Com a base governista fragilizada, o Palácio do Planalto tem enfrentado dificuldades crescentes para manter o controle político, inclusive entre partidos que compõem o próprio núcleo de apoio. PSD e União Brasil, dois expoentes do Centrão, vivem um embate que se estende da disputa por ministérios à construção de candidaturas para 2026. O governo, atento aos riscos de novos rompimentos — como o do PDT —, tem sinalizado preferência por privilegiar o PSD, numa tentativa de conter o desgaste.
A instabilidade, no entanto, é alimentada por uma mudança nas forças do Legislativo. A federação entre PP e União Brasil, liderada por Davi Alcolumbre, aumentou a influência do bloco no Congresso, ao mesmo tempo em que acentuou as tensões com o PSD. Apesar de Alcolumbre manter uma relação próxima com o governo Lula, ele tem travado a votação de nomes indicados para agências reguladoras e segurado a pauta do Senado, em retaliação a Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia e integrante da cúpula do PSD. As informações são do jornal O Globo.
Na Câmara, os atritos ganham corpo na disputa pelo Ministério do Turismo, atualmente sob o comando do União Brasil. Deputados do PSD apostavam que assumiriam o posto e, inclusive, direcionaram emendas para a pasta. A reforma ministerial prometida não avançou, frustrando expectativas. Ainda assim, lideranças das duas legendas tratam o confronto como pontual. O senador Angelo Coronel (PSD-BA) e o líder do União no Senado, Efraim Filho (PB), minimizam o conflito e sustentam que ele se restringe a figuras específicas.
Nos bastidores, porém, as reclamações se espalham até entre membros da mesma legenda. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem sido criticado por manter boa relação com Alcolumbre, visto com desconfiança por parte da ala oposicionista do PSD. O Planalto tenta fortalecer sua relação com o partido de Gilberto Kassab, de olho nas articulações para 2025. A entrada de nomes com potencial presidencial, como Eduardo Leite e Ratinho Jr., aumenta o peso do PSD nas negociações.
No campo eleitoral, as tensões entre as duas siglas também se projetam nos estados. No Rio de Janeiro, o União Brasil tenta emplacar o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, enquanto o PSD conta com o apoio de Lula para lançar Eduardo Paes. Em Alagoas, os dois partidos se enfrentam por meio de alianças com rivais históricos: de um lado, Arthur Lira (União-PP); do outro, Renan Calheiros (MDB-AL). No Paraná, Sergio Moro (União) e Ratinho Jr. (PSD) também podem se enfrentar.
Além da disputa no Centrão, o Planalto enfrenta fissuras em outros flancos. O PDT deixou formalmente a base do governo, após a saída de Carlos Lupi da Previdência em meio a investigações. A crescente adesão à CPI mista das aposentadorias, com apoio até de partidos com cargos na Esplanada, mostra o quanto o governo está com pouca margem para evitar novos desgastes no Congresso. Em meio a um Legislativo conflagrado, Lula tenta equilibrar os interesses de aliados cada vez mais impacientes.
O deputado federal Fernando Rodolfo (PL) visitou, neste fim de semana, a jovem Carol, que deu à luz na calçada de uma rua em Brejão, no Agreste de Pernambuco, após ter atendimento negado três vezes no Hospital Municipal Alice Figueira. O parlamentar usou as redes sociais para mostrar o encontro, quando ouviu o relato da mãe e entregou, ao fim, um kit com leite e fraldas, garantindo o fornecimento dos produtos essenciais até o primeiro ano de vida da bebê, Maria Gabriela.
Fernando Rodolfo classificou o episódio como um caso grave de negligência e cobrou responsabilidade da Prefeitura. Segundo o deputado, a gestão do prefeito Saulo Maruim (PP) abandonou a população. “Negaram a ela o direito mais sagrado que existe: o de parir com dignidade”, declarou.
Carol relatou que procurou o hospital três vezes ao longo do dia 14 de maio, mas foi mandada de volta para casa mesmo sentindo contrações. “Eu não sentia ela mexer. Eu até fiquei preocupada. Aí eu disse a ele (ao pai) ‘Tenho medo de perder minha filha’”, contou. Por volta das 2h da madrugada, ao tentar retornar à unidade, a jovem acabou dando à luz na rua, com a ajuda do companheiro, que precisou retirar o cordão umbilical enrolado no pescoço da recém-nascida.
Antes das recentes mortes por choque elétrico no Recife, o atual prefeito de Surubim e ex-deputado estadual Cleber Chaparral (União Brasil) apresentou um projeto de lei que cria a Política Estadual de Reordenamento da Fiação Urbana. O texto, protocolado em novembro de 2024, previa identificação de cabos, retirada de fios inativos, inspeções técnicas e embutimento da rede em áreas turísticas.
A proposta também responsabilizava concessionárias e empresas de telecomunicações por seguir padrões técnicos, sob risco de advertências e multas. Na justificativa, Chaparral citava os riscos à vida e ao meio ambiente e defendia uma política ampla para enfrentar o problema. Dados da Aneel apontavam mais de 36 mil ocorrências com cabos energizados entre 2009 e 2024.
A relação afetiva com o Hotel Central, no Recife, levou a cozinheira Rosa Maria do Nascimento, 60 anos, a evitar que o estabelecimento encerrasse as atividades em um momento crítico. Os antigos donos haviam decidido que o local pararia de funcionar em 1º de junho de 2020, durante a pandemia da covid-19.
Diante da iminência de o tradicional empreendimento fechar as portas, Dona Rosa – como é mais conhecida – tomou uma decisão: assumiu a administração do primeiro hotel de luxo da capital pernambucana.
Hoje, o Hotel Central tem 23 funcionários. “A grande diferença é a história que ele adquiriu ao longo do tempo. O valor que teve para Pernambuco e, principalmente, para o Recife por gerar renda, emprego e contribuir com imposto para o Estado”, afirma.
O hotel foi o primeiro emprego de Dona Rosa com carteira assinada, aos 18 anos, como auxiliar de cozinha. “Comecei muito cedo fazendo pequenos trabalhos e ganhava bem pouquinho só para ajudar a criar minhas filhas, pois fui mãe muito cedo, aos 14 anos”, disse.
A empresária seguiu os passos da mãe, que era camareira do hotel. Suas duas irmãs também exerceram a profissão.
O estabelecimento fica na avenida Manoel Borba, 209, Boa Vista, área central do Recife. Foi fundado pelo empresário greco-suíço Constantin Aristide Sfezzo em 31 de outubro de 1928.
A arquitetura Art Nouveau e a altura de 35,7 metros fizeram o primeiro edifício arranha-céu da cidade despontar como um diferencial.
Estrutura
O Hotel Central tem oito andares. São 46 quartos em funcionamento: três são de luxo e dois estão na cobertura.
Os preços das diárias variam conforme os itens à disposição e a estrutura do quarto. A estada tem café da manhã incluso.
apartamento standard (com ventilador)
• individual – R$ 135
• duplo – R$ 205
apartamento luxo (com ar-condicionado)
• individual – R$ 150
• duplo – R$ 225
apartamento panorâmico
• individual – R$ 288
• duplo – R$ 430
“Os quartos não são modernos, mas são como se fossem os quartos das grandes fazendas de antigamente e atraentes para aqueles hóspedes que gostam de história, cultura e bom acolhimento”, declara.
Restaurante
Antes de assumir o hotel, Dona Rosa arrendou o restaurante, que fica no térreo. Era o seu meio de renda. “Começamos a funcionar no hotel entre 2015 e 2016”, diz.
A empresária afirma que o Tempero da Rosa “foi o que manteve o hotel e movimenta até hoje”.
O espaço abre todos os dias para café da manhã, de segunda a sexta-feira, das 7h às 9h; e aos sábados, domingos e feriados, das 7h às 10h.
