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Pernambuco supera média nacional de crescimento econômico dos últimos 15 anos

Pernambuco registrou, em 2024, o maior crescimento econômico dos últimos 15 anos, com uma taxa de 4,7%, segundo dados do Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR) do Banco Central. O resultado superou a média nacional, que foi de 3,8%, e colocou o estado à frente de São Paulo, Goiás e Bahia no levantamento, que inclui outros nove estados.

Todos os setores da economia pernambucana cresceram acima da média nacional. O destaque foi a agropecuária, que avançou 11,3% impulsionada pela diversificação das atividades agrícolas. O setor de serviços, que tem maior peso no PIB estadual, cresceu 4,4%, enquanto a indústria registrou alta de 4,6%, impulsionada pelo polo automotivo de Goiana e pelo crescimento de 17,2% na fabricação de produtos de metal. O comércio também apresentou um desempenho positivo, com alta de 5,4%.

O secretário de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional, Fabrício Marques, atribuiu o crescimento à atuação da administração pública. Segundo ele, a atividade econômica da administração pública, que representa cerca de 25% do PIB estadual, teve papel fundamental no desempenho da economia. Ele citou a retomada de investimentos públicos e o fortalecimento fiscal dos municípios, facilitado pela redistribuição do ICMS, como fatores que contribuíram para aquecer a economia.

Já o secretário de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti, destacou a criação de um ambiente favorável aos negócios e os investimentos em infraestrutura como determinantes para o avanço econômico do estado. “Com políticas estratégicas para atrair investimentos e modernizar a infraestrutura, Pernambuco se destaca como um polo de desenvolvimento e inovação”, afirmou.

A governadora Raquel Lyra também comentou o desempenho econômico do estado. “Estamos construindo um ambiente mais seguro para investimentos e gerando oportunidades para a população. Ainda há muito a ser feito, mas esse crescimento mostra que Pernambuco está no caminho certo”, afirmou.

O último crescimento semelhante ao de 2024 ocorreu em 2011, quando o estado registrou alta de 4,5% no PIB, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desde então, Pernambuco não havia alcançado uma expansão econômica desse porte.

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Da Agência Brasil

O Brasil ocupa a sétima posição no ranking de 40 países que apresentaram dados de crescimento econômico referente a 2024. A listagem é elaborada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), conhecida como clube dos países ricos, por reunir nações com as economias mais avançadas do mundo.

Em 2024, a economia brasileira cresceu 3,4%, conforme divulgou na sexta-feira (7) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Países

A OCDE tem 38 países, e o Brasil não está entre os membros efetivos, mas iniciou processo de adesão.

A organização lista informações sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB – conjunto de bens e serviços produzidos no país) de 39 países, entre eles os não membros Brasil, China, Índia, Indonésia, Arábia Saudita e África do Sul. A Agência Brasil acrescentou o dado da Rússia, que cresceu 4,1% em 2024.

Chile, Grécia, Luxemburgo e Nova Zelândia fazem parte da OCDE, mas não foram listados por ainda não terem divulgado dados relativos a 2024.

Comparação

País mais populoso do mundo, com mais de 1,4 bilhão de habitantes, a Índia lidera o ranking de crescimento, com taxa anual de 6,7%. Em seguida aparecem China e Indonésia, ambos com expansão de 5%.

O primeiro país das Américas a figurar no ranking é a Costa Rica, que cresceu 4,3% em 2024. Os Estados Unidos, maior economia do mundo, têm a 11ª maior alta (2,8%).

O salto do PIB do Brasil foi superior à média dos países da OCDE, da União Europeia e do Grupo dos 7 (G7, países mais industrializados do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido).

Já entre os primeiros países a formarem o Brics (grupo de nações emergentes: Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul), o Brasil fica na frente apenas da África do Sul.

Cinco países apresentam queda no PIB, incluindo a Alemanha (-0,2%), maior economia da Europa.

Confira o ranking:

1) Índia: 6,7%

2) Indonésia: 5%

3) China: 5%

4) Costa Rica: 4,3%

5) Rússia: 4,1%

6) Dinamarca: 3,6%

7) Brasil: 3,4%

8) Espanha: 3,2%

9) Turquia: 3,2%

10) Polônia: 2,9%

11) Estados Unidos: 2,8%

12) Lituânia: 2,7%

13) Noruega: 2,1%

14) Eslováquia: 2%

15) Coreia: 2%

16) Portugal: 1,9%

17) Colômbia: 1,7%

18) Eslovênia: 1,6%

19) Canadá: 1,5%

20) México: 1,5%

21) Suíça: 1,3%

22) Arábia Saudita: 1,3%

23) França: 1,2%

24) República Tcheca: 1,1%

25) Austrália: 1,1%

26) Bélgica: 1%

27) Suécia: 1%

28) Países Baixos: 0,9%

29) Reino Unido: 0,9%

30) Itália: 0,7%

31) África do Sul: 0,6%

32) Hungria: 0,5%

33) Islândia: 0,5%

34) Israel: 0,1%

35) Japão: 0,1%

36) Finlândia: -0,2%

37) Alemanha: -0,2%

38) Estônia: -0,3%

39) Letônia: -0,4%

40) Áustria: -1,2%

Comparação com grupo de países:

Brasil: 3,4%

G7: 1,7%

OCDE: 1,7%

União Europeia (27 países): 1%

Zona do Euro (20 países): 0,9%

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Da Folha de Pernambuco

As primeiras peças do Galo Gigante começaram a ser removidas perto das 8h deste domingo (9), na Ponte Duarte Coelho, bairro da Boa Vista, na área central do Recife.

Símbolo do Carnaval de Pernambuco, a escultura homenageia o maior bloco do mundo: o Galo da Madrugada. Este ano, ele teve 32 metros de altura, cinco metros maior do que nos outros anos.

A alegoria tem, ao todo, 49 partes, entre recortes de garrafas pets, tampas, tecido e muitos outros materiais. Ela foi desenvolvida pelo multiartista Leopoldo Nóbrega e pela designer Germana Xavier.

Quem realiza o trabalho de montagem e desmontagem do Galo é a EP Engrenagem, que escalou 32 pessoas para fazer o serviço. Segundo Carlos Accioly, diretor da empresa, pelo menos 850 parafusos seguram a estrutura do Galo Gigante.

“Inicialmente, nós tiramos todo o fechamento do Galo [tapumes que protegem o redor da alegoria]. Este ano, o trabalho foi um pouco maior, por causa das flores que precisaram de uma estrutura para segurar essa decoração”, explicou o profissional.

Dinâmica do trabalho

Após a remoção dos tapumes, o guindaste gira o Galo para que ele possa ser abaixado, e assim a pelagem e toda a roupa começa a ser retirada. É o Galo Gigante que vai descansar para o Carnaval do próximo ano.

“É uma desmontagem reversa. As últimas peças que entram no Galo são as primeiras a sair. Ou seja, começamos pelas penas da cauda. É um trabalho extenso. A gente conclui lá para as 18h”, continuou Accioly.

O Galo reinou majestosamente sobre a ponte durante dez dias. Para isso, o trânsito na região foi modificado, uma vez que a Duarte Coelho foi interditada. A partir de hoje, o fluxo volta ao normal no centro do Recife.

Dezenas de pessoas acompanharam o processo, mostrando que a escultura se trata de um evento, desde a montagem.

“É um misto de sentimentos. Felicidade por ter vindo no dia 2 de março, presenciando e vivendo aquele momento, e o sentimento de despedida, porque agora só vamos vê-lo daqui a um ano, se Deus quiser”, frisa a professora Yaci Amorim, de 60 anos. Ela mora em Rio Doce, Olinda, e veio à ponte pedalando.

“A desmontagem chama atenção, também. Tem pessoas que não conseguiram vir para ver a montagem e nem participar do desfile do Galo da Madrugada. Então, hoje, por ser domingo e ter mais gente em casa, elas vêm para ver esse momento”, complementou Amorim.

Estrutura

A alegoria foi 100% reciclável e revestida com mais de 20 mil garrafas PET de dois litros doadas pelo público em mais de 130 pontos de entrega voluntária da Prefeitura do Recife.

Também foram usadas peças confeccionadas de pneus, lonas de outdoor, lonas de cortina, canos PVC e muitos outros equipamentos sustentáveis.

A arrecadação do material que compõe a escultura foi feita em parceria com cooperativas de catadores de recicláveis.

