Roberto Freire, um dialético remasterizado

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – O artigo a seguir, publicado em meu livro “Planeta Palavra – Números são infinitos – palavras são mais infinitas que números”, edição primorosa da Companhia Editora de Pernambuco – CEPE, com o então deputado constituinte Roberto Freire em novembro-1990, foi produzido em meio ao fracasso do chamado socialismo real no Leste Europeu e à queda do infame Muro de Berlim.

Ex-deputado estadual e federal e ex-senador Roberto era um comunista analógico, ex-militante do histórico MDB, do ortodoxo PCB e mais recentemente dirigente do partido Cidadania. Cérebro pensante das esquerdas, eis um dialético remasterizado, em recesso parlamentar na sua choupana em Brasília. O Brazil de hoje em grande medida veio da Constituinte de 1988, principalmente os privilégios das castas do serviço público. Vejamos.

“Comunista fichado renega o marxismo”

Roberto Freire, um comunista fichado, renega o marxismo-leninismo “e com ele as concepções da ditadura do proletariado, do monopólio do partido único, do centralismo democrático, da predominância dos quadros sobre a participação popular”. Esse modelo exauriu-se, avalia. “Deve ser superado por uma nova cultura e novas concepções extraídas da rica herança teórico-política do movimento socialista e da nova realidade mundial”. Estamos falando da síndrome do socialismo no advento da era Gorbachev.

Ao renegar os dogmas do marxismo-leninismo Roberto faz uma viagem até a era de Nikita Kruschev, cuja maior proeza na memória popular foi bater com os sapatos na mesa em reunião da ONU.

Lembra que o mundo atual com Gorbachev é multipolar. Exemplo: o Oriente Médio, onde Estados Unidos e União Soviética estão do mesmo lado. “Pode até ocorrer uma escalada belicista, mas nunca com riscos de holocausto que o equilíbrio de terror possibilitava”.

Roberto está renegando o socialismo? Vai ingressar no PFL e fazer a pregação do capitalismo? Nem de brincadeira. Observa que o ideário socialista é produto de um movimento histórico e não apenas de ideias brilhantes de teóricos como Marx. “O socialismo, despojado de seus erros, continuará mobilizando corações, mentes, gerando paixões e movimentando milhões de pessoas em todo o mundo por um único motivo: é a proposta mais generosa para o futuro da humanidade. Qual o novo socialismo que você prega? Seria o caso de escrever um livro, mas tentemos transcrever uma síntese do pensamento de Roberto Freire:

“Neste contexto de esgotamento e crise dos projetos comunistas e socialdemocrata, coloca-se para as esquerdas o desafio de repensarem sua trajetória e elaborarem um novo projeto internacionalista, capaz de ser uma alternativa tanto ao modelo do socialismo real exaurido como ao do “Welfare State” (Estado de bem-estar social) social-democrata, limitado por não viabilizar a ultrapassagem do capitalismo. Isso requer uma revisão da fratura do movimento socialista operada depois de 1914, na perspectiva de uma nova Internacional que possa, ao mesmo tempo, fazer frente à internacionalização do capital e implementar uma plataforma de valores universais como a questão da paz, do meio ambiente, direitos humanos e ampliação dos direitos da cidadania”.

*Periodista, escritor e quase poeta

Dedico este artigo ao meu colega o maxi poeta Fernando Pessoa, por ter dito que todas as cartas de amor enviadas às nossas musas pela Internet são ridículas, não seriam cartas de amor se não fossem ridículas 

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Todas as crônicas de Natal e Ano Novo são piegas, não seriam crônicas de Natal e Ano Novo se não fossem piegas, assim falou o poeta Fernando Pessoa aos seus discípulos. Aliás, se não falou poderia ter falado, pois ele já disse que todos os torpedos apaixonados enviados às enamoradas via WhatsApp, Facebook e Instagram são ridículos, não seriam torpedos de amor se não fossem ridículos.