Para almoço, funciona de terça-feira a sábado, das 11h às 15h. O custo dos pratos varia de R$ 22,99 a R$ 34,99.
Estão entre os que se destacam:
• peixada pernambucana;
• charque desfiado;
• arrumadinho de charque;
• bacalhau à moda da casa; e
• dobradinha
Celebridades
Várias personalidades já se hospedaram no Hotel Central durante a passagem pelo Recife. Estão entre os nomes:
• Orson Welles – cineasta norte-americano (dirigiu “Cidadão Kane”, de 1941, por exemplo);
• Getúlio Vargas – presidente do Brasil de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954;
• Carmen Miranda – cantora, dançarina e atriz luso-brasileira;
• Roberto Carlos – cantor e compositor brasileiro.
Tombamento
Em novembro de 2017, o Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural aprovou o tombamento do Hotel Central.
Empresários, lobistas, autoridades do governo, de tribunais e de agências reguladoras, governadores, deputados e senadores esvaziaram Brasília na última semana para uma série de eventos públicos, jantares e reuniões privadas em Nova York, em roteiro que ficou conhecido como “Brazil Week”.
A proposta era vender o Brasil para investidores, autoridades e empresários estrangeiros, embora a maioria dos eventos tenha reunido, majoritariamente, apenas brasileiros. Empresas como JBS, Banco Safra, BTG Pactual, XP Investimentos e Itaú organizaram encontros entre empresários e políticos.
Esses encontros, de acordo com relatos, foram a oportunidade de empresários com interesses em medidas legislativas e regulatórias se aproximarem de políticos com poder decisório e levarem suas demandas. Também foi a chance de investidores terem contato com autoridades e discutirem temas como o patamar da taxa de juros e o que pensam os parlamentares sobre os projetos de cada setor.
A Gerdau, por exemplo, aproveitou um seminário que a tinha como patrocinadora para reclamar do que vê como lentidão do governo brasileiro para lidar com as tarifas impostas pelos Estados Unidos e ainda cobrar medidas contra a “competição desleal” de produtos chineses.
Uma das estrelas da Brazil Week foi o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que cancelou a agenda no Legislativo para participar dos seminários nos Estados Unidos. Ele, no entanto, só divulgou os compromissos em um dos quatro dias da viagem.
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, também participou. Em uma dessas confraternizações, Motta antecipou a Barroso pessoalmente que entraria com recurso no STF contra a decisão da Primeira Turma da Corte de rejeitar a votação da Câmara para suspender a ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Dois deputados contam que Motta recebeu o apoio de empresários no embate com o STF. Ouviram que o Congresso não pode se apequenar e que deve reafirmar suas prerrogativas.
Na segunda-feira (12), jantar promovido pelo grupo Esfera Brasil reuniu boa parte das autoridades que foram a Nova York. Num coquetel, encontraram-se parlamentares, empresários, governadores e o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
A reunião colocou no mesmo espaço figuras diretamente envolvidas na polêmica compra do Banco Master: os empresários Joesley e Wesley Batista (da JBS, PicPay e Banco Original), André Esteves, do BTG, e Paulo Henrique Costa, presidente do BRB. O tema permeou conversas reservadas no local. O presidente do Master, Daniel Vorcaro, foi aconselhado por empresários a não comparecer.
O ex-presidente Michel Temer (MDB), que foi convidado para eventos na cidade, não participou dos encontros em que estavam os Batistas.
Estavam lá também uma comitiva de deputados que acompanhou Motta, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), o presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Vital do Rêgo, o ministro Renan Filho (Transportes) e Dario Durigan (secretário-executivo do Ministério da Fazenda).
Governadores também marcaram presença nos eventos, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Ibaneis Rocha (MDB-DF), Renato Casagrande (PSB-ES), Eduardo Leite (PSD-RS), Raquel Lyra (PSD-PE) e Cláudio Castro (PL-RJ).
Todos, à exceção de Tarcísio, estiveram no fórum organizado pelo Lide no dia seguinte. O Governo do Rio de Janeiro foi um dos patrocinadores do evento.
Na ocasião, Caiado e Leite se colocaram como pré-candidatos à Presidência.
Tarcísio, um dos protagonistas da semana pela expectativa de que seja candidato a presidente, não foi a dois eventos para os quais seu nome estava anunciado: além do promovido pelo Lide, do ex-governador de São Paulo João Doria, não esteve no da revista Veja, que também ocorreu na terça (13).
Aliados disseram que ele decidiu faltar ao evento da Veja por causa de um dos patrocinadores, a Refit, Refinaria de Petróleo de Manguinhos, controlada pelo empresário Ricardo Magro.
A refinaria foi a patrocinadora master da conferência, que também contou com dinheiro do Governo do Rio de Janeiro. O Fisco estadual cobra R$ 8,9 bilhões da refinaria, como mostrou o UOL. O Governo de São Paulo cobra R$ 9,5 bilhões. Procurada pela Folha, a empresa não se manifestou. Outros apoiadores do evento foram a JBS e a Cedae, companhia de saneamento do Rio de Janeiro.
No mesmo dia, a JBS promoveu um almoço no restaurante Fasano, que reuniu cerca de 200 pessoas. À noite, as autoridades se dividiram entre jantares do site Congresso em Foco, XP e Banco Safra.
Na quarta (16), as mesmas autoridades se reuniram em evento promovido pelos jornais O Globo e Valor Econômico, que, desta vez, teve a presença de Tarcísio.
Motta e Barroso também estiveram no evento. Depois das palestras, o deputado conversou com representantes da SpaceX, empresa de Elon Musk. O presidente da Câmara afirmou que os empresários americanos querem ampliar os investimentos no país.
Com Brasília esvaziada diante do cancelamento das sessões da Câmara e uma pauta fraca no Senado, outros grupos de parlamentares viajaram aos Estados Unidos.
A bancada ruralista participou da Sugar Week, que reúne grandes empresas do setor sucroalcooleiro, e congressistas de direita conversaram com autoridades e instituições americanas, além de encontrarem o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se licenciou do mandato para morar nos EUA alegando perseguição do STF.
Questionados sobre a razão de ir até Nova York para participar de eventos majoritariamente com a presença de brasileiros, Caiado, Castro e Leite disseram que é a oportunidade para vender seus estados e se apresentar a investidores estrangeiros.
A governadora Raquel Lyra disse, em nota, que cumpriu missão internacional, com agendas como participação em seminários e a assinatura de um contrato para ampliar a capacidade de armazenamento de gás natural liquefeito no Complexo de Suape.
O governador Claudio Castro respondeu, em nota, que teve agendas na ONU (Organização das Nações Unidas) e na DEA (Agência Antidrogas Americana) para tratar de parcerias para o combate ao tráfico de armas e drogas, além de participar de fóruns promovidos por veículos de imprensa e entidades privadas.
As demais autoridades e empresas citadas na reportagem foram procuradas, mas não responderam ou não quiseram comentar.
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), entregou ao papa Leão XIV uma carta convidando o pontífice a participar da COP30, que será realizada em novembro, em Belém (PA). As informações são da CNN Brasil.
A entrega foi feita pessoalmente durante visita de Alckmin ao Vaticano, onde ele participou da missa que celebra o início do pontificado de Leão XIV. A carta é assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O governo federal enviou uma comitiva para prestigiar a primeira missa do novo pontífice. Além do vice-presidente Geraldo Alckmin, participaram da celebração a vice-primeira-dama, Lu Alckmin, e o embaixador do Brasil no Vaticano, Everton Vieira Vargas.
Conhecido, dentro e fora do governo, por sua devoção ao catolicismo, o vice-presidente Alckmin beijou a mão do papa ao entregar convite ao pontífice. O papa já esteve no Brasil em outras ocasiões.