Temáticas abordadas em 2025

• Inclusão social, homenageando a população neurodivergente (TEA);
• Referências ao meio ambiente e aos Jardins Históricos do Recife de Burle Marx;
• Homenagem aos catadores de recicláveis como protagonistas da educação ambiental;
• Figuras lendárias e representativas do Carnaval pernambucano, como os caretas (Triunfo), caiporas (Pesqueira), papangus (Bezerros), caboclos de lança (Nazaré da Mata), “La Ursa” (legado dos povos ciganos em várias cidades pernambucanas) e o próprio “Bacalhau do Batata” (bloco de Olinda que marca o fim do período carnavalesco).

Ipojuca No Grau

O professor, cientista e empreendedor Sílvio Meira foi o convidado do programa Ponto de Vista, da TV Tribuna, na tarde de ontem, para discutir temas relacionados à tecnologia, com ênfase no uso da inteligência artificial.

Natural da Paraíba e radicado no Recife há décadas, Sílvio abordou diversos tópicos, como o impacto da empresa chinesa Deepseek e a atual fase das IAs, na qual, segundo ele, estamos apenas no início – a ponto de, se fosse uma novela, ainda não conhecermos os personagens principais. Ele também destacou que nenhuma tecnologia possui ética ou valores e comentou sobre o uso de armas letais autônomas programadas para atacar alvos específicos, inclusive seres humanos.

Confira o programa completo!

Caruaru - IPTU 2025

O diretor-presidente da Faculdade Vale do Pajeú, Cleonildo Lopes, o Painha, postou, há pouco, este vídeo em suas redes sociais parabenizando São José do Egito, berço da poesia do Sertão do Pajeú, pela passagem dos 116 anos de emancipação política do município. A unidade de ensino superior transformou a cidade num polo cultural e universitário, com chances de incluir, em breve, o curso de Medicina em sua grade.

Camaragibe Cidade do Trabalho

A governadora Raquel Lyra esteve ontem no Desfile das Virgens, em Surubim, e o prefeito Chaparral ofereceu um jantar com a presença de nove prefeitos e dezenas de vereadores e lideranças empresariais do Agreste.

Ao lado de Chaparral e da primeira-dama Juliana, Raquel chegou ao local da festa no Pátio da Usina, no meio da multidão estimada pela Polícia Militar em cerca de 50 mil pessoas.

Ainda na granja de Chaparral, Raquel ouviu do prefeito que se Miguel Coelho for o candidato dela a senador, sua esposa Juliana, que é prefeita de Casinhas e pré-candidata a deputada estadual, será candidata a deputada federal.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025

Da CNN Brasil

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deve se encontrar com Gleisi Hoffmann (PT-PR) para discutir as prioridades do governo federal na Casa e os pleitos de partidos do centrão.

Hugo e Gleisi têm uma boa relação política, o que é visto como um fator positivo para o fortalecimento da articulação do governo no Congresso. O encontro – que pode acontecer neste domingo (9), mas que dependerá das agendas de ambos – deverá ser uma das primeiras ações da petista em prol da articulação política do Palácio do Planalto.

Gleisi será empossada como a nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) na segunda-feira (10), às 15h, em cerimônia no Planalto. Ela assumirá oficialmente a função de articuladora do Executivo. No cargo, terá como desafio consolidar a base aliada do presidente Lula no Congresso e contornar insatisfações de siglas do centrão.

No mesmo dia em que foi indicada para o cargo, em 28 de fevereiro, Gleisi buscou líderes partidários e recebeu cumprimentos de Hugo Motta e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Os dois presidentes foram avisados diretamente por Lula, por telefone, sobre a escolha de Gleisi. Antes, nomes do Centrão também foram cogitados para a vaga.

Na SRI, Gleisi terá de lidar diretamente com Motta e Alcolumbre. A pasta é responsável por intermediar os interesses do governo com o Legislativo, partidos, entes da federação e organizações da sociedade civil. A secretaria atua diretamente na negociação de pautas prioritárias defendidas pelo Executivo.

A deputada foi escolhida para assumir a vaga de Alexandre Padilha, que deixa a SRI para comandar o Ministério da Saúde no lugar de Nísia Trindade. As trocas na Esplanada fazem parte da reforma ministerial conduzida por Lula. As mudanças eram esperadas desde o ano passado. Antes, Gleisi foi cotada para chefiar a Secretaria-Geral da Presidência, atualmente liderada por Márcio Macêdo.

Para ocupar a vaga na equipe ministerial, Gleisi antecipou sua saída do comando do PT. Em seu lugar, o senador Humberto Costa (PT-PE) foi escolhido para um mandato “tampão” até julho, quando a sigla se reúne para eleger um novo presidente nacional.

Toritama - Prefeitura que faz

A governadora Raquel Lyra abandonou o PSDB. Filia-se ao PSD, em grande ato amanhã no Recife, mas não largou o osso tucano: fez a cabeça da vice-governadora Priscila Krause para trocar o Cidadania pelo PSDB. Ela, inclusive, já assinou a ficha do partido, abonada pelo presidente estadual, Fred Loyo. Traduzindo: para Raquel, o PSDB vira uma sublegenda do PSD. Não serve para militância partidária, porque quer ficar mais próxima do presidente Lula, mas quer ao mesmo tempo controlar o ex-partido.

Palmares - Outlet

Mais uma vez, o Hospital da Restauração, em Pernambuco, apresenta um cenário alarmante. Segundo imagens de vídeo apresentado pelo deputado federal Coronel Meira (PL), a unidade enfrenta infiltrações, mofo e superlotação, com pacientes espalhados pelos corredores, em macas, colchonetes e até mesmo papelão. Pacientes também relatam a presença de ratos pelos corredores.

Além das condições insalubres, uma das denúncias mais graves é a de que policiais feridos estariam sendo tratados ao lado de criminosos, gerando preocupação com a própria segurança dentro do hospital.

Confira vídeo!

Da Folha de S.Paulo

A relação entre Tarcísio de Freitas (Republicanos) e seu principal aliado político em São Paulo, Gilberto Kassab, presidente do PSD e secretário estadual de Governo, está desgastada.

A avaliação entre aliados do governador é que Kassab se expôs demais nas articulações para as eleições do ano que vem, contrariando o esforço de Tarcísio para se manter afastado publicamente do calendário eleitoral.

O governador vem dizendo, segundo relatos, que o presidente do PSD se vende como proprietário de uma influência no governo que ele não tem. No mês passado, o desprestígio ficou evidente durante um evento de Tarcísio com 600 prefeitos, em que o nome de Kassab foi omitido.

Tarcísio havia convidado os prefeitos paulistas recém-eleitos para um encontro no Palácio dos Bandeirantes, para transmitir a mensagem de que o governo está aberto a parcerias. Embora estivesse no palco, em meio aos demais secretários, o aliado não foi citado no discurso do governador.

Como secretário de Governo, é sua pasta que deve ser procurada para viabilizar convênios e parcerias com prefeituras.

O desgaste teve início depois das eleições municipais, nas quais Kassab saiu fortalecido. Seu partido levou 205 das 645 prefeituras paulistas e, segundo aliados, ele passou a buscar de forma mais enfática o posto de vice em uma chapa de reeleição de Tarcísio.

Até meados do ano passado, Kassab defendia que Tarcísio tentasse a reeleição em 2026, com ele como vice. O plano era que, em 2030, Tarcísio saísse para disputar a Presidência e Kassab assumisse o governo estadual, um projeto visto como seu grande objetivo político. O governador sempre evitou discutir a ideia em público, embora afirme que tentará a reeleição.

Já neste ano, contudo, o cenário eleitoral mudou. A queda de popularidade de Lula (PT) e a denúncia e a possibilidade de prisão de Jair Bolsonaro (PL) por liderar a tentativa de golpe levaram diversas lideranças políticas a apostar em uma candidatura presidencial de Tarcísio — o que desagrada Kassab.

Deputados estaduais e federais paulistas usam clichês como queimar a largada para descrever o momento atual de Kassab, que sempre foi considerado um habilidoso articulador político. Eles apontam que, agora, são nulas as chances de ele conseguir se manter como opção de vice, mesmo que Tarcísio tente a reeleição.

O apoio dado a Tarcísio em 2022 havia trazido recompensas a Kassab e o deixado em posição favorável. Além de chefiar a Secretaria de Governo, pasta responsável por liberar recursos para prefeituras, sua sigla ficou com secretarias estratégicas como Saúde, Habitação e Educação.

Foi com esse poder, na interpretação de uma série de deputados ouvidos pela Folha, que Kassab venceu em tantas cidades. Os prefeitos avaliaram que, no PSD, teriam mais facilidade de acesso aos cofres estaduais para seus projetos locais.

