Centrão é novidade antiga  

Por José Adalbertovsky Ribeiro*     

O Centrão é novidade antiga, veio da Constituinte de 1988, de nome palatável Centro Democrático. O artigo a seguir foi publicado em 06.11.1987 na coluna Diário Político do Diário de Pernambuco, em meio às efervescências nas antevésperas da Constituinte de 1988. Republico os principais trechos do artigo como resgate de uma memória jornalística do nosso cenário político. Lá vamos nós:

O Centrão, que está à direita, agita a Constituinte. Colhe assinaturas para mudar o regimento e permitir apresentação de novas emendas. As últimas contas indicavam  a adesão de 286 parlamentares do total de 587 constituintes. Seriam 286 partidários da direita que investem na desestabilização da Constituinte? Longe disso. Os que assinaram o documento do chamado Centro Democrático vislumbram a perspectiva de modificar o regimento para apresentar novas emendas sem comprometimento ideológico. Nas condições atuais, quando está sendo votado o terceiro substitutivo, os parlamentares ficam limitados entre aprovar ou rejeitar.

Há quatro meses, enquanto os 93 membros da Comissão de Sistematização debulham artigo por artigo da maçaroca produzida pelo relator Bernardo Cabral, os demais constituintes cumprem o ócio remunerado. De adiamento em adiamento só há a esperar que os sistematizadores cheguem ao texto final. Esta seria a razão prosaica que levou grande número de parlamentares a assinar o documento do Centrão. Estão indóceis para trabalhar.

Num ponto o substitutivo da Constituinte merece críticas unânimes: o detalhismo, a floresta de artigos. Mas dá para podá-los, chegar a um documento mais sintético. Quem investe contra a Constituinte não vai por aí, não quer podar as árvores, quer tocar fogo na floresta. A alegação é que está sendo obra de uma minoria radical. Na Comissão de Sistematização, “minoria radical” quer dizer 47 votos, metade mais um de 93. Num conjunto de 93, sistema de ase 10, a aritmética milenar ensina que minoria seria menos ou igual a 46. O que não confere com as contas dos aliados do Centrão.

Posicionado à direita, o Centrão vislumbra na maioria insatisfeita uma massa de manobra. Nessa etapa final dos trabalhos na Comissão de Sistematização, os sinais são sintomáticos de que há um esforço redobrado para entornar o caldo. E os setores mais consequentes querem, ao contrário, decantar o caldo”.

O deputado pernambucano Ricardo Fiuza (antigo PFL) falecido em 2005, pontificava no centro de gravidade do Centrão, como articulador e cérebro pensante. O deputado Gilson Machado Filho (PFL) vinha em segundo plano. Havia uma disputa ideológica silenciosa entre eles.

Este artigo está contido no meu livro PLANETA PALAVRA (artigos do passado recente, artigos atuais e poesias), pelo qual tive a honra de ser incluído no catálogo de futuras publicações da Companhia Editora de Pernambuco – CEPE. Entidade difusora de cultura e preservação da memória histórica e política de Pernambuco, a CEPE, é um dos setores de excelências do Governo do Estado, por sua diretoria, sob a presidência de João Baltar Freire, e Conselho Editorial.

*Periodista, escritor e quase poeta

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Pacificar ou revolucionar, eis a questão. Pacificar também significa uma revolução. Esta Ilha de Vera  Cruz, Terra da Santa Cruz, terras do Novo Mundo do Monte Pascoal, desde o achamento nos tempos de Pedrálvares, vem de insurreições golpes e contragolpes.

Nos primórdios a história de Pindorama e até o presente aconteceram  insurreições, conchamblanças e bois de fogo. Getúlio, JK e o Movimento Civil-Militar de 1964-1968 concederam anistia aos rebeldes e nunca perseguiram os adversários.

“Pedro, tu me amas? Apascentai as minhas ovelhas”, diz a sentença proverbial. Os manipuladores das seitas ideológicas só amam o poder de corrupção, só amam os ditadores assassinos Nicolas Maduro e Daniel Ortega e o fantasma do energúmeno Fidel Castro. Elvis vive! Fidel vive para eles. Nestes tempos de bois de fogo, somente uma nova anistia seria capaz de apascentar os corações das ovelhas, dos lobos, traíras e carcarás deste conflitado e amargurado Brazil.

