Sebrae - Compre Pequeno

Segundo turno começa tranquilo em Pernambuco, diz TRE-PE; 535 mil eleitores estão aptos a votar

Por Germana Macambira
Do Blog da Folha

O segundo turno das eleições municipais em Pernambuco – com Olinda e Paulista no páreo e respectivamente 300 mil e 235 mil eleitores aptos à votação que vai eleger os prefeitos das duas cidades – foi aberto às 8h deste domingo (27).

Em anúncio que decretou a abertura oficial do pleito em Pernambuco, o diretor-geral do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), Orson Lemos, ressaltou que o início do pleito ocorreu de forma tranquila.

“Às 7h da manhã, as 1.528 urnas foram ligadas para a zerésima (…) São aproximadamente 5 mil mesários, e, às 8h, foram abertas todas as 1.528 urnas, com um início tranquilo”, destacou Orson. A votação termina às 17h.

Pernambuco conta neste domingo de segundo turno com o total de 184 seções e seis zonas eleitorais distribuídas entre Olinda e Paulista, ambas cidades da Região Metropolitana do Recife.

Em Olinda, a disputa ocorre entre Vinicius Castello (PT) e Mirella Almeida (PSD).

Já em Paulista o pleito será decidido entre Ramos (PSDB) e Júnior Matuto (PSB).

Petrolina - Testemunhal

A Região Metropolitana do Recife (RMR) vai ter circulação gratuita de ônibus para o segundo turno das Eleições 2024, neste domingo (27). No Grande Recife, Olinda e Paulista vão ao segundo turno de votação para prefeito.

Com isso, das 7h30 às 17h30, de acordo com o Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM), a população vai poder contar com transporte sem pagamento de tarifas para as linhas convencionais. Os serviços opcionais continuarão sendo cobrados.

Vale lembrar que quem precisar utilizar o metrô na RMR no domingo também não vai precisar pagar passagem, como foi anunciado na última quarta-feira (23) pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).

Segundo o diretor-presidente do CTM, Matheus Freitas,o foco é assegurar que o eleitor não encontre dificuldades em exercer o seu direito de votar.

“Já foi enviado ofício para as empresas operadoras para que, no domingo, seja colocada em operação mais veículos nas ruas, devendo ampliar a oferta de viagens conforme a demanda de passageiros nessas regiões. Vamos monitorar a operação da frota e orientar motoristas e passageiros”, disse.

Quem precisar fazer alguma denúncia, sugestão ou reclamação pode entrar em contato com a Central de Atendimento ao Cliente do Consórcio, das 6h às 18h, no número 0800 081 0158. Também é possível solicitar atendimento pelo WhatsApp (9.9488.3999), das 06h às 18h, para mensagens de texto, áudio, fotos ou vídeos, exclusivo para reclamações.

Da Folha de Pernambuco

Conheça Petrolina

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) completa neste domingo (27) 79 anos. Com isso, o petista se torna o presidente brasileiro mais velho no cargo, ultrapassando Michel Temer (MDB), que deixou a cadeira do Executivo com 78 anos.

Em 2022, Lula já havia alcançado um recorde ao se tornado o mais velho a tomar posse da presidência do Brasil, quando tinha 77 anos.

Havia a expectativa de que o presidente fosse para São Paulo votar em São Bernardo do Campo (SP) e apoiar os últimos dias de campanha de Guilherme Boulos (PSOL) para a prefeitura da capital paulista.

No entanto, em razão do acidente doméstico que sofreu no sábado passado (19), quando caiu no banheiro no Palácio do Alvorada e feriu a cabeça, a recomendação médica é de que Lula evite voos.

80+
Ao terminar o mandato em 2026, Lula terá 81 anos e a candidatura à reeleição não está descartada.

Essa é, por exemplo, a idade de Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, que decidiu desistir de uma possível reeleição neste ano depois de questionamentos sobre sua capacidade cognitiva para assumir o cargo.

Como mostrou a CNN, 77% dos eleitores americanos consideraram Biden “muito velho” para governar o país por mais quatro anos. O dado é de uma pesquisa da Associated Press (AP) e do instituto Norc da Universidade de Chicago.

À época, quando comparado ao presidente americano, Lula rebateu: “Quem achar que o Lulinha está cansado, pergunte para a Janja. Ela é testemunha ocular. Quando eu falo que eu tenho 70 anos de idade, energia de 30 e tesão de 20, eu estou falando com conhecimento de causa”, disse.

Na manhã de ontem (26), último dia para a realização de atos de campanha, a candidata a prefeita de Olinda, Mirella Almeida (PSD), recebeu uma demonstração de adesão ao seu palanque, com a presença da governadora Raquel Lyra (PSDB), da vice-governadora Priscila Krause, do ministro da Pesca, André de Paula, dentre outros aliados importantes.

A comitiva caminhou ao lado da candidata pelas ruas do bairro de Rio Doce, finalizando o percurso no pátio da feira. “Nossa caminhada foi linda e amanhã é dia de mudança, dia de decidir o futuro de Olinda e é claro que Mirella está pronta para cuidar do seu povo”, afirmou a governadora em vídeo gravado para as redes sociais.

Mirella agradeceu pelo carinho dos apoiadores e populares presentes no evento, e ressaltou a necessidade de conquistar cada voto. “Último dia de campanha, a minha voz já foi embora, mas vamos juntos continuar trazendo a mudança que o povo de Olinda tanto quis”, ressaltou a candidata.

Em pronunciamento transmitido em rede nacional de rádio e televisão e nas redes sociais neste sábado (26), a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, dirigiu-se aos mais de 33 milhões de eleitoras e eleitores de 51 cidades brasileiras que estarão aptos a voltar às urnas no 2º turno das Eleições Municipais de 2024. 

A ministra reforçou o convite para que o eleitorado compareça às urnas neste domingo (27) e ressaltou que o voto é o gesto maior da vida democrática, além de um poderoso instrumento de transformação social. 

“Sua participação é fundamental pelos que sonharam com a democracia antes de nós e lutaram para que tivéssemos esse direito e para os que virão depois de nós, persistindo no mesmo empenho por um Brasil mais justo”, destacou a presidente do TSE.  

Cármen Lúcia também enfatizou que as urnas eletrônicas, seguras e auditáveis, estão preparadas para receber o voto de cada pessoa. Ela lembrou que quem não votou no 1º turno “não só pode, como deve ir às urnas neste domingo”, caso haja o 2º turno no município. “Ao votar, você faz uma escolha pelo seu futuro e pelo futuro das pessoas que você ama. Participe!”, incentivou a ministra.  

Agradecimentos 

Ao longo do pronunciamento, a ministra agradeceu às juízas e aos juízes eleitorais e aos quase 2 milhões de mesárias e mesários que trabalharam no 1º turno e que, na segunda etapa do pleito, “continuam a se entregar a este ato de civismo comprometido”. 