“Quero destacar a honra de representar o povo brasileiro no início do pontificado do papa Leão XIV. Trazer os cumprimentos do presidente Lula ao chefe de Estado do Vaticano e do líder espiritual da Igreja Católica Apostólica Romana. E trouxe o convite do presidente Lula para o papa Leão XIV visitar o Brasil, especialmente na COP30, em novembro, em Belém. E principalmente dizer da esperança que é o novo pontificado. Ao semear a paz, o papa Leão XIV enche o mundo de esperança”, disse Alckmin em vídeo publicado nas suas redes sociais.
Com orgulho, represento o Presidente @LulaOficial e todos os brasileiros no início do Pontificado do Papa Leão XIV e levo o convite do nosso presidente para que Sua Santidade esteja presente na COP30, em Belém do Pará, uma vez que a preocupação ambiental é uma das prioridades do… pic.twitter.com/Vv2xatiJZZ
— Geraldo Alckmin 🇧🇷 (@geraldoalckmin) May 18, 2025
A missa contou com a presença de diversas autoridades internacionais. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, participaram da celebração.
Veja a lista dos principais nomes
Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky;
Vice-presidente dos EUA, JD Vance;
Vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin;
Primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni;
Presidente do Peru, Dina Boluarte;
Primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz;
Presidente da Colômbia, Gustavo Petro;
Presidente do Equador, Daniel Noboa;
Presidente de Israel, Isaac Herzog;
Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Layen;
O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto (PSDB), foi homenageado ontem com o título de cidadão de Lajedo, no Agreste do Estado. Ao receber a honraria, na Câmara Municipal, Porto não apenas celebrou o reconhecimento, mas também reafirmou o compromisso de seguir trabalhando em parceria com a gestão municipal e com a população do município.
Em seu discurso, o deputado destacou a relação afetiva e política que mantém com Lajedo há anos, citando o histórico comum entre a cidade e sua terra natal, Canhotinho. “Minha relação com Lajedo vem de longe. Lajedo sempre esteve no meu roteiro. É meu caminho, mas também é minha chegada e meu abrigo”, disse. O parlamentar ainda fez questão de homenagear figuras políticas locais, como o ex-prefeito e ex-deputado Adelmo Duarte, além de elogiar o atual prefeito, Erivaldo Chagas (Republicanos), com quem tem atuado em projetos voltados para saúde, infraestrutura e produção rural.
A iniciativa do título foi do presidente da Câmara, vereador Flaviano Quintino (Republicanos), que justificou a concessão como um reconhecimento ao trabalho do deputado ao longo de seus três mandatos. A proposta foi aprovada por unanimidade entre os vereadores. Álvaro Porto agradeceu a todos os parlamentares e afirmou que o gesto consolida um sentimento antigo. “Sou lajedense de corpo, alma e coração. Para efetivar o pertencimento, agora nem o título de cidadão falta mais”, declarou.
O evento também contou com a presença de Sandra Paes, prefeita de Canhotinho e esposa do deputado, e de Gabriel Porto, filho do casal e pré-candidato a deputado federal. Também compareceram prefeito, secretários, vereadores, lideranças políticas e moradores de Lajedo.
A criação das Sociedades Anônimas do Futebol, as famosas SAFs, tem representado uma das mudanças mais significativas no futebol brasileiro nas últimas décadas. Em um cenário marcado por dívidas impagáveis, estruturas ultrapassadas e gestões amadoras, as SAFs surgem como alternativa concreta de profissionalização e sustentabilidade para clubes históricos em crise. Exemplos como Cruzeiro, Botafogo e Vasco mostram que, mesmo entre erros e acertos, há um novo caminho possível para o nosso futebol.
Nesse contexto, a recente transformação do Santa Cruz Futebol Clube em SAF é mais do que uma reestruturação administrativa, é uma aposta na sobrevivência de um dos clubes mais populares e simbólicos do país. Fundado em 1914, o Santa nasceu da união de jovens no Recife que queriam um clube acessível, popular e inclusivo.
O Tricolor do Arruda foi pioneiro em aceitar jogadores negros, rompendo com o elitismo que marcava o esporte no início do século 20. Não por acaso, é conhecido como “O Mais Querido”.
Um dos maiores campeões do futebol nordestino, hoje o clube tenta se reerguer com a força de sua torcida, uma das mais fiéis do país, e começa a vislumbrar um futuro bem mais animador do que o cenário dos últimos anos, marcado por gestões que quase levaram o Santa Cruz ao fim.
A transformação em SAF, anunciada em 2025 com uma proposta de R$ 1 bilhão por parte de um grupo mineiro, surgiu como a única saída viável. O apoio massivo das torcidas organizadas reforçou a urgência dessa virada. E o recado foi direto: quem é contra a SAF é contra o clube.
O modelo de SAF, claro, não é garantia de sucesso imediato. Requer muito trabalho e, acima de tudo, tempo para que a casa seja colocada em ordem. Exige governança, planejamento, respeito à cultura do clube e responsabilidade com a torcida. Mas é, hoje, uma das raras alternativas possíveis para clubes que não podem mais sobreviver apenas com paixão e improviso. Se bem conduzido, o Santa Cruz pode não só voltar a competir em alto nível, mas também servir de referência para outros clubes do Nordeste.
Parece ser este o pensamento do grupo que quer reconstruir o Santa Cruz, já que é formado por diversos profissionais capacitados, experientes no futebol e empreendedores visionários.
Um retorno do Santa Cruz aos eixos é, primeiramente, um desejo de todos os torcedores do clube. Mas, também, será uma boa notícia para quem acompanha e ama futebol. Nenhuma SAF tem o poder de apagar o passado desafiador de qualquer clube. Mas são elas que podem escrever um futuro à altura das suas histórias.
O futebol brasileiro precisa de clubes como o Santa Cruz: populares, vibrantes e engajados.
Carros de luxo, joias e quadros foram apreendidos na operação Sem Desconto, da Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU), no último 23 de abril. Ao todo, a operação cumpriu 211 mandados de busca e prendeu seis pessoas. As informações são da CNN Brasil.
Os bens são avaliados pela PF em ao menos R$ 40 milhões, que podem voltar aos cofres públicos para ajudar no ressarcimento das vítimas. Um modelo possível para isso é o leilão. Especialistas alertam, no entanto, que esse processo deve ser longo.
“Os bens podem ir a leilão desde que observadas as etapas legais previstas no ordenamento jurídico. O procedimento começa com a apreensão e o bloqueio judicial dos bens durante a investigação [o que já ocorreu]. Com base em indícios de enriquecimento ilícito ou desvio de recursos, a Justiça pode determinar a indisponibilidade de imóveis, veículos, joias, valores em espécie ou qualquer outro bem que possa representar produto ou proveito do crime”, detalha Berlinque Cantelmo, especialista em direito penal.
O advogado explica que, em regra, esses bens permanecem sob custódia até o fim do processo, mas, em casos excepcionais — como quando se trata de bens perecíveis ou de alto custo de manutenção — o juiz pode autorizar sua alienação antecipada, mesmo antes da condenação.
“Uma vez proferida a sentença condenatória com trânsito em julgado, os bens declarados perdidos em favor da União podem ser leiloados em processos públicos, organizados por órgãos como a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), do Ministério da Justiça, ou a Secretaria de Gestão do Patrimônio da União (SPU). O valor arrecadado é destinado, prioritariamente, à recomposição dos danos causados à administração pública”, conta.
Doutor em direito pela Universidade de São Paulo, o procurador Renato Ramalho ressalta que o leilão só é possível ao final do rito processual.