A Monarquia brasileira nunca jamais foi revogada. O golpe da República em 1889 apenas  desterrou o Imperador-estadista Dão Pedro II, exilado em França, e empoderou as majestades da República dos carcomidos. Dão Pedro reinou durante 58 anos, sem nunca ter sido acusado de corrupção. Se fosse corrupto teria reinado até a idade de Matusalém.

A Companhia Editora de Pernambuco – CEPE vem de uma performance de excelências nas administrações e governos anteriores. Sob a direção de Ricardo Leitão na gestão passada, o padrão CEPE editorial conquistou excelência nacional. O novo presidente, João Baltar Freire, e seus diretores encontraram a casa em condições de continuar positiva e operante. Mão na roda, Baltar!

Saúdo com satisfação a reedição pela CEPE de tetralogia do magistral poeta pernambucano Marcus Accioly – Sísifo, Ixion, Narciso e Érato. Marcus faleceu em 2017 e deixou um legado admirável. Sua temática contém altos teores épicos e eruditos com mergulhos homéricos no mundo da mitologia, dos deuses e das musas. Marcus, com quem mantive boa amizade pessoal, foi meu ídolo na poesia contemporânea e de sempre. Guardo dele uma crônica intitulada “Romeu e Julieta”, publicada no Jornal do Commercio em abril 2017 e comentada por mim com entusiasmo.

Meu livro PLANETA PALAVRA tem prefácio do renomado jornalista nacional José Nêumanne Pinto e do notável acadêmico e médico Alvacir Raposo. Resgata artigos da época da anistia de 1979, das diretas e da Constituinte de 1988 , crônicas atuais  publicadas nesta Folha e no magnífico Blog do Magno, e voos poéticos. É o quarto rebento da minha prole intelectual e eu boto a mão no fogo por ele, em termos jornalísticos e literários. Eu sou um pai amoroso, rezo por ele. O contrato foi assinado no ano passado e a publicação pela CEPE será para mim motivo de grande orgulho e alegria.

O selo da CEPE é garantia de alto padrão de qualidade editorial.

*Periodista, escritor e quase poeta

Dedico este artigo ao meu colega Billy Blanco, autor do Estatuto da Gafieira  

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA –  Ucrânia é aqui. A cada momento explode um míssil nesta Terra de Vera Cruz, a terra da verdadeira cruz. As tripas e o coração de Pindorama estão fraturadas e estão sangrando. É sangria desatada. A quem interessa encharcar nossas terras auriverdes de sangue, suor e lágrimas? O Brazil não merece ser uma Venezuela.

Nenhuma Nação prospera em meio a conflagrações ideológicas e chafurdaçoes. O Brazil precisa de estabilidade social para trabalhar e  prosperar. Quadrada, a roda não anda. Ao ser pacificado, o Brazil precisa tocar a mãos na roda para ser feliz. Os senhores das guerras ideológicas decretaram que os inimigos entre si devem ser exterminados, estraçalhados.

Nos tempos da anistia (1979) o general-presidente Ernesto Geisel falou para o líder Ulisses Guimarães: “Segure seus radicais que eu seguro os meus radicais”. A palavra de ordem dos líderes das seitas de agora é a seguinte: “Vamos atiçar nossos radicais para se engalfinharem uns com os outros”. A palavra de ordem é sangrar e  esfolar os inimigos até a última gota de hemoglobina.

Os vitoriosos deveriam ser magnânimos. Prestigiar o líder dos depredadores do MST em viagem à China e hostilizar o agronegócio ao chamar produtores rurais de “fascistas”, isto sinaliza radicalização ideológica. Quem exporta grãos e alimentos, gera riquezas e reservas para a economia é o agronegócio industrializado e mecanizado. O MST produz depredações e mal gera sustento para suas famílias. Os desvalidos do movimento são massa de manobra para profissionais de invasões de propriedades sustentados por ONGs parasitárias. Bárbaros ogros depredam laboratórios de pesquisas, desrespeitam o direito de propriedade e matam rebanhos. Reforma agrária de verdade pressupõe infraestrutura em eletrificação rural, mecanização e irrigação. O mais é demagogia e retórica vazia.

