Coluna da sexta-feira

Bolsonaro pode pegar até 30 anos de cadeia

Quantos anos de prisão Bolsonaro (PL) pegará? Esta é a pergunta mais ouvida há muito tempo, sobretudo a partir do final da primeira etapa do seu julgamento pela primeira turma do Supremo Tribunal Federal, na última quarta-feira. O ex-presidente pode ser condenado a penas que vão de 12 a 43 anos de prisão. No Brasil, porém, o tempo máximo de reclusão é de 40 anos.

Advogado experiente na área criminal, Antônio Carlos Kakay, que já ajudou a tirar o presidente Lula (PT) do xadrez, consequência do seu envolvimento no escândalo da Lava Jato, prevê 30 anos de reclusão para Bolsonaro. Ele é acusado de golpe de estado, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Desde a primeira etapa do julgamento, Bolsonaro e mais sete aliados viraram réus por uma trama golpista, segundo a Primeira Turma do STF. A soma de todas as penas acima pode chegar a 39 anos e quatro meses de reclusão, segundo a legislação. Todos do chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe passam a responder por uma ação penal. Haverá realização de diligências, tomada de depoimentos e coleta de provas. Ele poderá ser absolvido ou condenado. O tamanho da pena do ex-presidente vai ser levado em consideração fatores como idade e antecedentes criminais.

Se condenado, as penas são: Liderar organização criminosa armada: 3 anos (mínima) a 8 anos (máxima) – pode chegar a 13 anos e 4 meses, com as agravantes; tentativa de abolição violenta do Estado de Direito: 4 anos (mínimo) a 8 anos (máximo); golpe de Estado: 4 anos (mínima) a 12 anos (máxima); dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima: seis meses (mínima) a 3 anos (máxima); deterioração de patrimônio tombado: um ano (mínima) a 3 anos (máxima).

SEM COMPARAÇÃO – Ainda quanto ao tamanho da pena do ex-presidente Jair Bolsonaro, grande parte dos advogados criminalistas rejeita a comparação feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre os julgamentos do Mensalão e da Lava Jato e o dos atos golpistas do 8 de Janeiro. “Não dá para comparar. No Mensalão, foram quarenta réus. O recebimento da denúncia, em geral, ocorre em uma única sessão. A dele teve três”, disse o advogado Pierpaolo Bottini, que atuou na defesa de réus nos dois casos mencionados.

As caras da barbárie – Envolvidos numa das maiores barbáries ocorridas no Estado – um massacre humano pelas ruas do Recife no dia 1 de fevereiro, 12 integrantes da Torcida Jovem do Leão, a principal organizada do Sport, e nove componentes da Explosão Inferno Coral, do Santa Cruz, foram, enfim, presos ontem. Um dos envolvidos foi capturado em Fortaleza. Numa operação gigantesca, vinculada ao Comando de Operações e Recursos Especiais (CORE), foram cumpridos 42 mandados de prisão, 24 mandados de busca e apreensão domiciliar, três de internação provisória de menores, além do sequestro de bens. Celulares dos envolvidos já foram apreendidos e estão auxiliando nas investigações.

Responsável pelo estupro está preso – Um dos três envolvidos no estupro do presidente da Torcida Jovem do Leão, João Victor Soares da Silva, também foi preso. Há ainda um segundo homem identificado pela polícia, que trabalha na identificação de um terceiro. Os presos pela operação de ontem foram encaminhados ao Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel) e estão à disposição da Justiça. Há também três adolescentes apreendidos na Unidade de Atendimento Inicial (Uniai), subordinada à Fundação de Atendimento Socioeducativo de Pernambuco (Funase).

O otimismo da líder – Em entrevista, ontem, à Rádio Folha, a líder do Governo na Alepe, Socorro Pimentel (UB), disse que as mudanças que Raquel imprimiu no primeiro escalão criaram um ambiente muito favorável ao Governo. “Existe um lado político, mas existe o técnico. Isso é importante para aproximar os políticos do governo. Acho que é algo que vem a dar um outro olhar para o meio político. A gente tem muitas sinalizações de que vive uma nova era no Estado”, afirmou.

Um poço de mágoa – Aliada de primeira hora e de grandeza da governadora Raquel Lyra (PSD), a prefeita de Arcoverde, Márcia Conrado (PT), ainda não engoliu a “promoção” que a gestora deu aos dois principais adversários dela – o deputado Luciano Duque, com a nomeação do filho para o IPA, e a chegada do grupo do Avante ao primeiro escalão e Fernando de Noronha. Ex-presidente do IPA, Ellen Viégas não foi indicada pela prefeita, mas a governadora a conheceu na casa dela, em Serra Talhada. Enquanto esteve à frente da instituição, Ellen fez gestos e parcerias com Conrado.

CURTAS

ESTRESSE – O secretário estadual de Educação, Gilson Monteiro, foi convocado para dar explicações sobre as últimas denúncias envolvendo cancelamento de licitações e falta de merenda nas escolas. A audiência está marcada para o plenário da Comissão de Finanças na próxima terça-feira, dia seguinte à chegada da governadora das suas férias no Canadá. Certamente, Raquel não contava com esse estresse no primeiro dia de trabalho após o descanso.

APOSTA NO FILHO – O deputado federal Valdemar Oliveira, o Dema (Avante), diz que indicou o filho Virgílio Oliveira, de apenas 27 anos, para gestor de Fernando de Noronha, porque, segundo ele, o garoto tem vocação para a vida pública. “Tenho certeza de que fará uma grande gestão”, aposta.

DIFICULDADES – O prefeito de Arcoverde, Zeca Cavalcanti (Podemos), está encontrando dificuldades para escolher o sucessor do jornalista José Manoel Torres, o Passarinho, na pasta de Comunicação. Ex-Globo, Passarinho pediu exoneração em função do temperamento explosivo do gestor.

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O que as próximas gerações saberão sobre Jair Bolsonaro

Por Larissa Rodrigues

Repórter do blog

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já havia entrado para a história do Brasil de uma forma que poucos teriam orgulho. Foi ele o chefe do Poder Executivo que poderia ter sido o primeiro no mundo a vacinar seu povo no meio da maior crise sanitária do século 21, a pandemia da Covid-19, mas se deixou levar pelo negacionismo.

Naquele momento, inclusive, ao fazer essa escolha, o capitão perdeu a maior oportunidade da sua trajetória política. Teria figurado como herói nos registros posteriores, caso tivesse protegido sua nação.

Nem ele nem seu entorno tiveram competências suficientes para enxergar as obviedades escancaradas durante a pandemia. É num momento difícil como aquele que o verdadeiro líder mostra seu tamanho. Sendo, de fato, um líder preparado, duplica sua força. Sendo Bolsonaro, que optou por zombar dos doentes e dos mortos, acaba atestando seu caráter juvenil (para dizer o mínimo).

À frente de uma população assustada, cheia de dúvidas e em lágrimas, Jair Bolsonaro disse que não era coveiro e que o Brasil precisava “deixar de ser um país de maricas”, garantindo que seu nome entrasse dessa forma para a posteridade.

Outro episódio, até então inédito, assegurou ao capitão mais um lugar desagradável na história brasileira: Jair Bolsonaro foi o primeiro presidente que não conseguiu a reeleição no país, quando perdeu a disputa para Lula (PT), em 2022. Desde que a reeleição passou a ser permitida no Brasil, em 1997, todos os presidentes da República que tentaram renovar os mandatos foram reconduzidos ao cargo.

Agora, aquele que por vezes foi chamado de mito pelos seus admiradores conquistou mais um espaço nos livros, sustentando sua posição pioneira quando se trata de fracassos acumulados por chefes de Estado: entrou para a história como o primeiro presidente da República do Brasil a se tornar réu em uma investigação por tentativa de golpe.

