Sebrae - Compre Pequeno
pixel

Aprendiz de feiticeiro

Por Marcelo Tognozzi*

O genial Johan Wolfgang von Goethe tinha 48 anos quando escreveu o poema Aprendiz de Feiticeiro em 1797. Os versos contam a história do mago mestre que sai e deixa seu ateliê nas mãos de um aprendiz encarregado de limpar e organizar o local. O rapaz faz um feitiço, transformando a vassoura num servo, cuja missão é trazer água do rio para a limpeza do ateliê. Mas a magia acaba saindo do controle e a vassoura traz tanta água que acaba provocando uma inundação.

O aprendiz entra em desespero porque não consegue conter a vassoura. Ele resolve quebrá-la, mas cada parte se transforma numa nova vassoura, trazendo cada vez mais água e a situação sai totalmente do controle. A confusão é enorme.

O poema de Goethe pode ser uma referência para o Psol da deputada Erika Hilton (Psol-RJ) na sua defesa pela redução da jornada de trabalho de 6 dias por 1 de descanso ou 44 horas semanais, conforme prescreve a Constituição. Isso pode parecer bom, mas no fundo não passa de pura demagogia. Depois de perder a eleição em São Paulo com Guilherme Boulos, o partido arrumou um feitiço para ocupar espaço na mídia e faz marola nas redes sociais ocupando um lugar que sempre foi do PT.

Enquanto os petistas estão mergulhados na discussão do corte de gastos, o Psol quer cortar dias de trabalho. Não foi por acaso que o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) resolveu pegar carona na proposta de Erika Hilton, ressuscitando uma proposta semelhante que foi encaminhada por ele e que há anos dormitava solenemente na Câmara.

O Brasil é um país que costuma punir seus empreendedores com regras infernais. Aqui, o empresário paga imposto para dar emprego e quando o Congresso promove a desoneração da folha de pagamento, barateando as contratações, o governo reclama. O empregado custa para o empregador praticamente o dobro do seu salário em impostos. Querer reduzir dias trabalhados mantendo o valor dos salários, mas sem cuidar da produtividade e dos impostos sobre a folha, vai acabar numa confusão parecida com a do poema de Goethe.

A CNC (Confederação Nacional do Comércio) luta há décadas pela abertura do comércio aos domingos, mas até agora nada. Tem sido travada pela demagogia. Se a PEC do 6 X 1 tramitar, terá novo obstáculo pela frente, porque sábado não será mais dia de trabalho.

O que tem sido difícil de entender, especialmente pela esquerda, é que o welfare state existe em países desenvolvidos porque muitos trabalharam antes para garantir produtividade. Foi um processo lento, de séculos. Não se consegue manter salário com menos horas trabalhadas sem investimento pesado em produtividade e isso não passa apenas pela formação e reciclagem dos trabalhadores, mas também pela infraestrutura, como maior disponibilidade de energia, transportes mais baratos e seguros e melhores condições de abastecimento.

Num momento em que o Brasil deveria estar pensando em trabalhar mais e melhor, deputados com jornada de trabalho de 3 dias por semana acreditam que vão consertar o país reduzindo a carga horária dos trabalhadores com carteira assinada. Já temos mais de 20 milhões de famílias vivendo de bolsas. Boa parte dos chefes destas famílias não sente necessidade de trabalhar, vivendo exclusivamente dos impostos pagos por aqueles que trabalham duro 150 dias por ano apenas para pagar tributos.

O Psol transformou esta PEC do 6 X 1 numa bandeira de luta. É preciso reconhecer que, do ponto de vista político, foi uma jogada inteligente, porque o partido passou a pautar o debate no parlamento, mídia e redes sociais, convocando protestos e envolvendo parte da sociedade num assunto que mexe com muita gente. Além da esquerda, sindicatos, centrais sindicais e quem tem carteira assinada.

Vivemos uma era na qual as relações de trabalho sofrem muitas transformações todos os dias. Novas profissões surgem toda hora com a internet. Nem todos os jovens querem ter carteira assinada. Muitos preferem trabalhar por contra própria, seja como motoristas de aplicativo, prestando serviços ou empreendendo. O apelo maior se dará entre o funcionalismo público e em setores com baixa inovação ou com necessidade de mão-de-obra intensiva, como na construção civil. No comércio, onde a maior parte dos ganhos costuma vir das comissões sobre vendas, será difícil reduzir a jornada sem impactar no ganho final dos trabalhadores.

