NA PRAÇA DOS 3 PODERES. MAIS BARRACAS CHEGANDO”, traz a determinação.
Em uma decisão complementar, Moraes ainda determinou a proibição de acampamentos no raio de um quilômetro da praça dos Três Poderes, bem como de quartéis generais.
O prazo final de 1º de agosto estabelecido pelos Estados Unidos para a imposição de novas tarifas a seus parceiros comerciais está mantido, afirmou hoje o secretário de Comércio, Howard Lutnick. A declaração, dada durante entrevista à emissora americana Fox News, também foi divulgada pelo perfil oficial da Casa Branca.
“Não haverá prorrogações nem mais períodos de carência. Em 1º de agosto, as tarifas serão fixadas. Entrarão em vigor. As alfândegas começarão a arrecadar o dinheiro, e pronto”, declarou Lutnick à Fox News.
“No extensions, no more grace periods — August 1st, the tariffs are set. They’ll go into place. Customs will start collecting the money,” says Secretary @howardlutnick.
“The President’s definitely willing to negotiate and talk to the big economies.” pic.twitter.com/e0UnzoZr9N
— Rapid Response 47 (@RapidResponse47) July 27, 2025
Embora as tarifas entrem em vigor, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manterá abertas as portas para alcançar acordos com seus parceiros, explicou Lutnick.
Sobre a União Europeia, com quem Trump negocia hoje na Escócia, o secretário de Comércio disse: “Eles esperam chegar a um acordo, e isso depende do presidente Trump, que lidera esta mesa de negociações. Nós apenas preparamos a mesa”.
Apenas cinco países chegaram a acordos comerciais com a administração Trump: Grã-Bretanha, Vietnã, Indonésia, Filipinas e Japão.
As tarifas acordadas com esses países superam a taxa de 10% que os Estados Unidos aplicam desde abril à grande maioria dos países, mas ainda estão muito abaixo dos níveis com os quais Trump ameaçou caso os governos não chegassem a um acordo com Washington para pôr fim ao que o presidente norte-americano considera práticas desleais.
Nova base legal para tarifa contra o Brasil
O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, está preparando uma nova declaração de emergência como base para tarifas sobre o Brasil, dizem pessoas familiarizadas com o assunto. A medida, que ainda não é definitiva, seria necessária para impor a taxa de 50%, anunciada por Trump, já que a balança comercial dos EUA com o Brasil é superavitária para os americanos.
Os demais países a que foram aplicadas as sobretaxas anunciadas por Trump exportavam mais para os EUA do que importavam. Ou seja, os EUA compravam mais do que vendiam, o que caracteriza déficit nas relações comerciais para os americanos. Por isso, a base legal para as tarifas que foi usada nesses casos não é adequada para o Brasil.
O movimento é um sinal de como o governo busca uma base legal para impor as ameaças tarifárias cada vez mais abrangentes de Trump. O republicano anunciou a potencial taxa de 50% sobre o Brasil, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, em uma demonstração de apoio ao aliado Jair Bolsonaro.
Trump tentou pressionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pôr fim ao que ele chama de “caça às bruxas” contra o ex-presidente, que será julgado em breve pelo suposto envolvimento em tentativa de golpe de Estado. Na carta enviada ao Brasil com a ameaça do tarifaço, o governo americano também cita “censura a redes sociais dos EUA”.
Trump fez a ameaça de impor tarifa de 50% sobre produtos brasileiros no início deste mês. Em paralelo, o governo americano abriu uma investigação contra o Brasil, acusando-o de práticas desleais. No documento em que justifica a investigação, Washigton diz que as big techs poderiam ser prejudicadas com o crescimento do Pix. Também são pontos de preocupação o mercado popular da Rua 25 de Março e o mercado de etanol.
A democracia brasileira percorre, há décadas, um caminho sinuoso entre avanços institucionais e retrocessos disfarçados de legalidade. No centro desse percurso está uma tensão permanente: como equilibrar o respeito à soberania popular com a atuação de instituições que, embora legitimadas pelo sistema constitucional, não se submetem ao crivo direto do eleitorado?
