A briga entre as torcidas de Fortaleza e Ceará antes do clássico no último sábado (8) fez com que 86 pessoas fossem presas pelas forças de segurança do Estado. No total, 116 pessoas que estiveram envolvidas no conflito foram enviadas para unidades da Polícia Civil.
Destes, 109 foram para a Delegacia de Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e outros sete foram encaminhados para o 13º Distrito Policial. Dos que foram para a Draco, 82 adultos foram autuados no âmbito da Lei Geral do Esporte, por lesão corporal dolosa, associação criminosa, resistência, desobediência e corrupção de menores.
Os outros 27 eram menores de idade. Posteriormente, foram encaminhados para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) e tiveram atos infracionais registrados pelos mesmos crimes. Já no 13º Distrito Policial, três pessoas foram ouvidas e liberadas por, no momento, não haver indícios da participação delas nos crimes.
Outros quatro suspeitos foram autuados.Três pessoas que estavam com mandado de prisão em aberto por crimes de homicídio, roubo e lesão corporal grave foram capturadas e conduzidas para unidades policiais, onde foram realizados os procedimentos cabíveis. Ainda houve a prisão de um presidente de torcida organizada que estava com uma ordem de prisão preventiva em aberto. A captura aconteceu no Porto das Dunas, no município de Aquiraz. Além do cumprimento de mandado, ele também foi preso em flagrante por uso de documento falso.
Na manhã de hoje, o prefeito de São José do Egito, Fredson Brito, participou de um café da manhã especial com os servidores da infraestrutura do distrito de Riacho do Meio. O encontro foi uma demonstração de reconhecimento e valorização dos trabalhadores que diariamente se dedicam à limpeza das ruas e ao cuidado com o saneamento, garantindo um ambiente mais digno para a população. “São esses homens e mulheres que mantêm Riacho do Meio limpo e organizada. O mínimo que podemos fazer é reconhecer e valorizar esse trabalho, garantindo melhores condições e um ambiente de respeito”, afirmou Fredson Brito.
O Hospital Memorial Arcoverde, em Arcoverde, a 250 km do Recife, está passando por uma ampla reforma e um plus em equipamentos. Em pouco tempo, os novos investimentos farão com que passe a ser uma unidade de saúde referência no Interior, um dos melhores, mais modernos e equipados do Estado.
O médico Joaquim Lucena, diretor-presidente do centro hospitalar, confirmou, há pouco, que já recebeu um ultramoderno aparelho de ressonância magnética, conquista que se soma às reformas de ampliação da estrutura física, tudo para o melhor atendimento e conforto dos pacientes.
Ainda este ano, o Memorial Arcoverde começará a realizar cirurgias de cateterismo cardíaco. Com o projeto de reforma finalizado, a direção do hospital espera abrir mais de 120 vagas de empregos diretos. Entre as reformas e ampliações já anunciadas, se destacam o aumento de vagas de UTI e os novos leitos de oncologia. Ao todo, serão criados mais 40 leitos disponíveis.
A expansão física e dos serviços no Hospital Memorial Arcoverde conta com o apoio do Governo Federal, através do BNB. Joaquim quer ampliar também parcerias com o município e, neste sentido, já esteve com o prefeito Zeca Cavalcanti, que, segundo ele, revelou entusiasmado com o projeto, manifestando disposição para ajudar no que for possível e necessário.
Os ganhadores do Prêmio Nobel de Economia em 2024, Daron Acemoglu e Simon Johson, em seu último livro (“Power and Progress”), alertam-nos sobre os descaminhos das tecnologias digitais. Eles mostram que a concentração atual de poderes é ainda maior do que a de outros períodos históricos. Como o dos magnatas das grandes inovações do final do Século XIX e início do XX.
Era o tempo em que os barões das ferrovias (Vanderbilt), do aço (Carnegie), do petróleo (Rockfeller), das finanças (JP Morgan) e dos automóveis (Ford) concentravam poder e nada partilhavam. Foi a reação organizada do movimento progressista que forçou alguma distribuição de ganhos. Com o “New Deal” de Roosevelt e a pressão dos movimentos sindicais, vieram os chamados “anos gloriosos” do pós-guerra. Crescimento econômico com alguma partilha dos ganhos de produtividade.
A partir dos anos 80 essa tendência de alguma prosperidade compartilhada começou a ser revertida. Com as tecnologias digitais, a humanidade está vivendo a sua era de maior concentração de poderes da história. Os donos das plataformas digitais desenvolveram um modelo de negócios que se baseia na captura massiva de dados sobre os usuários, seus hábitos e preferências. Isso é impulsionado pela organização dos algoritmos na direção do que mais atrai audiência: as mensagens sensacionalistas, mentirosas ou de ódio. Para, assim, para monetizar os anúncios segmentados a partir da imensa massa de dados coletados. Isso leva a uma opção por uma obsessiva automação que, substituindo os trabalhadores e aumentando a vigilância sobre eles, acaba por excluir as pessoas comuns da imensa prosperidade gerada pelas inovações tecnológicas.
