Sebrae - Nat

Junior Matuto defende fim da cláusula de barreira em concursos da segurança pública

O deputado estadual Júnior Matuto (PSB) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na última semana, para defender a aprovação do Projeto de Lei Ordinária (PLO) 2084/2024, de autoria do deputado Izaías Régis (PSDB). O projeto proíbe a adoção de cláusulas de barreira em concursos da segurança pública, permitindo que candidatos que atingiram a nota mínima, mas não ficaram dentro do número de vagas, sejam incluídos automaticamente em um cadastro de reserva. A medida busca evitar a necessidade de novos certames quando há demanda urgente de profissionais na área.

Já aprovado em Primeira Discussão em dezembro, o PL aguarda votação final para seguir para sanção da governadora. Durante seu pronunciamento, Júnior Matuto fez um apelo para que a Casa acelere o processo logo após o Carnaval, ressaltando que a segurança pública é uma área sensível e que precisa de reforço imediato. “Esse projeto é essencial para desburocratizar e garantir que o Estado tenha uma alternativa ágil quando precisar reforçar a segurança. Não faz sentido realizar novos concursos se há candidatos qualificados esperando para serem chamados. Precisamos aprovar essa proposta o quanto antes”, defendeu o parlamentar.

Jaboatão - Combate Dengue

O agronegócio, uma das principais áreas de atuação do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), esteve na agenda que ele cumpre, hoje, em Pernambuco. Bolsonaro está, neste momento, na Usina Petribu, produtora de açúcar e álcool que exporta para Europa, América e África.

O ex-presidente foi recebido por Jorge Petribu, presidente do Conselho da Usina, localizada em Carpina, na Zona da Mata Norte, almoçou no refeitório e visitou as instalações da Usina.

O deputado estadual Coronel Alberto Feitosa (PL), que é o representante da Frente Parlamentar Invasão Zero, destacou a pauta. “O agronegócio do nosso país gera milhares de empregos e renda para o Brasil, alimenta famílias no mundo inteiro e sempre foi uma prioridade do governo Bolsonaro”, disse Feitosa.

Conheça Petrolina

Por Antônio Campos*

Diz um velho ditado: “Quem planta vento colhe tempestade”.

A falta de investimentos sociais e em segurança da gestão passada e a inexperiência de Mirella mostra o caos que Olinda está vivendo, a falta de transparência quanto aos números herdados da última gestão, lixo nas ruas, e os carnavalescos e os olindenses com medo ante as brigas de gangues generalizadas, no último domingo, em Olinda.

Não vai adiantar Mirella, prefeita interina, porque vai ser cassada no TSE, se escorar no Governo Estadual, porque ela não sabe gerir a cidade. Caminhei pelas ruas de Olinda, no último sábado, assisti a corrida dos bonecos gigantes e senti o clima tenso quanto a segurança. Lamentável.

Se chamam turistas e a população para o carnaval, também tem que ofertar segurança e salubridade!

Olinda, merece paz e um carnaval de alegria. Basta.

*Advogado, escritor, membro da Academia Pernambucana de Letras, Curador da Fliporto – Festa Literária Internacional de Pernambuco, membro da Associação Brasileira de Imprensa – ABI e ex-presidente da Fundação Joaquim Nabuco

Dulino Sistema de ensino

Após cumprir agenda em Serra Talhada, na tarde de hoje, a governadora Raquel Lyra (PSDB) estenderá sua estadia e fará um giro pela região do Pajeú, amanhã. Segundo informações do blog da Juliana Lima, a governadora passará pelas cidades de Carnaíba, Afogados da Ingazeira, São José do Egito e Itapetim.

Ela começa a agenda por Itapetim, às 08h, onde lançará o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Leite. O mesmo programa será lançado às 10h, em São José do Egito, e às 14h, em Afogados da Ingazeira, no Centro Desportivo Municipal.

Na sequência, Raquel inaugurará a requalificação da PE-380, a estrada de Ibitiranga. A agenda terminará em Carnaíba, às 16h30, com o lançamento do PAA Leite na ETE Professor Paulo Freire.

Ipojuca No Grau

Social1 por João Alberto

Iniciando sua carreira aos sete anos e apaixonado pela música desde antes mesmo de compreendê-la como arte, o cantor André Rio é um verdadeiro símbolo da cultura carnavalesca, tão enraizada em nosso estado. Já levou o frevo para além das fronteiras do Brasil, percorreu inúmeros estados e chegou a uma conclusão marcante: nenhum povo é tão bairrista e apegado à própria cultura quanto o pernambucano. André compartilha detalhes de sua trajetória, influências, processo criativo e sua profunda conexão com o carnaval.

Você tem uma família de músicos. Todos são voltados para a música pernambucana?

Temos música no sangue. Nascemos no bairro de São José, onde o frevo surgiu, e sendo assim, desde cedo tivemos muito contato com a música, as agremiações, e toda a magia do Carnaval. Minha avó paterna, dona Linda, era multi-instrumentista. Tocava acordeão, cavaquinho, violão, etc. Meu pai herdou o talento e passou o amor pelo violão para mim e meu irmão Alírio. Meu pai, Alírio Moraes, é um compositor consagrado, fez inúmeros frevos pra blocos como o “Galo da Madrugada”, “Pierrô de São José”, “Batutas de São José.”

Qual sua ligação com o saudoso maestro José Menezes?

Sou, com muita honra, sobrinho dele, um dos mais importantes expoentes do ritmo do nosso Estado. Portanto somos muito ligados à música regional e vivemos pra preservação deste lindo legado que recebemos. Eu, meu irmão Alírio, minhas irmãs Carla Rio (cantora) e Paula Rio (Produtora cultural), somos elos desta forte corrente familiar que trabalha incessantemente pela arte da nossa terra.

