O Banco do Nordeste (BNB), atuando como banco operador do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor), anunciou a realização do 2º Leilão de oferta de compra das cotas escriturais do fundo. O evento ocorrerá na B3 S/A e envolverá a recompra de 1,1 bilhão de cotas, representando 80% do total emitido pelo Finor, ao preço de R$ 1,06 por lote de mil cotas. O leilão será realizado no próximo dia 21 de março, das 14h às 15h, podendo o volume negociado chegar a R$ 1,16 bilhão. O pagamento será à vista, em moeda corrente do País.
Os titulares de cotas escriturais do Finor interessados em participar do leilão devem contatar uma Corretora de Títulos e Valores Mobiliários credenciada na B3 S/A e autorizá-la a realizar a negociação. Para cotas custodiadas no Banco do Nordeste, é necessária a transferência de sua propriedade fiduciária para a B3 S/A, utilizando o extrato de movimentação de cotas escriturais do Finor como documentação. O edital do leilão será publicado no dia 14 de março de 2025 nos sites da B3 S/A e do Banco do Nordeste.
O Finor é um fundo de investimento criado para promover o desenvolvimento econômico da Região Nordeste do Brasil, além de partes dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. O fundo permitia que empresas deduzissem parte do imposto devido, direcionando recursos para projetos aprovados pela Sudene ou pelo então Ministério da Integração Nacional.
O público-alvo do Finor inclui cotistas, que podem ser pessoas físicas ou jurídicas de qualquer parte do Brasil, e empresas beneficiárias, localizadas na área de atuação da Sudene, que são regidas pela lei das sociedades por ações e tinham seus projetos aprovados para receber os recursos do fundo.
Os valores foram aplicados em projetos incentivados ou em projetos próprios, contribuindo para o desenvolvimento sustentável das regiões atendidas.
O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), e o vice-líder do governo na Casa, Rogério Correia (MG), solicitaram à Procuradoria-Geral da República (PGR) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) faça uso de tornozeleira eletrônica. O pedido feito ontem, busca evitar uma possível fuga dele do País.
No documento, os deputados também requerem que Bolsonaro não se aproxime de embaixadas estrangeiras, para que não possa solicitar asilo diplomático, e seja proibido de sair de Brasília sem autorização judicial. Para os parlamentares, as medidas cautelares seriam “essenciais à garantia de aplicação e efetividade das leis penais”.
Bolsonaro e outras 33 pessoas foram denunciados pela PGR por tentativa de golpe de Estado com base em inquérito da Polícia Federal. Se a denúncia for aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF), será instaurada uma ação penal.
Os 34 acusados se tornam, então, réus e enfrentam a possibilidade de serem condenados criminalmente por crimes como organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e dano ao patrimônio da União. No requerimento, os petistas argumentam que Bolsonaro demonstrou o desejo de deixar o Brasil em entrevistas e que elementos apontam para um possível pedido de asilo diplomático.
Em fevereiro de 2024, o ex-presidente passou duas noites na embaixada da Hungria, logo depois de ser alvo de operação da Polícia Federal que apurava a trama golpista e de ter o passaporte apreendido. “É de se ressaltar que por diversas vezes Jair Bolsonaro incentivou publicamente a fuga de condenados pelos crimes cometidos no dia 8 de janeiro de 2023, bem como a permanência clandestina no exterior, em especial na Argentina, como tentativa de evitar a aplicação da lei e decisões judiciais proferidas pelo Supremo Tribunal Federal”, escrevem os deputados no pedido.
A avaliação negativa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cresceu entre janeiro e fevereiro deste ano, segundo aponta nova pesquisa do instituto AtlasIntel divulgada hoje. De acordo o levantamento, 50,8% consideram a gestão ruim ou péssima, sendo que antes o índice era de 46,5%, ou seja, um crescimento de 4,3 pontos porcentuais.
Os que acham o trabalho do governo ótimo ou bom eram 37,8% e agora são 37,6%, uma oscilação de 0,2 ponto porcentual. Outros 11,3% consideram a gestão regular (em janeiro era 15,6%). Houve ainda 0,4% dos entrevistados que não souberam responder. As informações são do portal Estadão.
A AtlasIntel ouviu 5.710 eleitores, por meio de recrutamento digital aleatório, entre os dias 24 e 27 de fevereiro. A margem de erro é de um ponto porcentual e o índice de confiabilidade é de 95%.
Os segmentos do eleitorado que mais consideram a gestão ruim ou péssima são os evangélicos (76,3%), os moradores da região Sul (62,7%) e os moradores do Centro-Oeste (59,3%). Já os que mais optaram pela opção ótimo ou bom são os agnósticos, ou ateus (57,3%), os maiores de 60 anos (53,3%) e os que possuem até o ensino fundamental (51,8%).
Perguntados sobre o desempenho de Lula, 53% disseram que desaprovam o trabalho do petista (em janeiro era 51,4%) e 45,7% afirmaram que aprovam (em janeiro era 45,9%). Optaram por não responder 1,3% dos entrevistados.
A AtlasIntel também perguntou aos entrevistados sobre o desempenho do governo em determinadas áreas. Os impostos e carga fiscal (58%), a segurança pública (57%) e a responsabilidade fiscal foram as que receberam mais a opção “péssima”. As mais escolhidas como “ótima” foram as políticas sociais (35%) e a criação de empregos (34%).
Para 49,4% dos entrevistados, o governo de Lula é pior que a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para outros 48,9%, o cenário é o inverso. Na opinião de 1,7%, os governos são iguais.
Tarcísio fica na frente e Bolsonaro empata com Lula em cenários de segundo turno para 2026
A pesquisa da AtlasIntel também simulou três cenários para a eleição presidencial de 2026. Inelegível até 2030 por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, Bolsonaro está na frente de Lula em um primeiro turno com o ex-ministro da Integração Regional Ciro Gomes (PDT) e a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB).
