Novo ‘palácio voador’ de Lula pode custar até R$700 milhões

Por Cláudio Humberto*

O governo quer aproveitar o incidente com o Aerolula, após decolar do México na terça (1º), para “descongelar” a compra de outra aeronave, como Lula (PT) quer: zerada, maior, mais confortável e muito mais cara. Ainda sem nada por dentro, o novo “palácio voador” pode custar mais de US$80 milhões, quase R$500 milhões. Para instalar acomodações e “decoração”, a previsão é de R$200 milhões a mais. A estimativa leva em conta o Airbus A-330/200, que o governo quase adquiriu há um ano.

Sem esperar muito

Encontrado na Suíça, o Airbus A-330/200 era o único disponível no mercado para entrega imediata. E Lula não precisaria esperar muito.

Como um xeique

Usado por xeiques e príncipes árabes, o “palácio voador” tem suíte com chuveiro, gabinete privado, sala de reuniões e 100 assentos de 1ª classe.

Excesso contido

A compra quase foi fechada em setembro de 2023, mas o déficit primário até então de R$71 bilhões e o medo das críticas “congelaram” o negócio.

Medo presidencial

O avião com Lula e mais 15 pessoas voou em círculos por 5 horas, só com uma turbina e descartando querosene. Houve pânico a bordo.

Do Diário do Poder*

Por João Humberto Martorelli

A advocacia, que pena, tornou-se um grande negócio. Com o acesso à justiça facilitado pelos recursos facultados ao jurisdicionado pela Constituição de 1988, o Código de Defesa do Consumidor abrindo uma porta enorme para a multiplicação de litígios, o novo aparato da Fazenda Pública e diversos outros fatores.

Aliando-se a isso tudo a multiplicação de faculdades de ensino jurídico no país, que despejam no mercado anualmente milhares de profissionais, o número de processos explodindo, as empresas, de modo geral, viram-se obrigadas não só a montar departamentos jurídicos eficientes, mas a terceirizar as defesas com grandes escritórios de advocacia.

No início da década de 90, eram poucos os escritórios no Brasil que tinham estrutura empresarial adequada para atender as demandas, mas, aos poucos, eles foram aparecendo e construindo um ambiente em que, mercê da enorme necessidade de capital para fazer os investimentos necessários, sobretudo em pessoal e tecnologia, criou-se uma mentalidade diferente no meio jurídico.

Multiplicaram-se as grandes estruturas empresariais de advogados, formando-se sociedades que são verdadeiras corporações, algumas delas já superando a casa do bilhão de faturamento.

Replica-se, sobretudo no Sudeste e particularmente em São Paulo, o modelo norte-americano: o advogado detém o core business, agregando-se à estrutura profissionais de diferentes áreas, nomeadamente de tecnologia da informação, auditores, contadores, experts em engenharia, psicólogos, administradores e muitos mais.

Em razão do crescimento dos escritórios, começam a surgir as mais estapafúrdias ideias que podem levar ao desvirtuamento da advocacia como profissão liberal, de prestação de serviço pessoal, na qual está embutida a ideia de sacerdócio, dedicação, estudo, ética, compromisso com a justiça e com os princípios sagrados de defesa da sociedade, do Estado de Direito, da liberdade, da igualdade e da fraternidade.

As novas corporações despertam a cobiça e a ganância como valores maiores do que aqueles ideais ínsitos à profissão. Não é raro encontrar hoje em dia sócios controladores de grandes escritórios que deixaram de lado o saber jurídico e se tornaram empresários da advocacia, limitando-se a captar clientes sem zelo e sem ética na maior parte dos casos, comandar a organização em seus aspectos físicos, organizacionais e operacionais, mas sem nisso se incluir o saber jurídico que o habilite a comandar uma sociedade de advogados no que ela tem de mais essencial, a melhor técnica jurídica.

Haveremos de encontrar por aí quem não saiba manusear o Código de Processo, ou quem pense que o anteprojeto de Código Civil é para modificar o Código de 1916. Mas essa é a escolha de cada um.

O que me preocupa é que esses novos empreendedores não apenas querem fazer da advocacia um negócio, como já fazem, mas introduzir no ordenamento jurídico regras que desnaturam por completo a essência da profissão.

