The Gaule: Emendas Ziriguidum são muito sérias 

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Olha só quem aflorou no reino de Brogolândia! O cientista político The Gaule. Este ano ele desfilou, secretamente, fantasiado de Emenda Ziriguidum, do Orçamento Secreto, cujo custo foi estimado, moléstia à parte, em 47 bilhões de denários. A rafaméia brasileira paga a conta. Ziriguidum!

The Gaule foi aclamado O Rei da Brogolândia por conta de sua fantasia milionária. O baile de fantasias aconteceu na Esplanada dos Mistérios em Brasília, nas altas horas da madrugada, e depois irá se prolongar de janeiro a dezembro em todas as latitudes nacionais. A carnavália não tem hora nem dia para começar nem para terminar.

Catedrático da Universidade de Borogodovsky de La Cucuracha, o cientista The Gaule está elaborando uma tese de doutorado intitulada “As emendas secretas de Ziriguidum aprovadas pelo Congresso Nacional, são muito sérias, “Ils est très serieux”. São 47 bilhões de denários em emendas parlamentares à disposição das excelências. A carnavália das emendas poderá se prolongar de fevereiro a janeiro, o ano inteiro, sem comprovação das despesas (emendas parlamentares, 11 bilhões – emendas individuais 25 bilhões – emendas de bancadas, 11,3 bilhões). Suas excelências, as mundiças, adoram, de todas as colorações partidárias. Ziriguidum!

Ilusão de ótica imaginar que foi proclamado a República no reino da Brogolândia. O espírito das realezas e majestades está  impregnado no sangue, nas mentes e nas glândulas mamárias do reinado, principalmente nas glândulas mamárias.

Um parêntese: existem duas majestades de primeira grandeza no Reino Unido da Commonwealth: o Rei Charles III e Sir Paul McCartney. Paul é o Mozart dos séculos 20 e 21. Reina no universo das belezas sublimes. Nenhuma potestade, imperador ou soberano tem poderes para derrotar essas belezas eternas e sublimes.

Há mais realezas, príncipes e princesas no reino de Brogolândia do que supõe a filosofia da rafameia. As comilanças funcionam na base do rodízio, assim feito nas casas de pasto de rodízio de churrasco e picanha. O bem-aventurado Brás Cubas imaginou a disputa de um paiol de batatas. O poder é um paiol de batatas que se disputa. Ao vencedor, as batatas, sentenciou.

O Reino da Brogolândia vem de guerras em nome da pacificação nacional. A guerra do Paraguay, da Tríplice Aliança – Brazil, Argentina e Uruguay – aconteceu em nome da pacificação na América do Sul. Nos tempos coloniais das Entradas e Bandeiras, os bandeirantes e exploradores incursionavam pelos grotões em busca de ouro, pedras preciosas e, principalmente, para capturar índios e nativos e transformá-los em escravos nas lavouras paulistas. Rebeldes eram torturados ou assassinados.

Esses tempos de servidão estão na seiva e no sangue de nossa formação histórica e cultural e ainda hoje produzem frutos e flores malévolas.

Na Guerra de Canudos (em 1896-1897) os briosos soldados sangraram 5 mil jagunços famintos a bem dos ideais republicanos. Considerado um conspirador monarquista o messiânico Conselheiro foi decapitado assim feito no passado Tiradentes foi enforcado. O “homem cordial brasileiro” só existiu na cabeça do sociólogo Buarque. Ziriguidum!

*Periodista, escritor e quase poeta 

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Papa de aveia é uma comida deliciosa e também dá sustança. Mas, existe uma lei, segundo o estatuto dos degustadores de papa: deve-se comer pelas beiradas para não queimar a língua. As beiradas da sucessão presidencial são as eleições municipais deste ano. A sucessão presidencial é uma papa quente com cascas de banana e pimenta malagueta. O poder é o mais afrodisíaco dos ingredientes culinários.

