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Armando inicia série do blog fazendo alerta para criação de um ambiente melhor de negócios em PE

Com o olhar do ex-senador Armando Monteiro Neto, iniciamos hoje a série com 16 políticos convidados para opinar sobre o que representou o ano de 2024 e a expectativa para o ano que se aproxima. Para Armando Monteiro, Pernambuco teve ganhos neste ano, mas é “preciso acelerar o passo”.

Pernambuco, na sua avaliação, precisa ter senso de urgência, porque, com as transformações que estão acontecendo no ambiente externo, “se nós não acelerarmos o passo, o Estado vai perder oportunidades importantes”.

Quanto ao País, avalia que falta uma convergência maior sobre a necessidade de ajustes que precisam ser feitos na economia brasileira. “Não pode haver retrocessos em algumas agendas, mas, por outro lado todos precisam ter a consciência de que o Brasil deve encaminhar melhor a questão fiscal”, afirmou.

Confira na íntegra:

O Brasil e Pernambuco precisam investir mais na agenda do crescimento e da geração de empregos

Por Armando Monteiro Neto*

O ano de 2024 chega ao fim com fatos positivos na economia e na vida das pessoas, no Brasil e em Pernambuco. O desempenho do PIB, por exemplo, tem superado as expectativas. Vamos fechar o ano com quase 3,5% de crescimento, o que, para o padrão histórico mais recente, representa um bom desempenho. O mercado de trabalho está aquecido, com aumento da renda, da massa salarial, e com o desemprego em baixa, e tudo isso deve ser destacado. Em Pernambuco, estão sendo retomados investimentos significativos em infraestrutura que vão impactar fortemente o nosso desempenho nos próximos anos.

Mas é preciso ter cautela quando se olha para as perspectivas de 2025 e do futuro, sobretudo porque está claro que, no plano nacional, é urgente promover ajustes para reverter a trajetória das contas públicas, cada vez mais desequilibradas. No nível estadual, temos necessariamente que promover uma maior convergência de todos os atores políticos e econômicos para que nosso Estado possa avançar de forma mais célere na busca de seus objetivos mais estratégicos, que são sobretudo garantir maior investimento público e privado em obras e ações estruturadoras e nos serviços públicos essenciais, principalmente educação, segurança e saúde.

No plano legislativo, o Brasil avançou na agenda de reformas do país, podemos celebrar algumas conquistas como o estabelecimento de alguns marcos regulatórios e principalmente o avanço da reforma tributária. Essa é sem dúvida nenhuma uma das mais importantes reformas já promovidas para o país Brasil, porque vai produzir um grande impacto no crescimento futuro, na dinamização dos investimentos, nas atividades econômicas.

Entretanto, o que é que nos preocupa mais e quais são as ameaças do presente e que podem comprometer o futuro? Em primeiro lugar, as disfuncionalidades do sistema político. Falta muitas vezes uma convergência maior sobre a necessidade de ajustes que precisam ser feitos na economia brasileira. Não pode haver retrocessos em algumas agendas, mas, por outro lado, todos precisam ter a consciência de que o Brasil deve encaminhar melhor a questão fiscal. O reflexo desse desajuste nas contas públicas se expressa negativamente nos dois principais preços da economia, o câmbio e os juros, além de significativo aumento na dívida pública. No caso do câmbio, produz impactos na inflação. E, no caso dos juros, desestimula e trava a atividade econômica.

Com relação a Pernambuco, é preciso destacar o fato de que, após o primeiro ano, quando o governo Raquel Lyra promoveu a reestruturação da máquina pública do Estado com aumento da capacidade de investimentos, nós já começamos a perceber em 2024 iniciativas concretas e de peso em obras de infraestrutura, a exemplo da requalificação da malha viária do Estado, com mais de R$ 5 bilhões em investimentos. Vemos também a retomada de obras de recursos hídricos, de adutoras no interior, de abastecimento de água no Recife e na Região Metropolitana, o programa Águas de Pernambuco, com forte atuação da Compesa e impacto em todo o Estado.

Outro fato positivo foi o anúncio das obras do PAC, as obras federais, como a licitação para ampliação da Refinaria Abreu e Lima, com mais de R$ 8,5 bilhões em investimentos. Por outro lado, há a consolidação de programas sociais de impacto, como o Mães de Pernambuco, que vem sendo ampliado, e das creches estaduais. Na saúde, obras de peso como reforma de hospitais, abertura de novos leitos. Foi um ano positivo na economia, no social e também na política. Isso já começa a se refletir nos índices de aprovação do governo, e eu tenho muita confiança que, com esse ajuste que foi promovido na administração de Pernambuco, com o aumento da capacidade de investimento do Estado, a governadora chegará ao final de 2025 fortalecida, inclusive com o fato de que, no plano político, os partidos que formam a base do governo Raquel saíram da disputa fortalecidos, com uma presença majoritária no comando dos municípios do Estado. Isso respalda e fortalece o projeto Raquel Lyra em Pernambuco.

Agora é preciso acelerar o passo. Pernambuco deve cada vez mais se dar conta, e não é só o governo, é a sociedade, que nós necessitamos ter um sentido de urgência e maior convergência dos atores políticos, da sociedade e do setor empresarial, para que possa avançar também na melhoria do ambiente de negócios, na promoção dos investimentos privados, aproveitando da melhor forma possível, por exemplo, alguns programas que o governo federal está implementando, como o da NIB, Nova Indústria Brasil, nos financiamentos que estão sendo oferecidos pelo BNDES, todas as linhas na área de inovação. Pernambuco precisa ter um senso de urgência, porque, com as transformações que estão acontecendo no ambiente externo, se nós não acelerarmos o passo, nosso Estado vai perder oportunidades importantes.

*Ex-senador e ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria

Veja amanhã avaliação de Marília Arraes

Jaboatão dos Guararapes - Natal Solidário 2024

O presidente da Associação de Empresários do Brasil (AEBR), Fernando Mendonça, visitou a Rua Imperatriz Teresa Cristina, conhecida como Rua da Imperatriz, no bairro da Boa vista, na área central do Recife, que enfrenta um preocupante estado de abandono e a ausência de atividades comerciais. A presença do presidente reforça a urgência de buscar soluções para revitalizar essa área histórica e devolver sua vitalidade econômica e social. Confira no vídeo.

Conheça Petrolina

Por Fernando J. Ribeiro Lins*

O lançamento da Escola do Consenso da Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP, do qual participei, no último dia 6 de dezembro como presidente da OAB-PE, é um projeto que merece destaque por representar, além da criação de um espaço formativo, a inauguração de um paradigma que busca redefinir a maneira como a advocacia, o poder judiciário, o ministério público, os estudantes de direito e profissionais de outras áreas enxergam e lidam com os conflitos. Em um mundo muitas vezes marcado por disputas constantes, onde a judicialização das relações se tornou uma regra quase inquestionável, o projeto propõe uma ruptura de cenário ao valorizar o diálogo, a empatia e a busca por soluções colaborativas, devolvendo o protagonismo às pessoas envolvidas nos conflitos.