“Essa medida cautelar de bloqueio de valores e apreensão de bens, como ferraris, relógios de luxo e obras de arte, não significa a perda definitiva deles pela entidade ou seus representantes. Assim, não é possível neste momento um leilão desses bens ou o repasse direto dos valores bloqueados para o governo ou para os aposentados prejudicados. Isso apenas pode ocorrer ao final do processo, após todas as fases necessárias para garantir a ampla defesa e o devido processo legal.”
Ramalho conta que essas fases abrangem a análise de provas, realização de audiências, perícias, sentenças de primeiro grau, decisões de segundo grau e, possivelmente, recursos perante as Cortes Superiores, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF).
“A Lei Anticorrupção traz um procedimento mais rápido que o normal, mas ainda assim leva tempo. No mínimo, um ano para haver uma decisão definitiva. A Justiça precisa do seu tempo, para evitar que ocorram novas injustiças”, destaca.
Por Jorge Henrique Cartaxo Lenora Barbo Especial para o Correio Braziliense
O senador e marquês de Paranaguá foi o primeiro a pegar a alça do caixão que chegava ao porto do Rio de Janeiro, vindo de Niterói, numa galeota imperial trazendo o corpo de José Bonifácio de Andrada, no início da noite de 9 de abril de 1838 (ele havia falecido no dia 6 e o seu corpo, embalsamado, seria trasladado três dias depois). Seguindo a reverência de Paranaguá, no mesmo gesto, integraram o cortejo os senadores Luiz José de Oliveira, João Evangelista de Faria e Antônio Francisco Holanda Cavalcanti.
Aguardavam ainda a galeota imperial — que já havia sido saudada pelos navios de guerra e mercantes com suas vergas cruzadas e suas bandeiras a meio pau — algumas centenas de populares e oficiais militares. Uma banda executava peças fúnebres. Em caixão aberto, o corpo de José Bonifácio revestido da insígnia de cavaleiro da Ordem de Cristo, que recebera de dom João VI, passou das mãos dos senadores para a dos representantes da Sociedade Imperial de Medicina. Entre alas da Guarda Nacional, o cortejo seguiu para a Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, onde Bonifácio ficaria exposto até 25 de abril. Sua filha, Gabriela Andrada, o levaria em seguida para Santos, sepultando-o na capela da Igreja Nossa Senhora do Carmo.
Coche mortuário de honra, três descargas de artilharia e infantaria, piquete de Cavalaria, criados da casa imperial perfilados, oradores civis e militares. Então com 13 anos, já Imperador, Pedro II, de uma das janelas do Paço, contemplava aquela cena incomum e grandiosa. A seu modo, também se despedia do tutor, conselheiro maior do seu pai, artífice singular da independência, do Estado e da Nação brasileira que ele acabava de herdar.
José Bonifácio nasceu em Santos, em junho de 1763, numa família rica e aristocrata. Em 1783, com 20 anos, segue para Coimbra, em Portugal, onde estuda matemática, filosofia e inicia seus conhecimentos jurídicos. Amante da pesquisa e sempre atento às grandes mudanças do seu tempo, José Bonifácio percebeu a importância da mineralogia para a revolução industrial em curso.
Em 1787, concluiu seu curso de filosofia natural e em 1788, o de leis. Em 1789, ingressa na Academia das Ciências já com o direito de exercer o magistério e a pesquisa científica. No ano seguinte, já reconhecido pela sua cultura empreendedora e erudição, foi premiado com uma excursão científica, por toda a Europa, quando deveria aprender os melhores conhecimentos de mineralogia, história natural e filosofia.
Foram 10 anos de estudos, pesquisas e convivência científica. Em Paris, onde teria tido encontros e diálogos com Lavoisier, Bonifácio estuda química e mineralogia na Escola Real de Minas. Entre 1790 e 1791, enquanto se torna membro da Sociedade de História Natural e sócio correspondente da Sociedade Filomática de Paris, é espectador dos primeiros passos da Revolução Francesa. Segue para a Saxônia, em Freiberga, onde conheceu e ficou amigo de Alexander von Humboldt (o extraordinário Barão de Humboldt, geógrafo, polímata, naturalista, explorador e defensor do romantismo prussiano). Viaja ainda para a Itália, Suécia, Noruega, Dinamarca, Bélgica, Países Baixos, Hungria, Inglaterra e Escócia.
De volta a Portugal em 1800, intensifica suas pesquisas e vida acadêmica, agora como professor da cátedra de metalurgia, especialmente criada para ele, na Universidade de Coimbra. Convidado de forma frequente, Bonifácio passa a ocupar diversos e importantes cargos públicos em Portugal. Quando o general Jean-Andoche Junot, do exército de Napoleão, ocupou Lisboa, em 1807, José Bonifácio foi um dos delegados de Coimbra destacado para dialogar com o invasor. Na terceira ocupação francesa, em 1810, agora tenente-coronel do exército da Corte, José Bonifácio liderou um batalhão para Peniche, na Estremadura, onde ficou até a retirada do inimigo.
Em 1819, com 56 anos, percebendo a penúria que se abatia sobre Portugal e anunciando sua disposição de conhecer e desbravar os sertões e a natureza do seu país, José Bonifácio volta para o Brasil. Já em Santos, onde seu irmão Martim Francisco era diretor de minas e matas da Capitania de São Paulo, retoma as suas pesquisas mineralógicas. O destino tinha outros planos! Entre 23 de junho de 1821 e 12 de novembro de 1823, o renomado cientista e servidor público exemplar do Império Português, José Bonifácio de Andrada, torna-se o mais destacado construtor e articulador da independência do Brasil. Sua primeira convocação foi para presidir as eleições dos representantes da Província de São Paulo para a elaboração da nova Constituição portuguesa, nos termos da Revolução do Porto que havia convocado dom João de volta à Lisboa.
Para essa delegação, José Bonifácio elabora o seu primeiro grande documento que iria constituir o desenho da Independência do Brasil. Em “Lembranças e Apontamentos”, ele faz constar as prioridades que os representantes de São Paulo deveriam defender nas Cortes de Lisboa. Abolição dos escravos, integração indígena, criação de uma universidade, estabelecimento de um governo-geral Executivo, aumento do número de escolas e a transferência da capital para o interior do País, dentre outras.
As Cortes de Lisboa queriam restabelecer o modelo colonial vigentes anterior a 1808. Bonifácio percebeu o risco do esfacelamento do país, com parte do Brasil se aliando a Lisboa e outra lutando pela independência e o modelo republicano. Sua alternativa seria manter a união com Portugal, dentro de um sistema de Reino Unido, com uma estrutura jurídica e legal para o Brasil seguida das necessárias adequações econômicas e administrativas, respeitados os devidos direitos políticos e civis para os brasileiros.
Lisboa exigia o retorno de dom Pedro para Portugal e cada província brasileira, de forma independente, subordinada à Corte portuguesa. Em 9 de janeiro de 1822, dom Pedro decide permanecer no Brasil. No dia 17 nomeia José Bonifácio, agora com 60 anos, seu ministro e secretário de Estados e dos Negócios do Reino. Em 3 de junho de 1822, diante das continuadas pressões de Portugal e a crescente tensão interna — sobretudo em São Paulo, Minas, Pernambuco, Bahia, Maranhão e Pará — Bonifácio fez prevalecer a ideia da convocação de uma Assembleia Geral Constituinte e Legislativa.
A urgência da independência, ponderada e adiada por Bonifácio e até pelo próprio dom Pedro, se deu quando novas ordens de Lisboa pediram a prisão de José Bonifácio e retiraram os poderes de dom Pedro como príncipe regente. Retornando de Santos, em 7 de setembro de 1822, ao ser informado das novas exigências da Corte, declarou a Independência.
Em maio de 1823, teve início os trabalhos da Assembleia Constituinte. Em setembro daquele mesmo ano, o novo texto constitucional, liberal e reconhecendo os poderes executivos do Imperador, foi apresentado aos parlamentares. Entretanto, em Portugal, dom João havia recuperado seus poderes absolutistas esvaziando os poderes das Cortes. A repercussão no Brasil foi imediata.