É muito difícil que esta PEC seja aprovada sem muita, muita, negociação num Congresso conservador. Mesmo tendo as assinaturas necessárias para tramitar em comissão especial pelo prazo de 40 sessões, precisa de 308 votos na Câmara e outros 49 no Senado. Nas 2 casas a proposta precisa ser aprovada em 2 turnos de votação nominal. Somente depois de todo o trâmite, se aprovada vira norma constitucional. Concluir este processo este ano nem pensar.

O Psol está na mesma situação do aprendiz de feiticeiro do poema de Goethe. Se seu feitiço der certo, as consequências podem não ser as melhores, criando uma confusão daquelas. O mais provável é que a vida imite a arte e o mago mestre chegue para acabar com a bagunça de uma vez por todas dizendo: “volte tudo ao que era”. No fim, o Psol terá marcado posição e levantado uma bandeira para eleger seus deputados em 2026, que está logo ali.

*Jornalista

Jaboatão dos Guararapes - Matriculas 2025

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto, lamentou a morte do ex-prefeito do Recife, Gilberto Marques Paulo, que faleceu ontem – depois de anos convivendo com o Mal de Alzheimer.

“Com pesar, recebemos a notícia do falecimento do ex-prefeito do Recife e ex-deputado estadual Gilberto Marques Paulo. Nascido em Alagoas, formado pela Faculdade de Direito do Recife, Gilberto Marques Paulo teve atuação destacada na advocacia, obtendo êxito também como homem público. Como gestor da capital, teve administração marcada pela reestruturação e reordenamento do centro da cidade. Como deputado, deu grande contribuição à Assembleia Legislativa, deixando exemplo de dedicação e compromisso político. Que Deus conforte familiares e amigos neste momento de dor e despedida”, pontua Porto.

Petrolina - Testemunhal

O Portal da Transparência da Prefeitura de Surubim foi reconhecido como o 5º melhor das prefeituras de Pernambuco, conquistando o selo Ouro do Programa Nacional de Transparência Pública da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon).

Na avaliação, Surubim alcançou o índice de 94,05%. Nas obrigações essenciais para a transparência municipal, atingiu 100%. O resultado atesta a gestão da prefeita Ana Célia (PSB) como exemplo na transparência e respeito aos recursos públicos.

Conheça Petrolina

Conheci Gilberto Marques Paulo, ex-prefeito do Recife, que Deus chamou ontem aos 90 anos, depois de um longo tempo sob as garras do Alzheimer, mesma doença que tirou a vida de Marco Maciel, personagem recente de uma biografia de minha autoria. Giba, como assim era tratado pelos mais íntimos, tinha muitas virtudes, a maior delas a lealdade. 

Foi ferido mortalmente nesse campo ético pelo ex-governador Joaquim Francisco, a quem sucedeu na Prefeitura do Recife em abril de 90, quando Joaquim renunciou ao cargo para disputar o Governo do Estado contra Jarbas Vasconcelos, um dos maiores clássicos eleitorais da história política de Pernambuco. 

Joaquim não gostou de uma entrevista de Gilberto aos jornais sugerindo ter encontrado as finanças da Prefeitura desarrumadas. Secretário de Imprensa de Joaquim, recebi dele uma missão que irritou profundamente Giba: refutar o que havia dito com uma resposta escrita de próprio punho pelo governador, movida fortemente pelo fígado. 

Giba me ligou extremamente abalado depois de ler o petardo de Joaquin nos dois maiores jornais da época – o bicentenário Diário de Pernambuco e o Jornal do Commercio, já em fase de ascensão sob o controle do Grupo de João Carlos Paes Mendonça. Desconfiou que Joaquim havia sido contaminado por mim e por Roberto Viana, o então poderoso secretário de Governo. 

Viana e eu éramos os principais assessores de Joaquim e a mídia difundia que fazíamos a cabeça do governador. Longe disso! Joaquim tinha uma personalidade muito forte e quando atingido no campo da ética e da moralidade virava um leão.

Flávio Régis, secretário de Governo da Prefeitura do Recife, na foto que ilustra a postagem com o ex-chefe e o ex-governador Carlos Wilson, entrou no circuito. 