Em 2015, a Madame M, ex-prefeita, acusou a seita do cordão encarnado de corrupção e abandonou a sigla em São Paulo. Atualmente ocupava a sinecura de uma secretaria da prefeitura municipal. Esqueçam o que ela falou. Tudo que foi dito está sendo multiplicado por menos 1. Ao ouvir a voz sedutora do guru vermelho, madame M voltou à cena do crime para ser candidata a vice-prefeita na chapa de um bolo ultra vermelho.

Mas, havia uma pedra no caminho, a candidatura da garota Tábata Amaral, do Partido Socialista. Ela é nascida e criada na periferia de São Paulo, onde a Madame M desfila com suas carruagens de luxo e brasão da família aristocrata paulista. De origem familiar pobre, Tábata ascendeu na área acadêmica e política por méritos próprios. Conquistou bolsas de estudos para universidades americanas e optou por graduar-se em Ciências Política na Universidade de Harvard. Estreou na política como deputada federal em 2018 com 218 mil votos.

Além competente e atuante, é formosa, animal raro na fauna política da esquerda, onde existem muitas bruacas de suvaco cabeludo. As bruacas dizem que os suvacos cabeludos simbolizam as florestas e a defesa da ecologia. O prefeito João Campos, que não brinca em serviço e tá doido pra casar, ficou ligado nela e falou: “Tábata, meu coração por ti gela”. Ela agora é quase pernambucana.

A turma do cordão encarnado deflagrou a operação para tratorar os adversários e alguns aliados. Disseram ao Doutor Chuchu, dirigente do partido de Tábata: você está proibido de participar do pré-lançamento da candidatura da garota na laje da casa dela em São Paulo. Entendeu?! Se desobedecer fica de castigo. O Doutor Chuchu é obediente.

O guru vermelho dobrou a meta: massageou o ego de João Campos, disse que ele tinha a matutês de Arraes e a sabedoria de Eduardo, só para insinuar que ele desestimulasse a candidatura da namorada em São Paulo. Ausentes o Doutor Chuchu e o namorado-prefeito, a candidatura da Tábata ficou pendurada no pincel.

Hostilidades – Desde a década de 1980 eu acompanho os trabalhos da Assembleia Legislativa e Governo do Estado. Nesse longo período não existe memória da atual falta de diálogo e hostilidades entre os dois poderes. Se não houver um freio de arrumação e diálogo verdadeiro entre as partes, a queda de braço se tornará insustentável e alguém vai dançar. Te liga, Raquel! Te liga, Álvaro Porto!

Dengue – Baseado em dados científicos, o professor Dirac Cordeiro publicou artigo alertando que por conta de condições sanitárias precárias no Estado, principalmente na Região Metropolitana, existe a ameaça de novo surto de dengue. Alguns deputados são brabos, falam até palavrões, o mosquito age em silêncio e causa muitos estragos à saúde da população.

*Periodista, escritor e quase poeta

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Primeira Guerra Mundial… Segunda Guerra Mundial… estas são expressões erradíssimas. Já aconteceram milionésimas guerras neste vale de lágrimas e de sangue, a começar pela guerra atômica entre Caim e Abel no paraíso. Ressoa a sentença misteriosa do Salvador da Humanidade, segundo o apóstolo Mateus: “Eu não vim para trazer a paz, eu vim para trazer a espada!”.

As guerras foram inventadas por Lúcifer e seus discípulos, os Anjos Caídos. A primeiríssima guerra universal aconteceu nas esferas celestiais, entre as legiões do Arcanjo Miguel e os dragões da maldade. Anjo formoso e invejoso, Lúcifer, aquele que transporta luz, rebelou-se contra os poderes do Criador, queria arrebatar os luzeiros do céu.

O Arcanjo Miguel e os anjos fiéis pelejaram contra os dragões da maldade. Lúcifer e os Anjos Caídos foram arremessados nas trevas. Ainda hoje vagueiam entre as trevas e a terra para arregimentar partidários do mal.

Helena, esposa do Rei Menelau, de Esparta, era filha de Zeus e tinha a beleza das deusas. O Príncipe Páris, um cara pregador, sequestrou a bela Helena e levou-a para seu reino de Tróia. Helena apaixonou-se pelo príncipe Páris. Assim começou a Guerra Mundial dos Gregos e Troianos.

