Cronos manual 1.0 ou 1.3: qual melhor custo-benefício?
A linha 2023 do sedã Cronos, da Fiat, mudou pouco. Do ponto de vista visual, uma grade diferente aqui, um volante novo acolá. Mas a nova quantidade de configurações, com ‘tantos mínimos’ detalhes ofertados, até confunde o consumidor na hora de montá-lo no site da marca.
De antemão, vale ressaltar: o Cronos é um carro sóbrio, com um mala generosa e ainda dá para tê-lo por um preço abaixo dos R$ 100 mil. Porém, antes de entrar no mérito de cada versão testada pela coluna De bigu com a modernidade, e sobre qual delas deveria entrar na sua garagem, precisamos conhecê-las rapidamente todas.
Leia maisVejamos:
- a de entrada é chamada apenas de 1.0, com câmbio manual de cinco marchas. Custa R$ 84.790. Tem rodas de aço 14’’, banco do motorista e volante com regulagem de altura, ar, alertas de limite velocidade, predisposição para rádio etc. Mas, com R$ 490 a mais, o comprador pode adicionar o Pacy Safety – que deveria ser, na verdade, obrigatório em qualquer carro no país. Ele tem controle de estabilidade, sistema que auxilia nas arrancadas do veículo em subida e controle de tração.
- em seguida, vem a Drive 1.0, por R$ 88.890. Esta versão foi testada por este colunista. O cliente pode adicionar dois pacotes de opcionais, mas o preço vai chegar a R$ 94.350. Daremos mais detalhes dela logo abaixo;
- Depois, está situada a versão Drive com motor 1.3, com câmbio manual, também avaliada por este colunista. Com os pacotes de segurança e o S-Design, o preço vai para R$ 99.460.
- As duas últimas, com câmbio CVT que simulam 7 marcas e ambas com motor 1.3, serão analisadas em outra oportunidade.
O Fiat Cronos, independentemente da versão, tem como chamariz a economia de combustível e o generoso porta-malas (são 525 litros, segundo medição do fabricante) – e isso faz a festa de uma família média que viaja com alguma frequência para o campo ou litoral ou para o motorista de aplicativo ou taxista.
Crono 1.0 Drive – Traz um 1.0 6V aspirado, o Firefly de 3 cilindros da própria Fiat. A marca ‘lembra’ que ele possui o maior torque da categoria – sendo ‘ideal’ para clientes que buscam mais racionalidade, para uoso profissional, digamos assim.
No pacote de série de equipamentos de segurança e conforto, alguns itens – e sempre levando em conta os concorrentes e a versão de entrada do modelo – surpreendem: central multimídia de 7’’, volante multifuncional, entradas USB para bancos traseiros, sensor de estacionamento traseiro, vidros traseiro elétricos, assinatura em LED nos faróis e rodas em aço de 15”.
O pack Drive Plus, opcional, não estava presente na versão testada. E só fez falta, na verdade, a câmera de ré. Rodas de liga leve e retrovisor com ajustes elétricos para um carro de batalha diária, digamos assim, não compensam o desembolso de R$ 3 mil extras. Ah, mas o pack Safety, por vez, e a R$ 590, repito, compensa.
O motor é um velho conhecido dos consumidores de produtos da Fiat e da Stellantis: o 1.0
de 3 cilidros em linha, aspirado, capaz de gerar até 75cv, com torque (bem fraquinho) de até 10,7kgfm. Em rodovias, numa ultrapassada ou retomada, deixa o motorista mais tenso do que criança indo para o dentista. Afinal, segundo a própria Fiat, a aceleração de 0 a 100 km/h demora mais de 15 segundos – uma eternidade para uma arrancada. A relação peso- potência é alta: são 15kg/cv. Só a título de comparação: essa relação no Fiat Pulse com o 1.0 turbo é de 9,52kg/cv
O câmbio manual de 5 marchas dá conta, com encaixes bom. Eis aqui um ponto (custo-benefício) a favor: o conjunto todo (motor, direção elétrica e câmbio) o torna uma excelente opção para o dia a dia urbano. Afinal, é bem econômico.
Segundo dados do Inmetro, usando-o nas vias urbanas, gasta de 9,9 km/litro (etanol) a 14 km/l (gasolina). Na estrada, os números sobem para 11,4 km/l (etanol) e 16,1 km/l com gasolina.