Já houve quem propusesse a possibilidade de os escritórios abrirem capital. Certo que é um exagero, e é certo também que o modelo existe em alguns países de direito anglo-saxão, mas essa ideia absurda é apenas a ponta do iceberg.

Está em curso no Congresso o Projeto de Lei 3.985/23, que propõe a alteração do Estatuto da Advocacia para permitir que profissionais com curso superior passem a integrar a sociedade de advogados.

Assim, aqueles profissionais acima citados que, atualmente, até podem integrar, como apoio, a estrutura de uma sociedade de advogados, passariam a poder deter o controle dessa sociedade, comprometendo irreversivelmente alguns atributos que são do advogado, e apenas dele, porque só ele, inclusive, é elevado ao mister constitucional de administração da justiça: o sigilo profissional, por exemplo.

A advocacia está correndo o risco de ser desmantelada pela nova mentalidade de negócio, e contra isso devemos nos insurgir da forma mais veemente.

Devemos lutar para manter a essência da profissão como prestação de serviço pessoal, comprometida com os deveres inerentes à profissão, e, longe de não poder o advogado progredir em seu escritório, que o faça sem perder o compromisso com a advocacia soberana e independente, livre do jugo do dinheiro.

Não tenho dúvida de que o lado certo da advocacia soberana e independente estará, nas próximas eleições da Ordem, com Ingrid Zanella, cujo compromisso com a essência da advocacia e a intransigência com aqueles que praticam a advocacia como negócio serão fundamentais na luta em defesa dos princípios de nossa profissão.

Por José Adalberto Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – O barão de Drummond, João Batista Viana, era um nobre de bom coração. Idos de 1892, na alvorada da República, mantinha com recursos próprios o jardim zoológico no Rio de Janeiro. O título de nobreza lhe fora outorgado no Império.

Saudades da Monarquia! Se não fosse o golpe de Deodoro da Fonseca, eu poderia hoje ser um nobre, tipo o Conde da Jaqueira ou o Marquês da Serra da Borborema. O blogueiro Magno Martins seria o Barão do Vale do Pajeú. A costela dele, Nayla, seria a Baronesa de Arcoverde. Mas, pobre de mim, eu sou apenas um algoritmo nas nuvens de silício da Internet.

Eu adoro meus pets, dizia o Barão enquanto cavalgava com seu cavalinho pocotó, pocotó, pocotó. Mas manter um zoológico custa caro. Ele não possuía uma empresa Bet para lavar dinheiro, nem era candidato para se locupletar das verbas do fundo partidário. O preço das rações estava cada dia mais caro no Carrefour e o capim gordura mais uma vez tinha subido de preço.

Ele tinha lido o livro Interpretação dos Sonhos de Sigmund Freud e de noite sonhou com o Baú da Felicidade de Silvio Santos. Entonces, criou Loteria dos Bichos, com 25 figurinhas de nossa fauna, de avestruz a vaca. Cada visitante do zoológico recebia um bilhete com a figurinha de um bicho e, se fosse sorteado, beleza!

O Barão de Drummond começou a ganhar muito dinheiro com o jogo do bicho. Comprou um jatinho 14-Bis de Santos Dumont e uma carruagem Ferrari, top de linha, movida a tração animal por seu cavalinho Pocotó, para dar um rolé nas ruas do Rio de Janeiro. O cavalinho relinchava de alegria.

VIVA ROBERTO! No percurso de mais de 60 anos de estrada, com talento, competência e muito trabalho, Roberto Carlos, um artista iluminado, se apresenta em shows seletivos e em seus próprios shows. Em tempo algum explorou recursos públicos em shows superfaturados de Prefeituras e Governos.

Neste tempo de Bets e riquezas mal-assombradas, sub-artistas cafuçus, zero talento e zero respeitabilidade, assinam contratos milionários para apresentação em Prefeituras pobres do interior e até em capitais, na base do ra-ra. O nome disto é corrupção explícita.

Essas arapucas de apostas eletrônicas praticam crimes de extorsão da economia popular. A sangria é grande e já afeta o endividamento da população. Rico não joga nas Bets. Essa invenção é um sumidouro de dinheiro dos pobres.