Os exércitos do Rei Menelau e do seu irmão Agamenon, Rei de Micenas, uniram-se para enfrentar o inimigo. O cerco a Tróia durou 10 anos. Mas, as muralhas de Tróia eram muito fortificadas. O conselheiro Odisseu teve uma ideia genial: fingir rendição e ofertar um presente aos gregos. Foi construído um grande cavalo de madeira, oco por dentro, para abrigar guerreiros e adentrar as muralhas de Tróia. O Cavalo de Tróia cruzou a cidadela. Os guerreiros levados pelo cavalo exterminaram os troianos e venceram a guerra. Helena, a bela, foi resgatada e o Rei Menelau voltou a gemer sem sentir dor.

O imperador Gengis Khan, nascido na Mongólia em 1162 e devolvido às trevas em 1227, foi uma das almas mais sebosas da terra. Era um comunista-nazista autêntico e faz parelha com os genocidas Hitler, Stálin e Pol Pot. Foi o chefe guerreiro que mais conquistou impérios na humanidade, na China, na Pérsia, na Rússia. Matou mais de 30 milhões de humanos no século 13. “Eu sou um flagelo de Deus”, é sua autoconfissão histórica.

O Império Romano durou cinco séculos, de antes de Cristo até os anos 470. O principal hobby dos romanos era fazer guerras, saquear cidades e esfolar os inimigos. Naquele tempo a terra era plana, por isso não havia divulgação na Internet. Eu digo e provo. Taí o pianista ultramarino José Paulo Cavalcanti Filho, a quem rendo todos meus louvores, que não me deixa mentir:

“…O mar com fim será grego ou romano. O mar sem fim é português”, revelou o bem-aventurado poeta Fernando Pessoa. Galileu Galilei inventou a lenda de que a terra é redonda e gira solta ao redor do sol. Desde então o mundo piorou bastante. Culpa de Galileu Galilei. O projeto do Criador do Universo de lançar a espécie humana neste planeta Terra até hoje ainda não deu certo.

*Periodista, escritor e quase poeta 

Do blog do Ney Lopes

A Índia foi por muitos anos vista como a relação pobre com a China, retida por um setor estatal esclerosado e burocrático. O país tem enormes problemas de pobreza e infraestrutura precária, mas está começando a emergir como rival de seu grande vizinho, com o tipo de crescimento econômico que já foi o orgulho de Pequim.

A Índia com população de 1,4 bilhão de pessoas ultrapassou recentemente o Reino Unido, como a quinta maior economia global e pode ser a terceira em 2030. O mundo se familiarizou com super milionários chineses, como Jack Ma, o fundador do “Alibaba” (sites de business-to-business, vendas no varejo e pagamentos online).

A Índia rivaliza e tem empresários de expressão global, como Gautam Shantilal Adani, bilionário indiano e fundador do Adani Group, conglomerado multinacional focado no desenvolvimento e operações portuárias. Em 2022, Adani se tornou a segunda pessoa mais rica do mundo, de acordo com a Forbes.

O Banco Asiático de Desenvolvimento projetou que a economia da Índia crescerá em ritmo acelerado de 7,2% este ano, o maior entre os 46 países da região da Ásia e do Pacífico. O PIB do país cresceu 13,8%, no final de 2023. Os controles da pandemia foram suspensos, a produção e serviços cresceram.

Os fatores que influem nesses resultados são a liberalização econômica do setor privado, rápido crescimento da população ativa e do realinhamento das cadeias de suprimentos globais da China. A participação indiana no produto interno bruto mundial mais do que triplicou, desde 1992. Nesse mesmo ano, o PIB dos EUA foi 18 vezes maior que o da Índia. Hoje, o múltiplo caiu para sete.

A Índia parece motivada para continuar sua marcha de crescimento, criando situações de ultrapassagem da Alemanha e o Japão. Há a pretensão de aumentar o setor de manufaturas e desafiar a China como exportadora número 1 do mundo.

