Por José Adalberto Ribeiro*
Dedico este artigo ao meu colega o bilionário Jeff Bezos, dono do jornal The Washington Post e eleitor de Donald Trump, ele que criticou o papel da imprensa nas eleições presidenciais dos EUA
MONTANHAS DA JAQUEIRA – Depois das disputas eleitorais deste ano, o time do cordão encarnado entrou na zona de rebaixamento. Derrotado na maioria dos estados, tornou-se o time dos grotões. As múmias da antiga Arena dizem ao guru do cordão encarnado: “Eu sou você amanhã”. Faz parte do efeito Orloff.
O Íbis era o time do coração de Miguel Arraes. Seu bisneto, João Campos, deveria, em nome das tradições avoengas, protestar contra essa desfeita da mundiça da seita vermelha. Vamos nessa, Johnnie!
Leia maisTaí o companheiro Lenivaldo Aragão, doutor no mundo da bola, que não me deixa mentir.
O time vermelho agora pertence à quarta divisão, emparelhado com o Íbis, o time do pássaro preto. O principal atacante, o Barba, está contundido. Ao tomar banho, mergulhou numa casca de banana e fraturou o gogó. Foi feita a harmonização do gogó de sola.
O clássico das multidões estava programado para o Anhangabaú da Felicidade em Sampa, entre os times dos Barbas e dos Bovinos. Aconteceu de os jogadores vermelhos serem todos pernas- de-pau, com teias de aranha nos dentes e ferrugem nas canelas. O técnico dos Barbas convocou um comedor de bolos da seita dos invasores de propriedades. O bicho tinha um sério problema de alergia ao trabalho. Quando ouvia falar nessa palavra se tremia todinho.
O comedor de bolos rebolou, rebolou, mas no apito final perdeu de goleada. A equipe da Seita Vermelha ameaça a memorável tradição do Íbis, de ser o pior time do mundo. Na lei do mundo da bola, quando o time perde o técnico, dança. O dono da bola continua a mandar. Os vermelhões perderam em quase todas as disputas estaduais.
A técnica, galega de nariz arrebitado, arranjou uma desculpa amarela para justificar as derrotas: as redes sociais são culpadas pelos sofrimentos dos vermelhões. Precisamos regulamentar as redes, disse ela. Regulamentar significa censurar, segundo a caterva.
Rebobinemos a catraca do tempo. Nas eleições para o Senado em 1974 o MDB oposicionista venceu em 16 dos 22 Estados em disputa. Nocauteado, o Governo acendeu a luz vermelha para 1978. Aqui em Pernambuco, Marcos Freire obteve quase 1 bilhão de votos, aliás, quase 500 milhões de votos, aliás, quase 100 milhões de votos, ou seja, exatamente 605.923 votos.
O pobrezinho do usineiro João Cleofas, da Arena, obteve 478.369 votinhos. Desculpem, nesta minha idade avançada de 95 anos, eu, às vezes, erro nas contas de somar.
Veio daí o famigerado Pacote de Abril de 1977 para vigorar nas eleições de 1978. Foi criada a figura do senador biônico (eleição indireta) e censura na propaganda eleitoral. Não surpreende se o senador biônico foi remasterizado para as próximas eleições.
A mundiça arenista morria de inveja de Marcos Freire porque ele era bonito, carismático e bom de voto. Diziam “Xô, Cabeleira!” Cabeleira deu um show de votos.
O cordão encarnado é uma versão piorada do Arenão. Herdeiro do mensalão e do Petrolão, defensor da censura e aliado de ditaduras de esquerda, patrocina ideologias espúrias que confrontam brasileiros contra brasileiros.
*Periodista, escritor e quase poeta
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