O MC Serginho escreveu um poema em homenagem à eguinha Pocotó, viúva do cavalinho Pocotó. Quanta delicadeza! “Vou mandando um beijinho/ pra filhinha e pra vovó./ Só não posso esquecer/ da minha eguinha Pocotó/ Pocotó Pocotó Pocotó. O jumento e o cavalinho/ eles nunca andam só/ quando saem pra passear/ levam a égua Pocotó/ Pocotó Pocotó Pocotó!”. Estou emocionado.

Viva o Barão de Drumond! Viva o cavalinho Pocotó! Viva a eguinha Pocotó! Viva eu! Viva tu! Viva o rabo do tatu!

*Periodista, escritor e quase poeta

Por Pablo Diego Veras Medeiros*

Alguns dos perfis que têm crescido bastante na Internet têm como conteúdo entrevistar profissionais de sucesso com a seguinte pergunta: “Como você fez para chegar até o lugar que está hoje?”. O mote principal é incentivar quem está começando, através do seu exemplo. Como primeiro advogado do meu núcleo familiar, filho do meio de cinco filhos, muitas vezes me perguntei como os grandes advogados e advogadas se tornaram referências.

A verdade é que os mais antigos pavimentaram suas histórias em um cenário muito diferente do atual, que, com a tecnologia e as redes sociais, exige do novo profissional cada vez mais.

Se antes era fácil passar no Exame de Ordem ou nos concursos públicos, hoje a hiperconectividade e o ambiente competitivo mudaram tudo. É por isso que a Ordem dos Advogados, em sua atual gestão, tem chegado tão perto de quem mais precisa: quem está começando.

Um ex-presidente da OAB-PE publicou um texto que expressa bem a arrogância de quem nunca precisou de ajuda na carreira. O ponto central do texto — convido todos a lerem — é: a gestão atual se tornou, nas suas palavras, “muito assistencial”.

Os comentários criticam a OAB de Pernambuco, destacando que há “muito assistencialismo”. Noutras palavras, demonstram raiva de quem ousou quebrar as correntes do próprio destino para fazer dar certo na advocacia de maneira ética, mesmo sem ter herdado uma carteira de clientes, como parecem os comentaristas.

Criticam, portanto, a atual gestão por trazer muitos serviços aos novos advogados, como capacitação contínua através de cursos e pós-graduações, programas de descontos no primeiro token, descontos na anuidade e espaços de coworking, do cais ao Sertão. Vale dizer que tal figura registra que mudou de lado por não se encaixar mais no grupo que ele teria construído há quase duas décadas e defende a renovação.

Pergunto: renovação para quem? Para um grupo que não sente as dores de quem está começando? Para um grupo que não quer largar as cadeiras que ocupou há quase duas décadas e não quer deixar jovens advogados ascenderem profissionalmente? Para um grupo que diz renovar, mas que nunca elegeu nenhuma mulher?

As fotos na galeria de ex-presidentes fazem a OAB de Pernambuco parecer um clube de homens, que poderiam ser da mesma família. Então, somente hoje, com os auspícios de a OAB -PE ser ocupada pela primeira vez por uma mulher que começou sua carreira do zero, atendendo em coworking, ladeada por outra, ambas professoras e advogadas, o ex-presidente achou que aquele ali não mais era o seu lugar. Faz todo sentido. Provavelmente não é mesmo.

Os cansados caciques, com textos e referências arrogantes à nobreza, não querem levantar para abrir espaço para uma gestão verdadeiramente renovadora, conduzida por uma advogada e professora que se importa com a advocacia, com o exercício profissional, com a capacitação contínua, e que sempre atendeu a todos — inclusive a este advogado e professor, que começou sua carreira atendendo em cafés e que, graças à gestão atual, as novas gerações não mais precisam passar por esse duro começo sozinhas.

A luta do momento é garantir que a OAB-PE continue a avançar, garantindo o exercício profissional, as prerrogativas da advocacia e abrindo portas para quem está começando, portas essas que antes eram abertas apenas para alguns. Isso, em resumo, é o que incomoda a dita renovação, composta, na verdade, por antigos chacais, feras feridas com uma embalagem (essa sim) renovada.

*Advogado, professor, doutorando e mestre em Direito.

