Sebrae - Semana do MEI

Sileno Guedes é reeleito presidente do PSB de Pernambuco

O PSB reelegeu, neste sábado (5), o deputado Sileno Guedes como presidente do partido em Pernambuco. A recondução ocorreu durante o XVI Congresso Estadual da sigla, realizado no Auditório da Unibra, no Recife, e contou com a participação do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e do prefeito do Recife, João Campos, que deve ser alçado à direção nacional da legenda no fim de maio. O evento também rendeu homenagens ao deputado José Patriota, falecido em 2024.

“Agradeço às nossas lideranças e à nossa militância pela confiança no nosso trabalho. Terei a missão de presidir o partido em um período decisivo da nossa história, momento em que o PSB se preparará para oferecer a Pernambuco uma alternativa que recoloque nosso estado nos trilhos. Assim como trabalhamos para fazer com que o PSB saísse como a maior força política das eleições de 2024, mesmo estando na oposição, vamos fazer o mesmo em 2026, com a força do povo e da nossa militância”, declarou o dirigente, que preside o PSB em Pernambuco desde 2011.

Além de Sileno, outros membros do diretório e da comissão executiva estadual do PSB foram eleitos no XVI Congresso Estadual do partido em Pernambuco. A militância também escolheu as comissões executivas dos sete segmentos organizados da legenda – Mulher, Juventude, Negritude, LGBT, Pessoa com Deficiência, Movimento Popular e Movimento Sindical. Por fim, foram eleitos os delegados e as delegadas que representarão Pernambuco no Congresso Nacional do PSB, que ocorrerá nos dias 30 e 31 de maio e 1º de junho, em Brasília.

Comissão Executiva do PSB de Pernambuco

Presidente: Sileno Guedes
1º vice-presidente: Pedro Campos
2º vice-presidente: Tadeu Alencar
3º vice-presidente: Felipe Carreras
4ª vice-presidente: Ana Célia Farias
Secretário-geral: Tarcísio Ribeiro
1º secretário: Adilson Gomes Filho
2º secretário: Rodrigo Molina
1ª secretária de Finanças: Maria Isabel Suassuna
2º secretário de Finanças: Doglas Bezerra
Secretário de Comunicação Social e Propaganda: Gilberto Prazeres
Secretária de Direitos Humanos: Ana Rita Suassuna
Secretária de Formação Política e Coordenação dos Segmentos: Dora Pires
Secretário de Ação Parlamentar: Lucas Ramos
Secretário de Articulação: Diogo Moraes
Secretário de Organização Partidária: Rodrigo Farias
Secretária de Meio Ambiente e Política Agrária: Maria Oliveira

Segmentos do partido

Secretária estadual de Mulheres: Camila Barros
Secretário estadual de Juventude: Vinícius Pequeno
Secretário estadual do Movimento Sindical: Evaldo Costa
Secretário estadual do Movimento Popular: Luciberto Xavier
Secretária estadual da Negritude: Mãe Lúcia de Oyá
Secretário estadual do Movimento LGBT: Poliny Aguiar
Secretário estadual da Pessoa com Deficiência: Paulo Fernando

Câmara do Recife - Nova Sede

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), foi aclamado neste sábado (5) como a maior liderança do partido durante o XVI Congresso Estadual do PSB, realizado na capital pernambucana. Pré-candidato à presidência nacional da sigla, Campos afirmou que pretende levar o partido a “dar passos ainda mais largos” e defendeu que o PSB se torne “o maior partido da centro-esquerda brasileira”. O evento contou com a presença do atual presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, além de prefeitos, parlamentares e lideranças políticas de todo o estado.

“Vamos chegar fortalecidos para ter um partido unido, que vai crescer. A gente vai dar passos ainda mais largos e o PSB se consagrará nas urnas, em 2026, como o maior partido da centro-esquerda brasileira”, afirmou o prefeito. Campos também reforçou o apoio ao presidente Lula (PT) e ao vice Geraldo Alckmin (PSB): “Estaremos juntos em um projeto nacional com o presidente Lula e com o vice Alckmin. O PSB vai estar ao lado da luta legítima, da luta decente, vai ter lado e posição político-eleitoral”.

Durante o congresso, Carlos Siqueira foi homenageado com o título de cidadão recifense, entregue por João Campos, pelo presidente da Câmara Municipal, Romerinho Jatobá, e outros vereadores. Emocionado, o dirigente afirmou que encerra seu mandato com a sensação de dever cumprido.

“Da mesma forma que foi uma surpresa receber este título de cidadão aqui hoje, também não esperava ser alçado à condição de presidente nacional do partido em 2014, depois daquele momento duro para todos nós, que foi o falecimento do ex-governador e nosso presidente nacional, Eduardo Campos. Estou praticamente encerrando meu mandato no lugar certo, no meu país Pernambuco. Estou encerrando no momento certo, porque tem alguém que vai orgulhar todos nós para continuar essa luta, para transformar o nosso partido em um grande instrumento de luta política em nosso país”, declarou.

O deputado Sileno Guedes foi reconduzido à presidência estadual do PSB por mais três anos. “Terei a missão de presidir o partido em um período decisivo da nossa história, momento em que o PSB se preparará para oferecer a Pernambuco uma alternativa que recoloque nosso estado nos trilhos”, disse. Também foram eleitos os membros do diretório estadual, da comissão executiva e das comissões dos segmentos organizados.

O congresso também definiu os cerca de 70 delegados que representarão Pernambuco no Congresso Nacional do PSB, que acontece nos dias 30 e 31 de maio e 1º de junho, em Brasília. É nesse evento que João Campos deverá ser oficializado como novo presidente nacional do partido, dando início a uma nova fase na história do PSB.

O encontro foi marcado ainda por homenagens ao ex-prefeito e ex-deputado José Patriota, falecido em 2024, que deu nome ao congresso. Um vídeo destacou sua trajetória política e ligação com os ex-governadores Miguel Arraes e Eduardo Campos. A viúva, Madalena Leite, participou da cerimônia ao lado de familiares. Também estiveram presentes representantes de outros partidos, como a senadora Teresa Leitão (PT), o vice-prefeito do Recife, Victor Marques (PCdoB), e os presidentes estaduais do PSDB e Republicanos, Álvaro Porto e Samuel Andrade.

Jaboatão dos Guararapes - Empreendedora

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) gosta de pegar na enxada para arar o mato que cresce na sua fazenda em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, onde começou na vida pública como vereador. Confira neste trecho do meu podcast de estreia Direto de Brasília em parceria com a Folha de Pernambuco.