Entre os pilares do Estado Democrático de Direito estão a separação dos poderes, a soberania do voto popular e o princípio da legalidade. No entanto, não raras vezes, vemos esses fundamentos sendo distorcidos por interpretações expansivas, personalistas e muitas vezes não uniformes, emanadas de membros de cortes superiores. E a questão que inquieta: como pode um ministro do Supremo Tribunal Federal (ou do Tribunal Superior Eleitoral), nomeado por ato unilateral do chefe do Executivo, sem jamais ter recebido um voto sequer, cassar o mandato de um parlamentar eleito por milhares — às vezes milhões — de brasileiros?
A resposta formal é simples: o ministro integra um tribunal competente e age com base no ordenamento jurídico. Mas a resposta substancial é complexa e inquietante. Quando decisões judiciais se sobrepõem de forma recorrente à vontade majoritária das urnas, algo se desalinha no tecido democrático.
É evidente que todo mandato eletivo está sujeito à legalidade. Cassações por abuso de poder econômico, compra de votos ou crimes eleitorais são instrumentos legítimos de proteção da democracia. O problema surge quando esses instrumentos passam a ser utilizados sob critérios de oportunidade, conveniência ou seletividade, afastando-se da impessoalidade exigida pela função jurisdicional.
Nos últimos anos, o Brasil presenciou uma série de episódios que colocam à prova a resiliência de sua democracia. Parlamentares cassados por manifestações políticas; redes sociais suspensas por ordem judicial sem contraditório; candidatos inelegíveis por supostos atos de “desinformação”. Estamos criando uma jurisprudência da exceção, onde princípios constitucionais são relativizados em nome da “defesa da democracia”.
Paradoxalmente, esse modelo pode se converter em um novo autoritarismo: um autoritarismo togado, onde o intérprete da norma passa a ocupar o centro da cena política. E, nesse ambiente, a insegurança jurídica se instala, o debate público se acirra, e o cidadão comum se distancia dos centros decisórios. Nesse ambiente, o subversivo punido pelo poder Executivo na época da Ditadura Militar passa a ser agora o punido pelo Império da toga.
A democracia é, por essência, plural. Não comporta unanimidades impostas, nem verdades únicas decretadas. Quando o Judiciário substitui o embate político pelo punitivismo moral, transforma adversários em inimigos, e o voto em papel secundário.
É necessário, portanto, repensar os limites dos poderes. O controle judicial não pode ser confundido com tutela permanente da democracia. O guardião da Constituição não pode se tornar seu intérprete exclusivo e irrecorrível, sob pena de corroer os próprios fundamentos que jurou defender.
Neste momento histórico, em que o Brasil enfrenta polarizações intensas, desafios sociais urgentes e crises institucionais recorrentes, é preciso reafirmar o compromisso com a democracia como prática e não como discurso. E isso exige coragem: a coragem de limitar o poder, inclusive o poder de quem julga.
A uma semana para as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrarem em vigor, o governo brasileiro não se mostrou disposto a negociar e, segundo o ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, está seguindo um caminho “suicida” ao considerar possíveis taxas retaliatórias. O consultor tributário, em entrevista ao Podcast do Correio, defendeu que “só tem uma forma” de lidar com essa questão: “negociar”.
Maciel explicou aos jornalistas Mariana Niederauer e Roberto Fonseca que a diplomacia comercial deve ser tratada com “paciência, profissionalismo, pragmatismo e emoção zero”. Ele ressaltou, ainda, que o interesse nacional deve ser colocado acima de qualquer interesse passional ou disputa ideológica, algo que, na visão do especialista, não está sendo feito. Confira, a seguir, trechos da entrevista com Everardo Maciel:
Estamos a alguns dias do início das tarifas dos Estados Unidos. Quais são as perspectivas, na sua avaliação?
Bom, primeiro, dizer o seguinte: por um problema de tradução, às vezes somos confundidos com alguns conceitos. A expressão tariff em inglês não é adequadamente traduzida por “tarifa”, mas por imposto de importação. Essa é a palavra que nós utilizamos. Eu digo isso para dizer o seguinte: quando o governo americano resolve estabelecer um imposto de importação, incorretamente traduzido por “tarifa”, de 50% sobre os produtos brasileiros, a primeira coisa a ter em conta é que esse imposto incide sobre os americanos e não sobre os brasileiros. É evidente que isto repercute no comércio externo brasileiro e é por isso que é um problema. Mas é preciso deixar muito claro, primeiro, que ele pode fazer isso. Alguém poderia dizer: “Mas ele está, com isso, violando os acordos de comércio internacionais que resultaram na Organização Mundial do Comércio”. Esses acordos são letra morta, não existem mais há muito tempo. Então, esqueça isso. O fato concreto é que isso não foi específico para o Brasil, mas para inúmeros países do mundo. Então, pode fazer isso? Pode. Como lidar com essa questão? Só tem uma forma: negociar. Não estou contando nenhuma novidade, porque é isso que têm feito 40 países do mundo. O único que não está efetivamente negociando é o Brasil.