O homem que se apresentou ao povo como opção contra a esquerda, defensor dos valores morais da pátria e do que ele entende por família vai caminhando para encerrar sua participação na política de forma melancólica, resultado de suas escolhas, ao ignorar a ciência, as leis, a democracia, a razão e o bom senso. Para as próximas gerações, ficará a imagem de alguém que jamais soube o tamanho da cadeira na qual sentou, tampouco o valor e a força das instituições brasileiras.

CONTINUA IGNORANDO A REALIDADE – O mais impressionante nos suspiros finais da carreira política de Jair Bolsonaro é a capacidade que ele tem de continuar ignorando a verdade, como se vivesse em uma realidade paralela. Diante de todas as informações que levaram o Supremo Tribunal Federal (STF) a receber a denúncia contra Bolsonaro e mais sete aliados por tentativa de golpe de Estado, após uma robusta investigação da Polícia Federal (PF), o ex-presidente continua com a mesma narrativa mentirosa, afirmando que as acusações contra ele são “graves e infundadas”.

É inacreditável – “Golpe tem povo, tem tropa, tem armas e tem liderança. Não descobriram, até agora, quem porventura seria esse líder”, afirmou Bolsonaro, instantes depois de se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF). É inacreditável que, a essa altura, o ex-presidente ainda creia que alguém fora de sua bolha lunática compre essa narrativa. Nem ele mesmo deve acreditar nas próprias palavras, mas as profere como se não lhe restasse outra opção a não ser negar até o fim.

Até Trump reconheceu – O dia de ontem (26) foi difícil para ser um bolsonarista. Até o outro mito da bolha de seguidores do capitão provocou uma derrota pública para o grupo. O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou, na última terça-feira (25), um decreto que prevê mudanças no sistema eleitoral do país. O documento cita o Brasil como um bom exemplo de segurança nas eleições, no caso da aplicação da biometria. A medida explodiu nas redes sociais, ontem.

Ginástica argumentativa – O elogio de Donald Trump ao sistema eleitoral brasileiro caiu como uma bomba entre os seguidores de Bolsonaro. A ordem no grupo político do mito é para que influenciadores ligados a ele ocupem as redes sociais para desmentir. Eles não podem acusar Trump de ter errado ou mentido, então a solução é dizer que Trump elogiou apenas a identificação biométrica dos eleitores, mas não o sistema de voto eletrônico. O difícil vai ser explicar por qual motivo uma Justiça Eleitoral cria um sistema para evitar fraudes na identificação dos eleitores, mas o objetivo seria fraudar o resultado das eleições.

Repercussão internacional – A decisão da Primeira Turma do STF de tornar réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete aliados por participação na trama golpista repercutiu na imprensa internacional. O caso foi noticiado por jornais estrangeiros, que deram destaque ao papel do ex-mandatário na tentativa de golpe e na classificação de Bolsonaro como um nome da extrema direita que não teria aceitado a derrota nas eleições de 2022. O jornal americano The New York Times afirmou que a investigação revelou “quão perto o Brasil chegou de retornar para uma ditadura militar em quase quatro décadas como uma democracia moderna”. As informações são do jornal O Globo.

CURTAS

Busca por investimentos – O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), se reúne, nesta quinta-feira (27), às 15h, em Brasília, com secretários estaduais de Desenvolvimento Econômico. O encontro terá como tema principal a atração de investimentos ao país e como os Estados da federação desempenham papel fundamental nesse processo.

Nova integrante da gestão de Raquel – A nova secretária de Esportes de Pernambuco, Ivete Lacerda, tomará posse no cargo nesta quinta-feira (27). A cerimônia será comandada pela governadora em exercício, Priscila Krause (PSDB), a partir das 17h, no Palácio do Campo das Princesas. Ivete é diretora da Agência de Empreendedorismo de Pernambuco (AGE) e chega ao primeiro escalão do Governo por indicação do deputado federal Mendonça Filho (UB).

Mudança de perfil – O novo presidente do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Miguel Duque (Podemos), avaliou como positiva a mudança de perfil no comando dos órgãos e das pastas do Turismo e Empreendedorismo da gestão Raquel Lyra (PSD). Em entrevista à Rádio Folha FM, ontem, ele disse que não se pode atribuir um caráter negativo à troca de pessoas técnicas por políticos no comando de áreas do Governo. “É preciso sensibilidade política para ouvir as pessoas e fazer o governo servir a quem mais precisa. A gente vai ter todo esse carinho com a política por conhecer como funciona. Essa parceria é necessária.”

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Condenado por unanimidade

O primeiro dia de julgamento, ontem, pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras sete autoridades envolvidas nos atos golpistas de 8 de janeiro terminou sem votar o recebimento ou não da denúncia. Foram duas sessões, uma pela manhã e outra à tarde. O veredicto sairá hoje. As apostas indicam que o ex-presidente será condenado pela unanimidade dos votos dos cinco ministros que integram o colegiado do julgamento.

Os advogados dos oito acusados apresentaram defesa pela manhã. À tarde, o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, leu o voto favorável ao prosseguimento da denúncia. O ministro rebateu críticas à atuação do STF e negou que a Corte esteja condenando “velhinhas com a Bíblia na mão”.

“Foi criada uma narrativa, assim como a que afirma que a Terra é plana, de que o STF estaria condenando velhinhas com a Bíblia na mão, que estariam passeando em um domingo ensolarado por Brasília. Nada mais mentiroso do que isso, as imagens mostram isso”, declarou Moraes, referindo-se às alegações infundadas que circulam nas plataformas de mídia social.

O ministro relator rejeitou argumento das defesas, que questionavam a competência do STF e da 1ª Turma para julgar a denúncia. O ministro Luiz Fux foi o único que discordou do relator. Moraes também negou todos os pedidos de nulidade do julgamento. E ainda recusou pedido para aplicar princípio de juiz de garantias e para rejeitar a delação de Mauro Cid. Os demais ministros da turma acompanharam o voto do relator.

Após a rejeição das preliminares, o julgamento será retomado hoje com os votos dos ministros para decidir sobre a aceitação ou não da denúncia apresentada pela PGR. Por fim, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal rejeitou todas as preliminares levantadas pelas defesas dos denunciados por envolvimento na tentativa de golpe de Estado. A análise dessas questões processuais foi a primeira etapa do julgamento que decidirá se os acusados serão formalmente tornados réus, com base nas evidências apresentadas pela Procuradoria-Geral da República

LIBERAÇÃO DE VÍDEOS – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, justificou, ontem, a decisão de liberar os vídeos contendo os depoimentos da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Explicou que a liberação dos vídeos teve como objetivo prevenir a atuação de milícias digitais, que, segundo ele, tentam manipular informações e intimidar o Judiciário. “Eu tornei os vídeos da delação públicos no próprio dia [da apresentação da denúncia] para evitar a atuação das milícias digitais, que atuam, inclusive durante esse julgamento, para pegar trechos na tentativa de intimidar o poder Judiciário”, afirmou.

Defesa sai derrotada – Ministros também afastaram a alegação da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro de que seria necessário aplicar o princípio do juiz de garantias – ou seja, prever um juiz para a fase anterior à denúncia, e outro para a fase do julgamento. Os ministros alegaram que a legislação não prevê a incidência do juiz de garantias em ações que têm como origem o Supremo Tribunal Federal. As defesas questionaram a validade de provas e a maneira como as investigações foram conduzidas, mas o STF considerou que não houve prejuízos substanciais para os acusados e que os procedimentos seguidos estavam dentro da legalidade.

Sem temor – O deputado federal Zucco (PL) disse à imprensa na saída do prédio da Primeira Turma do STF que o ex-presidente Bolsonaro acompanhou o primeiro dia do julgamento, ontem, porque nada tem a temer. “Quem não deve não teme. Estaremos juntos aqui, porque acreditamos sim na Justiça. Precisam provar que ele é culpado e não ele que é inocente”, afirmou. Segundo ele, o ex-presidente está muito tranquilo e gostou também da defesa. “Ele acha que fica muito fragilizada qualquer votação por parte da primeira turma, uma primeira turma que já se estranha pelos seus integrantes, que muitos deveriam inclusive ser impedidos de votar contra o presidente Bolsonaro”, afirmou.