Neste cenário, que recria a eleição presidencial de 2022, Bolsonaro tem 45,8% e Lula 42,9%. Ciro aparece com 4,4% e Tebet registrou 2,7% na sondagem.
Em um segundo turno contra Bolsonaro, o capitão reformado tem 49% das intenções de voto, contra 48% do petista, o que evidencia um resultado polarizado tal como em 2022. Outros 4% não sabem ou não responderam, ou declararam voto em branco, ou nulo.
Já em um cenário onde Bolsonaro é substituído pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Lula tem 41,6% ante 32,3% do governador paulista. Em seguida, aparecem o cantor sertanejo Gusttavo Lima (sem partido), e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União) com os mesmos 4,6%.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), tem 4,5%. Tebet aparece com 3,2%, acima do ex-coach Pablo Marçal (PRTB), que tem 2,5%. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), surge com 1,5% e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), registrou 1,2% na sondagem. Outros 4% disseram que votariam em branco ou nulo.
Em um cenário de segundo turno entre Lula e Tarcísio, o governador de São Paulo tem 49%, enquanto Lula aparece com 47%. Outros 4% não sabem ou não responderam, ou declararam voto em branco, ou nulo.
Já em um terceiro cenário, onde Bolsonaro é substituído pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Lula tem 41,5%, contra 23,8% do filho do ex-presidente. Em seguida aparecem Romeu Zema (10%), Ronaldo Caiado (6,4%), Gusttavo Lima (4,1%), Simone Tebet (3,4%), Pablo Marçal (3,2%), Eduardo Leite (1,9%) e Marina Silva (1,3%).
Em um eventual segundo turno entre Lula e Eduardo, o presidente tem 48% das intenções de voto ante 44% do deputado federal. Outros 9% dos entrevistados não souberam responder ou declararam voto branco, ou nulo.
O período carnavalesco, em Pernambuco, teve 57 pessoas assassinadas em seis dias, entre 27 de fevereiro e 4 de março. Mesmo assim, segundo o secretário estadual de Defesa Social, Alessandro Carvalho, o carnaval foi o “mais seguro da história”, com o menor número de homicídios desde 2004.
Nos dias de festa, houve casos graves de violência, como a morte de um homem após o desfile do Galo da Madrugada, no Recife, e um tiroteio que deixou sete feridos durante o show de João Gomes na Praça do Carmo, em Olinda.
“O balanço é muito positivo. Nós fizemos o carnaval mais seguro da história de Pernambuco, o menor número de homicídios nos últimos 22 anos. Desde 2004, não havia um número tão baixo de homicídios”, comentou o secretário em entrevista à TV Globo.
Para Alessandro Carvalho, não houve falhas de segurança nos casos registrados no Recife e em Olinda. “Não considero que seja falha de segurança. No caso do Galo, já tinha passado os trios, era um momento de dispersão […]. Em Olinda, a polícia estava do lado, só que era uma quantidade de pessoas muito grande, um criminoso se infiltrou e realizou os disparos”, afirmou.
O primeiro caso aconteceu no Sábado de Zé Pereira (1º), na Avenida Sul. João Amâncio Neto, de 32 anos, foi baleado por um homem depois de esbarrar acidentalmente na companheira dele. Outra pessoa foi atingida pelos disparos e ficou ferida. A família da vítima disse que, após atirar, o criminoso se identificou como policial e liberado pela Polícia Militar.
De acordo com o secretário Alessandro Carvalho, o crime segue sob investigação da Polícia Civil e da Corregedoria da SDS. O atirador ainda não foi identificado.
“Essa versão está sendo checada, de que houve a abordagem dessa pessoa que teria feito o disparo. Estão presumindo que foi um policial. Nós estamos trabalhando para identificar qual foi essa patrulha que fez a abordagem. E, sendo policial ou não, isso não faz diferença alguma. Digo até mais: a obrigação é ainda maior, nossa, de dar a resposta”, disse.
Sobre o tiroteio ocorrido no encerramento do carnaval de Olinda, o secretário falou que o caso é tratado “com prioridade” e informou que a Polícia Civil está analisando as imagens gravadas por testemunhas e por câmeras de segurança no local. O criminoso também foi localizado.
“Estamos tentando entender a dinâmica. […] Muitas pessoas que estavam no show não chegaram nem a ouvir os disparos de arma de fogo. O cantor que se apresentava mandou parar o show porque abriu uma clareira. Mas nem os disparos, muitos não ouviram. A Polícia Militar já se encontrava no local, de imediato, tentou identificar quem realizou os disparos, não conseguiu e passou a prestar socorro às vítimas”, afirmou o secretário.
Mais de 50 homicídios
Segundo balanço da SDS, o estado registrou 57 homicídios durante o carnaval. O número, de acordo com a pasta, indica uma redução de 14,9% em comparação com o mesmo período no ano passado, quando foram notificados 67 assassinatos.
Esse foi o menor quantitativo registrado pelo estado no carnaval desde 2004, conforme a SDS. A quantidade de roubos também diminuiu, segundo o órgão. Foram 168 casos em 2024 e 159 neste ano, o que representa uma queda de 5,4%.
Houve redução, ainda, no número de ocorrências relacionadas à violência contra a mulher. No carnaval passado, a polícia registrou 677 denúncias. Em 2025, foram 496. Uma queda de 27%. Conforme a Secretaria Estadual de Saúde (SES), 16 mulheres foram atendidas em unidades hospitalares após serem vítimas de violência sexual.
“A Operação Carnaval é a maior operação, para a Secretaria de Defesa Social, em segurança. E conseguimos fechar ela com sucesso”, declarou o secretário Alessandro Carvalho durante o evento nesta quinta (6).
O governo do estado informou que investiu mais de R$ 39 milhões no carnaval, incluindo ações de segurança, turismo e saúde, além de programações culturais. De acordo com a Secretaria de Turismo, a estimativa é que a festa tenha gerado uma movimentação econômica de R$ 3,3 bilhões. Só em Olinda e no Recife, mais de 7,5 milhões brincaram o carnaval neste ano, segundo as prefeituras das duas cidades.