Cármen Lúcia agradeceu às forças de segurança pública, que garantem a realização pacífica do pleito, e a todas as servidoras e todos os servidores da Justiça Eleitoral, aos quais se referiu como modelos de responsabilidade e dedicação. 

A partir das 8h deste domingo (27), no horário de Brasília, eleitores de 15 capitais e 36 municípios voltam às urnas para eleger os prefeitos que os representarão pelos próximos quatro anos. Não há segundo turno para a disputa ao cargo de vereador. As seções de votação estarão abertas até as 17h, também no horário de Brasília.

Pela primeira vez, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adotou o horário unificado nas eleições municipais. A medida já havia sido aplicada nas Eleições Gerais de 2022 e foi mantida para o pleito deste ano.

Para este segundo turno, eleitores de Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Manaus (AM) e Porto Velho (RO), que têm fusos diferentes da capital federal, devem ficar atentos ao relógio. Nesses locais, o horário de votação será das 7h às 16h (horário local).

Quem não votou no primeiro turno pode votar no segundo, já que a Justiça Eleitoral considera cada turno como uma eleição independente. Da mesma forma, quem não votar em nenhum dos dois turnos terá de justificar duas vezes.

A legislação brasileira determina que o voto é obrigatório para quem tem idade entre 18 e 70 anos e facultativo para pessoas analfabetas, jovens com 16 e 17 anos e para todos com mais de 70 anos. Mas é necessário estar com o título eleitoral em situação regular. Neste ano, os eleitores tiveram até 8 de maio para regularizar o documento.

Em 2024, as eleições municipais para o cargo de prefeito terão segundo turno em 51 municípios do país, sendo 15 capitais: Aracaju (SE), Curitiba (PR), Natal (RN), Belém (PA), Fortaleza (CE), Palmas (TO), Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Campo Grande (MS), João Pessoa (PB), Porto Velho (RO), Cuiabá (MT), Manaus (AM) e São Paulo (SP).

Os outros 36 municípios onde haverá segundo turno são: Anápolis (GO), Aparecida de Goiânia (GO), Barueri (SP), Camaçari (BA), Campina Grande (PB), Canoas (RS), Caucaia (CE), Caxias do Sul (RS), Diadema (SP), Franca (SP), Guarujá (SP), Guarulhos (SP), Imperatriz (MA), Jundiaí (SP), Limeira (SP), Londrina (PR), Mauá (SP), Niterói (RJ), Olinda (PE), Paulista (PE), Pelotas (RS), Petrópolis (RJ), Piracicaba (SP), Ponta Grossa (PR), Ribeirão Preto (SP), Santa Maria (RS), Santarém (PA), Santos (SP), São Bernardo do Campo (SP), São José do Rio Preto (SP), São José dos Campos (SP), Serra (ES), Sumaré (SP), Taboão da Serra (SP), Taubaté (SP) e Uberaba (MG).

Da Agência Brasil.

A Justiça Eleitoral realiza mais um Teste de Autenticidade dos Sistemas Eleitorais neste domingo (27), 2º turno das Eleições Municipais de 2024. Da mesma forma como ocorreu na primeira etapa do pleito, a auditoria tem o objetivo de atestar que nas urnas eletrônicas estão instalados os sistemas oficiais desenvolvidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que foram assinados digitalmente e lacrados em cerimônia pública concluída no último dia 10 de setembro.

No total, 83 urnas serão submetidas à fiscalização, realizada nas seções eleitorais de municípios pertencentes aos 20 estados em que ocorre o 2º turno. O Teste de Autenticidade acontece antes do início da votação e está previsto na Resolução TSE nº 23.673/2021, O evento é público e conta com a participação das entidades legitimadas a fiscalizar o processo eleitoral.

Teste inicia com sorteio das seções a serem auditadas

O Teste de Autenticidade começa com o sorteio das seções eleitorais que passarão pela auditoria. Em seguida, a pessoa que estiver presidindo a Comissão de Auditoria da Votação Eletrônica em cada localidade deverá providenciar o relatório das correspondências entre as urnas e as seções escolhidas ou sorteadas.

Esse relatório é obtido pelo Sistema de Gerenciamento da Totalização do TRE com o objetivo de integrar a ata do evento. A pessoa também deverá comunicar imediatamente ao juiz eleitoral sobre a seção escolhida ou sorteada e o número da respectiva correspondência da urna eletrônica.

Logo após, a juíza ou o juiz da Zona Eleitoral deverá realizar o Teste de Autenticidade dos Sistemas Eleitorais. Essa etapa é realizada com a convocação dos partidos políticos, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Ministério Público. A juíza ou juiz dará publicidade às demais entidades fiscalizadoras sobre a necessidade de comparecerem ao local de votação pelo menos uma hora antes do início da votação para acompanhar a auditoria da urna eletrônica na seção eleitoral sorteada. 

Além disso, o juiz eleitoral deverá informar ao presidente da mesa receptora de votos sobre a auditoria na urna da respectiva seção eleitoral, bem como repassar as orientações sobre os procedimentos a serem adotados. Ainda precisará providenciar material específico, que ficará aos cuidados dele ou da pessoa que conduzirá a auditoria. 

Procedimentos de verificação no dia da eleição

Na seção onde a urna será auditada, a juíza ou o juiz eleitoral determinará a realização dos seguintes procedimentos, que ocorrerão antes da emissão da zerésima:

  • Exame do Comprovante de Carga para verificar que se trata da urna da seção eleitoral escolhida ou sorteada;
  • Rompimento do lacre do compartimento da Mídia de Resultado e retirada da Mídia de Resultado; e
  • Verificação das assinaturas e dos resumos digitais pelo programa do TSE, pelo programa de verificação apresentado pela pessoa interessada ou ambos. 

A zerésima é o documento emitido pela urna, antes de iniciada a votação, que comprova não haver voto registrado para nenhum dos candidatos no equipamento.  

Conclusão da auditoria 

Finalizada a verificação da assinatura e a impressão do relatório para atestar a integridade dos sistemas, serão adotadas as seguintes ações:

  • Retirada das mídias de acionamento dos sistemas de verificação;
  • Reinserção da Mídia de Resultado da urna eletrônica, retirada no início da auditoria;
  • Lacração da tampa do compartimento da Mídia de Resultado com novo lacre, o qual será assinado pelo juízo eleitoral ou por pessoa por ele designada; e
  • Lavratura da ata circunstanciada do término dos trabalhos, assinada pelo juízo eleitoral ou pessoa por ele designada e pelas demais pessoas presentes.

Lavrada a ata da auditoria, o juiz eleitoral determinará o início dos trabalhos de votação na seção eleitoral. 

O candidato a prefeito de Paulista Júnior Matuto (PSB) exercerá seu voto no segundo turno das eleições municipais neste domingo (27), na Escola Professora Maria Alves Machado, no bairro de Maranguape II. A previsão é de que o candidato compareça ao local de votação por volta das 15h.