A massiva concentração de informações e poder pelas tech giants acaba por ameaçar o próprio funcionamento democrático da sociedade. No início, houve uma ilusão de que as disrupções digitais iriam ampliar o acesso ao debate e à esfera pública. Mas, como mostram Acemoglu (e Harari em Nexus), isso se revelou uma ilusão. Essa visão ingênua foi desmentida pelo modelo de negócios que prevaleceu nas grandes corporações digitais. Um modelo que, ao invés de se basear na complementariedade entre humanos e máquinas (“machine usefulness”, na expressão dos autores), preferiu tentar substituir os primeiros. Criando uma sociedade de dois níveis, com os segmentos incluídos se constituindo numa minoria protegida até mesmo dos eventos climáticos extremos. E uma maioria excluída, redundante e sem partilhar dos benefícios do progresso tecnológico. Preferiu-se tentar substituir as pessoas, mesmo quando os ganhos de produtividade não fossem relevantes. Prevaleceram os impulsos antidemocráticos, de concentração de poderes e lucros.
Os autores argumentam que a evolução das tecnologias digitais não precisaria seguir a direção que tomou. Um modelo alternativo de direção tecnológica seria factível. Às vezes acusados de ingênuos, Acemoglu e Johnson, com análises bem fundamentadas, argumentam ser possível experimentar tecnologias digitais e de IA que não se baseiem na atual obsessão por coleta massiva de dados, automação substitutiva dos humanos, anúncios segmentados e vigilância excessiva. Mostram que tornar redundantes os humanos podem não ser um objetivo desejável. Que se pode tentar tecnologias socialmente benéficas. E que uma prosperidade melhor compartilhada pode ser possível. Como já ocorreu em outros momentos históricos. Para esse novo modelo, lembram que a tríplice estratégia seguida nos anos gloriosos do pós-guerra e no combate às mudanças climáticas pode ser útil para mudar a atual direção da evolução tecnológica.
Na primeira categoria de estratégias, sugerem que uma nova narrativa, fundada em objetivos de prosperidade compartilhada, pode ser um contrapeso ao paradigma atual a fim de que novas políticas e incentivos favoreçam tecnologias socialmente mais inclusivas. Na segunda, advogam o fortalecimento de movimentos que sirvam de contrapeso ao poder concentrado das grandes corporações tecnológicas. Isso passa por redefinir os modelos de organização e mobilização de sindicatos e outras entidades da sociedade civil. Na terceira categoria, defendem a formulação e implementação de políticas públicas indutoras de inovações tecnológicas socialmente mais benéficas: subsídios para tecnologias “worker-friendly”, reformas de tributos, programas de qualificação de trabalhadores, reconhecimento da propriedade de dados com remuneração aos usuários-proprietários, esquemas de proteção de dados e da privacidade, desmembramento das “tech giants”(como no passado foi feito com a Standard Oil e a AT&T) e tributação dos anúncios feitos nas plataformas.
Essas e outras medidas, em conjunto, podem redirecionar os rumos da tecnologia. A busca por uma prosperidade compartilhada pode viabilizar um futuro diferente das distopias que estamos experimentando. Pode restabelecer esperanças de mais democracia com mais respeito à privacidade de nossos dados e menos exclusão social. Com modelos em que as máquinas e os humanos sejam complementares.
*Advogado formado pela FDR da UFPE, professor de Direito Constitucional da Unicap, PhD pela Universidade Oxford
O governo brasileiro decidiu que não vai se pronunciar até o anúncio oficial das medidas prometidas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que podem afetar as exportações brasileiras para aquele país.
Trump disse, ontem, que vai anunciar, hoje, tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. As informações são do portal G1.
Em 2023, os EUA responderam por 18% de todas as exportações brasileiras de ferro fundido, ferro ou aço. Naquele ano, o Brasil foi o terceiro maior fornecedor de aço para os EUA, segundo dados do Departamento de Comércio americano, atrás de Canadá e México.
Os ministérios da Fazenda, das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) por ora não vão se manifestar.
Segundo o secretário de imprensa da Presidência da República, Laércio Portela, essa é a posição do governo até o anúncio formal de Trump.
Vale lembrar, contudo, a declaração feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 30 de janeiro, em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto. O presidente declarou que “haverá reciprocidade” caso sejam impostas tarifas aos produtos brasileiros.
“É muito simples. Se ele [Trump] taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade no Brasil. Se taxar os produtos brasileiros, vou taxar os produtos que são exportados pelos Estados Unidos. Simples, não tem nenhuma dificuldade. Veja, eu já governei o Brasil com o presidente republicano, já governei com o presidente democrata, e a minha relação é sempre a mesma. A minha relação é uma relação de um estado soberano com um estado soberano”, disse Lula na ocasião.
Desde que assumiu o seu segundo mandato, em janeiro, Trump já criou tarifas para produtos do Canadá, do México e da China, os três principais parceiros comerciais dos EUA. A imposição de taxas contra importados já fazia parte do discurso do republicano desde a sua campanha.
Trump anunciou tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e do México e um adicional de 10% àquelas já em vigor sobre produtos chineses. Do total de US$ 3,2 trilhões importados em 2024, esses três países representaram mais de 40% das compras dos EUA.