Em visita ao presidio de Igarassu, conhecido agora como “Resort do Crime”, após reportagem no Fantástico de domingo passado, expondo as regalias que os presos recebiam na unidade prisional, o deputado federal Coronel Meira (PL) fez uma visita para inspecionar a penitenciaria. Saiu de lá cobrando providências à governadora Raquel Lyra (PSDB) pelas redes sociais.
Segundo Meira, Pernambuco recebeu R$ 222 milhões do Governo Federal para Segurança Pública entre os anos de 2023 e 2024. O programa Juntos pela Segurança, criado pela governadora Raquel Lyra, também tem R$ 1 bilhão em caixa, segundo o parlamentar. “Governadora, tenha coragem! Enfrente o problema da Segurança Pública, combata o crime organizado em Pernambuco, eu enfrentei quando essa era minha missão”, disse Meira. Clique aqui e confira a reportagem do Fantástico na íntegra.
O ministro Rogerio Schietti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou o trancamento de inquérito policial instaurado há nove anos contra um empresário de Pernambuco para investigar suposta falsificação de atestados de regularidade emitidos pelo Corpo de Bombeiros. A decisão foi monocrática (individual) e o nome do empresário não foi divulgado, mas o relator do caso reconheceu que houve excesso de prazo na tramitação da investigação.
A defesa do empresário impetrou Habeas Corpus pedindo o arquivamento do inquérito com a alegação de constrangimento ilegal, uma vez que ele permaneceu na condição de investigado por quase uma década sem que o caso fosse concluído. Argumentou, ainda, que a natureza do crime em apuração não justifica a prolongada duração do inquérito, sobretudo pela ausência de qualquer pedido formal de prorrogação do prazo.
No Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), a 3ª Câmara negou o pedido, sob o fundamento de que o excesso do prazo se justificaria pela complexidade da investigação, que conta com vários investigados, incluindo pessoas físicas e jurídicas. E ainda destacou a necessidade de realização de perícia, o que prolonga ainda mais o procedimento.
Imprevisibilidade
Os advogados do investigado recorreram, então, ao STJ, que reformou a decisão do TJPE. Para o ministro Schietti, apesar da investigação ter iniciado há tanto tempo, ainda não há previsão para conclusão. “Constata-se um quadro de absoluta imprevisibilidade no que concerne ao término da investigação policial em questão, uma vez que o inquérito foi instaurado em 31/03/2016”, enfatizou.
O ministro afirmou que há ausência de documentos para justificar a extensão do prazo para o término das investigações. “A duração do procedimento sem justificativa plausível afronta o princípio da razoável duração do processo”, acrescentou.
Para o magistrado do STJ, “nenhum documento aponta razões bastantes para tamanha extensão de prazo para o término das investigações, principalmente quando se percebe que a investigação pouco avançou no que concerne à identificação dos possíveis envolvidos no crime.” Diante disso, ele concedeu a ordem para determinar o trancamento do inquérito policial.
Os trens Eurostar para Londres e todos os trens que seguem para o norte da França foram paralisados, hoje, após a descoberta de uma bomba não detonada da Segunda Guerra Mundial nos trilhos que levam à estação mais movimentada do país.
A polícia de Paris informou que às 4h da manhã (horário local) desta sexta-feira, uma bomba da Segunda Guerra Mundial foi descoberta por trabalhadores ao longo dos trilhos ferroviários em Saint Denis.
Um perímetro de segurança foi imediatamente estabelecido, levando à interrupção das linhas intermunicipais e suburbanas da Gare du Nord, relataram as autoridades ao portal CNN.
Técnicos da equipe de desminagem de Paris estão atualmente no local, segundo a polícia, com um porta-voz da Companhia Nacional das Ferrovias Francesas (SNCF na sigla em inglês) descrevendo a bomba como “realmente enorme”.
“A bomba pode ser uma séria ameaça à vida das pessoas“, disse o porta-voz.
O tráfego estava “completamente bloqueado” às 9h da manhã (horário local) desta sexta-feira (7), comunicou o Ministro dos Transportes francês, Philippe Tabarot, interrompendo trens suburbanos, regionais e internacionais.
Tabarot alertou que os serviços serão “fortemente abalados” durante todo o dia.
“Equipes de desminagem estão trabalhando duro” para resolver o problema, explicou a companhia, acrescentando que o tráfego seria interrompido na Gare du Nord até o meio da manhã a pedido da polícia.
A Gare du Nord é um importante centro de trânsito europeu, atendendo destinos internacionais ao norte da França, bem como o principal aeroporto de Paris e muitos passageiros regionais.
Tabarot ressaltou que esperava que um serviço reduzido estivesse operando nas linhas francesas até a tarde.
“Não há razão para temer”, falou o ministro à Sud Radio, “Pode acontecer que os desminadores tenham que limpar um certo número de sacos abandonados às vezes. Mas é bem raro para uma bomba da Segunda Guerra Mundial”.
A executiva nacional do PT se reúne, na manhã de hoje, para discutir a escolha do presidente interino do partido.
Atual comandante da sigla, a deputada Gleisi Hoffmann (PR) deixará o cargo para se tornar ministra no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela chefiará, a partir do dia 10, a pasta responsável pela articulação política do Planalto.
O substituto de Gleisi ocupará a cadeira até a posse do novo presidente da sigla, que será eleito em julho para um mandato de quatro anos.
Há expectativa de que o senador Humberto Costa (PE), que deve ser indicado pela ala majoritária da sigla, seja confirmado para o mandato-tampão.
A possibilidade de um presidente interino na sigla abriu uma nova rodada de disputas internas entre correntes divergentes e aliadas. Diferentes alas enxergam na vaga uma possibilidade de impulsionar candidaturas nas eleições internas de julho.
O campo majoritário do partido, que já tem enfrentado um “racha” na tentativa de consolidar um nome único para as disputas do próximo semestre, se viu mais uma vez dividido.