Já atuou em outra área sem ser na música? Sente vontade?

Desde que me entendo por gente que trabalho com música. Canto desde os 7 anos e não saberia fazer outra coisa. Cheguei a estudar direito, mas não concluí a faculdade. A música foi mais forte.

Quais os artistas que mais te inspiram?

O meu primeiro compositor foi meu pai. Mas minha casa era muito musical. Escutávamos música o dia todo. Na vitrola, muito samba, frevo e os grandes astros da MPB. Como Tom Jobim, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Elis Regina. Na adolescência vieram Alceu Valença, Djavan, Geraldo Azevedo, Moraes Moreira, Elba Ramalho.

Quando percebeu que havia se tornado uma referência no carnaval?

Foi tudo de maneira muito orgânica. Gravei meu primeiro frevo que era de J. Michiles, “Queimando a Massa”. Acho que o “micróbio de frevo” me pegou de jeito. Quando vi já estava compondo frevos. A primeira vez que eu vi o povo no galo, cantando meus frevos, chorei de emoção. Agora, quando vejo as orquestras de rua de Olinda, tocando “Chuva de sombrinhas”, minha música que completa 25 anos e a multidão cantando, percebo que esse frevo chegou no seu apogeu.

Você já cantou em outros estados durante o Carnaval?

Já cantei em várias capitais. Esse ano, inclusive, fomos convidados para cantar em João Pessoa. O problema continua sendo a agenda. Estamos em turnê desde 31 de dezembro do ano passado, com a agenda cheia aqui por Pernambuco, graças a Deus. Mas alguns shows me marcaram. Tive a coragem de levar nosso frevo (com os metais) pra Bahia. Fiz muito show em trio por lá. E não posso esquecer que em 2020, cantei no primeiro ano do “Bloco do Galo” em São Paulo. Aqui é diferente porque como canto frevos de minha autoria e de autores pernambucanos, o público faz parte, entoando os grandes hits de carnaval.

Qual o seu time do coração?

Santa Cruz, minha eterna paixão. Sempre que posso vou ao Arruda torcer pelo tricolor.

Pretende se aventurar em outros gêneros musicais?

Sou um artista que canto de janeiro a janeiro. Minha carne é de Carnaval, mas é do forró, do samba, da MPB e bossa nova. Tenho músicas de outros gêneros gravadas por muitos artistas. Canto tudo que vem do meu coração. Este ano, pretendo lançar um projeto de MPB. E, estou ultimando um projeto de músicas inéditas da Bossa Nova, com o meu Mestre e amigo Roberto Menescal.

Quais os cuidados com a saúde para a maratona de shows de carnaval?

Desde dezembro intensifiquei minhas corridas e malho três vezes por semana com minha personal trainer. Muito líquido, dormir, sempre que possível, muito bem. Tomar suplementos, cuidar com muito carinho do meu instrumento de trabalho: a voz.

Onde mais gosta de cantar, Galo da Madrugada, Olinda ou Recife Antigo?

O Galo foi onde tudo começou! Tenho muito respeito pelo Marco Zero. Todo artista sonha em cantar naquele palco. Ano passado, fiz um show no Carnaval em Olinda, que entrou pro meu top 10 dos melhores shows da vida. Ou seja, um show, não exclui o outro. Todos são importantes e em todos dou o meu melhor. Um carnaval completo tem que abrir no Galo, continuar no Marco Zero e concluir nas ladeiras de Olinda.

O pernambucano é, antes de tudo, um bairrista?

Pernambuco é o único estado do Brasil que todo mundo canta seu hino. O diferencial já começa aí. Eu costumo dizer que “Pernambuco não tem tradução. Pernambuco é nação”! Pernambuco é um Estado de Espírito.

Existe algum artista que você gostaria de trabalhar junto?

Eu sou adepto do coletivo. Adoro dividir o palco e projetos com artistas que admiro. Quem quiser, é só chegar!

Como é a rotina de shows quando passa o carnaval?

Termina o carnaval, geralmente descanso uns dias porque como diz o poeta, a vida necessita de pausas. É o tempo de compor, entrar em estúdio, preparar a agenda de Shows da temporada junina e da turnê “Viva Pernambuco” que levo desde o ano 2000 para Europa.

É possível enjoar do carnaval?

Nunca. O Carnaval está impregnado na alma. Nunca. O carnaval está impregnado na alma.

Qual seu hobby favorito?

Compor, assistir séries e jogos. Minha vida é cantar. Fora do palco sou um homem comum, que convive muito bem com a solitude e o silêncio. Preciso disso para compor e sonhar novos projetos.

Qual a sua comida favorita?

Sou carnívoro. Adoro um bom churrasco, uma feijoada, mas minha perdição são as massas.

Qual o lugar do mundo mais bonito do mundo onde já esteve?

Recife. Não tem outro.

Faltam frevos novos? O sucesso é sempre dos antigos?

Esse assunto muito me interessa conversar sobre, porque penso diferente de algumas pessoas. Não falta frevo novo. Falta tocarem nas rádios esses frevos. Vários amigos, lançaram, esse ano, frevos novos. Agora onde tocar? Como divulgar? Falando por mim. Todo ano, eu lanço um frevo novo.

Você tem feito frevos novos?

Em 2023, gravei e lancei um CD intitulado “30 carnavais”, com seis frevos novos. Esse ano, lancei um frevo, que está dando nome a nossa Turnê “E Tome Frevo”, que está sendo muitíssimo bem recebido por onde canto. Também compus um frevo para Luciano Magno, fiz um frevo em parceria com Ciro Bezerra, apresentador da TV Jornal e fiz mais um frevo para O grupo “Destremelar”. Podem dizer o que quiserem, menos que não há frevos novos na praça.