México e Canadá anunciaram acordos com os EUA para suspender as tarifas por um mês. A China, por sua vez, dobrou a aposta e anunciou taxas de 10% a 15% contra os norte-americanos. Com receio de ser os próximos, representantes da União Europeia chamaram Trump para conversas.
MONTANHAS DA JAQUEIRA – Nesta hora em que as pesquisas revelam a popularidade do guru da seita vermelha no Nordeste mais baixa que a camada do pré-sal do petróleo, o vermelhão se treme todo, a tremedeira entra pelas rachaduras do gogó de sola, toma conta do corpo e acaba nos pés.
Rebobinemos a catraca do tempo: as torcidas organizadas da seita vermelha fizeram 6 milhões de gols na Bahia nas eleições presidenciais de 2022; o time do capitão perdeu de goleada ao balançar as redes apenas 2.357 milhões de vezes. A goleada da esquerda na Bahia foi maior que a lavagem nacional de 2,139 milhões de gols. E maior que a goleada de 7 a 1 da seleção da Alemanha contra a seleção canarinha em 2014.
Se houvesse um cataclismo do bem (preservadas as vidas dos habitantes, caranguejos e pés de cacau), e a Bahia se separasse do continente brasileiro, seria criada uma Groenlândia do Atlântico Sul. Poderia levar consigo os Renandites, Colloredes e Delyrantes das Alagoas.
Assim, a nova Groenlândia seria governada por essa patota, os caboclos mamadores da Lei Rouanet e os donos de trios elétricos. O guru da seita do cordão encarnado seria eleito babalorixá da Terra de Todos os Santos e de quase todos os pecados.
Nesta Capitania da Nova Lusitânia seria instalado o reinado dos descendentes da Governadora-Donatária Brites de Albuquerque, que governou nas primeiras décadas de 1500. Haveria apenas um problema sucessório: a governadora era viúva sem filhos e o irmão dela, Jerônimo de Albuquerque, era um grande pegador, gerou uma multidão de filhos. Possuía um harém de mulheres formosas, cheirosas e saborosas. Foi chamado de Adão de Pernambuco. A cada noite injetava o sêmen azul e branco das cores da Capitania em meia dúzia de quatro a cinco donzelas. As namoradas de Dom Jerônimo eram nomeadas professoras da Secretaria de Educação. O salário era de 10 contos de réis mais vale-transporte.
Os pirralhos da prole Albuquerque faziam fila em frente ao palácio para beijar a mão da governadora: “Bênção, tia! Bênção, tia!” A governadora dona Brites distribuía notebooks Apple e smartphone Galaxy para a meninada usar nas escolas do Estado. Era proibido usar celular nas horas de aula. Os amigos de Dom Jerônimo eram nomeados assessores especiais do Governo, com salário de 100 contos de réis. Os pelegos dos sindicatos ganhavam sem trabalhar.
A família Inácio da Silva vem da tribo de Caetés, perto de Garanhuns, de origem daqueles índios antropófagos que devoraram o bispo Sardinha, nos tempos das catequeses. Ainda hoje os Inácio da Silva são muito cabulosos. Eu sou apenas um humilde Marquês da Ribeirolândia na Serra da Borborema, província de Parahyba.
Quando eu crescer e for eleito governador vou reabilitar o nome da capital Filipéia de Nossa Senhora das Neves, da pequenina e heróica Parahyba do Norte. Concordo com o monarquista Ariano Suassuna, de que esse nome João Pessoa não tem nada a ver com as tradições históricas do Estado, foi um casuísmo adotado na chamada Revolução de 1930, que na verdade nunca foi uma revolução.
Terra de Paulo Freire, patrono da educação brasileira, referência mundial na área, cujo legado transformou o ensino ao defender a educação como ferramenta de libertação e consciência crítica, Pernambuco passa a ter agora, na desastrosa gestão Raquel Lyra (PSDB), a Secretaria de Educação ocupada por um nome sem qualquer experiência no setor.
O novo secretário de Educação, Gilson Monteiro Filho, é mais um braço sem qualificação da extensão, lamentável, da chamada “República de Caruaru”. Uma pena para um Estado que já teve à frente da política educacional nomes de renome como José Jorge, hoje ministro aposentado do TCU; Silke Weber, pedagoga e socióloga; Mozart Ramos, ex-reitor da UFPE e ex-presidente da Fundação Ayrton Senna; e Raul Henry, que fez da Educação um dos pilares de sua trajetória política.
Em se tratando de Raquel Lyra, que tem medo de sombra, como disse pelas redes sociais o ex-secretário de Educação paulista que levou um chute no traseiro, ter um secretário numa das pastas mais importantes do Estado, sem qualquer vivência pedagógica, cuja atuação sempre esteve distante das salas de aula e das discussões sobre políticas educacionais, não surpreende.
A bem da verdade, sua maior credencial é ser o fiel executor das ordens e assinador de cheques de Raquel Lyra. Gilson já respondia, interinamente, pela pasta, desde janeiro, quando Alexandre Schneider, o paulista importado por sugestão de Gilberto Kassab, foi demitido, mas saiu com a versão de que pediu exoneração após apenas seis meses no cargo.