Por Pedro Henrique Reynaldo Alves*

Andei relendo o clássico de Tomasi di Lampedusa, O Leopardo (Il Gatopardo). Inspirado na trajetória de um nobre antepassado do próprio autor, Don Fabrizio, o livro traz grandes reflexões políticas de uma era marcada pelo declínio da aristocracia siciliana. Numa de suas célebres citações o Príncipe de Salina acentua: “Nós fomos os Leopardos, os Leões; quem nos substituirá serão os pequenos chacais, as hienas; e todos — Leopardos, chacais e ovelhas — continuaremos a acreditar que somos o sal da terra.” Logo me veio um inevitável paralelo com a Ordem dos Advogados do Brasil, uma instituição de tantos feitos e glórias passadas, cujo declínio parece ter se iniciado.

Há 18 anos reunimos um grupo de colegas, imbuídos de firme propósito de mudança e, sob a liderança de Jayme Asfora, inauguramos um novo ciclo na Ordem, destronando o que acreditávamos estar em declínio, seja na esfera estadual como na nacional. Se sucederam gestões exitosas, compromissadas com o papel de “sal da terra” de nossa instituição, num compromisso, com a advocacia e a sociedade, de velar pelos valores mais puros de nossa Constituição, com independência, coragem e altivez.

Acreditando que o ativo mais valioso da OAB não é material mas sim moral, mesmo não nos descuidando das obras de “pedra e cal”, a principal preocupação de nosso grupo era sobretudo cumprir com destemor o papel de representantes dos advogados, sempre “combatendo o bom combate”, mesmo a custas de desgastes com as autoridades constituídas, em prol do fortalecimento de nossa classe.

Olhando os tempos atuais, sinto que a OAB parece ter se perdido de seu virtuoso caminho, ocupando-se em demasia com assistencialismo, como se fosse um mero Clube de Serviços, sem conseguir disfarçar sua inação diante de tantos descalabros cometidos contra o Direito e o próprio exercício da advocacia. Essa omissão complacente, infelizmente, veio acompanhada de outros vícios, como a falta de transparência, hipocrisia e indevida interferência política no processo eletivo de advogados(as) para vaga de Desembargador(a) no TJPE.

O crescente distanciamento dos advogados dos órgãos jurisdicionais, a postura tirânica do STF, dentre outros abusos cometidos, sob a inércia da Ordem, vêm contribuindo para uma falsa normalização do inaceitável, agravando o desprestígio de nossa classe. Nossos mandatários parecem não compreender que suas omissões, motivadas por receios pessoais de represálias, trazem enorme custo para a advocacia e toda sociedade.

Os atuais “Leopardos” da OAB possuem grande vocação para o garbo e se mostram sempre fotogênicos nos salões e eventos sociais. Já no cumprimento de seus deveres de defesa das prerrogativas dos advogados, eles rugem como leões para Cabos e Soldados, enquanto miam como gatinhos para Juízes e Desembargadores. Tal como as hienas, animais necrófagos, adoram “cachorros mortos”, mas temem qualquer animal poderoso, que possa ameaçar suas carreiras profissionais.

Percebo que o prestígio da advocacia vem involuindo e que nunca experimentamos tamanho distanciamento dos órgãos e serventias jurisdicionais, o que evidencia uma fadiga de material humano e político na OAB/PE que reclama urgente renovação.

A luta do momento é para preservar a nossa dignidade profissional, seriamente ameaçada, pelo que conclamamos cada advogado(a) a atuar com coragem e independência, virtudes ausentes em nossos(as) atuais líderes da classe. Como acentuado na célebre citação do referido livro, “se quisermos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude”.

Do Diario de Pernambuco

*Ex-presidente da OAB/PE

Por Luiz Queiroz
Do Capital Digital

A “Cúpula do Futuro” defendeu o papel da União Internacional de Telecomunicações (UIT) e seus esforços para elevar o padrão de acesso à Internet dos países mais pobres através da conectividade significativa e do desbloqueio “de todo o potencial das tecnologias digitais e emergentes”. Os países integrantes da ONU signatários do documento entendem que será preciso a formulação de mais parcerias com as empresas de telecomunicações nessa direção.