Dulino Sistema de ensino

Na noite de ontem, a Câmara de Vereadores de Arcoverde realizou a edição do projeto Sexta-feira Cultural, que marcou o retorno de uma iniciativa criada em 2011, durante a primeira gestão do vereador Luciano Pacheco como presidente da Casa Legislativa. Com nova roupagem e um olhar ainda mais atento à valorização da cultura local, o evento aconteceu no Centro de Gastronomia e Artes (CGA), reunindo um público expressivo. O projeto será realizado mensalmente, sempre com foco em diferentes manifestações culturais

A noite foi dedicada à classe musical de Arcoverde, com homenagens a grandes nomes que contribuem e já contribuíram para o cenário artístico da cidade. Entre os homenageados, o destaque foi para o empresário Beto da Oara, reconhecido pelo incentivo à música e por sua trajetória de apoio aos artistas locais.

Petrolina - O melhor São João do Brasil

O prefeito de Goiana, Eduardo Batista (Avante), esquentou o clima da disputa suplementar no município ao desafiar seu adversário para um debate em praça pública, transmitido ao vivo, sobre os rumos da cidade. A provocação foi feita ontem, durante a inauguração do comitê de campanha, diante de uma multidão estimada em mais de 10 mil pessoas. “Mas venha sem padrinhos. Vamos debater frente a frente, com transparência e propostas”, alfinetou o gestor. As eleições suplementares em Goiana acontecem no dia 4 de maio.

Batista quer transformar o debate em palco para defender sua principal bandeira: o Acelera Goiana, programa que promete investir R$ 800 milhões em obras estruturadoras. O pacote inclui reurbanização das praias de Ponta de Pedras e Carne de Vaca, pavimentação de 400 ruas, construção de um hospital infantil e de uma central de hemodiálise, além de mutirões de consultas e exames.

Localizado na PE-75, ao lado do Arreio de Prata, o comitê inaugurado é mais que um ponto de campanha. A proposta é que o espaço funcione como centro de escuta e participação popular. “Aqui não tem gabinete fechado. Tem povo opinando, participando e ajudando a construir o futuro de Goiana”, afirmou Eduardo.

Ipojuca - No Grau 2025

Após a baixa adesão registrada no ato realizado em Copacabana, no Rio de Janeiro, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) avaliam que a manifestação marcada para amanhã, na Avenida Paulista, em São Paulo, será um verdadeiro termômetro para medir a capacidade de mobilização da direita bolsonarista. O evento tem como foco a defesa da anistia aos presos pelos ataques de 8 de Janeiro. As informações são do portal Metrópoles.

O ato também será observado como um teste para avaliar se Bolsonaro ainda consegue levar multidões às ruas, mesmo após virar réu no Supremo Tribunal Federal (STF), junto com outros sete aliados, por tentativa de golpe de Estado. A leitura entre seus apoiadores é de que uma manifestação esvaziada poderia reforçar a percepção de enfraquecimento político do ex-presidente, em meio ao avanço das investigações sobre a trama golpista.

Lideranças bolsonaristas ouvidas pelo portal Metrópoles afirmam que o eventual sucesso do evento em São Paulo daria fôlego para novas mobilizações em outras regiões do país. Por outro lado, um novo fracasso de público seria visto como arriscado, com potencial de expor ainda mais a perda de apoio popular sofrida por Bolsonaro desde que deixou o Palácio do Planalto.

No Rio de Janeiro, a manifestação organizada em março foi marcada pela baixa adesão. Segundo levantamento do Monitor do Debate Político, do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), cerca de 18 mil pessoas estiveram em Copacabana. Já a Polícia Militar do estado chegou a divulgar uma estimativa de 400 mil pessoas, número amplamente contestado por pesquisadores. Um dos principais defensores do ato, o pastor Silas Malafaia, atribuiu o baixo comparecimento à coincidência com a final do Campeonato Carioca, que envolveu Flamengo e Fluminense.

Apesar do revés, o pesquisador da USP e integrante do Cebrap, Pablo Ortellado, pondera que não é possível, por ora, cravar uma tendência de desmobilização do bolsonarismo. Segundo ele, atos públicos têm oscilações e a falta de coordenação pode ter impactado o evento do Rio. “Acredito que Bolsonaro quer corrigir os erros da manifestação anterior e mostrar que ainda tem força para mobilizar uma grande quantidade de pessoas”, afirmou.

Após o ato na Paulista, o ex-presidente tem viagem marcada para o Rio Grande do Norte no dia 10 de abril. Acompanhado por aliados como o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, Bolsonaro deve desembarcar em Natal e seguir até Pau dos Ferros, no interior do estado, para participar de agendas políticas em apoio à pré-candidatura de Rogério Marinho (PL) ao governo potiguar.

Caruaru - São João na Roça

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, recebeu, neste sábado (5), o Título de Cidadão do Recife. A honraria foi proposta pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Romerinho Jatobá (PSB), e entregue no XVI Congresso Estadual do PSB, que aconteceu no auditório da Unibra. O evento reuniu lideranças e militantes do partido.

“Ao lado de figuras históricas, como Miguel Arraes, Siqueira ajudou a reconstruir o partido logo após o fim da ditadura. Aqui no Recife, sua presença sempre foi constante, não apenas fisicamente, mas politicamente. Ele nunca se afastou das lutas da nossa cidade”, disse o vereador em seu discurso.

Carlos Siqueira, que é de Bom Conselho, Agreste do Estado, recebeu o título com profunda emoção e destacou a sua intensa conexão com Recife, cidade que considera fundamental em sua trajetória política. “É uma honra imensa receber essa homenagem. O Recife foi sempre uma cidade acolhedora e decisiva em minha caminhada. Agradeço por essa homenagem, que reforça a minha gratidão e o meu compromisso com a cidade e seus cidadãos”, afirmou Siqueira.

Camaragibe - Cidade trabalho 100 dias

Um dos momentos mais descontraídos do meu podcast de estreia “Direto de Brasília”, com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), quinta-feira passada, foi quando o presenteei com a biografia de Marco Maciel, de minha autoria. O podcast é uma parceria do meu blog com a Folha de Pernambuco.

Confira!

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

Da Folha de S.Paulo

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), comprou uma mansão de R$ 10 milhões em Brasília em 31 de janeiro, na véspera de deixar o comando da casa. A informação foi revelada pelo site Metrópoles e confirmada pela Folha.

De acordo com o registro da propriedade, o deputado pagou uma entrada de R$ 3 milhões e financiou os outros R$ 7 milhões com o BRB (Banco de Brasília).

Lira informou possuir um total de R$ 5,965 milhões em bens sua última declaração à Justiça Eleitoral, nas eleições de 2022.

Questionado, o parlamentar afirmou que a transação é compatível com sua renda.

“O montante da transação é absolutamente compatível com os rendimentos de mais de 30 anos de atividade rural amplamente reconhecida. Trata-se de operação de compra e venda absolutamente legítima, transparente e devidamente registrada em cartório, sendo certo que qualquer mínima insinuação de irregularidade será objeto das medidas judiciais cabíveis”, diz ele, em nota.