O país beneficia-se de uma classe média de bom nível, o que ajuda a desenvolver setores de TI (Tecnologia da Informação) e produtos farmacêuticos. Também tem uma forte demanda do consumidor, que responde por cerca de 55% da economia, em comparação com menos de 40% na China.

O que poderá dificultar a ascensão indiana são os conflitos fronteiriços com a China, que fazem parte de um impasse militar na região de fronteira disputada pelos dois países, desde 5 de maio de 2020, resultando em combates e tiroteios frequentes.

China e Índia estão separadas pela cordilheira do Himalaia e compartilham fronteiras com Nepal e Butão. Ao longo dos limites terrestres há dois territórios em disputa. Esses conflitos estremecem as relações entre os dois gigantes. Não há qualquer indício de solução para a disputa fronteiriça de décadas, o que pode levar a uma nova onda de tensões, a qualquer momento.

A verdade é que China e Índia continuam sendo ferozes rivais. 

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Manoel Lobo Guará é o prefeito da pacata freguesia do Vale da Catingueira. A família dele governa o município desde os tempos da Vila dos Vinténs, e até hoje não largam o osso, somente para servir aos seus irmãos mais pobres. O adversário do prefeito é Pedrão do Posto de Gasolina, que rompeu com o Lobo Guará quando acabou o contrato para abastecer a frota da prefeitura. Atualmente a frota da prefeitura e da família do prefeito é abastecida no posto de Seu Bacamarte, fiel aliado até que novo contrato os separe.

Aliado do Lobo Guará desde os tempos da inocência, Pedrão da Gasolina decidiu seguir carreira solo em nome da renovação política. Aproveitou para denunciar que a gasolina do seu concorrente, novo fornecedor da prefeitura, é “batizada”. Ele aceita o sacrifício de disputar as eleições municipais, mesmo sabendo que a prefeitura encontra-se em situação de penúria. Vai investir pesado na eleição: vendeu uma junta de bois, pediu dinheiro emprestado nos bancos e agiotas. Quer restaurar a moralidade no Vale da Catingueira.

Sem remédios, sem esparadrapo e sem vacinas, o posto de saúde sofreu um colapso cardíaco e botou os funcionários no olho da rua.

Compadecido com a situação dos habitantes, o dinâmico prefeito resolveu contratar um show do rapper MC Safadeza, novo ídolo da fuleiragem, para levantar o moral da galera. Pediu dinheiro emprestado nos bancos para pagar o cachê milionário do ídolo da fuleiragem. “Fuleiragem também é cultura”, dizia o slogan da prefeitura. O show do ídolo da fuleiragem bombou. O rapper MC Safadeza ficou feliz da vida, e também ficaram felizes o prefeito e o secretário de Cultura, que descolaram 20 % de comissão na rachadinha.

Foi uma noite de muitas emoções, sexo, drogas e fumacê. O delegado registrou em B.O. o roubo de 100 smartphones-telefones inteligentes. A rapaziada foi liberada em audiência de custódia porque eles disseram que queriam apenas comprar uma cervejinha da Ambev, cujos sócios por sinal cometeram uma fraude contábil bilionária numa loja de departamento, mandaram o prejuízo para os Zé Manés e ficaram impunes. Em meio aos amassos e xumbregações, 100 donzelas foram emprenhadas em primeira instância. Outras 100 donzelas ficaram ligeiramente grávidas.

Depois da farra, veio a ressaca financeira. O que fazer para recauchutar os cofres municipais? O prefeito Manoel Lobo Guará teve a ideia genial de contratar a consultoria do lobista Juninho Jabaculê para descolar emendas secretas em Brasília. Sucesso. Jabaculê cobra 10 por cento de comissão.

Quando ganhar a eleição, o Lobo Guará pretende dobrar a meta: vai fazer uma viagem de intercâmbio cultural a New York, oh yeah, em busca de recursos para implantar uma réplica da Disneyworld na gloriosa Freguesia do Vale da Catingueira. O povaréu vai ficar ancho da vida. O adversário Pedrão da Gasolina vai morrer de inveja e seremos todos felizes no reino das fuleiragens, aliás, no reino das maravilhas.