Contudo, tanto espaço criou atritos entre Tarcísio e os demais partidos já na largada do governo. PP, PL e Republicanos reivindicavam fatias da gestão sob controle do PSD e até legendas como União Brasil e PSDB pediam espaço.

Tarcísio, até aqui, defendia o aliado, destacando que Kassab lhe abriu uma série de portas na campanha. Aos interlocutores o governador ainda se refere ao aliado como uma pessoa que “comprou seu projeto”, que joga com o restante da equipe e por quem tem gratidão.

Mas, após o resultado das eleições municipais do ano passado, Tarcísio deu aval a aliados para conterem o crescimento de Kassab.

No fim do ano passado, após movimentações do PL e do Republicanos, a base governista na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) cortou de R$ 2,2 bilhões para R$ 900 milhões a verba da Secretaria de Governo.

Com a medida, segundo um deputado envolvido na articulação, se precisar de mais recursos, a secretaria terá de recorrer à Casa Civil, pasta controlada por Arthur Lima, braço direito de Tarcísio que, segundo aliados, tem uma disputa de poder com Kassab — algo que ambos negam.

Já no mês passado, Kassab criou um embaraço involuntário para Tarcísio, o que também contribuiu para o momento de desgaste.

Durante uma palestra em um banco de investimentos, comentando a queda de popularidade de Lula, Kassab chamou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), de “fraco” e disse que o PT perderia a eleição. A declaração foi interpretada como um indicativo de uma possível candidatura de Tarcísio ao Planalto.

Aliados bolsonaristas de Tarcísio questionaram se o próprio governador estava se movimentando nesse sentido, algo que ele nega enfaticamente. Na semana seguinte, Kassab teve de recuar. Ao jornal O Estado de S. Paulo, disse que era muito cedo para avaliar as chances de Lula e negou até que quisesse ser vice em São Paulo.

À Folha Kassab não comentou o desgaste com Tarcísio, mas negou que tenha usado sua influência no governo paulista para crescer e procurou destacar o perfil “de centro” do PSD, partido que nasceu quando o secretário era prefeito de São Paulo, não sendo “nem de esquerda, nem de direita”.

“As filiações ao PSD em São Paulo, como tem acontecido em todo o Brasil, não têm relação com minha participação no governo”, disse Kassab, em nota.

Ele disse que sua secretaria trabalha “sem preferência a prefeitos deste ou daquele partido”. “Somos um partido que se orgulha em ocupar o centro da política, com propostas e convicções, que não busca aderir a todos os governos a qualquer custo”, afirmou Kassab. Ele disse que pretende apoiar o governador do Paraná, Ratinho Junior, que se coloca à Presidência.

No texto, Kassab disse ainda que a candidatura de Tarcísio em 2022 também era de centro.

“A apuração [da Folha] é precisa ao afirmar que não tenho influência no governo e sobre o governador. Jamais disse isso”, continua Kassab.

Ele disse que Tarcísio “vai liderar o processo eleitoral em 2026, com total autonomia na definição das chapas”.

“As rosas não falam, simplesmente exalam o perfume que roubaram de ti”. Garoto, sem a mínima noção de quem se tratava, ouvi muito meu pai Gastão Cerquinha cantar, bem baixinho, em tom saudoso, o velho Cartola, um dos maiores gênios do samba brasileiro. Os maiores gênios são aqueles que conseguem fazer o simples com perfeição e poesia.

Cartola era isso para o meu pai, que sabia de cor e salteado alguns dos seus maiores sucessos, como “As rosas não falam”, “Preciso me encontrar”, “Alvorada” e “O mundo é um moinho”. Nesta mais que célebre canção dor-de-cotovelo, como eram suas composições, Angenor de Oliveira, ou simplesmente Cartola, o carioca que se confunde com a história da escola Mangueira, falou das incompreensões do amor.

“Ainda é cedo, amor/ Mal começaste a conhecer a vida/ Já anuncias a hora da partida/ Sem saber mesmo o rumo que irás tomar/ Presta atenção, querida/ Embora eu saiba que estás resolvida/ Em cada esquina cai um pouco tua vida/ Em pouco tempo não serás mais o que és/ Ouça meu bem, amor/ Preste atenção, o mundo é um moinho/ Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho/ Vai reduzir as ilusões a pó”.

Que genialidade! Eu ainda nem tinha começado a conhecer a vida e, mesmo que não anunciasse a hora de partida, me sentia sem rumo, como imagino papai também, fã número um de Cartola. Conforme Cartola quis nos ensinar neste samba-canção, as expectativas do mundo adoecem nossa alma e em cada esquina cai um pouco a nossa vida. Não é mesmo?

Os versos de Cartola serviram como uma luva à urgência que ele, como grande poeta, sentia naquele momento. E, como se soubesse exatamente a necessidade do seu público que sofria com as suas canções, ainda dizia: “Ouça-me bem, amor”. E muitos ouviram, choraram e sofreram, como sofrem até hoje ao ouvir suas canções que retratam suas desilusões com os amores não correspondidos.

Depois de escutar “O Mundo é um moinho”, impossível não derramar uma lágrima com os versos de “Preciso me encontrar”. O título já é bem sugestivo. Ouvir esse dedilhado harmonioso e a voz melosa de Cartola clamando por viver, por nascer e por ver correrem as águas do rio, é preciso, mais do que nunca, ter pressa para viver.

Cartola nasceu no Catete, no Rio de Janeiro, em 11 de outubro de 1908 e, apesar dos pesares, queixava-se às rosas, mas sabia que o sol ainda nasceria e cantava: “A sorrir eu pretendo levar a vida/ Pois chorando eu vi a mocidade/ Perdida”. Foi um menino pobre. Desde muito novo, manteve contato com a arte, com seus familiares, que festejavam o sexto dia do ano fantasiados pelas ruas do Rio de Janeiro, nas festividades do Dia de Reis.

O apelido com o qual tornou-se conhecido só veio anos depois, quando ele, para se sustentar, passou a trabalhar como pedreiro, na construção civil, período em que usava um chapéu-coco, para evitar que o cimento caísse no cabelo, o que deu origem ao apelido. Na infância, conheceu a música e o samba, aprendendo violão com o pai.

Com dificuldades financeiras, sua numerosa família foi obrigada a mudar para o Morro da Mangueira, a nascente favela, onde fez amizade com Carlos Cachaça e outros bambas, além de se iniciar no mundo da boêmia, da malandragem e do samba. Após a morte de sua mãe abandonou os estudos — terminou apenas o primário. 

No bairro Laranjeiras, entrou em contato com os ranchos carnavalescos “União da Aliança” e “Arrepiados” — neste último tocava cavaquinho (instrumento recebido do pai aos oito/nove anos), o que também fazia nos desfiles do Dia de Reis, em que suas irmãs saíam em grupos de “pastorinhas”.

Era tão entusiasmado pelo “Arrepiados” que, mais tarde, ao participar da fundação da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, sugeriu que as cores deste rancho — o verde e o rosa — fossem as mesmas da nascente agremiação, que seria um símbolo dos mais reverenciados no mundo do samba. 

Junto com amigos sambistas do morro, Cartola criou o Bloco dos Arengueiros, cujo núcleo em 1928 fundou a Estação Primeira de Mangueira. Ele compôs também o primeiro samba para a escola de samba, “Chega de Demanda”. Cartola teve inúmeros parceiros de composição e de performances, dentre eles, Nelson Cavaquinho, Noel Rosa, Carlos Cachaça e Clementina de Jesus. 

Além disso, teve suas músicas gravadas e regravadas por grandes nomes da música popular brasileira, como Beth Carvalho, Cazuza, Maria Bethânia e Paulinho da Viola, a quem chegou a dizer, de viva voz, que seria o seu grande herdeiro e sucessor. “Paulinho canta como eu canto, parece ser o filho musical que não tive”, disse numa entrevista à revista Veja.

Cartola tinha apenas 17 anos quando sua mãe morreu. Pouco depois, após conflitos crescentes com o pai, inimigo da malandragem, acabou expulso de casa. Levou então algum tempo uma vida de vadio, bebendo e namorando, frequentando zonas de prostituição e contraindo doenças venéreas, perambulando pelas noites e dormindo em trens de subúrbio. 

Esses hábitos o levaram a se enfraquecer fisicamente, adoecido e mal alimentado, na cama de um pequeno barraco. Uma vizinha chamada Deolinda, sete anos mais velha, casada e com uma filha de dois anos – passou a cuidar e a gostar dele e, assim, os dois acabaram se envolvendo romanticamente.