Nos tempos inocentes havia chafurdações, pra cima e pra baixo do pescoço tudo era canela. A malandragem obedecia ao estatuto da gafieira. “Moço, olha o vexame! O ambiente exige respeito. Pelo artigo 120/ o distinto que fizer o seguinte: subir na parede/ dança de pé pro ar/ debruçar-se na bebida sem querer pagar/ abusar da umbigada/ de maneira folgaz/ prejudicando hoje/ o bom crioulo de amanhã/ será distintamente censurado./ Se balançar o corpo/ vai pra mão do delegado”.

O que fizeram com nosso Brazil? Revogaram o Estatuto da Gafieira, uma instituição nacional de responsa. Somente restou o capítulo da Umbigada, e o povo brasileiro continua a levar umbigadas, impunemente. As majestades nacionais, de maneira folgazã, debruçam-se nos cofres públicos e mandam a conta para os Zés Manés. “Pelo artigo 120” da letra do Estatuto, os dançarinos que tentam subir na parede vão pra mão do delegado para serem presos, censurados e esculachados. O delegado virou o “caveirão” e ao invés do samba de breque, a onda agora é o batidão do punk e do funk.

Ah que saudades do Brazil brasileiro do Estatuto da Gafieira! Eu era feliz. Ziriguidum!

*Periodista e escritor

Dedico este artigo ao meu colega o filósofo grego Zorba, autor da Dança da Cueca

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Olha só quem aflorou no recinto! O filósofo The Gaule! Ei-lo, formoso e faceiro, veio dar um rolé nesta cidade lendária. Em sua crônica de viagens, ele conta que viveu uma aventura eletrizante na cidade que chamam de maravilhosa, o Rio da Guanabara: foi assaltado aos pés do Cristo Redentor.  Os assaltantes, aliás, os suspeitos levaram todos os seus pertences, ficou só de cueca Zorba que havia comprado na Grécia.

Lá foi ele fazer um B.O. na delegacia. Logo foi alertado que poderia ser preso, em primeira instância, por chamar os ladroes de ladroes, ao invés de suspeitos. Seria crime de calúnia e difamação. Veio a saber que todos os ex-governadores da Baia da Guanabara foram presos por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Durante audiência recreativa de custódia, o ladrão confesso, aliás, o suspeito que afanou seus pertences foi solto por confessar que roubou apenas para tomar uma cervejinha. No final de semana havia degustado 12 cervejinhas com tira-gosto de picanha, churrasco e calabresa. As leis anticorrupção do Brazil e as audiências recreativas de custódia são instituições muito sérias, segundo The Gaule.

O gatuno de celular contou para The Gaule que um colega dele, um mega ladrão dos cofres públicos condenado a mais de 200 anos de cadeia, está soltinho da Silva, por bom comportamento, e poderá ser eleito governador novamente, ou senador da República. Ele começou a carreira artística de corrupto ao roubar celulares no calçadão de Copacabana, até galgar os píncaros da glória no Palácio da Guanabara.

Quando estava nas nuvens The Gaule foi informado de que o deputado e ex-procurador Deltan  Dallagnol havia sido cassado. Cometeu algum crime de lesa-pátria? Assaltou os cofres públicos? Nada disso. O crime dele foi trabalhar junto com o ex-juiz Sérgio Moro, dezenas de procuradores e delegados federais para recuperar dinheiro roubado da Petrobras e botar na cadeia os corruptos da LavaJato. Mexeu no vespeiro da corrupção. Os falsos democratas e as falsas vestais cumprem um silêncio pusilânime. The Gaule anotou para analisar o caso entre os processos kafkianos.

Voltei, Recife! Ao desembarcar no aeródromo dos Guararapes, ele foi informado de que havia um novo rio na cidade, o Rio Imbiribeira. Estranho! Não seria o Rio Beberibe?! Quando chove a Av. Imbiribeira é transformada em rio, inclusive com a presença de tubarões. Nadador intrépido do clube de regatas, The Gaule deu um mergulho e veio nadando até a Bacia do Pina. Nesse percurso, enfrentou piranhas, traíras e um tubarão tipo cabeça-chata na praia de Boa Viagem. Atracou-se com o tubarão, deu um golpe de karatê nas fuças dele e o bicho entrou em marcha à ré de volta ao porto de Suape.