Membros da executiva nacional de diferentes correntes do PT avaliam que a decisão sobre o interino de Gleisi é uma prerrogativa da Construindo Um Novo Brasil (CNB), ala predominante dentro do partido.
Nos últimos dias, dois nomes concentraram as atenções e negociações para ganhar a indicação da CNB: o atual líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (CE); e o senador Humberto Costa (PE).
Junto a membros da CNB, Gleisi, Guimarães e Costa se reuniram na noite desta quinta (6) para definir quem seria o escolhido do grupo para ocupar interinamente a cadeira de Gleisi. Ao final do encontro, prevaleceu o nome de Humberto Costa como indicado.
Atuais vice-presidentes do partido, José Guimarães e Humberto Costa também tentam se cacifar, dentro do campo majoritário, como candidatos a presidente em julho.
Membros da direção nacional do PT afirmam que, na reunião híbrida desta sexta, Gleisi deverá comunicar oficialmente que deixará o comando da sigla. Na sequência, ela deve dar início às discussões sobre o rito de substituição e anunciar o nome acordado dentro da CNB para substituí-la.
Dirigentes esperam, ainda, que Gleisi Hoffmann leve rapidamente o nome de Humberto Costa à votação dentro do diretório nacional – instância superior à executiva.
Pelo estatuto da sigla, o diretório nacional, que reúne um número ampliado de dirigentes, é responsável por confirmar a escolha do presidente interino.
Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, disse, ontem, à Folha, que a governadora Raquel Lyra, atualmente no PSDB, está ingressando no PSD, na próxima segunda-feira, em ato no Recife, sabendo que a sua nova legenda terá candidato próprio à Presidência da República. Ele citou dois nomes já especulados pela mídia – os governadores de São Paulo, Tarcísio Freitas, e o governador do Paraná, Ratinho Júnior.
“São nomes excepcionais”, afirmou. Perguntado se a governadora de Pernambuco havia assumido com ele o compromisso de apoiar um desses nomes ou um outro como alternativa própria do PSD, Kassab afirmou que, nas suas tratativas com Raquel, não condicionou sua filiação ao jogo da sucessão presidencial, no próximo ano.
“Se ela optou pelo PSD para ficar mais próxima do presidente Lula, acertou, porque o nosso partido, hoje, está na base do Governo e ocupa ministérios. Se ela optar por uma outra candidatura, como a de Lula, isso não será problema, porque existem casos assim em outros Estados”, afirmou.
Segundo Kassab, a governadora, em nenhum momento das diversas conversas que teve com ele, impôs alguma dificuldade em relação a 2026. “O que estamos comemorando, neste momento, é a filiação de uma governadora. Isso nos fortalece, fortalece o partido e, sendo do Nordeste, nos dá envergadura na região”, disse.
Kassab disse, ainda, que deu carta branca para Raquel e que, se ela vier a assumir a presidência do PSD no Estado, será honroso para ele e para o partido. “Mas isso eu deixei nas mãos de André de Paula. Ele vai se entender com a governadora e saber dela o que pensa sobre o assunto e qual o melhor caminho”, afirmou.
Sobre o ato da próxima segunda-feira, Kassab disse que está com a expectativa de ser bastante prestigiado, inclusive por ministros do partido e lideranças de todas as regiões do País, principalmente do Nordeste. “Faremos um grande evento, do tamanho e da dimensão da governadora”, destacou.
O presidente nacional do PSD disse, por fim, que a governadora é uma grande aposta da legenda para sua reeleição em 2026. “Ela passou por alguns momentos de dificuldades, mas já vi pesquisas que está melhorando. Como em Pernambuco a eleição será polarizada com o prefeito João Campos (PSB), acho que isso vai favorecer ela”, disse, apostando no crescimento de Raquel nas pesquisas na medida em que o povo pernambucano passar a ter a exata compreensão do governo da nova aliada.
Há muito, a governadora Raquel Lyra andava insatisfeita com o PSDB, numa posição desconfortável. Tudo porque a legenda faz oposição ao Governo Lula, de quem se aproximou tão logo foi recebida com tapete vermelho no Palácio do Planalto e viu os cofres do Estado serem recheados de verbas federais.
Seu grande padrinho no Planalto é o ministro da Casa Civil, Rui Costa, que já a convidou para se filiar ao PT. O ex-governador baiano tem conversado com ela para abrir um segundo palanque para Lula em Pernambuco nas eleições presidenciais do ano que vem, mesmo sabendo que o aliado preferido do presidente é o prefeito João Campos (PSB).
À procura de um partido integrante da base do Governo no Congresso, Raquel flertou primeiro com o PSD, que chegou a discutir uma fusão com o PSDB sem sucesso, porque os caciques tucanos acabaram preferindo o Podemos, já num processo de incorporação bastante avançado. Em seguida, a governadora bateu na porta do MDB, legenda que incorporaria o PSDB.
Esbarrou nas dificuldades da província. Presidente estadual do MDB, o ex-deputado Raul Henry, agora secretário de Relações Institucionais da Prefeitura do Recife, disse que iria resistir a qualquer tentativa da ainda tucana de ingressar na legenda. Isso forçou a governadora a retomar as negociações com Kassab. Prosperaram, é verdade. Na próxima segunda-feira, num grande ato no Recife, ela assina a ficha de filiação ao partido abonada pelo próprio Kassab.
O PSD, entretanto, não vira uma militância confortável e definitiva para Raquel. Ontem, numa entrevista exclusiva a este colunista, publicada com exclusividade na edição impressa de hoje da Folha de Pernambuco, Kassab disse que o partido terá candidato próprio à Presidência da República, o que, de imediato, contraria o projeto da governadora. Ao ingressar na legenda, Raquel optou por ficar na base de Lula, evidentemente com o intuito de abrir um duplo palanque ao petista, já que o palanque número um será o de João, seu provável adversário.