Tinha na época apenas 18 anos e morava sozinho, decidiram então viver juntos e Deolinda deixou o marido, levando a filha, que o compositor criaria como sua. Sob seu teto e de Deolinda, Noel Rosa foi se abrigar algumas vezes, à procura de um refúgio tranquilo. Cartola exercia a atividade de pedreiro apenas esporadicamente, preferindo assumir o ofício de compositor e violonista nos bares e tendas locais.

À época, já se firmava como um dos maiores criadores do morro, ao lado do grande amigo Carlos Cachaça e Gradim. No início da década de 1930, Cartola se tornou conhecido fora da Mangueira, quando foi procurado por Mário Reis, através de um estafeta chamado Clóvis Miguelão, que subira o morro para comprar uma música. O sambista vendeu os direitos de gravação do samba “Que Infeliz Sorte”, que acabou sendo lançado por Francisco Alves, pois não se adaptava à voz de Mário Reis.

Assinava então Agenor de Oliveira. Vendeu outros sambas a Francisco Alves, maior ídolo da música brasileira na época, cedendo apenas os direitos sobre a vendagem de discos. Neste comércio – que serviu para projetá-lo entre os sambistas na cidade –, Cartola conservava a autoria e não dava parceria a ninguém.

Em 1932, Francisco Alves e Mário Reis gravaram outro samba seu, “Perdão, Meu Bem”. Também remonta àquela época a amizade e a parceria que Cartola estabeleceu com Noel Rosa. Com o “poeta de Vila Isabel”, compôs “Tenho Um Novo Amor”, interpretada por Carmen Miranda, “Não Faz, Amor” e “Qual Foi o Mal Que Eu Te Fiz”, interpretadas por Francisco Alves.

Ainda naquele ano, Sílvio Caldas lançou “Na Floresta”, de autoria de Cartola, do próprio Sílvio e ainda a primeira composição em parceria com Carlos Cachaça. Também em 1932, a Mangueira foi campeã do desfile promovido pelo jornal O Mundo Esportivo com a música “Pudesse Meu Ideal”, a sua primeira parceria com Carlos Cachaça.

Em 1957, Cartola trabalhava como vigia e lavador dos carros dos moradores de um edifício em Ipanema. Nessa função, foi identificado em uma madrugada pelo jornalista Sérgio Porto (conhecido como Stanislaw Ponte Preta), sobrinho do crítico musical Lúcio Rangel, que havia dado ao sambista, anos antes, o apelido de “Divino Cartola”. 

Ao ver o compositor magro e maltrapilho em um macacão molhado, Stanislaw decidiu ajudá-lo, começando por divulgar a redescoberta, que fizera, do sambista. Àquela altura, Cartola era dado como desaparecido ou mesmo morto por muitos de seus conhecidos e admiradores.

Cartola vivia um período difícil em sua vida. Sem mais a atenção de Deolinda e o prestígio no morro da Mangueira, o sambista morava em uma favela no bairro do Caju, com uma mulher chamada Donária. Ele conseguiu trabalhos modestos, como o de lavador de carros e vigia de edifícios. Mas a entrada em cena de uma nova — e definitiva — mulher em sua vida alterou o seu destino.

Quando Eusébia Silva do Nascimento, mais conhecida como Zica, o encontrou, o sambista estava em um estado lastimável, entregue à bebida, desdentado e sobrevivendo de biscates — sem contar ainda um problema no nariz, que tinha se tornado demasiadamente grande, devido a uma afecção denominada rinofima. Apesar disso, Zica, antiga admiradora de Cartola, se apaixonou por ele, conquistando-o.

Zica o levou de volta ao morro da Mangueira, onde o casal se instalou em uma casa na subida do morro, perto da quadra da escola de samba e próximo da casa de Carlos Cachaça e Menina (irmã de Zica). Com Zica, Cartola viveria até o fim de seus dias, sem, no entanto, deixar filhos. Estimulado por amigos, Cartola e Zica resolveram aplicar a fórmula música-comida em um sobrado da rua da Carioca, também na zona central da cidade, em 1963.

Três dias antes de morrer, Cartola recebeu de Carlos Drummond de Andrade sua última homenagem em vida. Cartola morreu de câncer na Clínica São Carlos, localizado no bairro Botafogo, em 30 de novembro de 1980, aos 72 anos de idade. Seu corpo foi sepultado no Cemitério do Caju. Dona Zica viu o corpo do seu grande amor pela última vez, abraçada com Clara Nunes, que era amiga e uma das “queridinhas” do poeta.

Atendendo a seu pedido, no dia 1º de dezembro, data de seu funeral, Waldemiro, ritmista da Mangueira, que havia aprendido com ele a encourar seu instrumento, marcou o ritmo para o coro de “As Rosas Não Falam”, cantada por sambistas, amigos, políticos e intelectuais, presentes em sua despedida. Em seu caixão a bandeira do time do seu coração, o Fluminense.

As campeãs de roubo de cargas

O Sudeste foi a região recordista em prejuízos envolvendo roubo de carga, avançando de 82,9% em 2023 para 83,6% em 2024. São Paulo totalizou 45,8% dos sinistros, seguido por Rio de Janeiro (25%) e Minas Gerais (12,1%). O Nordeste, por sua vez, somou 11,7% dos sinistros, à frente do Sul (2%), Centro-oeste (1,8%) e Norte (0,9%). A divisão dos prejuízos se assemelha à de 2023, exceto pelo Sul, que apresentou redução de 6,5% para 2%. Os dados foram divulgados no documento “Análise de Roubo de Cargas” de 2024 da nstech, empresa de software para produção e logística.

Os números, obtidos pelas três gerenciadoras de risco do grupo, reforçam que, ainda que o Rio de Janeiro apareça em segundo lugar no ranking anual, o estado chama atenção, uma vez que o percentual de prejuízo subiu de 18,9% para 25% na comparação entre 2023 e 2024. O movimento passa a preocupar o setor, revelando uma possível tendência para 2025. Situação inédita no terceiro trimestre de 2024 foi que as incidências no Rio (45,8%) ultrapassaram São Paulo (36,6%), que era o principal polo de sinistros do país até então.

Em todo o país, o roubo de cargas continua concentrado à noite e ao longo das madrugadas (57,4%), com maior número de ocorrências às segundas-feiras (40%). As operações com cargas fracionadas (mercadorias de diversos segmentos em um mesmo veículo) e produtos alimentícios foram as mais visadas pelas quadrilhas de roubo de cargas em 2024. Juntos, estes tipos de carga representaram 72,5% dos prejuízos, percentual superior ao de 2023, quando somaram 66,7% do total sinistrado. Os eletrônicos ficaram com a terceira posição do ranking que, em 2023, era ocupada pelos cigarros (hoje, representam apenas 2,5% do prejuízo total).

Brasileira lança caminhão pipa 100% elétrico – A XCMG Brasil acaba de lançar o primeiro caminhão pipa 100% elétrico. São dois modelos, com capacidade volumétrica de 25 mil e 50 mil litros. Basicamente, os novos caminhões pipa 100% elétricos são destinados ao transporte de água, controle de poeira, compactação, umectação de solo e controle de incêndio. Fabricados em veículos fora de estrada e rodoviário (XDR80TE e E7-29R), os dois caminhões pipa irão atender os segmentos sucroalcooleiro, agrícola, mineração, construção civil, florestal e saneamento.

Novo VW Tera – Apresentado ao público em meio à festa das escolas de samba na Sapucaí, no Rio, o Tera chega para, possivelmente, ditar uma tendência: a transformação do segmento de SUVs compactos como os novos carros de entrada por aqui. Hoje, a categoria, no geral, já é dona de 1/4 das vendas e quer crescer para 30% neste ano – embora venha por aí outros concorrentes, como os renovados ou novos Toyota Yaris Cross, Honda WR-V, Jeep Avenger e um da Chevrolet. O Tera vem para ser o SUV de entrada da marca (e consequentemente o mais barato) e tem como base a mesma plataforma dos já conhecidos Polo, T-Cross, Nivus e Virtus – mas com alguns detalhes visuais bem específicos (assinatura do DRL própria), diferenciando-o da linha VW. O conjunto propulsor não muda, com o 1.0 turbo usado em vários modelos da marca, e câmbio de 6 marchas. Ele é 100% desenvolvido no Brasil e vai ser produzido em Taubaté, no interior paulista.