Também afirmou: “A casa onde presentemente vivo com toda minha família estava colocada em mercado e foi por mim adquirida no início desse ano. Grande parte do valor foi objeto de financiamento bancário regular e as parcelas mensais respectivas são debitadas diretamente em minha conta corrente”.

Em simulações de operações semelhantes, e considerando um prazo de 300 meses para pagamento (25 anos), a parcela mensal seria superior a R$ 100 mil, o que exige uma renda mínima de cerca de R$ 270 mil.

O salário de um deputado federal é de R$ 46 mil brutos. Além dos ganhos como parlamentar, o deputado afirma que tem outras fontes de recursos. Entre seus bens estão duas empresas e quatro propriedades rurais.

O BRB, também procurado, afirmou que “não discute casos de clientes específicos em função do sigilo bancário”.

“Todas as operações de crédito imobiliário no Banco são submetidas a avaliação e consideram renda individual ou composição de renda, seguindo práticas do mercado bancário brasileiro”, acrescentou.

De acordo com o documento, o terreno total é de 833 metros quadrados. O imóvel fica no Lago Sul, bairro nobre da capital federal, e conta com piscina.

A casa foi adquirida do empresário Leonardo Nogueira Valverde de Morais, dono de empresas de publicidade e segurança, entre outras. Ele era o dono do imóvel desde 2011, quando o comprou por R$ 3,6 milhões.

Valverde tem diversas conexões políticas. Uma delas é a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), que é próxima de Lira. Leão afirmou não ter nada a declarar sobre a negociação do imóvel. A reportagem não conseguiu contato com Valverde.

O BRB é controlado pelo governo do Distrito Federal. Foi nele que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) financiou, em 2022, uma mansão de R$ 6 milhões em Brasília. Na ocasião, ele fez um financiamento de R$ 3,1 milhões, pagos em três anos.

Para justificar a renda necessária para arcar com as parcelas do empréstimo, o senador apontou renda extra como advogado e empresário.

Olinda - A cada dia, uma nova conquista

Da CNN Brasil

A equipe de comunicação do governo federal, comandada pelo ministro Sidônio Palmeira, pode soltar fogos após o resultado da pesquisa Datafolha divulgada na última sexta-feira (5), segundo avaliação do cientista político e sociólogo Antonio Lavareda, apresentador do programa CNN Eleições 2026.

“O Sidônio, a área de comunicação do governo, pode estar soltando fogos neste sábado”, afirmou Lavareda à CNN hoje.

A pesquisa divulgada na sexta-feira mostrou uma melhora na popularidade da administração federal, após o levantamento anterior do instituto, de fevereiro, apontar o pior resultado de avaliação positiva entre os três mandatos de Lula.

Segundo a sondagem, aqueles que consideram o governo “ótimo” ou “bom” são 29% dos entrevistados (eram 24% em fevereiro). Já os que o consideram “ruim” ou “péssimo” são 38% (41% em fevereiro).

Essa tendência, de que o governo estaria “deixando de piorar”, foi antecipada por Lavareda em sua coluna no site da CNN, publicada no último dia 30. “Ao que parece, como o Datafolha revela, de fato, o governo estava parando de piorar naquele momento e veio melhorando desde então”, afirmou.

“O movimento da avaliação positiva foi de +5, o movimento da avaliação negativa foi de -3. Então você tem um movimento combinado de oito pontos, isso é muito expressivo, muito significativo”, destacou.

Para o especialista, um dos fatores que ajudam a explicar esse resultado é a “vantagem do incumbente”, ou seja, o presidente em exercício é quem tem “o controle da agenda, a iniciativa de políticas públicas, a capacidade de articulação com outros Poderes”.

Além de medir a avaliação da gestão, o instituo também sondou — pela primeira vez em sua história — a aprovação do Executivo.

Neste quesito, o governo é desaprovado por 49% e aprovado por 48% dos entrevistados, o que representa um empate técnico, considerando a margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Na avaliação de Lavareda, a diferença numérica de 1 ponto percentual entre os dois indicadores “é uma coisa, como eu disse, para o Sidônio comemorar muito”.

“Do ponto de vista de projeto eleitoral, o presidente Lula também tem muito a comemorar com essa pesquisa do Datafolha, sobretudo com a força da marca do instituto”, acrescentou o cientista político.

Veja a íntegra da entrevista:

Toritama - FJT 2025

O Instituto de Terras e Reforma Agrária de Pernambuco (Iterpe) participou da cerimônia de criação do Núcleo de Regularização Fundiária (NUREF), nesta semana, no Palácio da Justiça de Pernambuco. A iniciativa faz parte do programa Moradia Legal Pernambuco e tem como objetivo acelerar a entrega de títulos de terra no estado. Durante o evento, foi assinado um acordo para capacitar engenheiros e agrônomos, com apoio de universidades e entidades ligadas à área fundiária.

Palmares - IPTU 2025

O prefeito de São José do Egito, Fredson Brito, participou hoje do programa institucional De Mãos Dadas com o Povo, transmitido pela Rádio Cultura FM. Durante a entrevista, conduzida pelo radialista Fabrício Ferreira, o gestor fez um balanço das principais ações dos seus quase 100 primeiros dias à frente da Prefeitura, destacando avanços nas áreas de saúde, educação, infraestrutura e valorização do servidor público.

Entre os anúncios, Fredson celebrou o reajuste salarial de 7% para servidores ativos e inativos, percentual superior ao recomendado pelo Ministério da Educação, além da regularização da folha de pagamento, que agora é quitada dentro do mês trabalhado. Na saúde, destacou a reestruturação do hospital municipal, com a volta dos partos normais e cesarianas, ampliação do quadro médico, atendimento até às 22h na unidade de Riacho do Meio e a chegada de um novo ônibus para o TFD, além de uma nova Casa de Apoio na capital pernambucana.

Na educação, o prefeito comemorou a implantação de uma escola de ensino integral, o destravamento de recursos para concluir a Escola Graça Valadares, a conquista de um novo Centro Esportivo e a reforma do Ginásio de Esportes, que volta a sediar os Jogos Escolares. Na zona rural, destacou o inédito Programa de Aração de Terras e as obras de abastecimento de água nas comunidades do Buquê e do Papagaio, ampliando o acesso à água potável.

Fredson também ressaltou o fortalecimento das ações sociais, como a implantação do Bom Prato, que transformou a antiga cozinha comunitária em um espaço que oferece almoços completos à população. Ao fim da entrevista, convidou os moradores para um evento no próximo sábado (12), onde fará uma prestação de contas detalhada sobre as conquistas desses primeiros 100 dias de gestão.