The Gaule nem sabia que o Estaleiro Atlântico Sul havia falido, depois de receber investimentos superfaturados de mais de 500 milhões de reais do BNDES. Lembrou que o projeto de construção do Estaleiro era quase sério. Só os tubarões do asfalto ficaram milionários. O estaleiro ficou devendo mais de 2 bilhões. Adivinhe quem vai pagar a conta!

*Periodista e escritor    

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – UMA EPOPEIA DE 17 ANOS NAS NUVENS – No início do século 21, nós os velhinhos periodistas de 40 e 50 anos éramos viciados no chumbo das redações e das linotipos. Verdade, o chumbo de jornal era uma droga aliciante, assim feito a marijuana e os alcaloides, e contaminava a todos nós. Os periodistas mais destemidos bebiam chumbo derretido ainda lambiam os beiços. As letras de chumbo dos jornais provocam delírios feito LSD.

A gente vivia doidão na Galáxia da Imprensa de Gutenberg. Mogno Martins teve um insight. Criou este magnífico Blog e resolveu navegar nas nuvens de silício da internet. Será que o bicho endoidou de vez?! Eu perguntei. Nada disso. Ele estava ligado nas ondas dos discípulos de Bill Gates e Steve Jobs, os caras do admirável mundo novo digital. Para resumir a odisseia, eis aqui o blogueiro Mogno Magno Martins, líder pioneiro e empreendedor no universo digital de Pernambuco e do Nordeste. São bodas de rosas, 17 anos. As rosas falam que me sinto ancho e orgulhoso da vida em compartilhar deste magnífico espaço de avanços, batalhas e vitórias da comunicação e da informação. Viva o magnífico Blog!

O GRANDE IRMÃO ESTÁ DE OLHO  EM VOCÊ 

A inteligência artificial está na crista da onda, eis a realidade. A massa cinzenta do cérebro é uma massa falida, eles dizem.  Além do horizonte, o top intelectual é a intelijumência artificial. Isto, sem desmerecer nossos irmãos os jumentos, os jericos, a nobre família dos asnos. Eles são mansos de coração e símbolos da humildade. Jesus de Nazaré, Rei dos Reis, entrou triunfalmente em Jerusalém montado num burrinho. Ei-lo, o animal mais glorioso e imponente que o cavalo branco de Napoleão.

Relinchar é uma arte, e muitos artistas modernos se esforçam para produzir relinchos sonoros, a glória na mídia pós-moderna. A fuleragem venceu a arte. Nessa toada, os senhores das guerras, os doidos e intelijumentos tangem os destinos da humanidade, ou ambos os três.

Elon Musk disparou um foguete superinteligente para iluminar os cérebros da internet. Bobagem. Em alguma latitude do planeta os cérebros iluminados decretaram que as emissões estratosféricas dos satélites serão regulamentadas nas nuvens de silício, nuvens de silêncio.

O Rei Charles III foi coroado na Inglaterra. Ele reina na Inglaterra, Escócia, Cornualha, na Commonwealth, Nova Zelândia, comunidade britânica em geral. Reis coroados são leões coroados, reinam mas não governam. Nesta Terra de Vera Cruz, a terra da verdadeira Cruz, existem majestades sem cetro e sem coroa que mandam mais que o rei da Inglaterra. Deus salve o Brazil! A  multissecular coroa de Santo Eduardo é incrustrada de  centenas de diamantes e custa milhões e milhões de libras esterlinas. São joias extraídas das minas de nações colonizadas na África e na Ásia. São lágrimas das nações colonizadas.

Meu rei na Inglaterra, Reino Unido, Montanhas da Jaqueira, Serra da Borborema, Rua do Futuro et Orbi continua sendo Sir Paul McCartney, uma criatura abençoada por Deus e bonito por natureza.