Na mesma entrevista, Kassab citou dois nomes em potenciais que o PSD pode entrar na corrida presidencial: os governadores Tarcísio de Freitas e Ratinho Júnior, respectivamente de São Paulo e do Paraná, alternativas fora do radar da governadora. Kassab diz que nas tratativas com Raquel a sucessão presidencial ficou de lado, o que, convenhamos, é uma forma de despistar. Afinal, tudo em 2026 passa pela sucessão de Lula.
Se o novo partido de Raquel terá candidato próprio ao Planalto, longe de contar com o apoio e a simpatia dela, certamente ela não terá feito a melhor escolha, isso levando em consideração seu desejo de apoiar a reeleição de Lula. A governadora entra numa legenda já sabendo de antemão que tende a abrir uma dissidência na eleição presidencial, caso Kassab banque Tarcísio ou Ratinho, para quem ela torce o nariz.
POSTURA CONTRADITÓRIA – Na entrevista exclusiva a este colunista, Gilberto Kassab foi contraditório. Elogiou a opção de Raquel por um partido da base de Lula, mas reforçou que o seu partido terá candidato próprio. “Se ela optou pelo PSD para ficar mais próxima do presidente Lula, acertou, porque o nosso partido, hoje, está na base do Governo e ocupa ministérios. Se ela optar por uma outra candidatura em 2026, como a de Lula, isso não será problema, porque existem casos assim em outros Estados”, afirmou. Segundo Kassab, a governadora, em nenhum momento, impôs alguma dificuldade em relação a 2026. “O que estamos comemorando, neste momento, é a filiação de uma governadora. Isso nos fortalece, fortalece o partido e, sendo do Nordeste, nos dá envergadura na região”, disse.
Carta branca – Kassab disse, ainda, que deu carta branca para Raquel e que, se ela vier a assumir a presidência do PSD no Estado, será honroso para ele e para o partido. “Mas isso eu deixei nas mãos de André de Paula. Ele vai se entender com a governadora e saber dela o que pensa sobre o assunto e qual o melhor caminho”, afirmou. Sobre o ato da próxima segunda-feira, Kassab disse que está com a expectativa de ser bastante prestigiado, inclusive por ministros do partido e lideranças de todas as regiões do País, principalmente do Nordeste. “Faremos um grande evento, do tamanho e da dimensão da governadora”, destacou.
Aposta de Kassab – O presidente nacional do PSD disse, por fim, que a governadora Raquel Lyra é uma grande aposta da legenda para sua reeleição em 2026. “Ela passou por alguns momentos de dificuldades, mas já vi pesquisas que está melhorando. Como em Pernambuco a eleição será polarizada com o prefeito João Campos (PSB), acho que isso vai favorecer ela”, disse, apostando no crescimento de Raquel nas pesquisas na medida em que o povo pernambucano passar a ter, segundo ele, a exata compreensão do governo da nova aliada.
Ratinho, pré-candidato, no ato de filiação – Além de Gilberto Kassab e lideranças do partido no Nordeste, outras autoridades devem comparecer ao ato de filiação da governadora Raquel Lyra, na próxima segunda-feira, no Recife. Estão confirmados o governador do Paraná, Ratinho Júnior, citado por Kassab como um dos nomes ao Planalto, e o ex-governador do Rio Grande do Sul, Antônio Britto. A presença de aliados do governo federal na cerimônia reforça a intenção da governadora de estreitar ainda mais os laços com o presidente Lula. Nos últimos meses, Lyra tem intensificado a articulação em Brasília, fortalecendo sua relação com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), a quem considera um amigo. Em Pernambuco, o PT está dividido: enquanto a ala estadual apoia Raquel Lyra, o diretório municipal mantém aliança com o prefeito do Recife, João Campos (PSB).
Fundo eleitoral e tempo de TV mais robustos – Embora tenha se tornado a legenda com mais prefeituras em Pernambuco (32 no total), o PSDB, o agora ex-partido de Raquel, enfrenta dificuldades em nível federal. No PSD, a governadora terá acesso ampliado a recursos partidários, o que é considerado estratégico para sua candidatura à reeleição em 2026. Outro fator relevante é o tempo de propaganda eleitoral. Com 42 deputados federais e a maior quantidade de prefeituras do País, o PSD oferecerá a Raquel Lyra um tempo de televisão significativamente maior.
CURTAS
APELIDO – “JJ”. É assim que a primeira-dama Janja Silva, que se chama Rosangela, é chamada no Palácio do Planalto. O apelido é usado não só por assistentes diretos de Janja e do próprio presidente Lula, como está na boca de praticamente todos os funcionários do Palácio e até de alguns ministros. Ninguém, porém, costuma se dirigir à primeira-dama como “JJ”.
GASTANÇA – O Tribunal de Justiça da Paraíba vai gastar R$ 234 milhões com o pagamento da chamada “indenização por acúmulo de acervo” a juízes da ativa e aposentados. O termo é usado para definir o pagamento extra a juízes que assumem processos deixados por outros magistrados por aposentadoria, falecimento ou vacância. A decisão do tribunal foi tomada depois de uma ação da AMPB (Associação dos Magistrados da Paraíba) entrar com ação pedindo que o pagamento fosse retroativo.
CRIME – Um ex-vereador de Tupanatinga, no Agreste, foi flagrado por uma câmera de segurança atirando contra uma mulher dentro de um motel localizado às margens da BR-424, em Garanhuns. O crime aconteceu na madrugada de ontem, e o autor dos disparos foi identificado como Luciano de Souza Cavalcanti, de 60 anos.
Perguntar não ofende: E se o PSD lançar Tarcísio Freitas para presidente, Raquel larga o partido ou abre dissidência?
O vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou nesta quinta-feira (6) medidas para tentar baratear o preço de alimentos. Entre as medidas estão zerar a tarifa de importação para alguns alimentos, como carne, café, açúcar, milho e azeite de oliva.
Alckmin afirmou que as medidas vão entrar em vigor “em poucos dias”. Segundo o vice-presidente, “o governo está abrindo mão de imposto em favor da redução de preço”.