O poeta era um fingidor, fingia tão completamente que fingia acreditar deveras na frase gloriosa dos antigos navegadores de que “navegar é preciso, viver não é preciso”. E tudo valia a pena, porque a alma dele não era pequena. A alma do poeta era do tamanho do mar, pois desde a era das navegações “ensinam essas Quinas que o mar com fim será grego ou romano, e o mar sem fim é português”.

O Natal e o Réveillon estão sendo revogados este ano na Faixa de Gaza, nas penitenciárias da Papuda e da Colmeia, na Palestina, na Cracolândia, na Ucrânia, nas fronteiras da Venezuela, na Guiana Essequibo, nas bocas de fumo do Complexo do Alemão, nas prisões da Nicarágua, no Cotel, na Ilha presídio de Cuba, nas filas de benefícios do INSS, na cidade submersa de Maceió, no Mar Vermelho.

O poeta conclama em linha reta: “Ó príncipes, meus irmãos!” “Toda gente que eu conheço e que fala comigo/ nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho/ nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na vida”.

Os príncipes decretam e revogam os Natais e Réveillons. São os príncipes dos palácios, das catedrais do poder e dos Diários Oficiais. Eles ditam as leis e os silêncios. E a gente da plebe ignara obedecemos às ordens de Vossas Mercês.

Se eu fosse um cronista piegas escreveria uma mensagem ridícula tipo assim “Natal, o velhote gorducho Noel ho-ho-ho … lero-lero”. Tô fora!

Minha mensagem é o poema “Sêmen celeste”, do poeta e filósofo romano Tito Lucrécio (99.aC – 55.aC):

“Nascemos todos do sêmen celeste; temos todos o mesmo pai/ de quem a terra/ a mãe que nos alimenta/ recebe límpidas gotas de chuva/ e produz o luminoso trigo/ e as árvores viçosas/ e a raça humana/ e as estirpes das feras/ oferecendo os alimentos com os quais todos nutrem os corpos/ para levar uma vida doce/ e gerar a prole”.

PLANETA PALAVRA – Este é o título do meu quarto livro. Edição primorosa da Companhia Editora de Pernambuco – CEPE, deverá ser impresso até o próximo mês. Reúne crônicas da época da Anistia/Diretas, crônicas atuais, quase poesias e digressões talvez filosóficas. Este foi um livro emprenhado com amor e carinho, paixão e compaixão e tesão.

*Periodista, escritor e quase poeta    

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Um dado histórico: todas as disputas territoriais, entre nações soberanas, em nossa América do Sul foram provocadas por ditadores. Rebobinemos o tempo. A Guerra das Malvinas foi detonada pelo ditador argentino Leopoldo Galtiere, em 1982, ao ocupar três ilhas no sul do Oceano Atlântico sob o domínio do Reino Unido: Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul. Chamadas de Folklands, as Malvinas e demais ilhas do arquipélago são territórios britânicos ultramarinos desde o início do século 19.

O poder é uma droga alucinógena, mais potente que o LSD, e provoca alucinações. O ditador Galtiere delirou, delirou. “Irei dominar o arquipélago e serei o novo rei do império ultramarino na América”, pensou ele com seus brasões. Às armas, soldados hermanos! A primeira-ministra britânica, Margareth Tratcher, mobilizou suas esquadras e fuzileiros. A superioridade britânica era incontestável e incontrastável. O delírio do ditador Galtiere virou espumas flutuantes. Além de ser massacrado na guerra das Malvinas/Falklands, também fez desmoronar a ditadura argentina naquele fatídico junho de 1982. O tango dos milongueiros continuou em ritmo dissonante. A inflação na época estava na casa dos 600 por cento.

A Guerra do Paraguay poderia ser chamada de Guerra Cisplatina, por envolver os países da Bacia Platina. Durou de 1864 a 1870, de um lado o Brazil, Argentina e Uruguay contra o Paraguay, que na época tinha uma condição econômica e social razoável na América Latina. Para encurtar a história os vizinhos, em meio a hostilidades, uniram-se contra o Paraguay e no final a bagaceira foi grande. Na linguagem de hoje seria chamada de guerra assimétrica.