Críticas ao relator – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou o X para criticar os ministros da 1ª Turma do STF e ironizar o julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado. Na publicação, comparou a sessão ao jogo entre as seleções de Argentina e Brasil pelas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2026, disputado ontem em Buenos Aires. “Brasil e Argentina em campo no Monumental de Núñez. Vamos torcer para nossos garotos voltarem com a vitória. Já no meu caso, o juiz apita contra antes mesmo do jogo começar… e ainda é o VAR, bandeirinha, o técnico e o artilheiro do time adversário; tudo numa pessoa só”, escreveu.

Correu do pavio curto – O jornalista José Manoel Torres, mais conhecido como “Passarinho”, que pediu, ontem, o boné da equipe do prefeito de Arcoverde, Zeca Cavalcanti (Podemos), na verdade, nunca se afinou com o gestor. Lá atrás, aliás, já fez até campanha contra. O agora ex-chefe da Comunicação, que mora no Recife, passou uma temporada em Arcoverde porque criou uma relação de amizade com o vice-prefeito Siqueirinha, por quem foi indicado. O que se diz por lá é que Passarinho correu da parada porque não aguentou o temperamento explosivo de Zeca, um tremendo pavio curto.

CURTAS

GUINADA – Com a rearrumação política no seu primeiro escalão, a tendência da governadora Raquel Lyra (PSD), segundo o presidente do Podemos e presidente da Amupe, Marcelo Gouveia, é dar uma guinada na avaliação da sua gestão, tornando-se extremamente competitiva para reeleição.

VISIBILIDADE – Marcelo esteve na posse dos novos secretários Kaio Maniçoba e Manuca, além do presidente do IPA, Miguel Duque. “Esse ajuste político chegou em boa hora e o que tenho visto no Recife e Interior é uma satisfação crescente com as obras da gestão de Raquel que começam a ganhar visibilidade. Estou muito otimista”, disse.  

REELEITA – Na condição de presidente na Amupe, entidade que agrega prefeitos de todas as regiões do Estado, Marcelo Gouveia acredita que em breve haverá mais adesões ao Governo Raquel por parte de prefeitos que não estiveram em seu palanque em 2022. “Raquel será reeleita. Quem apostar o contrário, vai quebrar a cara”, advertiu.

Perguntar não ofende: Bolsonaro pegará quantos anos de cadeia?

Raquel tem vergonha da política

Ignorando os apelos da classe política, a governadora Raquel Lyra (PSD) passou os dois primeiros anos de sua gestão nomeando apenas técnicos em seu Secretariado. E vem pagando caro por isso. Com um time de ilustres desconhecidos no primeiro escalão – boa parte com experiência anterior circunscrita apenas a Caruaru – a gestão tem sido marcada pelo engessamento.

Marcada também pela falta de traquejo e por derrotas inéditas na Assembleia Legislativa. Não à toa, pesquisas mostram Raquel patinando entre o primeiro e o segundo lugares em desaprovação entre todos os governadores. O tabu foi quebrado somente ontem com a nomeação do deputado Kaio Maniçoba (PP) para a Secretaria de Turismo e Lazer.

Além do PP, que já estava contemplado na gestão, mas não com políticos, o Avante indicou o ex-prefeito de Custódia, Emmanuel Fernandes, como secretário de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo e Virgílio Oliveira, filho do deputado Waldemar Oliveira, para a Administração Geral de Fernando de Noronha. O deputado Luciano Duque (Solidariedade) também indicou o filho, Miguel Duque (Podemos), para presidir o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA).

Poderia ser uma virada de chave, mas, nem no momento político mais importante do seu governo, Raquel quis dar as caras. Mostrando sua aversão à classe política, a governadora preferiu passear com os filhos no Canadá e deixar que a vice-governadora Priscila Krause (PSDB) fosse fotografada para a posteridade fazendo aquilo que sempre criticou quando era uma parlamentar de oposição – o loteamento de cargos públicos por indicados políticos, a velha política do toma lá, dá cá.

A aversão de Raquel por políticos tem razões que até as paredes do Palácio do Campo das Princesas sabem. Centralizadora, ela vê em técnicos sem lugar ao sol a chance de fazer prevalecer suas vontades com pouca chance de contestação. Os que não se adaptam ao papel de marionetes, pedem para sair em pouco tempo, como fizeram Silvério Pessoa (Cultura), Evandro Avelar (Mobilidade e Infraestrutura), Carla Cunha (Defesa Social) e Aloísio Ferraz (Desenvolvimento Agrário), ainda em 2023.

VÃO AGUENTAR? – Já com políticos, Raquel sabe que a cantiga é outra. Se não tirar do papel o que foi precificado ao selar a adesão de partidos ao governo, pode perder amanhã o apoio de quem lhe assegura fidelidade hoje. Resta saber como esses novos membros do secretariado vão reagir ao perfil centralizador da governadora. Se nem alguns técnicos tiveram paciência e pediram o boné após poucos meses de trabalho, o que esperar do político que tem para onde voltar se ouvir reprimendas e batidas na mesa?

Juras de amor ou divórcio? – Não é difícil imaginar como pode ser a relação da governadora com seus novos subordinados que povoam o mundo da política.  O casamento já começou mal, com a noiva levando falta na hora de fazer juras de amor perante o altar. Em vez do “Felizes para sempre”, o divórcio pode estar mais próximo do que se pensa. É dar tempo ao tempo para saber se os prognósticos dos entendedores da arte de fazer política consultam os búzios certos.

Tem boi na linha – A área técnica do Tribunal de Contas da União pediu que o governo explique o contrato firmado com a OEI (Organização dos Estados Ibero-Americanos), com sede na Espanha, para organizar a COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) em Belém (PA). Segundo o órgão, há possíveis irregularidades no acordo, que custou R$ 478,3 milhões para o Brasil.  A CNN Brasil teve acesso ao documento do TCU, de 18 de março. Nele, o órgão diz que “a falta de informações sobre os critérios que embasaram o valor contratado, aliada à magnitude financeira envolvida, reforça a necessidade de diligência à Unidade Jurisdicionada, para que sejam apresentados esclarecimentos detalhados sobre a composição do valor”.

Promoção pessoal – O Novo enviou, ontem, uma representação ao Tribunal de Contas da União na qual acusa a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, de promoção pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um vídeo institucional do governo federal. Segundo o partido, a ministra violou o princípio da impessoalidade na administração pública ao divulgar um programa do governo que enaltece diretamente o presidente. No vídeo, Gleisi chama o novo programa de crédito consignado de “empréstimo do Lula”.

Greve na saúde em Arcoverde – O prefeito de Arcoverde, Zeca Cavalcanti (Podemos), enfrenta a primeira greve de servidores com menos de três meses de gestão numa área preocupante – a saúde. A proposta apresentada por ele foi classificada como “imoral” pelo odontologista e sindicalista Marcos Rabelo, que criticou a decisão do prefeito de realizar cortes na saúde para beneficiar outras áreas. Segundo ele, a proposta da Prefeitura não atende às necessidades da categoria, que desempenha um serviço essencial para a população. O bicho vai pegar!

CURTAS

FORA DO JOGO – João Campos disse a aliados que não vai entrar no jogo de loteamento de cargos iniciado pela governadora Raquel Lyra, com vistas a se fortalecer na disputa para o Governo em 2026. “O confronto será de gestão”, disse um vereador, adiantando que a preocupação do prefeito é manter o ritmo de obras na cidade, principalmente nas áreas mais carentes.

SEMINÁRIOS – Já na condição de quase presidente nacional do PSB, João Campos participa, a partir de hoje no Recife, de uma série de encontros regionais da legenda, que culminarão no próximo domingo com o do Sertão do Pajeú, em Afogados da Ingazeira, provavelmente o maior do interior.