As medidas foram anunciadas após reunião do presidente com ministros e empresários do setor de alimentos e abastecimento no Palácio do Planalto.
A inflação dos alimentos é uma das principais preocupações do governo Lula no momento, porque tem um grande impacto em como a população enxerga a gestão.
Segundo especialistas, esse é um dos fatores que contribuem para a crise de popularidade que o presidente enfrenta atualmente.
Veja como ficam as tarifas de importação anunciadas por Alckmin:
Carne Tarifa de importação atual: 10,8% Nova tarifa: 0%
Café Tarifa de importação atual: 9% Nova tarifa: 0%
Açúcar Tarifa de importação atual: 14% Nova tarifa: 0%
Milho Tarifa de importação atual: 7,2% Nova tarifa: 0%
Impacto nos produtores nacionais
Alckmin foi questionado sobre o impacto das medidas nos produtores nacionais, que vão ter que lidar com um produto mais barato vindo de fora.
“Nós entendemos que não [vai prejudicar o produtor brasileiro]. Você tem períodos de preços mais altos, mais baixos. Nós estamos em um período em que reduzir o imposto ajuda a reduzir preços. Você está complementando”, disse Alckmin.
“Não vai prejudicar o produtor, mas vai beneficiar os consumidores”, completou.
Outras medidas
Outras medidas anunciados pelo governo foram:
• Aceleração do SISBI-POA
O governo pretende ampliar o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA), que permite que produtos como leite, mel, ovos e carnes inspecionados em municípios e estados possam ser vendidos em todo o país.
A meta é passar de 1.550 registros para 3.000 no sistema, o que pode trazer mais competitividade e redução de custos no setor de proteína animal.
• Fortalecimento dos estoques reguladores da Conab
O governo quer reforçar os estoques públicos de alimentos básicos para ajudar a segurar a alta de preços em momentos críticos, garantindo oferta e estabilidade.
• Plano Safra com foco na cesta básica
Os financiamentos do Plano Safra devem priorizar a produção de itens que compõem a cesta básica, com mais estímulo para produtores rurais que abastecem o mercado interno.
Reuniões ao longo do dia
As medidas foram anunciadas após um dia de reuniões do governo para discutir o preço dos alimentos.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, adiantou pela manhã que Lula pretendia anunciar, ainda nesta quinta, medidas governamentais para enfrentar a inflação.
Mais cedo, Alckmin e ministros do governo tiveram uma reunião sobre o tema, para debater as possíveis propostas.
O presidente Lula participou de uma reunião à tarde com ministros e empresários.
O tradicional Desfile das Virgens 2025 promete movimentar Surubim, no Agreste de Pernambuco, com uma programação repleta de atrações e blocos carnavalescos. O evento, que acontece de 7 a 9 de março, reúne artistas de peso como Alceu Valença, Claudia Leitte, Márcia Fellipe, Companhia do Calypso e MC Japão. O evento tem apoio do Governo de Pernambuco, Prefeitura de Surubim, Empetur e Fundarpe.
Na sexta-feira (7), a festa começa com desfiles de blocos como Os Compadres, Bloco da Juventude e Orquestrão, além de shows no Pátio da Usina. Já no sábado (8), a programação inclui cortejo de blocos líricos e desfiles de trios elétricos, encerrando a noite com show de Alceu Valença.
O encerramento, no domingo (9), deve manter o alto astral, a partir das 8h, com blocos de rua como Levanta Defunto, As Bonecas e Acorda Povo. Às 14h, o Orquestrão e o Cortejo da Cultura Popular levam à avenida manifestações tradicionais como maracatu, caboclinho e bonecos gigantes. A festa se despede com uma grande apresentação de trios elétricos a partir das 16h, contando com as apresentações de, entre outros, Retetel, 40 Graus, Rafa Alice, Carrapetta e Claudia Leitte.
Os advogados do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo de Jair Bolsonaro (PL), responderam à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da tentativa de golpe de Estado, após as eleições presidenciais de 2022.
Investigação da Polícia Federal (PF) indicou que Ramagem teria “instrumentalizado” a agência para uso político no esquema chamado de “Abin paralela” para disseminar notícias falsas. Além disso, a autarquia teria monitorado ilegalmente 22 pessoas, incluindo políticos e ministros do STF.
Segundo a defesa, não há “razoabilidade” na denúncia porque Ramagem havia acabado de ser eleito deputado federal.
A equipe de advogados argumentou que não fazia sentido Ramagem, “após tanto esforço e dispêndio de recursos materiais e pessoais em acirrada disputa eleitoral, fosse capaz de atentar contra os ‘poderes constitucionais’, visando abolir o Estado Democrático de Direito. Alexandre Ramagem Rodrigues acabara de ser eleito membro de um dos Poderes da República, a duras penas”.
A defesa citou ainda que “os meses de campanha, meses de sacrifício e planejamento que resultaram em êxito eleitoral teriam simplesmente sido jogados na ‘lata do lixo’, porque o denunciado pretensamente estaria imbuído de atentar contra o Estado Democrático de Direito”.
Além disso, os advogados destacaram que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, “sequer fez alusão” ao nome de Ramagem em sua delação.
Ainda segundo a defesa, Ramagem não foi responsável pela utilização da Abin de forma paralela.
Eles ainda destacaram que a Abin tem “convênio com a Justiça Eleitoral, cujo objeto era justamente o aprimoramento da segurança das urnas eletrônicas”, e ressaltaram que “as publicações em redes sociais por ele realizadas sempre pregaram o aprimoramento da segurança do sistema eletrônico de votação”.
Ramagem é denunciado por golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
Segundo a PGR, Bolsonaro, Ramagem e ministros da época, como Anderson Torres e Augusto Heleno, eram o “núcleo crucial da organização criminosa, mesmo que tenha havido adesão em momento distinto”.
Para a procuradoria, eles “integraram, de maneira livre, consciente e voluntária, uma organização criminosa constituída desde, pelo menos, o dia 29 de junho de 2021, e operando até o dia 8 de janeiro de 2023“.