Esteve pessoalmente no meu gabinete e agiu rapidamente como bombeiro para apagar o fogo. Mas, a partir daquele episódio, a relação de Gilberto com Joaquim esfriou, nunca mais foi a mesma. Gilberto era uma figura! Tinha o hábito de cheirar álcool para controlar a ansiedade. Poderia faltar tudo no seu gabinete, menos uma garrafa de álcool. 

Praticava judô e tinha o corpo malhado. Advogado e devorador de livros, era um intelectual refinado. Recitava versos de poetas famosos e admirava Graciliano Ramos, conterrâneo da sua Palmeira dos Índios. Quando eu saí da Secretaria de Imprensa no final de 1991, retornando ao Diário de Pernambuco, Giba teve uma longa conversa comigo em Brasília. 

Compreendeu meu papel na crise colérica de Joaquim com ele. Me confessou que só não rompeu com o governador, a quem foi indicado para vice por Roberto Magalhães, para não contrariar o próprio Magalhães. Mas ficou a impressão de que nunca perdoou Joaquim Francisco.

Holofotes se voltam para as eleições da OAB-PE

Por Larissa Rodrigues

Repórter do blog

Na próxima segunda-feira (18), a advocacia pernambucana vai votar para escolher quem presidirá a Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE), no triênio 2025/2027.

Independente do resultado, a eleição deste ano já é histórica por dois motivos: é a primeira vez em que há uma candidata mulher concorrendo ao cargo mais importante da instituição. Pela primeira vez, também, a votação será eletrônica e online.

Caso algum advogado ou advogada tenha dificuldade em acessar os dispositivos, haverá, nas 29 subseções, um ponto físico com computadores à disposição dos eleitores. O passo a passo está no site da OAB.

Com histórico de disputas acirradas, a presidência da OAB é sempre bastante cobiçada porque é um cargo de grande visibilidade, sendo um espaço que tem voz e a atenção da sociedade civil.

A instituição, em Pernambuco, tem 93 anos de história. A quantidade de filiados à Ordem no Estado é maior do que o número de eleitores em muitas cidades do Interior. São 42.925 advogadas e advogados vinculados à OAB-PE. Cerca de 29 mil estão aptos a votar presencialmente ou online.

Os nomes que disputam este ano já são conhecidos da advocacia pernambucana. Ingrid Zanella é vice-presidente da Ordem e candidata, obviamente, apoiada pelo atual presidente, Fernando Ribeiro Lins.

Almir Reis, o representante da oposição, foi candidato a presidente da OAB-PE em 2021 e não conseguiu ser eleito por uma diferença de apenas 1,5%. Já o candidato Fernando Santos Júnior se colocou como a terceira via e representa um projeto que vem do Interior. Ele é presidente da subseção de Caruaru, no Agreste.

Números – A OAB-PE teve ao todo 32 presidentes. A única mulher a chegar perto do posto mais alto da Ordem foi a advogada Margarida Cantarelli, que foi vice-presidente da instituição em 1974, depois da mobilização de um grupo de mulheres lideradas por Nair Andrade.

Brasil – Durante o mês de novembro, haverá eleições nas Ordens em outros estados. Na Bahia, o pleito será na próxima terça-feira (19). Em São Paulo, a votação é na próxima quinta-feira (21). No Rio Grande do Sul, o pleito será realizado na sexta-feira (22).

Presidente – O presidente do Conselho Federal, Beto Simonetti, reforçou a importância da votação como compromisso com o fortalecimento da classe. Em em artigo publicado no site  Consultor Jurídico, ele afirmou: “Cada voto expressa a voz e a força da advocacia. A participação de cada advogada e de cada advogado na eleição da Ordem é ainda mais necessária no atual contexto de ataques e ameaças constantes contra nossa profissão.”

Movimento – “A OAB ainda representa um dos poucos movimentos orgânicos da sociedade civil que pleiteia ações e tem uma agenda constituída perante a sociedade. O Brasil, historicamente, passou por um processo de esvaziamento da sociedade civil. Muitas vezes, a OAB cumpre o papel de questionar o Estado Democrático de Direito”, opina a cientista política Priscila Lapa.