Por Aldo Paes Barreto*

Antigamente, havia uma localidade no Recife chamada Caldeireiro, fazia fronteira com Dois Irmãos. Ali morou o excêntrico comerciante português Francisco Ribeiro Pinto Guimarães, apelidado de “Chico Macaco”. A alcunha foi imposta pela vizinhança porque ele carregava dois graves pecados: mantinha amizade com pretos e se alimentava de bananas.

A mansão ainda está lá, restaurada, e como consta na placa no frontispício da edificação, Francisco Guimarães a edificou entre 1874 e 1877, quando ainda tinha juízo. No requintado solar que hoje abriga a sede da Fundação Joaquim Nabuco, morou até o final da vida provavelmente entre 1935 e 1936.

Excêntrico na antessala da paranoia, Francisco Guimarães comercializava açúcar para a Europa onde ia com frequência quando jovem. Educado, refinado, rico e solteiro, não deixou herdeiros. A dramática existência desse emigrante fez dele lenda, do sobrado lugar mal-assombrado e da sua existência uma chaga do preconceito.

Quando surgiram os primeiros sintomas da demência, Francisco Guimarães isolou-se no casarão e recomendava aos criados que fechassem portas e janelas. Malfeitores, facínoras de todos os credos queriam assassiná-lo e roubar o que era dele. Refugiado no primeiro andar, apenas uma criada, Joana, tinha acesso ao local abastecendo o esquisito Francisco com bananas e outras necessidades.

No início do século 20, os interesses pelo excêntrico português, pelo solar e pela sua fortuna, cresceram. Sem herdeiros, o caso chegou à Justiça, a interdição foi pedida e nomeado um psiquiatra para avaliar a decrepitude do velho e ainda rico lusitano. Foi então nomeado o especialista Ladislao Porto para realizar o laudo de interdição.

Em reportagem publicada neste Diario de Pernambuco, edição de 2 de abril de 1954, o então iniciante repórter Marco-Aurélio de Alcântara entrevistou o psiquiatra Ladislau Porto, que atuou no Caso “Chico Macaco”, em 1935. O médico bem que tentou demover o lunático a sair de sua solidão e ser internado em hospital especializado. Em vão.

Vergado, coberto por enormes barbas brancas, vestindo timão sem cor, Francisco isolou-se cada vez mais no primeiro andar do casarão de onde nunca saiu e onde morreria de inanição.

O majestoso solar ficou muito tempo abandonado. Roubaram vitrais, mobílias, pisos de jacarandá, mármores dos banheiros. Ainda assim manteve grande parte do original até ser totalmente recuperado pela Fundação Joaquim Nabuco, depois de ter sido ocupado por uma clínica veterinária e pelo Hospital Magitot.

Graças ao empenho do pernambucano Gilberto Freyre, o Solar do Caldeireiro escapou do triste destino de ser tombado para coisa alguma e virar ruínas de coisa nenhuma. Nesse meio tempo, a imagem fantasmagórica do ancião de longas barbas, vestes brancas, assombrava quem se aventurava ao local e protegia o casarão. Era uma época em que os ladrões temiam assombrações.

Logo depois da tentativa de interdição judicial, o emigrante foi encontrado morto pela velha preta Joana. Ao lado, um cacho de bananas que ele já não comia e um bilhete de agradecimento a amiga. Era ela que lhe dava bananas, atenção e nenhum enjeitamento. Ela era filha de escravos, desconhecia as despudoradas paixões pelo futebol, mas conhecia de perto a maldição do preconceito.

*Jornalista

Do Estadão Conteúdo

A mais recente pesquisa Datafolha mostra que a aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) interrompeu a tendência de queda e registrou uma leve alta. Mesmo assim, o índice de reprovação segue significativamente superior ao de aprovação: 38% consideram a gestão ruim ou péssima, enquanto 29% a avaliam como ótima ou boa.

Na comparação com o levantamento anterior, de 14 de fevereiro, houve melhora de cinco pontos percentuais na avaliação positiva — que havia sido a pior dos três mandatos de Lula, com 24%. Já a reprovação caiu três pontos, de 41% para os atuais 38%. A avaliação regular se manteve estável, em 32%.

Durante seus dois primeiros mandatos, Lula nunca havia enfrentado aprovação tão baixa. Os dados indicam que a popularidade do presidente atingiu um piso e parou de cair. Apenas 1% dos entrevistados disseram não saber como avaliar o governo, ante 2% na pesquisa anterior.

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A publicação da pesquisa veio logo após o governo divulgar um balanço das entregas federais, em tentativa de reverter a imagem negativa dos últimos meses. A chamada “crise do Pix”, envolvendo especulações sobre limites na ferramenta, e a alta no preço dos alimentos são apontadas como fatores que afetaram a avaliação da gestão.

Sobre o futuro do governo, 35% dos entrevistados disseram acreditar que Lula fará um mandato ótimo ou bom. O mesmo percentual projeta uma gestão ruim ou péssima, enquanto 28% esperam um desempenho regular. É a primeira vez que os índices otimista e pessimista aparecem empatados numericamente.

A pesquisa Datafolha ouviu 3.054 pessoas com 16 anos ou mais em 172 municípios entre os dias 1º e 3 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

A governadora Raquel Lyra (PSD) segue ampliando o loteamento da máquina pública em Pernambuco. Em mais um “trem da alegria”, ela nomeou um novo grupo de aliados para cargos comissionados na Secretaria da Casa Civil, transformando a estrutura do governo em um verdadeiro cabide de empregos — numa movimentação voltada para garantir apoio político de olho na reeleição em 2026.

Entre os contemplados está o ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Keko do Armazém (PP). Derrotado por Lula Cabral (SD) na tentativa de reeleição em 2020, Keko agora retorna à cena pública como assessor especial de Relações Institucionais (DAS-2), um dos cargos mais altos da pasta.

Outros 12 nomes foram nomeados, a maioria com histórico político ou eleitoral. Um dos destaques é Gyan Karlos (PRD), ex-presidente da Câmara de Buenos Aires e ex-candidato a vice-prefeito. Ele já atuava na Casa Civil como assistente, foi exonerado e agora retorna em um posto superior, como assessor especial de articulação e acompanhamento (DAS-4).

A lista passa por diversas siglas partidárias, do PL ao PT. Rodrigo Gomes, ligado aos irmãos Ferreira e candidato derrotado a vereador do Recife, também ganhou cargo: volta ao governo como assessor especial (DAS-4). Ele havia sido exonerado da Secretaria de Justiça em 2023 para disputar as eleições municipais, onde teve apenas 4.930 votos.

Também foram nomeados Anderson Lopes, candidato a prefeito de Itapetim pelo PSDB em 2024, agora como assessor técnico (CAA-1), e Aluízio Camilo (PT), ex-vereador de Paulista, que passa a integrar a Casa Civil como assessor (CAA-2).