O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo e a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) protagonizaram um embate nas redes sociais nesta quinta-feira (6). Em uma postagem no X (antigo Twitter), Araújo atribuiu a influência dos Estados Unidos de Donald Trump sobre o bolsonarismo à aliança construída entre os dois governos em 2019-2020, destacando que ele próprio teve um papel fundamental nesse processo enquanto chanceler.
A declaração foi contestada por Zanatta, que rebateu a fala do ex-ministro. “Não se esqueça que só virou ministro por conta do Bolsonaro”, escreveu a deputada. Ela ainda criticou o tom da publicação de Araújo: “Pode ter feito um excelente trabalho, mas com esse texto o senhor demonstrou ser egocêntrico.”
A troca de mensagens reflete divisões internas entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, especialmente no contexto de disputas políticas e de influência dentro do bolsonarismo.
O juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, absolveu o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) por ter dito, em entrevista coletiva no segundo turno das eleições municipais, que o Primeiro Comando da Capital (PCC) teria orientado voto no deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) em presídios. O psolista foi derrotado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), aliado do governador, no pleito.
O magistrado rejeitou a acusação de uso indevido dos meios de comunicação e abuso de poder político por entender que Tarcísio “não se utilizou de qualquer aparato do Estado durante a realização da entrevista coletiva, que, conforme consta dos autos, não fora por ele convocada, tampouco tem sua prática vedada”. Decidiu ainda que os elementos trazidos pelos advogados de Boulos não demonstram “qualquer conduta dos réus capaz de viciar a vontade do eleitor”.
O juiz eleitoral concordou ainda com a manifestação do Ministério Público Eleitoral de que a alegação de Tarcísio sobre o suposto “salve” do PCC estaria embasada em uma notícia do site “Metrópoles”, divulgada no dia anterior, por meio de documentos obtidos por fonte anônima do governo do Estado, e que ele foi instado a falar sobre o assunto por jornalistas por conta disso. “Não se verifica qualquer iniciativa do representado de trazer à baila o assunto. Somente respondeu ao questionamento que lhe foi feito”, declarou o MP.
“Com efeito, o que se verifica, em verdade, é uma manifestação inerente ao exercício da liberdade de expressão e de informação, especialmente protegidas pelo texto constitucional”, escreve o juiz.
A ação judicial foi movida por Boulos e pela sua coligação, formada ainda pelo PT, contra Tarcísio de Freitas, Ricardo Nunes e o vice da chapa, Ricardo Mello Araújo (PL). O deputado argumentou que o governador se aproveitou do cargo para interferir no resultado da eleição por meio de uma suposta “ação de inteligência”. A entrevista ocorreu no colégio Miguel Cervantes, na Zona Sul da capital paulista, onde Tarcísio havia depositado o seu voto.
A sentença ainda deve ser analisada por instâncias superiores, pois cabe recurso. Procurada, a assessoria de Boulos não retornou o contato.
De acordo com os dados divulgados hoje pelo Governo do Estado, o Carnaval de Pernambuco 2025 teve queda nos índices de violência em relação aos anos anteriores, com o menor número de mortes violentas desde 2004. Entre a quinta-feira (27) e a terça-feira (4), foram registradas 57 Mortes Violentas Intencionais (MVIs), uma redução de 15% em relação a 2024, quando ocorreram 67 casos. Nos polos de folia, as ocorrências também caíram 8,9%, passando de 1.834 no ano passado para 1.671 neste ano.
Os furtos representaram a maioria dos registros, com 1.250 casos, uma redução de 15,5% em relação a 2024. Já os casos de violência contra a mulher caíram 27%, passando de 677 para 496. Segundo a Secretaria de Defesa Social, o uso de tecnologias como reconhecimento facial e portais de acesso contribuiu para a captura de cinco foragidos da Justiça.
O secretário de Defesa Social, Alessandro de Carvalho, destacou a importância do planejamento para os resultados. “Pernambuco acabou de fazer o Carnaval mais seguro de toda a sua história. Foi o menor número de homicídios desde 2004. A redução das ocorrências e a manutenção da ordem pública são resultados de um planejamento estratégico que priorizou a prevenção e a tecnologia”, afirmou.
O Carnaval dos gestores de Segurança da Informação que atendem o Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi estragado com um ataque hacker de um grupo que se autodenomina “Azael” (nome de origem hebraica e significa “Deus fez” ou “feito por Deus”). A extensão do dano ninguém sabe e dificilmente saberá, mas a página do STJ continua fora do ar, sendo espelhada pela Cloudfare, após verificação de segurança para evitar robôs que provocariam negação de serviço (DDoS).
O problema neste tribunal superior é mais uma prova de que “o barato sai caro” na Administração Pública Federal. Que continua priorizando um modelo de contratação que privilegia o preço em detrimento da qualificação técnica; uma praga que obriga gestores a assumirem riscos desnecessários. E isso, pelo visto, não vai acabar tão cedo, já que outros editais na Petrobras, na Caixa Econômica Federal (são dois) e na BBTS Tecnologia, seguem o mesmo padrão de contratação com sérios riscos futuros.
As condições de realização de novos editais para contratar mão-de-obra especializada em Segurança da Informação são tão apertadas no quesito preço/valor dos salários de referência, que mesmo empresas que costumam se candidatar a este tipo de edital têm evitado participar. É o caso ilustrado pelo STJ; que tem o Contrato n. 48/2023 a vencer este mês, na próxima quarta-feira (12), com a empresa ISH Tecnologia; sendo que a empresa sequer apareceu como participante entre as 25 empresas listadas no pregão eletrônico 90009/2025, concorrendo para um edital de R$ 9.227.122,68 com o valor de referência para contratar uma equipe de nove profissionais.