O ditador Solano Lopez tinha um sonho: expandir os seus domínios e reinar num Grande Paraguay. Ele queria um mar para chamar de deu nas terras do Paraguay e rios para navegar na Bacia Platina. Ah mar! Solano amava o mar, amava o poder e amava a ditadura, assim como os pernambucanos e os tubarões de Suape amam o Oceano Atlântico. As terras do Paraguay vão virar mar, era o sonho do ditador.

O bicho se arrependeu do dia em que nasceu ao entrar naquela guerra dos infernos. Aliás, todas as guerras são dos infernos. Ele foi morto no final da guerra com um tiro de fuzil na caixa dos peitos por um cabo brasileiro chamado Chico Diabo. As estimativas atuais avaliam em mais de 100 mil mortos do lado paraguaio, 50 mil soldados do Brazil, 3 mil do Uruguay e 30 mil mortes na Argentina. O Paraguay saiu destroçado da guerra e ainda hoje sangra.

O energúmeno Nicolas Maduro segue na trilha dos ditadores, da arrogância e dos delírios de poder. Trata-se de um homúnculo, um homem-furúnculo. Sempre na contramão, na Ucrânia e na Faixa de Gaza, o guru da seita vermelha deste reino de Pindorama apoia seu parceiro Maduro por baixo dos panos, ao fingir neutralidade diante da agressão a um País soberano.

*Periodista, escritor e quase poeta     

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Aprendemos nos livros de história, na aurora de nossas vidas, décadas de 1950 e 1960, que existiam três Guyanas: Guyana Inglesa, Guyana Francesa e Suriname. Vieram dos tempos da colonização europeia. A Guyana Inglesa conquistou a independência política em 1966 e tirou a palavra britânica do nome; permanece sob o manto tradicional da Commonwealth, Comunidade Britânica; o Suriname libertou-se da Holanda em 1975 e é um País soberano; a Guyana Francesa hoje é um departamento territorial da França.

A Guyiana conquistou a emancipação política por conta de revoltas populares conduzidas por líderes nativos. Sociedades sem líderes tornam-se vítimas de golpistas e aventureiros. Hoje está ameaçada de cair nas mãos de um ditador que destruiu seu próprio País, a Venezuela. O guru da seita vermelha, parceiro da ditadura bolivariana, pede bom senso entre as partes, o agredido e o agressor. Pedir bom senso a um tirano equivale a pedir a um escorpião que mude a sua natureza perversa.

Essequibo é a Ucrânia da Guyana, o alvo da agressão do ditador Maduro. Mais que desenhar a tomada de 70 por cento do território da Guyana, o déspota Maduro desenhou desde já a própria reeleição no segundo semestre de 2024. Os Estados Unidos estão caindo no conto do vigarista a acreditar em eleições presidenciais limpas para a sucessão do ditador. Facínoras só entendem a linguagem da força . O principal eleitor na Venezuela e na Guiana atualmente é a petrolífera Exxon Mobil.

O Big Brother Joe Biden poderia ser o grande eleitor na Venezuela, mas deu bobeira ao confiar nas promessas do ditador de realizar eleições limpas no próximo ano . Incrível, um cara tão velhinho, já escaldado na vida, imaginar que um amante de ditaduras poderia se regenerar. O meliante começou por tornar inelegível a oposicionista Maria Corina Machado. A diplomacia americana havia feito concessões econômicas ao regime.

O bananão Joe Biden pecou por imprevidência ao não antever a sanha criminosa e expansionista de Maduro. Depois do avanço em Essequibo, a Guyana Francesa e o Suriname vão entrar na mira. Maduro é o novo Solano Lopez, que provocou a guerra do Paraguay em 1864-1870. O inferno é o limite para os psicopatas. A ditadura bolivariana já produziu 6 milhões de refugiados e indigentes nas fronteiras. O Brazil é um paraíso diante desses flagelos.