Argo 550 mil – O hatch compacto da Fiat Argo alcançou o marco de 550 mil unidades vendidas no Brasil. Ele foi lançado em 2017 e fechou o ano de 2024 entre os 5 mais vendidos, com 91.144 unidades comercializadas – o que representou 3,7% do market share nacional, 13,3% dentro do seu segmento. O Argo está entre os 10 nomes de veículos mais lembrados no Brasil, sendo o segundo da Fiat, atrás do icônico Uno. Sua característica básica – pequeno e econômico – chama a atenção principalmente de consumidores urbanos, com necessidades voltadas para o dia a dia. Desde 2023, o modelo passou a contar com versões com câmbio CVT de sete velocidades com a potência de 107 cv do motor Firefly 1.3. O consumo chega a até 13,9 km/l. O preço começa em R$ 90 mil, mas pode chegar aos R$ 106 mil. 

Ford anuncia a linha de picapes Tremor – A marca norte-americana Ford confirmou a chegada da família de picapes Tremor este ano no Brasil. Além do visual exclusivo, a característica principal que distingue os esses modelos é a capacidade superior de rodagem off-road. “O conceito Tremor surgiu da observação do mercado. Vimos que muitos consumidores gostam de fazer alterações nas picapes para aumentar a capacidade off-road e sentimos que havia um bom potencial para oferecer isso de fábrica, com uma solução mais funcional e robusta”, diz Dennis Rossini, gerente de Marketing da Ford.

Além de motores potentes, o pacote Tremor inclui altura elevada do solo, suspensão e amortecedores especiais, ângulos de entrada e saída ampliados, pneus todo-terreno, diferencial blocante e protetores inferiores. O estilo é outro traço da família, com acessórios e acabamentos que, além da maior funcionalidade, tornam a sua aparência distinta. Isso inclui tanto o exterior como o interior, com texturas, cores e materiais exclusivos. Além dos itens mecânicos que permitem transpor obstáculos off-road com mais confiança, como areia, pedra, lama e subidas íngremes, o pacote Tremor inclui recursos eletrônicos que tornam mais fácil a aventura, tanto para o cliente novato como para o expert em viagens e trilhas.

BYD traz mais 5,5 mil eletrificados – A marca BYD trouxe essa semana no seu próprio navio, o Explorer 1, mais 5,5 mil carros diretamente da China. Ele demorou 40 dias desde a província de Zhejiang para trazer os SUVs Yuan e Song e os compactos elétricos Dolphin e Dolphin Mini. Mas os diretores da empresa fizeram questão de destacar a vinda das primeiras unidades do Bao 5, um SUV da Denza. A divisão de luxo da BYD começará a ser vendida por aqui, nos próximos meses, em uma rede de concessionárias específica. Esta é a segunda vez que o gigante de 200 metros de comprimento e 38 metros de largura – e que pode transportar até 7 mil carros – vem ao Brasil. A primeira foi no ano passado, quando o Explorer 1 atracou em Pernambuco.

A Kia e seus elétricos – A coreana Kia apresentou na Espanha seus novos modelos elétricos que, espera, darão uma nova cara à marca: o EV4, o PV5 e o Concept EV2. O primeiro é um sedã e hatch com duas opções de bateria (58,3 kWh ou 81,4 kWh) e autonomia de até 630 km – e motor de 150 kW com aceleração de 0 a 100 km/h em 7,4 segundos. O EV2 é um conceito de SUV subcompacto que mira a popularização de elétricos da empresa e é voltado à mobilidade urbana. O PV5 é comercial, uma espécie de van/furgão. 

EX90 custará R$ 850 mil – A Volvo Car começou a pré-venda do novo EX90. O modelo, 100% elétrico, custará exatos R$ 849.990 e terá as primeiras unidades entregues a partir de abril. O EX90 primeiro Volvo totalmente elétrico com sete lugares e com autonomia validada pelo Inmetro de 459 km. A Volvo vende no Brasil os elétricos EX30, EX40 e EC40 e os híbridos XC60 e XC90. Como sempre, o foco é a segurança. Neste modelo, destaque para o sistema de compreensão do motorista, uma tecnologia de detecção em tempo real para entender se ele está cansado ou distraído e, assim, intervir e dar suporte, caso necessário. A marca sueca encerrou 2024 com 8.682 veículos emplacados no país, com 17% de participação no segmento premium. O EX30, lançado em maio do ano passado, teve 2.748 licenciamentos.

Mais chineses na área – A Omoda & Jaecoo, pertencente à Chery, vai mesmo chegar ao Brasil este ano – e deve montar seus veículos na desativada fábrica da Caoa Chery em Jacareí, no interior de São Paulo. Na semana passada, a empresa anunciou que negociou com grandes grupos do setor de revenda para a abertura de concessionárias em pelo menos 40 cidades de 17 estados. Essa semana, a empresa anunciou que um lote de mil unidades dos SUVs Omoda 5 (elétrico) e Jaecoo 7 (híbrido plug-in) já foram embarcadas da China e chegam no porto de Vitória, no Espírito Santo. O Omoda 5 elétrico (OE5) tem desenho futurista, baseado no conceito Art in Motion. O carro é equipado com duas telas digitais de 10,25 polegadas no painel, integrando todas as funções de controle de direção, clima e entretenimento. O Jaecoo 7 possui linhas retas, com grade frontal imponente, e interior equipado com uma tela multimídia vertical de 14,8 polegadas. O sistema de infotenimento suporta reconhecimento facial e atualizações over-the-air (OTA), garantindo conectividade e conveniência. 

Brasileiro prefere pagar o IPVA à vista – Pesquisa realizada pela Webmotors, portal de negócios e soluções para o segmento automotivo, revela que a maior parte dos brasileiros optou pelo pagamento à vista do IPVA 2025. A modalidade de pagamento integral foi escolhida por 58% dos usuários da plataforma que participaram da enquete, seguida pelo parcelamento (30%). O restante dos entrevistados ainda não realizou o pagamento (9%) ou está isento (3%). Para os brasileiros que optaram pelo pagamento do IPVA 2025 à vista, o desconto garantido pela modalidade foi o principal motivo da escolha (71%). As demais razões foram evitar preocupações (19%), preferência pessoal (10%) e outros motivos (1%). Entre aqueles que escolheram pelo parcelamento, a maior parte mencionou como principal motivo a busca por uma melhor organização financeira (43%). A queixa de que o valor do IPVA é alto para pagar de uma vez aparece na sequência (32%), seguido pela preferência por dividir gastos ao longo do ano (22%) e outros motivos (3%). O valor total do IPVA deve ser parcelado de 4 a 6 vezes por 57% dos entrevistados, seguido pelo pagamento em até 3 vezes (31%), mais de 12 vezes (6%), de 7 a 12 vezes (5%) e em duas vezes (1%). 

Seis motivos para vender seu seminovo o quanto antes – Para quem começou o ano pensando em vender o carro, seja para comprar um novo ou para usar o dinheiro para outros objetivos, ficar com ele parado na garagem não é uma boa opção. O aumento da inflação no país e o impacto nos custos de financiamento podem tornar essa negociação mais difícil nos próximos meses. Segundo Ycaro Martins, CEO e sócio-fundador da Vaapty, franchising do segmento de intermediação de venda de veículos, a hora de vender é agora. “A desvalorização dos seminovos, as promoções oferecidas pelas montadoras e os lançamentos no mercado, pode fazer com que seu carro valha menos. 

Depreciação contínua – Mesmo que não sejam muito utilizados ou estejam em ótimas condições, os carros perdem valor com o passar do tempo. Quanto mais você demora para vender, menor será esse valor de revenda.

Oferta e demanda – Se houver muitos automóveis similares ao seu e disponíveis para venda, os preços podem cair devido à concorrência. “O mercado automotivo é muito dinâmico, sem falar que novas versões do seu modelo podem ser lançadas ao longo do ano, deixando a versão anterior menos atrativa”, diz Ycaro Martins.

Seguro e manutenção – Manter um carro na garagem que você pretende vender, acaba gerando custos desnecessários – como IPVA, seguro e eventuais manutenções. Quanto mais o tempo passa, maior a chance de reparos, o que pode desvalorizar ainda mais o veículo.

Desvalorização por quilometragem – Mesmo que você não rode muito, o carro continua se desvalorizando. “O ideal é que você pare de usar enquanto tenta fazer essa venda, ou use apenas em situações emergenciais, pois se continuar utilizando, a quilometragem sobe e o desgaste aumenta, o que pode reduzir o valor de revenda”, alerta o CEO da Vaapty.

Oportunidade de compra – Para quem pretende trocar de carro, vender rápido permite que você tenha dinheiro disponível para negociar uma nova compra, podendo aproveitar promoções ou melhores condições.