Quais foram os principais erros do Brasil com o governo Trump em termos comerciais? Onde falhou?
Quando foram obstruídos os canais diplomáticos entre o Brasil e os Estados Unidos, desde a administração de Trump, era previsível que aconteceriam coisas dessa natureza. Quer dizer, o fato de um país, na pessoa dos seus governantes, não ter o mesmo tipo de pensamento de um outro país, não significa encerrar canais de negociação, canais diplomáticos. O fato de os Estados Unidos negociarem com a China não implica acolher a ideologia chinesa. E vice-versa: não significa dizer que a China vai acolher a ideologia norte-americana. Quer dizer, são negócios entre países que devem ser tratados profissionalmente, sem nenhum tipo de conotação ideológica ou emocional.
Paralelamente a essas negociações, alguns países têm feito acordos bilaterais. Esse também é um caminho?
De fato, isso sempre existiu e existe. Não significa dizer que o único país com o qual nós temos relações comerciais sejam os Estados Unidos. Longe disso. O país que tem o maior volume de negócios com o Brasil é a China. Quer dizer, negócios bilaterais ou multilaterais por meio de organizações como Mercosul, tudo isso é possível. O fato de negociar com os Estados Unidos não deve impedir que se negocie com a União Europeia, com a China, com o Vietnã, com a Índia, etc.
O senhor citou que os acordos comerciais se tornaram letra morta. Na prática, isso não é jogar para a plateia?
Sim, só jogar para a plateia. A Organização Mundial do Comércio, que resulta dos chamados acordos do GATT, estabeleceu algumas regras comerciais para o mundo inteiro. E, para isso, tem inclusive instâncias de julgamento para verificar se houve violação desses acordos. O julgamento na OMC têm duas instâncias: a primeira instância continua existindo, não serve para nada, e a segunda não existe. Então, não existe nada.
A presença na imprensa, visibilidade do tema, pode servir como uma forma de pressionar os EUA ou mostrar para o mundo a posição brasileira?
Ninguém dá mais importância para isso, não. Isso tinha importância há 15, 20 anos. Por exemplo, nós conseguimos, por uma iniciativa brilhante, com enorme capacidade negocial, assumir a direção da OMC, na pessoa do embaixador Roberto Azevêdo. Inclusive, enfrentando um candidato que era apoiado pelos EUA. Foi uma tarefa brilhante. Conseguiu se reeleger novamente, agora, duas vezes brilhante, mas no curso do seu segundo mandato, ele renunciou. Ele, como é uma pessoa preparada, qualificada, percebeu que aquilo perdeu qualquer sentido, não tem nenhuma importância.
Ainda há tempo para o Brasil negociar e reverter esse quadro?
Sempre há tempo para negociar. Agora, como se perdeu tempo, o poder de barganha fica muito reduzido. Porque, nesse momento, você vai para a mesa com um poder de fogo reduzido. O que está em jogo não é só o aço e o alumínio. O que está em jogo é a posição do Brasil no comércio mundial. Isso é muito mais grave. E eu não vejo esse tipo de discussão, infelizmente.
Na carta original, que começou tudo isso, Trump cita nominalmente a questão política do Brasil. A partir daí, não seria natural o Brasil dizer que isso é um assunto interno, que envolve a soberania nacional?
Esse assunto terá a importância que for dada a ele. Por exemplo, o Brasil, na pessoa do seu presidente, faz críticas procedentes ou não. A crítica faz defesa de pessoas, de políticos na Argentina, faz críticas a políticos do país inteiro, que aquele está exercendo algo que é, está exercendo uma prerrogativa dele, mas isso não tem relevância nenhuma. Quer dizer, o fato de dizer que eu discordo de tal país que fez isso, vai mudar alguma coisa? Nada. Simplesmente o seguinte: a soberania só é afetada com medidas concretas. Quer dizer, o mundo já teria explodido há alguns séculos se isso tivesse algum tipo de importância
Entre os pontos que foram citados pelo governo norte-americano que estão em investigação no Brasil, aparecem temas que fazem parte do dia a dia da população. Por exemplo, Pix e o comércio na Rua 25 de Março. O senhor acredita que essas discussões precisam estar por trás de um imposto de importação?