Ainda não exatamente pacificado internamente, crescem as ameaças à liderança de José Bonifácio reaproximando dom Pedro dos militares, do partido português, das forças contrárias às expectativas de civilizar os índios, abolir a escravidão, acabar com o tráfico de escravos, criar escolas e universidades.
A Assembleia Constituinte acabou dissolvida, José Bonifácio preso em novembro de 1823 e levado para a Fortaleza da Laje. Em seguida, o exílio de seis anos na França. Em 1829, ele volta ao Brasil. Em 1931, com a abdicação de dom Pedro I, José Bonifácio é nomeado tutor do futuro Pedro II. Em 1833, o velho Andrada é novamente destituído, agora da tutoria do jovem príncipe. Seu destino é a prisão domiciliar na Ilha de Paquetá. Sua importância histórica permanecerá, sua inserção política não!
Diante da previsão de chuvas intensas para os próximos dias, prefeitos da Região Metropolitana do Recife (RMR) e da Zona da Mata participaram, ontem, de uma reunião remota com a vice-governadora Priscila Krause. A articulação ocorre em meio à preocupação com possíveis alagamentos e deslizamentos em áreas de risco, cenário recorrente durante a quadra chuvosa em Pernambuco. Segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), o tempo deve seguir instável até pelo menos a próxima terça-feira, com pancadas de intensidade moderada a forte.
Durante o encontro, representantes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar detalharam os protocolos de prevenção e responderam a questionamentos dos gestores municipais. “Reforçamos as recomendações para que a população permaneça em segurança, sobretudo em áreas suscetíveis a deslizamentos e alagamentos”, afirmou a vice-governadora. Participaram da reunião prefeitos como Mano Medeiros (Jaboatão dos Guararapes), Ramos (Paulista), Elcione (Igarassu), Edmilson Cupertino (Moreno), Diego Cabral (Camaragibe), Mary Gouveia (Escada), Márcia Barreto (Joaquim Nabuco), Carlinhos da Pedreira (Barreiros), entre outros.
As autoridades também discutiram a situação de barragens e outras estruturas que integram o sistema de contenção de cheias. O secretário de Recursos Hídricos, Almir Cirilo, destacou que “a conclusão de Panelas II deve amenizar os efeitos na Mata Sul” e apontou que o nível ainda baixo da Barragem de Serro Azul permite maior retenção das águas. Segundo ele, os rios da região estão sendo monitorados com atualizações a cada 15 minutos.
Alguns gestores municipais reforçaram a importância da articulação com o governo estadual. “A antecipação das ações possibilita uma resposta mais rápida, e isso, nesse momento, pode salvar vidas”, disse a prefeita de Olinda, Mirella Almeida. Já o prefeito de Xexéu, Thiago de Miel, avaliou o acompanhamento como “essencial para que as prefeituras possam fazer um melhor atendimento às pessoas que mais precisam”.
Além das ações emergenciais, o governo destacou obras em andamento, como a conclusão do sistema de drenagem do Canal do Fragoso, em Olinda, e intervenções de contenção de encostas em Jardim Monte Verde, no Jaboatão dos Guararapes, que avançaram mais de 30%.
O prefeito de Camaragibe, Diego Cabral (Republicanos), reforçou sua aproximação com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), ontem, durante a sexta noite de comemorações pelos 43 anos de emancipação da cidade.
Silvio Costa Filho destacou o desempenho do prefeito à frente da gestão municipal. “Diego tem feito um trabalho exemplar desde que assumiu a gestão municipal, em vários setores, como o cultural. O carnaval e o aniversário de Camaragibe são provas disso. Agora, é a cidade do trabalho, respira desenvolvimento e vai crescer muito mais com emprego e renda, recebendo grandes eventos e melhorando a vida das pessoas. E vamos ajudá-lo nessa mudança de patamar”, afirmou o ministro.
A noite, embalada pelo show da cantora Raphaela Santos, também contou com a presença de aliados estratégicos como a vice-prefeita Comandante Débora, a ex-prefeita Dra. Nadegi Queiroz, o deputado estadual João de Nadegi (PV) e a vereadora recifense Flávia (PV).
Enquanto a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) emite um alerta para chuvas fortes no Litoral, Agreste, Zona da Mata Norte e Zona da Mata Sul, o Governo de Pernambuco surpreendeu ao anunciar o fechamento temporário da UPA de Engenho Velho, localizada em Jaboatão dos Guararapes, uma das áreas mais vulneráveis da Região Metropolitana do Recife. A medida, anunciada ontem, ocorre justamente quando o alerta climático indica risco elevado de enchentes e deslizamentos.
Segundo o comunicado, a unidade será fechada para “readequações estruturais”. No entanto, a decisão escancara a falta de planejamento e de sensibilidade da governadora Raquel Lyra (PSD) com a população que depende do sistema público de saúde. Com as chuvas intensas previstas para os próximos dias, o atendimento de emergência se torna ainda mais crucial.
Além de suspender os atendimentos, o Governo do Estado não apresentou qualquer plano alternativo para redirecionar os pacientes que possam vir a precisar de assistência na UPA de Engenho Velho. Não houve anúncio de redirecionamento para outras unidades, nem reforço nas emergências dos hospitais da região. O resultado é o abandono da população à própria sorte, em meio a um cenário de risco climático e aumento de doenças sazonais. A única ação concreta da gestão de Raquel Lyra foi fechar as portas da UPA.
Ao invés de fortalecer a rede pública para enfrentar um cenário de crise, o Governo optou por retirar um serviço essencial. E, mais uma vez, quem paga a conta é o povo.
O Brasil registrou, em 2024, o maior número de pessoas desabrigadas e desalojadas por desastres climáticos desde o início da série histórica, em 1991: 1,13 milhão de brasileiros tiveram que deixar suas casas em razão de eventos extremos como chuvas intensas, estiagens e secas.
Os dados são do Atlas Digital de Desastres no Brasil, produzido pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), e foram obtidos com exclusividade pela Globonews.
O número se refere a pessoas que, em algum momento do ano, estiveram desabrigadas ou desalojadas; não necessariamente que permanecem nessa condição atualmente.
A quantidade de mortos também aumentou. Foram 306 óbitos registrados em 2024, um crescimento de 58% em relação a 2023, quando houve 193 mortes. Trata-se do maior número desde 2022, ano em que 650 pessoas perderam a vida em decorrência de eventos climáticos.
Outro dado inédito do levantamento aponta que 299 mil pessoas ficaram feridas ou adoeceram em consequência direta de desastres ambientais no último ano.
Entre os municípios com mais vítimas fatais estão:
Canoas (RS), com 31 óbitos;
Mimoso do Sul (ES), com 18;
e Aguiarnópolis (TO), com 17.
A cidade com maior número de mortos, Canoas, estava no epicentro das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024.
Segundo o relatório, 79% das mortes foram causadas por chuvas intensas, o tipo de desastre mais letal e também o segundo mais recorrente em 2024, com 1.265 ocorrências.
Os desastres mais frequentes foram estiagens e secas, com 1.279 episódios no ano.
A visita do ministro do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias (PT), a Pernambuco na última sexta-feira (16), reforçou a relação republicana do governo federal com o estado, independentemente de partidos. No Recife, Dias lançou o programa Acredita no Primeiro Passo, voltado para o desenvolvimento profissional.
A iniciativa receberá, ao todo, R$ 90 milhões para fomentar ações em todo o estado. O recurso faz parte do pacote de R$ 17 bilhões que estão sendo investidos pelo Ministério, de janeiro a dezembro deste ano, só em Pernambuco.