NÃO ACOMPANHA – Único vereador eleito pelo Avante no Recife, Alcides Teixeira Neto está propenso a não seguir o partido na decisão de se aliar à governadora Raquel Lyra. Ele teria uma conversa com o prefeito João Campos, ontem, a quem comunicaria sua permanência na base.

Perguntar não ofende: Bolsonaro será condenado a 28 anos de cadeia, como prevê o advogado petista Kakai?

Clima de terror e perseguição

No sábado passado, tornei público o estado de horror e barbárie implantado na Secretaria de Educação por chefes de setores importados de Caruaru pela governadora Raquel Lyra e a secretária de Administração, Ana Maraíza. Denúncias gravíssimas de assédio moral e psicológico.

Imaginei tratar-se de algo isolado, mas estava enganado. No mesmo dia e ao longo do dia de ontem, recebi vários telefonemas de servidores graduados, de altíssimo nível e carreiras consagradas no serviço público estadual, narrando situações inacreditáveis de perseguição em outras secretarias, como Justiça, Administração, Saúde e Agricultura.

Isso sem falar do segundo escalão. Ontem, uma senhora com mais de 40 anos de serviços prestados ao Estado narrou o drama vivido por ela e vários servidores estatutários do Condepe, partindo de um coronel que não tem o menor preparo para a função nem sentimentos humanitários.

“O Condepe virou o corredor da Gestapo”, disse, chorando ao telefone, esta mesma senhora, já idosa, referindo-se à polícia secreta nazista chefiada por Hitler. Pelas redes sociais, um leitor chegou a informar que uma servidora da Educação havia sofrido um infarto e morrido em consequência dos maus tratos pela chefia imediata.

Ouvi de outro servidor que a turma de Raquel, como se refere aos auxiliares que a governadora trouxe de Caruaru, trata os funcionários públicos no geral, em sua grande maioria concursados e que serviram com presteza a governos passados, como se fossem bichos. O modelo é tão desumano que muitos estão adoecendo, trabalhando sob efeito de tranquilizantes. A maioria chorou nas narrativas.

“O problema é que esse povo acha que nós, servidores, temos partidos, somos do PSB, que a governadora odeia. Nada disso! Eu, por exemplo, estou há mais de 30 anos na Educação, faço meu trabalho técnico, mas pela primeira vez perdi minha gratificação, fui rebaixada e escanteada. Tenho uma colega de trabalho que está acompanhada por um psiquiatra”, disse uma outra servidora.

Todo esse pessoal, claro, pede sigilo temendo represálias. E com razão! O que constatei é muito mais grave do que isso. Muitos já prestaram queixas nas ouvidorias e até no Ministério Público, mas, infelizmente, sem ressonância alguma.

ESTADO OMISSO – A postagem relatando assédio moral e psicológico na Secretaria de Educação já foi vista no Instagram do blog por 40 mil pessoas até ontem. Está com quase mil curtidas, mais de 100 comentários e mais de 900 compartilhamentos. Aos que tiverem a curiosidade de darem uma passadinha pelo Instagram do blog, vão se deparar com revelações incríveis de assédio. “Esse tipo de gente prospera por conta da omissão da chefia superior. Mais de 100 denúncias sem a governadora tomar providências”, relatou um dos leitores. 

Com a caneta carregada – De férias no Canadá, onde acompanha os estudos do filho primogênito, a governadora Raquel Lyra (PSD) deu carta branca para a governadora em exercício Priscila Krause (PSDB) dar posse, hoje, aos novos secretários de Turismo, Kaio Maniçoba, e de Empreendedorismo, Emanuel Fernandes, o Manuca, ex-prefeito de Custódia. No segundo escalão, também prestigia a posse do jovem Miguel Duque, filho do deputado estadual Luciano Duque, na presidência do IPA. As mudanças têm tudo a ver com 2026. São eleitoreiras. Raquel sonha acordada com a reeleição.

Rabo de cavalo – A chegada do jovem Miguel Duque ao IPA foi bancada pelo Podemos e não pelo pai, o deputado estadual Luciano Duque, segundo o presidente do diretório estadual da legenda, Marcelo Gouveia. “Os quatro deputados eleitos pelo Solidariedade vão se transferir para o Podemos em abril, na janela partidária”, diz Marcelo. O SD é controlado no Estado pela ex-deputada Marília Arraes. Pelo visto, na sua gestão o partido está crescendo feito rabo de cavalo — para baixo.

Quem está com a razão? – A prefeita de Sertânia, Pollyanna Abreu (PSDB), tem batido boca com o ex-prefeito Ângelo Ferreira (PSB) por causa do bloqueio judicial das contas do município. Segundo a gestora, a culpa é do antecessor, que repassou uma herança maldita sem precedentes para administrar e sanear. Já o socialista diz que ela foi advertida sobre o problema e, apesar de gastar R$ 60 mil por mês com escritórios de advocacia, não tomou as medidas corretas em tempo hábil. Na cidade, o tempo fechou e não há mais diálogo entre eles. Aliás, nunca houve, nem mesmo na transição.

Pé na estrada, olho em 26 – Candidatíssimo a governador nas eleições de 2026, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), volta ao Sertão do Pajeú no próximo domingo para participar de um seminário regional do partido. O evento é só o pretexto para o socialista dar o start da pré-campanha no Interior, tendo em vista que a governadora Raquel Lyra, que vai à reeleição contra ele, já ter deflagrado a campanha desde janeiro. O encontro do PSB vai atrair lideranças de outros partidos que andam pelo Sertão reclamando do tratamento a pão e água dispensado pela governadora.

CURTAS

ARREPENDIDO – No segundo turno da eleição para governador em 2022, o prefeito de Afogados da Ingazeira, Sandrinho Palmeira, anfitrião do seminário do PSB, apoiou Raquel, embora seja socialista. Mas se arrependeu e o discurso que fará no evento será de alinhamento à candidatura de João.

COISA DO DIABO – Nomeado como representante da Adepe no Agreste, o ex-prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, Fábio Aragão, fechou com o projeto de reeleição do deputado federal Felipe Carreras, umas das principais lideranças do PSB que adora bater nas fragilidades e contradições do Governo Raquel. A política tem dessas coisas. Segundo Roberto Magalhães, o jogo da política é diabólico.

SUJEIRA – Embora o prefeito de Arcoverde, Zeca Cavalcanti (Podemos), tenha feito uma dispensa milionária em benefício de uma empresa importada, a cidade continua suja. Em alguns bairros, o lixo não tem sido recolhido em tempo hábil, provocando uma enxurrada de reclamações.

Perguntar não ofende: Qual será o próximo partido adesista a cair na rede de Raquel?

Lula endurece discurso sobre segurança pública: “lugar de bandido não é na rua”

Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog

De olho em 2026, o presidente Lula (PT) começou a mudar o discurso relacionado à segurança pública. “A gente não vai permitir que a República de ladrões de celular comece a assustar as pessoas nas ruas deste país”, afirmou o petista, na última semana, durante a inauguração de um hospital universitário, no Ceará.

Na mesma ocasião, Lula também disse que “lugar de bandido não é na rua assaltando, assustando as pessoas e matando pessoas”. A declaração não é (e está bem longe de ser) algo como o mantra da extrema direita brasileira, que sempre defendeu que “bandido bom é bandido morto”. Mas as novas falas de Lula sinalizam para a busca de uma parcela do eleitorado mais conservadora.

Em 2022, uma fake news circulou durante a campanha e distorceu uma fala antiga de Lula sobre roubos de celulares. Essa mentira é usada até hoje pela oposição contra Lula, como se ele tivesse relativizado os assaltos. A verdade é que, durante uma entrevista para uma rádio em Pernambuco, em agosto de 2017, o petista relacionou o aumento da violência no Estado à desesperança.