Isso é tática diversionista. Não tem relevância em nada. O Pix é uma solução brilhante, uma solução produzida por técnicos brasileiros que está à frente de inúmeras outras soluções do mundo, é um exemplo para o mundo e isso simplesmente não tem que ser discutido. A rua 25 de Março é um problema brasileiro para ser resolvido no Brasil. Simplesmente, não ponha isso na mesa de negociação. Centre naquilo que é objetivo. É preciso segregar os problemas. Isso é uma coisa elementar em negociação. Se você acumula problemas, você não resolve.
O que pode ocorrer a partir do mês que vem, quando os impostos começarem a ser cumpridos nos EUA?
Teremos problema. Sem a menor sombra de dúvida, porque muitos produtos brasileiros têm um mercado preferencial majoritário nos EUA. Ora, se eles vão perder competitividade, que é algo também que não é necessariamente verdadeiro, ele pode aumentar o preço, mas não necessariamente perder a competitividade.
Por ser o único país que exporta esse tipo de insumo para aquele país, não é?
É, pode ter repercussões nos EUA. Mas, provavelmente, isso que eu estou dizendo é uma visão muito generosa e muito otimista. Existirão problemas. E esses problemas têm que ser enfrentados como problemas. E pior ainda, se partirmos para medidas de natureza retaliatória, poderemos agravar o problema, tornar o problema ainda maior. Portanto, requer agir com muita prudência, com muita habilidade, com muito senso pragmático, com muito profissionalismo para resolver um problema real. E esse problema real está para acontecer dentro de alguns dias.
O senhor citou que a adoção de práticas retaliatórias é a pior opção. O senhor pode dar exemplos práticos de como pode ser muito ruim essa retaliação?
A retaliação pode se dar de várias maneiras. Não existe uma forma retaliatória única. Eu vou começar pela trivial. Eu posso retaliar estabelecendo tarifas, imposto de importação, portanto, para produtos norte-americanos. Quem vai pagar isso é o brasileiro, é o consumidor brasileiro. Vamos tomar, por exemplo, o que foi mencionado pelo presidente do Instituto Brasileiro de Mineração, Raul Jungmann, quando mencionou que, do ponto de vista da exportação de minérios do Brasil, os Estados Unidos não são um mercado relevante. O mercado relevante é a Ásia. O Brasil exporta para os EUA de 1% a 2%. Então, portanto, essa dita tarifa, esse imposto de importação, não teria repercussão significativa na atividade mineral brasileira. Porém, se eu vou retaliar estabelecendo, por exemplo, imposto de importação para produtos americanos, eu devo lembrar que 20% dos insumos utilizados na indústria de mineração brasileira vêm dos EUA. Portanto, eu vou aumentar o preço do produto no Brasil e vou inviabilizar a exportação brasileira para a Ásia, ou seja, o tiro sai por outro lado. Eu não vi ninguém entre empresários ou quem estuda esse assunto, a defender essa tese, porque é uma tese suicida. O que eu quero dizer em outras palavras: só tem um caminho, que é o da negociação. E a negociação requer paciência, profissionalismo, pragmatismo e emoção zero.
E silêncio?
Silêncio e não avisar. Quer dizer, você fica o tempo inteiro, uma coisa que parece assim, quase infantil: fica avisando o que vai fazer. Tem que ser silencioso, você tem que ter estratégias para enfrentamento do assunto que são desenvolvidas de forma silenciosa, cautelosa, de forma ponderada. É assim que funciona. Porém, nas circunstâncias que eu estou vendo, eu sou muito pouco otimista em relação a um desfecho favorável.
Quem entrou nessas negociações foi o vice-presidente Geraldo Alckmin, que é também ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços. O senhor acha que devem ficar mais assim, em conversas restritas?