O gestor federal participou de evento com o prefeito do Recife, João Campos (PSB), pela manhã, no Teatro de Santa Isabel, e à tarde esteve no Palácio do Campo das Princesas, em solenidade com a governadora em exercício, Priscila Krause (PSD). Em eventos separados, os gestores municipal e estadual aderiram ao programa Acredita no Primeiro Passo.
Durante as agendas, Wellington Dias anunciou que serão liberados de imediato R$ 3 milhões para o início do programa no estado. Ele também afirmou que deseja fazer do Recife uma referência nacional no combate à fome e à desigualdade.
“Queremos colocar o SUAS, o Sistema de Assistência Social, num caminho que seja referência para o Brasil”, destacou o ministro.
O novo programa é voltado para a capacitação profissional, o acesso ao emprego e apoio ao empreendedorismo com oferta de microcrédito e cursos de formação.
Priscila Krause comemorou a criação da política pública, destacando que os recursos vão reforçar iniciativas de desenvolvimento social do governo estadual que já estão em andamento. Já João Campos enfatizou a transversalidade das ações e a parceria com o governo federal como um dos fatores que garantem o sucesso das políticas públicas de desenvolvimento social.
Miguel de Cervantes, da obra prima Dom Quixote, disse, certa vez, que a perseverança é a mãe da boa sorte. Mas o que é sorte? Segundo o Google, sorte é uma força sem propósito, imprevisível e incontrolável. “Quem tem amor na vida, tem sorte”, diz um trecho de uma canção de Zé Ramalho. “Tem sorte quem acredita nela”, ensina outra melodia, esta de Fernando Mendes, que ouvia quando adolescente em minha Afogados da Ingazeira.
“Minha sorte está lançada”, diz um poeminha de Vinicius de Moraes, o maior de todos que se ousam a ser poetas. Já li que a sorte bate em cada porta uma vez na vida. A palavra sorte foi usada também por gênios. Estadista britânico, Winston Churchill disse que a sorte não existe. “Aquilo a que chamamos sorte é o cuidado com os pormenores”, sentenciou.
Albert Camus, escritor, filósofo, dramaturgo e ensaísta franco-argelino, nos ensinou que não ser amado é falta de sorte. “Mas não amar é a própria infelicidade”, advertiu. “A sorte sorri aos fortes”, declarou Terêncio, dramaturgo e poeta da Velha Roma. O jornalista americano Earl Wilson escreveu que sucesso é apenas uma questão de sorte. “Pergunte a qualquer fracassado”, provocou.
Relendo “O Príncipe”, de Maquiavel, a “bíblia” de todo político, descobri que a sorte é feminina e para dominá-la é preciso saber flertar e seduzi-la. Também é reconhecido que ela se deixa seduzir mais pelos amantes ousados do que por aqueles que procedem com cautela e frieza. E ensina: “A sorte, como a mulher, é sempre mais amiga dos jovens, porque são menos cautelosos, mais ousados e impulsivos e a dominam com maior audácia e voracidade”.
E continua a ensinar: “O príncipe cauteloso, no momento em que é necessário ser impulsivo, não consegue sê-lo e por isso fracassa. Se mudasse de natureza, conforme as exigências do tempo e das coisas, não fracassaria e, assim, sua sorte não mudaria”.
Nos dias atuais, as circunstâncias mudam num piscar de olhos. Se apegar demais às conquistas e estratégias do passado, pode ocorrer um tremendo risco de ser excluído do jogo a qualquer momento. Grandes líderes que se perpetuaram na política muitas vezes não dependeram dos seus talentos, mas da sorte. “Não há fórmula mágica para o sucesso. Ideias, regras e princípios servem apenas como ferramentas, mas se não aparecer a sorte, não servem para nada”, escreveu Maquiavel.
Estudos apontam que entre 85% e 90% do que nos acontece foge completamente do nosso domínio. “Ao nascer, por exemplo, você não teve controle sobre quem seriam seus pais, o ano e o lugar em que nasceu. Se seus pais foram ou são bons, você é uma pessoa de sorte”, segundo Maquiavel. “Aquilo que conhecemos como sorte depende muito da habilidade de combinar com o nosso modo de agir com o que é exigido pelas particularidades de cada momento.
Pense assim, como ensinou Maquiavel: “Aquele que observar as particularidades do momento, e souber agir de acordo, será beneficiado por elas. Aquele que não as observar encontrará enormes problemas e será visto como desprovido de sorte. Por isso, acredito que será feliz aquele que combinar seu modo de agir com as particularidades do momento. E infeliz aquele cujas ações delas divirjam”.
Maquiavel nos ensina ainda que as pessoas sempre buscam o poder, a glória e a riqueza. “Algumas agem com precaução, outras com impetuosidade. Umas optam pela violência, outras pela astúcia. Algumas escolhem a paciência, outras a agitação, e assim por diante. E cada uma pode, a partir destes diversos modos, alcançar seus objetivos, desde que considerem ou não ignorem o fator sorte”.
Diante de tanta riqueza de ensinamentos, não reclame do barulho quando a sorte lhe bater à porta. “Com sorte, você atravessa o mundo, sem sorte você não atravessa a rua”, segundo o conceito do genial Nelson Rodrigues.
Conheça as picapes que menos se desvalorizaram no primeiro ano de uso
A Mobiauto, portal de vendas de veículos usados do Brasil, realizou uma pesquisa em sua base de dados e elencou quais as dez picapes que menos desvalorizaram no último ano. O destaque do levantamento foi a Nissan Frontier, que apresentou depreciação média de apenas -0,32% entre abril de 2024, quando era zero quilômetro, e abril de 2025, como modelo seminovo.
O índice de desvalorização da Nissan Frontier ficou abaixo da média apresentada pela Toyota Hilux, líder do segmento de picapes médias no mercado brasileiro, que foi de -3,11%. Outro modelo que perdeu pouco valor no primeiro ano de uso, a Effa V22 registrou a segunda menor desvalorização durante o período analisado (-0,56%).
Entre as picapes intermediárias, a Chevrolet Montana registrou a menor depreciação (-3,86%), seguida pela Ram Rampage (-6,69%) e Renault Oroch (-9,79%). A General Motors também foi destaque no segmento de picapes grandes. A Chevrolet Silverado teve desvalorização média de -5,31%, índice inferior ao das Ram 2500 (-5,60%) e 3500 (-8,52%). Confira a lista abaixo:
Vem aí o novo Jeep Avenger – Agora é oficial: o Jeep Avenger será fabricado no Brasil a partir de 2026. Só não se sabe se no Polo da marca em Goiana, Pernambuco, ou em outra unidade — como a fábrica de Betim e, com mais chances, a de Porto Real, no Rio, onde são montados os modelos Citroën (C3, C3 Aircross e Basalt) e que tem mais capacidade disponível. O ano de 2025 é especial para a Jeep no Brasil. A marca celebra uma década de produção nacional, com mais de 1 milhão de SUVs vendidos desde 2015. Um marco que se soma à rica trajetória no país, iniciada no final dos anos 40.
O quarto modelo nacional da Jeep ingressará na linha como opção de entrada. Ele foi lançado na Europa há dois anos com motorização híbrida e elétrica e tem plataforma diferente das da Peugeot e da própria Jeep em Goiana. Lá, com isso, o foco será para a nova geração do Renegade — que crescerá e ficará mais refinado e, certamente, mais caro. O Avenger deverá ter uma motorização híbrida, a chamada leve, com sistema de 48V. Seria a segunda opção do programa de eletrificação Bio-Hybrid da produção brasileira da Stellantis e que contempla hibridização leve, já presente nos Fiat Pulse e Fastback, além de versões plug-in e totalmente elétrica, as duas últimas ainda a serem adotadas mais para frente.