Ao longo de sua trajetória, a advocacia tem se dividido entre o enfrentamento litigioso e a pacificação. Embora o litígio desempenhe um papel fundamental na defesa de direitos, ele nem sempre é o caminho mais eficaz para promover a justiça em sua dimensão mais ampla. Muitas vezes, o verdadeiro desafio não está na vitória de uma das partes, mas na construção de soluções que restabeleçam vínculos e evitem novos atritos. A Escola do Consenso surge exatamente nesse contexto, como uma ferramenta que transforma o conflito em oportunidade de reconciliação e aprendizado.

O projeto foi proposto e coordenado pela advogada e professora Karina Vasconcelos e é fruto de uma visão ousada. Com apoio efetivo do Magnífico Reitor da UNICAP Pe. Pedro Rubens, a Escola do Consenso não se limita a oferecer cursos teóricos ou palestras. Suas trilhas formativas e oficinas práticas foram planejadas para integrar teoria e prática de forma interativa. Mais do que isso, a Escola é um espaço onde a mediação e a justiça restaurativa ganham protagonismo, oferecendo um aprendizado que ultrapassa os limites do direito para alcançar outras áreas do conhecimento humano.

A OAB-PE tem a honra de apoiar esta iniciativa, pois acreditamos que o papel da advocacia vai muito além da defesa de interesses em tribunais. Advogados e advogadas devem ser, antes de tudo, promotores da paz e da justiça social. O consenso, enquanto método, nos ensina que a verdadeira solução não é apenas o acordo entre partes, mas a restauração de dignidades, a promoção da reconciliação e a construção de um futuro harmônico. Em tempos tantas vezes marcados pela polarização e intolerância, é fundamental resgatarmos a ideia de que o diálogo e a colaboração são caminhos possíveis para transformar a nossa sociedade.

A importância da Escola do Consenso também se reflete em sua capacidade de atender às demandas de um mercado jurídico em constante transformação. Cada vez mais, o mercado busca profissionais capazes de mediar conflitos, construir soluções criativas, atuar como facilitadores de acordos. E, claro, a sociedade como um todo precisa de pessoas preparadas para lidar com as complexidades das relações humanas, promovendo o respeito, a empatia e a cooperação.

Aos estudantes e profissionais que passarão por essa formação, faço um convite: enxerguem na Escola do Consenso não apenas uma oportunidade de aprendizado técnico, mas uma chance de se tornarem agentes de transformação. O sistema jurídico brasileiro está ávido por inovação e por uma nova abordagem que priorize a humanização das relações. Vocês têm em mãos as ferramentas para liderar essa mudança, para serem protagonistas de uma advocacia que acolhe e constrói pontes.

A advocacia pode e deve se alinhar aos valores fundamentais da justiça e da cidadania. E este projeto é uma prova de que inovação e tradição podem caminhar lado a lado, reforçando o compromisso ético e social que sempre guiou nossa profissão. A OAB-PE seguirá apoiando iniciativas como essa, que têm o potencial de impactar não apenas a advocacia, mas toda a sociedade.

A justiça não é apenas o desfecho de um litígio, mas o início de uma nova compreensão. É a possibilidade de enxergarmos além do conflito e de criarmos perspectivas para as relações. Seguimos firmes no compromisso de fortalecer a advocacia pernambucana e de promover uma cultura de paz que inspire o futuro de nossa sociedade.

*Advogado e presidente da OAB-PE

Camaragibe Avança 2024

Um partido que não tem alma nem ideal. Foi desta forma que o deputado federal Luciano Bivar definiu o atual momento do União Brasil, após membros da legenda serem atingidos pela Operação Overclean, deflagrada semana passada, através de 43 mandados de busca e apreensão, 17 mandados de prisão preventiva e ordens de sequestro de bens nos estados da Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

A operação conjunta da Controladoria-Geral da União (CGU), Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF) e Receita Federal do Brasil (RFB) tem o objetivo desarticular uma organização criminosa envolvida em fraudes licitatórias, desvios de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. O esquema ilícito impactou diretamente o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), na Coordenadoria Estadual da Bahia (CESTBA), além de outros órgãos públicos.

Um dos presos foi o empresário Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo da Bahia”. Ele é proprietário da MM Consultoria Construções e Serviços, empresa especializada em serviços de limpeza urbana e que tem contratos com a gestão de Salvador (BA) e com prefeituras administradas pelo União Brasil.

“Tudo o que eu sei é o que está estampado nos jornais, que a Operação Overclean chega à cúpula do partido. Fico estarrecido e lamento muito pelo partido que ainda sou filiado, mas que não tem mais alma nem ideal. Todos os partidos políticos são dirigidos por políticos, mas o que estou filiado (UB) é dirigido por uma pessoa que quer fazer negociatas. Isso dói, mas são as mazelas da democracia”, disse Bivar.

Marcos Moura é membro do diretório e da executiva nacionais do União Brasil e é próximo a dirigentes da legenda, como o ex-prefeito ACM Neto e o presidente da sigla, Antônio Rueda.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 79 anos, deu entrevista, ontem, para o programa “Fantástico”. Foi a oitava vez que o petista falou com exclusividade para veículos ou programas do Grupo Globo em 2024. O objetivo era que ele explicasse sobre como se sentia depois dos procedimentos cirúrgicos a que foi submetido no Hospital Sírio-Libanês na semana passada. O tom da conversa com a repórter Sônia Bridi foi ameno, mas a edição do material resultou num tom crítico na reportagem.

A edição da entrevista apresentada no “Fantástico” teve questionamentos diretos a Lula sobre duas afirmações recorrentes do presidente. As informações são do portal Poder360.

Lava Jato e prisão – Lula afirmou que gostaria que os acusados de golpe de Estado em 2022 – numa citação direta à recente prisão do general Braga Netto – tivessem amplo direito de defesa, algo que ele disse que não teve quando foi preso por ter sido acusado e condenado por crimes que foram apontados pela operação Lava Jato.

Na edição da entrevista colocada no ar pelo “Fantástico”, a repórter Sônia Bridi faz um histórico do que se passou, deixando claro que a afirmação do presidente estava imprecisa ou até errada: “Presidente, se o senhor me permite, quando o senhor foi preso e condenado, o senhor passou por várias instâncias da Justiça. O senhor considera que nesse processo todo da justiça, todas as instâncias, o senhor não teve um direito de defesa?”. Lula repete que não teve direito de defesa. Aí a edição do “Fantástico” explica interrompendo a entrevista: “Quando o presidente Lula foi preso em 2018 no caso da cobertura do Guarujá, contou com participação da defesa dele em todas as etapas do julgamento. Na época, o entendimento do Supremo Tribunal Federal era de que condenados em 2ª instância poderiam ser presos. Esse entendimento mudou em 2019”.