Os monarcas dos poderes estão em guerra com as Big Techs. É brica de foice, relâmpagos de cataclismos. Nenhum mistério é saber que o projeto de governo das esquerdas ortodoxas é perpetuar-se no poder, por conta do seu DNA de raiz autoritária ou totalitária. Para tanto, o caminho das pedras inicial é dominar as nuvens da internet. O projeto das Big Techs é o lucro de mercado. Na China Continental, zero chance, devido à ferocidade da ditadura comunista. O novo czar Vladimir Putin controla a comunicação na Rússia com mão de aço bolchevique.

O chefe da tribo dos peles vermelhas avisou, sem medo de ser infeliz, que a carruagem de fogo será vitoriosa nesse capítulo de regulamentação das mídias.

Oi bicho, o Grande Irmão (personagem de George Orwell em “1984”) está de olho em você!

*Periodista e escritor

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Zé Nêumanne Pinto é um tecelão de palavras. Com as tintas e as fibras do coração, manufaturou mais um livro de poesias, desta vez “Antes de Atravessar”. Assim feito o bicho-da-seda que tece vestimentas de fios de ouro para o Rei Salomão, o poeta Neuma tece versos, poemas, cantigas. 

O bicho atravessou os sertões da Parahyba, o Vale do Rio do Peixe, as estradas de Uiraúna, cidade pequena, porém decente, as campinas da Serra da Borborema, as praias de Tambaú em João Pessoa até aterrissar na Pauliceia Desvairada.

O livro evoca a mãe Dona Mundika, que lia para ele na infância poemas das Espumas Flutuantes de Castro Alves (Dona Mundika era “afável, posto que estrábica”, como dizia Drumond), o pai Seu Anchieta Pinto, nas estradas do Sertão, memórias avoengas dos tempos de menino, as três irmãs ceguinhas emboladeiras na feira, os cinemas Capitólio e Babilônia, a Rádio Caturité, os ídolos da adolescência, os filmes de Glauber Rocha, as proezas de Zé Limeira e o Velho Tomé de Sousa ao lado de Orlando Tejo no açude de Bodocongó. Saudade maltrata.

Zé Nêumanne é arriado os quatro pneus pela regente da Isabelândia, a Madonnella da Rainha da Borborema. Ele é o tecelão da Isabelândia.

“Meu amor por você tem chama de vela e fulgor de estrelas. // Meu amor por você é forte que nem Sansão e frágil qual um bebê. // Meu amor por você fere como espinho e cheira feito jasmim”.

A gente somos todos Zés lá da Parahyba, do Vale do Rio do Peixe, do Sertão das Espinharas de Patos, da Rainha da Borborema, do Território Livre de Princesa Isabel, do por do sol em Cabo Branco ao som do Bolero de Ravel, do xaxado de Ravel ou do rock n’roll de Ravel. Somos os Zé Limeira, Zé Américo de Almeida, Zé Lins do Rego, Zé Gomes Filho/Jackson do Pandeiro!

O menino grande de Dona Mundica e Seu Anchieta Pinto plantou livros, filhos e açucenas. Nos tempos da Inocência em Campina Grande, cidade do algodão e dos tropeiros, a gente sentava praça na praça do cinema Capitólio e nos bancos escolares do Colégio Estadual da Prata. Ainda quase menino Nêumanne pegou um Ita e foi sentar praça na Pauliceia Desvairada. Começou a trabalhar como periodista na Folha de S. Paulo, lugar de gente grande. Vim, vi e venci, proclamou. A catraca do tempo rodou.

Zé Grandão do Vale do Rio do Peixe sentou praça na Academia Paraibana de Letras, ao contemplar as catedrais imensas no coração do poeta Augusto dos Anjos. Ele tece cantigas de amor para sua musa Isabel, a regente da Isabelândia, e cantigas de ninar para seu pimpolho Artur. O nome do filho evoca o genial poeta francês Arthur Rimbaud (ídolo de Nêumanne), que abandonou a poesia precocemente para mergulhar no turbilhão da vida sem fantasias literárias.

Arriba, paraibanos, jacksonpandeirianos, pernambucanos, paulistanos, ucranianos, gregos e troianos!

