Os argentinos votam neste domingo (26) para renovar o Legislativo do país, em uma eleição que, na prática, será um referendo sobre o governo do presidente da Argentina, Javier Milei. As urnas foram abertas às 8h da manhã.
Os eleitores, que se mostram divididos nas pesquisas de opinião, definirão se Milei renova o fôlego em meio a crises de popularidade e de falta de reservas cambiais ou se virará “uma figura em declínio”, segundo analistas consultados pela agência de notícias Reuters. As informações são do portal g1.
As eleições deste domingo renovarão perto de metade da Câmara dos Deputados da Argentina — 127 das 257 cadeiras — e um terço do Senado — 24 das 72 cadeiras. Segundo as principais pesquisas de opinião, o partido de Milei está ligeiramente à frente da principal legenda de oposição.
A eleição é a grande chance de Milei conseguir aumentar sua presença no Congresso. Atualmente, o movimento de oposição peronista detém a maior minoria em ambas as Casas — Câmara dos Deputados e Senado — e tem cerca de metade de suas cadeiras na Câmara em disputa pela reeleição.
O partido relativamente novo de Milei, A Liberdade Avança, tem apenas 37 dos 257 deputados e seis dos 72 senadores. As disputas mais importantes ocorrerão na densamente povoada província de Buenos Aires, onde Milei já amargurou uma derrota em eleições locais em setembro.
“Se 2025 indicar que Milei é uma figura em declínio, os investidores começarão a se preparar para uma opção mais de centro ou centro-esquerda para 2027”, disse à Reuters o analista Marcelo Garcia, diretor da consultoria Horizon Engage, especializada em risco.
Ele afirmou que, se o partido de Milei conquistar mais de 35% dos votos, isso seria visto como um sinal positivo de apoio , usando como termômetro os 30% que Milei obteve no primeiro turno das eleições presidenciais de 2023. Se Milei se aproximar dos 40%, isso seria visto como “uma eleição muito boa”, disse Garcia.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse neste domingo (26) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se colocou à disposição para atuar como interlocutor entre os Estados Unidos e a Venezuela. Mais cedo, Lula se reuniu com presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Kuala Lumpur, na Malásia. Segundo o chanceler brasileiro, Lula disse que a América do Sul é uma região de paz e que é necessário buscar soluções aceitáveis.
“O presidente Lula levantou o tema e disse que a América Latina e a América do Sul, onde estamos, é uma região de paz. E ele se prontificou a ser um contato, um interlocutor, como já foi no passado, com a Venezuela, para se buscar soluções que sejam mutuamente aceitáveis e corretas entre os dois países”, afirmou. As informações são da Agência Brasil.
Nas últimas semanas, os Estados Unidos enviaram tropas terrestres e um porta-aviões para o Caribe. O governo Trump bombardeou embarcações, sob a justificativa de estar combatendo as rotas de narcotráfico que abastecem os Estados Unidos. Trata-se da mais recente operação da campanha antidrogas do presidente Donald Trump na região.
Para o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o reforço militar na região objetiva tirá-lo do poder.
Os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, Lula e Donald Trump, tiveram hoje uma reunião histórica à margem da cúpula da Asean, bloco que reúne economias do Sudeste Asiático, na Malásia, do qual os dois participam como convidados.
O brasileiro falou em suspensão do tariafaço de 50% imposto aos produtos brasileiros exportados para os EUA, e o americano indicou que pode fazer concessões com o aprofundamento das negociações entre os dois países. “Vamos chegar a um acordo”, afirmou o presidente dos EUA sobre as negociações com o Brasil. O encontro durou cerca de 50 minutos em tom amigável, inclusive com o convite recíproco de visitas oficiais a seus países.
Lula escreveu, nas redes sociais, que teve uma “ótima reunião” com o americano Donald Trump, neste domingo, na Malásia. Neste momento, ele participa de um encontro com empresários em Kuala Lumpur.
“Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras”, escreveu o brasileiro.
Tive uma ótima reunião com o presidente Trump na tarde deste domingo, na Malásia. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as… pic.twitter.com/aTXZthrb9Z
A reunião bilateral começou às 15h30 (horário local) — 4h30 no horário de Brasília —, no Centro da Cidade de Kuala Lumpur (KLCC). Ao todo, durou cerca de 50 minutos.