“É uma coisa que está intimamente ligada, ou seja, o cidadão teve acesso a um bem material, a uma casinha, a um emprego e, de repente, o cara perde tudo. Então, vira uma indústria de roubar celular. Para que rouba celular? Para vender, para ganhar um dinheirinho. Eu penso que essa violência que está em Pernambuco é causada pela desesperança”, declarou Lula, naquele ano.

Como falava para o público pernambucano, na mesma entrevista o presidente defendeu o fim do ódio no Brasil, exemplificando com as torcidas dos times locais. “O ódio está disseminado no país. É preciso distensionar, para a sociedade perceber que a torcida do Santa Cruz e do Sport não são inimigas, são adversárias durante o jogo. Depois vão para o bar tomar uma cerveja juntas”, defendeu Lula.

Os adversários do petista, de forma mal-intencionada, manipularam as falas e disseminaram durante a campanha de 2022 que o presidente, então candidato, havia afirmado que os ladrões de celular no Brasil “roubam para tomar uma cervejinha”, o que jamais saiu da boca de Lula, mas boa parte dos eleitores bolsonaristas até hoje acredita que seja uma ideia defendida por ele.

PARA ALGUNS, LULA DEFENDE BANDIDO – Mesmo não tendo nunca minimizado o roubo de celular no Brasil, uma parte da população acredita que Lula “defende bandido” e relativiza a violência, porque a esquerda sempre se referiu a esse tema com olhar social, aprofundando o debate sem excluir as questões da desigualdade. O tema segurança pública acabou capturado pela extrema direita, ao longo dos anos. Com os índices de popularidade em baixa, num ano estratégico como 2025, o presidente sentiu a necessidade de endurecer o discurso e tentar se conectar com essa parcela do eleitorado mais à direita, que exige mais rigor no combate à violência.

PEC da Segurança – Para neutralizar o campo opositor e avançar no eleitorado mais conservador, foi preciso, além de endurecer o discurso, apresentar soluções. Por isso, o presidente tem defendido a PEC da Segurança. A proposta será enviada ao Congresso Nacional este ano com mudanças na política de segurança pública do país e pretende constitucionalizar o sistema. O governo argumenta que a PEC é uma forma de aumentar a participação da União na área, combater o crime organizado e integrar as polícias do país. Uma das alterações determina que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) passará a fazer o policiamento ostensivo em rodovias, ferrovias e hidrovias federais.

Lula tem pressa – O endurecimento das falas sobre segurança pública reflete a pressa do presidente Lula para recuperar a popularidade, porque é urgente a necessidade de segurar os partidos de centro na base aliada. O fato é que as legendas, assim como o PT, também já olham para 2026, e algumas levantam a possibilidade de ter candidaturas próprias. Se Lula continuar com a popularidade em queda, as siglas podem começar a desembarcar da gestão e dar início às articulações de outros nomes para 2026.

Humberto diferente de Gleisi – Presidente interino do PT, o senador Humberto Costa (PE) afirmou que deve assumir um perfil “um pouco diferente” do que o da ex-presidente da legenda e atual ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. “Cada pessoa tem o seu estilo. Acho que a ministra Gleisi realmente é muito firme nas suas colocações. Foi muito forte em cada tema da conjuntura e nós vamos tentar seguir esses passos, mas naturalmente com um estilo talvez um pouco diferente. Mas o PT não deixará de ter uma postura firme, combativa e de apoio ao governo Lula”, declarou.

Sem anistia – Metade (51%) dos brasileiros declara ser contra anistiar os presos pelo vandalismo em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. Outros 37% defendem perdoar as pessoas detidas na capital no dia dos atos. Há ainda 12% que não souberam responder. Os dados são da pesquisa PoderData, realizada de 15 a 17 de março de 2025. A proposta de anistiar os presos pelo 8 de janeiro é apoiada e impulsionada por políticos de oposição, em especial, os ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

CURTAS

Preso por furtar réplica da Constituição – A Polícia Federal prendeu o designer e empresário Marcelo Fernandes Lima, de 52 anos, responsável por furtar uma réplica da Constituição Federal de 1988 durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. O homem foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal em 4 de fevereiro deste ano a 17 anos de prisão por participação nos atos antidemocráticos e, segundo a PF, era considerado foragido. A defesa dele, no entanto, alega que o homem estava em casa em regime de liberdade provisória por 1 ano e 3 meses, usando tornozeleira eletrônica, e não estava foragido.

Rosa e Dilma – A deputada estadual Rosa Amorim (PT) esteve com a presidente do Novo Banco do Desenvolvimento, Dilma Rousseff, em Xangai, ontem (21). Junto da comitiva de parlamentares do MST, o tema da reunião foram as possibilidades de parcerias econômicas para desenvolver iniciativas sustentáveis de apoio à agricultura familiar no Brasil. “Na sede dos Brics, conversamos sobre os projetos da agricultura familiar para o Brasil. Importante dizer que a presidenta entende o quanto é estratégico para um projeto de desenvolvimento nacional ter uma agricultura familiar fortalecida, produzindo alimento saudável para o povo”, ressaltou Rosa.

Magno cidadão de Bezerros – A Câmara de Vereadores de Bezerros, no Agreste, aprovou o título de cidadão para o titular deste blog. A iniciativa foi do vereador Diogo Lemos, da bancada do PSB. “Com orgulho, vai se somar aos mais de 80 títulos que tenho espalhados neste Estado, do Recife aos rincões do Sertão, em reconhecimento ao bom jornalismo, do combate ao bom combate”, comemorou Magno.

Perguntar não ofende: mesmo sendo o partido de Lula, o PT vai apoiar o novo discurso “contra bandido” adotado pelo presidente?

Enfim, despertou do sono     

A ida do deputado estadual Kaio Maniçoba (PP) para a Secretaria de Turismo pode ser interpretada como uma leitura de que a governadora Raquel Lyra (PSD) se convenceu, finalmente, da necessidade de se dobrar ao jogo da política, com vistas a se fortalecer na batalha pela reeleição, em 2026.

A pasta de Turismo já está na cota do PP, partido comandado pelo deputado federal Eduardo da Fonte, nome especulado para disputar uma das vagas ao Senado, mas o parlamentar acertou com Raquel trocar Paulo Nery, atual secretário, por Kaio, para fazer um gesto com o ex-prefeito de Araripina, Alexandre Arraes, abrindo na Assembleia Legislativa a vaga de Kaio para Roberta Arraes, esposa do ex-gestor da capital do Araripe.

Eduardo da Fonte tende a ocupar mais espaço na gestão de Raquel por um outro motivo: na composição da federação partidária PP e União Brasil, a ser oficializada provavelmente entre hoje e segunda-feira, a presidência estadual da federação será entregue a Eduardo e não a Miguel Coelho, que responde pelo partido. PP e União Brasil passam a ter a maior bancada na Câmara, com 106 deputados.

Naturalmente, Eduardo se cacifa e ganha muito mais poderes do que já tem hoje, enquanto Miguel só tem como alternativa buscar, em tempo hábil, outra legenda, porque não ficará refém do PP nem tampouco passa pela sua cabeça migrar para o campo de Raquel, abandonando o projeto majoritário de João Campos, provável adversário da governadora.

Se a governadora confirmar a ida de Miguel Duque, filho do deputado Luciano Duque (SD), para o IPA, confirmará que saiu, verdadeiramente, da letargia em que se encontrava no campo da política, até porque já abriu outra frente de apoios de olho na reeleição, o Avante, do ex-deputado Sebastião Oliveira, o Sebá. Seu irmão, o deputado federal Valdemar Oliveira, o Dema, indicou o empresário Rodrigo Martorelli para administrador da ilha de Fernando de Noronha.