O ditador Maduro é ficha podre na diplomacia internacional. Um capacho dele e do finado Hugo Chavez, com licença da palavra, o general Hugo Carvajal, chefe da Inteligência do Governo, foi preso na Espanha e extraditado para os Estados Unidos acusado de transações tenebrosas. O plano de Maduro é envolver o Brazil em seu labirinto. O abraço dele é abraço de afogado, um afogado traiçoeiro e venenoso feito um escorpião. A existência física do ditador Nicolas Maduro é um estorvo para a América Latina e um ultraje à memória do general libertador Simon Bolívar.

*Periodista, escritor e quase poeta 

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

Dedico este artigo ao meu colega o filósofo grego Sócrates, autor do pensamento “só sei que nada sei”.

MONTANHAS DA JAQUEIRA – A guerra nesta Terra de Vera Cruz, a terra da verdadeira Cruz, é cultural, ideológica e de bate-cabeça, tipo o rock pauleira. Vocês estão lembrados de quando um expoente da República revelou, orgulhosamente, ser analfabeto de nascença. “Menas a verdade”, ele costumava dizer quando perguntado se já leu algum livro na vida. Sindicalistas vermelhos são alérgicos a carteiras de trabalho. Quando ouvem falar em carteira de trabalho, os bichos ficam se tremendo todo.

Doutores e doutoras, PHDs, gênios, sabichões, quem souber ler e escrever, levante o braço. Beleza! Não me levem a mal, eu perguntei apenas porque a gente sabemos que muitos doutores e intelectuais são analfabetos de nascença.

Intelijumência — Mais de 3 milhões de alunos submeteram-se este ano às provas do Exame Nacional do Ensino Médio/Enem, no objetivo de ter acesso ao ensino universitário. Os energúmenos do MEC que elaboram as provas são movidos por dois objetivos perversos: fazer proselitismo de esquerda e massacrar os estudantes com questões de respostas obscuras ou enganadoras. Os jovens são induzidos a engolir a doutrinação para obter alguns pontinhos. O nome disto é desonestidade intelectual.

Uma questão de interpretação de texto, baseada numa letra de música de um compositor baiano do acarajé esquerdista, embrulhou a cabeça do próprio artista, nem ele soube a resposta certa. Os manipuladores do Enem adoram exercer o poder em nome da ideologia do escorpião. Comunista transgênico, Antônio Gramsci preconizou: “Não ocupem quartéis, ocupem escolas; não ataquem blindados, ataquem ideias”. O comunismo é uma bactéria mutante e hoje se chama globalismo.

O Brazil ocupa a 52a posição no ranking internacional PISA de educação, fica quase no rabo da gata, abaixo do Irã, Egito e Jordânia. A pesquisa é feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE. Esses resultados refletem o descaso dos poderes públicos com a Educação, greves e greves, a bagaceira geral. A maioria dos governantes está mais interessada em patrocinar shows milionários com artistas da fuleiragem para entreter a mundiça e rolar as rachadinhas. Fazer o que? Esqueça, isto é Brazil.

O padroeiro da educação, o marxista Paulo Freire, feito São Pedro de Alcântara, padroeiro do Brazil, reina acima das críticas, é considerado intocável. A caterva vermelha rende devoção às suas barbas revolucionárias à moda de Karl Marx. Autor da Pedagogia do Oprimido e dos comprimidos, ele propunha uma “educação libertadora” através da “reflexão crítica”. Qual o legado da Pedagogia do Oprimido para a educação brasileira? Somente lero-lero, blábláblá. E haja proselitismo político. Quem seria o opressor dos comprimidos? O capitalismo malvado. O credo do Enem demoniza o capitalismo e o agronegócio.

A educação segue o lema da cantiga da perua, de pior a pior. Ainda mais os jovens hoje são vítimas indefesas da doutrinação perversa dos patrulheiros ideológicos do Enem.