“Comprometemo-nos a conectar todas as pessoas à Internet. Reconhecemos que isso exigirá parcerias fortes e maiores investimentos financeiros em países em desenvolvimento por parte de governos e outras partes interessadas, em particular o setor privado. Afirmamos o importante papel da União Internacional de Telecomunicações no avanço da conectividade universal e significativa e a convidamos a continuar seus esforços. Reconhecemos que soluções inovadoras podem ajudar a fornecer conectividade de alta velocidade para, entre outras coisas, áreas carentes, remotas e rurais”, destaca o documento.

Uma das maiores preocupações dos países é que a falta de investimentos e de linhas de crédito para a execução de políticas públicas voltadas para a conexão de áreas remotas, se persistir no atual modelo, como está, isso causará um aumento do fosso que vem separando os países ricos dos pobres no desenvolvimento tecnológico.

Até 2030 os países se comprometem a cumprir uma série de formalidades para garantir mudanças nesse ambiente, como forma de gerar desenvolvimento global através do uso das conexões de Internet:

(a) Desenvolver e fortalecer metas, indicadores e métricas para conectividade universal significativa e acessível, com base no trabalho existente, e integrá-los em estratégias de desenvolvimento internacional, regional e nacional;
(b) Desenvolver mecanismos e incentivos de financiamento inovadores e combinados, incluindo em colaboração com governos, bancos multilaterais de desenvolvimento, organizações internacionais relevantes e o setor privado, para conectar os 2,6 bilhões de pessoas restantes à Internet e melhorar a qualidade e a acessibilidade da conectividade. Visaremos custos de assinatura de banda larga de nível básico que sejam acessíveis à maior parte da população;
(c) Investir e implantar infraestrutura digital resiliente, incluindo satélites e iniciativas de rede local, que forneçam cobertura de rede segura e protegida para todas as áreas, incluindo áreas rurais, remotas e de “difícil acesso”, e promover acesso equitativo às órbitas de satélite, levando em consideração as necessidades dos países em desenvolvimento. Visaremos acesso universal a taxas acessíveis e em velocidades suficientes, bem como confiabilidade para permitir o uso significativo da Internet;
(d) Mapear e conectar todas as escolas e hospitais à Internet, com base na iniciativa Giga da União Internacional de Telecomunicações e do Fundo das Nações Unidas para a Infância, e aprimorar os serviços e capacidades de telemedicina;
(e) Promover a sustentabilidade em todo o ciclo de vida das tecnologias digitais, incluindo medidas específicas do contexto para aumentar a eficiência dos recursos e para conservar e usar de forma sustentável os recursos naturais e que visem garantir que a infraestrutura e os equipamentos digitais sejam projetados de forma sustentável para enfrentar os desafios ambientais no contexto do desenvolvimento sustentável e os esforços para erradicar a pobreza;
(f) Incluir as necessidades das pessoas em situações vulneráveis ​​e aquelas em áreas rurais e remotas carentes no desenvolvimento e implementação de estratégias nacionais e locais de conectividade digital;
(g) Integrar uma perspectiva de gênero em estratégias de conectividade digital para abordar barreiras estruturais e sistemáticas à conectividade digital significativa, segura e acessível para todas as mulheres e meninas.

Capacitação digital

A Cúpula do Futuro defende maior cooperação internacional e financiamento para o desenvolvimento da capacidade digital em países em desenvolvimento, apoiando o conteúdo local e retenção de talentos. “Reconhecemos a importância das habilidades digitais e do acesso vitalício às oportunidades de aprendizagem digital, levando em consideração as necessidades sociais, culturais e linguísticas específicas de cada sociedade e pessoas de todas as idades e origens”, afirma o documento.

A meta dos países até 2030 será:

(a) Estabelecer e apoiar estratégias nacionais de habilidades digitais, adaptar os currículos de treinamento e educação de professores e fornecer programas de treinamento de adultos para a era digital. Nosso objetivo é a cobertura máxima de habilidades digitais básicas para o maior número possível, ao mesmo tempo em que avançamos com habilidades digitais intermediárias ou avançadas;
(b) Aumentar a disponibilidade, acessibilidade e preço de plataformas de tecnologia digital, serviços, software e currículos educacionais em diversos idiomas e formatos, bem como interfaces de usuário acessíveis para pessoas com deficiências;
(c) Direcionar e adaptar a capacitação para mulheres e meninas, crianças e jovens, bem como idosos, pessoas com deficiência, migrantes, refugiados e pessoas deslocadas internamente, povos indígenas e aqueles em situações vulneráveis, e garantir seu envolvimento significativo no design e implementação de programas;
(d) Desenvolver e realizar pesquisas nacionais de inclusão digital com dados desagregados por renda, sexo, idade, raça, etnia, status de migração, deficiência e localização geográfica e outras características.