Nos bastidores, especula-se que Schneider foi afastado do governo por resistir a pedidos de interferência nos critérios do Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco (IDEPE), um dos pilares da avaliação da qualidade do ensino no Estado. Agora, o posto máximo da Educação é ocupado por alguém que nunca teve protagonismo nas discussões pedagógicas ou nas políticas públicas para o setor, mas que se consolidou como homem de confiança de Raquel Lyra desde sua gestão em Caruaru.
A trajetória de Gilson Monteiro Filho passa longe das políticas educacionais. Formado em Direito pela Associação Caruaruense de Ensino Superior (Asces), atuou por dez anos como procurador do município de Caruaru, entre 2009 e 2019. Depois, ocupou cargos administrativos na gestão de Raquel Lyra na Prefeitura, sendo secretário executivo de Licitações e Contratos (2020-2021) e secretário de Administração (2022).
Em 2023, quando Raquel assumiu o Palácio do Campo das Princesas, ele foi integrado à equipe da Secretaria de Educação, mas em uma função estritamente burocrática: secretário executivo de Administração e Finanças. Gilson na Educação reforça a tese, corrente em todos os segmentos formadores de opinião, de que a governadora só escolhe secretários que não lhe façam a mínima ameaça de o sol deixar de nascer e brilhar apenas para ela.
CONTROLE ABSOLUTO – A escolha de Gilson para a Secretaria de Educação, o segundo maior orçamento do Estado, demonstra um movimento de controle político da pasta. Em um Estado que construiu um dos mais bem-sucedidos modelos de ensino médio público do País, com escolas em tempo integral e resultados expressivos em avaliações nacionais, o cargo mais estratégico da área foi entregue a alguém que tem apenas o histórico de ser, politicamente, alinhado à governadora.
Kits e merenda, eis o mistério! – A oficialização do novo secretário Gilson Monteiro Filho ocorre em meio a uma sucessão de crises na educação estadual. A pasta passou por duas trocas de comando em pouco mais de um ano, vem enfrentando o adiamento para compra de kits escolares e contestações na licitude para compra e distribuição da merenda escolar, em razão da dispensa emergencial para abastecer a rede estadual de ensino, conforme este blog antecipou com provas irrefutáveis.
Evangélicos: a ameaça à reeleição de Lula – O crescimento constante e o posicionamento político resistente ao PT dos evangélicos ameaçam as possibilidades de reeleição do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2026. Segundo estudo da Mar Asset Management, divulgado ontem pelo portal Poder360, mais de ⅓ da população brasileira (35,8%) será evangélica em 2026. Eram 32,1% em 2022. O PT e os partidos de esquerda têm menos votos em municípios com maior presença desse grupo.
Por que Tarcísio esconde o jogo? – A pelo menos uma alta autoridade da República, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), admitiu, numa conversa privada em Nova York, há cerca de dez dias, que nem sob tortura dirá em público neste momento que deve mesmo ser candidato à presidência em 2026, segundo a coluna de Lauro Jardim, de O Globo. Tudo isso, claro, porque o padrinho dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda alimenta esperanças de recuperar sua elegibilidade, o que não está fora de cogitação com a chegada do bolsonarista Hugo Motta (Republicanos-PB) à Presidência da Câmara.
O exemplo do Ceará – Diferente do que ocorreu em Pernambuco, sábado passado, em Fortaleza, 115 torcedores do Fortaleza e Ceará, que brigaram, ontem, pelas ruas da capital antes do jogo, foram presos imediatamente. E tudo se encerrou por ali mesmo, sem a barbárie do que rolou por aqui. Isso é prova de diferença de gestão, de pulso e capacidade de decidir. Em Pernambuco, lamentavelmente, o que se viu foi os clubes serem punidos, enquanto os delinquentes continuam soltos, prontos para desafiar a polícia e o governo mais uma vez.
CURTAS
PREFEITOS 1 – Aproveitando a presença de vários prefeitos em Brasília, hoje, convocados pelo presidente Lula, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, resolveu reunir o Conselho Político da entidade, que recentemente foi ampliado. Na pauta, está o que será prioridade para os municípios ao longo deste ano no Congresso e no Planalto.
PREFEITOS 2 – Entre o que é mais urgente, está a PEC que traz um pacote de medidas importantes para a previdência dos municípios. A proposta parcela as dívidas dos municípios em até 300 meses. Há ainda o novo regime especial de precatórios, com limite anual para pagamento; e a extensão da reforma previdenciária com as mesmas regras do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) dos servidores da União para os Municípios. São mais de R$ 330 bilhões em impacto aos municípios.
QUEM CALA, CONSENTE – O ex-prefeito de Salgueiro, Marcones Libório Sá (PSB), não deu um pio em relação ao rombo de R$ 20 milhões que teria deixado para o seu sucessor Fabinho Lisandro (PRD). Os detalhes da herança maldita foram apresentados pelo próprio Lisandro numa coletiva com jornalistas na última quinta-feira.