*Periodista, escritor e quase poeta 

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Na vida há tempo para todo propósito, tempo para sorrir e tempo para chorar, tempo para a semeadura e tempo para a colheita, tempo para amar e tempo para odiar, reza a sentença do Eclesiastes. 2023 foi o ano de semeadura das guerras no mundo, tempos de reformas e conflitos.

Há tempo de diástoles e tempo da síndrome do coração partido, a síndrome Takotsubo, na linguagem dos cardiologistas. A síndrome partiu os corações auriverdes. Aconteceu um arrastão conduzido por “senhoras, crianças, rapazes e moças”, na expressão do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Arqueiro do território das espadas, o ministro JMM é mensageiro da boa paz.

Um marginal, por sinal ex-governador, no Rio de Janeiro, comandou arrastões antidemocráticos para assaltar os cofres públicos. Todo assalto aos sofres públicos é um atentado antidemocrático. O marginal foi condenado a mais de 200 anos de cadeia. Recentemente conquistou a liberdade e está solto na buraqueira. Poderá ser reeleito governador ou prefeito daquela cidade que os abestalhados chamam de maravilhosa. Dirá que é inocente porque não quebrou nenhuma vidraça de palácio.

Precisamos de colírios para serenar nossos corações. Isto, com base na ideia de que só se vê bem com o coração, pois o essencial é invisível aos olhos. De manhã quando a pessoa acorda as remelas embaçam a vista. O problema da visão ideológica da humanidade são as remelas quânticas, segundo o cientista Dirac. O abençoado Machado de Assis recomenda o Emplastro Brás Cubas, “um medicamento sublime capaz de aliviar as dores da melancólica” humanidade.

Eu sou zarolho e não vejo com bons olhos a vermelhidão dos  tempos de hoje. Perguntei ao doutor Alvacir Fox, meu oftalmologista preferido, quantas dioptrias preciso para corrigir meu olho zarolho. Ele examinou minhas retinas castigadas pela caterva vermelha e disse que não tem pince-nez que dê jeito. A solução é tocar um tango argentino à moda de Milei. Existem zarolhos de nascença, assim como existem analfabetos de nascença, segundo a ciência do bode rouco.

O que será do ano 2024? Eleição de Donald Trump nos Estados Unidos? Mutretas do Orçamento Secreto! Wesley Safadão! Reeleição de João Campos! Ucrânia! Governo de Raquel Lyra! Regulamentação da mídia! Faixa de Gaza!  A ditadura de Nicolas Maduro vai cair? Prosperidade e democracia em nosso Brazil! Nenhum profeta tem o dom de decifrar a catraca do tempo.

Na Antiguidade havia profetas e Oráculos da verdade. Nestes tempos tecnológicos existem muito mais profetas e Oráculos que na Roma Antiga e na Grécia. São os profetas do fato consumado e oráculos de meias tigelas. Há mais sábios e profetas nas mesas de bares do que supõe nossa vão filosofia. Este Brazil é um canteiro de sábios e profetas em todas as esquinas.

Saibam vocês, Zé Manés, que esta Terra de Vera Cruz, a terra da verdadeira Cruz, tem jeitinho, mas não tem jeito.

*Periodista, escritor e quase poeta 

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Rápidas no gatilho, as potestades das armas e das guerras não se comoveram com o esplendor dos fogos do Réveillon e continuaram a detonar seus mísseis, artilharias e infantarias na Ucrânia, Kiev, Gaza, Israel, Somália, nos infernos do mundo. Jingle bell, enquanto os sinos tocavam na Nicarágua o terrorista Daniel Ortega acionava os órgãos de repressão para perseguir e prender padres e bispos católicos na Nicarágua. O Papa globalista disse que estava “muito preocupado” e rezou piedosas orações para serenar o coração dos senhores das guerras, das armas e das mortes.