*Periodista, escritor e quase poeta 

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Desde a década de 1940 o fantasma do peronismo acalenta e assusta os argentinos. Peron e Evita desfilam emoções na Calle Flórida, a Rua das Flores em Buenos Ayres. Elvis vive! Peron is alive! Dizem os milongueiros. A Argentina travou a catraca do tempo há 80 anos. Costeleta de cantor de tango, o libertário Javier Milei anuncia uma batalha para aposentar o fantasma do mito Juan Domingo Peron e bailar na cadência do liberalismo econômico.

O tango é o ritmo do pecado e das sofrências. Peron, Evita, Carlos Gardel, Astor Piazola, Maradona e Milei todos nasceram com um bandoneon na testa, assim como os sertanejos são dados à luz com uma sanfona branca de Luís Gonzaga no coração. E os paraibanos de fé nascem com as poesias de Augusto dos Anjos na ponta da língua. Ou com um pandeiro de Jackson na palma da mão.

A Argentina viveu tempos gloriosos nas três primeiras décadas do século passado. Situava-se entre as Nações mais prósperas e com elevada qualidade de vida no comparativo com países do Primeiro Mundo. Na década de 1940 aconteceu o advento do peronismo, em torno da liderança carismática do coronel Juan Domingo Peron. O peronismo mudou desde sempre a história da Argentina.

Luzes na ribalta: o comandante Peron entrega seu coração nas mãos da ex-dançarina Eva Duarte, Evita. “Peron-Peron, Evita-Evita”, ovacionam as multidões. O casal protagoniza uma história de amor, poder e tragédia. Romeu e Julieta redivivos dançam um tango na Argentina. A partir da década de 1940 o peronismo acende paixões e incendeia corações no Reino do Rio da Prata e cercanias.

Peron e Evita estão para Carlos Gardel assim como o liberal excêntrico Javier Milei sugere a dissonância musical de Astor Piazola. Toca o bandoneon das paixões do azul-celeste!

O filme “Evita”, estrelado pela diva Madonna e o ator Antônio Banderas, fala de paixões e da criação do mito Peron. “Multidão solitária” é uma expressão em inglês – lonely crowd — serve para ilustrar as raízes do peronismo no meio das multidões solitárias. Evita era chamada de “Santa Evita”.

A música-tema do filme – “Don’t cry for me Argentina” — na voz da diva Madonna, é um canto de amor à musa Evita. Também é um canto de lamento diante das desventuras do peronismo. Os vendedores de ilusões insuflam a ideia de que a riqueza das nações está ao alcance da mão na linha do horizonte, como dádiva de um milagreiro, ao atender às súplicas das multidões solitárias.

Tantas multidões foram às ruas, houve tantos protestos, para que? Para nada. Se a prosperidade das nações dependesse de multidões nas ruas, a Argentina seria hoje uma superpotência mundial. De populismo em populismo, muda Argentina! Muda para pior. Os indigentes e pobres de hoje estão na fila do pão e da sopa.

A bordo de suas costeletas excêntricas, Javier Milei abraça o bandoneon para compor um novo tango argentino em ritmo liberal.

Hasta la vista, magníficos e magnânimos leitores, gregos e troianos!

*Periodista, escritor e quase poeta

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Corredores humanitários são desumanos por natureza. Apenas são menos trágicos que os palcos das guerras. Humanismo seria a garantia de permanecer em suas casas, livres dos bombardeios mortíferos. Esta é uma condição inviabilizada na Faixa de Gaza pelos terroristas do Hamas.
Durante séculos e séculos a natureza decretou a seca no seminário nordestino. As estradas e os caminhões pau-de-arara eram considerados corredores humanitários para os flagelados fugirem da seca.