Mudanças na economia e no mercado – As taxas de juros, a inflação e os incentivos fiscais podem afetar o mercado automotivo. Se os juros subirem, menos pessoas terão poder de compra, tornando a venda mais difícil. “O ideal é que você venda em uma empresa segura, para conseguir fazer negócio de forma mais rápida e com valores melhores”, alerta Ycaro Martins.

Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico 

Do Poder360

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está sem receber sete dos seus 38 ministros para uma conversa privada há mais de 100 dias. Com a reforma ministerial tomando forma, alguns chefes de órgãos do 1º escalão reclamam da falta de agenda com o chefe do Executivo. As críticas a um isolamento do petista não são novas, com uma ala de políticos culpando a primeira-dama Janja da Silva pelo fato.

O Poder360 contabilizou as reuniões registradas na agenda oficial em que até cinco pessoas estiveram presentes, contando com Lula. Também não foram contabilizadas reuniões ministeriais. Os dados incluem encontros de 1º de janeiro de 2023 a 7 de março de 2025.

A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, por exemplo, nunca foi recebida por Lula para uma reunião privada. O ex-chefe do órgão, Silvio Almeida, demitido em 6 de setembro de 2024, foi recebido seis vezes no tempo em que foi ministro.

General Amaro (Gabinete de Segurança Institucional) é o recordista, com um hiato de 322 dias sem ver o petista em audiência privada, segundo a agenda oficial.

Haddad & Rui & Padilha

Segundo o levantamento, os mais recebidos por Lula no período foram Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais). Isso porque os três ministérios são considerados os mais importantes da Esplanada, já que são o chefe da economia, da articulação com a Esplanada e da articulação com o Congresso, respectivamente.

Como mostrou o Poder360, congressistas reclamam da dificuldade em se comunicar com Lula diretamente. Ele recebeu pouco mais de 100 deputados e senadores para reuniões. Dos que conseguiram estar com o petista, a maioria é formada pelos próprios líderes governistas ou apoiadores próximos a Lula, ou ao PT no Congresso.

Há quem faça a avaliação de que a ida de Gleisi Hoffmann (PT) para as Relações Institucionais pode isolar ainda mais o presidente a uma cúpula petista.

Mesmo criticado por uma ala do Palácio do Planalto, Fernando Haddad segue em alta com o presidente. Ao menos no espaço de agenda. O ministro da Fazenda teve ao menos 100 encontros privados durante o mandato.

Neste ano de 2025, Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação) foi o ministro que mais teve encontros privados com o petista, com 23 até o momento. O número é um retrato do esforço do governo federal em reter a queda de popularidade de Lula, que pela primeira vez no mandato, registrou desaprovação maior que 50%.

Além disso, Sidônio e Lula têm reuniões de atualização das notícias quase que diárias no Palácio do Planalto. O ex-marqueteiro de campanha é quase sempre o primeiro a estar na agenda de Lula logo pela manhã.

Os esquecidos

Sete chefes de ministérios acumulam um hiato de mais de 100 dias sem encontros privados com Lula. O recordista é o General Amaro, que não foi atendido há quase um ano (322 dias), sendo que o último encontro foi em 15 de abril de 2024. Leia a lista com os outros seis:

Margareth Menezes (Cultura) – 182 dias (2.set.2024);

Celso Sabino (Turismo) – 166 dias (18.set.2024);

André Fufuca (Esportes) – 151 dias (3.out.2024);

Cida Gonçalves (Mulheres) – 145 dias (9.out.2024);

Sônia Guajajara (Povos Indígenas) – 139 dias (15.out.2024);

André de Paula (Pesca) – 139 dias (15.out.2024).

Isso aponta para um esvaziamento da Esplanada lulista. Na prática, mesmo que o presidente tenha 38 ministérios e faça propaganda de ter reconstruído alguns deles, como o dos Povos Indígenas, ele não dá espaço na agenda para os seus ministros.

Não é que André de Paula ou Cida Gonçalves não tenham assuntos para despachar com o presidente, mas as suas demandas vão ficando escanteadas pela administração Lula 3.

Ministros do Centrão de fora

Ministros do chamado Centrão ficam de fora de agendas privadas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu terceiro mandato. Segundo levantamento do Poder360, Celso Sabino (União Brasil), André Fufuca (PP) e André de Paula (PSD) não são recebidos pelo presidente há mais de 100 dias. Leia mais nesta reportagem.

Ex-ministros

Dos 7 ex-ministros do governo, só um teve mais de 60 reuniões. Paulo Pimenta (ex-Secom) teve 84 encontros, muito por causa de sua atuação enquanto ministro da Reconstrução do Rio Grande do Sul e pelas reuniões diárias que são atribuição do chefe da comunicação do Planalto. Foi demitido em 7 de janeiro deste ano e substituído pelo marqueteiro Sidônio Palmeira.

Em relação à Saúde, que tem um dos maiores orçamentos da Esplanada, Lula se encontrou com Nísia Trindade em apenas 16 oportunidades em dois anos. Em 2025, se reuniu com a ex-ministra só na ocasião em que a demitiu.

Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), demitido por envolvimento no 8 de Janeiro, só teve um encontro a sós com o presidente Lula enquanto era ministro. Este ficou no cargo até 19 de abril, quando apareceu em imagens da invasão ao Palácio do Planalto.

Leia a lista de outros ex-ministros e seus encontros com Lula:

Daniela Carneiro – a ex-ministra do Turismo teve duas reuniões com o presidente em 2023. Estava desde o começo do mandato e foi demitida em 13 de julho de 2023;

Flávio Dino – o ex-ministro da Justiça foi indicado ao STF (Supremo Tribunal Federal). Teve 27 encontros privados com Lula até sair do órgão em 1º de fevereiro de 2024;

Ana Moser – a ex-ministra do Esporte teve seis encontros com Lula até ser demitida em 6 de setembro de 2023, depois de ficar menos de um ano no cargo;

Silvio Almeida – ex-ministro dos Direitos Humanos esteve em reuniões fechadas com o presidente em apenas seis oportunidades.

Do gshow

Na noite de sexta (7), José Loreto se pronunciou sobre a polêmica envolvendo seu trabalho no Carnaval e sua próxima atuação: o ator, que desfilou caracterizado como “diabo” no desfile da Vila Isabel, interpretará Jesus no espetáculo “Paixão de Cristo”, que estreia na Semana Santa, em Recife.

Após uma repercussão negativa, Loreto explicou que o que mais lhe motiva na arte é representar personagens extremos, mocinhos e vilões, e fazer o público rir, chorar e se questionar. Desse modo, ele conta que não se incomoda com a existência do debate sobre interpretar Jesus e uma figura maligna, mas sim o teor de ódio nos comentários e mensagens que recebeu.

“E o pior, a grande maioria da pessoas que vieram com ódio tinham a justificativa do amor e isso não entra na minha cabeça. Por que uma representação de uma lenda provoca tanta fúria?”, disse ele.

Em seguida, José Loreto explica o enredo “Quanto Mais Eu Rezo, Mais Assombração Me Aparece”, que a Vila Isabel levou para a avenida como um convite a um parque de diversões que ajudasse as pessoas a enfrentarem seus medos com alegria.

Na Sapucaí, o ator representou o diabo numa representação de uma lenda irlandesa onde o personagem Jack Lanterna, representado pelo ator Amaury Lourenço, engana o diabo, mas também não é aceito no céu e é condenado a vagar por toda a eternidade.

“Agora me diz, como contar essa história sem ter a figura do diabo? Na Paixão de Cristo tem atores que fazem o papel do diabo tentando Jesus. Através dessas histórias e desses personagens distintos é que a arte exemplifica o que é certo e errado, o que é do bem, o que é do mal, o que faz a gente refletir e evoluir.”

Após contar a história de quando uma senhora pisou em seu pé e reclamou das maldades que seu personagem estava fazendo em uma novela, José Loreto refletiu sobre como o trabalho de atuação convence as pessoas.

“Eu fiz o diabo, mas eu não sou o diabo, eu não gosto do diabo, eu não compactuo nadinha com nenhuma ideia do diabo. Tem personagens, lógico, que a gente se identifica, como é o caso de Jesus. Eu tô muito feliz de interpretar esse grande exemplo daqui a 40 dias e eu tenho certeza que com a minha dedicação e paixão pelo ofício, e por essa história, eu vou convencer vocês também. Mas acreditem desde já: eu não sou Jesus”.

Do portal Terra

Durante o Carnaval, o Brasil comemorou uma conquista histórica para o cinema nacional: o filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, recebeu o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar. No centro dessa celebração está Fernanda Torres, a atriz principal do longa-metragem, que brilhou no papel de Eunice Paiva e também foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz, e vencedora do Globo de Ouro.