A campanha de Matuto foi marcada por desafios, incluindo um episódio de agressão verbal e física sofrido por ele durante a votação do primeiro turno, mesmo enquanto segurava sua filha pequena no colo. “Esse tipo de violência e baixaria só demonstra o desespero daqueles que não têm propostas e usam mentiras para tentar enganar o eleitor. Meu adversário, Ramos (PSDB), fugiu dos debates, optando por atacar nas sombras ao lado do atual prefeito Yves Ribeiro. Mas a resposta do povo virá nas urnas, escolhendo a verdade e o trabalho por Paulista,” afirmou Matuto.

O atual prefeito, Yves Ribeiro, aliado de Ramos, foi obrigado pela Justiça Eleitoral a publicar um direito de resposta de Matuto em suas redes sociais, após divulgar fake news em favor do candidato do PSDB. Ao todo, 25 decisões judiciais foram expedidas devido a propagação de informações falsas pela candidatura rival. Em todo o segundo turno, Ramos não compareceu a debates ou sabatinas, evitando o confronto direto de propostas.

O Sertão que nasci, vivi e nele minha alma ficou impregnada tem muito do mundo imaginário traçado pela pena de Guimarães Rosa. Tem também as dores manifestas de Graciliano Ramos em Vidas Secas, sobretudo na cachorra Baleia, da família do retirante Fabiano, apresentada de forma mais humanizada do que os próprios humanos da história. 

Meu Sertão que vivi está também e, principalmente, no O Quinze, de Rachel de Queiroz, cujo mundo transportado para nós foi rabiscado à sombra do Juazeiro, sob os acordes da Asa Branca, no encosto do carro de boi. Meu Sertão também está presente em Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, considerado um dos mais importantes textos da literatura brasileira. 

Um Sertão recriado entre vaqueiros no transporte de uma boiada. Guimarães sentiu o que senti garoto no mundo todo próprio de terras e vidas secas, que nos ensina que o correr da vida embrulha tudo. Lá, ele descobriu o sentido de viver: “A vida é assim, esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”. 

O Sertão foi povoado pelos portugueses. Firmaram cidades e vilas, plantaram canaviais, extraíram metais preciosos, criaram gado.  Chegaram impunhando a autoridade do rei, difundiram a fé cristã e transformaram índios e negros africanos em escravos.

Meu Sertão é ainda o Sertão das escritas e vivências de Euclides da Cunha. Em Os sertões, ele criou uma imagem de Canudos como cidade iletrada, dominada por fanatismos e superstições transmitidos de forma oral. Gustavo Barroso, imortal da Academia Brasileira de Letras, foi fundo na nossa história. 

Descobriu que a palavra portuguesa ‘sertão’ nada mais é do que a abreviatura de “desertão”, um deserto grande, apelativo dado pelos portugueses às regiões despovoadas e híspides da África Equatorial. Vidas Secas, sempre o velho Graça de volta, é um profundo retrato da sociedade brasileira, sobretudo de seus problemas sociais. 

Graciliano traça uma crítica social retratando as dificuldades encontradas por uma família pobre de retirantes, convivendo com a miséria e a seca. Na forçosa travessia em busca de uma vida sem seca, Graciliano imaginou a família retirante chegando a uma Canaã, uma terra prometida, uma terra distante, para passar a borracha no que deixaram para trás, a caatinga, com seus montes baixos, cascalho, rios secos, espinho, urubus, bichos morrendo, gente morrendo.

Eu viajo nos textos que falam das minhas origens para conseguir ter a exata compreensão de tudo ao meu redor. O velho Graça dizia que quem escreve deve ter todo o cuidado para a coisa não sair molhada. “Da página que foi escrita não deve pingar nenhuma palavra, a não ser as desnecessárias. É como pano lavado que se estira no varal”, nos ensinou. Que sabedoria! 

Como falar de Sertão sem viajar também nos escritos de José de Alencar. “Quem pela primeira vez percorre o sertão nessa quadra, depois de longa seca, sente confranger-se-lhe a alma até os últimos refolhos em face dessa inanição da vida, desse imenso holocausto da terra”, escreveu na obra O Sertanejo. 

Não há nada mais triste do que toda a obra dos famosos sobre o Sertão, porque a fome está presente em todas como a nos dar um soco no estômago. Em O Quinze, retrato doloroso dessa situação, Rachel de Queiroz diz que fome demais tira o juízo. 

“E se não fosse uma raiz de mucunã arrancada aqui e além, ou alguma batata-branca que a seca ensina a comer, teriam ficado todos pelo caminho, nessas estradas de barro ruivo, semeado de pedras, por onde eles trotavam trôpegos se arrastando e gemendo”, narra ela em sua comovente obra-prima. 

Em Morte e Vida Severina, João Cabral de Melo Neto também fala de dores, das minhas, de Rachel, Graciliano, Euclides, José de  Alencar, cujo trecho reservei para o fim: 

Morte que se morre

de velhice antes dos trinta,

de emboscada antes dos vinte

de fome um pouco por dia

(de fraqueza e de doença

é que a morte severina

ataca em qualquer idade,

e até gente não nascida).

Honda CG chega à 10ª geração. Veja preços

A popular motocicleta Honda CG, que está no mercado em quatro versões (Start, Cargo, Fan e Titan), teve a linha 2025 apresentada na semana passada. Ela chega com mudanças no visual e outros elementos, como motor, quadro, suspensão e até no tanque de combustível (que agora suporta 14 litros). Outro item importante agregado é o freio ABS, embora somente na Titan, topo de linha – e apenas na roda dianteira. Todas as demais ganharam disco de freio dianteiro como equipamento padrão. Toda linha passou a ter painel de instrumentos com computador de bordo – e indicador de marcha. As mais caras, novo farol de LED. O motor de 162cc foi recalibrado, por exigências legais relacionadas à emissão de poluentes. Ficou, por exemplo, menos potente, com 14,7cv (etanol) e 14,4cv (gasolina). O torque também foi reduzido de 1,54 kgfm para 1,43 kgm. As motos têm três anos de garantia, sem limite de quilometragem. Já os preços subiram, em média, em 10%, dependendo da versão. 

Confira

Start – R$ 16.194

Cargo – R$ 17.175
Fan –  R$ 17.723
Titan – R$ 19.230

Nova Rocket 3 Storm – A fabricante inglesa Triumph anunciou a chegada ao Brasil da nova Rocket 3 Storm – que  ganhou avanços em desempenho, torque e tecnologia. O motor de três cilindros de 2.458 cm³ agora gera 182cv, com torque de 22,9 kgfm. As rodas são de alumínio fundido de 10 raios, com 17 polegadas na dianteira e 16 na traseira. O pacote de equipamentos de conforto e segurança é caprichado. Tem iluminação toda em LED, freios ABS Brembo, controle de tração sensível ao ângulo de inclinação e mapas de aceleração comutáveis. A moto ainda dispõe de mapas de aceleração personalizáveis, oferecendo uma condução segura e dinâmica. São duas configurações disponíveis: a R custa R$ 127.990; a GT, R$ 132.990.