O tanque para 48 litros de combustível garante uma boa autonomia (dependendo do comportamento do seu pé, pode chegar aos 700km). Detalhe ruim: pena que os freios só tenham discos ventilados na dianteira (na traseira, é o antiquado freio a tambor)
Cronos 1.3 Drive – O Cronos 1.3 Drive é como se fosse o irmão já empregado do trainne Drive 1.0: traz o DNA da família ou o bom-gosto nas roupas/design. No entanto, oferece mais equipamentos: por exemplo: o quadro de instrumentos 3,5″ multifuncional com relógio digital, calendário e informações do veículo em TFT e o sistema de sinalização de frenagem de emergência.
E ainda vem com um motor mais ágil e valente, com relação peso-potência de apenas 10kg/cv. Esse Firefly gera até 109cv, com torque de 14,2kgfm, com velocidade máxima de 183km/h. A própria aceleração de 0 a 100 é feita em 11,5 segundos – quatro mais rápido do que o da 1.0.
O consumo, embora valha a pena ressaltar que vários fatores afetam na medição, também é muito bom: na cidade (km/l) 8,5 (etanol) e 12,4 (gasolina); na estrada (km/l) 10,3 com etanol e 14,8 com gasolina.
Nesta versão, os freios traseiros também são a tambor. Em relação ao airbag, esse colunista sempre questionou e o fará sempre: airbag duplo (motorista e passageiro) e ABS (neste caso com EBD) são obrigatórios por lei, apesar da reação da indústria. O ideal, é claro, que sejam 4 para qualquer modelo que chegue ao patamar de três dígitos.
Veredicto – Os quatro fatores de compra para um sedã são conforto, espaço interno, capacidade do porta-malas e consumo de combustível. Ambos os Drive (1.0 e 1.3) são quase idênticos (porta-malas e espaço, por exemplo). Tomaremos aqui como base os dois exemplares enviados para teste. O teto do primeiro é preto; o do segundo, vermelho – tornando o conjunto bem mais bonito (mas, claro, é algo para lá de subjetivo).
No 1.0, a partida é dada com chave (tipo canivete); do 1.3, por meio de botão – e com abertura da porta apenas com a aproximação do motorista. Mas, atenção: esses itens do pacote extra S-Design, que eleva o preço da versão para R$ 94.980 (e mais: faróis de neblina dianteiros, ar-condicionado automático digital; câmera de ré; volante revestido em couro ecológico; bancos com acabamento exclusivo; rodas de liga leve etc)
A câmera de ré só vem se você é de série – com linhas de marcação – na segunda opção. E uma coisa curiosa: o destravamento e abertura automática do porta-malas por botão na chave, provavelmente um item bem valorizado pelos argentinos, onde é fabricado o modelo. O responsável pelas compras (na minha casa sou eu) agradece demais.
Enfim: por uns R$ 5 mil ou R$ 6 mil de diferença, considere uma boa pressão na concessionária de sua preferência e leve o Drive 1.3 com o pacote S-Design. Afinal, com a demanda reprimida e pátios lotados de carros novos, essa é a chance. Até quinta-feira, a Fiat estava dando desconto (de verdade) e fazendo outras ações, como até oferecer encher o tanque de gasolina por um ano para alguns modelos.
Tipo sanguíneo na CNH – Agora, só falta a Câmara dos Deputados, pois a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou relatório favorável do senador Fabiano Contarato (PT-ES) ao projeto de lei (PL 3.616/2019) que inclui o tipo sanguíneo, o fator Rh e a condição de doador ou não de órgãos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O titular doador, no entanto, poderá optar pela não inserção dessas informações na própria carteira.
O PL determina que a CNH seja expedida em modelo único e de acordo com as especificações do Contran, tenha fé pública, valendo como documento de identidade em todo o território nacional, e traga o tipo sanguíneo e o fator Rh do motorista. O documento poderá informar também se o titular é ou não doador de órgãos. Pelo texto, a lei começará a valer 90 dias depois de publicada. O autor do PL, senador Rodrigo Cunha (União-AL), diz que, quanto à doação de órgãos, o questionamento a ser feito na emissão da carteira abrirá uma oportunidade para que a pessoa reflita sobre o assunto. Além disso, registre formalmente sua vontade no documento. Para ele, o registro ajudaria em muito a família na difícil hora de decidir a respeito da doação dos órgãos do parente falecido. A medida poderia também aumentar o número de famílias que dizem sim à doação de órgãos, outra importante forma de salvar vidas.
Fim das motos nos corredores? – A circulação indiscriminada de motos nos chamados corredores entre os carros é perigosa por provocar acidentes com consequências maiores aos fracos – no caso, o motociclista, o motoboy que ganha seu sustento diário. O fenômeno tem lotado os hospitais públicos e onerando o SUS.