Qual suas experiências em shows na Europa

É maravilhoso você ter um projeto que leva a música que você ama para o mundo. É muita ralação, mas ao mesmo tempo, muito satisfatório, você presenciar que para a música não há barreiras. As pessoas cantam, dançam, aplaudem nossas músicas por onde passamos. São 26 anos de um projeto campeão.

Qual o frevo que mais gosta de cantar?

“Chuva de Sombrinhas” está na boca do povo. Virou hit de carnaval. Posso cantar aonde for que o público vem junto. É surreal. É uma das músicas em homenagem ao Galo da Madrugada que faz mais sucesso.

Qual sua relação com o Galo da Madrugada?

Ele mora no meu coração. Nossas famílias (minha e de Enéas Freire, fundador do Galo), são amigas e do bairro de São José, berço do frevo pernambucano. Meu pai foi compositor de um dos primeiros frevos do Galo. É uma história de amor e respeito.

Caruaru - IPTU 2025

“Eu podia estar muito bem nos Estados Unidos, fiquei três meses fora do Brasil. Saí dia 30 de dezembro. Se não tivesse saído, estaria preso até hoje. Queriam botar na minha conta o ‘8 de janeiro’, como botaram agora no relatório da Polícia Federal, nem no Brasil estava. E sem falar nesses pobres coitados, mães, pais, avós, condenados a 17 anos de cadeia”, disse Bolsonaro em visita ao Recife, na manhã de hoje.

Na última terça-feira (18) a Procuradoria-Geral da República (PGR), denunciou o ex-presidente pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Bolsonaro também saiu em defesa das pessoas condenadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos atos golpistas de 8 de janeiro. As informações são do Blog da Folha.

“Pessoa que nem sabe direito que é a Constituição, acusada de violar a Constituição brasileira. Mães que acordam e dormem para ver seus filhos. 17 anos de cadeia. Nenhum vagabundo aí foi condenado a isso e se foi já tá em liberdade”, disse.

Camaragibe Cidade do Trabalho

Por Maurício Rands*

Alguns projetos em tramitação no Congresso Nacional propõem anistiar os participantes em atos contra o estado de direito democrático. Um deles, o PL 2858/2022, do e ex-líder do governo Bolsonaro Major Vitor Hugo (PL-GO) concede anistia a todos os que tenham participado de manifestações em qualquer lugar do território nacional do dia 30/10/2022 ao dia de entrada em vigor da lei.

No § 1º do art. 1º, o PL estende a anistia aos crimes políticos ou com estes conexos e eleitorais. Parece destinar-se ao ex-presidente Bolsonaro. Atualmente, esse PL aguarda na Câmara a criação de Comissão Especial para analisar a matéria. Outro, o PL n° 1068/2024, concede anistia aos envolvidos nos atos de 8/01/2023 e restaura os direitos políticos dos cidadãos declarados inelegíveis em face de atos relacionados às Eleições de 2022, de inciativa do senador Marcio Bittar (UNIÃO/AC), tem como relator o senador Humberto Costa (PT-PE), na Comissão de Defesa da Democracia.

Para o autor do PL 1068, o objetivo é “resguardar esses direitos e dar um fim à perseguição que vem sendo perpetrada contra inúmeros cidadãos brasileiros, sejam políticos ou não, por conta de suas opiniões e posicionamentos ideológicos”.

“Anistia é a exclusão, por lei ordinária com efeitos retroativos, de um ou mais fatos criminosos do campo de incidência do Direito Penal. A clemência estatal é concedida por lei ordinária editada pelo Congresso Nacional (CF, arts. 21, XVII, e 48, VIII).” Essa causa de extinção da punibilidade destina-se, em regra, a crimes políticos (anistia especial), abrangendo, excepcionalmente, crimes comuns. Abrange fatos, e não indivíduos, embora possam ser impostas condições específicas ao réu ou condenado (anistia condicionada). Divide-se em própria, quando concedida anteriormente à condenação, e imprópria, na hipótese em que sua concessão opera-se após a sentença condenatória. Pode ser também condicionada ou incondicionada, conforme esteja ou não sujeita a condições para sua aceitação. A anistia tem efeitos ex tunc, isto é, para o passado, apagando todos os efeitos penais. Rescinde até mesmo a condenação.” Como ensina Cleber Masson (Direito Penal: Parte Geral, E-book. ISBN 9786559649501).

Avanço teórico do neoconstitucionalismo, a Constituição hoje é vista como um sistema de princípios e regras. Os princípios geralmente estão explícitos no texto. Mas existem também os princípios constitucionais implícitos. Que são os que, embora não expressos diretamente no texto constitucional, são extraídos do conjunto de dispositivos e valores que a fundamentam. São exemplos de princípios constitucionais implícitos: princípio da proporcionalidade (a interpretação e as medidas estatais devem ser adequadas, necessárias e proporcionais aos fins pretendidos); princípio da segurança jurídica (garante a estabilidade e previsibilidade das relações jurídicas, assegurando que os cidadãos possam confiar nas leis e nas decisões do Estado); princípio da dignidade da pessoa humana; princípio da segurança jurídica e princípio da supremacia da constituição. Para muitos juristas, o princípio do estado democrático de direito também se constituiria num princípio implícito do nosso sistema constitucional. Por isso que os seus elementos constitutivos, definidos nos incisos II (voto direto, secreto, universal e periódico), III (separação dos poderes) e IV (direitos e garantias individuais) do art. 60, § 4º, da CF/88, são cláusulas pétreas.