Os novos híbridos da Fiat – A Stellantis revelou recentemente que o seu primeiro híbrido-flex concebido e produzido no Brasil seria da Fiat. Agora, divulgou que – com o lançamento previsto para novembro – o Fastback e o Pulse vão inaugurar, em dose dupla, a nova tecnologia batizada de Hybrid. Assim, a marca confirma o protagonismo no desenvolvimento e produção local de soluções sustentáveis. Mas já há informações circulando de que, em breve, outros dois modelos de marcas do grupo –  no caso, Citroën e Peugeot – terão a motorização: o recém-lançado Basalt e o 2008, respectivamente. E mais: a nova tecnologia também deverá ser adotada em outros mercados, como o da Índia. No geral, ela junta o 1.0 turbo, bicombustível, de três cilindros – de até 130cv – , a  um dispositivo elétrico que aciona o alternador e o motor de partida. Além de fornecer energia mecânica e elétrica, gera força extra para o todo o conjunto. E, também, produz eletricidade para as baterias adicionais de íons de lítio de 12 volts.

Picape da BYD custa R$ R$ 379.800 – A picape híbrida plug-in da marca chinesa BYD já está nas lojas, por R$ 379.800. Médio, o modelo é concorrente das já consolidadas Toyota Hilux, Ford Ranger e Chevrolet S10. Mede, por exemplo, 5.457mm, com entre-eixos de 3.260mm. A capacidade da caçamba é de 835 kg ou 1.450 litros. A Shark tem motor 1.5 turbo e dois elétricos, um em cada eixo, com 437cv de potência combinada e torque de 65kgfm. A picape acelera de 0 a 100 km/h em 5,7 segundos. E um detalhe interessante: ela usa propulsão por meio dos motores elétricos em até 80% do tempo. O número de consumo combinado (entre ciclo urbano e rodoviário) é de 24 km/l. Combinando o combustível fóssil e a energia das baterias, tem uma autonomia de 840 km. Em modo 100% elétrico, pode rodar até 100 km.

Nivus já nas lojas – A Volkswagen já pôs nas suas concessionárias a linha 2025 do renovado (mas nem tanto assim) SUV compacto Nivus. Na verdade, ele ganhou novos equipamentos, mas manteve o perfil visual e motorização. A grande e boa novidade é o pacote de auxílio à condução Adas como opcional, com detector de ponto cego, assistente de estacionamento, alerta e manutenção na faixa e controle de cruzeiro adaptativo. Também ganha chave presencial e ar condicionado digital. Há também novos produtos – como rastreador, alarme perimétrico etc. Tudo como acessórios, claro. O conjunto mecânico não muda: o motor 200TSI três cilindros turbo gera até 128cv e 20,4kgfm de torque, com transmissão automática de seis velocidades.

BMW  330e Sport – A linha do BMW Série 3 no Brasil acaba de ganhar o 330e M Sport atualizado, mas nem tanto assim: a versão híbrida plug-in do 330i passa a ter novas rodas de 19″, novo volante com base achatada e marcação central de 12 horas (topo do volante) e saídas de ar do painel desenhadas e com acabamento mais requintado. Ele vem com o sistema híbrido plug-in com potência combinada de 292 cavalos e torque combinado de 42,8 kgfm – garantindo aceleração de 0 a 100 km/h em 5,8 segundos e velocidade máxima de 230 km/h. O turbo 2.0 a combustão, com 184 cv de potência e 30,6 kgfm de torque, se soma ao elétrico com bateria de íon-lítio de alta voltagem de 19,5 kWh – com potência equivalente a 109 cavalos e 27 kgfm de torque. O modelo custa R$ 437.950. 

Novo Mini ALL4 por R$ 380 mil – A Mini trouxe mais um modelo renovado para o Brasil: o John Cooper Works Countryman ALL4, que custa R$ 380 mil. Ele tem motor 2.0 quatro cilindros que rende 317cv de potência e 40,0kgfm de torque. A transmissão é automática de dupla embreagem de sete velocidades com paddle shifts no volante. A tração é integral ALL4. Esse conjunto o torna o carro mais veloz da marca à venda no Brasil, acelerando de 0 a 100 km/h em apenas 5,6 segundos e com velocidade máxima de 250 km/h. O esportivo compacto possui 12 sensores ultrassônicos e quatro câmeras de visão surround no total. Eles dão suporte aos sistemas de assistência ao motorista, aumentando a segurança a bordo. 

O Works também vem com o Driving Assistant Plus e o Parking Assistant Plus, que incluem funções como assistente de manutenção de faixa, detecção de ponto cego, prevenção de colisões, controle de direção longitudinal e lateral (entrar e sair de um espaço de estacionamento), câmera de visão traseira, controle de cruzeiro ativo e  visualização 360° no entorno do carro.

Panamera chega duas versões – E a Porsche acaba de trazer ao Brasil a terceira geração do Panamera, que ganha motorização híbrida e duas versões: a Panamera 4 E-Hybrid, por R$ 803 mil, e a Panamera 4S E-Hybrid, por R$ 922 mil.  E haja potência. A primeira, por exemplo, tem motor V6 2.9 turbo de 304cv, auxiliado por um elétrico de 190 cv, chegando a 470 cv e torque de 66,3 kgfm. A velocidade máxima é de 280 km/h, com 0 a 100 km/h em 4,1 segundos. A segunda tem motor a combustão mais potente, de 353 cv, elevando a potência combinada e o torque máximo para, respectivamente, 544 cv e 76,5 kgfm. A aceleração de 0 a 100 km/h leva 3,7 segundos para ser feita e a velocidade máxima é de 290 km/h.

Sprinter ganha mais equipamentos – A van Sprinter ganhou algumas atualizações – e, com elas, mais equipamentos. Por exemplo: o Assistente Ativo de Frenagem (ABA) ganhou um recurso que, agora, evita colisões em veículos parados à frente em velocidade de 80 km/h – e que também auxilia na frenagem em cruzamentos a 60 km/h em eventual risco de acidente. Outro item de segurança são os sensores de chuva. Também foi adotado o tacógrafo digital nas versões van, furgão vidrado e de cinco toneladas, para facilitar a leitura ao gestor de frota. Um novo painel de instrumentos substitui a tela monocromática por cores e o volante multifuncional ganha botão de acionamento do controle de velocidade de cruzeiro. Por fim, os Sprinter passam a oferecer a mais recente geração do MBUX, a central multimídia da Mercedes-Benz em tela de 10,25 polegadas. O sistema atende comando de voz pelo “Olá, Mercedes”, tem conexão sem fim com Apple CarPlay e Android Auto, além de permitir apps como Waze e Google Maps diretamente no display. O preço público sugerido é a partir de R$ 250.730.