Perguntar não ofende: Com exceção de um seleto grupo de Caruaru, quem conhece o novo secretário de Educação de Raquel?
Patrimônio vivo de Caruaru, e por que não do País, o compositor Onildo Almeida, 97 anos, se emocionou com a crônica domingueira neste blog sobre a sua trajetória artística como um dos gênios das grandes canções que fez e Luiz Gonzaga gravou, como A feira de Caruaru.
Também me emocionei ao receber, há pouco, este áudio dele vibrando com o texto e fazendo um agradecimento. Que lindo momento histórico! Na foto, ele ao lado da sua Lenita, sua grande companheira, amiga do coração.
Na tarde deste domingo (9), o prefeito de São José do Egito, Fredson Brito (Republicanos), realizou a entrega de um trator para a Associação Riachão 2, na Zona Rural do município. O equipamento foi obtido através de verba federal do governo Lula, fruto do trabalho em parceria com o deputado federal Silvio Costa Filho, que atualmente ocupa o Ministério de Portos e Aeroportos. A entrega contou com a presença do vice-prefeito Zé Marcos Lima (PODE), do vereador Vicente de Vevéi (Republicanos), e de diversos moradores da comunidade.
O trator entregue neste domingo fará parte do programa Terra Arada, uma iniciativa da Prefeitura que vem beneficiando diversas comunidades rurais, garantindo o preparo da terra para os agricultores. Para o prefeito Fredson Brito, o programa não tem distinção política e está focado em atender a população.
“Nosso compromisso é com o povo de São José do Egito. O programa Terra Arada está chegando para quem realmente precisa, sem olhar quem decide. Aqui, a prioridade é garantir que as comunidades tenham o suporte necessário para produzir e crescer”, destaca.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu promover uma reforma ministerial em etapas, com a primeira concentrada no Palácio do Planalto e prevista para ocorrer antes do Carnaval. A iniciativa visa reorganizar a equipe do governo e fortalecer a articulação política com o Congresso Nacional.
A primeira mudança confirmada foi a substituição de Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom). Além disso, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) é cotada para assumir a Secretaria-Geral da Presidência, no lugar de Márcio Macêdo, destaca reportagem do G1.
Outro ponto central da reforma é a Secretaria de Relações Institucionais, responsável pelo diálogo com o Legislativo. O cargo é cobiçado por partidos do Centrão, e, caso a demanda seja atendida, o atual ministro Alexandre Padilha pode ser transferido para o Ministério da Saúde, substituindo Nísia Trindade.
Na segunda etapa da reforma, Lula pretende rever ministérios atualmente ocupados por membros do PT, incluindo o Ministério das Mulheres, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. É possível que a pasta do Desenvolvimento Social seja entregue ao Centrão, caso a Secretaria de Relações Institucionais permaneça sob o controle petista.
Por fim, a terceira fase da reforma pode abranger ministérios ocupados por partidos aliados, como o Ministério da Pesca, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e o Ministério da Agricultura. Circulam especulações de que Arthur Lira, ex-presidente da Câmara dos Deputados, possa ser indicado para a Agricultura.
As mudanças propostas têm como objetivo fortalecer a base do governo no Congresso e otimizar a gestão das políticas públicas. O cronograma das próximas etapas será definido conforme as necessidades políticas e estratégicas do governo federal.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda criar o cargo de enviado especial contra o negacionismo climático, na organização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30).
Caso o governo oficialize a nova função, o nome cotado para ocupá-la é Frederico Assis, da área internacional do Palácio do Planalto. Ele é subordinado ao ex-chanceler Celso Amorim, que, hoje em dia, atua como assessor especial do presidente Lula.
Segundo fontes do governo, Assis já recebeu o convite e a nomeação deve ser publicada nos próximos dias. A informação sobre a criação do cargo foi antecipada pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada pela CNN Brasil.
Assis é formado em Relações Internacionais e mestre em História Social pela Universidade de São Paulo (USP). Ele já foi coordenador-geral da Secretaria de Relações Internacionais e Federativas da Prefeitura de São Paulo e assessor especial do prefeito da capital paulista.
Os detalhes sobre as atribuições do cargo ainda estão sendo definidos pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) e pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom).
O ocupante da função deverá se reportar ao presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago. Entre as responsabilidades previstas estão a interlocução com plataformas digitais, movimentos sociais e agentes políticos.
A possível criação do cargo ocorre em um momento no qual o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adota medidas que vão na contramão do combate à crise climática.
Trump é crítico de políticas de proteção ambiental e defende um plano de crescimento econômico baseado na expansão da exploração de petróleo, como estratégia para impulsionar a economia e conter a inflação.
COP30
A COP30 será realizada entre os dias 10 e 20 de novembro, em Belém (PA). Mesmo com o posicionamento de Trump, o governo brasileiro vai convidar o líder dos EUA para o evento.
No governo brasileiro, no entanto, a expectativa é que Trump não compareça. Diplomatas avaliam que, com o embate mundial entre Estados Unidos e China, há chances de Xi Jinping marcar presença.