Série do Renegade marca 10 anos da Jeep – A marca norte-americana do grupo Stellantis já produziu mais de 1,3 milhão de veículos (Renegade, Compass e Commander) no Polo Automotivo de Goiana, em Pernambuco, em dez anos de atuação. O menor deles, o SUV Renegade, foi o pioneiro. Por isso, a empresa o escolheu como símbolo do 10º aniversário da planta inaugurada em maio de 2015. A Jeep é dona 6,5% no segmento de automóveis e deve muito ao Renegade, que já acumula mais de 530 mil licenciamentos.
A série especial Renegade 10 anos tem numeração sequencial e somente 1.010 unidades, número proposital e que faz referência à primeira década de Goiana e do renascimento da Jeep como marca de produção nacional. Cada uma das mais de mil unidades terá sua numeração única exibida em logotipo aplicado no painel. Visualmente, o Renegade Série Especial 10 anos pode ser identificado pelas rodas pretas de 17” e referências ao aniversário em adesivos de capô e na coluna C, bordados no banco e até nas soleiras das portas. Baseada na versão topo de gama Willys, custa R$ 185.990 e conta ainda com tração 4×4, pneus ATR+, central multimídia de 8.4” com espelhamento sem fio, quadro de instrumentos digital, ar-condicionado automático de duas zonas, seis airbags, teto solar e sistemas de condução semiautônoma.
Mitsubishi traz nova geração do Outlander – A Mitsubishi Motors apresentou no começo da semana a nova geração de um dos mais relevantes SUVs da marca: o Outlander. O modelo chega ao mercado brasileiro em duas versões, ambas com tecnologia híbrida plug-in. A Mitsubishi diz que essa quarta geração é o SUV mais luxuoso e tecnológico já produzido em toda a história da marca. Ele tem capacidade para transportar até sete passageiros. A HPE-S custa R$ 375 mil e a Signature R$ 390 mil — e ambas têm garantia total de cinco anos e bateria de alta tensão com garantia total de oito anos. Com tração integral nas quatro rodas e sete modos de condução para todos os tipos de terreno, o modelo é equipado com dois motores elétricos e um à combustão que, somados, geram 252CV de potência e 45,9kgfm de torque – com autonomia combinada estimada em 680 quilômetros.
Ranger Black para assinatura na Ford Go – A nova picape urbana pode ser assinada por um valor fixo mensal a partir de R$ 5.427, no plano com 1.000 km/mês e duração de 36 meses. Há também planos com 12 ou 24 meses e rodagem de até 5.000 km por mês. Na assinatura o cliente não precisa se preocupar com investimento inicial, IPVA, documentação, manutenção, seguro e negociação do veículo usado. Além de outras versões da Ranger, incluindo a XLS 2.0, XLT 3.0 V6, Limited e Limited +, o Ford Go oferece a Transit nas versões Minibus, Furgão e Chassi.
Juros altos, financiamento baixo – As vendas financiadas de veículos recuaram 7,2% em abril, quando comparadas ao mesmo mês do ano passado. A queda foi ainda maior no segmento de automóveis e comerciais leves, da ordem de 8,9%. “A queda ocorre em meio a um cenário econômico desafiador e reflete o impacto das altas taxas de juros”, analisa Daniel Takatohi, superintendente de Produtos de Financiamentos na B3. Em números absolutos, até houve alta de 3% em abril com relação a março, mas apenas um reflexo do maior número de dias úteis no mês. Segundo Takatohi, a média diária do mês passado foi menor do que a do mês anterior, assim como também é negativo o balanço do acumulado do ano. Foram 2.245.000 unidades financiadas no primeiro quadrimestre, redução de 1,1% sobre idêntico período de 2024 e o equivalente a 25 mil unidades a menos nos negócios a prazo.
S 1000 RR em pré-venda – A moto esportiva BMW S 1000 RR já está em pré-venda no Brasil como modelo 2026. Mais potente da Motorrad produzida no país, o modelo tem novidades estéticas e mecânicas e é o segundo lançamento da marca no país este ano. E novos modelos chegarão em breve. Visualmente, o modelo parece uma moto de corrida apta para andar nas ruas. Os difusores de ar na dianteira ajudam na aerodinâmica em altas velocidades e proporcionam mais estabilidade em trechos sinuosos e em circuitos. As novas asas a deixam ainda mais esportiva e proporcionam até 37% de downforce a mais do que a antecessora. Disponível em três versões (RR, M Package e M Carbon), a nova S 1000 RR vem recheada de equipamentos de série. A moto é equipada com motor de quatro cilindros com 210 cv de potência e 11.5kgfm de torque. A transmissão é de seis velocidades, com potência e torque de forma uniforme e linear.
Versões e preços:
S 1000 RR Preta – R$ 139.900
S 1000 RR Cinza – R$ 141.900
S 1000 RR M Package – R$ 158.900
S 1000 RR M Carbon – R$ 178.900
Crossover DL 160 a R$ 21.470 – A Haojue, representada pelo Grupo JTZ no Brasil, lançou a crossover DL 160. A novidade já está disponível nas concessionárias da marca e parte de R$ 21.470, sem frete. O modelo é equipado com motor monocilíndrico de 162,4 cm³ capaz de gerar 14,9 cv e 1,4kgfm de torque. O propulsor é refrigerado a ar, com câmbio sequencial de cinco marchas. A DL 160 oferece uma progressividade satisfatória, sobretudo para o uso urbano, aproveitando uma segunda marcha mais curta. Vem equipada com painel digital (com indicador de marcha), entrada USB, cavalete central e farol e lanterna de LED.
As novidades da Bajaj nas linhas 160 e 200cc – A Bajaj acaba de apresentar novidades em seus modelos 160 cc e 200 cc 2025/2026. A começar pelo nome, os dois modelos ganham a sigla NS (naked sport), denominação já utilizada pela marca em outros mercados, passando a se chamar Dominar NS 160 e Dominar NS 200. Ambas ganharam painel digital completo, com conectividade via bluetooth e acesso ao novo App Bajaj Ride Connect — que garante diversas funcionalidades, inclusive de navegação. O aplicativo se conecta ao painel digital da moto, possibilitando acesso a chamadas, músicas, notificações e navegação curva-a-curva na tela. Além disso, o novo equipamento traz conta-giros, indicador de marcha, indicador de combustível, relógio e computador de bordo com consumo médio e instantâneo, entre outras funções. A NS 160 tem preço a partir de R$ 17.900; NS 200, a partir de R$ 20.900.
O que pesa mais no bolso: comprar ou alugar um carro? – O conceito de carro por assinatura tem se tornado cada vez mais popular. A ideia é parecida com o aluguel de uma casa. Você faz um contrato geralmente de 3 anos pagando um valor por mês para usar o carro, com tudo pago (exceto gasolina). Isso significa que você não precisa pagar IPVA, manutenção, seguro, revisão e outros gastos que a maioria dos proprietários de veículos tem. A vantagem desse serviço é que você não precisa se preocupar com muitas coisas e ter um carro sempre com cheiro de novo. Além de não pensar na revenda do veículo depois de usado.
Mas isso tem um preço. Veja estudo de Antônio Sanches, analista de research da Rico, compara os custos das duas opções usando um modelo de R$ 73 mil.
Pelas minhas pesquisas em diversas locadoras de carros e até mesmo marcas de carros que possuem a assinatura, o custo anual atualmente está em torno de 30% a 35% do valor do mesmo carro zero. Em outras palavras, um contrato de 3 anos de assinatura será aproximadamente o preço de comprar o carro na concessionária.
Então, não faz mais sentido comprar um carro?
Vamos detalhar mais essa análise. Quando compramos um carro, é importante lembrar todos os custos que podemos ter ao longo do tempo, que no caso da assinatura estão embutidos no serviço.
