Bolsonaro pode pegar até 30 anos de cadeia
Quantos anos de prisão Bolsonaro (PL) pegará? Esta é a pergunta mais ouvida há muito tempo, sobretudo a partir do final da primeira etapa do seu julgamento pela primeira turma do Supremo Tribunal Federal, na última quarta-feira. O ex-presidente pode ser condenado a penas que vão de 12 a 43 anos de prisão. No Brasil, porém, o tempo máximo de reclusão é de 40 anos.
Advogado experiente na área criminal, Antônio Carlos Kakay, que já ajudou a tirar o presidente Lula (PT) do xadrez, consequência do seu envolvimento no escândalo da Lava Jato, prevê 30 anos de reclusão para Bolsonaro. Ele é acusado de golpe de estado, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Leia maisDesde a primeira etapa do julgamento, Bolsonaro e mais sete aliados viraram réus por uma trama golpista, segundo a Primeira Turma do STF. A soma de todas as penas acima pode chegar a 39 anos e quatro meses de reclusão, segundo a legislação. Todos do chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe passam a responder por uma ação penal. Haverá realização de diligências, tomada de depoimentos e coleta de provas. Ele poderá ser absolvido ou condenado. O tamanho da pena do ex-presidente vai ser levado em consideração fatores como idade e antecedentes criminais.
Se condenado, as penas são: Liderar organização criminosa armada: 3 anos (mínima) a 8 anos (máxima) – pode chegar a 13 anos e 4 meses, com as agravantes; tentativa de abolição violenta do Estado de Direito: 4 anos (mínimo) a 8 anos (máximo); golpe de Estado: 4 anos (mínima) a 12 anos (máxima); dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima: seis meses (mínima) a 3 anos (máxima); deterioração de patrimônio tombado: um ano (mínima) a 3 anos (máxima).
SEM COMPARAÇÃO – Ainda quanto ao tamanho da pena do ex-presidente Jair Bolsonaro, grande parte dos advogados criminalistas rejeita a comparação feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre os julgamentos do Mensalão e da Lava Jato e o dos atos golpistas do 8 de Janeiro. “Não dá para comparar. No Mensalão, foram quarenta réus. O recebimento da denúncia, em geral, ocorre em uma única sessão. A dele teve três”, disse o advogado Pierpaolo Bottini, que atuou na defesa de réus nos dois casos mencionados.

As caras da barbárie – Envolvidos numa das maiores barbáries ocorridas no Estado – um massacre humano pelas ruas do Recife no dia 1 de fevereiro, 12 integrantes da Torcida Jovem do Leão, a principal organizada do Sport, e nove componentes da Explosão Inferno Coral, do Santa Cruz, foram, enfim, presos ontem. Um dos envolvidos foi capturado em Fortaleza. Numa operação gigantesca, vinculada ao Comando de Operações e Recursos Especiais (CORE), foram cumpridos 42 mandados de prisão, 24 mandados de busca e apreensão domiciliar, três de internação provisória de menores, além do sequestro de bens. Celulares dos envolvidos já foram apreendidos e estão auxiliando nas investigações.
Responsável pelo estupro está preso – Um dos três envolvidos no estupro do presidente da Torcida Jovem do Leão, João Victor Soares da Silva, também foi preso. Há ainda um segundo homem identificado pela polícia, que trabalha na identificação de um terceiro. Os presos pela operação de ontem foram encaminhados ao Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel) e estão à disposição da Justiça. Há também três adolescentes apreendidos na Unidade de Atendimento Inicial (Uniai), subordinada à Fundação de Atendimento Socioeducativo de Pernambuco (Funase).
O otimismo da líder – Em entrevista, ontem, à Rádio Folha, a líder do Governo na Alepe, Socorro Pimentel (UB), disse que as mudanças que Raquel imprimiu no primeiro escalão criaram um ambiente muito favorável ao Governo. “Existe um lado político, mas existe o técnico. Isso é importante para aproximar os políticos do governo. Acho que é algo que vem a dar um outro olhar para o meio político. A gente tem muitas sinalizações de que vive uma nova era no Estado”, afirmou.

Um poço de mágoa – Aliada de primeira hora e de grandeza da governadora Raquel Lyra (PSD), a prefeita de Arcoverde, Márcia Conrado (PT), ainda não engoliu a “promoção” que a gestora deu aos dois principais adversários dela – o deputado Luciano Duque, com a nomeação do filho para o IPA, e a chegada do grupo do Avante ao primeiro escalão e Fernando de Noronha. Ex-presidente do IPA, Ellen Viégas não foi indicada pela prefeita, mas a governadora a conheceu na casa dela, em Serra Talhada. Enquanto esteve à frente da instituição, Ellen fez gestos e parcerias com Conrado.
CURTAS
ESTRESSE – O secretário estadual de Educação, Gilson Monteiro, foi convocado para dar explicações sobre as últimas denúncias envolvendo cancelamento de licitações e falta de merenda nas escolas. A audiência está marcada para o plenário da Comissão de Finanças na próxima terça-feira, dia seguinte à chegada da governadora das suas férias no Canadá. Certamente, Raquel não contava com esse estresse no primeiro dia de trabalho após o descanso.
APOSTA NO FILHO – O deputado federal Valdemar Oliveira, o Dema (Avante), diz que indicou o filho Virgílio Oliveira, de apenas 27 anos, para gestor de Fernando de Noronha, porque, segundo ele, o garoto tem vocação para a vida pública. “Tenho certeza de que fará uma grande gestão”, aposta.
DIFICULDADES – O prefeito de Arcoverde, Zeca Cavalcanti (Podemos), está encontrando dificuldades para escolher o sucessor do jornalista José Manoel Torres, o Passarinho, na pasta de Comunicação. Ex-Globo, Passarinho pediu exoneração em função do temperamento explosivo do gestor.
Perguntar não ofende: Quando a direção nacional do PSDB confirmará que o partido no Estado ficará sob o controle do presidente da Alepe?
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