Os cargos comissionados de DAS (Direção e Assessoramento Superior) e CAA (Cargo de Apoio Administrativo) são de livre nomeação e exoneração, ou seja, preenchidos sem concurso público. A numeração indica o nível hierárquico e salarial: quanto menor o número, maior o prestígio e a remuneração. Esses cargos são frequentemente utilizados para acomodar aliados políticos, mesmo que sem vínculo técnico com as funções exercidas.

As nomeações foram oficializadas ontem (4) e publicadas na edição deste sábado (5) do Diário Oficial.

Por Marcelo Tognozzi

Colunista do Poder360

O mundo saiu da zona de conforto com o tarifaço de Donald Trump. Alguns reagiram com a cabeça, outros com o fígado, muitos ficaram perdidos. Um jornalista do Financial Times comparou o tarifaço de Trump à revolução cultural de Mao Zedong no início da década de 1970.

Trump mexeu com a burocracia, os intestinos da administração dos Estados Unidos e, diferentemente de Mao, sabe que seu prazo é curto: termina em 2029. Acho que há um pouco de exagero nisso e creio que os Estados Unidos, com seu enorme poder de resiliência, sairão deste processo ganhando mais do que perdendo.

As consequências sobre o futuro, claro, ainda são imprevisíveis. Há uma insegurança generalizada típica do desconforto, como mostrou o Wall Street Journal, com os norte-americanos correndo para comprar bens de consumo antes que o preço suba por causa das tarifas.

É bem possível que a popularidade de Trump sofra uma queda significativa, caso sua política protecionista provoque inflação e diminua a capacidade de consumo da população. Daqui até 2029, muita água vai correr debaixo da ponte e, como ensinou Maquiavel, o mal se faz primeiro.

A reportagem do WSJ registra aumento de preços no comércio para produtos que já estavam nas prateleiras antes do “Liberation Day” de Trump. Este tipo de coisa se dá no mundo todo e já vimos este filme por aqui centenas de vezes.

No Brasil, o que mais chamou a atenção nesta semana foi a capacidade de reação da bancada do agro no Congresso. Ao longo das duas últimas décadas, a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), a FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) e o IPA (Instituto Pensar Agro) passaram por um processo de profissionalização exemplar. É o Brasil que dá certo comandando o processo. São os profissionais mostrando como se faz.

Não é por acaso que o agro ganhou força política e colhe uma safra recorde de resultados. O último deles foi a Lei da Reciprocidade, instrumento pelo qual o governo poderá reagir à altura toda vez que nossos parceiros comerciais criarem dificuldades para nossos produtos.

Esta lei já era bala na agulha do agro faz tempo. Desde que a União Europeia resolveu impor restrições aos produtos brasileiros por questões ecológicas, aprovando uma lei maluca que proíbe a compra de produtos produzidos em zonas desmatadas, ignorando completamente nosso Código Florestal.

A Europa assistiu nos últimos 50 anos a um aumento exponencial da competência dos produtores brasileiros, enquanto crescia a incompetência do seu setor agrícola, cada vez mais dependente de subsídios governamentais. Enquanto o agro europeu anda na cadeira de rodas dos subsídios, o nosso caminha pelas próprias pernas.

Diante do tarifaço de Trump, a bancada do agro agiu com a cabeça, uniu governo e oposição, aprovando a lei que agora servirá para dar pronta resposta às penalidades impostas aos nossos produtos. Este caso é exemplar, porque mostra a relevância política de um setor num assunto o qual, não faz muito tempo, era dominado pela CNI e a Fiesp. O agro, com seu profissionalismo, tomou a frente na defesa dos interesses do país, foi atrás dos resultados e colocou-se acima das picuinhas políticas da esquerda e da direita.

Poucos países experimentaram o grau de internacionalização do agro como o Brasil. Há alguns anos, acompanhei o então ministro Blairo Maggi num périplo pela Ásia e pude ter a exata medida do prestígio do agro brasileiro. No mercado de Xangai, um dos maiores centros de venda de proteína animal do mundo, os compradores pediam as carnes brasileiras pelo número do SIF (Serviço de Inspeção Federal). Os pés de galinha expostos, uma iguaria para os chineses, pareciam ter saído de um salão de manicure de tão perfeitos.

O Brasil vende para os Estados Unidos suco de laranja, café, celulose, carne, açúcar, madeira e até sebo bovino, entre outros itens do agro. A tendência, com a tarifa de 10% imposta pelo governo Trump, é que estes produtos fiquem mais caros para o consumidor norte-americano. Mas esta situação pode ser passageira.

O Brasil tem uma vantagem, um diferencial competitivo sobre o produtor dos Estados Unidos, que é a nossa produtividade. Nós conseguimos produzir mais e melhor a cada ano, o que permite reduzir custo e preço, tornando nossos produtos ainda mais competitivos. Se o governo deixar o produtor e a Embrapa trabalharem, esta tarifa do governo Trump será devidamente engolida pelo nosso agro.

É líquido e certo que o mundo iniciou uma nova era. Todos apostam que os EUA serão os grandes perdedores, mas isso é só um palpite, porque ninguém sabe como vai funcionar. Trump virou o comércio internacional de ponta cabeça. Há quem imagine o Brasil sendo jogado nos braços da China e os Estados Unidos isolados do resto do mundo.

Bobagem. Nem o Brasil será dominado pela China, embora seja ela nosso maior parceiro comercial, nem os Estados Unidos irão para o ostracismo. O Brasil, por tradição e um ranço cultural vindo dos tempos da República Velha, é uma das economias mais fechadas do mundo. Pagamos um preço altíssimo pela teimosia em nos mantermos fechados, como se deu com a política de proteção da indústria brasileira de informática nos anos 1980, cujo resultado foi um só: mais atraso.

Os Estados Unidos são produtores de conhecimento e de inovação. A indústria deles se espalhou pelo mundo em busca de custos menores e lucros maiores e não é outro o motivo que levou a Apple a investir na China, a Nike produzir no Vietnã ou empresas de call centers se instalarem na Índia. A economia é movida a lucro, seja ela chinesa ou norte-americana. Trump só terá sucesso com consumidores satisfeitos e empresários lucrando.

Se não for assim, seu Donald corre o risco de ficar igual ao presidente da piada, contratado para tornar a companhia mais produtiva. No 1º dia, saiu andando pela empresa e deu com um rapaz encostado na parede, as mãos no bolso, puro tédio.

“Quanto você ganha?”, pergunta. O rapaz responde: “R$ 1.000, doutor”. Ele tira o dinheiro do bolso, dá ao moço e diz: “Some daqui. Está demitido”. Em seguida, pergunta ao gerente: “O que este imbecil fazia aqui?”. E o gerente: “Nada, ele veio entregar pizza e estava esperando o pagamento”. Moral da história: você só acerta a mão quando conhece muito bem com quem e o que está lidando.