Taxa de juros (Selic) – o presidente disse na entrevista – ao repetir que sabe como conduzir a economia e que segue um modelo de austeridade fiscal – que a única coisa errada hoje seriam os juros altos. Lula disse que a inflação está controlada: “Nesta semana [na realidade, na semana passada], o Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu aumentar os juros básicos da economia em 1 ponto percentual por unanimidade, com votos de todos os integrantes, incluindo os indicados por Lula, como o futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo. O Banco Central explicou que a decisão foi necessária porque a inflação está fora da meta com sinais de elevação espalhados pela economia. A taxa de juros é a ferramenta que o Banco Central dispõe para manter a inflação sob controle”.

Apesar de tudo ter sido conduzido de maneira educada e cordial durante a fase de perguntas e respostas, o resultado final da entrevista – quando ser trata de lava Jato e juros – foi negativo para Lula. Trata-se de uma inflexão na forma de tratamento do presidente pela emissora, pois em geral em outras entrevistas as falas do presidente não foram questionadas como ontem no “Fantástico”.

Como comparação, em 25 de agosto de 2022, numa entrevista ao “Jornal Nacional”, também da TV Globo, o apresentador William Bonner chegou a dizer o seguinte antes de fazer uma pergunta a Lula sobre a Lava Jato: “O Supremo Tribunal Federal deu razão, considerou o então juiz Sergio Moro parcial, anulou a condenação do caso do tríplex e anulou também outras ações por ter considerado a vara de Curitiba, incompetente. Portanto, o senhor não deve nada à Justiça”.

Do ponto de vista técnico e jurídico, a declaração do apresentador da Globo em 2022 estava incorreta. Os processos de Lula na Justiça não estavam ainda todos arquivados naquele momento –ou seja, o petista ainda devia explicações, pois havia as ações ainda sendo retomadas. Agora, a Globo foi mais cuidadosa e mais dura com Lula ao não deixar o presidente falar que não teve direito de defesa.

SAÚDE E 60 DIAS SEM VIAJAR

Quando o tema foi sua saúde, o presidente disse que a recomendação médica é que não faça exercícios de nenhuma natureza por cerca de 60 dias.  Afirmou que, dessa forma, acredita que poderá fazer uma viagem que tem programada para o Japão, no final de março. Também disse que espera que depois de uma tomografia que fará na quinta-feira, possa ser liberado para voltar a Brasília.

Clique aqui e confira a entrevista na íntegra.

O Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPC-PE) enviou uma representação à Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Petrolina, do Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE), para investigar possíveis abusos na utilização de contratações temporárias pela Prefeitura de Petrolina.

A iniciativa partiu da procuradora Germana Laureano, que assinou a representação após análise dos fatos em um procedimento preliminar. De acordo com Germana, em 2024, a Prefeitura de Petrolina formalizou milhares de contratos temporários para diferentes funções, mas a documentação apresenta indícios de irregularidades. Entre elas, a falta de justificativa plausível, ausência de processos seletivos simplificados e preterição de candidatos aprovados em concursos públicos. “No exercício de 2024, o município de Petrolina celebrou 4.339 contratos temporários, o que reforça as irregularidades constatadas”, destacou a procuradora.

O MPC-PE apontou ainda que, durante quase todo o exercício de 2024, havia concursos públicos válidos para cargos na área da saúde. Isso tornaria injustificável a contratação temporária para continuidade das mesmas funções. Outro ponto questionado foi a extensão dos contratos por prazos superiores ao limite legal de 36 meses. “Dados do Portal Tome Conta, do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE), mostram vínculos temporários mantidos pela Prefeitura de Petrolina por períodos que ultrapassam esse limite, remontando, em alguns casos, a 2017”, afirmou Germana Laureano. Além disso, o TCE já havia determinado anteriormente que a Prefeitura substituísse os servidores temporários por concursados. No entanto, segundo o MPC-PE, a gestão municipal descumpriu as decisões emitidas em 2022 e 2023. A Prefeitura informou ao MPC-PE que os concursos públicos vigentes são referentes a editais lançados em 2018 e 2019, anteriores às determinações do TCE.

A representação também aponta que o município estaria desvirtuando o conceito de contratação temporária por excepcional interesse público. Conforme a representação, os contratados temporários representaram 62,6% do total de servidores do quadro funcional de Petrolina em 2024. Em outubro, o MPC-PE já havia apresentado uma denúncia interna ao TCE sobre o caso, solicitando a abertura de um processo específico. Agora, a procuradora Germana Laureano encaminhou uma nova representação ao MPPE em Petrolina, protocolada no dia 11 de dezembro. Entre as medidas possíveis, estão a abertura de ação civil pública ou a celebração de um termo de ajustamento de conduta (TAC). Vale lembrar que, recentemente, o TCE determinou que o Governo de Pernambuco nomeasse os aprovados no concurso de professores de 2022, considerando inconstitucional o uso de contratos temporários para preencher as vagas.

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – A vida ensina que devemos ser compassivos com os enfermos. Sejamos. Yoiô tá dodói. O Brazil está com a alma ferida. Sejamos compassivos. Existe uma cantiga do Trio Nordestino “Cabeça inchada” que diz o seguinte:

“Eu tô doente, morena,

Doente estou morena,

Cabeça inchada, morena,

Dói dói dói”.

O Yoió do Pastoril Encarnado novamente está dodói. A Yaiá chamou os doutores, os conselheiros e uma personal benzedeira. Queria fazer um transplante de cérebro. Mas, só tinha cérebro inteligente disponível na fábrica de automóveis inteligentes de Elon Musk na Califórnia. Desistiram. Resolveram fazer apenas um transplante de pescoço. A personal benzedeira fez um chá com folhas de arruda e produziu um certificado ISO 2024 para proteger o pescoço do Yoió. Ela jura que a queda do guru no bandeiro, depois do banho semanal, foi provocada pelos maus olhados de Elon Musk e o dos golpistas da esquerda. A Yaiá do Yoió tem a idade do Chapeuzinho Vermelho. Quanta inocência!

Em 2011 a garganta do Yoió foi bombardeada por radioterapia e quimioterapia para tratar de um caranguejo do mal. O caranguejo sumiu. Em 2026, a goela e o pescoço vulcanizado do Yoìó estarão na idade dos anciões bíblicos. O vovozinho Joe Biden, o Papys, do mesmo time do Véio do Pastoril Encarnado, vive hoje zanzando nos corredores da Casa Branca feito um zumbi. Ele pergunta para as paredes: Quem sou eu? Quem sou eu? As paredes respondem: Tu sôis aquele que um dia foi ontem.

Daqui a 3 ou 4 anos o esqueleto e as tripas do Velho do Pastoril Encarnado poderão estar inoxidáveis, enferrujados ou contaminados pelo cupim da natureza. Faz parte da fadiga dos materiais. O tempo corre mais rápido quando o freguês é mais velho, o tempo é lento quando somos jovens, segundo a física quântica do cientista Dirac. O tempo voa, o tempo é um passarinho. Se as engrenagens estiveram contaminadas pelo cupim do tempo, não tem Dr Kalil nem personal benzedeira que dê jeito. O único jeito é contratar um geriatra especialista em cupins no tutano do coração.