Na primeira parte do encontro, Lula e Trump falaram com os jornalistas por cerca de 10 minutos. Questionado se os Estados Unidos reduziriam as tarifas sobre o Brasil, Trump indicou: “Vamos discutir isso por um tempo. Sabemos o que cada um quer.” Trump afirmou ainda ser uma honra estar com o presidente do Brasil e que provavelmente eles fariam “alguns bons acordos”.
A conversa entre os dois foi o primeiro encontro presencial desde uma rápida conversa durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro, e ocorre na esteira da imposição de tarifas de 50% sobre a exportação de produtos brasileiros para os Estados Unidos e de sanções a autoridades brasileiras em razão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que Lula afirmou não haver assunto proibido e que o Brasil pediu para o tarifaço ser suspenso durante as negociações. Auxiliares do ministro disseram que Lula explicou a Trump que o julgamento de Bolsonaro seguiu o devido processo legal no Brasil.
Quem estava na sala
Vieira; o assessor do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Márcio Elias Rosa; e Audo Faleiro, diplomata da equipe do assessor especial da presidência Celso Amorim, acompanharam a conversa ao lado de Lula.
Do lado americano, estavam o secretário de Estado, Marco Rubio; o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante do Comércio, Jamieson Greer.
A operadora CVC Viagens divulgou os destinos mais procurados para o verão de 2025, com destaque para Porto de Galinhas (PE) entre os nacionais e Orlando (EUA) no internacional. No ranking nacional, Maceió (AL) e Porto Seguro (BA) completam o pódio, enquanto, no exterior, Punta Cana (República Dominicana) e Portugal aparecem logo após Orlando.
Segundo a CVC, o interesse pelos destinos reflete tanto o apelo turístico quanto a diversidade de experiências que oferecem. Porto de Galinhas se destaca pelas praias paradisíacas e infraestrutura turística, enquanto Orlando atrai visitantes interessados em parques temáticos e opções de lazer para toda a família.
A operadora ressalta que a procura por viagens de verão continua aquecida, impulsionando o setor de turismo nacional e internacional e movimentando a economia dos destinos mais buscados.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, na madrugada deste sábado (25), o título de Doutor Honoris Causa em Desenvolvimento Internacional e Sul Global pela Universidade Nacional da Malásia (UKM).
A cerimônia de outorga foi presidida pelo Sultão de Negeri Sembilan e reitor da universidade, Tuanku Muhriz, na capital Kuala Lumpur. Em seu discurso, Lula agradeceu a homenagem e afirmou que o título representa um reconhecimento ao povo brasileiro.
“É com muita honra que recebo o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Nacional da Malásia, com profunda emoção e sincera gratidão. Este título é, também, um merecido reconhecimento ao povo brasileiro”, disse.
O presidente destacou a importância da educação como instrumento de transformação social e lembrou os avanços obtidos durante seus governos na ampliação do acesso ao ensino superior.
“Tenho muito orgulho de ser o presidente que mais criou instituições de ensino técnico e superior, mesmo sem ter diploma universitário. E que abriu as portas das universidades aos filhos das classes trabalhadoras”, afirmou.
Lula ressaltou ainda a semelhança entre o Brasil e a Malásia, ambos países do Sul Global com histórias coloniais e sociedades plurais. Ele elogiou o papel do Estado como indutor do desenvolvimento e defendeu a cooperação entre as nações em busca de justiça social e prosperidade compartilhada.
“O Brasil trabalha para fortalecer o diálogo e a cooperação entre os países do Sul Global. Somos a maioria da população mundial e compartilhamos o mesmo desejo de justiça e superação das desigualdades”, disse.
O presidente também abordou temas internacionais, criticando o protecionismo econômico, o poder desigual no Fundo Monetário Internacional (FMI) e a inoperância do Conselho de Segurança da ONU. “É inaceitável que os países ricos tenham nove vezes mais poder de voto no FMI do que o Sul Global”, afirmou.
Ao falar sobre o meio ambiente, Lula destacou que o Brasil sediará a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) no coração da Amazônia e defendeu uma “COP da verdade”.
“Será o momento de superar a ganância extrativista e agir com base na ciência. As universidades continuarão a desempenhar papel decisivo no enfrentamento da crise climática”, declarou.