Uma das teses em disputa sobre a constitucionalidade desses projetos de anistia, a que me perfilho, é a de que seria inconstitucional a anistia aos que praticaram atos incursos nos artigos 359-L (crime de tentativa de abolição do estado democrático de direito) e 359-M (tentativa de golpe de estado). O ex-presidente, seus ministros, generais e almirantes estão sendo processados por esses crimes. Ou seja, por crimes que atentam contra princípios implícitos da Constituição, como o são o do estado democrático de direito, o da proporcionalidade, o da supremacia da Constituição e o da segurança jurídica. Por isso, uma lei que anistia quem está incurso nesses crimes seria inconstitucional.

A tese antagônica sustenta que a CF/88 foi explícita quando falou dos casos em que a lei não pode conceder o perdão. Foi quando, no art. 5º, inciso XLIII, disse que não seriam susceptíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os crimes hediondos. Sem menção ao ataque ao estado de direito. E, no inciso XLIV, definiu como crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o estado democrático. Para essa tese, a CF/88 não incluiu o crime de ação de grupos armados (XLIV) entre os que não podem ser objeto de graça ou anistia. Ela definiu as hipóteses desse inciso XLIV apenas como inafiançáveis e imprescritíveis. Essa tese aduz ainda que a deliberação sobre a anistia é juízo político do parlamento. Não susceptível de controle de constitucionalidade pelo STF, exceto quanto ao procedimento.

Caso o Congresso Nacional aprovasse um desses projetos de lei de anistia, a questão seria levada ao STF via uma das ações de controle concentrado de constitucionalidade (ADI, ADC, ADPF, MI). O STF poderia ser chamado a julgar a constitucionalidade à luz dos princípios e regras da CF/88. Penso que a melhor interpretação seria a que buscasse preservar os princípios explícitos e implícitos do sistema constitucional adotado em 1988. Entre esses princípios, o do estado democrático de direito, que fundamenta todo o sistema. O STF poderia utilizar uma das ferramentas mais praticadas na jurisdição constitucional: a interpretação conforme à Constituição. Seria dada uma interpretação conforme à Constituição aos incisos XLIII e XLIV do art. 5º para interpretá-los de modo a dizer que esses dois preceitos não permitem a anistia de crimes contra o estado democrático de direito. Ou seja, que esses incisos impõem a decretação da inconstitucionalidade da anistia aos crimes dos artigos 359-L e 359-M do CP por força dos referidos princípios implícitos e explícitos.

Em caso análogo, o STF já se pronunciou nessa direção. Quando julgou a ADPF 964, em 10/05/2023. Esse caso tratou da constitucionalidade do decreto presidencial que concedeu graça (indulto individual) a Daniel Silveira, que havia sido condenado pelo STF a 8 anos e 9 meses de prisão por ataques às instituições democráticas e incitação à violência. Apenas os ministros André Mendonça e Nunes Marques votaram pela constitucionalidade do decreto. Todos os demais entenderam que o ex-deputado não poderia receber a graça por ter cometido crimes contra o estado de direito democrático. O decreto também foi considerado inconstitucional por desvio de finalidade.

Provavelmente esse debate não chegará ao STF. As ações penais em curso no STF contra o ex-presidente e seus seguidores examinam a prática de atos de uma cadeia complexa de atos que materializem tentativas de abolição do estado democrático de direito e de golpe de estado. Atos que agora vão se tornando do conhecimento público. Por isso, o Congresso dominado pelo Centrão, em seu juízo político, não vai se expor perante a opinião pública. Vai preferir o de sempre. Manobrar para extrair vantagens e poder. Ainda que o Congresso aprovasse a anistia, o presidente poderia vetá-la. Ademais, a tese de que a anistia pode pacificar o país pode ser lida pelo seu inverso: para a pacificação, importa não sinalizar que serão perdoados futuros ataques às instituições. Mas, se a anistia fosse aprovada, provavelmente o STF determinaria a sua inconstitucionalidade. Essas são as razões por que a anistia proposta pela ultradireita populista não deve prosperar.

*Advogado formado pela FDR da UFPE, professor de Direito Constitucional da Unicap, PhD pela Universidade Oxford

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista à Rádio CBN Recife, que não tem motivo para ele ser preso e que, se tiver prisão, será arbitrária. Ele ainda disse que o fórum dele, assim como de Lula, não é Brasília e que, se for, deveria ser pelo plenário do Supremo e não por uma turma.

A previsão é que ele seja julgado pela Primeira Turma do Supremo, mas a defesa quer que seja pelo plenário, para ter votos favoráveis pelo menos dos ministros Nunes Marques e André Mendonça. Na entrevista, Bolsonaro ainda disse que não tem motivo para fugir do pais.

“Não tem motivo pra prisão. Tem mais uma arbitrariedade, tá certo? E não tem motivo. Esperar prisão, de jeito nenhum. Alguns dizem até, né, que estou pensando em fugir. Olha, eu estive em Estados Unidos por três meses. Eu pude ter ficado lá, tive oferta pra trabalhar por lá. Vem pra cá pra enfrentar isso daqui e buscar realmente um espaço político pra 26. Eleições e 26, se meu nome é negação da democracia”, afirmou.

O ex-presidente ainda disse que o seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, foi ameaçado para mudar a versão nos depoimentos da delação premiada.

“O tempo todo, ameaça de prisão. É um prosseguimento da narrativa do golpe. A prisão, ninguém gosta dela. E essa possível prisão, se ocorrer, será por arbitrariedade. Eu costumo dizer, se eu sou tão criminoso assim, por que não segui o devido processo legal? O meu fora não é Brasília, como o do Lula não foi. O Lula foi Curitiba. O meu não é Brasília. O meu fora também, se fosse Brasília, seria pelo plenário do Supremo, e não por uma turma do Supremo. Então, a delação do CID tortura, vocês viram parte dos vídeos, vazado agora, sobre tortura. O Alexandre Moraes ameaçando o pai, a esposa e a filha, e ele mudando os seus posicionamentos. Isso quando ocorreu lá atrás, algo parecido, ou menos grave do que isso até, anularam-se praticamente todos os processos da Lava Jato”, disse.