O paciente de cirurgia no quengo deve ficar impossibilitado de viajar de teco-teco durante, no mínimo, 15 dias, 20 dias, 30 dias, para evitar a pressurização nas altitudes. Mas, o Véio é teimoso. Acha que tem a cabeça blindada, que pode jogar futebol e lutar boxe. Aguente o rojão!

Um velhinho de 79 anos, ex-fumante e que já teve câncer de garganta, vai ter que baixar a bola.

Nesse período, por que não transfere o poder para o Doutor Chuchu? Trata-se de egoísmo, implicância ou insegurança para não transmitir fragilidade na saúde. Se o Doutor Chuchu disser: “Mô Véio, me empresta essa faixa presidencial para eu dar uma voltinha aqui na Esplanada dos Ministérios”. Ele dirá, na autêntica linguagem da galera de Pernambuco: “De jeito nenhum. Só se for na outra encarnação. Vice é vice, visse!”.

*Periodista, escritor e quase poeta

Raquel continua no rabo da gata

A pesquisa Genial Quaest sobre a sucessão estadual em 2026 não apenas confirma o favoritismo com ampla dianteira de João Campos ante Raquel Lyra, já antecipado em novembro pelo instituto Opinião, parceiro deste blog, como reafirma a governadora em mais uma posição de lanterninha entre os seis chefes de Estado avaliados.

Lá atrás, no apagar das luzes do seu primeiro ano, em 2023, outro instituto nacional, o Atlas Intel, já apontava a tucana no rabo da gata entre 12 governadores que entraram no ranking. Agora, o Quaest incluiu apenas seis Estados – São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Goiás e Pernambuco. Enquanto o goiano Ronaldo Caiado (UB) é o mais popular, com 88% de avaliação positiva, Raquel é a última, com 54%, ao lado do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT).

O segundo mais bem avaliado é o do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), com 81%, seguido por Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, que aparece com 64%. Tarcísio Freitas, governador de São Paulo, dá sequência ao ranking com 61%. Ter apenas 54% de aprovação significa que, na prática, quase metade dos pernambucanos desaprovam o Governo Raquel, o que se traduz num desastre administrativo em comparação aos 84% de avaliação positiva da gestão João Campos (PSB) no Recife, seu provável adversário em 2026.

Por que Raquel capenga, quando estufa o peito para dizer que tem tanto dinheiro em caixa para imprimir o governo de mudanças que prometeu? Porque insiste em governar sozinha, sem compartilhar com um conjunto de forças políticas, sem uma equipe na qual delegue, confie e dê conta do recado. Tudo isso se reflete na sociedade, na opinião pública.

Tenho 40 anos de jornalismo e nunca vi no Estado um gestor não contar com a simpatia, a confiança e a estima dos vários segmentos que formam a sociedade, como a classe médica, o mundo jurídico, os professores em geral e a polícia, principalmente. Há restrições ao seu estilo igualmente nas instituições e nos órgãos de controle, como o Tribunal de Contas do Estado.

O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta, ensina Maquiavel em “O Príncipe”, o melhor guia de como chegar ao poder e manter-se nele, buscando não apenas o ideal, mas o real. Governar, ainda sendo os princípios maquiavelistas, é fazer acreditar, é dar exemplos pessoais de humildade, humanidade e generosidade.

Do jeito que governa, Raquel passa a impressão de que nunca leu “O Príncipe”!

ESCÁRNIO Pelo menos nove mulheres de políticos ocupam cargos no conselho de Tribunais de Contas Estaduais. Desse total, cinco são casadas com ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os cargos são vitalícios, com aposentadoria compulsória aos 75 anos. Segundo os portais de transparência dos órgãos, os salários chegam a até R$ 40.000. A última nomeação foi de Onélia Santana, mulher do ministro da Educação, Camilo Santana. Onélia teve seu nome aprovado pela Assembleia Legislativa do Ceará para ocupar um assento de conselheira no TCE com salário de R$ 39.700.

Antonio Denarium e a esposa, Simone

A conta do mentiroso e da vergonha nacional De 2022 para cá, sete mulheres de políticos alcançaram os cargos de conselheiras. Além das cinco mulheres de ministros, a mulher do governador do Pará e aliado de Lula, Helder Barbalho (MDB), também emplacou um assento no TCE-PA. O governador de Roraima, Antônio Denarium (PP), colocou sua mulher no TCE. Denarium não é próximo de Lula, e é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar das indicações serem recentes, a prática de acomodar mulheres de políticos é antiga. Existem outras duas conselheiras em atividade que são casadas com políticos.

A mamata cearense – Neste cenário de mamatas, o caso mais recente é de Onélia Santana, a esposa do ministro da Educação, Camilo Santana (PT). Seu nome foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e Redação da Assembleia Legislativa do Ceará na última quinta-feira. No dia seguinte, o plenário da Assembleia aprovou seu nome por 36 votos favoráveis e cinco contra. O TCE do Ceará é composto por sete conselheiros. Para ocupar o cargo, é necessário ter de 35 a 65 anos, além de experiência comprovada em áreas como direito, contabilidade, economia, finanças ou administração. Também é exigido mais de uma década de atuação em funções públicas ou profissionais que demandem esses conhecimentos.

Rompeu o silêncio – Enfim, o ex-presidente Bolsonaro (PL) comentou a prisão do general Braga Neto. “Há mais de 10 dias, o ‘inquérito’ foi concluído pela PF, indiciando 37 pessoas e encaminhado ao MP. Como alguém, hoje, pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?”, questionou pelas suas redes sociais. Braga Netto é um dos indiciados no inquérito que investigou a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. O militar foi preso por obstrução de Justiça.

Perseguição implacável – Apesar de ter sido aconselhada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, petista que lhes abriu as portas do Governo Lula, a governadora Raquel Lyra (PSDB) não recuou na sua decisão de exigir de volta aos quadros do Estado os servidores cedidos aos municípios. A medida atinge em cheio a gestão do prefeito do Recife, João Campos (PSB), que perde, de imediato, auxiliares de peso, como Fred Amâncio, da Educação, Maíra Fischer, da Fazenda, e Rafael Figueiredo, de Ciência e Tecnologia. Todos terão que voltar a bater ponto nos seus órgãos de origem a partir de 2 de janeiro.

CURTAS

CONFRA – O presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), faz, hoje, a partir das 19 horas, a sua confraternização de fim de ano com a Imprensa. Como fui convidado, vou bater ponto nos comes e bebes do tucano, que vive entre tapas e beijos com a também tucana Raquel Lyra.

OLHO DA RUA – Em Arcoverde, com uma só canetada, o prefeito Welington Maciel (MDB) jogou no olho da rua todos os prestadores de serviço. A população ficou sem assistência de saúde nos principais postos de saúde do município. O prefeito eleito Zeca Cavalcanti, que contou com o apoio de Wellington, não deu um pio.