OLHO NOS PREFEITOS – Quanto ao Avante, a governadora não soma nenhum voto na Assembleia Legislativa porque o partido não elegeu nenhum estadual. Seu olho grande, entretanto, está nos prefeitos. Nas eleições municipais, a legenda elegeu 8 prefeitos, entre os quais o de Gravatá, Padre Joselito, que era do PSB, 11 vice-prefeitos e 112 vereadores. Ela espera ter apoio consensual do partido para o projeto da sua reeleição. Com a palavra, Sebá, que flerta com a candidatura de João Campos.

Indícios de licitação viciada – O Tribunal de Contas do Estado identificou indícios de irregularidades no processo de licitação, por parte do Governo do Estado, para compra de uma aeronave que servirá para os deslocamentos da governadora e para ações policiais, já batizado de “Aeroquel”. Ao custo de quase R$ 300 milhões, se o avião vier a ser adquirido com base na licitação divulgada, o Estado teria um prejuízo de mais de R$ 10 milhões, segundo relatório prévio do TCE. O processo está nas mãos do conselheiro Carlos Neves.

Alta dos preços afeta o Governo – Um dos principais fatores que puxam a avaliação do Governo Lula para baixo é o descontrole dos preços. Pesquisa PoderData aponta que 65% dos eleitores declaram ter percebido um aumento nos preços das compras no supermercado e das despesas gerais nas últimas semanas. Os percentuais variaram 4 pontos para cima desde janeiro, no limite da margem de erro da pesquisa, de 2 pontos, para mais ou para menos.  Em relação a julho de 2024, a taxa subiu 16 pontos percentuais. Só 7% dos entrevistados disseram achar que os custos diminuíram nas últimas semanas. Os percentuais do grupo com essa opinião oscilaram 3 pontos para baixo em 2 meses. Eram 10% em janeiro.

TCE parceiro – O presidente reeleito da Amupe, Marcelo Gouveia, começou o novo mandato com o pé direito. Ontem, um dia após tomar posse, procurou o presidente do Tribunal de Contas, Valdecir Pascoal. Quer estreitar as relações e incutir na cabeça dos prefeitos filiados à instituição que o TCE, visto muitas vezes como uma assombração pelos gestores, pode ser um grande aliado, principalmente como órgão de orientação para evitar erros primários no dia a dia da gestão municipal.

Humberto efetivado no comando do PT – O senador Humberto Costa teve seu nome referendado, ontem, pelo diretório nacional do PT como presidente do partido. Deixa de ser interino e assume em definitivo a vaga deixada por Gleisi Hoffmann até o final do mandato. O ato acompanha a decisão da Executiva Nacional do último dia 7 de março. À frente do PT, a prioridade de Humberto será a condução do Processo de Escolha Direta (PED) da legenda. Tão logo foi oficializado, o senador almoçou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que defendeu a reforma do Imposto de Renda e reiterou que o projeto para isentar a cobrança para quem recebe até R$ 5 mil por mês trará enormes benefícios.

CURTAS

PSDB 1 – “Quem vai resolver é a nacional e, depois da decisão que eles tomarem lá, é que a gente vai ver qual é o caminho que a gente também vai tomar aqui em Pernambuco”, disse, ontem, o presidente da Alepe, Álvaro Porto, ao ser questionado sobre o destino do PSDB no Estado.

PSDB 2 – A vice-governadora Priscila Krause, que se filiou ao PSDB tão logo a governadora Raquel Lyra abandonou a legenda, não quer abrir interlocução com Porto, porque o presidente da Alepe virou, para ela, um concorrente na disputa pelo comando da legenda no Estado.

PLANTÕES – Mais uma derrota para a governadora: a Justiça julgou que o Estado não pode mais obrigar um policial militar a participar do Programa de Jornada Extra de Segurança (PJES). A sentença, publicada na última semana, reforça que os plantões são voluntários e não podem ser impostos sem que os profissionais demonstrem interesse nas escalas extras.

Perguntar não ofende: Qual será o caminho partidário de Miguel Coelho, ficando a nova federação PP-União Brasil com Eduardo da Fonte?

Desgoverno e tropeços verbais    

Quando Lula fechou o ano de 2024 reprovado pela grande massa do eleitorado brasileiro, conforme números de diversos institutos de pesquisa, jogou a culpa na comunicação. Presidentes e governadores, quando não estão em sintonia com a população, costumam colocar o problema no colo de quem cuida da imagem da gestão junto aos meios de comunicação.

O que era de se esperar aconteceu: a degola do ministro Paulo Pimenta, da Secom, a Secretaria de Comunicação. O novo titular, Sidônio Palmeira, reformulou a estratégia e decidiu que seria bom o presidente falar mais. A ideia era que o próprio Lula divulgasse o que considera realizações do governo, mas, até agora, esse método não se revelou eficaz.

Tudo porque, ao ir para a linha de frente, Lula achou que os tempos de hoje, com mídias amplas e redes sociais, eram iguais aos de seus dois governos anteriores, quando a Globo monopolizava tudo e a sociedade era mais engessada. Se deu mal. Botou os pés pelas mãos. Acabou cometendo mais gafes, com frases consideradas extremamente preconceituosas em alguns casos, especialmente quando se referiu às mulheres.

Apesar disso, a avaliação do Planalto é que o prejuízo com as controvérsias é compensado pelos resultados positivos da exposição de Lula. No entanto, os números da nova pesquisa do PoderData, divulgada ontem pelo site Poder360, mostram o contrário: 53% de reprovação e 47% de aprovação. Diferentemente do que pensa o Planalto, as derrapadas verbais de Lula podem estar pesando na avaliação que o eleitorado faz do governo e do próprio presidente.

Sem contar a inflação, um problema longe de ser solucionado. Os recortes demográficos do levantamento indicam que o presidente tem perdido apoio em grupos que foram alvo de algumas de suas falas ambíguas e controversas. Ao falar sobre a alta nos preços dos alimentos, Lula declarou que uma forma de frear a carestia seria a população deixar de comprar o que está caro. Eleito com o apoio da população mais pobre, o petista tem perdido respaldo nesse estrato social.

Recentemente, afirmou que colocou uma “mulher bonita” na articulação política e chamou o líder do governo na Câmara de “cabeçudão do Ceará”. A avaliação positiva do trabalho pessoal do presidente entre as mulheres despencou de 45% em janeiro de 2023 para 21% agora.

No Nordeste, considerado reduto eleitoral histórico do petista, a distância entre os que apoiam e os que rejeitam o presidente, que era de 20 pontos percentuais em 2023, caiu para 4 pontos percentuais nesta rodada. Todos os sinais são de alerta. Lula quer estancar a queda de sua popularidade, mas ainda não encontrou uma fórmula que funcione. Está entrando em desespero!

REPROVADO ENTRE AS MULHERES – A avaliação positiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre as mulheres chegou ao pior nível desde o início de seu terceiro mandato. O percentual de eleitoras que consideram o trabalho do petista ótimo/bom caiu de 45% em janeiro de 2023 para 21% agora – uma diferença de 24 pontos percentuais em pouco mais de dois anos. Os dados são da pesquisa PoderData, realizada de 15 a 17 de março de 2025 e divulgada ontem. Hoje, o percentual de mulheres que avaliam o trabalho de Lula como ruim/péssimo é de 37%. Esse também é o percentual das que escolhem “regular” como resposta.

Pior que Bolsonaro – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é considerado “pior” que o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por 44% dos eleitores. A taxa oscilou dois pontos percentuais desde janeiro e atingiu o maior patamar já registrado pelo PoderData desde o início deste terceiro mandato de Lula. Os dados da pesquisa PoderData, realizada de 15 a 17 de março de 2025, mostram ainda que a taxa dos que preferem a atual gestão variou negativamente um ponto percentual em dois meses, caindo para 32%. Desde a posse, esse índice já caiu 14 pontos percentuais. É a quarta vez desde o início do mandato que Lula fica atrás de Bolsonaro.