Em tom de encerramento, Lula dedicou o título ao povo brasileiro e à educação como caminho para um mundo mais justo e solidário. “Recebo este título não como um ponto de chegada, mas como um estímulo a continuar lutando por um mundo mais justo, sustentável e solidário. Esse diploma não é do Lula. Esse diploma é de 215 milhões de brasileiros”, concluiu.
A caminho da Malásia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou neste sábado (25), que vai se reunir na viagem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Trump afirmou que pode reduzir as tarifas ao Brasil, que chegam a 50%, dentro de determinadas condições.
É a primeira vez que ele admite fazer alguma concessão, embora condicionada. Trump não explicou quais seriam suas exigências. Horas depois, Lula disse que nenhum dos lados as fez ainda. “Acredito que vamos nos reunir, sim”, disse Trump, ainda no avião após a decolagem. “Sim, sob as circunstâncias certas, seguramente”, completou ao responder se estava aberto a baixar o patamar do tarifaço.
Trump conversou no avião presidencial, o Air Force One, com jornalistas que o acompanham. O áudio da conversa foi divulgado pela Casa Branca. Ele lembrou também da conversa breve nos bastidores da ONU, em Nova York, em setembro.
O presidente Lula ainda não comentou a declaração. Ele havia acabado de discursar na residência oficial do primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, e ambos foram almoçar.
Na véspera, Lula indicou que um acordo pode não ser alcançado na reunião de domingo, marcada para o fim da tarde, em Kuala Lumpur. O petista disse estar aberto a discutir qualquer assunto com Trump, sem vetos, mas que um entendimento poderia demandar mais negociações no futuro.
Os principais pedidos de Lula são a revogação do tarifaço de 40% sobre o Brasil, aplicado por razões políticas em julho, e das punições a autoridades brasileiras, como ministros do Supremo e do Executivo.
Os Estados Unidos sancionaram nesta sexta-feira (24) o presidente colombiano Gustavo Petro, a esposa Verónica Alcocer, o filho Nicolás Petro e o ministro do Interior colombiano, Armando Benedetti.
Os nomes dos sancionados foram incluídos na Lista de Nacionais Especialmente Designados e Pessoas Bloqueadas do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), uma agência do Departamento do Tesouro. Eles são submetidos a sanções econômicas. As informações são da CNN.
Cidadãos e empresas dos Estados Unidos são, de forma geral, proibidos de realizar qualquer tipo de transação financeira ou comercial com os listados.
No X, Gustavo Petro disse que “a ameaça de Bernie Moreno (senador republicano pelo estado de Ohio) se cumpriu: eu, meus filhos e minha esposa fomos incluídos na lista da OFAC. Meu advogado de defesa será Dany Kovalik, dos Estados Unidos”, escreveu o presidente colombiano.
“Lutar contra o narcotráfico durante décadas, e com eficácia, me trouxe esta medida por parte do governo da mesma sociedade que tanto ajudamos a conter o consumo de cocaína”, continuou Petro. “Um verdadeiro paradoxo — mas nem um passo atrás, e jamais de joelhos”, finalizou.
Bernie Moreno, a quem Petro se refere na postagem, é um senador republicano pelo estado americano de Ohio. Há dois dias, o senador afirmou que Trump imporia sanções a Petro, mas não haveria a imposição de taxas à Colômbia.
Maduro faz parte de mesma lista de sanções Entre setembro de 2024 e janeiro de 2025, a Ofac impôs sanções financeiras a 45 autoridades da Venezuela pelo papel desempenhado em fraude eleitoral ou repressão.
Mais tarde, em 1º de junho deste ano, o Departamento do Tesouro incluiu os nomes de mais de 150 venezuelanos e três entidades do país. Entre eles, o ditador Nicolás Maduro, a esposa e o filho, a vice-presidente da Venezuela Delcy Rodríguez e o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López.
Crise diplomática entre Colômbia e Estados Unidos A relação entre Colômbia e Estados Unidos chegou ao nível mais baixo da história recente e vem piorando desde que Donald Trump assumiu a presidência, em janeiro.
Na semana passada, Trump chamou Petro de “líder do tráfico ilegal de drogas” e alertou ao líder colombiano que fechasse as rotas dos criminosos em território colombiano, ou ele mesmo fecharia.
“É melhor fechar esses campos de extermínio imediatamente, ou os Estados Unidos os fecharão, e isso não será feito de forma agradável”, continuou o presidente dos EUA.