A guerra das nuvens contra o solo do semiárido mudou a geopolítica, a cultura e os costumes do Nordeste e do Brazil. O reinado soberano Luís Gonzaga floresceu sob o signo do mandacaru, a luta pela sobrevivência do sertanejo e o símbolo de esperança da asa branca. O gênio Cândido Portinari pintou o quadro “Os retirantes” com as lágrimas dos sertanejos. A tecnologia, as obras hídricas estruturadoras, as barragens e adutoras, a irrigação e a transposição de bacias mitigaram o fenômeno das secas no Nordeste.

As explosões de bombas e mísseis chamam a atenção para a tragédia humanitária dos refugiados de guerras. Os números e as cifras são de dezenas de milhões, na Ucrânia, na Palestina, na Síria, na Venezuela, nas sucursais e nas franquias do inferno. O continente africano é o maior exportador de refugiados por conta das epidemias de corrupção e de doenças, guerrilhas de ditadores e tiranos tribais.

Criado sob inspiração do Tribunal de Nuremberg, o atual Tribunal Penal Internacional, ou Tribunal de Haia, revela-se impotente para punir crimes contra a humanidade. Exemplo representativo é o genocídio de Camboja, perpetrado pelos comunistas do Kmer Vermelho, sob o comando do psicopata Pol Pot. Em quatro anos, de 1975 a 1979, foram executados cerca de 2 milhões de cambojanos em nome da utopia socialista/comunista. Preso e destronado do poder, em 1982 o desgraçado retornou às trevas com 72 chifres de belzebu na cabeça. Este foi considerado um dos maiores genocídios desde a Segunda Guerra Mundial.

Em meio ao bombardeio da corrupção, brasileiros procuram abrigos e corredores humanitários para se defender desse flagelo. O vírus da corrupção contaminou geral, nas planícies e nos planaltos, as células dos fidalgos e dos plebeus. Prefeiturinhas sem recursos sequer para tratar o lixo em aterros sanitários promovem shows milionários com artistas safadões e usam a galera como escudos humanos para ficar impunes.

Os bandoleiros operam nos túneis subterrâneos da corrupção e usam milhões de brasileiros como escudos humanos.

*Periodista, escritor e quase poeta

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Árabes e judeus são descendentes da mesma raiz, dos filhos de Abraão, segundo os textos bíblicos. Os árabes vieram de Ismael, os judeus nasceram do ramo de Isaque, da tribo de Judá. Rebentos amados dos filhos de Abraão, hoje são primos apartados entre os degredados filhos de Adão e Eva. Ao final da jornada neste vale de sonhos e lágrimas, os viventes de bom coração retornam ao seio de Abraão e as almas malfazejas vão purgar seus pecados nos abismos da perdição.

A epopeia dos judeus vem da Antiguidade e dos tempos bíblicos. Os hebreus foram escravizados no domínio da Babilônia. Moisés fez a abertura do Mar Vermelho como um corredor humanitário para libertar os hebreus da escravidão e conduzi-los à Terra Prometida, Canaã, um reino de fartura e liberdade. O Mar Vermelho das ditaduras continua a escravizar nações, almas e mentes.

Em contraste com os desertos circundantes, Canaã era a terra prometida porque lá havia rios de leite e mel. Por analogia temos o delírio do beato Antônio Conselheiro no Arraial de Canudos: o mar vai virar sertão, o sertão vai virar mar, haverá rios de leite e montanhas de cuscuz. Antônio Conselheiro, o nosso Moisés, foi trucidado pelas tropas legalistas da República em nome da ordem e progresso e da bondade cristã.

O compositor italiano Giuseppe Verdi compôs a ópera Nabuco para historiar a libertação dos escravos hebreus durante o império babilônico do Rei Nabucodonosor. “O coro dos escravos hebreus”, na voz de uma dezena de cantantes, tornou-se uma música-símbolo do nacionalismo italiano por evocar a ocupação austríaca no norte da Itália em 1842..

“Va pensiero” – vá pensamento sobre as asas douradas”, “oh minha pátria, tão bela e perdida”, “lembra-nos o destino de Jerusalém, traga-nos um ar de triste lamentação” e vai por aí. Esta é uma das mais belas e comoventes passagens do cancioneiro universal. A melodia do “Va pensiero” é celebrada como hino não oficial da Itália.