O PIOR – Mas a vereadora Célia Galindo (Podemos), reeleita para o 10º mandato, botou a boca no trombone. “O pior prefeito de Arcoverde encerra a sua gestão de forma melancólica. Entra para a história como o mais inoperante, impopular e insensível governante da terra do Cardeal”, desabafou.

Perguntar não ofende: Há tempo para a governadora se recuperar?

Por Raíssa Ebrahim
Do Marco Zero Conteúdo

Desde que a governadora Raquel Lyra (PSDB) assumiu o Governo do Estado, há quase dois anos, Pernambuco está sem atuação do órgão autônomo e independente responsável por fiscalizar unidades de privação de liberdade. As atividades do Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura foram paralisadas pelo decreto 54.393/2023, de janeiro de 2023, que exonerou servidores em cargos comissionados e suspendeu gratificações. Até agora, o governo não realizou uma nova seleção dos peritos que compõem o órgão.

A Marco Zero abordou o assunto em matéria publicada em junho do ano passado. Desde então, a resolução do problema se arrasta, em meio a denúncias de violações de direitos humanos, principalmente nas unidades prisionais.

O Governo de Pernambuco está sendo acusado de tentar aparelhar o órgão. Integrantes do Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura, movimentos e organizações sociais criticam a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos por não ter colocado na rua um edital de chamamento público para a recomposição do órgão, como aconteceu na última seleção de peritos, em 2014.

Em vez disso, a pasta, segundo as denúncias, tem pressionado pela escolha de peritos a partir de uma lista de nomes pré-selecionados, o que poderia, dizem os especialistas, comprometer a independência política e institucional do mecanismo.

A MZ aguarda um posicionamento da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos sobre o assunto desde o dia 5 de dezembro, dia em que houve um protesto no Monumento Tortura Nunca Mais, centro do Recife — a foto que abre esta matéria é daquela manifestação. O ato contou com membros  do Serviço Ecumênico de Militância nas Prisões (Sempri), da Pastoral Carcerária, da Associação de familiares de dependentes químicos presos e apenados do estadodePernambuco (Afadequipe) e do grupo Desencarcera PE.

Pernambuco foi um dos pioneiros no Brasil a instituir o órgão. A pauta já chegou ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, mas ainda não houve uma resolução a nível estadual.

Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura
Previsto em lei (Lei 14.863/2012), o Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura exerce a defesa dos direitos humanos de pessoas privadas de liberdade por meio de visitas regulares a diferentes sistemas, como o prisional, o socioeducativo, as instituições de longa permanência para idosos, os abrigos, as delegacias, as comunidades terapêuticas e os hospitais psiquiátricos.

Os peritos do órgão também podem requisitar a instauração de procedimentos criminais e administrativos, caso se constatem indícios de prática de tortura ou de tratamento cruel, desumano e degradante.

“Precisamos de um edital público, uma seleção simplificada para prover esses cargos (de peritos). O governo está desobedecendo a lei e negando a vigência a um tratado internacional chamado Protocolo Facultativo à Convençao contra a Tortura, da ONU, que institui os mecanismos preventivos contra a tortura (do qual o Brasil é signatário desde 2007)”, denuncia Camila Antero, membra do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura.

“Quem perde são as pessoas privadas de liberdade, que estão nas prisões, no socioeducativo, em instituições de saúde mental e asilos e precisam dessa atuação para prevenir violações de seus direitos fundamentais”, complementa.

A reportagem teve acesso a um ofício da secretaria assinado pela secretária de Justiça, Direitos Humanos e Prevenção à Violência, Joana D’Arc Silva Figueiredo, que remete à coordenação compartilhada do comitê estadual currículos referenciados pela pasta e oportuniza ao comitê o direito de sugerir nomes. O documento atesta a insistência do governo em não optar por uma seleção pública.

Raquel Lyra e o retrocesso
A presidente do Serviço Ecumênico de Militância nas Prisões (Sempri), representante dos beneficiários das medidas provisórias da Corte Interamericana de Direitos Humanos no Complexo do Curado, Wilma Melo, reforça que a governadora Raquel Lyra “travou o funcionamento do mecanismo estadual” justamente quando se comemoram os 40 anos da Convenção Internacional Contra a Tortura. “O Brasil é signatário, mas agovernadora não”, critica.

Wilma informa ainda que,  de julho até o momento, já são 36 denúncias encaminhadas pelo Ministério de Direitos Humanos e Cidadania, principalmente referentes a atuação de serventuários, ou seja, de servidores públicos e policiais penais.

A advogada do Gabinete Assessoria Jurídica Organizações Populares (Gajop) Maria Clara D’Ávila afirma que a organização, por meio dos conselhos, tem recebido diversas denúncias de violações de direitos humanos, principalmente vindas dos presídios de Igarassu, Itaquitinga 2 e Cotel (Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna).

“Têm sido registradas diversas violações e não temos nenhum mecanismo que tenha competência de fiscalização imparcial, que é um mecanismo para poder realizar as inspeções nas unidades, tanto em caráter preventivo quanto em caráter de apuração dessas denúncias”, explica, lembrando que isso também vale para o sistema socioeducativo.

O Gajop compõe o Conselho da Comunidade da Capital e o Conselho da Comunidade da Primeira Vara Regional de Execução Penal, órgãos que monitoram unidades de privação de liberdade e cumprimento de pena.

“A política de prevenção e combate à tortura está muito prejudicada, praticamente inexistente em Pernambuco. É um retrocesso o fato de termos sido o segundo estado a implementar um mecanismo no Brasil, mas sermos o primeiro a desinstalar, a destituir o mecanismo de sua existência. Temos enfrentado entraves no diálogo com o governo”, coloca Maria Clara.

“O governo Raquel Lyra está tentando deliberadamente deturpar o caráter do mecanismo, tentando uma ingerência sobre esse mecanismo. É por isso que as tratativas estão o tempo todo travadas, porque o governo não quer a instalação de um mecanismo que de fato seja independente e autônomo para realizar as fiscalizações de unidades de privação de liberdade no estado, que, nós sabemos, são conhecidas por serem sistematicamente violadoras de direitos”, avalia.

Por Miriam Leitão
Do Jornal O Globo

O que motivou a prisão do general Walter Braga Netto é que ele “seguia buscando informações sobre dados sigilosos para, usando a sua rede de contatos, interferir no processo”, segundo me disse uma fonte que acompanha as investigações.

O outro motivo é que a informação de que ele entregou uma sacola com dinheiro — seriam R$ 100 mil — aos “kids pretos”, ele se colocou na mesma posição dos demais executores que foram presos há dias semanas.

A Polícia Federal já fez a extração do conteúdo dos celulares apreendidos ontem, e vai também examinar “centenas de pen drives” que foram apreendidos com o coronel Flávio Botelho Peregrino assessor de Braga Netto. Isso significa que a investigação continua e com um foco: descobrir quem é o “pessoal do agronegócio” citado na colaboração premiada de Mauro Cid.

