Vou vencer, Deus está comigo, diz Bolsonaro
Quando presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) me concedeu duas entrevistas exclusivas. Em ambas, me deparei com um homem público impaciente, às vezes afobado, outras vezes descontrolado no falar. Mas no podcast Direto de Brasília, na última quarta-feira, embora esteja vivendo momentos de tensão e grande estresse, devido ao risco de ser condenado e preso no processo que responde por tentativa de golpe, se apresentou sereno e tranquilo.
Nem quando perguntei se o ministro Alexandre de Moraes era seu algoz, Bolsonaro perdeu o controle. O Bolsonaro dos dias atuais não é o mesmo da fase que antecedeu o julgamento do processo pela Primeira Turma do STF, tanto no nível de irritação quanto na postura agressiva. O que está levando o ex-presidente a mudar tanto?
Leia maisPelo que ouvi em Brasília, entre os mais variados ambientes em que transito como atento repórter farejador, vai se formando uma convicção de que Bolsonaro teria alguma chance de escapar da condenação. Tudo isso pode estar ocorrendo depois de uma entrevista do ministro Alexandre de Moraes a uma revista americana, na última segunda-feira, na qual foi duro com Bolsonaro, quando afirmou, categoricamente, que só ele só recuperaria seus direitos políticos em 2030.
Mas, surpreendentemente, Moraes disse que Bolsonaro poderia até escapar da condenação, porque o julgamento estava apenas começando. Indaguei o ex-presidente sobre esse detalhe. Afirmou que também havia lido e que muita gente tinha comentado com ele. O que levaria Moraes a dizer isso? O ex-presidente diz que não há provas materiais para levá-lo à forca. Quanto à minuta do golpe, afirmou que não tem sustentação jurídica por se tratar apenas de mais uma narrativa para incriminá-lo.
Ao final do podcast, antes de se despedir, já no corredor em direção ao elevador, revelou muita disposição nesta guerra travada pela anistia e pela sua absolvição. “Vou vencer, Magno. Deus está comigo”.
ENCONTRO VAZADO – Antes de chegar aos estúdios do podcast em Brasília, Bolsonaro teve uma longa conversa com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre a proposta de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2022 e saiu de lá animado. “Vamos conseguir a 257 assinaturas para o projeto ser colocado na ordem do dia para votação”, disse, adiantando que Hugo, ao contrário do que falou o pastor Malafaia, no ato de rua em São Paulo, domingo passado, não vai se acovardar.

PL sem nome para governador – Se o ex-ministro Gilson Machado será candidato a senador, conforme o ex-presidente Bolsonaro confirmou no podcast Direto de Brasília, quem será então o candidato do PL a governador? Nem os próprios bolsonaristas sabem, até porque Anderson Ferreira, que disputou o Governo do Estado na eleição passada, tende a sair candidato a deputado federal. A família acha que existe espaço e votos necessários para eleger ele e reeleger o irmão André.
Mais um susto – O ex-prefeito de Afogados da Ingazeira, Totonho Valadares (PSB), sofreu, ontem, um infarto, mas foi atendido em tempo hábil numa emergência e está fora de perigo. Não é a primeira vez que Totonho assusta familiares, conterrâneos e amigos. Já se submeteu a implante de pontes de safena quando teve um problema coronário tempos atrás. Prefeito por três mandatos, já não milita na política, mas fez seu sucessor na vida pública, Daniel Valadares, reeleito vice-prefeito do município.
Maciel na galeria – Marco Maciel, enfim, ganhou, ontem, espaço na Galeria dos Vice-Presidentes no corredor de entrada do prédio anexo do Palácio do Planalto, onde despachou por oito anos como vice de Fernando Henrique Cardoso. A iniciativa foi do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que promoveu uma cerimônia restrita apenas aos familiares de Maciel, entre os quais a viúva Anna Maria Maciel. Também presentes o ministro da Pesca, André de Paula, o senador Fernando Dueire e o ex-senador José Jorge.

Um político elegante e educado – Geraldo Alckmin é um gentleman. Depois da cerimônia da placa de Marco Maciel na galeria dos Vice-presidentes, convidou Anna Maria e os presentes para um café no seu gabinete. Bem à vontade, contou histórias engraçadas sobre a longa trajetória do homenageado e quis saber da viúva informações sobre os filhos e netos. Já ao ex-senador José Jorge, que chegou atrasado, deu tratamento vip numa boa conversa em seu gabinete regada a café. Alckmin é um bom apreciador de café. Devora uma garrafa por dia como se estivesse tomando água.
CURTAS
CATETERISMO – Segundo o blog do companheiro Nill Júnior, da Rádio Pajeú de Afogados da Ingazeira, o ex-prefeito Totonho Valadares (PSB), 79 anos, teve duas paradas cardíacas, mas resistiu ao infarto depois de reanimado pela equipe médica do hospital Emília Câmara. Removido para Serra Talhada, foi submetido a um cateterismo no hospital Santa Marta e passa bem.
GRANDE REDE – Ao todo, 165 emissoras de rádio em Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Ceará e Bahia participaram do pool de transmissão do meu podcast, em parceria com a Folha de Pernambuco, com o ex-presidente Jair Bolsonaro na última quarta-feira, em Brasília. O próximo convidado será o ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho. Está marcado para terça-feira, das 18 às 19 horas.
ACREDITE SE QUISER! – Ninguém acreditou na notícia de que a governadora Raquel Lyra (PSD) saiu da sua rotina, ontem, no Recife, para inaugurar uma troca de luzes no túnel da Serra das Russas, em Gravatá, enquanto falta até kits nas escolas na rede estadual de ensino e medicamentos nos hospitais.
Perguntar não ofende: Vai pegar a moda de inaugurar troca de luzes?
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