Guardião – “É por isso que a escolha de um representante que vá conduzir a OAB chama tanta atenção, porque é uma das poucas instituições que representam os interesses legítimos da sociedade civil, que contrapõe, muitas vezes, a atuação do próprio Estado, do Poder Legislativo, do Poder Executivo, do Poder Judiciário, consegue ser um guardião do Estado Democrático de Direito”, acrescenta Lapa.

CURTAS

OBSERVADOR – O presidente da Comissão Eleitoral Nacional da OAB, Marco Aurélio de Lima Choy, determinou, na última quinta-feira (14), o envio de um observador externo para acompanhar a eleição da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB-PE). 

ATENTADO 1 – Depois que Donald Trump foi eleito pela segunda vez presidente dos Estados Unidos, no último dia 5, o ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PL) viu uma oportunidade de fortalecer o projeto da extrema direita no País. O atentado com bombas na Praça dos Três Poderes, na noite da última quarta-feira (13), no entanto, jogou um balde de água fria nas intenções bolsonaristas por ter sido ação justamente de um seguidor das ideias do grupo, por mais que os aliados de Bolsonaro façam ginásticas narrativas para negar esse fato.

ATENTADO 2 – Não restam dúvidas de que o homem-bomba Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, que se explodiu em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), incorporou o discurso bolsonarista contra as instituições brasileiras e o ideal disseminado pela extrema direita de que o descontentamento com a política se resolve por meio de violência. Com o ato extremo, a única coisa que Francisco Wanderley conseguiu, além de tirar a própria vida, foi reforçar a pecha de intolerância que assombra Bolsonaro e aliados e jogar uma pá de cal no projeto de anistia aos golpistas do 8 de janeiro.

Perguntar não ofende: Bolsonaro vai continuar chamando Francisco Wanderley de “maluco” como se nunca tivesse falado em “fuzilar” opositores?

*Por Marlos Porto

“Perguntar não ofende: A anistia política aos terroristas do 8 de janeiro foi para as cucuias?”

Respondendo à importante questão posta pelo jornalista Magno Martins em seu blog, em sua coluna desta sexta-feira (15), penso que tudo vai depender do andar da carruagem. Quais elementos novos podem ser revelados sobre o ocorrido ou novos fatos que possam ocorrer. Como vão se posicionar as lideranças. O Golpe de 1964 estava ocorrendo em 1961, e só foi freado e interrompido graças a ações desencadeadas sob a liderança de um grande líder: Leonel Brizola. Herói da Pátria. Na época,  governador do RS. 

Hoje, faltam grandes lideranças com grande potencial de influência, seja à esquerda ou à direita. Ciro Gomes perdeu muito espaço, mesmo sendo uma grande liderança em termos de qualidades pessoais; seu alcance hoje não é sequer decisivo no plano municipal, em Fortaleza. Lula declina, Bolsonaro tenta se reencontrar, Pablo Marçal lambe as feridas e se resguarda, depois da subida meteórica, João Campos cresce os olhos para o governo do Estado antes mesmo de tomar posse no segundo mandato de prefeito, e Caiado, Freitas e Pacheco são exemplos de políticos de uma linha mais contida, mais reservada,  não vão se expor. 

Não há mais um Jefferson Peres, um Pedro Simon, um ACM, ou mesmo um Jarbas no Congresso para causar alguma polêmica, algum rebuliço, algum discurso forte que ganhe repercussões, que ecoe na mídia, no meio político e na sociedade. O que isso significa? Que o campo está aberto para novos nomes, novas lideranças. Há nas redes sociais sempre pessoas que têm posições interessantes, mas geralmente são nomes que não têm interesse ou preferem não assumir um interesse na luta político-partidária, pelo menos por enquanto. 

Mas são formadores de opinião e às vezes a vida própria das redes sociais ganha corpo e lança luzes, tal como um farol, para o observador atento analisar para onde vai o barco, ou a nuvem da política. Aguardemos.

Enquanto isso, uma lustrosa sumidade vocifera contra a suposta “mediocridade” daqueles que, no seu entender, “por conta de opiniões ideológicas”, não fazem coro com aqueles que, açodadamente, tacham a autoimolação do chaveiro Francisco Wanderley Luiz como sendo um “gravíssimo ato terrorista”, antes de concluída qualquer investigação a respeito.

*Analista político

Morre o ex-prefeito do Recife, Gilberto Marques Paulo, aos 90 anos. Gilberto comandou a capital pernambucana de 1990 até 1992. Seu mandato como prefeito teve como um dos pontos marcantes a revitalização e ordenamento do centro da cidade.