A crítica feita pelo próprio Jair Bolsonaro e redes bolsonaristas de que Braga Netto não tem mais como interferir no processo tem dois erros: primeiro, ele estava ainda tentando obter informações sigilosas, segundo, as investigações continuaram mesmo depois dos 40 indiciados, e ganharam ainda mais força agora com o conteúdo desses celulares e das “dezenas de pen drives”.

O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) realiza, amanhã (16), a cerimônia de diplomação dos eleitos e eleitas que vão ocupar os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador das cidades de Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Paulista. O evento terá início às 16h, no Teatro Guararapes, localizado no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda.

Ao todo, nos quatro municípios, foram 104 candidatos eleitos para os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador, no pleito municipal disputado no último mês de outubro.

Confira total de eleitos por município, em lista abaixo:

Recife: 39 eleitos (prefeito, vice-prefeito e 37 vereadores);
Olinda: 19 eleitos (prefeita, vice-prefeito e 17 vereadores);
Jaboatão dos Guararapes: 29 eleitos (prefeito, vice-prefeita e 27 vereadores);
Paulista: 17 eleitos (prefeito, vice-prefeito e 15 vereadores).

A diplomação encerra o processo eleitoral e habilita os eleitos a tomarem posse, além da realização da entrega dos diplomas pelos juízes eleitorais de cada cidade.

Do JC.

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que reúne 340 deputados federais e senadores, defendeu neste domingo (15) uma investigação conduzida com urgência e rigor a respeito da suspeita de que o “pessoal do agronegócio” tenha financiado uma tentativa de golpe em 2022.

O grupo afirmou ainda que “ações isoladas” não podem comprometer a imagem do setor.

Em depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal) em 21 de novembro, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), mencionou a entrega por Braga Netto de dinheiro obtido “junto ao pessoal do agronegócio”.

A declaração aparece na decisão sobre a prisão preventiva do general, realizada no sábado (14).

Não há detalhes nas investigações sobre a origem exata dos recursos que teriam sido disponibilizados pelo general. O dinheiro em espécie, segundo Cid, foi entregue a um militar investigado em uma sacola de vinho.

À Folha a frente parlamentar que representa os interesses do setor agropecuário, fiadora da bancada ruralista no Congresso, defendeu que “os responsáveis sejam identificados e punidos com o máximo rigor da lei, independentemente da atividade econômica de eventuais envolvidos”.

A frente chamou o suposto financiamento de ações isoladas.

“É inadmissível que ações isoladas sejam usadas para generalizar e comprometer a imagem de um setor econômico composto por mais de 6 milhões de produtores e que desempenha papel fundamental no desenvolvimento do país”, defendeu, cobrando que as investigações sejam conduzidas “de forma legal, transparente, equilibrada e em estrita observância ao que determina a Constituição Federal”.

A reportagem também procurou a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e a ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), que não responderam ao pedido de comentário até a publicação deste texto.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes que autorizou a prisão de Braga Netto relata que o militar providenciou recursos para o plano de matar, em 2022, o presidente eleito, Lula (PT), seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o próprio Moraes.

Segundo a decisão de Moraes deste sábado, esse depoimento de Cid, de 21 de novembro, e documentos obtidos na investigação indicam que “foi Walter Braga Netto quem obteve e entregou os recursos necessários para a organização e execução da operação ‘Punhal Verde e Amarelo’ —evento ‘Copa 2022′”.

O Plano Punhal Verde Amarelo previa matar as autoridades. O “evento Copa 2022” era a operação para sequestrar Moraes no dia 15 de dezembro de 2022, de acordo com a PF.

O documento do Supremo diz que o tenente-coronel Rafael de Oliveira se encontrou com Braga Netto e, na ocasião, o general teria entregado a Oliveira dinheiro em espécie, guardado em uma sacola de vinho, para a “realização da operação”.

Os valores, ainda segundo a delação de Cid, teriam sido obtidos com o “pessoal do agronegócio”.

A participação de setores do agronegócio foi relevante nos atos antidemocráticos em frente ao quartel-general do Exército em Brasília, onde apoiadores de Bolsonaro pediam a intervenção das Forças Armadas contra o resultado das eleições que deram a vitória a Lula (PT). Foi desse acampamento que saíram os golpistas que depredaram a sede dos três poderes em 8 de janeiro de 2023.

Como mostrou a Folha, ainda em novembro de 2022, parte dos caminhões estacionados em frente ao quartel-general era de empresas do setor. Doze veículos exibiam o nome da Agritex, revendedora de maquinários, peças e equipamentos agrícolas que atua em sete cidades. A empresa depois foi uma das dez companhias com contas bloqueadas por financiar os atos golpistas.

Caminhoneiros afirmaram reservadamente à reportagem, durante os atos, terem ido à capital federal por decisão dos patrões, e que foram orientados a permanecer na cidade até segunda ordem. Funcionários de uma das empresas disseram que o patrão autorizou o grupo a ajudar financeiramente outros manifestantes acampados.

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) identificou que 272 caminhões entraram em Brasília a partir de novembro para participar das manifestações.

Metade dos veículos, aproximadamente, pertencia a empresas, segundo o relatório enviado à CPMI do 8 de Janeiro. A maior parte da frota restante era nova ou seminova e registrada no nome de pessoas físicas com participação societária em empresas de médio porte do setor agropecuário.

A Sipal Indústria e Comércio, de Paranaguá (PR), tinha dez veículos, maior número identificado pela Abin como de uma mesma empresa. O relatório também identificou que um empresário, Alexandro Lermen, era dono de sete caminhões que participaram dos atos golpistas. Eles também tiveram contas bloqueadas.

Na ocasião, as empresas e o empresário citados não responderam.

Outro empresário que teve contas bloqueadas pelo STF, acusado de financiar os protestos antidemocráticos em frente de quartéis, Argino Bedin foi convocado para prestar depoimentos à CPI do 8 de Janeiro, mas, a partir de um Habeas Corpus do Supremo, não respondeu perguntas.

Ele chegou a chorar diante de deputados e senadores e recebeu um abraço da senadora Tereza Cristina (Progressistas-MS), ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro. Argino foi confortado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra do mesmo governo.

Da Folha de São Paulo.

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) comemorou neste domingo (15) a alta hospitalar do presidente Lula (PT), que estava internado no Hospital Sírio-Libanês após passar por um procedimento para conter uma hemorragia na cabeça. Lula apareceu de surpresa durante coletiva de imprensa da equipe médica e disse estar pronto para continuar trabalhando pelo Brasil.

“O presidente Lula acaba de deixar o hospital disposto e pronto para continuar trabalhando por todas as brasileiras e todos os brasileiros. O Brasil tem de tirar o chapéu para ele!”, escreveu Alckmin em suas redes sociais.

Lula deve continuar em São Paulo até a próxima quinta-feira (20), quando deve retornar à Brasília. De acordo com os médicos, o presidente pode retomar os trabalhos e reuniões normalmente. O médico Roberto Kalil apenas ressaltou que Lula ainda não pode retomar suas atividades físicas, apenas leves caminhadas. 