Por Luiz Queiroz
Do Capital Digital

No documento da “Cúpula do Futuro”, apresentado neste domingo nas Nações Unidas, o “Objetivo 4” destaca a preocupação dos países em “promover abordagens de governança de dados responsáveis, equitativas e interoperáveis”, em que normas de privacidade e segurança dos mesmos funcionem em caráter global. Para que se chegue à esse nível de excelência, os países se comprometem a adotar uma série de medidas até o ano de 2030 para garantir esse ambiente de controle.

Será um longo caminho a vencer, pois determinados países criaram barreiras ideológicas e sociológicas que parecem ser intransponíveis. Mas a Cúpula está confiante nas mudanças de pensamento desses governantes, estabelecendo um mínimo de ações que viabilizem a troca de informações.

“Reconhecemos que a governança de dados responsável e interoperável é essencial para promover objetivos de desenvolvimento, proteger direitos humanos, fomentar inovação e promover crescimento econômico. A crescente coleta, compartilhamento e processamento de dados, inclusive em sistemas de inteligência artificial, pode ampliar riscos na ausência de normas efetivas de proteção e privacidade de dados pessoais”, destaca o documento.

A proposta é que haja uma imediata cooperação entre os países para a criação de um mecanismo de governança de dados em todos os níveis com a participação efetiva, equitativa e significativa de todos os países e em consulta com o mercado, as partes interessadas e relevantes no processo (empresas). Acreditam que tal medida contribuirá para o desbloqueio das tecnologias digitais e emergentes.

Capacitação

“Reconhecemos que isso exigirá capacitação para países em desenvolvimento e implementação de estruturas de governança de dados em todos os níveis, que maximizem os benefícios do uso de dados, ao mesmo tempo em que protejam a privacidade e os dados”. Para alcançar esse objetivo, a Cúpula do Futuro propõe que as Nações Unidas assumam o papel de promover essa capacitação para a governança de dados responsável e interoperável.

Em contrapartida e para garantir o êxito dessa estratégia, os países da Cúpula do Futuro se comprometem até o ano de 2030 a:

(a) Basear-nos nas diretrizes internacionais e regionais existentes sobre a proteção da privacidade no desenvolvimento de estruturas de governança de dados;
(b) Fortalecer o apoio a todos os países para desenvolver estruturas nacionais de governança de dados eficazes e interoperáveis;
(c) Capacitar indivíduos e grupos com a capacidade de considerar, dar e retirar seu consentimento para o uso de seus dados e a capacidade de escolher como esses dados são usados, inclusive por meio de proteções legalmente obrigatórias para privacidade de dados e propriedade intelectual;
(d) Garantir que as práticas de coleta, acesso, compartilhamento, transferência, armazenamento e processamento de dados sejam seguras, protegidas e proporcionais para fins necessários, explícitos e legítimos, em conformidade com o direito internacional;
(e) Desenvolver forças de trabalho qualificadas capazes de coletar, processar, analisar, armazenar e transferir dados com segurança de maneiras que protejam a privacidade.

Padrões de dados

A Cúpula do Futuro debateu longamente a forma como coletar dados e de realizar a troca dessas informações, sem que as possíveis divisões de gênero e lacunas de dados geográficos de cada país, possam provocar uma distribuição desigual de benefícios. Para evitar problemas como a discriminação, medidas serão tomadas para garantir que o uso indevido e a interpretação errônea de dados possam gerar resultados tendenciosos. “Habilitaremos iniciativas de dados abertos que são criadas e gerenciadas por todas as partes interessadas, incluindo comunidades e indivíduos, para utilizar e alavancar dados para seu desenvolvimento e bem-estar”, destacou.

A meta é chegar em 2030 com um padrão global de medidas, como:

(a) Desenvolver padrões de dados e metadados projetados para prevenir e abordar preconceitos, discriminação ou violações e abusos de direitos humanos durante todo o ciclo de vida dos dados, inclusive por meio de auditoria regular de dados;
(b) Desenvolver definições básicas e classificações de dados para promover a interoperabilidade e facilitar as trocas de dados;
(c) Desenvolver definições e padrões comuns sobre o uso e a reutilização de dados para benefício público.