Na última sexta-feira (7), durante o programa “Globo Repórter”, Torres foi homenageada por sua mãe, Fernanda Montenegro. A atriz veterana, que também interpretou Eunice na mesma produção, compartilhou uma carta emocionante dedicada à filha.

“Eu vivi pra ver isso, uma transferência vocacional nessa dimensão, como atriz… Isso é muito importante!”, disse Montenegro à Globo.

Para finalizar o programa especial, Sandra Annenberg leu a carta escrita por Fernanda Montenegro, na qual ela expressa todo o carinho pela filha, destaca o dom artístico de Fernanda Torres e sua relevância para a cultura do país.

“Fernanda Torres é um imenso talento como ser humano, daí a dimensão dessa vocação ampla e inarredável de ser uma atriz extraordinária. A arte de ser ator, no caso, atriz, só nós, desse ofício, entendemos na pele, repito, na pele, o que é o ser humano. Ela, Nanda, sabe”, começou Montenegro.

Segundo a atriz, desde que Torres tinha 12 anos, quando ela o marido a assistiram no palco do Teatro Tablado, viram que ela tinha talento. “Com total domínio de cena, nós, os pais atores, nos abraçamos aos prantos diante do fenômeno. Veio à minha memória a frase do grande ator brasileiro Procópio Ferreira, que no final da interpretação da jovem e eterna atriz Bibi Ferreira, sua filha, Procópio agradecendo o estrondoso aplauso ao final do clássico ‘Mirandonina’, de [Carlo] Goldoni, e na emoção do que estava acontecendo, lançou em voz alta: ‘Senhoras e senhores, está lançada a minha filial’ “, escreveu na carta.

“Fernanda Torres, desde a infância, sempre ordenou a sua vocação de uma forma independente, real e sublime. São quase 50 anos de criatividade em diversas áreas da nossa cultura artística. Coube a Fernanda Torres o fenômeno de atravessar a Linha do Equador, justamente durante o nosso carnaval dionisíaco. Esse milagre se deve ao extraordinário filme de Walter Salles, ‘Ainda Estou Aqui’, que pelo seu protagonismo nessa obra de arte cinematográfica, fez dela, para sempre, um referencial transcendente de brasilidade”, finalizou ela na homenagem à filha.

Do Estadão

Após o Oscar de “Ainda Estou Aqui”, a obra que levou o cinema nacional à premiação inédita pode provocar uma reviravolta judicial sem precedente no ano do 40º aniversário da redemocratização do País. O Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar no segundo semestre deste ano as ações que podem rever o alcance da anistia de 1979, concedida aos agentes públicos envolvidos no sequestro e desaparecimento de opositores durante a ditadura militar.

Os casos terão repercussão geral – ou seja, o decidido passará a ser replicado em todos os processos semelhantes em tramitação na Justiça –, e entre eles está o do engenheiro e parlamentar cassado Rubens Paiva. Além disso, na esteira do filme e de sua premiação, casos judiciais foram retirados das gavetas de ministros dos tribunais superiores e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu reformar as certidões de óbito de 404 desaparecidos políticos.

Antes da decisão do CNJ, 20 certidões haviam sido retificadas a mando da Justiça nacional e da Corte Interamericana da Organização dos Estados Americanos (OEA). Os 404 novos documentos agora registrarão a causa como “morte não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro no contexto da perseguição sistemática à população brasileira como dissidente política do regime ditatorial instaurado em 1964”.

Nessa nova fase, o primeiro desses documentos devia ter sido entregue à família Paiva, em janeiro. Mas ela não foi recebê-lo, seguindo orientação da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP). De acordo com Nilmário Miranda, chefe da Assessoria Especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade do Ministério dos Direitos Humanos, 82 atestados – incluindo o de Paiva – tiveram de ser refeitos por causa da ausência de informações, como local e data das mortes e o número de filhos da vítima.

“Esperamos por décadas uma certidão que falasse a verdade, e a grande maioria dos familiares quer tudo certo, mais do que um papel corrigido às pressas”, disse Vera Paiva, filha do ex-deputado. Para ela, houve uma “certa pressa”, cuja intenção até poderia ser boa, de se repetir a “famosa foto” de 1996, em que sua mãe, Eunice Paiva, recebe a primeira certidão de óbito de seu pai – cena retratada no filme. As certidões retificadas devem estar prontas em abril para entrega pelo ministério às famílias em solenidades ainda neste semestre. O plano é completar os demais documentos até o fim do ano.

Cronologia dos processos no STF e impacto de ‘Ainda Estou Aqui’

A Justiça se move

Desde o ano passado, a comoção nacional causada por “Ainda Estou Aqui” reacendeu a discussão sobre a responsabilização de agentes estatais pelos mortos e desaparecidos na ditadura e impulsionou processos que estavam parados há anos na Justiça. Quatro casos emblemáticos, que estavam sob a alçada do STF desde 2015, ganharam tração somente agora.

O caso mais conhecido é justamente o do ex-deputado federal Rubens Paiva, cujo sequestro e desaparecimento são o fio condutor da trama de “Ainda Estou Aqui”.

A ação contra os militares reformados do Exército acusados de envolvimento na morte de Paiva tramita no STF – só dois dos cinco réus originais continuam vivos –, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, desde março de 2021. Mas, como mostrou o Estadão, ela só teve andamento em novembro do ano passado, dois meses após a aclamada estreia do filme de Walter Salles, no Festival de Veneza.

Ainda na esteira do impacto do filme, o caso Paiva foi reconhecido pelo STF como sendo de repercussão geral. Em outras palavras, os efeitos dos votos do ministro serão aplicados a todos os casos iguais e não ficarão restritos aos acusados desse processo: o general José Antônio Nogueira Belham e o major Jacy Ochsendorf e Souza.

Além deles, foram denunciados o tenente-coronel Rubens Paim Sampaio, o primeiro-tenente Jurandyr Ochsendorf e Souza e o coronel Raymundo Ronaldo Campos. Dentre os acusados que estão vivos, o major Jacy Ochsendorf recebe R$ 23,4 mil de salário bruto, sem descontos. Já Belham recebe R$ 35,9 mil brutos.

Há ainda as pensões pagas aos familiares dos réus Rubens Paim Sampaio, Raymundo Ronaldo Campos e Jurandyr Ochsendorf e Souza, que morreram após o início do processo. Considerando-se os dependentes deixados pelos três militares, há oito familiares aos quais o governo federal destina pensões. O custo total é de R$ 80 mil mensais. Somados, os valores relativos a salários e pensões dos réus pelo assassinato de Rubens Paiva chegam a R$ 140,2 mil.

Lei de Anistia

Para além do caso concreto de Paiva, que se debruça sobre a acusação de homicídio, ocultação de cadáver, fraude processual e formação de quadrilha dos cinco militares, a Suprema Corte vai decidir se a Lei da Anistia pode ser aplicada em situações consideradas como grave violação de direitos humanos. O processo sob a alçada de Alexandre de Moraes não é o único que se debruça sobre essa questão.

O ministro Flávio Dino é o relator de uma ação que trata da ocultação dos cadáveres dos integrantes da Guerrilha do Araguaia pelo major Sebastião Curió, com o apoio do tenente-coronel Lício Maciel. Assim como no caso Paiva, o STF reconheceu repercussão geral nesse processo, que também discute a aplicabilidade da Lei da Anistia aos casos de desaparecidos políticos sob o argumento de que a ocultação de cadáver é crime permanente, portanto, estaria sendo cometido até hoje, depois da anistia de 1979.

Diferentemente da ação que tramita no gabinete de Moraes, o caso relatado por Dino é mais recente no tribunal, tendo sido protocolado em junho de 2024. Ele teve tratamento mais célere. Em julho, foi recebido o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) e, no mês de dezembro, o ministro emitiu um despacho a favor da repercussão geral do caso, que foi reconhecida pelos demais ministros em fevereiro deste ano.

Dino fez questão de mencionar o impacto do filme “Ainda Estou Aqui” e como a situação ocorrida com a família Paiva se conecta ao processo sob sua relatoria. O magistrado afirmou que a obra cinematográfica atualizou o debate sobre a Lei da Anistia.

“No momento presente, o filme ‘Ainda Estou Aqui’ (…) tem comovido milhões de brasileiros e estrangeiros. A história do desaparecimento de Rubens Paiva, cujo corpo jamais foi encontrado e sepultado, sublinha a dor imprescritível de milhares de pais, mães, irmãos, filhos, sobrinhos, netos, que nunca tiveram atendidos os seus direitos quanto aos familiares desaparecidos”, escreveu Dino.