Em resposta, Gustavo Petro fez uma publicação X no domingo (19) na qual chamou Donald Trump de “rude” e “ignorante”.
No mês passado, os Estados Unidos revogaram o visto do presidente da Colômbia depois que Gustavo Petro se juntou a uma manifestação pró-Palestina em Nova York e instou os soldados americanos a desobedecerem às ordens de Trump.
O presidente da Colômbia é um duro crítico da atuação de Trump no nível internacional e tem criticado a atuação de militares americanos no mar do Caribe. Petro argumenta que os bombardeios contra barcos pequenos ferem “o princípio universal da proporcionalidade da força”.
O secretário de Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth, ordenou nesta sexta-feira (24) o envio de um grupo de ataque que inclui o maior porta porta-aviões do mundo, navios de guerra e aeronaves de combate para o mar do Caribe em meio à escalada de tensões com a Venezuela. As informações são do g1.
Segundo o Pentágono, o grupo de ataque USS Gerald Ford foi destacado à região da América Latina. Esse grupo de ataque é composto pelas seguintes embarcações e aeronaves de ataque, além de veículos de monitoramento e suporte:
Porta-aviões USS Gerald Ford;
3 destróeires: USS Mahan, USS Bainbridge e USS Winston Churchill;
As embarcações e aeronaves do Gerald Ford se somam à já grande presença militar dos Estados Unidos no mar do Caribe, que inclui diversos navios de guerra, jatos de combate, helicópteros de operações especiais e aviões bombardeiros.
O USS Gerald Ford é o maior porta-aviões do mundo e também o mais moderno e tecnologicamente avançado dos EUA, segundo a Marinha americana. Incluído ao arsenal americano apenas em 2017 —considerado recente em termos da indústria militar—, o porta-aviões tem capacidade para abrigar 90 caças e helicópteros, além de dispor de uma pista que serve para pousos e decolagens.
O envio militar desta sexta, que ocorre em meio ao acirramento das tensões entre os governos Trump e Maduro, repercutiu na imprensa dos Estados Unidos, que chamou de uma “escalada expressiva” e “grande expansão” da campanha militar de pressão contra a Venezuela. Segundo a agência de notícias Reuters, houve um “drástico aumento” no número de tropas e aeronaves americanas na região da América Latina.
“A presença reforçada das forças dos EUA na área de responsabilidade do US SOUTHCOM (Comando Sul) aumentará a capacidade dos EUA de detectar, monitorar e interromper atores e atividades ilícitas que comprometem a segurança e a prosperidade do território norte-americano e nossa segurança no Hemisfério Ocidental”, disse o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell.
A escalada de tensões entre EUA e Venezuela já teve bombardeios a 10 barcos venezuelanos no mar do Caribe e no Oceano Pacífico próximo à América do Sul, e cada vez mais aumenta a possibilidade de operações militares de tropas americanas na Venezuela.
Desde agosto, o governo Trump designou cartéis de drogas sul-americanos como organizações terroristas e ordenou operações militares contra eles sob a justificativa de parar o fluxo de drogas que entra nos EUA. Além disso, os EUA acusaram Maduro de chefiar o Cartel de Los Soles e dobraram a recompensa pela sua captura para US$ 50 milhões (cerca de R$ 269 milhões).
Maduro denuncia que o real objetivo da ofensiva dos EUA é o tirar do poder, e na quinta fez apelos em inglês contra uma eventual operação americana, e disse “no crazy war, please”. Já Trump afirmou que fará ações terrestres contra cartéis de drogas em breve, porém sem citar a Venezuela. Anteriormente, o líder americano disse que Maduro “ofereceu tudo” —em referência aos recursos naturais do país— contra uma investida militar no país, no entanto, Trump teria recusado.
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) também enfraquecem a versão oficial das operações: o Relatório Mundial sobre Drogas de 2025, da agência da ONU para drogas e crimes, aponta que a droga que mais causa overdoses nos EUA, o fentanil, vem do México, que fica perto da costa oeste dos EUA. Apesar disso, a frota militar americana foi enviada para o mar do Caribe, na outra ponta do sul dos EUA e perto da Venezuela.
‘No crazy war, please’
Na quinta-feira (23), o ministro da Defesa da Venezuela afirmou que agentes da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em inglês) já estão no país. A declaração foi dada após o presidente Donald Trump autorizar ações de Inteligência contra alvos ligados ao chavismo.