Em janeiro, o governo nomeou Corrêa do Lago como presidente da COP30 e Ana Toni, secretária nacional de Mudança do Clima, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, como diretora-executiva (CEO) do evento.
De acordo com Corrêa do Lago, o Brasil terá alguns desafios na COP30. Um deles seria a revisão das metas climáticas de todos os países que assinaram o Acordo de Paris, exatamente 10 anos depois do tratado ter sido fechado na capital francesa.
Outra grande questão seria o financiamento das ações contra as mudanças climáticas, um tema que gerou muitas discussões, mas poucos resultados nas últimas COPs.
No início da tarde deste domingo (9), por volta das 12h10, o Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (CBMPE) foi acionado para uma ocorrência de incêndio em apartamento localizado na Av. São Paulo, no bairro de Jardim São Paulo, na Zona Oeste do Recife.
Por meio de nota, o CBMPE informou que enviou três viaturas ao local, sendo uma de combate a incêndio, uma de resgate (ambulância) e uma de comando operacional.
As equipes do Corpo de Bombeiros atuaram no combate às chamas em um dos cômodos (quarto) da residência e evitou que o incêndio atingisse os demais ambientes.
Pararelamente ao combate, outra equipe de bombeiros atendeu cinco vítimas de inalação da fumaça, das quais, duas delas, uma mulher de 52 anos e uma criança de 12 anos, foram conduzidas pelos bombeiros a uma unidade hospitalar.
O local atingido pelo incêndio ficou aos cuidados da defesa civil do município.
Após voltar de viagem internacional, o ex-prefeito de Petrolina e líder do bloco majoritário do União Brasil em Pernambuco, Miguel Coelho, compartilhou um vídeo através de suas redes sociais para afirmar que o seu partido seguirá na oposição ao Governo Raquel Lyra (PSDB). “O União Brasil mantém sua posição em Pernambuco”, destacou, chamando de “historinhas” as alegações de que ele e seu grupo estariam migrando para a base governista.
Há duas semanas, aliados de Raquel se esforçam para garantir que Miguel estaria prestes a trocar o palanque do prefeito do Recife, João Campos (PSB), pelo da tucana. O que representaria uma guinada para a chefe do Executivo Estadual, que tem patinado muito na política. Mas, pelo visto, o assunto parece encerrado.
A proposta do presidente norte-americano, Donald Trump, de “assumir o controle” da Faixa de Gaza e realocar permanentemente os dois milhões de palestinos que vivem no enclave foi ferozmente rejeitada por Egito e Jordânia. Na visão do chefe da Casa Branca, ambos representam destinos óbvios para esse enorme contingente populacional devido à proximidade geográfica com o território disputado e às suas afinidades étnicas e históricas. O líder egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, e o rei jordaniano, Abdullah II, não pensam assim.
— A Jordânia é para os jordanianos, e a Palestina é para os palestinos — disse o ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi.
Há décadas, Egito e Jordânia possuem acordos de paz com Israel, mediados por Washington, e são dois grandes beneficiários dos EUA no Oriente Médio, mas defendem a criação de um Estado palestino na Cisjordânia ocupada, em Gaza e em Jerusalém Oriental. Algo que, segundo eles, se tornaria impossível com a “limpeza” proposta por Trump.
Um influxo de refugiados dessa magnitude também teria um potencial desestabilizador para ambos, afirmam especialistas. Os dois países lidam com diversas questões internas delicadas, como crise econômica, dependência de ajuda externa, estabilidade política frágil (baseada em regimes repressivos) e um forte apoio populacional à causa palestina, sem contar a pressão exercida sobre os serviços públicos pelos fluxos migratórios já existentes.
— Egito e Jordânia têm muitos problemas, mas são dois países absolutamente importantes para a manutenção da estabilidade regional e do cessar-fogo em Gaza, e esse tipo de atitude [proposta por Trump] poderia simplesmente destruir seus governos e até esfacelar os acordos de paz históricos — explica Monique Sochaczewski, professora de Relações Internacionais do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).
— As ruas do mundo árabe são pró-Palestina. A pressão popular seria enorme, continua Monica.
Durante muito tempo, o Egito foi considerado um destino amigável para estrangeiros de todos os tipos, incluindo refugiados, devido às suas regras frouxas de imigração. Desde 2023, porém, Cairo vem endurecendo suas normas, depois que uma guerra civil no Sudão levou mais de 1,2 milhão de pessoas a buscarem refúgio no país, seu principal destino, segundo dados oficiais.
O Egito diz que gasta US$ 10 bilhões por ano (equivalentes a quase 2,5% de seu PIB) com nove milhões de imigrantes e mais de 570 mil solicitantes de asilo. Analistas, porém, argumentam que esses números são inflacionados pelo governo para obter mais financiamento de apoiadores internacionais ávidos por evitar a migração para seus próprios países. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), o país, na verdade, acolhe cerca de 1,5 milhão de refugiados e solicitantes de asilo, dos quais 902 mil são registrados.