Bolsonaro tem falado que se trata de uma narrativa de golpe. Negou que teve uma tentativa, porque não ia dar golpe nele mesmo.

Toritama - Prefeitura que faz

Bolsonaro chegou a sua primeira parada em Pernambuco, a Padaria Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, poucos minutos depois da hora marcada, 8h. Um grupo de aproximadamente 300 pessoas o aguardava. Um carro de som entoava as tradicionais músicas bolsonaristas. O trânsito está lento na área. As informações são do jornal O Poder.

Convocado pelo locutor para falar aos apoiadores, Bolsonaro subiu no carro de som e falou menos de 5 minutos. Nesse tempo, criticou o governo Lula, se defendeu das acusações, fez mensagem de agrado aos nordestinos e confiança no futuro.

Bolsonaro falou que o governo Lula é um desastre político e econômico, segundo o ex-presidente, ele é “deslumbrado e amigo de ditadores”. Mencionou o preço do ovo em comparação com a promessa de picanha na mesa. Falou sobre o fracasso da reforma tributária, mas não se referiu à crise do pix, instrumento criado no seu governo. “Tentam de tudo para me derrubar com falsas acusações. Não vão conseguir. Prossigo firme na luta, andando por todo o Brasil para divulgar a verdade”, disse.

“Nosso caminho é cheio de espinhos, mas vamos colher flores lá na frente. O Nordeste tem decidido as últimas eleições, mas a população daqui, cabra da peste, está acordando e vendo as mentiras deste governo. Obrigado a todos vocês”, finalizou.

Bolsonaro, entre outros compromissos, vai almoçar na Usina Petribú, do empresário Jorge Petribú, uma referência empresarial na região, localizada em Carpina, 43 km distante da capital. Às 17 h, em Vitória de Santo Antão, recebe o título de cidadão conferido pela Câmara Municipal.

Palmares - Outlet

Por Everardo Gueiros

O Brasil tem um problema grave: o Estado, que deveria servir ao cidadão, age como se fosse seu senhor. Em vez de facilitar a vida das pessoas, cria entraves, impõe dificuldades e burocratiza até o mais simples dos processos. No fim das contas, o cidadão comum, que deveria ser o protagonista da democracia, se torna refém de um sistema que parece existir mais para se manter de pé do que para cumprir sua função.

Basta olhar para quem quer empreender. Abrir um negócio no Brasil é um teste de paciência. São licenças, taxas, autorizações e mais autorizações. Se o empreendedor erra um detalhe, é multado. Se cumpre todas as exigências, ainda assim pode ser penalizado pela demora da máquina pública. Enquanto isso, a informalidade corre solta, muitas vezes estimulada pelo próprio sistema, que pune quem tenta fazer as coisas certas e fecha os olhos para quem opera à margem das regras.

No dia a dia, o cidadão também sente o peso dessa inversão de valores. Serviços essenciais, como saúde e segurança, que deveriam ser prioridade, vivem em estado de calamidade. Quando um brasileiro precisa de atendimento médico na rede pública, encontra hospitais lotados, falta de médicos e um atendimento precário. Se busca segurança, descobre que, muitas vezes, está por conta própria, pois o Estado não consegue garantir o mínimo: proteção à vida e ao patrimônio.

Mas se engana quem pensa que o problema é falta de dinheiro. O Brasil tem um dos Estados mais caros do mundo. O cidadão paga impostos altíssimos – sobre consumo, renda, patrimônio – e, em troca, recebe serviços de péssima qualidade. Quem pode, paga duas vezes: uma vez para o governo e outra para garantir saúde e educação privadas, segurança particular e até infraestrutura melhor dentro de condomínios fechados.

No entanto, a única área onde o Estado é rápido e eficiente é na hora de cobrar. A Receita Federal é implacável com quem atrasa um tributo. Multas e juros são aplicados com rigor. Mas experimente cobrar do Estado o mesmo nível de eficiência. Se um cidadão precisa de um documento, enfrenta filas e prazos intermináveis. Se um empresário precisa de uma licença, pode esperar meses ou anos. E, claro, se for um grande grupo econômico, a história é outra: parcelamentos generosos, incentivos e benesses.

O Brasil precisa inverter essa lógica. O Estado existe para servir, não para ser servido. O poder público deveria facilitar a vida de quem quer produzir, trabalhar e viver com dignidade. Mas, para isso, é preciso uma mudança de mentalidade: menos burocracia, mais eficiência e, principalmente, respeito pelo cidadão que sustenta toda essa máquina.

Se não houver uma correção de rumo, continuaremos reféns de um sistema onde quem deveria ser o patrão – o cidadão – se vê na posição de eterno devedor de um Estado que nunca se sacia. E esse, definitivamente, não é o modelo de país que deveríamos aceitar.

JC Online

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) protestaram contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na manhã de hoje, nas proximidades do Aeroporto Internacional do Recife, na Imbiribeira, Zona Sul do Recife.

Na manifestação, os integrantes do MTST exibiram cartazes com frases como: “Sem anistia”, “Direito não é esmola”, “Não era só uma gripe, corona existe” e “Boso inelegível”. O Corpo de Bombeiros enviou uma viatura para combater as chamas e o trânsito já foi liberado.

O ex-presidente já chegou à capital pernambucana e cumpre algumas agendas durante esta segunda-feira (24). A primeira parada será na Padaria Boa Viagem, onde irá tomar café da manhã com seu grupo político. 