Estou quase morrendo de saudades do falecido Papa anticomunista polonês Karol Wojtyla- João Paulo II, considerado “a maior autoridade moral e espiritual do século 20”, modéstia à parte. Aliás, o amado Karol Wojtyla permanece vivo no meu coração. Ao sentir as dores do mundo, ele foi lá, com a bravura do seu coração, e ajudou a desmontar as ditaduras comunistas da Europa Leste, a começar pelo Muro de Berlim. Os tiranos tremiam diante da grandeza moral de Karol Wojtyla.

Um super bombardeio explode as cabeças de 100 mil ucranianos. O kaiser (imperador) Vladimir Putin comemora. Mal comparando em relação ao nosso País, seria uma guerra entre o Brazil e São Paulo. Russos e ucranianos são irmãos de origem soviética. Descendentes de Caim, os senhores das guerras são apátridas.

Em meio aos beijos e abraços quando a abertura dos champanhes espocava nas festas de réveillon, o ditador da Coreia do Norte, Kim das quantas, brindou com seus camaradas ao ouvir “o emocionante barulho da explosão da primeira bomba de hidrogênio”, 50 vezes mais potente que a bomba atômica que destruiu a cidade japonesa de Hiroshima em 1945.

O delírio da guerra faz parte da paranoia de poder comunista. Escravos da escassez e da pobreza, os norte-coreanos se emocionam ao ouvir o estrondo de uma bomba de hidrogênio, mas não desfrutam da emoção de possuir uma geladeira em casa ou calçar um pisante marca Reebok ou similar capitalista. O inferno são os outros, filosofava o francês Jean Paul Sartre, ao transferir as culpas da humanidade. O inferno são os capitalistas democráticos, proclama a caterva vermelha comunista. Os comunistas dizem que o comunismo não mais existe. Acredite se quiser!

Ex-colônia britânica, a Guiana ainda hoje faz parte da Commonwealth – Comunidade das Nações. O Reino Unido enviou um navio de guerra ao mar do Caribe para patrulhar as águas da Guiana e mandar um aviso ao ditador da Venezuela para deixar em paz o coração de Essequibo, pois se você, Nicolas Maduro, cometer o gesto tresloucado de invadir a Guiana, nem Vladimir Putin irá socorrê-lo.

O jogo de guerra envolve riquezas minerais e de petróleo. O fanfarrão Maduro vai falar mansinho diante do navio de guerra britânico. Até hoje ele conseguiu ludibriar o bananão Joe Biden. Já está escrito que as eleições presidenciais deste ano na Venezuela serão uma farsa.

*Periodista, escritor e quase poeta

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – O artigo a seguir, publicado em meu livro “Planeta Palavra – Números são infinitos – palavras são mais infinitas que números”, edição primorosa da Companhia Editora de Pernambuco – CEPE, com o então deputado constituinte Roberto Freire em novembro-1990, foi produzido em meio ao fracasso do chamado socialismo real no Leste Europeu e à queda do infame Muro de Berlim.

Ex-deputado estadual e federal e ex-senador Roberto era um comunista analógico, ex-militante do histórico MDB, do ortodoxo PCB e mais recentemente dirigente do partido Cidadania. Cérebro pensante das esquerdas, eis um dialético remasterizado, em recesso parlamentar na sua choupana em Brasília. O Brazil de hoje em grande medida veio da Constituinte de 1988, principalmente os privilégios das castas do serviço público. Vejamos.

“Comunista fichado renega o marxismo”

Roberto Freire, um comunista fichado, renega o marxismo-leninismo “e com ele as concepções da ditadura do proletariado, do monopólio do partido único, do centralismo democrático, da predominância dos quadros sobre a participação popular”. Esse modelo exauriu-se, avalia. “Deve ser superado por uma nova cultura e novas concepções extraídas da rica herança teórico-política do movimento socialista e da nova realidade mundial”. Estamos falando da síndrome do socialismo no advento da era Gorbachev.