Aposta no Congresso – João Campos prestigiou ontem no evento de posse do novo comando da Amupe (Associação Municipalista de Pernambuco), agora presidida pelo ex-prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia. E, como todo gestor municipal, revelou sua apreensão com o alerta da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) sobre a isenção do Imposto de Renda para pessoa física até R$ 7 mil, que deve retirar R$ 12,5 bilhões dos municípios via FPM, o Fundo de Participação dos Municípios. Ele aposta que a mobilização dos prefeitos em Brasília, no próximo mês, garantirá que o governo tome medidas para minimizar os impactos da proposta. “Caberá ao Congresso fazer os arranjos necessários”, disse.

Pé na estrada de 2026 – Por falar em João, ele já começa a intensificar sua agenda de olho nas eleições de 2026. O prefeito confirmou sua presença no seminário regional que o PSB promoverá em Afogados da Ingazeira, no próximo dia 30. O evento contará com a presença de prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e lideranças do PSB dos 17 municípios do Sertão do Pajeú, uma região que, historicamente, concedeu vitórias expressivas ao seu pai, Eduardo Campos, e ao seu bisavô, Miguel Arraes. Por lá, as pesquisas mostram João com uma grande dianteira frente a Raquel – 57% a 12%.

Eduardo da Fonte controla nova federação – A federação partidária entre o PP e o União Brasil, que deve ser confirmada nos próximos dias, atrapalha os planos do ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, atual presidente estadual do União Brasil, com vistas às eleições de 2026. Pelo que ficou acertado entre as cúpulas das duas legendas, o comando da federação em Pernambuco será entregue ao deputado federal Eduardo da Fonte, que, assim como Miguel, é pré-candidato ao Senado. A situação cria uma equação complicada para o grupo Coelho, hoje próximo de João Campos, enquanto Da Fonte está alinhado a Raquel.

CURTAS

CARUARU 1 –  O prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro (PSDB), anunciou ontem as principais atrações do São João. A programação contará com mais de 1,4 mil atrações distribuídas em 27 polos, incluindo grandes nomes como Ivete Sangalo, Azulinho, Xand Avião, João Gomes e Matheus & Kauan. O evento terá início no dia 25 de abril, no Sítio Lajes, com o São João na Roça, que contará com apresentações de Trio Fole de Ouro, Geraldinho Lins e Assisão.

CARUARU 2 – “Temos um time preparado e uma estrutura pronta para atender às expectativas do nosso público. Este será o maior São João que Caruaru já viu”, disse Pinheiro. Ao lado da vice-prefeita Daisy Silva e de Anderson, presidente do Comitê Gestor do São João 2025, Pinheiro ressaltou que a festa movimenta não apenas a cultura, mas também a economia da região.

EXCLUÍDO – Em Pernambuco, pelo menos por enquanto, não há previsão oficial de concessões de trechos da BR-101, anunciados pelo Governo Federal, ao longo de 500 km. A única concessão rodoviária prevista é o trecho da BR-116, que ligará o anel rodoviário de Feira de Santana, na Bahia, a Salgueiro, município do Sertão pernambucano. O leilão está previsto para acontecer no dia 26 de junho e, no pacote, estão estimados R$ 10 bilhões em investimentos privados.

Perguntar não ofende: Por que Pernambuco ficou fora do pacote de concessões à iniciativa privada nos 500 km da BR-101?

Isenção do IR garfa R$ 12 bilhões dos municípios   

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) analisou possíveis cenários e o impacto da nova isenção do Imposto de Renda (IR), apresentada oficialmente ontem pelo governo federal. Com base nos dados preliminares, a ampliação da faixa de isenção até R$ 5 mil representa uma queda de R$ 11,8 bilhões nos recursos anuais para os governos municipais, sem que a União sinalize, até o momento, qualquer compensação tributária pela medida.

As simulações feitas pelo corpo técnico da Confederação apontam uma redução de 15% na arrecadação própria do imposto, o que equivale a R$ 4,9 bilhões ao ano. Além disso, a estimativa considera uma queda de 3% no repasse ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM), representando uma redução de R$ 6,9 bilhões ao ano nos cofres locais.

“Nos preocupa o silêncio da União até o momento sobre esse impacto. Isso gera apreensão para as gestões municipais, uma vez que o governo se antecipou em anunciar a boa notícia, mas não esclareceu se está avaliando como compensar as perdas que vai causar para os demais entes”, diz o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

Embora representantes do governo federal afirmem que o impacto fiscal da ampliação da isenção no IR será compensado por uma taxação diferenciada para os mais ricos, provavelmente com uma alíquota progressiva para rendimentos superiores a R$ 50 mil ao mês, é importante destacar que a União está considerando apenas seu próprio orçamento.

Se essa taxação ocorrer por fora do Imposto de Renda, não haverá divisão desses recursos com os demais entes. Ou seja, além de causar um impacto negativo aos municípios, a medida ainda poderá aumentar a concentração de recursos para a União.

Por isso, a entidade municipalista reforça que é urgente que o governo apresente também medidas compensatórias ao enviar a proposta ao Congresso Nacional. “A CNM se manterá vigilante quanto ao cumprimento do pacto federativo e, se for necessário, atuará junto aos parlamentares por um texto com responsabilidade fiscal e respeito à autonomia dos municípios”, diz o líder municipalista.

MUDANÇAS PELO CONGRESSO – Preocupado com a perda de receita dos municípios, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera que o Congresso faça alterações na proposta enviada pelo governo. “Não tenho dúvidas da importância que ela tem. Alterações que, com certeza, visam a melhorar a proposta. Tanto na Câmara como no Senado, nós procuraremos dar a prioridade que a matéria necessita para que, ao longo dos próximos meses, tenhamos a condição de elaborar a melhor proposta possível para o país”, disse.

Do pobre para o rico – A isenção para os brasileiros que têm rendimento de até R$ 5.000 é uma promessa de campanha de Lula. A proposta terá que passar pelo Congresso. O projeto de lei foi apresentado a líderes em cerimônia no Palácio do Planalto ontem pela manhã. Segundo Haddad, o Brasil figura entre as 10 maiores economias do mundo, mas o país está entre as 10 nações mais desiguais do planeta. “Como uma nação que está entre as 10 mais ricas pode figurar entre as 10 mais desiguais?” disse. “Uma das principais razões, não é a única, é a ação do Estado. Tira do pobre para dar para o rico”, completou.

Mudança só em 2026 – A isenção de R$ 5.000 do Imposto de Renda valerá a partir de 2026, último ano de mandato de Lula. A equipe econômica propôs taxar dividendos, que atualmente são isentos de impostos. A Unafisco Nacional (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal) disse que o custo disso seria de R$ 51 bilhões aos cofres públicos da União. Inicialmente, Haddad afirmou que o custo seria de R$ 35 bilhões. Falou, depois, em R$ 25 bilhões. O último valor informado pelo ministro foi R$ 27 bilhões.

Perdas podem ser maiores – Um dispositivo da Constituição, nos artigos 157 e 158, determina que todo o IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física) retido na fonte sobre os salários de funcionários públicos de cidades e estados deve ficar nos cofres de prefeitos e governadores. Com a isenção da cobrança de IRPF para quem ganha até R$ 5.000 por mês, os governos municipais perderão R$ 12,5 bilhões por ano de receita. Outros R$ 12,5 bilhões devem evaporar, porque não vão entrar nos fundos que abastecem esses entes federativos. Total de receita a menos por ano: R$ 25 bilhões.

Compensação, o grande problema – O dinheiro que vem do IR retido na fonte dos salários de funcionários públicos locais é vital para o funcionamento de prefeituras e de governos estaduais. Há um movimento na Câmara e no Senado para incluir no projeto de lei de Lula uma exigência de compensação integral dos R$ 12,5 bilhões ou quanto for, na prática, a perda em 2026. O problema é que, para achar dinheiro para compensar a redução de receita, o governo Lula só tem duas opções. Primeiro, cortar despesas (e isso está fora de cogitação, como já disse o próprio presidente). A segunda possibilidade é criar um imposto que compense a perda.