Isso é uma atitude correta. Mas eu faço uma pergunta: quantas vezes o ministro das Relações Exteriores do Brasil conversou com o seu homólogo nos Estados Unidos? Ao que eu saiba, nenhuma. Quantas vezes o ministro da Fazenda do Brasil conversou com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos? Ao que eu saiba, nenhuma. Quantas vezes o presidente da República do Brasil conversou com o presidente dos Estados Unidos? Nenhuma. Então, portanto, é uma iniciativa que, se procedente, como eu creio que seja, é correta, mas muito pequena.
Como lidar, hoje, nesse cenário político em que as redes sociais estão fazendo essa pressão e onde as fake news acabam correndo soltas também?
Isso é um problema contemporâneo que existe. Isso apenas dificulta, torna, ou seja, requer mais habilidade, mais humildade, mais pragmatismo de tudo que eu falei. Isso é apenas um elemento que joga contra, porque o espaço, portanto, para veiculação de notícias falsas e de todos os gêneros é muito grande. Mas isso é o mundo contemporâneo, você não tem como mudar.
O governo tem enfrentado dificuldades na comunicação de uma maneira geral…
A comunicação que o governo deveria fazer é com os Estados Unidos. Agora, se tentar todas as vezes que você for acrescentar uma variável nova, vai tornar mais difícil. Ou seja, às vezes, não creio exatamente que seja assim, mas às vezes eu sou tentado a imaginar que parece que não quer resolver o problema. Parece que tem a intenção de não resolver, porque não é possível que quando se vai tentar resolver o problema, inventa um novo problema para evitar que o problema se resolva. É um pouco absurda a minha conclusão. Eu reconheço que é um pouco absurda, mas eu estou tentado a imaginar que só pode ser isso.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou que uma das medidas que o Brasil pode adotar é dar crédito para os setores mais afetados, mas isso não seria admitir que as negociações não vão avançar?
Não só ele. Também alguns governadores fizeram menção à adoção de medidas do mesmo gênero. Talvez seja necessário, sem a menor sombra de dúvidas. Agora, é preciso lembrar o seguinte: a despeito de ser necessário, o que se disse, também é que isso seria feito como despesa fora do arcabouço, como despesa, portanto, não primária. Aí é um outro problema. Nós estamos numa caminhada contínua de aumento da relação dívida pública/PIB. Acredito sempre na capacidade de, em algum momento, alguém encontrar uma solução que consiga evitar isso. Mas nós estamos acumulando problemas de uma maneira muito séria.
Existe uma dificuldade para começar a ser resolvido, uma vez que ano que vem já é ano eleitoral?
O Brasil tem essa história de ano eleitoral e um ano eleitoral é um ano em quem se permite tudo, em que se tem licença para qualquer coisa, inclusive, sobretudo, para todo tipo de irresponsabilidade. E é isso que faz com que o Brasil, há muito tempo, fique patinando como país que não consegue decolar.
O primeiro semáforo inteligente do Cabo de Santo Agostinho foi instalado na Avenida Historiador Pereira da Costa, em frente à estação ferroviária. A tecnologia está em fase de testes e será implantada em outros pontos da cidade nos próximos dias. Além de sensores de fluxo e câmeras, o sistema permite ajustes automáticos nos tempos dos sinais, melhorando a fluidez no trânsito e aumentando a segurança viária.
As faixas de pedestres também passaram a contar com iluminação especial, reforçando a visibilidade e a segurança durante as travessias, especialmente em horários de pouca luz.
De acordo com o prefeito Lula Cabral, a iniciativa representa um avanço na modernização urbana do município. “Estamos investindo em soluções tecnológicas que trazem mais segurança e organização para o trânsito. Esse é apenas o começo de um projeto que vai beneficiar toda a cidade”, afirmou.
Uma análise de meio milhão de publicações de pessoas de 16 a 30 anos em redes sociais feita ao longo de 12 meses mostra que os jovens brasileiros deixam a esquerda ao ficarem mais velhos. Eles tendem a ir para o centro ou ficar mais céticos ou desiludidos.
Segundo a pesquisa, a esquerda é mais popular na faixa etária dos 16 aos 18 anos: 44,5% dos adolescentes se identificam com esse espectro político. O levantamento “O que pensam os jovens brasileiros”, antecipado ao Poder360, foi encomendado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira) à consultoria AP Exata. Leia a íntegra.
Além do espectro político, o levantamento analisou os humores coletivos, as fases da juventude, os temas centrais discutidos e as diferenças regionais. O diretor-geral da FAP, Marcelo Aguiar, afirma que a análise é “bem ampla para entender o que o jovem está pensando”.