Vendas da nova chinesa – A marca Neto Auto reprogramou para o próximo dia 1º o início da pré-venda dos modelos Aya e X. As primeiras entregas estão agendadas para dezembro. Curiosamente, as vendas serão feitas em lojas em shoppings, não em concessionárias. A Neta deverá ter dois SUVs elétricos. Um, o Aya, compacto de 4,07 metros de comprimento e 2,42 m de entre-eixos – com porta-malas de 335 litros. O motor de 95cv e 15,3mkgf garante autonomia de até 263 km. As duas versões – Comfort e Luxury – custam, respectivamente, R$ 124.990 e R$ 134.990. O X, por sua vez, tem 4,62m de comprimento e 2,77 de entre-eixos – com porta-malas de 508 litros. O motor entrega 163cv e 21,4mkgf. São três versões, que variam de R$ 194.900, R$ 204.900 a R$ 214.900.

Consórcio de carros em alta – Os veículos continuam sendo os grandes objetos de desejo via consórcios. Tanto que as adesões chegaram a 8,6 milhões em setembro de 2024 – numa alta de 9,9% se comparado com o ano anterior. Isso significa algo como 2,5 milhões de novas cotas – neste caso, incluídos carros, comerciais leves, caminhões, ônibus e motocicletas. Segundo a Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio, o volume de créditos comercializados nesses nove meses chegou a R$ 140,9 bilhões, numa alta de 10%. Dos 8,65 milhões de participantes ativos em veículos automotores, 55,1% pertencem ao grupo de veículos leves, 35,1% ao de motocicletas e 9,8 % ao de pesados.

Briga de trânsito pode virar infração – Comum nas ruas brasileiras, a briga de trânsito poderá virar infração, pelo que propõe projeto de lei que começou a tramitar na Câmara dos Deputados. De autoria do deputado Marx Beltrão (PP/AL), o PL pretende criar uma nova infração de trânsito. Se aprovado, será infração de trânsito utilizar-se de veículo para intimidar outro motorista, por meio de manobras perigosas, perseguição, fechadas e arremesso de objetos. A infração será gravíssima, com multa de R$ 2.934,70 e suspensão direta do direito de dirigir. O deputado diz que o  objetivo da mudança é diminuir as brigas de trânsito e punir aqueles que se envolvam em discussões e que usam o veículo para assustar e intimidar outros motoristas em vias públicas. Beltrão diz que toda limitação da liberdade dos motoristas e proprietários de veículos tem o intuito de proteger vidas. “Como fica evidenciado em obrigações como as de usar cinto de segurança e capacetes, para motociclistas, e limitações de velocidade.”

Seu carro e os raios ultravioletas – O Brasil (e sabemos bem disso) é um país com níveis elevados de radiação ultravioleta (UV). E o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) reforça isso sempre. Os raios ultravioletas fazem mal não apenas a pele humana, mas também a lataria dos veículos. Proteger o carro contra os raios solares é essencial para preservar tanto a estética quanto a durabilidade do automóvel. Marco Lisboa, CEO e fundador da KoalaCar, uma microfranquia de limpeza a seco de veículos, separou algumas dicas:

Prevenção de danos à pintura – A exposição excessiva à radiação UV pode causar o desbotamento da cor da pintura do carro, deixando-o com uma aparência opaca e envelhecida. Além disso, pode acelerar o processo de oxidação da coloração, o que leva a manchas e corrosão. “É possível encontrar no mercado uma super cera que cria uma película de proteção sobre a lataria, vedando os microporos da pintura”, diz o CEO da KoalaCar. “Isso leva a menos danos provocados pelos raios solares e é ideal para quem tem o hábito de deixar o carro estacionado no sol o dia inteiro. Para quem já está com a tintura do veículo prejudicada, é possível fazer o polimento para reavivar a cor e o brilho da lataria, além de eliminar riscos”, reforça ele.

Proteção das partes plásticas – Os componentes plásticos e emborrachados, como os para-choques e as borrachas das janelas, são mais vulneráveis à radiação UV. O Sol pode ressecar e rachar essas partes, comprometendo sua integridade e causando problemas como infiltrações de água. “ A exposição do veículo ao sol e a chuva pode provocar esse problema. É possível recuperar com um produto que faz a revitalização de plásticos, trazendo mais vida e um visual mais atraente às peças que vão se desbotando ao longo do tempo”, explica Marco.

Manutenção do interior do veículo – O interior do carro também pode ser prejudicado com a exposição dos raios UV, especialmente em dias quentes. Bancos de couro podem ressecar e rachar, e os de tecido podem desbotar. Além disso, o painel pode perder sua cor e apresentar rachaduras. As películas de proteção solar podem ser soluções para essa questão, pois bloqueiam essa radiação, protegem o interior do carro e regulam a temperatura interna.

Proteção dos vidros – Os vidros do carro, especialmente o para-brisa, também podem ser afetados pela radiação UV. Com o tempo, a exposição ao sol pode comprometer a visibilidade, causando manchas e opacidade no vidro. Utilizar capas ou cobrir o carro em estacionamentos expostos ao sol pode ser uma maneira eficaz de minimizar a ação desses raios. “Cuidar da proteção contra UV e da manutenção do veículo não só prolonga a vida útil dos componentes, como também ajuda a manter a estética do carro em boas condições”, diz o CEO da KoalaCar.

Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.

Três semanas após o 1° turno das Eleições Municipais de 2024, eleitoras e eleitores de 51 cidades, sendo 15 capitais, voltam às seções eleitorais neste domingo (27) para escolher quem ocupará as prefeituras pelos próximos quatro anos. O horário de votação será das 8h às 17h, pelo horário de Brasília (DF).  

O 2º turno só pode ocorrer para o cargo de prefeito nos municípios com mais de 200 mil eleitores. Essa segunda etapa somente acontece se nenhum dos concorrentes alcançar metade mais um dos votos válidos (dados a candidatas e candidatos) no 1º turno. Nesse caso, os dois candidatos mais votados participam de uma nova disputa.  