Em março de 2023, a União Europeia anunciou um pacote de € 7,4 bilhões em ajuda para o Cairo, que, segundo a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, foi “o melhor jeito de lidar com os fluxos migratórios”. Nos últimos anos, governos europeus têm demonstrado preocupação com o risco de instabilidade no Egito, um país de 106 milhões de habitantes mergulhado em dívidas, dependente de importações de produtos básicos como trigo e energia, e cuja situação financeira já era precária antes mesmo das guerras na Ucrânia e em Gaza fazerem sua economia despencar.
De acordo com Sisi, o Egito perdeu US$ 7 bilhões em receitas cruciais do Canal de Suez em 2024, uma vez que o conflito em Gaza reduziu a navegação no Mar Vermelho após sucessivos ataques de rebeldes houthis a embarcações comerciais. O valor corresponde a mais de 60% do faturamento da via marítima no ano anterior.
Questões de segurança
A transferência de um grande número de palestinos para a Península do Sinai, na fronteira com Gaza, também teria implicações de segurança, alertou o presidente em janeiro. O Hamas e outros grupos de combatentes, afirmou, estão profundamente enraizados na sociedade palestina e provavelmente se mudariam com os refugiados, o que significaria futuras guerras em solo egípcio. Além disso, poderia jogar o país nas mãos da Irmandade Muçulmana, movimento político-religioso radical aliado do Hamas que esteve no poder entre 2012 e 2013 e hoje é classificado como terrorista internamente.
— A deportação ou o deslocamento do povo palestino é uma injustiça da qual não podemos participar — disse.
A linha vermelha da Jordânia também está fundamentada em uma dura realidade: o país enfrenta muitos desafios, incluindo alto índice de desemprego, baixo crescimento econômico e um grande déficit orçamentário, e tem o segundo maior número per capita de refugiados do mundo, 710 mil em uma população de 11,3 milhões de habitantes, segundo o Acnur. Seu território abriga também milhões de palestinos que chegaram em diferentes levas desde a criação do Estado de Israel, em 1948, e cujo exílio acabou tornando-se permanente, pois o retorno para a terra de seus ancestrais nunca foi permitido.
Estima-se que de 55% a 70% da população da Jordânia se identifique como palestina por origem ou nacionalidade. A população cresceu de 750 mil deslocados em 1948 para um número estimado de cinco milhões a sete milhões, incluindo pelo menos 2,4 milhões de refugiados registrados na Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), muitos dos quais são de segunda geração e têm cidadania jordaniana.
O deslocamento prolongado tem causado desafios políticos, sociais e econômicos complexos há décadas para o país, afetando seu crescimento populacional e equilíbrio demográfico, dois fatores no centro das políticas de segurança e estabilidade nacional do reino desde que, em 1970, forças jordanianas e facções da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) se enfrentaram numa breve guerra civil que entrou para a história como o Setembro Negro ao deixar milhares de mortos, a maioria palestinos.
Foto rara mostra Gaza antes da criação do Estado de Israel
Ultranacionalistas israelenses há muito tempo, inclusive, sugerem que o território jordaniano seja considerado um Estado palestino, dada sua composição demográfica, para que Israel possa manter a Cisjordânia, que eles consideram o coração bíblico do povo judeu. A monarquia da Jordânia rejeita veementemente esse cenário.
— Os palestinos passam a imagem de um povo mobilizado, e nenhum governo autoritário quer gente criando caso no seu país — diz Márcio Scalercio, professor de Relações Internacionais da PUC-Rio. — Além disso, como realocar mais de dois milhões de pessoas, boa parte delas pobres, em dois países cuja população é também muito pobre e carente de serviços públicos? É uma política perversa.
Em 1986, uma desavença de ordem política e por espaços eleitorais tornou Paulo de Souza Coelho, empresário e industrial, um rebelde em família. Paulo queria espaço político para o filho Fernando Bezerra Coelho, que já havia sido consagrado com expressiva votação de deputado estadual e virado secretário-chefe de gabinete do então governador de Pernambuco, Roberto Magalhães. A ruptura era inevitável, e Paulo Coelho queria que o filho, FBC, fosse deputado federal constituinte.
O bastante para romper com os irmãos de sangue e aliar-se à Frente Popular de Pernambuco. Dali em diante, as eleições ficariam polarizadas em Petrolina. E Paulo de Souza Coelho elegeu o filho FBC deputado federal (1986), apoiando a eleição de Miguel Arraes de Alencar, governador de Pernambuco após 22 anos de exílio político pela ditadura militar. Paulo Coelho intrigava a opinião pública, sendo um conservador de centro-direita, ao apoiar contra seus irmãos aquele Miguel Arraes, considerado “comunista”.