Por Hylda Cavalcanti

Especial para a Folha de Pernambuco

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, foi o convidado de estreia do podcast “Direto de Brasília”, do Blog do Magno, em parceria com a Folha de Pernambuco. Durante a entrevista, ele afirmou que o Brasil pretende negociar o tarifaço imposto pelos Estados Unidos com diálogo, destacando que uma guerra tarifária não interessa a nenhum país.

Alckmin também defendeu que a candidatura de Lula à reeleição em 2026 é “natural” e comentou a queda na popularidade do governo, atribuindo o momento à crise climática e à alta no preço dos alimentos. Ao longo da conversa, o vice falou ainda sobre acordos internacionais, política fiscal, relembrou a convivência com Marco Maciel e Mário Covas e revelou sua paixão pelo sítio em Pindamonhangaba, onde costuma relaxar.

Confira:

Magno Martins: Estamos aqui no dia seguinte à taxação do Donald Trump. Sabemos que o presidente Lula chamou o senhor de imediato ontem para uma reunião no Palácio de Planalto para tratar do assunto. Que medidas vocês tomaram para garantir que os efeitos sejam menos perversos?

Geraldo Alckmin: Nós entendemos que o comércio exterior é importantíssimo. Ele gera empregos, estimula a inovação, traz competitividade e ganha sociedade. Precisa ter regras, por isso a OMC [Organização Mundial do Comércio]. Então entendemos que a decisão unilateral dos Estados Unidos não é boa para o comércio, porque cria imprevisibilidade, insegurança e isso diminui o investimento. Mesmo o Brasil tendo ficado com a menor tarifa em comparação com outros países, mesmo sabendo que para outros países a medida foi muito pior, para nós também foi ruim. O caminho que vemos é o do diálogo, da negociação e é isso que vamos fazer.

MM: O presidente Lula disse que vai fazer o possível para preservar as empresas. O que é que vocês estão pensando neste sentido?

GA: Foi votado pelo Senado e pela Câmara um Projeto de Lei que vai ser sancionado, que estabeleceu um arcabouço jurídico para o Brasil poder responder [a essas medidas]. É uma boa legislação, necessária e importante, mas nós não pretendemos usá-la agora. Mesmo o Brasil ficando com a menor tarifa (de 10%), ela é ruim. Ninguém ganha numa guerra tarifária, ninguém. Vamos ficar atentos a desvios de mercado, de comércio. Porque se você tem um bloqueio em determinado lugar, isso pode desaguar no Brasil, prejudicando a indústria e o comércio local.  Vamos ficar atentos com os critérios para qualquer alteração do comércio exterior. Por outro lado, eu acho que isso vai acelerar o acordo Mercosul-União Europeia.

MM: O Brasil vai buscar outros parceiros?

GA: O acordo Mercosul-União Europeia é o maior acordo do mundo hoje. Envolve 720 milhões de pessoas, 22 trilhões de dólares. Os cinco países do Mercosul, com a entrada da Bolívia e 27 dos países mais ricos do mundo na União Europeia. É um ganha-ganha, é assim que vejo o comércio exterior.

MM: Como o senhor avalia o argumento do presidente Donald Trump para adotar esse tarifaço? Ele disse que fez isso para preservar empregos, que vai valorizar a indústria americana.

GA: Os Estados Unidos têm um enorme déficit comercial. É um país que exporta, mas importa muito mais, então isso gera um grande déficit na balança comercial americana. Só que eles não têm isso com o Brasil. Com o Brasil eles têm superávit comercial em serviços de 18 bilhões de dólares, e em bens, de 7 bilhões de dólares. Só no ano passado o superávit foi de 25 bilhões de dólares no total. Então o Brasil não é problema para os Estados Unidos. É um mercado importante para nós, porque embora não seja o maior parceiro, hoje nosso maior parceiro comercial é a China, é um parceiro para quem nós vendemos maior volume de produtos de valor agregado: avião, motores, autopeças, máquinas, retroescavadeiras. Então tenho marcadas já para a próxima semana, reuniões entre as equipes técnicas, para a gente trabalhar.

MM: Se o Brasil não é problema para os Estados Unidos, porque Trump incluiu o Brasil?

GA: Ele incluiu praticamente todo mundo. 

MM: Mas havia uma expectativa de o Brasil não ser incluído…

GA:  É. Ele incluiu na tarifa menor. Para outros países, o percentual foi de 25%, e para os países asiáticos, de 50%. Embora tenhamos ficado com a menor tarifa, não é bom nem para nós nem para os Estados Unidos, porque quem quiser adquirir produtos vai acabar comprando mais caro.

MM: Eu fiquei com a impressão de que o Trump tomou essa medida em relação ao Brasil em retaliação à campanha passada, uma vez que o presidente Lula ficou do outro lado, no apoio ao adversário dele…

GA: Acho que não. Na realidade, o que acontece é que ele [Trump] está tentando atrair de volta empresas para os Estados Unidos, só que isso é uma coisa de meio século atrás, quando você tinha uma política de substituir importação. Então eu vou substituir importação para produzir aqui, faço um protecionismo. Só que agora o mundo é outro. Estamos em outro momento. Mas temos de respeitar a decisão de outros países e proteger e defender o comércio brasileiro, buscar mercado. Agora mesmo, o presidente Lula esteve no Japão e no Vietnã numa viagem muito bem-sucedida, já vem para cá uma missão que vai avaliar a questão da carne, para que possamos exportar carne para o Japão. Também estamos discutindo a questão do etanol, de venda de aviões. O negócio é abrir o mercado. 

MM: Qual a forma mais simples para isso?

GA: O Brasil é favorável ao comércio exterior. O Mercosul já fez no ano passado acordo com Cingapura, podemos fazer com a União Europeia, enfim, agora é abrir mercado, colocar o produto brasileiro lá fora, ter complementaridade econômica. Veja o caso do aço, nós somos o terceiro maior comprador do carvão siderúrgico dos Estados Unidos. Aí fazemos aqui o semielaborado, exportamos para os Estados Unidos e eles fazem o elaborado do aço. Há uma complementaridade na cadeia. O que nós devemos fazer é ver outras oportunidades de investimentos recíprocos e complementaridade econômica. É nisso que nós acreditamos e pelo qual vamos trabalhar.

MM: Fernando Henrique Cardoso disse uma vez que Marco Maciel era o vice dos sonhos de todo presidente. A cartilha de Maciel é muito parecida com a do senhor, de discrição e elegância. Quando exerce a presidência da República interinamente a gente quase não vê notícias a seu respeito, exatamente como agia Marco Maciel. O senhor chegou a conviver com ele?