Desenvolvimento Sustentável

A Cúpula do Futuro entende que somente por esse caminho se poderá chegar à formulação de políticas baseadas em evidências e a prestação de serviços públicos. “Dados de qualidade são essenciais para rastrear, direcionar e acelerar o progresso em todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, bem como responder efetivamente a crises”, destaca o fórum de países. No documento a Cúpula se compromete a fortalecer a cooperação internacional para fechar as atuais lacunas sérias em dados para o desenvolvimento e aumentar sua disponibilidade pública. “Defenderemos o uso responsável e o compartilhamento de dados dentro e entre países para promover o progresso em todos os objetivos”, afirma.

As metas previstas para 2030 serão:

(a) Aumentar o financiamento para dados e estatísticas de todas as fontes e melhorar os esforços para desenvolver capacidade em dados e habilidades relacionadas, bem como uso responsável de dados, particularmente em países em desenvolvimento. Aumentaremos o financiamento previsível para dados de desenvolvimento sustentável;
(b) Fortalecer os esforços para coletar, analisar e disseminar dados relevantes, precisos, confiáveis ​​e desagregados para melhor monitoramento e elaboração de políticas para acelerar a realização da Agenda 2030; Ao mesmo tempo respeitando a privacidade e a proteção de dados. Visaremos um aumento de 50 % nos dados disponíveis para monitorar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, desagregados por renda, sexo, idade, raça, etnia, status de migração, deficiência e localização geográfica e outras características relevantes em contextos nacionais;
(c) Desenvolver sistemas de dados abertos e acessíveis para dar suporte a alertas precoces de desastres, ações precoces e respostas a crises eficazes.

Por José Adalberto Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – “O Planalto em chamas” é título de uma coletânea de contos do escritor mexicano Juan Rulfo em torno da opressão contra as populações miseráveis do seu País, a corrupção, as disputas de poder politico, o charlatanismo religioso, as chamas da crueldade humana numa sociedade dominada por tiranos e exploradores da pobreza. O México é aqui, ali, acolá.

Os planaltos e as planícies no Brasil estão em chamas. As florestas, as árvores, os rios e oceanos são os corações, os pulmões e a alma da natureza. As árvores têm alma e coração.

O poeta Augusto dos Anjos provou com todas as letras, de alfa a beta e ômega, que as árvores possuem alma e são amadas. Assim falou numa declaração de amor à “Árvore da Serra”: “(….) Meu pai, por que sua ira não se acalma?! Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?! Deus pôs alma nos cedros, no junquilho./ Esta árvore, meu pai, possui minh’alma!”

Neste microscópico vale de lágrimas, de sonhos e de pecados no espaço sideral, habitam mais de 8 bilhões de Homo Sapiens, não tão sábios. A espécie Sapiens apresenta um parafuso frouxo no DNA de fabricação. Vem desde os tempos primevos, quando Adão e Eva foram bloqueados no Paraíso e Caim matou Abel com um tiro no coração. Oito bilhões de parafusos frouxos produzem um estrago no planeta. Os Sapiens se tornaram predadores da natureza-mãe.

Se fosse no Governo passado, as labaredas e o calorão seriam politizados. Diriam que Bolsonaro era culpado por todos os pecados, deveria ser cassado e castrado, sem anestesia. O principal partido governista, a rede Globo, estaria fazendo campanha para lançar o pobrezinho no quinto dos infernos, por ser o novo Nero incendiário.

Hoje o guru vermelho e a ministra morena Marina são inoxidáveis, estão blindados, botam a culpa nos céus e nas subversões da natureza.

O Nordeste brasileiro vem de secas seculares e seu rastro de tragédias. A grande seca de 1877-1879, no Império, deixou um cemitério de 400 mil mortos, por fome, inanição e doenças. Os rebanhos foram dizimados. Os mortos eram carregados em sacos para serem sepultados em cova rasa. Aconteceu a grande diáspora em direção às regiões Norte, Sul e Sudeste. Mudou a história do Brazil.