E o que fazer? O deputado Marcos Soares (União/RJ) quer acabar com essa prática. Ou diminuir, quem sabe. Por isso, ele apresentouo Projeto de Lei 1549/2023, para alterar o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e proibir o tráfego de motocicletas, motonetas e ciclomotores entre veículos de faixas adjacentes. A proposta sugere que esses tipos de veículos circulem nas faixas utilizadas por automóveis ou em zonas exclusivas para motocicletas. Assim, se aprovado, os órgãos competentes deverão demarcar essas faixas em avenidas ou vias em que a velocidade ultrapassar os 50 km/h — igual já acontece em algumas avenidas na cidade de São Paulo. “É inegável que, ao trafegar no corredor, os motoqueiros correm mais riscos e têm chances maiores de sofrer um acidente. A principal razão para isso é a diferença de velocidade da moto em relação aos outros veículos, que geralmente é abusiva. Isso porque muitas pessoas passam no corredor na mesma velocidade que na pista, pilotando até mesmo acima de 100 km/h. Nesse caso, basta um simples descuido para que um acidente fatal aconteça”, ressaltou.
Gasolina e etanol: 1º recuo de 2023 – O preço médio do litro da gasolina e do etanol registrou a primeira redução do ano, de acordo com o último levantamento do Índice de Preços Ticket Log (IPTL), referente ao período de 1º a 13 de abril. A gasolina foi comercializada a R$ 5,85 nas bombas de abastecimento do país, com recuo de 0,48%, se comparado com o fechamento de março. “A última vez que o IPTL identificou uma redução no preço da gasolina foi em dezembro do ano passado, quando o valor recuou 1,06% em relação a novembro”, destaca Douglas Pina, diretor-geral de Mobilidade da Edenred Brasil.
Ainda assim, diz ele, vale ressaltar que, neste ano, o preço do combustível já acumula alta de 9,94%. “Essas altas desde janeiro, acabam por refletir no mercado como um todo, pois como sinalizado no último Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os acréscimos no valor da gasolina também impulsionaram a alta deste indicador em março”, ressalta. Já o litro do etanol foi comercializado a R$ 4,58 no início de abril, com recuo de 0,40% ante março. “A última baixa no valor do etanol foi identificada em outubro, quando o preço do combustível ficou 4,58% mais barato em relação a setembro”, completa Pina.
Todas as regiões brasileiras registraram redução no valor da gasolina. O preço médio mais baixo para o combustível foi identificado no Sudeste, onde o valor fechou a R$ 5,60, com recuo de 0,53%, em relação a março. A baixa mais expressiva foi no Sul, de 0,81%, que passou de R$ 5,65 para R$ 5,60.
Já o etanol mais barato do país foi comercializado nas bombas do Centro-Oeste, a R$ 4,08. Porém, foi no Nordeste que ele apresentou a baixa mais expressiva, de 0,89%, com o litro que saiu de R$ 4,61 para R$ 4,57. Na análise por estado, a Paraíba apresentou a média mais baixa para a gasolina, de R$ 5,42 e Roraima a mais alta, de R$ 6,61. A redução mais expressiva para o combustível, de 1,89%, foi identificada no Acre, que fechou com o preço médio de R$ 6,06; e o maior acréscimo, no Alagoas, de 1,22%, ante março, que fechou com o valor a R$ 6,03.
Ao contrário da gasolina, o etanol comercializado no Acre teve o aumento mais expressivo do país, de 4,37%, que passou de R$ 4,37 para R$ 4,56. Já o Piauí concentrou a redução mais expressiva para o combustível, de 4%, que passou de R$ 4,75 para R$ 4,57. O preço médio mais alto para o etanol foi registrado no Pará, a R$ 5,30, e o mais baixo, a R$ 3,79 no Mato Grosso.
“No período, o etanol foi considerado o combustível mais vantajoso para abastecimento nos Estados do Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo. Os demais tiveram a gasolina como a opção mais viável. Vale ressaltar que o etanol é considerado ecologicamente mais vantajoso para abastecimento, por ser capaz de reduzir consideravelmente as emissões de gases responsáveis pelas mudanças climáticas”, reforça Pina.