GA: Eu tinha um grande carinho pelo Marco Maciel. Era meu companheiro de missa. Quando ele ia para São Paulo a gente se encontrava muito nas missas por lá. E o Marco Maciel tinha um espírito público e uma capacidade de trabalho impressionante. Sem falar que era muito bem-humorado

MM: Apagador de incêndios, não é? O ex-presidente Fernando Henrique dizia que ele era o bombeiro do Governo.

GA: Isso mesmo. E muito ponderado, além de excelente contador de histórias. Tenho duas para contar (rindo). Uma vez ele me relatou que estava numa reunião no interior de Pernambuco com vereadores e prefeitos. E ia falando com um por um, numa roda. Aí chegou num deles e perguntou “e você? ”. O rapaz respondeu “não, não, eu tô só expectorante” (risos). Marco também contou que um amigo dele plantou muito e ficou apavorado de não chover. Aí consultou vários outros órgãos técnicos e de pesquisa e todos disseram “não chove”. Desesperado, ele foi para a fazenda e chamou o Zé Dito, que estava lá há 30 anos. Zé Dito olhou para o céu, olhou de novo, e afirmou confiante: “vai chover, doutor, vai chover”. E ele, “mas como é que você tem tanta certeza? ”. Zé Dito respondeu: “é que se não chover, doutor, nós tá frito”. 

MM: Com relação a essa iniciativa ter partido do Senado, o Congresso saiu antes do Governo. Não deveria ter sido o contrário, de o Governo ser o primeiro a tomar essas medidas?

GA: Não, porque já existia a proposta no Senado. Essa proposta começou a ser estudada quando a União Europeia começou a estabelecer restrições ao Agro em relação a fatores ambientais, com medida protecionista. Iniciou-se um trabalho no Senado para a questão ambiental, para evitar punições por parte da UE ao agro brasileiro nessa questão ambiental.  E como já havia esse projeto andando, ele foi aperfeiçoado, com a colaboração do Governo, e foi feita uma boa legislação aprovada pelo Senado e aprovada em 24 horas pela Câmara dos Deputados.

Betânia Santana/ Folha de Pernambuco – Como o Brasil vai se comportar daqui por diante na sua relação com o presidente dos Estados Unidos Donald Trump?

GA: Nossa relação com os Estados Unidos completa agora em 2025, 200 anos. Então nós temos dois séculos de amizade e parcerias. Temos 4 mil empresas americanas no Brasil prosperando, crescendo, empregando pessoas, gerando renda, tendo lucratividade. Então é uma parceria muito importante. Nós queremos aperfeiçoar isso e até ampliar essas possibilidades. Claro que os EUA têm um problema de déficit na balança comercial que nós reconhecemos. O Brasil tem superávit na sua balança comercial com o mundo: nós exportamos mais do que importamos.  Agora, com os EUA, eles é que têm superávit conosco. E dos dez produtos que nós mais exportamos deles, em oito, a alíquota de importação é zero. Então o Brasil não é problema para os EUA. Por isso fomos incluídos na tarifa menor, mas não achamos justo isso e vamos trabalhar para melhorar a situação.

MM: No Nordeste há uma grande preocupação por parte do setor de etanol. Como fica a situação?

GA: Quanto ao etanol, primeiro, nós somos os maiores produtores do mundo de etanol e açúcar. E o nosso etanol tem menor pegada de carbono, porque nós utilizamos energia renovável, eólica, solar e muita biomassa. Os EUA, que cobravam 2,5% na alíquota de importação, passou para 12,5%. Agora, se formos pegar o açúcar que nós exportamos para os EUA é 90% a alíquota de importação. Então temos de olhar o conjunto, porque quando olhamos o conjunto a nossa tarifa média de entrada de produtos dos EUA no Brasil é 2,73%. É baixa. O Brasil não é problema. Mas nessa questão do etanol, temos de analisar sempre etanol e açúcar. Não é uma coisa separada uma da outra. 

MM: Continua a tendência de crescimento do país no setor, então?

GA: O Brasil é um exemplo para o mundo de energia limpa. Quem tem 27,5% de etanol na gasolina? Além de nós, ninguém tem no mundo. Nós limpamos a gasolina, o combustível fóssil. Hoje, 90% da nossa frota é de motor flex. Em São Paulo, por exemplo, todo mundo põe álcool. Então somos um exemplo de desfossilização, de ajuda ao meio ambiente nesse aspecto. E podemos, com os EUA e a Índia, ter condições de mudar a querosene de aviões, que é muito poluente, pelo Combustível Sustentável de Aviação (SAF) gradualmente. Quem pode produzir ou o óleo vegetal ou o etanol para termos o SAF são esses três países. Então temos de trabalhar muito.

MM: O senhor e o ministro Fernando Haddad têm comandado a economia do Brasil. O que vocês dois têm alinhado juntos? A gente percebe que há muita coisa na economia que está dando certo, mas que não tem repercutido na popularidade do presidente Lula e nem no Governo. Por que isso está acontecendo?

GA: Primeiro, em relação ao Fernando Haddad, eu era governador de São Paulo e ele prefeito da capital paulista, e nós apesar de adversários, de disputarmos as eleições, sempre trabalhamos juntos e tivemos um bom relacionamento. Temos um fato bom e muito importante que vai ajudar no comércio exterior brasileiro que é a reforma tributária. A reforma acaba com o chamado crédito tributário, então ela vai desonerar totalmente o investimento e desonerar totalmente a exportação. Há um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que mostra que em 15 anos depois da vigência total da reforma, poderão ser aumentados em 14% os investimentos no Brasil e em 17% as exportações.

MM: E quanto às pesquisas de popularidade que não repercutem essas iniciativas?

GA: Quanto às pesquisas, nós estamos no meio do mandato. E tivemos no final do ano passado e começo deste ano dois fatos que impactam a inflação, especialmente a de alimentos. Primeiro o clima, que leva à queda da safra e aumenta o preço dos produtos. Em segundo lugar, o dólar, que impacta o preço de produção. Duas boas notícias são que este ano a expectativa do clima é muito boa e prevemos uma safra recorde, o que reduzirá o preço dos alimentos. A outra é que o dólar está caindo, o que também ajuda a reduzir a inflação e o preço da cesta de alimentos. E em terceiro lugar, nós zeramos o imposto de importação de dez produtos, a pedido do presidente Lula. Tanto que as pessoas já poderão perceber que em muitos produtos, o preço no supermercado já está caindo

MM: Em relação à questão do Pix, que contribuiu muito para a queda de popularidade do Governo, aquilo não foi um atropelo?