CURTAS

SEM PAPO – A governadora em exercício, Priscila Krause, disse ontem, após participar de uma cerimônia no Recife, que ainda não conversou com o ex-presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, sobre o destino do partido no Estado. Ela quer comandar o partido, por sugestão da governadora Raquel Lyra.

O TROCO – O que ouvi em Brasília, na semana passada, é que Bruno não vai confiar a Priscila o comando do partido no Estado, diante da decepção com a governadora, que abocanhou quase R$ 40 milhões do fundo eleitoral nas duas últimas eleições e saiu sem dar a menor satisfação à cúpula do partido, em Brasília.

MULTADO – O Tribunal de Contas do Estado multou o ex-prefeito de São José do Belmonte, Francisco Romonilson Mariano de Moura, por sonegar informações durante um processo de auditoria. A decisão foi tomada durante a 4ª Sessão Ordinária Virtual da Primeira Câmara, realizada entre os dias 10 e 14 de março de 2025, e resultou na aplicação de uma multa no valor de R$ 10.773,62.

Perguntar não ofende: Os prefeitos vão se mobilizar contra a isenção do IR para pessoas físicas que ganham até R$ 5 mil?

Ao lado de Hugo Motta e Davi Alcolumbre, Lula vai anunciar isenção do IR

Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog

O presidente Lula (PT) anuncia, nesta terça-feira (18), o envio ao Congresso Nacional do projeto de lei que prevê isenção de Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil. Para que não haja nenhuma dúvida quanto à negociação com o Poder Legislativo, o chefe do Poder Executivo apresentará a boa nova ao lado dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estiveram reunidos ontem (17) e discutiram os últimos detalhes da proposta e do evento de anúncio, que será no Palácio do Planalto, às 11h30. Também participará da cerimônia a nova ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Além disso, os líderes dos partidos da base aliada também foram convidados.

A gestão petista quer dar a maior visibilidade possível à medida, uma das principais apostas de Lula para melhorar a relação do governo com as classes média e média baixa, assim como o fim da escala 6×1.

Além do evento de hoje, a Presidência da República também planeja uma campanha nacional para os meios de comunicação e redes sociais, com o objetivo de informar a população sobre a proposta e ganhar apoio da opinião pública, emparedando o Congresso.

Segundo Haddad, o cálculo do Governo Federal é de que a ampliação da isenção do IR custará aos cofres públicos R$ 27 bilhões, cerca de R$ 5 bilhões a menos em comparação com o cálculo de R$ 32 bilhões apresentado no fim do ano passado.

O ministro explicou que a previsão de impacto fiscal caiu porque o governo refez os cálculos para incluir o aumento do salário mínimo após a aprovação do Orçamento de 2025, que só deve ser votado em abril. Caso seja aprovado pelo Congresso, o aumento da faixa de isenção só valerá para 2026, mas os cálculos originais foram baseados no salário mínimo de 2024.

O PROBLEMA É A COMPENSAÇÃO – A isenção não deve ter dificuldades para ser aprovada no Congresso. A compensação, no entanto, é o grande nó e enfrenta resistência, porque, para financiar o aumento da faixa sem Imposto de Renda, a equipe econômica de Lula pretende fixar um imposto mínimo para quem tem um rendimento mensal superior a R$ 50 mil. O esforço no Congresso Nacional é para elevar o piso da sobretaxa para R$ 60 mil, o que não seria suficiente para compensar a elevação da faixa de isenção para R$ 5 mil. Vai ser uma demonstração de força política da gestão de Lula resolver essa pendenga.

Por falar em Lula, ele chega em Abril – O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, confirmou, ontem (17), em entrevista à Rádio Jornal, que o presidente Lula virá ao Estado, em abril, para anunciar o início da licitação da obra de ampliação do Aeroporto de Caruaru, no Agreste, cidade da governadora Raquel Lyra (PSD). A intervenção é uma parceria com o Governo de Pernambuco e receberá um investimento de R$ 150 milhões, sendo R$ 75 milhões do Governo Federal e outros R$ 75 milhões do estadual.

O que disse Silvinho – “O projeto executivo do Governo do Estado ficou pronto no final do ano passado. Fizemos a aprovação dele na Secretaria Nacional de Aviação Civil. E o presidente Lula estará em Pernambuco para anunciar o início da licitação. Essa obra será licitada pelo Governo de Pernambuco. Quando estive com a governadora Raquel Lyra (PSD), ela me pediu pra fazer a licitação. A governadora é de Caruaru, foi prefeita lá. Eu conversei com o presidente, nós não criamos nenhuma dificuldade para que o Estado pudesse fazer a licitação. Ao final, a obra vai sair do papel. Tenho certeza de que o Aeroporto de Caruaru será muito estratégico para o turismo de negócios, para o turismo de lazer, para movimentar a economia da região. Isso vai fazer com que a região cresça”, destacou Silvio Costa Filho.

Foragidas do 8 de janeiro presas nos EUA 1 – A realidade paralela bolsonarista tomou um choque da verdadeira realidade. Quatro seguidoras do capitão foram pedir penico nos Estados Unidos de Donald Trump (Partido Republicano) e quebraram a cara. As quatro mulheres foragidas pelos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023 foram presas ao tentar entrar ilegalmente nos EUA. Três delas foram detidas um dia depois da posse do presidente Trump, em janeiro deste ano.

Foragidas do 8 de janeiro presas nos EUA 2 – A informação foi confirmada pelo ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA) ao Uol. O órgão afirmou que as mulheres “aguardam a expulsão para seus países de origem”. Elas estão detidas há mais de 50 dias. As quatro seriam parte de um grupo que deixou o Brasil no primeiro semestre de 2024 e se estabeleceu na Argentina. Mas, em meados de novembro, a Justiça argentina emitiu mandados de prisão contra os brasileiros considerados foragidos por terem sido condenados pelo 8 de Janeiro. Elas fugiram para os EUA buscando refúgio no Governo Trump, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e deram de cara com o xadrez.

CURTAS

Goiana – O PSB anunciou, ontem (17), o apoio a Marcílio Régio (PP) na eleição suplementar para prefeito de Goiana, na Mata Norte de Pernambuco. A decisão foi comunicada em visita do presidente estadual do partido, deputado Sileno Guedes, à residência do pré-candidato e foi referendada pela militância em convenção municipal realizada durante a tarde. Também estiveram presentes no anúncio da aliança a pré-candidata a vice-prefeita na chapa, Lícia Maciel (PT), o ex-prefeito Eduardo Honório (União Brasil) e Tarcísio Ribeiro, membro da Executiva estadual do PSB.

Mais Ciência – O deputado estadual Fabrizio Ferraz (SD) subiu à tribuna da Alepe, ontem, para comemorar o anúncio da implantação do programa Mais Ciência nas escolas no Sertão do Estado. Segundo o parlamentar, a notícia foi dada pelo diretor geral do Instituto Federal do Campus Floresta, durante reunião que aconteceu na última semana. O projeto tem o objetivo de disseminar o letramento digital e a educação científica básica, através da abertura de laboratórios em escolas públicas, formação de professores, bolsas para educadores e estudantes.

Na China – Desde ontem, a deputada estadual Rosa Amorim (PT-PE) e o vereador de Caruaru Edilson do MST (PT) estão na China. A convite da Universidade Normal do Leste da China, os dois parlamentares do MST integram uma comitiva — composta por políticos e pesquisadores — que conhecerá diversas experiências de êxito voltadas à modernização da agricultura familiar, com base em princípios sustentáveis, naquele país. Rosa preside a Frente Parlamentar de Combate à Fome e a Comissão de Meio Ambiente na Assembleia Legislativa.

Perguntar não ofende – A agenda de Lula em Pernambuco vai ter dois eventos? Um para Raquel Lyra e outro para João Campos?