Novo BMW X1 brasileiro – Até que enfim a BMW começou a produzir o novo X1 na fábrica de Araquari, Santa Catarina. Ele foi lançado há 6 meses na Europa. A produção do modelo faz parte do aporte de R$ 500 milhões anunciado em novembro de 2021. Além do novo X1, a fábrica de Araquari também é a responsável pela produção do Série 3, do X3 e do X4. Mas, um detalhe, a planta de Araquari é a única no mundo que só produz modelos a combustão. A planta do tem área de 1,5 milhão de metros quadrados, sendo 112.893 metros quadrados de área construída. O novo BMW X1 chega com muitos atrativos para continuar sua jornada de sucesso no país. O modelo encerrou 2022, pelo sexto ano consecutivo, na liderança do segmento de SUV Premium.
Toyota: vem aí novo híbrido flex – A Toyota divulgou que vai investir R$ 1,7 bilhão na fabricação de um novo carro compacto no Brasil, de motor híbrido flex. Parte desses recursos virão da adesão da marca japonesa ao Programa ProVeículo Verde, do estado de São Paulo – que incentiva projetos de desenvolvimento de veículos menos poluentes por meio da liberação de crédito acumulado de ICMS. O modelo será produzido em Sorocaba (SP) e estará disponível para venda no final de 2024.A adesão da montadora japonesa ao programa possibilitará a execução de dois projetos em sua unidade de Sorocaba: R$ 1,63 bilhão para o novo híbrido flex e outros R$ 61,8 milhões para atualizar o Corolla Cross. Este é o maior valor de investimento já programado no âmbito do ProVeículo Verde desde o seu lançamento.
Bolt EUV elétrico – E o segundo carro elétrico da Chevrolet no Brasil chegará nos próximos dias, segundo revelou o portal INSIDEEVs, a partir de confirmação de Santiago Chamorro, presidente da General Motors América do Sul. O executivo não deu mais detalhes sobre como será o lançamento do veículo ou quanto irá custar. A chegada do Bolt EUV estava desde junho do ano passado. O crossover seria o primeiro lançamento entre os elétricos, seguido por Blazer EV e Equinox EV, antes previstos para 2024.
Como transportar bagagens sem levar multas – É óbvio que o transporte de bagagens precisa seguir a lei. E não só para evitar multas, mas também para garantir a segurança do condutor e dos passageiros. A pedido da coluna De bigu com a modernidade, a LeasePlan, líder mundial no setor de carro como serviço, preparou algumas dicas sobre transporte de bagagens.
Leis penalidades – Um dos erros mais comuns é colocar bagagem em cima do tampão interno do porta-malas. É importante saber: o artigo 105 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) proíbe essa ação! Sendo assim, “obstruir a visão do retrovisor interno de veículos de passeio é uma infração grave sujeita à multa”. Outro cuidado que o motorista precisa ter é em relação ao peso máximo que o veículo pode carregar. Essa informação pode ser encontrada no manual. Trafegar com excesso de carga é infração grave com penalidade de R$ 195,23 e medida administrativa de retenção do veículo até que a situação seja resolvida – até que o excedente de carga seja removido.
É permitido transportar bolsas, mochilas, pequenos objetos e embrulhos soltos no veículo? Sim! Esse tipo de bagagem pode ser transportada solta perante a lei. Mas, atenção: mesmo itens pequenos podem ser perigosos em caso de um acidente. Em uma batida, um desses objetos pode se chocar com um dos passageiros e até matar. O recomendado é transportar qualquer tipo de bagagem no porta-malas ou no porta-luvas. No caso de bagagens maiores, elas são consideradas cargas. Assim sendo, transportar grandes malas soltas ou outro tipo de bagagem grande é infração passível de multa.
Altura e peso no teto – O bagageiro de teto é uma opção para quem tem um porta-malas pequeno. Mas, fique ligado: os tetos suportam em torno de 50 a 80 quilos. Por lei, a carga não pode passar de 50cm de altura. Uma dica para quem vai fazer uso do bagageiro de teto é colocar itens de menor peso, mas que ocupam mais espaço dentro do carro. E é necessário prender a carga com cadeados e travas, para evitar que a bagagem caia na estrada e cause acidentes.
Cuidados com bagageiro no teto – O centro de gravidade do veículo muda depois da instalação do bagageiro de teto, deixando o carro mais instável. Então, é mais do que necessário reduzir ainda mais a velocidade para fazer curvas, já que há risco de capotamento. Dirija com cuidado!
Dicas extras
➨Malas devem ficar no fundo e nas laterais do veículo. No meio, o ideal é colocar malas menores e mais leves;
➨Sacolas e caixas de isopor devem ser colocadas por último;
➨Mochilas podem ir por cima das malas;
➨No tampão interno do porta-malas o ideal é viajar sem bagagem. Mesmo pequenos objetos podem ferir os passageiros em caso de acidente.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.
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