Neste sábado (14), Lula realizou apenas exames de sangue de rotina, sem intercorrências. Na sexta-feira (13), ele deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e foi transferido para o quarto. Desde então, o petista tem caminhado pelos corredores do hospital e recebido visitas de familiares, incluindo a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, e seus filhos.

Do Brasil 247.

A manifestação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a prisão do general do Exército Walter Braga Netto contribuiu para que parte de seu entorno o acompanhasse na quebra deste silêncio. As manifestações, contudo, seguem tímidas e até mesmo três de seus quatro filhos — o senador Flávio Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro e o vereador eleito Jair Renan — ainda não deram posicionamentos formais.

Mais de doze horas após seu candidato a vice nas eleições de 2022 ter sido preso, Bolsonaro foi às redes para questionar o argumento do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que ele estaria obstruindo as investigações.

“Há mais de 10 dias o ‘inquérito’ foi concluído pela PF, indiciando 37 pessoas e encaminhado ao MP. Como alguém, hoje, pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?”, disse o ex-presidente.

O posicionamento foi compartilhado por lideranças da bancada do PL, como o deputado Hélio Lopes (RJ), que se limitou a colocar a divulgar o tuite junto ao questionamento “Como?”. Levantamento do GLOBO feito a partir de publicações veiculadas no X e no Instagram publicadas até 15h30 deste domingo (15) identificou que, entre os 103 parlamentares que hoje integram a bancada do PL, apenas 28 saíram em defesa de Braga Netto: 23 deputados e cinco senadores.

Com a publicação de Bolsonaro, os ataques ao STF foram intensificados. O senador Rogério Marinho (RN) afirmou que a prisão representa um “novo atropelo” de Moraes ao devido processo legal.

“Não existindo qualquer fato novo que justificasse a prisão cautelar, a pretensa obstrução à justiça não se sustenta como revela novo prejulgamento de um juiz parcial, com a finalidade de antecipar o cumprimento da pena”, escreveu.
Já a deputada federal Júlia Zanatta (SC) se limitou a compartilhar um trecho da música “Como Nossos Pais”, de Elis Regina. Ela destacou versos como “por isso cuidado há perigo na esquina’.

Protagonismo de deputada

Outro pronunciamento que movimentou a bancada do PL foi o da deputada federal Bia Kicis (DF), que deu entrevista à CNN na tarde de ontem (14). Sua fala afirmando que o intuito de toda a investigação seria prender Bolsonaro foi compartilhado por metade das lideranças que se manifestaram.

Incluindo o único familiar do ex-presidente que falou, até o momento. Eduardo Bolsonaro compartilhou o vídeo de Kicis e completou, de forma tímida: “Falando para a mídia brasileira exatamente o que levamos para o mundo inteiro”, escreveu.

O presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, esteve nesta manhã em São Luís, capital do Maranhão e deu coletiva de imprensa, onde não falou ou foi perguntado sobre o tema. A conduta adotada pelo dirigente e o núcleo duro do bolsonarismo diverge da eventual.

Em outras ocasiões, políticos ligados ao ex-presidente sempre se manifestaram, com unhas e dentes, para defender aliados. Nomes atuantes da bancada como Nikolas Ferreira (MG) e não se posicionaram, ao menos até o fechamento desta reportagem.

Do jornal O Globo.

O cantor Alcymar Monteiro anunciou apoio à campanha de solidariedade promovida pelo blog em prol de Stephanie Ellen, assistente social que teve a perna amputada após ser atingida por um carro em outubro, enquanto voltava do trabalho. Em vídeo, o artista convocou o público a contribuir com a arrecadação de R$ 170 mil para a compra de uma prótese de alta tecnologia, que permitirá a Stephanie voltar a andar.

As doações podem ser feitas via Pix (CPF: 082.269.074-89, Banco Santander) ou pela plataforma Vakinha, no link https://www.vakinha.com.br/vaquinha/corrente-de-amor-para-stephanne-tete.

O ex-governador de Tocantins Mauro Carlesse foi preso na manhã deste domingo (15) em operação promovida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MPTO). O mandado de prisão preventiva tem como principal pano de fundo indícios de que ele planejava uma fuga para o exterior.

Em nota, sua defesa afirmou que Carlesse recebeu com “indignação” a prisão, negou possibilidade de fuga e afirmou que um pedido de revogação será efetuado. (Leia o posicionamento na íntegra no final da matéria)

Ele foi preso na Fazenda Joia Rara, que é de sua propriedade, no município de São Salvador, no Sul do estado. O ex-governador é acusado de participar de um esquema de corrupção, assim como seu ex-secretário de Parcerias e Investimentos, Claudinei Quaresemin, que também foi alvo da operação, mas já estava preso desde o último dia dez.

Segundo a Polícia Federal, o que motivou a outra detenção de Quaresemin teria sido a fraude em licitações e desvio de dinheiro durante o exercício do cargo.

Esta não é a primeira vez que Mauro Carlesse se torna alvo de uma operação. À frente do estado de Tocantins entre 2019 e 2021, o ex-governador foi afastado em outubro pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), após ter se tornado alvo de três operações.

As acusações giravam em torno de uma suposta organização criminosa na Secretaria de Segurança Pública e um esquema de desvios de recursos público e pagamento de propina a partir do plano de saúde dos servidores estaduais.

Em março de 2022, um processo de impeachment foi aberto na Assembleia Legislativa, mas antes de ser votado em segundo turno, Carlesse apresentou uma carta de renúncia ao seu mandato. Seu vice era Wanderlei Barbosa (Republicanos), que foi reeleito nas eleições daquele ano.

Já fora da máquina, ele voltou a ser associado com esquemas de corrupção de quando ainda estava no mandato. Em agosto deste ano, foi alvo de busca e apreensão por ser investigado por supostas fraudes em licitações da Secretaria de Infraestrutura, Cidades e Habitação.

O que diz a defesa do ex-governador

O ex-governador Mauro Carlesse informa à população tocantinense que recebeu a notícia da prisão com indignação, pois não é condenado em nenhum processo e nem possui qualquer proibição de ir e vir, estando em pleno gozo de todos os seus direitos fundamentais, principalmente o direito à liberdade.

Quando requisitado, sempre responde à Justiça com advogado constituído e colabora com as informações solicitadas.

Mauro Carlesse sempre esteve à disposição da Justiça e assim permanecerá. A defesa irá apresentar o pedido de revogação da prisão.

Do jornal O Globo.

O ano legislativo chega ao fim com um saldo relativamente positivo para a comunidade LGBTQIA+. Na Câmara dos Deputados, dos 41 projetos de lei (PLs) apresentados até outubro deste ano relativos a esta comunidade, 26 eram favoráveis ao grupo e 15 contra, o que representa 63% dos projetos favoráveis. No Senado Federal não houve registro de nenhum dos dois lados.