Impactado com a hecatombe humanitária, o Imperador Dom Pedro II afirmou num rompante que, se necessário, venderia a última joia da Coroa para que nenhum nordestino morresse de fome e sede. Dom Pedro era um homem de bom coração, vítima do golpe da República.

Hoje circula a informação equivocada de que a Nação vive a maior seca da história, além das queimadas e enchentes nas regiões Norte e Centro-Oeste. A tecnologia e a mobilização social permitem ao menos mitigar esses flagelos.

Estudos atuais revelam que ao longo do tempo a grande seca de 1877 reverberou na formação do fenômeno El Niño, de elevação da temperatura no oceano não-Pacífico abaixo da Linha do Equador.

*Periodista, escritor e quase poeta

Cumpri, hoje, minha meta diária da corridinha de 8 km no parque Luiz Carlos de Oliveira, o novo espaço de lazer e esportes de Garanhuns, construído pelo prefeito Sivaldo Albino (PSB), no bairro da Boa Vista.

Fui conhecer e gostei. Só tem um detalhe para quem gosta de correr: a pista de cooper é pequena, possui apenas 500 metros e não é plana, com uma subida bem íngreme. Também não achei um equipamento para alongamento, embora tenha uma academia. O parque ficou bonito e chegou para oferecer uma alternativa à população.

Os dois grandes parques que existem na Suíça Pernambucana, o Euclides Dourado e o Pau Pombo, foram construídos há mais de 80 anos. Em homenagem ao ex-prefeito Luiz Carlos, o parque tem vários equipamentos, entre os quais academia de ginástica, playground, quadras e campos de futebol e um espaço para pets.

Por Ricardo Paes Barreto*
Para o JC

Não é de hoje que defendo um Judiciário mais próximo da população, mais humano e atento às demandas do povo.

Nos últimos meses, fiel à minha ideia de uma Justiça sempre acessível, venho intensificando a presença do Tribunal de Justiça de Pernambuco em todas as regiões do nosso querido Estado.

Como corregedor-geral da Justiça, em 2022 e 2023, a nossa gestão já vinha participando ativamente dos chamados Encontros Regionais, ocasião em que servidores e magistrados se reúnem para debater iniciativas que possam tornar o Tribunal mais eficiente. Foi uma experiência notável.

Há sete meses como chefe do Judiciário estadual, reforço meu pensamento de que ao gestor público é imprescindível ir ao encontro das pessoas aonde elas estão. Há muito que o papel do magistrado não se limita a apenas à tarefa de julgar. Claro, julgar é sua principal atividade. Mas também é preciso enxergar a nossa gente, saber ouvi-la, entendê-la em suas circunstâncias em seu tempo e lugar.

A aproximação humaniza e gera sensibilidade e a sensibilidade nos diferencia das máquinas.

Nem julgador nem gestor deveriam ficar encastelados, restritos aos seus gabinetes.

Minha natureza, por exemplo, clama por encontros e reencontros com as pessoas, com os nossos jurisdicionados. É o que venho fazendo. É o que sempre farei.

De janeiro a setembro deste 2024, revisitei o meu amado e sofrido Sertão, percorri as ruas do nosso lindo Agreste, voltei à histórica Zona da Mata. Os municípios do Grande Recife, com sua complexidade e adensamento populacional, são parte da minha rotina.

Cada região tem suas peculiaridades e necessidades específicas, e é meu dever como presidente do Tribunal garantir que essas questões sejam compreendidas e encaminhadas de maneira adequada.

As reuniões têm me proporcionado uma visão mais clara dos desafios enfrentados pelas comarcas e das oportunidades para melhorias no nosso sistema. A proximidade com a realidade local tem sido fundamental para que possamos implementar mudanças que realmente atendam às urgências e desejos de todos.

Não são apenas visitas de cortesia para fotografias e tapinha nas costas. Nossas reuniões com servidores, juízes, líderes empresariais, entidades de representação de trabalhadores são uma espécie de audiência pública, onde falas são garantidas e compromissos acertados.

A presença ativa e a escuta atenta são ferramentas poderosas para qualquer gestor. Ao dialogar diretamente com as pessoas, podemos coletar informações valiosas e assegurar que nossas ações estejam alinhadas com as expectativas da nossa população. Só assim construiremos um Judiciário mais aberto e sensível às demandas do povo.

Presidente do TJPE*