*Periodista e escritor

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Ao citar dados da ONU o guru vermelho falou no percentual de pessoas que padecem vítimas de distúrbios mentais. A pesquisa existe, é um dado científico. Não verdade refere-se, principalmente, a moléstias tipo o fanatismo religioso e ideológico e doenças da alma. Isto, nada a ver com pessoas portadoras de insuficiências genéticas. Estas são merecedoras de compaixão, solidariedade, amparo social e de saúde. Fanáticos, doidos mansos e doidos ferozes navegam na faixa da insanidade.

Mais que a ONU e seus potentados, a sabedora popular já fez o diagnóstico de que todos nós brasileiros temos um pouco de poeta, de médico e de parafusos folgados. Quem não tiver um parafuso meio enferrujado atire a primeira pedra, ou então use aquele produto White Lub à venda nas lojas de materiais de construção. Óleo de peroba só funciona para quem tem cara de pau.

O escritor inglês Oscar Wilde falava no “amor que não ousa dizer o próprio nome”, por ser homossexual, perseguido e preso sob os poderes dos moralistas da era vitoriana no final do século 19. Os regimes totalitários não ousam dizer o próprio nome, não por serem vítimas de preconceito e sim para exercer o dom de iludir.

O totalitarismo – fascismo, nazismo, comunismo – é causado por vírus ideológico e ataca sob a forma de surtos, epidemias, pandemias e pragas. Pessoas com parafusos folgados são mais propensas a contrair os vírus do totalitarismo. Hoje o comunismo é uma serpente em mutação, silente e traiçoeira. Os vírus do mal são transmissíveis via cerebral. Ainda hoje não existe vacina contra essas moléstias. Convém manter as mãos e a consciência limpas.

As pragas do nazismo e do comunismo exterminaram mais seres humanos no século passado que a pandemia da Gripe Espanhola, a Peste Pneumônica, na casa de dezenas de milhões de criaturas. Os vírus mortíferos são encarnação do mal emanados das trevas, na eterna luta do mal contra a criação divina. As mentes nazistas são filhas do cruzamento de Asmodeus com as serpentes das trevas. Nas raízes do tempo, uma praga chamada Revolução Bolchevique, em 1917, gerou uma aberração chamada União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

Apelidos de ditaduras comunistas: República Popular Democrática da Coreia (não é popular, muito menos democrática); República Bolivariana da Venezuela (o general Simon Bolívar foi um revolucionário anticolonialista, libertário e humanista. O legado dele está sendo ultrajado pelo facínora Nicolas Maduro e seus sequazes); República Popular da China (vem da dinastia de Mao Zedong, que governou de 1949 até o último suspiro em 1976. Um dos regimes mais tiranos da história da humanidade, o comunismo no Camboja adotou o nome de Kmer Vermelho.

Nazismo, comunismo e fascismo se equivalem em tragédias na história da humanidade adâmica. Estes são dados de realidade.

*Periodista e escritor 

Dedico este artigo ao meu colega o diplomata Henry Kissinger, Prêmio Nobel da Paz, que no Governo Nixon, década 1970, distendeu o diálogo da América com o Império Chinês.

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – O dragão comunista aflorou no recinto, discretamente, como convém. A China é aqui. O Congresso Nacional funciona na Praça da Paz Celestial dos Três Poderes. Depois da visita do presidente Lula ao Império Comunista Chinês, o Brazil agora sonha em embarcar na nova Rota da Seda, programa no qual são investidos centenas de bilhões de dólares nos países da Ásia, África e agora América Latina em projetos estruturantes de transportes, comunicações e meio ambiente. A nova Rota da Seda, de expansão do Império Chinês, foi criada pelo mandarim Xi Jimping em 2013.

A Roda da Seda na Antiguidade e Idade Média conectava a Ásia, o Leste Europeu, a Coreia, o Japão, o Egito e o Norte da África. Assim floresceram as civilizações do Antigo Egito, da Mesopotâmia e da Pérsia, principalmente através das navegações.

O nome da rota foi inspirado no bicho-da-seda, o tecelão de Deus em forma de lagarto. Eles tecem vestes mais preciosas que os mantos de ouro do Rei Salomão nos tempos de glória. Atualmente, noves fora a divindade, o bicho-da-seda foi cooptado pelo mandarim Xi-Jimping e tece alianças geopolíticas.