Gilberto Marques também chegou a assumir outros cargos políticos como os de deputado estadual e Secretário de Educação e Cultura do Recife. Há muitos anos, convivia com o mal de Alzheimer. 

Assisti, há pouco, e fiz questão de estar na companhia dos meus filhos – Magno Filho, 16 anos, e João Pedro, 10 anos – ao filme Ainda Estou Aqui, do diretor Walter Salles. O longa brasileiro é baseado na história de Eunice Paiva, contada no livro escrito pelo próprio filho, Marcelo Rubens Paiva.

É um mergulho nos anos sombrios da ditadura militar. Retrata uma das tantas histórias revoltantes que aconteceram nos anos de chumbo. O enredo é sobre o desaparecimento de Rubens Paiva, engenheiro civil e ex-político que foi sequestrado pela polícia durante o período da ditadura militar no Brasil. Sem respostas sobre seu paradeiro, Eunice passou anos de sua vida em busca de, ao menos, ter a oportunidade de enterrar o marido.

O filme traz uma história de interesse nacional, afinal todo o Brasil foi vítima da ditadura, e faz isso retratando momentos marcantes da história dessa família. O filme é muito bom e agradou a família de Rubens Paiva. Ana Lúcia, Eliana, Marcelo, Maria Beatriz e Vera falaram ao jornal O Globo sobre o que acharam do filme de Walter Salles.

Vera, a filha mais velha, disse que assistiu a uma cópia crua do filme e que foi impactante. “A cena da prisão da minha mãe me pegou. Precisei parar e sair para fumar”, disse. “Esse filme me ajudou a reparar os efeitos que esse silêncio teve em nós. Não tocávamos no assunto. Minha mãe não falava da prisão”, complementou.

Eliana também falou sobre o filme, relembrando do momento em que esteve presa com a mãe. “Tenho amigos que me conhecem há 40 anos e descobriram pelo filme que fui presa”, diz a filha de Eunice e Rubens, afirmando que nunca falou sobre o acontecido, mesmo que tenha sido noticiado pela imprensa.

A filha Ana Lúcia relembrou de toda a tensão que a prisão da mãe provocou na família. “Os 12 dias que a minha mãe passou na prisão são um branco na minha cabeça. Ela chegou em casa acabada. Não era mais minha mãe”, pontua Ana.

“Voltou muito magra, abatida, quase não falava com a gente. Foi aí que entendi que o negócio era sério”, completa revelando ainda que, na escola, mentia que o pai tinha morrido em um acidente de automóvel. “Torturaram e mataram o meu pai, olha a vida que a minha mãe teve, que a gente teve. E olha como eu estou me vingando: com um filme!”, complementa Ana Lúcia na entrevista.

Forçada a abandonar sua rotina de dona de casa, Eunice (Fernanda Torres/Fernanda Montenegro) se transforma em uma ativista dos direitos humanos, lutando pela verdade sobre o paradeiro de seu marido e enfrentando as consequências brutais da repressão.

O filme explora não apenas o drama pessoal de Eunice, mas também o impacto do regime militar na vida de milhares de famílias brasileiras, destacando o papel das mulheres na resistência. Com uma narrativa profunda e sensível, Ainda Estou Aqui traz à tona questões de perda, coragem e resiliência, enquanto revisita um dos períodos mais sombrios da história do Brasil.

A obra é um tributo à força de Eunice Paiva, que, contra todas as adversidades, se torna uma figura central na luta pelos direitos humanos no país. Coube a Selton Melo o papel de Rubem Paiva.

Os furtos de água estão sendo combatidos pelas equipes da Compesa em várias regiões do estado. Essas ações criminosas, que deixam a população sem abastecimento ou com a distribuição precária, têm sido enfrentadas a partir de operações da Companhia em articulação com as polícias Militar e Civil, além da estrutura da recém-criada Coordenação de Segurança Patrimonial da empresa. 

Durante dois dias (12 e 13 deste mês), uma operação no município de Riacho das Almas, no Agreste, identificou 162 ligações clandestinas no Sistema Jucazinho, recuperando uma vazão mensal estimada em 3,7 milhões de litros de água. Esse volume é suficiente para abastecer 1.500 pessoas por mês. Um efetivo de 54 profissionais, que contou também com a participação da Neoenergia, percorreu 44 quilômetros da adutora desde a área urbana até a zona rural.