Ao renegar os dogmas do marxismo-leninismo Roberto faz uma viagem até a era de Nikita Kruschev, cuja maior proeza na memória popular foi bater com os sapatos na mesa em reunião da ONU.

Lembra que o mundo atual com Gorbachev é multipolar. Exemplo: o Oriente Médio, onde Estados Unidos e União Soviética estão do mesmo lado. “Pode até ocorrer uma escalada belicista, mas nunca com riscos de holocausto que o equilíbrio de terror possibilitava”.

Roberto está renegando o socialismo? Vai ingressar no PFL e fazer a pregação do capitalismo? Nem de brincadeira. Observa que o ideário socialista é produto de um movimento histórico e não apenas de ideias brilhantes de teóricos como Marx. “O socialismo, despojado de seus erros, continuará mobilizando corações, mentes, gerando paixões e movimentando milhões de pessoas em todo o mundo por um único motivo: é a proposta mais generosa para o futuro da humanidade. Qual o novo socialismo que você prega? Seria o caso de escrever um livro, mas tentemos transcrever uma síntese do pensamento de Roberto Freire:

“Neste contexto de esgotamento e crise dos projetos comunistas e socialdemocrata, coloca-se para as esquerdas o desafio de repensarem sua trajetória e elaborarem um novo projeto internacionalista, capaz de ser uma alternativa tanto ao modelo do socialismo real exaurido como ao do “Welfare State” (Estado de bem-estar social) social-democrata, limitado por não viabilizar a ultrapassagem do capitalismo. Isso requer uma revisão da fratura do movimento socialista operada depois de 1914, na perspectiva de uma nova Internacional que possa, ao mesmo tempo, fazer frente à internacionalização do capital e implementar uma plataforma de valores universais como a questão da paz, do meio ambiente, direitos humanos e ampliação dos direitos da cidadania”.

*Periodista, escritor e quase poeta

Dedico este artigo ao meu colega o maxi poeta Fernando Pessoa, por ter dito que todas as cartas de amor enviadas às nossas musas pela Internet são ridículas, não seriam cartas de amor se não fossem ridículas 

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Todas as crônicas de Natal e Ano Novo são piegas, não seriam crônicas de Natal e Ano Novo se não fossem piegas, assim falou o poeta Fernando Pessoa aos seus discípulos. Aliás, se não falou poderia ter falado, pois ele já disse que todos os torpedos apaixonados enviados às enamoradas via WhatsApp, Facebook e Instagram são ridículos, não seriam torpedos de amor se não fossem ridículos.

O poeta era um fingidor, fingia tão completamente que fingia acreditar deveras na frase gloriosa dos antigos navegadores de que “navegar é preciso, viver não é preciso”. E tudo valia a pena, porque a alma dele não era pequena. A alma do poeta era do tamanho do mar, pois desde a era das navegações “ensinam essas Quinas que o mar com fim será grego ou romano, e o mar sem fim é português”.

O Natal e o Réveillon estão sendo revogados este ano na Faixa de Gaza, nas penitenciárias da Papuda e da Colmeia, na Palestina, na Cracolândia, na Ucrânia, nas fronteiras da Venezuela, na Guiana Essequibo, nas bocas de fumo do Complexo do Alemão, nas prisões da Nicarágua, no Cotel, na Ilha presídio de Cuba, nas filas de benefícios do INSS, na cidade submersa de Maceió, no Mar Vermelho.

O poeta conclama em linha reta: “Ó príncipes, meus irmãos!” “Toda gente que eu conheço e que fala comigo/ nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho/ nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na vida”.

Os príncipes decretam e revogam os Natais e Réveillons. São os príncipes dos palácios, das catedrais do poder e dos Diários Oficiais. Eles ditam as leis e os silêncios. E a gente da plebe ignara obedecemos às ordens de Vossas Mercês.

Se eu fosse um cronista piegas escreveria uma mensagem ridícula tipo assim “Natal, o velhote gorducho Noel ho-ho-ho … lero-lero”. Tô fora!