Aparentemente, eis uma maravilha preconizada pelo dragão chinês da bondade. Tipo assim: vamos abrir as portas da esperança! Seria comparável ao bilionário Plano Marshall, patrocinado pelos Estados Unidos, de reconstrução da Europa depois da segunda guerra mundial e para neutralizar a liderança da União Soviética. Depois do Plano Marshall foi criada, em 1949, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar dos aliados e que hoje congrega 30 países. Do lado da Rússia, existe o Pacto de Varsóvia.

O império comunista chinês possui reservas cambiais de 3,3 trilhões de dólares, modéstia à parte. Aí é onde mora o perigo. Essas montanhas de denários são armas de guerra. Possuem tanto poder de destruição quanto ogivas nucleares. Um disparo de centenas de milhões de dólares do Tesouro da China nas roletas internacionais pode causar terremotos nas bolsas de valores de New York, de Tokyo e Cabrobó. Com essa dinheirama os chineses podem comprar minérios, soja, rebanhos, cuscuz, corações, consciências, votos, viagra, tapioca, chicletes, banana, compram até a mãe de pantanha.

Num momento de delírio, com seus parafusos desregulados, o guru da seita vermelha propôs, ou seja,  sabe, criar uma moeda alternativa na movimentação comercial entre os países do bloco BRIC – Brazil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Ou seja, delirou, delirou. Se fosse dito pelo mandarim Xi Jimping com suas reservas de trilhões de dólares, abalaria as placas tectônicas do planeta. O guru da pele vermelha também propôs criar uma moeda do Mercosul. Com que roupa? Que tal a economia falida da Argentina?! Ou da Venezuela? Será que ele bebeu?

Arriba, sinologistas, budistas, globalistas, terraplanistas, otorrinolaringologistas,  paraibanos, pernambucanos, gregos e troianos.

*Periodista e escritor    

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Mil vezes errado dizer que a patotas vermelhas não têm programa de governo. Mais que um programa, eles possuem um programaço: perpetuar-se no poder. Começa pela implantação da censura, aliás, da regulamentação da mídia e aparelhamento dos órgãos de Estado. A chave de ouro do soneto é censurar em nome da liberdade de expressão. Quem tiver alguma dúvida levante o braço! Ninguém duvida.

Não por acaso o comissário Dirceu, esquerdista ortodoxo treinado pela ditadura de Cuba, propôs reeleição do guru da seita em 2026 e três mandatos sucessivos da dinastia vermelha. Falou apenas três para não espantar a galera. No modo de ser politicamente correto, três é sinônimo de eternidade. Nem precisa combinar com o eleitorado… revoguem-se as disposições judiciais em contrário.

Quando estiver mais velho que Matusalém, já caindo os dentes, o barbudo será venerado como múmia da tribo de peles vermelhas e irá nomear um poste com raddar para sucedê-lo. Este é o modelo exportado pela ilha-presídio socialista de Cuba. As múmias comunistas Fidel Castro e Raul Castro comandaram a ditadura cubana desde 1959, e quem protestava era fuzilado no paredon a bem da revolução socialista. Em 2015 o Papa globalista Francisco foi beijar as mãos do tirano Fidel. Globalismo é o nome-vaselina do comunismo. Ano 2018, o energúmeno Raul Castro indicou, monocraticamente, o poste-cupincha Diaz-Canel para sucedê-lo.

Os líderes da seita vermelha e da seita do gado continuam morando em algum lugar do passado. O carro atolou desde 2002, quando a dinastia vermelha começou a trilhar os caminhos da perdição. Há mais de duas décadas o Brazil está atolado os quatro pneus e até o pescoço nesse atoleiro da cor de brasa.

De tanto estocar vento, Dilma irá estocar 250 mil dólares por mês na presidência do banco dos BRIC – Brazil, Rússia, Índia, China e África do Sul. De banco de desenvolvimento ela tanto entende, para não dizer o contrário, desde quando participava da Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares. Eis a socialista mais capitalista do mundo, a Rothschild da caterva vermelha.

Havia uma luz no atoleiro de brasas. Depois de fazer a travessia do mar vermelho, o capitão naufragou. Remou, remou e morreu na praia nesta Terra de Vera Cruz, a terra da verdadeira Cruz. Foi devorado pelos tubarões, traíras e carcarás. Os tubarões estão na terra, estão nos ares, nos mares, nos bares, em todos os lugares onde canta o carcará e onde cantava o sabiá.