Ainda pela manhã, Jair Bolsonaro concede entrevista a uma rádio da capital e, em seguida, se desloca até a Usina Petribu, em Carpina, a cerca de 50 km do Recife, onde acompanhará a moagem de fechamento da safra de cana-de-açúcar.

A visita ocorre pouco depois da Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar denúncia contra Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, e pode ser marcada por discursos sobre a acusação, além de críticas ao governo Lula.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desembarcou no Aeroporto Internacional do Recife, na manhã de hoje, para cumprir agenda na capital pernambucana e nos municípios de Carpina e Vitória de Santo Antão.

O primeiro ponto de encontro de Bolsonaro com apoiadores é na Padaria Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. As informações são do Diário de Pernambuco.

Nesta semana, o Fantástico teve acesso exclusivo a áudios inéditos que expõem os bastidores de uma trama golpista. Os arquivos, extraídos de celulares e computadores a partir de apreensões e quebras de sigilo, mostram conversas entre envolvidos na tentativa de golpe de estado.

Segundo as investigações, os áudios revelam a participação de militares e civis no plano de tentar pôr fim à democracia brasileira. Um dos áudios foi enviado pelo tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida, então lotado no COTER – Comando de Operações Terrestres do Exército: “A gente não sai das quatro linhas. Vai ter uma hora que a gente vai ter que sair. Ou então eles vão continuar dominando a gente.”

Militares de alta patente mantinham canal aberto e contato direto com manifestantes. Quando não tinham autoridade para resolver, apelavam para que os pedidos para proteger os manifestantes chegassem até o então presidente Jair Bolsonaro.

Para a Polícia Federal, os áudios mostram que a estratégia do grupo era manter as manifestações nas ruas e a contestação das urnas eletrônicas. A PF apreendeu 1,2 mil equipamentos eletrônicos dos envolvidos na tentativa de golpe de estado e conseguiu extrair 255 milhões de mensagens de áudio e vídeo. Os peritos federais elaboraram 1.214 laudos que, de acordo com a investigação, revelam as vozes do golpe.

Para os investigadores, os áudios mostram que integrantes do alto escalão do governo Bolsonaro agiram também para pressionar os comandantes militares a aderir à ruptura institucional.

O que dizem os citados

Por nota, a defesa do general Mario Fernandes disse que ainda não teve acesso completo ao conteúdo resultante das quebras de sigilo e que a denúncia apresenta apenas trechos desconexos. A mensagem também afirma que o general Mário Fernandes prestou relevantes serviços ao Brasil e demonstrará a sua inocência.

A defesa do tenente-coronel Mauro Cid disse que não vai se manifestar.

A ex-ministra e atual senadora Damares Alves disse que não se recorda do episódio em que teria passado o contato de uma assessora do presidente Bolsonaro para apurar denúncias de fraudes na urna.

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Um figurão de Brasília, podre de rico, aliás, mais podre do que rico, amigo do peito do guru vermelho, queria falar com o Vermelhão.  

– Ô de casa! Eu quero falar com meu amigo do peito o guru da seita vermelha.

– Ô de fora! Ele está proibido de falar sobre política.

Só está liberado para assistir ao programa de Chacrinha, o Repórter Esso, a Copa do Mundo de 1954, o Concurso de Miss de Marta Rocha (aliás, eu sempre fui admirador de Marta, uma musa).

O amigão contou que o Véio foi capturado por um grupo que o impede de fazer política. É tudo muito estranho. Eu consultei os astros e decifrei o mistério.

Seguinte: Tudo indica que o Véio do Pastoril Encarnado foi abduzido por alienígenas de um disco voador, a mando de Elon Musk, para transportá-lo até Marte, o planeta vermelho, a bordo do foguete Starship. Eu mesmo à vezes ouço vozes estranhas na madrugada me convidando para fazer turismo em Marte, com tudo pago. Tô fora porque  me contaram que no planeta vermelho só tem comunista. O Véia do Seita Vermelha vai implantar uma célula comunista em Marte.

Depois de fazer transplante de cérebro, o Véio do Pastoril do Cordão Encarnado perdeu os encantos aqui neste Planeta. Disse que está sendo perseguido por Trump. Na verdade, ele padece da síndrome da fadiga dos materiais. Enferrujou. E também de mau olhado de 210 milhões de brasileiros. Contrataram um marqueteiro para resolver o problema. Mas, o marqueteiro não resolver nada. Deveria ter contratado uma personal benzedeira para curar o mal olhado. Não tem marqueteiro que dê jeito na ferrugem do esqueleto ou no mau olhado.

O papaizinho eu tenho 95 anos de idade e estou em plena forma meta-física.

O problema é dos juros, inflação e custo de vida. O Véio disse que se não tem picanha, devemos comer pelanca. Pelanca tem muita sustança. Ao invés de suco de laranja, suco e caldo de batata.

Noutros tempos, quando ainda havia fome no BR, o saudoso cantor Gilberto Gil cantou a pedra: “Fui passear na roça/ encontrei Madalena/ sentada numa pedra/ comendo farinha seca.// Madalena chorava sua mãe consolava dizendo assim/ “Pobre não tem valor/ pobre é sofredor/ e quem ajuda é o Senhor do Bomfim”.

Agora os artistas são consolados pela Lei Rouanet e ficam caladinhos diante do arbítrio. Eu não bato palmas para essa gente.  

A mundiça vermelha disse que o Bolsa Família acabou com a fome no BR e o pai dos pobres vai acabar com a fome no mundo, com o dinheiro da censura da USAID, aliás, com o dinheiro da ajuda humanitária da USAID.