Confira as 15 capitais e as candidatas e os candidatos que concorrem neste 2° turno: 

  • Aracaju (SE): Emília Corrêa (PL) e Luiz Roberto (PDT) 
  • Belém (PA): Igor Normando (MDB) e delegado Éder Mauro (PL) 
  • Belo Horizonte (MG): Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD) 
  • Campo Grande (MS): Adriane Lopes (PP) e Rose Modesto (União) 
  • Cuiabá (MT): Abilio (PL) e Lúdio (PT)  
  • Curitiba (PR): Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB) 
  • Fortaleza (CE): André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) 
  • Goiânia (GO): Fred Rodrigues (PL) e Mabel (União) 
  • João Pessoa (PB): Cícero Lucena (PP) e Marcelo Queiroga (PL) 
  • Manaus (AM): David Almeida (Avante) e capitão Alberto Neto (PL)  
  • Natal (RN): Paulinho Freire (União) e Natália Bonavides (PT) 
  • Palmas (TO): Janad Valcari (PL) e Eduardo Siqueira Campos (Pode) 
  • Porto Alegre (RS): Sebastião Melo (MDB) e Maria do Rosário (PT)  
  • Porto Velho (RO): Mariana Carvalho (União) e Léo (Pode) 
  • São Paulo (SP): Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) 

Municípios  

Além das 15 capitais, o 2° turno vai ocorrer em mais 36 municípios de 13 estados. Confira a lista: 

  • Bahia – Camaçari 
  • Ceará – Caucaia  
  • Espírito Santo – Serra 
  • Goiás – Anápolis e Aparecida de Goiânia 
  • Maranhão – Imperatriz 
  • Minas Gerais – Uberaba 
  • Pará – Santarém 
  • Paraíba – Campina Grande 
  • Paraná – Londrina e Ponta Grossa 
  • Pernambuco – Olinda e Paulista 
  • Rio de Janeiro – Niterói e Petrópolis 
  • Rio Grande do Sul – Canoas, Caxias do Sul, Pelotas e Santa Maria 
  • São Paulo – Barueri, Diadema, Franca, Guarujá, Guarulhos, Jundiaí, Limeira, Mauá, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santos, São Bernardo do Campo, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Sumaré, Taboão da Serra e Taubaté 

Braço direito do presidente Jair Bolsonaro, desde quando foi ministro do governo, Gilson Machado foi  chamado para a carreata final de apoio a candidata de direita a prefeita em Palmas (TO ), Janad Marques.

A relação de lealdade e confiança entre Gilson Machado e Bolsonaro  se mantém fortalecida e isso foi claramente mostrado no apoio de Bolsonaro quando colocou a mão na candidatura de Gilson Filho como seu candidato a vereador do Recife.

“Benção” que rendeu ao filho de Gilson a segunda maior votação no Recife para a Câmara de Vereadores com mais de 16 mil votos dos recifenses. “Essa parceria vai além da política , é uma relação de lealdade e admiração e sempre serei um representante forte em defesa dos valores da Direita no país “, reforçou Gilson Machado.

Um dos mais emblemáticos cinemas de rua do Brasil, o Cinema São Luiz, situado às margens do Rio Capibaribe, no Recife, está de volta. A governadora Raquel Lyra e a sua vice, Priscila Krause, participaram, nesta sexta-feira (25), do ensaio geral para reabertura ao público, que será realizada no dia 1º de novembro. Neste primeiro momento, foi feita uma apresentação para funcionários da Secretaria de Cultura e os colaboradores que trabalharam na recuperação do equipamento cultural, com a exibição do filme Retratos Fantasmas, do cineasta Kleber Mendonça Filho, que também esteve presente. 

“Esta sessão aqui não poderia ser de outra forma que não com quem trabalhou muito para poder transformar esse sonho de devolver ao Recife e ao povo de Pernambuco e do Brasil um lugar tão especial como este. Eu quero agradecer a todos que se empenharam para fazer a obra. Os trabalhadores que se dedicaram com muito carinho para fazer esse restauro lindo, que fica marcado no coração e na memória do povo pernambucano. Agradeço ao governo federal e ao presidente Lula, porque parte dos recursos aplicados no cinema é da Lei Paulo Gustavo, que tem sido fundamental para fazermos obras importantes, além das contrapartidas do Governo de Pernambuco. Essa reabertura renova a esperança de termos um prédio icônico e histórico podendo ser utilizado pela população”, destacou a governadora Raquel Lyra.

O cineasta Kléber Mendonça ressaltou a imponência e a tradição do São Luiz. “Poucas cidades no mundo têm uma sala como o São Luiz. E o Recife, ao longo de muitas décadas, conseguiu mantê-lo. Isso é uma tendência que se perpetua, agora, com essa restauração, que na verdade nunca tinha acontecido realmente nessa sala. E ela, com 71 anos hoje, é seguramente uma das salas mais lindas do mundo”, afirmou.

Para a reabertura do equipamento, a Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) realizaram a recuperação da coberta, orçada em R$ 106 mil, com recursos do governo estadual, e a restauração do forro decorativo, no valor de R$ 1,3 milhão, por meio de recursos da Lei Paulo Gustavo.

Após quase dois anos com as portas totalmente fechadas devido aos problemas estruturais do espaço, o monumento histórico será reaberto para toda a população com o início da programação do 15º Festival Janela Internacional de Cinema do Recife, que segue até dia 8 do próximo mês. O espetáculo inclui lançamentos nacionais e internacionais, clássicos restaurados, sessões com música ao vivo, o retorno da premiação de curtas-metragens nacionais, além de ações formativas e homenagens, entre elas, à cineasta pernambucana Kátia Mesel.

A próxima etapa da restauração do cinema serão as obras que englobam a recuperação estrutural das marquises externas, a implantação do sistema de prevenção e combate a incêndio, a requalificação dos banheiros com acessibilidade e a instalação de um elevador acessível aos quatro pavimentos superiores. O investimento será de R$ 1,9 milhão, com recursos da Lei Paulo Gustavo.

Em celebração aos 120 anos de nascimento do mestre Capiba, um dos maiores ícones da música pernambucana, o Governo de Pernambuco destinou o uso da Casa Capiba, localizada no bairro do Espinheiro, no Recife, ao Conservatório Pernambucano de Música (CPM). Nesta sexta-feira (25), em visita ao local, a governadora Raquel Lyra, ao lado da vice-governadora Priscila Krause, anunciou o investimento de R$ 1,5 milhão para a reforma e ampliação do espaço, que será destinado para um memorial ao mestre Capiba e áreas para as atividades do CPM, que beneficiará cerca de 1,6 mil estudantes. Na visita, a governadora também anunciou que Capiba será o homenageado do Carnaval de Pernambuco 2025.

“Anunciamos que a Casa de Capiba será uma unidade do Conservatório Pernambucano de Música. O mais importante é que o legado, a cultura, a história do nosso mestre, que levou Pernambuco para além de nossas fronteiras, para o mundo, será permanente. Acreditamos em um Pernambuco forte, restaurando e resgatando a nossa história, o nosso patrimônio, para permitir que o sentimento de pernambucanidade, que nós todos temos de maneira tão forte, possa estar sempre presente. E anunciamos que a homenagem do Carnaval de 2025 será feita ao mestre Capiba com muita alegria. Dona Zezita já deu seu aval para que possamos ter a oportunidade e a honra de agradecer e de poder presentear o povo de Pernambuco, do Brasil e do mundo, com suas músicas e, claro, dançar muito frevo”, destacou a governadora Raquel Lyra.