Nesta operação, uma fazenda na região de Couro Dantas, na zona rural de Riacho das Almas, foi flagrada com desvio de água. Os funcionários da propriedade foram interrogados pela polícia e o proprietário será intimado a comparecer à delegacia para esclarecimentos. Além de Couro Dantas, a operação ocorreu nas comunidades de Areias, Rangel, Trapiá e Pinhões, localidades com histórico de falta de água.  

As equipes identificaram e retiraram 25 ligações clandestinas em imóveis e estabelecimentos comerciais na zona rural da cidade, ação que contou com o apoio direto das polícias. Na área urbana do município, foram encontradas e eliminadas 137 ligações irregulares. Nessa região, o proprietário de um imóvel residencial no Sítio Areias também foi flagrado no momento da operação e será intimado a prestar esclarecimentos.

Com a retirada das ligações clandestinas, as comunidades de Areias, Rangel e Trapiá tiveram melhoras no abastecimento de água, com o dobro do volume de água. A Compesa destaca que as ações de fiscalização terão continuidade no município até a regularização do abastecimento de água da cidade.

Se o leitor não conseguiu acompanhar a entrevista do cantor e compositor Falcão ao quadro “Sextou”, do programa Frente a Frente, ancorado por este blogueiro e exibido pela Rede Nordeste de Rádio, não se preocupe. Clique aqui e confira. Está incrível!

O Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), por funcionarem em uma lógica de “um dólar, um voto”, beneficiam os países ricos e impõem políticas econômicos para os países pobres que prejudicam o desenvolvimento dessas nações, avaliou durante o G20 Social o economista sul-coreano Ha Joon Chang, autor do best-seller Chutando a escada: a estratégia do desenvolvimento em perspectiva histórica.

“Essas instituições [FMI e Banco Mundial] decidem suas políticas com base em um dólar, um voto. Os países têm participação de acordo com o dinheiro que alocam nesses organismos. Ou seja, elas estão ligadas ao poder econômico. Os Estados Unidos têm 80% dos votos nessas organizações e a China apenas 6%, apesar de a economia chinesa ser dois terços da economia dos EUA. Com isso, os países ricos conseguem influenciar todas as decisões. Essas instituições são direcionadas para os países ricos e obedecem seus desejos”, opina o professor.  

O economista sul-coreano participou dos debates do G20 Social desta sexta-feira (15) sobre a Reforma da Governança Global, que propõe mudanças de instituições como o Conselho de Segurança da ONU, FMI e Organização Mundial do Comércio (OMC). Essa é uma das prioridades do governo brasileiro para a cúpula do G20, que ocorre nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.

Joon Chang também criticou as políticas do chamado Consenso de Washington, conjunto de medidas defendidas pelo mainstream econômico para ser aplicado em todos os países. Elas incluem, entre outras, corte de gastos públicos, privatizações, desregulamentação do mercado financeiro e flexibilização de regras trabalhistas, conhecidas também como políticas neoliberais.

Para o especialista sul-coreano, essas políticas aplicadas desde os anos 1980 na maioria dos países menos desenvolvidos se mostraram um fracasso. “É uma completa mentira que essas políticas vão ajudar os países. Na década de 1970, os países latino-americanos cresciam mais de 3% ao ano, na média. Depois das políticas neoliberais, passou a crescer, em média, 0,8% ao ano. Não entregaram crescimento. Ainda assim, elas continuam sendo impostas e os países ricos continuam mandando nos empréstimos do Banco Mundial e do FMI”, destacou Joon Chang.

O livro Chutando a escala, de Joon Chang, analisa a pressão que o mundo desenvolvido exerce sobre os países mais pobres para que adotem certas políticas e instituições que não foram usadas pelos países ricos no passado para alcançar o desenvolvimento. Em outras palavras, os países ricos “chutam a escada” que usaram para se desenvolver, impedindo que as demais nações sigam o mesmo caminho. 

“Viemos de uma história de dominação, colonialismo e imperialismo. Por isso, partimos de pontos de partida diferentes. Uma regra econômica para todos é uma regra escrita para benefícios dos países ricos do Norte Global”, completou o sul-coreano.