Digamos que você compre um carro zero de aproximadamente R$ 72.990, preço aproximado de um carro popular zero no Brasil. Vamos colocar na ponta do lápis alguns custos que você terá com essa aquisição.
IPVA
R$ 2.920
Revisão
R$ 3.932
Seguro
R$ 3.066
Licenciamento, emplacamento, cartório e despachante
R$ 820
Total
R$ 10.738
IPVA de 4% do veículo; Fonte dos custos https://www.carrosnaweb.com.br/ para Fiat Mobi 1.0
Considerando os custos para os próximos anos, com a retirada de custos de aquisição, reduzindo o valor de IPVA e seguro (conforme ocorre a desvalorização do veículo) temos os seguinte valores:
Custo por ano
1º ano
R$ 10.738,00
2º ano
R$ 9.259,54
3º ano
R$ 8.886,61
Total nos primeiros 3 anos
R$ 28.884,15
Para chegar a esses valores, consideramos a desvalorização do veículo de 11% no primeiro ano e mais 7% para os próximos anos. Esse dado pode variar de modelo para modelo e é importante pesquisar sobre o pós venda de seu veículo para não ter surpresas na hora da revenda.
Valor do carro
Ato da compra
R$ 72.990,00
1º ano
R$ 64.961,10
2º ano
R$ 60.413,82
3º ano
R$ 56.184,86
Assim, com a aquisição do carro você teria o seguinte fluxo de caixa (gastos e ganhos) resumido desta forma:
Movimentações
Saldo em conta
R$ 72.990,00
Compra do carro
– R$ 72.990,00
Custo dos 3 anos
– R$ 28.884,15
Revenda do carro
+ R$ 56.184,86
Resultado
R$ 27.300,71
E se eu investir meu dinheiro nesse período?
Outro cálculo válido é considerar quanto você teria de rendimento se mantivesse o valor da compra do carro aplicado nesse período.
Assim, supondo você encontre um investimento (ou uma carteira) que pague em torno de 12% ao ano (líquido ou isento de imposto) pelos próximos 3 anos, você teria um rendimento que ajudaria no pagamento mensal das parcelas de uma assinatura.
Portanto, considerando a assinatura de um carro de R$72.990,00, em 36 meses de parcelas de R$1.900,00 (corrigidas anualmente pela inflação hipotética de 5% ao ano), o resultado para período seria o seguinte:
Mês
Saldo
Rendimento
Assinatura
Final
1
R$ 72.990,00
R$ 692,59
R$ 1.900,00
R$ 71.782,59
2
R$ 71.782,59
R$ 681,13
R$ 1.900,00
R$ 70.563,72
3
R$ 70.563,72
R$ 669,56
R$ 1.900,00
R$ 69.333,28
4
R$ 69.333,28
R$ 657,89
R$ 1.900,00
R$ 68.091,17
5
R$ 68.091,17
R$ 646,10
R$ 1.900,00
R$ 66.837,27
6
R$ 66.837,27
R$ 634,21
R$ 1.900,00
R$ 65.571,48
…
…
…
…
…
33
R$ 25.185,36
R$ 238,98
R$ 2.094,75
R$ 23.329,59
34
R$ 23.329,59
R$ 221,37
R$ 2.094,75
R$ 21.456,21
35
R$ 21.456,21
R$ 203,59
R$ 2.094,75
R$ 19.565,05
36
R$ 19.565,05
R$ 185,65
R$ 2.094,75
R$ 17.655,95
Com esse resultado, ao final dos 36 meses, o saldo fica positivo em R$ 17.655,95. Desta forma, podemos perceber que o valor fica abaixo em relação aos custos da compra do carro.
Comprar um carro ou assinar?
Colocando as comparações lado a lado, a diferença entre você assinar um carro (deixando seu dinheiro render) ou comprar um carro zero seria a seguinte:
Opções
Saldo Final
Assinatura
R$ 17.655,95
Compra à vista
R$ 27.300,71
Em nossa simulação, quem compra o carro à vista leva uma vantagem em relação àquele que opta por alugar o veículo. Porém, o resultado pode ser diferente se algumas variáveis como o preço da revenda, preço do serviço de assinatura, inflação ou o rendimento dos investimentos for diferente de nossa simulação.
Vale reforçar que os planos de assinatura de carros podem sofrer alterações de forma recorrente, pois é impactado por alguns fatores, como custos de manutenção do veículo e inflação. Se comparado aos preços do final de 2024, houve uma leve redução nos planos de assinatura.
Por isso, vale destacar que acompanhar os preços e fazer comparação em diferentes empresas que oferecem o serviço é fundamental na hora de se planejar para fazer este investimento.
E se você não tiver dinheiro para investir, vale financiar?
Agora, caso a pessoa não possua o valor para o investimento ou compra à vista do veículo, optar por um financiamento do mesmo carro simulado anteriormente, ainda pode ser uma opção mais vantajosa do que o aluguel, mesmo com a queda nos planos de assinatura. Veja abaixo:
Alugando sem investir
Financiando* (juros de 1,97% ao mês)
custo 1º ano
– R$ 22.800,00
-R$ 53.096,62
custo 2º ano
– R$ 23.940,00
-R$ 39.141,00
custo 3º ano
– R$ 25.137,00
-R$ 33.590,91
ganho no período
R$ 56.184,86 **
– R$ 71.877,00
– R$ 69.643,66
*valor da compra do carro, entrada de 10% e os custos anuais.
**valor hipotético da revenda
Pontos que são importantes ressaltar:
Os custos utilizados nesses cálculos podem variar bastante. O custo de seguro pode variar de acordo com o seu perfil, o custo de manutenção pode ser mais alto caso aconteçam imprevistos e a desvalorização do seu veículo pode ser maior ou menor que as utilizadas nesse exemplo. Esse texto serve para ilustrar como você pode fazer esse cálculo para não esquecer de nada na hora de fechar um negócio, seja com uma locadora de carros ou com uma concessionária na compra do seu carro zero.
Comparando banana com banana. Nesse exemplo, não seria justo comparar um carro zero com um carro usado, em que a desvalorização pesa menos nos cálculos. Além disso, existem pessoas que vivem bem sem seguro no seu carro, que é um dos principais custos de possuir um carro. Como a assinatura oferece esse serviço, não seria justo deixar esse custo de fora.
12% líquido ao ano. Com a taxa de juros atual, não está sendo muito difícil encontrar um investimento com essa rentabilidade atualmente. Inclusive, na nossa recomendação de renda fixa desse mês, você encontra um investimento bem próximo a essa rentabilidade. Entretanto, isso pode mudar quando a taxa de juros voltar a cair, mudando bastante a rentabilidade que você pode ter com seus investimentos em renda fixa (recomendados para o curto prazo).
Financiamento de 1,97% ao mês. A taxa utilizada para o cálculo do financiamento foi a média encontrada dos últimos 12 meses para financiamento veicular, segundo o Banco Central.
Franquia de km? Quase todas as locadoras limitam uma franquia de quilômetros. Essa franquia é um limite que você pode usar o veículo sem pagar um adicional. No geral, elas são de 36.000km para os 3 anos de uso. Isso evita que um cliente use muito o carro, aumentando o custo de manutenção, além da desvalorização do carro. O valor pode aumentar um pouco caso você contrate uma franquia maior, mas acredito ser uma utilização normal para a média das pessoas.
Faça as contas! É importante você realizar esse exercício para a sua própria realidade. Caso você utilize muito pouco o carro, talvez faça sentido o aluguel de carro por curtos períodos ou até mesmo usar aplicativos de táxi/carona quando possível.
Uma outra opção (caso você esteja pensando em investir mais, mas sem abrir mão de um carro) é fazer um “downgrade” do seu carro atual. Trocar seu carro por um mais barato pode te ajudar bastante a melhorar sua vida financeira para ter mais tranquilidade no futuro.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.