Haverá sempre gravidez de inflação porque o governo emprenha despesas com muitas facilidades. São 37 ministérios cada um mais fogoso em consumir recursos. Reduzir ministérios, nem pensar. Tampouco se cogitar cortar ou reduzir as viagens internacionais da cuidadora.

*Periodista, escritor e quase poeta

Nísia, das 7 pragas do Egito, vai cair

A reforma ministerial tão esperada, cobrada pelo PT — e, principalmente, pelo Centrão — começa esta semana por uma das áreas mais criticadas do Governo: a saúde. A direção do Conselho Federal de Medicina espalhou um vídeo pelas redes sociais afirmando que a gestão da ministra Nísia Trindade, que deve ser substituída pelo ministro Alexandre Padilha, hoje nas Relações Institucionais, conseguiu trazer de volta doenças que já haviam sido extirpadas há muitos anos.

“A gente mostrou as sete pragas do Egito na realidade brasileira trazendo de volta doenças que já haviam sumido. Mostramos fatos. Nenhuma ofensa”, afirma Raphael Câmara, do CFM, referindo-se a proliferação de doenças como dengue, chikungunya, coqueluche, febre amarela, hanseníase e até malária. Com membros abertamente conservadores, o Conselho Federal de Medicina tem se destacado pela oposição a diversos aspectos da gestão da Saúde no governo Lula.

Segundo o jornal O Globo, Lula bateu o martelo e decidiu trocar Nísia Trindade por Alexandre Padilha no Ministério da Saúde. O petista agora deve decidir quem assumirá a Secretaria de Relações Institucionais no lugar de Padilha. Ainda não há uma definição se o cargo ficará com o PT ou se será entregue a um nome do Centrão, em uma estratégia para tentar ampliar a base aliada do governo no Congresso.

Lula conversou com interlocutores dos dois ministros, e a expectativa é de que a decisão seja comunicada ao longo desta semana. A escolha por Padilha, que já comandou a Saúde, ocorre por conta da articulação que ele já faz com o Congresso. Entre os objetivos a curto prazo, Lula quer agilizar o programa Mais Acesso a Especialistas e a campanha de combate à dengue, a fim de evitar um surto como o do ano passado.

Na festa de 45 anos do PT, sábado passado, Lula não poupou o próprio time de ministros ao analisar o governo. “Fiz uma reunião ministerial há 20 dias e descobri que um ministério do governo não sabe o que nós estamos fazendo. Se o ministério não sabe, o povo muito menos — disse, sem deixar claro a qual pasta estava se dirigindo.

ATÉ AGORA, SÓ UMA MUDANÇA – Junto com a crise do Pix, a avaliação de auxiliares do presidente Lula é de que os maus números nas últimas pesquisas de opinião fizeram o presidente “acordar” e iniciar as mudanças defendidas desde o ano passado. Por enquanto, a única alteração feita em 2025 foi na Secretaria de Comunicação Social (Secom): saiu o deputado petista Paulo Pimenta e entrou o publicitário Sidônio Palmeira. Antes mesmo de Sidônio Palmeira assumir a Secom, ele teve reuniões com Nísia, para explicar o potencial que o Mais Especialidades tem para se tornar a grande marca do governo Lula 3. O programa, contudo, está tão distante dessa ideia que tem o burocrático nome de Mais Acesso a Especialistas.

Silvio remanejado para ArticulaçãoPara a pasta de Relações Institucionais, o mais cotado é o pernambucano Silvio Costa Filho, atual ministro de Portos e Aeroportos, super elogiado por Lula num evento na sexta-feira passada no Rio. Silvinho, como é conhecido, é filiado ao Republicanos, mesmo partido do novo presidente da Câmara, Hugo Motta, o que é visto como um facilitador na relação. Ele tem, portanto, a preferência do Centrão. Outros nomes considerados especulados são o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), o deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), o senador Jaques Wagner (PT-BA) e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, do PSD mineiro.

Uma lástima, reclama ministra ameaçada – Prestes a deixar o governo, Nísia esteve na festa do partido, que foi realizada no Rio, cidade da ministra. Lula já tinha promovido neste mês uma espécie de “última dança” para a ministra em solo carioca, comparecendo à cerimônia de reabertura da emergência do Hospital Federal de Bonsucesso. A ida repentina ao Rio, anunciada apenas na véspera, foi lida por aliados como um gesto claro a Nísia antes de retirá-la da Esplanada. “Esses rumores envolvendo meu nome existem desde o início do governo. É uma lástima, mas continuo fazendo meu trabalho — queixou-se a ministra.

Nada avança na Saúde – Em relação ao programa “Mais especialidades”, Nísia argumenta que a iniciativa está andando, mas na reunião ministerial de janeiro deste ano apresentou uma série de senões burocráticos que fizeram Lula perder a paciência. A avaliação é de que nem o Pé-de-Meia nem o Desenrola, marcas imaginadas para ter grande apelo popular nesta gestão, conseguiram ter o mesmo impacto que o PAC, o ProUni e o Mais Médicos tiveram nos governos petistas anteriores, além do Bolsa Família. Com o caminhão de dinheiro da Saúde, o Mais Especialidades seria também uma forma de usar a favor do governo algo que hoje é um problema: o grande volume de emendas nas mãos do Congresso.

Elogio para despistar Ministério – Outra troca tida como certa no primeiro escalão de Lula será na Secretaria-Geral da Presidência. Márcio Macêdo tende a dar lugar à presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Havia a expectativa de que Lula anunciasse Gleisi como ministra na festa do partido, no último fim de semana, mas ele não o fez. Ao falar da aliada, o presidente a elogiou enquanto dirigente partidária. “Graças a Deus, o partido compreendeu a necessidade de eleger você. Não teria ninguém mais capaz. Nenhum homem aguentaria o que você aguentou”, disse.