Ainda na tarde desta quarta-feira de cinzas (5) o STJ deverá reabrir o pregão eletrônico n.90009/2025. O objeto é “a contratação da prestação de serviços continuados de operação de soluções de segurança da informação e defesa cibernética do STJ, em regime de dedicação exclusiva de mão de obra”. Esse pregão visa contratar uma nova empresa para substituir a ISH Tecnologia, cujo contrato se encerrará este mês, no próximo dia 12.
Este blog afirma que será mais um desastre de contratação feito pelo STJ, que continuará com uma espada sobre a sua cabeça, aguardando a hora em que será aplicado um novo golpe mortal, como o que ocorreu em pleno Carnaval.
Quem for escolhido no pregão, deverá trabalhar no sentido de adotar o uso intensivo das soluções coorporativas Microsoft pelo STJ. O tribunal espera um serviço de qualidade que proporcione a gestão de mais de 4.000 estações, 210 servidores de rede, 4.000 licenças do antivírus, 5.600 caixas de correio, além de ampla e complexa infraestrutura em nuvem.
Os serviços descritos no edital são:
1 – estações de trabalho e servidores Windows, a ampliação na aplicação de políticas de segurança; 2 – controle e melhoria do Active Directory (estrutura lógica de controle de domínio de rede de dados); 3 – controle e melhoria dos produtos Microsoft 365 (família de produtos de software de produtividade e serviços baseados em nuvem de propriedade da Microsoft) licenciadas para o uso do STJ 4 – ampliação do uso do Azure (plataforma de computação em nuvem operado pela Microsoft); 5 – Intune (serviço de gerenciamento de endpoint unificado baseado em nuvem da Microsoft para dispositivos corporativos e de propriedades do usuário); 6 – ampliação do uso do MS Defender (software de proteção em tempo real).
Fora da realidade salarial
O edital do pregão eletrônico n.90009/2025 contém uma série de problemas, que não precisa ser um especialista em compras para verificar que o tribunal vai errar novamente.
A começar pelos salários exigidos dos profissionais que serão contratados pela terceirizada em regime de CLT. O STJ, com base em pesquisas salariais no mercado e em função dos que já pagou em outros contratos, está estimando contratar analistas e todo o corpo técnico por uma bagatela, como se fosse possível no mercado adquirir os melhores profissionais numa faixa salarial completamente fora da realidade.
Vejam as estimativas de salário do tribunal para especialistas e analistas de Segurança da Informação:
Vejam as estimativas de salário para as demais funções e chefias na área:
O próprio tribunal ao buscar informações do mercado constatou que um analista sênior de Segurança da Informação não sairia por menos de R$ 32 mil reais. No entanto aplica uma média salarial de R$ 17 mil para todas as categorias, que não condiz com os salários pagos no mercado, ainda mais em se tratando de CLT (Consolidação das Leis do Trabalho – que exige carteira assinada e o pagamento de todos os benefícios trabalhistas).
Fora isso, a empresa terá de manter um quadro à disposição do STJ em regime híbrido, o que obriga os trabalhadores a darem expediente dentro e fora do tribunal. O mercado vem operando em regime de Home Office, o que barateia seus custos e encontra maior facilidade de contratações.
Para se ter uma ideia de como os gestores de TI do STJ não fazem a mínima ideia da realidade salarial dessa área no país, a média salarial de R$ 17 mil propostas por eles no caso das carreiras mais sólidas (com grau de experiência e certificações que chegam a serem pagas em até USD 4 mil pelos profissionais), é o mesmo que a Polícia Militar do Distrito Federal estima pagar num concurso para um tenente, que está em início de carreira e só precisa comprovar que encontra-se bem do ponto de vista físico e psicológico, além de ter uma vida pregressa sem máculas.
Apagão
O mercado de mão-de-obra especializada de Segurança da Informação no Brasil está vivendo um apagão de talentos. Nesse contexto, um órgão público, que deseja terceirizar seus serviços de defesa cibernética, necessita dimensionar seus orçamentos em editais de mão-de-obra prevendo salários altos e de “mercado” aos profissionais das equipes a serem contratadas por esta terceirização. Do contrário, o elemento humano da defesa cibernética, mal pago para tais condições de mercado, será sempre o elo mais fraco desta defesa.
Quem está bem empregado no mercado privado de Segurança da Informação, com salários na casa dos R$ 25 a 30 mil/mês (CLT), trabalhando em regime 100% remoto, sequer deseja ouvir sobre o pacote e participar de uma entrevista de RH para postos de trabalhos no regime híbrido ou presencial. Ou seja, não há como preencher novas vagas com profissionais de Segurança da Informação que sejam experientes e possuam treinamento/certificações à altura para deter ataques cibernéticos de média-alta sofisticação a que estão sujeitos os órgãos públicos.
No governo Lula 3, que sofre com questões de enxugamento do orçamento público, não há espaço para a realização de novos concursos públicos para mão-de-obra especializada em segurança da informação; onde jovens talentos, com certificações profissionais que custam entre USD 900-4.000 para serem obtidas, esperam pelo menos salários iniciais na casa de R$ 12 a 17 mil/mês; que é a faixa salarial oferecida para trabalho presencial ou híbrido no setor privado.
No pregão do STJ três empresas já foram desclassificadas por conta da sua documentação não atender as especificações do edital, embora seus valores propostos para o serviço estivessem abaixo do previsto pelo tribunal (R$ 9 milhões).
Outras quatro não foram desclassificadas, mas seus preços estão acima do proposto pelo STJ e, portanto, não devem conseguir o contrato. Tem ainda mais 18 empresas participando da disputa. Porém muitas seriam “fábricas de salsicha”, deverão cair na qualificação técnica.
Mas não importa quem será o vencedor. O fato é que o modelo de compras do STJ tem tudo para dar errado no futuro, assim como já deu no passado. O tribunal em novembro de 2020 sofreu um ataque de ransomware e o hacker conseguiu o controle dos bancos de dados. Depois pediu resgate para devolvê-los. O caso nunca foi esclarecido, se o STJ pagou ou não o resgate. A única coisa que se soube após o evento foi que a diretoria de TI do STJ caiu.