De acordo com a Observatória, plataforma da Diadorim, agência de jornalismo independente que tem esse grupo como nicho, em 2023, a Câmara dos Deputados teve quase o dobro de PLs, 81, sendo 44 para promover retrocesso nos direitos das pessoas LGBTQIA+ e 37 para assegurá-los. Na outra Casa, o Senado Federal, a ordem foi inversa, com predominância de projetos a favor da comunidade. Foram sete pró-LGBTQIA+ ante dois contra.

No ano em que Luiz Inácio Lula da Silva reassumiu a presidência da República, em seu terceiro mandato, foi constatado o maior pico de propostas de deputados federais, dentro do intervalo de seis anos analisados (de 2019 a 2024). O ano de 2021 foi o que teve a segunda maior quantidade, 50, sendo 32 em prol do grupo que desafia a heteronormatividade e 18 contra.

Em 2019, primeiro ano de Jair Bolsonaro na presidência da República, também houve muitas iniciativa por parte dos deputados federais e certo equilíbrio quantitativo entre os que lutam ao lado dos LGBTQIA+ (26 propostas) e os que se opõem a eles (17). Naquele ano, as cinco propostas legislativas dos senadores foram pela defesa da comunidade, característica que permaneceu nos anos de 2020 (4) e 2022 (4). Nestes dois anos, a vontade dos deputados de fazer os direitos se ampliarem venceu, de certo modo, já que, respectivamente, assinaram 16 e 12 projetos.

A Observatória contabilizou 149 PLs que beneficiariam ou beneficiaram essa parcela da população na Câmara Federal, entre janeiro de 2019 e outubro de 2024. No Senado, foram 27.

Além de reconstituir o panorama em números, a plataforma compartilha detalhes sobre os temas mais recorrentes nos projetos pró-LGBTQIA+. De 2019 a 2024, 149 tramitaram na Câmara dos Deputados e, desse total, 62 (41,6%) buscavam estabelecer medidas e políticas públicas de combate ao preconceito e à violência. No Senado foram 27 e a mesma temática existiu em maior quantidade, sendo verificada em 11 deles (40,7%).

Propostas

Em relação aos objetos mais comuns nas propostas que tinham como finalidade cercear algum direito, o que se sobressaiu, ao longo dos últimos anos, na Câmara foram os que queriam proibir linguagem neutra em documentos públicos, escolas e outros ambientes. O mesmo se aplica aos senadores.

Outra contribuição da plataforma é a pormenorização quanto às siglas que apresentaram as propostas. O PSOL, o PSDB e o PT são os partidos que mais apoiam a causa na Câmara dos Deputados, enquanto PL, PSL, que foi rebatizado de União Brasil, e o Republicanos estão na outra ponta.

No Senado, PSOL, Rede, MDB e PSDB são aliados do movimento. O PL aparece novamente como o que mais se esforça para emplacar a PLs contra a comunidade.

Artimanhas

O advogado Paulo Malvezzi, cofundador da Diadorim e profissional responsável pela pesquisa da plataforma, diz que há, por vezes, impressão de que em todos os lugares é possível que os membros da comunidade sejam livres para expressar afeto publicamente, quando na verdade, esta é a realidade de poucos espaços. “Às vezes, a gente fica muito viciada, por conta de uma representação muito forte do movimento LGBTQIA+ nos grandes centros urbanos, de que a coisa está muito boa, de que você pode se mostrar da forma como quer na sociedade, mas isso ocorre só em lugares muito pequenos, em bairros muito bem demarcados dentro das grandes cidades. O resto do país é vedado às pessoas LGBTQIA+”, afirma ele.

“Ou, se você está nesses lugares e enfrenta a repressão, isso, muitas vezes, significa risco de vida ou colocar sua integridade física em perigo”, emenda.

Uma das táticas dos parlamentares conservadores, aponta Malvezzi, é instalar uma atmosfera de pânico moral, engendrada, com frequência, a partir de enganações, enquanto os que buscam igualdade os direitos dos LGBTQIA+ aos do resto da população se atêm à realidade. “São projetos com justificativas pífias, que usam o pânico moral, que trazem, às vezes, argumentos com base no que aconteceu no exterior, algo que dizem que aconteceu na Inglaterra sobre uma pessoa trans que atacou outra pessoa no banheiro e isso, de repente, vira uma avalanche de projetos sobre banheiros e que são replicados ipsis litteris [exatamente com os mesmos termos] em outros estados, no Congresso Nacional. Cria-se uma onda de projetos para atacar um problema que não existe na realidade. O que eles buscam é capitalizar politicamente em cima de pânico moral, isso é evidente”, defende. Malvezzi também recomenda que se repare em outra manobra feita com engenhosidade pela bancada conservadora.

“Há também uma estratégia muito clara de opor direitos de crianças e adolescentes ao direito de pessoas LGBTQIA+. Isso é um completo absurdo, porque não há contradição aí. Você vê, por exemplo, muitos projetos de cirurgias [de redesignação sexual] e outros processos [afins], quando eles [os voltados a menores de idade] não são permitidos no Brasil, somente em caráter experimental, em condições muito específicas e com o acompanhamento e a autorização dos pais. Eles proíbem coisas que já não são permitidas aqui, tentam vedar coisas e políticas que não são políticas públicas no país. É muito preocupante que se tenha tantos parlamentares engajados nesse tipo de construção de fantasia e mobilização de afetos, ódio e preconceitos para conseguir ganhos políticos”, explica.

Para o cofundador da Diadorim, a tentativa dos políticos conservadores que atuam no Legislativo é cimentar uma agenda anti-LGBTQIA+ como degrau de um trampolim para angariar votos e aproveitar prerrogativas dos cargos. “Não acho, inclusive, que eles tenham qualquer interesse na aprovação desses projetos anti-LGBTQIA+. A aprovação é completamente incidental, é conjuntural. O que eles querem é apresentar, e, depois de apresentados, eles pouco se mobilizam para aprovar, é surfar em cima do pânico que se cria, da exposição midiática que conseguem e depois passam para o próximo tema”, avalia Malvezzi, ponderando que a proporção maior de PLs favoráveis no Congresso Nacional, atingida graças à ala progressista, prova que o país não é tão retrógado, se se examinar objetivamente.
Perfil nos estados

De acordo com o levantamento, as Assembleias Legislativas mais LGBTQIA+fóbicas são a do Rio de Janeiro, a de São Paulo e a de Mato Grosso. Nesse nível do Poder Legislativo, as maiores preocupações são quanto à linguagem neutra, ao controle do que se difunde em materiais escolares e ao compartilhamento de banheiros públicos que adotem como regra o respeito à identidade de gênero das pessoas.

As casas legislativas que mais saem em defesa dos LGBTQIA+ são São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. As pautas tidas como mais relevantes são as de combate à discriminação, medidas simbólicas, como a instituição de datas especiais no calendário, e a elaboração de censos, pesquisas e dossiês temáticos, fundamentais para municiar as autoridades governamentais e especialistas e entidades com essa bandeira.

Da Agência Brasil.