CURTAS

EDINHO NO PT – Na esteira da indicação de Gleisi ao Ministério, o cargo de presidente da sigla seria ocupado de forma temporária por alguém até a eleição interna, em julho. O favorito para vencê-la é o ex-ministro da Secom Edinho Silva. O anúncio do apoio de Lula a ele também era esperado, mas não aconteceu.

LANÇAMENTO– O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), confirmou que sua pré-candidatura à Presidência da República nas eleições do ano que vem será anunciada no dia 4 de abril, em Salvador. A grande bandeira dele é o combate à violência. Goiás, o Estado que governa, é referência, sendo o mais tranquilo para se viver hoje no País, com baixíssimas taxas de homicídios.

PALCO ESVAZIADO – Pelo menos em público, o camarote armado pela governadora Raquel Lyra (PSDB) no Marco Zero, na tentativa de ofuscar o da Prefeitura do Recife, tem sido um fiasco. Este blog recebeu várias imagens do seu esvaziamento na programação de sábado passado.

Perguntar não ofende: Silvio Filho não vai para o sacrifício sendo remanejado de Portos e Aeroportos para Articulação Política?

Do g1 Pernambuco

Brigas generalizadas neste último domingo (23) de prévias de carnaval em Olinda acabaram com 29 pessoas na delegacia, incluindo três menores de idade. Duas pessoas feridas nos confrontos foram hospitalizadas por causa da gravidade dos ferimentos. Imagens fortes mostram a confusão no meio da rua (veja vídeo abaixo).

De acordo com a Polícia Militar (PM), cerca de 150 pessoas participaram das brigas, que aconteceram na Rua Eduardo de Morais, um dos corredores de acesso ao desfile das Virgens do Bairro Novo, tradicional bloco carnavalesco de Olinda.

Os nomes das pessoas presas e as idades dos três apreendidos não foram informados pela PM. Também não foi divulgado para qual hospital as duas vítimas foram levadas; por isso, não foi possível obter informações sobre o estado de saúde das pacientes.

Em nota divulgada sobre o caso, a PM informou que:

  • policiais militares do 1º Batalhão estavam fazendo rondas quando se depararam com o confronto generalizado;
  • a equipe policial ajudou a levar as duas vítimas para uma unidade de saúde;
  • as 29 pessoas detidas foram levadas para a Delegacia do Varadouro, em Olinda.

O g1 entrou em contato com a Polícia Civil para obter outras informações sobre essas detenções, mas a corporação informou que não localizou o boletim de ocorrência referente a esse caso.

Outras prisões em prévias

No dia 16 de fevereiro, nas prévias de carnaval em Olinda, 31 pessoas foram presas pela Polícia Militar. Os detidos, que não tiveram nome e idade divulgados, estavam marcando confrontos entre si, promovendo distúrbio e desordem, além de assustar foliões que curtiam a festa, segundo a PM.

Do g1

A plataforma de vídeos Rumble e a empresa Trump Media & Technology entraram, no sábado (22), com uma nova ação na Justiça dos Estados Unidos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

As empresas questionam a decisão de Moraes que, na sexta-feira (21), mandou bloquear o Rumble no Brasil, impôs multa diária de R$ 50 mil e determinou a indicação de um representante da plataforma no país.

No documento, Rumble e Trump Media pedem a concessão de medida cautelar para não serem obrigadas a cumprir as determinações de Moraes. A ação pede uma medida de cumprimento imediato.

“Na ausência de intervenção judicial imediata e medida cautelar, os requerentes sofrerão ainda mais danos irreparáveis, incluindo a perda de liberdade [prevista na] Primeira Emenda [da Constituição americana], desafios operacionais adicionais e uma erosão permanente da confiança do usuário”, diz o documento ao qual a TV Globo e o g1 tiveram acesso.

A Rumble é uma plataforma de vídeos similar ao YouTube, do Google. Lançada em 2013, a rede social é bastante popular entre conservadores nos EUA. Ela diz que sua missão é “proteger uma internet livre e aberta” e já se envolveu em diversas controvérsias.

A plataforma tem negócios com o grupo de comunicação de Trump e também já recebeu investimentos de pessoas próximas do republicano, inclusive o atual vice-presidente dos EUA, J.D. Vance.

Na nova ação apresentada, as empresas afirmam que Moraes está ignorando canais legais e “deliberadamente contornando a supervisão do governo dos EUA”.

Processo nos Estados Unidos

Na quinta-feira (19), a plataforma já havia apresentado à Justiça dos Estados Unidos uma ação contra o ministro Alexandre de Moraes. O processo foi aberto em conjunto com o grupo de comunicação Trump Media & Technology Group, do presidente dos EUA, Donald Trump.

As empresas acusam Moraes de censura e pedem que ordens do juiz brasileiro para derrubada de contas de usuários do Rumble não tenham efeito legal nos EUA.

No texto, a acusação afirma que a base para a abertura do processo foi o bloqueio de Moraes de contas no Rumble de uma série de usuários, incluindo um “muito conhecido”.

Segundo a decisão, trata-se do blogueiro Allan dos Santos, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que vive nos Estados Unidos. Alexandre de Moraes já havia determinado anteriormente a prisão do blogueiro, que é considerado foragido pelo STF.

As exigências de Moares incluem:

  • apresentação de um representante legal no Brasil;
  • bloqueio do canal de Allan dos Santos e de novos cadastros;
  • interrupção de repasses financeiros ao influenciador.

Outras redes sociais, como YouTube, Facebook, Twitter e Instagram, já haviam sido notificadas anteriormente e cumpriram as determinações.