Nos anos 2002 em vante, havia um deslumbramento com os ídolos vermelhos. Mas, a catraca do tempo rodou e os refletores exibiram piolhos nas barbas revolucionárias. Apesar das manobras jurídicas, é impossível revogar os piolhos larápios do Petrolão. Os piolhos não falam, os piolhos simplesmente exalam o perfume de bilhões de denários que roubaram de ti, Petrobras.

Arriba, nortistas, sulistas, baianos, paraibanos, pernambucanos, gregos e troianos!

*Periodista e escritor    

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Os primeiros 100 dias do novo Governo Lula são simbólicos. Esta seria a crônica da paz e amor, regados a picanha e cerveja. Na alvorada do novo tempo dirão: ainda é muito cedo, são 7 horas da matina. Num dos clássicos da canção pop internacional dos anos 1960s e 1970s, Bob Dylan cantou: a resposta está soprando no vento, blowin’ in the wind.  Aqueles foram os anos dos sonhos psicodélicos e revolucionários. Os sonhos acabaram e os pesadelos continuam.

O governo da esquerda decretou luta feroz contra o Banco Central, contra o dólar, conta a Bolsa de Valores, contra o agronegócio e contra o fantasma de Bolsonaro. Somente não decretou guerra contra os lobos e as lobas do Centrão e os caboclos mamadores do Orçamento Secreto. Existe uma sentença histórica: os governos socialistas e de esquerda não esquecem jamais e não aprendem jamais. Até hoje esta sentença não foi revogada. E o Doutor Chuchu se mantém em stand-by.

O vermelhão prometeu perseguir o ex-juiz Sérgio Moro até nas profundezas do mar. Esqueceu os desembargadores de segunda e terceira instância que também condenaram os corruptos do Petrolão. A resposta está soprando no vento e em nossas ventas.

FOLHA, 25 anos – No transcurso do 25º aniversário de existência desta Folha de Pernambuco, sinto-me no dever de prestar meu depoimento sobre o empresário e comunicador editorial Eduardo de Queiroz Monteiro. Em primeiro plano, eu o identifico como um líder empresarial visionário. Ouvi certa vez do timoneiro Armando Monteiro, pai, que Eduardo era um empreendedor ousado.

Noutros tempos, quando o grupo EQM arrendou o Diário de Pernambuco, fui demitido do jornal por um editor de plantão. Na época, movido por destilados malévolos e em meio ao terrorismo dos famigerados Programas de Demissões Voluntárias do Banco do Brasil, perdi o equilíbrio emocional e cometi desatinos. Nesse contexto, fui injusto com Eduardo. 

O tempo rodou as catracas. Uma noite encontrei com Eduardo no lançamento de um livro do pai de Mogno Martins, Seu Gastão. Meti os peitos e encarei a fera: “Eduardo, gostaria de falar com você”. “Pois sim, Adalberto”. Fiz um mea culpa, questão de consciência. “Estamos zerados”, ele respondeu. Ficamos zen. Poderoso e vitorioso, se fosse um cara pobre em espírito poderia ter alimentado ressentimentos ou ser hostil comigo. Mas, o cara é magnânimo e generoso.

Novo lance, fevereiro de 2020. Nessa época eu escrevia eventualmente para a página Opinião do DP. Enviei uma cópia de  artigo para E.M. e ele respondeu: “Escreva para nossa Folha, nos dê essa honra.” Oxente, só se for agora, respondi. Desde então acionou seus competentes discípulos Leusa Santos e Fábio Guibu para publicar minhas garatujas. E cá estou o papaizinho, honrado em ocupar espaço nobre nesta Folha, líder na mídia de Pernambuco e nacional. Também sou testemunha da lealdade e gratidão de Eduardo em relação ao nosso amigo comum deputado Inocêncio Oliveira, que hoje cumpre o repouso do guerreiro em sua choupana na Av. Boa Viagem.

Hasta la vista, Eduardo, tu sôis um cara rochedo!

*Periodista e escritor