“A toda ação corresponde uma reação em sentido oposto e de igual intensidade”, diz a 3a Lei da Física. Isto, se os manipuladores do Enem ainda não revogaram as Leis do cientista Isaac Newton. A cada ação dos terroristas do Hamas corresponde uma ação de extermínio das forças de defesa de Israel.

Indefesos, na busca de corredores humanitários ou na iminência de serem exterminados, milhões de palestinos são projetos humanos descartáveis nas mãos dos terroristas, dos senhores das guerras e das armas.

O que fazer com milhões de seres humanos deserdados da vida, sem casa, sem emprego e sem destino? Significa o fracasso humanístico, social e existencial de uma região do planeta, o triunfo da barbárie. Ressoa a sentença cruel do evangelista Mateus: “Eu não vim para trazer a paz, eu vim para trazer a espada”.

Assim caminha a humanidade adâmica.

*Periodista, escritor e quase poeta

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Zerar ou não zerar o déficit no Orçamento da União – eis a questão, falsa questão. Dizem que o ministro Radar está sob bombardeio, na Faixa de Gaza do Palácio do Planalto. Ledo engano. Os gladiadores das tribos de peles vermelhas se entendem até pelo avesso. Os bombardeios são fogos de artifício. Luzes na ribalta! Não haverá déficit zero, nem hoje, nem amanhã. A discussão serve apenas para entreter a plateia.

Um parêntese: partidos, entidades e governos de esquerda recusam-se a identificar o Hamas como sendo um grupo terrorista. Desprovida de senso de humanidade, essa gente assim revela seu perfil fanatizado na guerra da barbárie contra a civilização.

Do alto do seu castelo no Monte Sinai em Brasília, à semelhança dos profetas, o cacique da tribo dos índios de pele vermelha dispara mísseis na caixa dos peitos do presidente do Banco Central para que sejam libertados os juros da taxa Selic. O crescimento da economia é sempre refém da taxa Selic.

Ok cacique, você venceu. O Comitê de Política Monetária do Banco Central – Copom reduziu os juros da taxa Selic em 0,50 % para 12.25 % ao ano. Essa taxa funciona para regular a dívida pública. Beleza. Dá licença um aparte: a taxa Selic é uma ficção interbancária. Quem manda é o sistema financeiro. Os juros do cartão de crédito ou para empréstimos continuam em torno de 200 % ao ano.

Ainda bem que o Brazil está em paz, a “Pax Brasilis”, de compromisso perante as Nações Unidas na construção de um mundo de paz. Isto significa… blábláblá lero-lero. Em vista de ser este “um povo ordeiro, pacífico e de índole cristã”, a cada ano mais de 40 mil almas vão para o céu ou para o purgatório “de susto, de bala ou vício”. “A luta continua”, dizem os combatentes. Faz parte da “Pax Brasilis” para consumo interno.

As tropas do governo estão deflagrando uma ofensiva por terra, ar e mar e subterrâneos, em portos, aeroportos e estradas, no território de Gaza, aliás, no Estado do Rio de Janeiro e no Estado de São Paulo,  para derrotar os terroristas que subjugam a população, incendeiam ônibus e trens e espalham o pânico nas comunidades. A operação de guerra tem o apelido de Garantia da Lei e da Ordem – GLO.

Em tempos de paz e amor nesta capitania da Nova Lusitânia ocorreram 1.722 homicídios no primeiro semestre deste ano 2023, incluindo feminicídios, latrocínios e lesões seguidas de morte. Nos tempos infames da escravidão na Colônia e no Império, os seres humanos negros eram supliciados no Pelourinho com chibatadas, pés e mãos amarrados. Os 350 anos de escravidão deixaram marcas indeléveis no sangue da gente brasileira. Os crimes contra a humanidade do Holocausto, dos campos de extermínio, dos Gulags, da escravidão negra e da inquisição jamais serão redimidos.