O objetivo da iniciativa é preservar e assegurar a continuidade do legado de um dos maiores defensores da cultura pernambucana. “Esse é um momento muito especial, uma oportunidade de recuperar a casa do mestre Capiba. Vamos fazer aqui um espaço de música, que será uma unidade do conservatório, para que o legado dele permaneça vivo”, ressaltou a vice-governadora Priscila Krause. A viúva de Capiba, Dona Zezita, fez um agradecimento: “Obrigada pelas homenagens. Aqui tinha muita música, quase toda semana vinha gente aprender música com Capiba”, registrou.

O projeto de reforma e ampliação tem investimento previsto de R$ 1,5 milhão, com prazo de execução de dez meses após a assinatura do contrato. O planejamento garantirá a adaptação do espaço para as novas atividades, com adequações de acessibilidade e modernizações que respeitem sua estrutura original. A previsão é de que o edital de licitação para as obras seja lançado até o início do próximo ano para poder ser feita a assinatura.

A proposta de reforma inclui a recuperação da cobertura de madeira, requalificação dos ambientes, incluindo a climatização, recuperação das esquadrias e a preservação da pintura de fachada na cor amarela. “Haverá a ampliação da casa também, de 147 metros quadrados para 225 metros quadrados, um aumento de quase 80 metros quadrados. O projeto vai manter a fachada e toda a arquitetura original, visto que é um prédio tombado”, explicou Carlos Santos, secretário executivo de Obras da Secretaria de Educação e Esportes. 

Às vésperas de completar 79 anos, o presidente Lula (PT) resolveu aproveitar a manhã deste sábado (26) para pescar. A primeira-dama, Janja Silva, compartilhou o momento de desconcentração do marido no Instagram.

“Esse peixe aqui, como eu não ganhei presente de aniversário, eu resolvi acordar hoje, sábado, dia 26, e vim aqui no lago pescar. Esse peixe aqui é meu grande presente. Ele tá com seis quilos, vou fazer ele assado na churrasqueira”, brincou o presidente.

Ele disse ainda que o prato que vai preparar com o pescado aprendeu com um paraguaio. “Aí eu vou fazer esse peixe com maionese, vai ser a primeira vez que a Janja vai comer, a Neudi, o Cecílio, o Zé vai comer um pedaço, o Misael, o Azevedo, o Carlão, todo mundo vai comer um pedaço desse meu peixe aqui com maionese. É uma especialidade minha, eu aprendi a fazer com um paraguaio, pescando lá no Rio Paraguai“, contou.

Do Correio

Por Marcela Mattos*

Antes de assumir o Ministério da Defesa, José Múcio foi deputado federal por vinte anos, ministro das Relações Institucionais no segundo mandato de Lula e ministro do Tribunal de Contas da União. Como parlamentar, militou na Arena do regime militar, foi filiado ao PDS, ao PTB, ao PSDB e ao PFL (hoje, União Brasil). É um político tarimbado, dono de algumas virtudes raras, com destaque para o bom humor com que enfrenta os problemas. Ele costumava comparar seu antigo gabinete no Palácio do Planalto, por exemplo, a um “bolo de rolo”, iguaria típica de seu estado natal, Pernambuco. 

Mas fazia uma importante ressalva: ali, o que sobrava mesmo era só rolo, dor de cabeça — rotina que ele retomou ao decidir abandonar a aposentadoria e aceitar o convite para voltar ao governo em 2023. E os rolos têm sido tantos que, se dependesse apenas de certos aliados, o ministro não teria sobrevivido à primeira semana no cargo. Sua “demissão” já foi anunciada várias vezes — a última, aliás, há duas semanas, depois que ele disparou em público uma série de petardos que resvalaram em alvos dentro do próprio governo.

Diante de uma plateia de empresários, Múcio afirmou que havia “ranços ideológicos” em decisões que envolvem as Forças Armadas, criticou o impedimento da exploração de potássio em terras indígenas e alfinetou a decisão do governo de suspender uma licitação para a compra de blindados de Israel. A sinceridade é outra de suas qualidades. “Houve agora uma concorrência, uma licitação, venceram os judeus, o povo de Israel. Mas (…), por questões ideológicas, nós não podemos aprovar”, reclamou. 

Múcio disse ainda que o Ministério da Defesa estava “órfão” e que a população deveria creditar aos militares o fato de não ter havido uma ruptura democrática no dia 8 de janeiro do ano passado. As declarações tiveram uma enorme repercussão. Políticos de oposição elogiaram, enquanto os aliados e o PT classificaram as opiniões como ofensivas, especialmente em relação a Celso Amorim, assessor internacional do presidente da República e incentivador do boicote às empresas israelenses. Rolo grande. A “demissão” dessa vez parecia iminente.

Entre todos os auxiliares do primeiro escalão do governo, Múcio é um dos poucos que não têm um partido, um grupo político ou uma base social em sua retaguarda — situação que, por si só, já denotaria um nível alto de fragilidade. Nem tudo é o que parece. Depois das declarações do ministro, o próprio presidente se empenhou em aplacar a controvérsia. Lula disse em entrevista que Múcio lhe telefonou “apavorado” porque tinha falado o que não devia, mas que o assunto estava superado e em nada havia abalado a permanência de seu “amigo” no governo. Ou seja, página virada. Ao contrário do que disse o mandatário, porém, o ministro não ficou apavorado nem achou que falou demais. “Eu precisava fazer aquele discurso”, comentou ele com um parlamentar, lembrando que, até por estratégia, às vezes é necessário defender bandeiras que podem gerar ruídos para garantir a boa relação entre os militares e o governo. “E o PT ainda fica me queimando”, acrescentou, sem demonstrar nenhuma preocupação.

O ministro, de fato, é um negociador talentoso. Ainda na transição do governo e em meio ao clima de tensão e desconfiança que havia entre a caserna e os petistas, ele recebeu a missão de começar a apaziguar os ânimos. Diligente, levou o presidente a solenidades militares, atuou para despolitizar os quartéis, impediu manifestações de aliados contra as Forças Armadas e afastou sem fazer barulho os oficiais acusados de flertar com o golpismo. 

Antes dos ataques de 8 de janeiro, Múcio disse que o acampamento em frente ao QG do Exército era uma “manifestação democrática” e se opôs à retirada dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro do local. Ao acenar para os dois lados, o ministro evitou o acirramento da tensão, mas, com isso, também angariou antipatias pontuais — algumas não recomendadas. No dia da baderna, por exemplo, a primeira-dama Janja da Silva criticou o ministro por sugerir ao presidente a decretação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), um dispositivo que concede às Forças Armadas poderes de polícia. Seguindo sua estratégia, Múcio ainda disse que não considerava as depredações dos prédios do Planalto, do Supremo e do Congresso como uma tentativa de golpe de Estado, ao contrário do que o próprio Lula havia declarado publicamente. Rolo e mais rolo.