Para o diretor, o levantamento faz uma “fotografia” do atual cenário do país. Aguiar não considera a redução na quantidade de pessoas que se consideram de esquerda à medida que envelhecem como um fenômeno exclusivamente brasileiro. Para ele, isso é um “reflexo histórico do que passa a humanidade”.
Entre os jovens brasileiros de 19 a 24 anos, a esquerda ainda lidera, com 33,7%, mas começa a perder força. Já entre os de 25 a 30 anos, o índice cai para 18,9%, especialmente entre os que “passaram a priorizar trabalho, família e objetivos pessoais“. A direita mantém patamar semelhante nas duas faixas: 21,8% entre os de 19 a 24 e 17,6% entre os de 25 a 30, sustentada por discursos de mérito e valores conservadores.
O centro ganha força com o avanço da idade: sobe de 17,6% para 27,4% e passa a liderar entre os mais velhos, refletindo a busca por moderação e estabilidade. O ceticismo também cresce, de 19,5% para 25,2%. Já a apatia, que era de 7,4% entre os mais jovens, sobe para 10,9%, indicando um afastamento gradual do debate político.
O diretor da FAP acredita que este movimento pode estar ligado à “perda de utopias [de esquerda] e de identidade”. Mesmo com os números desfavoráveis, ele afirma que este não é um sinal de que a esquerda vai acabar, mas sim um momento de “reestruturação”.
Um outro dado analisado pela pesquisa são os temas mais discutidos pelos brasileiros de 16 a 30 anos nas redes sociais. A política é mais relevante para as pessoas de 25 a 30 anos (24,6%), enquanto os temas “futuro” e “estudos” são mais caros aos adolescentes (32,5%).
“Os dados revelam uma mudança progressiva de interesses conforme os jovens avançam na idade. As menções a temas como estudos, saúde mental, política e trabalho acompanham o ciclo de vida e o amadurecimento das responsabilidades”, diz o levantamento.
Metodologia
A pesquisa foi feita com o uso da plataforma Horus, uma tecnologia da AP Exata que monitora publicações feitas em redes sociais. A análise foi realizada a partir de 500.000 postagens no X (antigo-Twiter), YouTube, Threads, Instagram e Facebook por usuários localizados em 145 cidades em todos os Estados brasileiros.
O Discord também foi utilizado para a parte qualitativa do levantamento, em que a netnografia foi aplicada. Neste tipo de metodologia, os estudos dos fenômenos culturais são aplicados à internet.
Considerando que a pesquisa foi conduzida no ambiente on-line, é importante levar em consideração que este é um campo que a direita tem dominado. Para Aguiar “a esquerda ficou atrás neste processo no mundo digital”.
O diretor da FAP ressaltou que, agora, a esquerda tem reagido. Para ele, um dos exemplos foi o fato de ter “rivalizado” com a direita depois do anúncio das taxas de 50% aos produtos brasileiros determinadas pelo governo dos EUA.
O governo brasileiro, por exemplo, criou campanhas digitais em que ressaltavam a soberania nacional frente à decisão do presidente norte-americano Donald Trump (Partido Republicano).
A FAP, fundada em 2000, é o braço de estudos do partido Cidadania, ex-PPS (Partido Popular Socialista).
Donald Trump mandou avisar: está de olho nos minerais estratégicos do Brasil. O recado foi dado pelo encarregado de negócios da embaixada americana, Gabriel Escobar. Ele expôs a cobiça a nove dias do 1º de agosto, data marcada para o início do tarifaço contra produtos brasileiros.
O presidente dos Estados Unidos não é dado a sutilezas. Em fevereiro, ameaçou suspender o apoio militar à Ucrânia e submeteu Volodymyr Zelensky a uma humilhação pública na Casa Branca. Tudo para arrancar um acordo de exploração de terras-raras, descritas como o petróleo do século 21. O solo ucraniano é rico em minerais críticos como urânio, titânio, lítio, ferro e manganês. Para não serem abandonados à própria sorte, os donos da terra se viram forçados a entregá-la ao Tio Sam.
Em outro lance que lembrou o colonialismo do século 19, Trump ameaçou tomar a Groenlândia, território autônomo da Dinamarca. O republicano alegou fins de segurança nacional, mas um de seus conselheiros econômicos admitiu que a cobiça se deve à presença de “muitos metais valiosos”. A União Europeia protestou, e o assunto foi deixado de lado até segunda ordem.