*Periodista, escritor e quase poeta

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

O inferno está vazio, todos os demônios estão aqui”. William Shakespeare

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Senhores das guerras negociam a criação de corredores “humanitários” nas fronteiras da Ucrânia e Faixa de Gaza. São rotas de fuga para os nativos abandonarem suas casas, destruídas ou sob a mira de bombardeios, empregos e afazeres, para viverem ao léu em países estrangeiros. Eis a nova Escolha de Sófia: ser bombardeado em sua Pátria ou ser um morto-vivo sem Pátria, sem teto, sem chão e sem sustento.

Haverá Corredores humanitários na Faixa de Gaza da Rocinha, no Complexo da Maré, no Recôncavo Baiano, na Cracolândia, no Coque, na Faixa de Gaza do Congresso Nacional, Complexo da Maré, nas Faixas de Gaza das bocas de fumo, do Cotel e da Cova da Onça.

Os maiores corredores humanitários do mundo são as águas do Oceano Atlântico no entorno da ilha-presídio de Cuba. Naquela penitenciária a céu aberto, 11 milhões de criaturas sonham em renegar a distopia igualitária para viver no império capitalista. O corredor é vigiado por tubarões comunistas e patrulheiros ideológicos. Tubarões e patrulheiros são tão ferozes quanto. Os tubarões que navegam nas praias de Piedade, Candeias e Boa Viagem apenas se vingam porque invadiram o habitat deles em Suape, onde os bichinhos costumavam namorar e dar cambalhotas.

A Faixa de Gaza da Ucrânia no Rio de Janeiro está sob bombardeio de milícias públicas e privadas, mísseis, metralhadoras e fuzis. Bombardeios e chacinas deixam dezenas de mortos nas periferias, na linha amarela, na linha vermelha e aos olhos piedosos do Cristo Redentor.

Inventaram o apelido de Cidade Maravilhosa. Falso. Na Corte Imperial de Dão João VI era a cidade dos parasitas, dos piolhos e lêndeas na cabeça dos nobres e nas sinecuras dos poderes. Virou a cidade da malandragem, dos traficantes e bicheiros, da navalha na carne, da corrupção em todos os poderes. Inaugurada em 1923, a Câmara de Vereadores ganhou o nome de “Gaiola de ouro” por ser construída tijolo sobre tijolo na base da corrupção. A cidade e o Estado do Rio de Janeiro são ingovernáveis. Eis uma mistura de Gotham City, a cidade delinquente do Batman, com Sodoma e Gomorra.

A ditadura na Venezuela bate recordes em repressão e crueldades. São 6 milhões de refugiados nas fronteiras do País, eis o legado maldito da dupla de ditadores terroristas Hugo Chavez/Nicolas Maduro. Desde 1999 no poder os socialistas reduziram a escombros uma nação antes próspera e edificante. A ONU é uma ficção diplomática. O Papa globalista mantém-se silente diante do terror na Venezuela e da perseguição da ditadura comunista contra bispos e padres na Nicarágua.

Diante das pressões dos EUA e da tragédia na economia, o terrorista Maduro acena com concessões liberalizantes nas eleições do próximo ano. Tudo indica tratar-se de uma farsa para legitimar a ditadura e ganhar dinheiro com o petróleo. Dialético esperançoso e criatura de boa fé, ex-senador Roberto Freire (Cidadania) aposta no potencial eleitoral da pré-candidata Maria Corina Machado para unir as oposições e confrontar-se com o facínora Nicolas Maduro. Deve ser lembrado que os ditadores não têm nenhum pudor em fraudar eleição e cometer quaisquer crimes para se manter no poder. Claro que Maduro vai fraudar e ganhar a próxima eleição para se perpetuar no poder. E não tem protesto internacional que dê jeito. Esta é uma guerra da civilização contra a barbárie.

Arriba, Magníficos leitores!

*Periodista, escritor e quase poeta