O começo de tudo

Antes de chegar às mãos do ministro Moraes e ser usado como exemplo pelo ministro Dino, o caso Rubens Paiva era uma das histórias insepultas da ditadura que de tempos em tempos rondava os tribunais. Ela começou no dia 20 de janeiro de 1971, no Rio. E ficou registrada nos tribunais, livros e jornais, além de documentos secretos da diplomacia americana antes de ir parar na dramaturgia.

No dia 2 de fevereiro de 1971, uma terça-feira, ela apareceu nas páginas do jornal The New York Times, que reproduziu um relato angustiante: “Não sei onde estão meus pais, e os quero de volta para mim e para meus irmãos”. A frase era da jovem Eliana Paiva, filha do ex-deputado federal.

O texto do repórter Joseph Novitski, correspondente do jornal em Brasília, dizia aos leitores americanos que 11 dias antes a jovem de 15 anos havia assistido ao seu “proeminente pai” ser levado encapuzado da casa da família, no Leblon, por agentes do regime militar. No dia seguinte – o repórter contava –, foi a vez de Eliana e sua mãe, Eunice Paiva, serem encapuzadas e também conduzidas pelos agentes.

Eliana foi solta no dia seguinte – a mãe ainda passaria mais alguns dias nas celas do Exército antes de ser libertada. Tudo relatado em uma carta escrita à mão por Eliana com uma letra “quadrada e feminina” e endereçada a deputados opositores.

Novitski alertava que as forças policiais brasileiras haviam “adotado táticas extremas” contra a oposição armada ao regime e relatava a sua estranheza pela ditadura, que censurava a imprensa, ter permitido a publicação do caso pelos jornais. Tratava-se, na verdade, da tentativa de criar uma farsa para justificar o assassinato de Paiva: dizer que o parlamentar cassado havia sido arrebatado das mãos de militares por supostos guerrilheiros.

A encenação da fuga de Paiva contou com um tiroteio forjado – mais de 40 anos depois, militares envolvidos confessaram a farsa em depoimentos ao Ministério Público Federal. O teatro montado pelos militares tinha um motivo: justificar o desaparecimento do parlamentar, morto sob tortura dentro do Destacamento de Operações de Informações (DOI), do 1º Exército (Rio).

O apelo de Eliana retratado no New York Times está anexado ao memorando do diplomata John Wallendahl Mowinckel para o então embaixador americano no Brasil, William Manning Rountree, aconselhando o chefe a cobrar do governo brasileiro a punição pública dos militares envolvidos no crime. “Este é outro exemplo de táticas de força irresponsáveis ​​e trapalhadas das forças de segurança brasileiras. A diferença é que desta vez, quando os fatos se tornarem conhecidos, não será possível varrê-los para debaixo do tapete”, escreveu Mowinckel.

O destino de Paiva não era segredo para ninguém. Apenas os “mágicos” do Centro de Informações do Exército (CIE) acreditavam poder iludir a família, os amigos e o País. Mais de 50 anos depois, o enredo dessa história levou mais de 5 milhões de pessoas ao cinema para assistir “Ainda Estou Aqui”, primeira produção do cinema nacional premiada com o Oscar de Melhor Filme Internacional.

Shibata e Mário Alves: outros casos

A história da família Paiva pode ainda ter reflexo em outros dois processos no STF, que tratam de desaparecidos, assassinados, e do envolvimento de agentes públicos nesses crimes. As ações são relatadas por Moraes e, assim como no processo do deputado cassado, ficaram engavetadas por um longo período até serem retomadas recentemente, também na esteira do sucesso de “Ainda Estou Aqui” e do debate público suscitado pela obra.

Uma das ações mira o médico legista Harry Shibata, que é acusado de assinar laudos necroscópicos falsos de presos políticos assassinados pela ditadura com o objetivo de encobrir que as vítimas foram torturadas e vítimas de homicídio. A denúncia da qual é alvo cita que “omitiu informações com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante”.

O caso dele está no STF desde 2017, mas só em outubro de 2024, um mês após o lançamento de “Ainda Estou Aqui”, Moraes pediu que a PGR apresentasse parecer sobre o ocorrido. Em fevereiro deste ano, a Corte reconheceu que esse processo também tramitará em regime de repercussão geral.

Por fim, há o caso dos militares Valter Jacaranda, Luiz Mario Lima, Roberto Estrada e Dulene Garcez dos Reis, que são acusados de sequestrar, torturar e matar o jornalista Mário Alves de Souza Vieira em 17 de janeiro de 1970, também nas dependências do DOI do 1º Exército e, depois, ocultar os seus restos mortais.

Também relatado por Moraes, o caso foi autuado no STF em 2015, quando foi distribuído ao ministro Teori Zavascki. O caso foi redistribuído para Moraes em março de 2017 e só teve encaminhamento em outubro de 2024 com um pedido de parecer da PGR. Assim como as demais, a ação acabou com o status de repercussão geral reconhecida em fevereiro deste ano.

Da AFP

O papa Francisco mostra “uma boa resposta ao tratamento” com uma “gradual e leve melhora”, indicou o Vaticano neste sábado (8), quando completam 23 dias desde a hospitalização do jesuíta argentino de 88 anos por problemas respiratórios.

“A condição clínica do Santo Padre nos últimos dias se manteve estável e, consequentemente, mostra uma boa resposta ao tratamento”, ressalta a Santa Sé no último boletim médico divulgado.

O líder espiritual dos 1,4 bilhão de católicos do mundo foi internado no dia 14 de fevereiro no hospital Gemelli, em Roma, por uma bronquite, que levou a uma pneumonia bilateral. Desde então, sua condição tem oscilado.

A última recaída ocorreu na segunda-feira, quando ele sofreu “dois episódios de insuficiência respiratória aguda”, mas nenhuma outra crise foi relatada desde então. Apesar da “gradual e leve melhora”, os médicos “prudentemente ainda mantêm um prognóstico reservado”, de acordo com o boletim médico.

Nos últimos dias, ele usa uma máscara de oxigênio para ajudá-lo a respirar à noite, que ele troca por cânulas nasais de alto fluxo durante o dia, um suporte mais leve. Francisco alterna o tratamento com repouso, oração e um pouco de trabalho.

Os médicos ainda não comentaram quanto tempo a internação de Jorge Bergoglio no hospital vai durar, nem quanto tempo sua convalescença pode levar. Desde então, ele não fez nenhuma aparição pública nem nenhuma imagem sua foi divulgada.

Mas na noite de quinta-feira, Francisco publicou uma breve mensagem de áudio em espanhol, na qual, com a voz cansada e hesitante, ele agradeceu “do fundo do coração” àqueles que oravam por sua recuperação.

“Silêncio no coração”

Orações continuam por sua saúde ao redor do mundo, desde sua cidade natal, Buenos Aires, onde uma marcha foi realizada na sexta-feira com o slogan “amor com amor se paga”, até Tegucigalpa, passando por seu hospital no norte de Roma.

“Fui ao Vaticano e senti isso sem a presença dele. Um silêncio no coração como quando você vai à casa do seu pai, da sua mãe, e ele não está lá. Estamos todos rezando”, disse à AFP Maria Julieta Márquez García, uma fiel do México.

Uma dúzia de membros da equipe italiana de proteção civil, que participa do Jubileu do Mundo dos Voluntários, também chegaram aos portões do Gemelli. O evento deve atrair cerca de 25.000 peregrinos a Roma no fim de semana, de acordo com o Vaticano.

A missa programada para o domingo será presidida pelo cardeal tcheco Michael Czerny e o primeiro papa latino-americano enviará novamente uma mensagem escrita por ocasião do tradicional Angelus, de acordo com a assessoria de imprensa do Vaticano.

A oração dominical do Angelus é um dos momentos tradicionais de encontro entre os fiéis e o papa, que sai à janela do Palácio Pontifício para entregar uma mensagem.

Porém, diferentemente de sua internação anterior, em 2021, quando ele apareceu na sacada na clínica Gemelli para entregar sua mensagem, o argentino esteve ausente nas últimas três semanas deste encontro com os fiéis, que normalmente ocorre na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Esta hospitalização, a quarta e mais longa desde 2021, levanta preocupações sobre problemas anteriores que enfraqueceram sua saúde nos últimos anos: operações no cólon e no abdômen e dificuldades para caminhar.

A situação também levanta dúvidas sobre sua capacidade de desempenhar suas funções, especialmente porque o direito canônico não prevê nenhuma disposição em caso de problema grave que possa afetar sua lucidez.

Apesar disso, o papa recentemente descartou renunciar, como Bento XVI fez em 2013.