Antes da cúpula dos líderes do G20, movimentos e entidades da sociedade civil organizados discutem no G20 Social as propostas da sociedade que serão encaminhadas, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aos líderes das 19 principais economias do planeta, mais a União Europeia e a União Africana. 

Entre as propostas, está a reforma das instituições internacionais como FMI e Banco Mundial para que os países menos desenvolvidos tenham mais poder de decisão nesses órgãos.

Donald Trump

Analistas consultados pela Agência Brasil avaliam que o debate sobre a reforma da governança global na cúpula do G20 será limitado pela eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, uma vez que sua última gestão ignorou os fóruns internacionais. 

O assessor do presidente Lula para Assuntos Internacionais, embaixador Celso Amorim, presente no debate do G20 Social desta sexta-feira, disse que a reforma da governança global é um processo em andamento e acredita que haverá algum progresso sobre o tema neste G20.

“Acredito que seja feito um diagnóstico sobre a necessidade de mudança da governança global. Agora, isso é um processo que vai ter que continuar no futuro”. 

Sobre a possibilidade de Trump interromper esse processo, Amorim destacou que é preciso aguardar. “Vamos ver como as coisas evoluem. Esperamos que mesmo na busca do seu interesse, o presidente Trump também ajude”, ponderou.

Da Agência Brasil

A governadora Raquel Lyra nomeou, nesta sexta-feira (15), 1.609 profissionais da área para atuarem nas escolas da rede estadual de ensino. As nomeações foram publicadas na edição de hoje do Diário Oficial. Esta é a segunda convocação do cronograma divulgado no dia 30 de outubro, quando foram nomeados 1.956 professores. Até o final do mês de novembro serão nomeados, ao todo, 4.601 novos docentes da educação básica.

“O Governo de Pernambuco já fez o maior conjunto de nomeações na educação dos últimos dez anos. As convocações incluem mais de sete mil profissionais, entre professores, analistas e assistentes. Esses novos servidores irão desempenhar suas funções em todas as dezesseis Gerências Regionais de Educação, representando um importante reforço para a rede estadual de ensino. Transformar a educação de Pernambuco é nossa prioridade. Por isso, estamos investindo R$ 5,5 bilhões através do Juntos pela Educação. É garantindo professores na sala de aula e ensino de qualidade que iremos oferecer uma melhor educação aos jovens pernambucanos”, ressaltou Raquel Lyra.

Desde 2023, já foram nomeados mais de 9.500 novos profissionais para diferentes setores. “Nós damos as boas-vindas aos novos servidores. O Governo de Pernambuco tem investido na valorização e na qualificação dos professores. E o investimento também acontece com a entrega de mais de 600 ônibus escolares, a climatização das escolas, a entrega de quadras e uma internet de qualidade para que alunos e professores possam ter uma melhor assistência no ensino”, afirmou o secretário de Educação e Esportes, Alexandre Schneider.

Já foram nomeados 3.565 professores. De acordo com o cronograma, a terceira convocação irá ocorrer no dia 30 de novembro, quando serão totalizados 4.601 professores aprovados no cadastro de reserva convocados.

Daqui a pouco o Sextou recebe o irreverente cantor, compositor e humorista Falcão, ícone do estilo brega. Com uma carreira marcada pelo humor ácido e pela estética inconfundível dos paletós coloridos e girassol na lapela, o artista tem no repertório sucessos como I’m Not Dog No, Black People Car, Holiday Foi Muito e I Love You Tonight. Natural de Pereiro, no Ceará, ele se mudou para Fortaleza em 1970, onde iniciou sua trajetória no desenho, estudou arquitetura e, posteriormente, descobriu sua verdadeira vocação na música.

O Sextou vai ao ar daqui a pouco, às 18 horas, pela Rede Nordeste de Rádio, formada por 48 emissoras em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife. Se você deseja ouvir pela internet, clique no link do Frente a Frente acima ou baixe o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na play store. 

A vitória de Ramos para a Prefeitura do Paulista representa um passo importante para o impulsionamento do turismo na cidade. Com ampla expertise no setor, o vice-prefeito eleito, Felipe Andrade, já iniciou entendimentos para tornar Paulista como um dos principais destinos no turismo náutico do Litoral Norte. Ainda neste mês de novembro começará a funcionar o serviço de catamarã para transportar os turistas aos pocinhos e prainhas da região, principalmente, de Maria Farinha. Um famtour de apresentação será realizado, neste domingo (17), às 8h, com saída do Hotel Amoaras, em Maria Farinha.