GA: Sim, inclusive foi uma coisa injusta, porque a medida que a Receita Federal estava tomando não era para aumentar imposto e nem criar tributo nenhum. Eram apenas instrumentos para acompanhamento e fiscalização que já existem, tanto é que acabou sendo anulado o ato. Mas você tem hoje um fato que é a rapidez da comunicação. Por isso precisamos ficar sempre atentos à questão da comunicação, prestar contas constantemente, ter absoluta transparência e dizer sempre a verdade para a população. Mário Covas costumava dizer “o povo não erra”.

Tiago Gomes/ Gazeta News: O partido do senhor tem nos seus quadros figuras importantes que possuem projeção nacional, como o prefeito do Recife João Campos. Como o PSB vai se encaixar nas eleições de 2026?

GA: Em relação a João Campos, fui governador no mesmo período do pai dele, Eduardo Campos, que era uma figura cativante, bom gestor e bom governador. E João Campos herdou do pai e também da mãe, Renata, essa vocação para a vida pública. Eu sempre estimulei os jovens para participarem desde cedo da política. Então quando vemos um jovem, engenheiro, que se elegeu deputado federal extremamente jovem, se elege prefeito da capital e faz um mandato reconhecido, sabemos que ele tem uma avenida pela frente, está fazendo um bom trabalho. Por isso, é um nome natural para alçar cargos maiores. Quem é prefeito de capital já é candidato a governador naturalmente. Quem foi reeleito, está em segundo mandato, mais ainda. E quem foi reeleito com quase 80% dos votos, mais ainda. Mas tudo tem seu tempo. Isso é mais na frente.

MM: O senhor tem projeto de voltar a ser governador de São Paulo?

GA: Eu fui governador quatro vezes, tentei duas vezes ser presidente da República. Esse nosso país é apaixonante, é o quinto maior país do mundo em expansão territorial, com reservas naturais diversas, agricultura e indústria muito competitivas, está entre as dez maiores economias do mundo. Eu conheço bem o Brasil. Estou muito feliz trabalhando ao lado do presidente Lula, colaborando no que posso e à frente do Ministério da Indústria e Comércio. Quem no ano passado empurrou o PIB [Produto Interno Bruto] para 3,4% foi a indústria da transformação, que cresceu 3,8%, e está fazendo a diferença, inclusive em Pernambuco. 

Filipe Clisman/A Notícia do Ceará: No nosso estado o PSB se tornou principal partido das bases desse arco de alianças que governa o Ceará e isso é visto como um fator muito positivo, já que existe essa parceria entre o PSB e o PT. Queria saber se essa parceria pode ser vista nacionalmente em 2026. O senhor integrará a chapa com Lula outra vez, como candidato a vice-governador no ano que vem?

GA: Quero destacar muito a liderança do ex-governador e senador Cid Gomes no Ceará e sei que o PSB cresceu bastante no estado. Sobre o quadro nacional, é natural a candidatura do presidente Lula. Ele é o único brasileiro que é presidente pela terceira vez, então o candidato natural é o presidente Lula, que tem experiência, tem liderança. Se você for olhar nas pesquisas, mesmo nas que aparecem citadas aqui, ele continua como favorito. Agora nós devemos ver isso com humildade. O Governo pode melhorar muito com experiência, com novas medidas, com o controle da inflação. Mas o Governo trabalhou e trabalhou rápido. A inflação é importantíssima, não é algo socialmente neutro, então é importantíssimo que seja controlada e evitada. E acredito que todas as medidas para isso estão sendo tomadas.

MM: No Congresso há muitas reclamações de que Lula, ao contrário dos governos anteriores, não está fazendo política. Tem passado o final de semana com a família. Antes se dizia que a comunicação não estava bem, mas mudou o ministro da Secom e o Governo não está sendo bem avaliado. A que o senhor atribui isso?

GA: Você se referiu ao Congresso. Nós temos um vácuo que com o tempo vai ser corrigido, poderia ser mais rapidamente corrigido com a reforma política, que é o excesso de partidos políticos. Então essa fragmentação partidária muito grande, quase 30 partidos, dificulta a governabilidade. De Gaulle (ex-presidente francês Charles de Gaulle) dizia: “A França é difícil de ser governada porque tem muitos tipos de queijo e muitos partidos políticos”. Com a cláusula de barreira, de desempenho, isso vai reduzir. Na próxima eleição vamos ter menos partidos, na outra teremos menos ainda. Não é nem partido, temos cinco federações partidárias, porque temos partidos que são simplesmente cartórios. Mas o presidente aprovou tudo no Congresso. Reforma tributária, num período democrático, não é fácil de ser aprovada. Então o Governo tem tido sim, diálogo. Esse é o caminho, fazer o diálogo. O presidente viajou ao Japão, levou os presidentes da Câmara e do Senado e os ex-presidentes das duas Casas. Então ele tem feito uma aproximação. Mas é natural que aconteçam períodos de divergências em determinados pontos, ninguém precisa pensar igualzinho. O que também é bom, porque a divergência é positiva. 

MM: As pessoas costumam dizer que governo bom é aquele em que a economia roda, o dinheiro circula no bolso do povo. Será que nesse Governo não está faltando isso? Não se está fazendo a economia girar?

GA: A economia cresceu. Em 2023 cresceu 3,2%. Hoje, quando se cresce 3% isso equivale a 4% no passado. O mundo não vive o seu melhor momento, tivemos duas guerras. No ano passado crescemos 3,4% e tivemos o menor desemprego da série histórica nas últimas duas décadas. E melhorou a massa salarial. Por que se vendeu mais geladeira, fogão, máquina de lavar? Porque as pessoas estão ganhando mais e comprando mais. Agora a inflação e o clima atrapalharam no fim do ano. O Governo agiu rápido com as medidas adotadas e estamos esperando que o clima ajude também

MM: O senhor falou na reeleição de Lula, que ele é candidato natural à reeleição. E Geraldo Alckmin segue na vice?

GA: Para a vice, você é convidado. Eu fui convidado na eleição anterior, fiquei muito honrado, trabalhamos juntos e fizemos a diferença. Quer dizer, em São Paulo a redução da diferença de 2018 para 2022 foi fundamental para a eleição. E o mais importante: salvamos a democracia. Isso é um fato. A democracia brasileira estava em risco. Eu iniciei minha modesta vida pública como vereador em Pindamonhangaba, ainda estudante de medicina, o vereador não ganhava um centavo. Era uma honra você trabalhar pela sua cidade. Depois fui prefeito seis anos da minha cidade com um objetivo, que era ajudar na redemocratização do Brasil. Tínhamos dois partidos, Arena e MDB e eu fui sempre MDB, até ser um dos fundadores do PSDB. A democracia é o povo que decide, ele é o protagonista. As ditaduras suprimem a liberdade em nome do pão. Não dão o pão que prometeram e nem a liberdade que tomaram. Então nós vamos fortalecer a democracia.