Trump quer reduzir a dependência americana de minerais estratégicos exportados pela China. O desejo de encontrar novos fornecedores é legítimo. O problema é querer obtê-los mediante chantagem e extorsão, levando a faca ao pescoço alheio.
O Brasil detém 23% das reservas mundiais de terras-raras, além de 92% das reservas de nióbio, matéria-prima para a indústria aeroespacial. O país também é rico em recursos como lítio e silício, usados na produção de baterias e semicondutores.
Na quarta-feira, Escobar expôs o apetite americano em reunião a portas fechadas com a cúpula do Ibram. A entidade tem nome de órgão público, mas representa os interesses das mineradoras brasileiras. É chefiada por Raul Jungmann, ministro dos governos FH e Temer, e pelo general Fernando Azevedo e Silva, ministro de Bolsonaro.
Jungmann também preside o Lide Mineração, braço do grupo de lobby de João Doria. Depois que a conversa veio à tona, o ex-ministro disse ter informado o representante de Trump que a discussão precisaria envolver o governo — uma obviedade, já que as riquezas do subsolo só podem ser extraídas com permissão da União. Ele acrescentou que os minerais poderiam se tornar uma “carta na manga” para o Brasil na negociação das tarifas.
Se a ideia era entregar o mapa da mina, parece não ter funcionado. Na quinta, Lula aproveitou uma solenidade para reforçar o discurso da soberania nacional e rechaçar a cobiça americana. “Temos todos os minerais ricos que vocês querem”, disse. “Aqui ninguém põe a mão”, completou.
Nem sempre foi assim. Em janeiro de 2019, um recém-empossado Jair Bolsonaro cruzou com Al Gore no Fórum Econômico Mundial, em Davos. O ex-vice-presidente americano, vencedor do Nobel da Paz, manifestou preocupação com a Amazônia. Deu-se um diálogo espantoso, filmado pelo documentarista alemão Marcus Vetter. “Temos muitas riquezas e gostaria muito de explorá-las junto com os Estados Unidos”, ofertou o capitão. “Não entendi bem o que isso quer dizer”, respondeu um constrangido Gore.
Aproximadamente 200 carros foram destruídos durante um incêndio no pátio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), no Bairro Parque das Aroeiras, em Uberaba, na tarde de ontem. As chamas se concentram em um lote de veículos apreendidos e rapidamente se espalharam.
Conforme informações do Corpo de Bombeiros, havia no local outros 800 automóveis, entre carros, motos e caminhões, e a atuação dos militares impediu que o fogo tomasse proporções ainda maiores. As informações são do portal g1.
Cinco viaturas e 13 militares foram acionados para o combate às chamas, que durou cerca de três horas. Ao todo, foram utilizados 40 mil litros de água, e um caminhão-pipa da Companhia Operacional de Desenvolvimento, Saneamento e Ações Urbanas (Codau) também auxiliou na ocorrência
Conforme os bombeiros, o pátio tem câmeras de segurança, mas não foi possível verificar a origem do incêndio, já que a energia foi desligada por conta do rompimento de fiações causado pelo calor. O local é completamente murado, fazendo divisa com a linha férrea.
Os responsáveis pelo pátio foram orientados a reorganizar o espaço, aumentando o distanciamento entre os lotes de veículos para evitar novas ocorrências e facilitar o acesso de viaturas.
Ninguém se feriu, e as causas do fogo serão apuradas pela Polícia Civil.
Em março, um incêndio semelhante consumiu 80 veículos no mesmo pátio. À época, câmeras de segurança mostraram suspeitos pulando o muro e ateando fogo nos veículos.
Hoje e amanhã devem ser de chuvas moderadas em parte de Pernambuco. A previsão é do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que emitiu um alerta amarelo. O comunicado de acumulado de chuva, de “perigo potencial”, prevê precipitações na Região Metropolitana do Recife e Zona da Mata pernambucana.
Publicado na última sexta-feira (25), o aviso tem início às 16h de hoje e vai até as 10h de amanhã, e também é válido para a Mata paraibana, além dos Lestes potiguar e alagoano. O comunicado aponta chuvas de até 50 milímetros, com “baixo risco de alagamentos e pequenos deslizamentos”.