Durante reunião, nessa semana, conduzida por Felipe Andrade com o presidente do Trade Turístico, Antônio Júnior, o empresário Antônio Eugênio Coelho Freire, da Maresia Turismo PE e representantes do Hotel Amoaras foram alinhados os detalhes para o funcionamento do serviço. 

Segundo Antônio Eugênio, que tem como sócio o paraibano Guilherme Gil de Jesus, o catamarã tem 14×6 metros, capacidade para 80 passageiros, quatro tripulantes, banheiro, bar a bordo, macarrão para mergulho, stand up paddle e caiaque. 

“Paulista tem um potencial enorme para o turismo. É um diamante bruto que precisa ser lapidado. O futuro prefeito Ramos Santana pretende promover iniciativas no setor para que a cidade possa atrair o turista, gerando emprego e potencializando a economia”, afirmou Felipe Andrade.

O tempo, senhor da razão, é um foguete: já se passaram dois anos da morte do meu pai Gastão Cerquinha, meu farol em todas as fases da minha vida. Morreu no dia da Proclamação da República, por uma dessas coincidências ruins da vida, no mesmo dia do aniversário da minha irmã Ana Regina. 

Viveu intensamente os 100 anos e sete meses que Deus lhe deu. Um homem sábio, sereno, além do seu tempo. Dele, herdei duas das suas grandes virtudes: o dom das letras e a vocação para compreender o emaranhado e confuso mundo da política. 

Em nossa Afogados da Ingazeira, a 385 km do Recife, foi vereador, vice-prefeito e escritor, além de servidor público federal e comerciante. Escreveu três livros, dois deles uma minibiografia de 40 personagens que contribuíram para o desenvolvimento de sua amada terra, de onde nunca saiu, nem no último pau de arara. 

Muita saudade dele! Continua sendo a minha mais profunda e inesgotável fonte de inspiração. Em cada canto de onde esteja, vejo ele. Foi um homem como nenhum outro. Me deu a vida, me ensinou tudo. O seu amor e paciência são as bases de quem sou. Gratidão, pai!

O Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), entidade com mais de 660 mil Profissionais de Educação Física e 54 mil pessoas jurídicas registradas em todo o Brasil, finalizou na última sexta-feira (08) a eleição para 20 Conselheiros Titulares e 8 Suplentes, sendo uma vaga por estado e a 28ª vaga para o segundo lugar com maior percentual de votos. 

Em 15 estados houve candidatura única. Em outros dois estados (MT e RS) não há candidatos, pois foram cassados pelo CONFEF. Deste modo, novas eleições serão remarcadas para suprir as ausências. Em apenas 10 estados (BA, CE, ES, GO, PA, PE, RN, SC, SP, e SE) houve disputa.

Em Pernambuco, o Professor Henrique Gerson Kohl (CREF 002132-G/PE), conhecido como “Tchê”, obteve uma vitória esmagadora e será o representante do estado nos próximos quatro anos. Tchê obteve mais de 62% dos votos válidos. Após a posse, os Conselheiros titulares escolherão a diretoria para o próximo quadriênio (2025 a 2028). 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reafirmou a elegibilidade de Diego Cabral para o cargo de prefeito de Camaragibe, nas eleições de 2024, em decisão publicada nesta sexta-feira (15). O julgamento, liderado pelo ministro Floriano de Azevedo Marques, rejeitou os argumentos apresentados pela coligação União e Trabalho, que questionava a desincompatibilização de fato do candidato.

A decisão reafirma o entendimento de que a ausência de provas robustas e inequívocas sobre a continuidade do exercício das funções públicas de Diego Cabral após seu afastamento formal do cargo de Secretário Municipal de Serviços Públicos impede a aplicação de inelegibilidade. O TSE reforçou, ainda, a importância do princípio do in dubio pro sufrágio, preservando a expressão do voto popular.

“Mais uma vez, a estratégia jurídica de Jorge Alexandre e sua coligação fracassou, consolidando uma sequência de derrotas em instâncias superiores. O caso marca a reafirmação da jurisprudência eleitoral em favor da ampla participação democrática e da presunção de regularidade em registros de candidatura”, aponta a assessoria de Diego.