Do núcleo familiar de Paulo Coelho, casado com dona Lizete Bezerra, filha do empresário e coronel Fernando Idalino Bezerra, na região de Ouricuri, Araripe, viriam duas gerações de políticos: os filhos deputados, Fernando Bezerra Coelho e Clementino Coelho Neto, além dos netos, Fernando Filho, deputado federal, Miguel Coelho, ex prefeito de Petrolina e ex-deputado estadual, e Antônio Coelho, deputado estadual (estes últimos, filhos de Fernando Bezerra Coelho)
Paulo de Souza Coelho se regozijou ao fazer FBC três vezes prefeito de Petrolina, junto com os irmãos com quem construiu um vasto império político e empresarial, tanto em Pernambuco quanto na Bahia, onde teve um irmão, Gercino Coelho, promotor de justiça e deputado estadual, e o sobrinho Nilo Coelho, que foi governador da Bahia de 1989 a 1990
Paulo de Souza Coelho sempre exaltou a política contundente dos irmãos Nilo Coelho, governador de Pernambuco, e Osvaldo Coelho, deputado federal com grande expertise empresarial. Paulo de Souza ainda é muito lembrado nas redes sociais e na política de Petrolina por sua inteligência ousada.
A fábrica de cimento Pajeú, em Carnaíba, fechou suas portas. O blog do Nill Junior confirmou a informação que começou a circular no início da semana.
Criada em 2013 pelo grupo Petribu, com promessa de gerar empregos na exploração do calcário na região, a fábrica sucumbiu a problemas de gestão e brigas na justiça.
A última, em junho do ano passado, foi entre a Mineradora Vale do Pajeú LTDA e a Mineradora MX LTDA.
A primeira, detentora da estrutura às margens da PE 320, acusou a MX de inadimplência, exigindo reassumir o espaço após um contrato de arrendamento.
A MX afirmou que o processo na justiça ainda encontra-se em fase inicial. A mineradora também afirma que recorreu da decisão. A empresa, acusada de inadimplência no contrato de arrendamento, tratou a acusação como fake news.
Findado o imbróglio, nem mel nem cabaça. Nem a arrendatário fez a roda girar adequadamente, nem a titular assumiu pra valer o que construiu. Agora, a situação só piora por conta das questões trabalhistas. A redenção da cidade de Carnaíba e região virou um elefante branco.
O escritor Marcelo Rubens Paiva criticou a fala em que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre os atos de 8 de janeiro não configurarem uma tentativa de golpe de Estado. Ele é filho do ex-deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura militar e cuja história foi retratada no filme “Ainda estou aqui”, indicado em três categorias no Oscar, incluindo melhor filme.
“Novo presidente do Câmara demonstra que Brasil continuará no atoleiro e nunca alcançará a democracia plena. O desequilíbrio no caso não é das penas, é dele mesmo”, escreveu Marcelo no X.
Na sexta-feira, Motta havia dito que os atos de 8 de janeiro não foram uma tentativa de golpe e defendeu que não haja “exagero” na punição aos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
— Foi uma agressão às instituições, uma agressão inimaginável, ninguém imaginava que aquilo pudesse acontecer. Ninguém imaginava que aquilo pudesse acontecer. Querer dizer que foi um golpe? Golpe tem que ter um líder, golpe tem que ter uma pessoa estimulando, apoio de outras instituições interessadas, como as Forças Armadas. E não teve isso. Ali foram vândalos, baderneiros, que queriam demonstrar sua revolta achando que aquilo ali poderia resolver talvez com o não prosseguimento do mandato do presidente Lula — disse Motta em entrevista à rádio Arapuan FM, de João Pessoa.
O presidente da Câmara também defendeu que não haja “exagero” nas punições contra os condenados do 8 de janeiro, em relação a pessoas que não cometeram “atos de tanta gravidade”.
—Você não pode penalizar uma senhora que passou na frente lá do Palácio, não fez nada, não jogou uma pedra e que irá receber 17 anos de pena para regime fechado. Há um certo desequilíbrio nisso. Nós temos de punir as pessoas que foram lá que quebraram que depredaram, essas pessoas, sim, precisam e devem ser punidas para que isso não aconteça novamente. Mas entendo que não dá para exagerar no sentido das penalidades com quem não cometeu atos de tanta gravidade —complementou Motta.
Em entrevista ao GLOBO, Motta afirmou que a proposta que trata sobre a anistia dos condenados, em tramitação no Congresso, é de difícil consenso e que o tema cria tensão com o STF e Executivo.
— Não podemos inaugurar o ano legislativo gerando mais instabilidade. Teremos de, em algum momento, em diálogo com o Senado, combinar como faremos com esse tema. Vamos sentindo o ambiente na Casa. Não faremos uma gestão omissa. Enfrentaremos os temas, mas com responsabilidade e sem tocar fogo no país — disse.
Ele afirmou ainda que pautar o projeto não foi condição imposta pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para que o seu partido, o PL, apoiasse sua eleição para a presidência da Câmara, mas que ele pediu que não houvesse empecilho para sua tramitação.
— Fomos instados por ambos os lados. Na conversa que eu tive com o presidente Bolsonaro, em um determinado momento, ele falou: “Eu queria que, se houver o acordo no colégio de líderes e se houver o ambiente na Casa, você não prejudique a pauta da anistia”. Na reunião com o PT, falaram: “Olha, essa pauta da anistia não pode andar. É uma pauta ruim e é uma pauta que nós não concordamos”. A nossa eleição foi construída do ponto de vista de uma convergência. Vamos sentindo o ambiente na Casa para que, a partir daí, se decida — afirmou Motta ao GLOBO.