Naquela semana fatídica, Múcio não foi apenas “demitido” como chegou a ser informado sobre o nome do seu sucessor, ninguém menos que o vice-presidente Geraldo Alckmin. Para contornar a crise, o ministro lembrou o presidente de que a prioridade dele não era conquistar a simpatia dos aliados, muito menos dos petistas que pediam sua cabeça. Ele estaria empenhado exclusivamente em demolir a barreira de desconfiança que separava o novo governo e a cúpula militar. 

Um ano e meio depois, vez ou outra ele ainda escuta uma provocação. Certa vez, o ministro ouviu do deputado e ex-presidente do PT Rui Falcão que seu trabalho não era aprovado. “Eu sei. E, inclusive, o presidente me falou que você já disse isso a ele”, deu de ombros. Múcio avalia que cumpriu a missão com sucesso. Em tese, portanto, agora já poderia ser demitido. Ele ri discretamente quando lhe perguntam sobre essa possibilidade. O ministro da Defesa é um caso raro em que a aparente fragilidade sustenta uma invejável resiliência.

*Repórter da Veja

Por Marcelo Tognozzi*

O santo de lord Strangford não cruzava com o da rainha. Inglês cheio de fleugma, soberbo, se metia em tudo desde quando desembarcou no Brasil naquele 8 de março de 1808 junto com a família real portuguesa. Strangford agia como se o resto do mundo fosse o quintal de Sua Majestade o rei George 3º. Nariz empinado, transitava olímpico pelo Rio.

Carlota Joaquina decretara para todos a obrigação de reverenciá-la com salamaleques ao cruzar a corte tropical com seu séquito. Strangford, convencido da sua superioridade à mulher de d. João, recusou curvar-se. Carlota não titubeou: mandou um dos seus guardas dar umas boas chibatadas no lombo daquele abusado embaixador inglês.

Foi uma demonstração de força. Carlota exibiu todo seu poder diante do súdito inglês, que ela reputava como intrigueiro e encrenqueiro. A rainha nunca perdoou Strangford pela interferência nos seus interesses junto às colônias espanholas na América, as quais iniciaram seu movimento de independência depois de Napoleão ter tomado a Espanha e humilhado a família de Carlota.

Passados mais de 200 anos, a cultura da arrogância continua. O escritório inglês Pogust Goodhead, anabolizado por fundos abutres, tenta arrancar uma indenização bilionária da Vale e da BHP, empresas responsáveis pelo desastre de Mariana, em 2015, quando a barragem do Fundão se rompeu, deixando um rastro de morte e destruição. O argumento dos advogados do Pogust é o de que a Justiça brasileira não garantiria a indenização às vítimas.

O governo brasileiro, cujo ministro das Minas e Energia Alexandre Silveira, advogado, ex-delegado de polícia e candidatíssimo ao governo de Minas em 2026, agiu com determinação e habilidade, simplesmente atropelou os advogados ingleses com um acordo muito mais atraente para as vítimas do que o proposto à Justiça londrina. 

O presidente Lula mostrou que a mesma soberania que dá em Elon Musk também dá no Pogust Goodhead, assinando o acordo com a Vale e a BHP, tendo como testemunhas os Poderes Legislativo e Judiciário e garantindo às vítimas o direito de receberem suas indenizações rapidamente. O STF proibiu as vítimas de desastres ambientais de pagarem honorários a advogados estrangeiros.

Neste acordo, só os advogados ingleses e os fundos abutres perdem. A proposta acordada entre o governo e as empresas determina que 300 mil pessoas receberão indenizações imediatas de R$ 35.000 e os pescadores de R$ 95.000.

A ação em Londres não será resolvida antes de 2026, e os pagamentos provavelmente só sairiam em 2028. Aqui, as empresas pagarão R$ 170 bilhões. Na Inglaterra, seriam R$ 230 bilhões, já incluídos os honorários do Pogust Goodhead. Ou seja: O Planalto e o STF garantiram dinheiro na mão das pessoas sem que fosse preciso pagar honorários a oportunistas. 

O Pogust, como contei neste artigo, se especializou em caçar oportunidades em cima das desgraças alheias. Ele não tem qualquer empatia pelos brasileiros e suas mazelas, como não tiveram pelos africanos. 

No caso da cidade mineira Mariana, sonhavam em ganhar uma bolada bilionária. Agora, com a decisão do governo brasileiro em fechar acordo com as empresas favorecendo as vítimas, tomaram um drible da vaca de perder o rumo. Ou melhor: uma chibatada no melhor estilo Carlota Joaquina.

Diante da possibilidade concreta do acordo, o fundador do escritório britânico Tom Goodhead, sujeito que costuma voar de Londres para Nova York só para jantar nos seus restaurantes favoritos, gastou saliva e sola de sapato visitando comunidades atingidas pela tragédia e recomendando aos moradores que recusassem o acordo brasileiro e aguardassem a conclusão do processo judicial no exterior. Não colou. É preciso ser muito trouxa para ver vantagem em esperar até 2028 por uma indenização da Justiça de Londres, quando no Brasil a grana sairá em poucos meses.

É um insulto para o país que um escritório de advocacia britânico baseie seu caso na suposta incapacidade de o governo e o Supremo fazerem justiça. O acordo firmado entre o Planalto e as mineradoras não apenas desmente essa alegação, mas mina completamente os fundamentos do processo judicial que acaba de começar em Londres.

Todo o processo na corte londrina está sendo julgado com base na legislação ambiental brasileira. No entanto, os advogados de defesa da Vale e BHP explicaram ao tribunal que o Pogust Goodhead tenta modificar a forma como nossa lei ambiental é aplicada.

Imagine um tribunal estrangeiro querendo mudar as nossas leis, aqueles juízes com perucas brancas de cachinhos dizendo o que se deve ou não se deve fazer. Um escárnio completo. Não existe país com mínimo senso de soberania capaz de permitir alterações em suas leis por uma Corte estrangeira. Imagine se fosse o contrário: um tribunal brasileiro tentando modificar a legislação do Reino Unido. Oh, my God!

Os advogados do Pogust Goodhead terão o mesmo destino do velho arrogante lord Strangford. O embaixador se tornou influente na Corte, a ponto de indicar um apadrinhado para o cargo de desembargador em carta ao conde de Linhares, ministro das Relações Exteriores do Império. Pior: Antônio Rodrigues Veloso de Oliveira acabou nomeado por d. João.

Era a Inglaterra influindo na Justiça brasileira, como relata Raul Lima, ex-comandante do Arquivo Nacional. Passados poucos anos, mal o conde de Linhares acabara de morrer, seu substituto, o conde de Aguiar, tratou de defenestrar Strangford, em 1815, que foi cantar em outra freguesia. Ninguém aguentava mais aquele inglês insolente e cara de pau.

*Jornalista