Minha mensagem é o poema “Sêmen celeste”, do poeta e filósofo romano Tito Lucrécio (99.aC – 55.aC):

“Nascemos todos do sêmen celeste; temos todos o mesmo pai/ de quem a terra/ a mãe que nos alimenta/ recebe límpidas gotas de chuva/ e produz o luminoso trigo/ e as árvores viçosas/ e a raça humana/ e as estirpes das feras/ oferecendo os alimentos com os quais todos nutrem os corpos/ para levar uma vida doce/ e gerar a prole”.

PLANETA PALAVRA – Este é o título do meu quarto livro. Edição primorosa da Companhia Editora de Pernambuco – CEPE, deverá ser impresso até o próximo mês. Reúne crônicas da época da Anistia/Diretas, crônicas atuais, quase poesias e digressões talvez filosóficas. Este foi um livro emprenhado com amor e carinho, paixão e compaixão e tesão.

*Periodista, escritor e quase poeta    

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Um dado histórico: todas as disputas territoriais, entre nações soberanas, em nossa América do Sul foram provocadas por ditadores. Rebobinemos o tempo. A Guerra das Malvinas foi detonada pelo ditador argentino Leopoldo Galtiere, em 1982, ao ocupar três ilhas no sul do Oceano Atlântico sob o domínio do Reino Unido: Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul. Chamadas de Folklands, as Malvinas e demais ilhas do arquipélago são territórios britânicos ultramarinos desde o início do século 19.

O poder é uma droga alucinógena, mais potente que o LSD, e provoca alucinações. O ditador Galtiere delirou, delirou. “Irei dominar o arquipélago e serei o novo rei do império ultramarino na América”, pensou ele com seus brasões. Às armas, soldados hermanos! A primeira-ministra britânica, Margareth Tratcher, mobilizou suas esquadras e fuzileiros. A superioridade britânica era incontestável e incontrastável. O delírio do ditador Galtiere virou espumas flutuantes. Além de ser massacrado na guerra das Malvinas/Falklands, também fez desmoronar a ditadura argentina naquele fatídico junho de 1982. O tango dos milongueiros continuou em ritmo dissonante. A inflação na época estava na casa dos 600 por cento.

A Guerra do Paraguay poderia ser chamada de Guerra Cisplatina, por envolver os países da Bacia Platina. Durou de 1864 a 1870, de um lado o Brazil, Argentina e Uruguay contra o Paraguay, que na época tinha uma condição econômica e social razoável na América Latina. Para encurtar a história os vizinhos, em meio a hostilidades, uniram-se contra o Paraguay e no final a bagaceira foi grande. Na linguagem de hoje seria chamada de guerra assimétrica.

O ditador Solano Lopez tinha um sonho: expandir os seus domínios e reinar num Grande Paraguay. Ele queria um mar para chamar de deu nas terras do Paraguay e rios para navegar na Bacia Platina. Ah mar! Solano amava o mar, amava o poder e amava a ditadura, assim como os pernambucanos e os tubarões de Suape amam o Oceano Atlântico. As terras do Paraguay vão virar mar, era o sonho do ditador.

O bicho se arrependeu do dia em que nasceu ao entrar naquela guerra dos infernos. Aliás, todas as guerras são dos infernos. Ele foi morto no final da guerra com um tiro de fuzil na caixa dos peitos por um cabo brasileiro chamado Chico Diabo. As estimativas atuais avaliam em mais de 100 mil mortos do lado paraguaio, 50 mil soldados do Brazil, 3 mil do Uruguay e 30 mil mortes na Argentina. O Paraguay saiu destroçado da guerra e ainda hoje sangra.

O energúmeno Nicolas Maduro segue na trilha dos ditadores, da arrogância e dos delírios de poder. Trata-se de um homúnculo, um homem-furúnculo. Sempre na contramão, na Ucrânia e na Faixa de Gaza, o guru da seita vermelha deste reino de Pindorama apoia seu parceiro Maduro por baixo dos panos, ao fingir neutralidade diante da agressão a um País soberano.

*Periodista, escritor e quase poeta