“Sabemos que a CIA está presente na Venezuela”, disse o ministro Vladimir Padrino. “Podem enviar quantas unidades quiserem em operações encobertas a partir de qualquer ponto do país. Qualquer tentativa vai fracassar.” Diante da escalada, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que não quer guerra com os EUA e pediu, em inglês, que Trump também evite o conflito.
“No crazy war, please. Não à guerra louca. No crazy war. A Venezuela quer paz”, disse Maduro na quinta-feira.
Na semana passada, o jornal The New York Times afirmou que as ações autorizadas pela CIA por Trump podem incluir “operações letais” e outras iniciativas da inteligência americana no Caribe. Com isso, os alvos poderiam ser Maduro e integrantes do governo venezuelano.
Trump disse que autorizou operações secretas porque a Venezuela tem enviado drogas e criminosos para os Estados Unidos. No dia 15 de outubro, ao ser perguntado se agentes de inteligência teriam autoridade para eliminar o presidente venezuelano, ele preferiu não responder.
Desde o mês passado, segundo a imprensa americana, o governo Trump avalia uma operação militar que pode incluir ataques à Venezuela. Estruturas ligadas a cartéis de drogas estariam entre os possíveis alvos. Autoridades dizem que o objetivo final seria tirar Maduro do poder.
Os EUA acusam Maduro de liderar o Cartel de los Soles, grupo classificado recentemente pelo governo Trump como organização terrorista internacional.
Neste contexto, o governo americano pode considerar o presidente da Venezuela um alvo legítimo ao anunciar ataques contra cartéis.
Nesta quinta-feira (23), Trump afirmou que os Estados Unidos devem realizar ações militares em terra contra cartéis. Ele não citou diretamente a Venezuela. Ele disse ainda que não precisará pedir ao Congresso uma declaração de guerra.
“Acho que vamos apenas matar as pessoas que estão trazendo drogas para o nosso país. Certo? Vamos matá-las.” Já o secretário de Guerra, Pete Hegseth, afirmou que os militares americanos irão caçar e matar todos os “terroristas” que traficam drogas para os Estados Unidos.
“Estas são organizações terroristas estrangeiras designadas. São o Estado Islâmico e a Al-Qaeda do Hemisfério Ocidental. Nossa mensagem para essas organizações terroristas estrangeiras é: trataremos vocês como tratamos a Al-Qaeda.”
Helicópteros do batalhão de Operações Especiais da aviação dos Estados Unidos, conhecidos como “Night Stalkers”, foram vistos sobrevoando a região do Caribe, perto da costa da Venezuela.
A presença da tropa de elite é mais um elemento que dá o tom da tensão entre o presidente americano, Donald Trump, e o ditador venezuelano, Nicolás Maduro. As informações são da CNN.
O jornal americano The Washington Post foi o primeiro a noticiar que as aeronaves foram avistadas no mar caribenho, no começo do mês.
Uma autoridade americana disse ao jornal que os helicópteros faziam um treinamento na região. Eventualmente, podem se envolver em operações contra traficantes de drogas no mar ou dentro da Venezuela, caso o presidente Donald Trump autorize a missão.
Ainda segundo uma análise do Washington Post, imagens de redes sociais indicam que as aeronaves sobrevoaram a região costeira de Trinidad e Tobago, a 145 quilômetros da costa venezuelana.
Quem são os “Night Stalkers”? Os helicópteros avistados fariam parte do 160º Regimento de Aviação de Operações Especiais do Exército dos Estados Unidos, conhecido por realizar operações de precisão em baixa visibilidade.
Os Night Stalkers são a principal unidade de aviação para operações especiais do Exército americano, cujo objetivo é exclusivamente apoiar missões em ambientes complexos, de difícil acesso e alta ameaça.
O regimento se tornou mundialmente conhecido pelo papel crucial no ataque no Paquistão, em 2011, que levou à morte de Osama Bin Laden. A unidade da aviação transportou os militares que localizaram e mataram o terrorista mais procurado do mundo.
Helicóptero pilotado por membros do 160º Regimento de Aviação de Operações Especiais do Exército dos EUA
O Global Defense News, site especializado em informações militares, explica que os modelos de helicópteros MH-60 Black Hawks foram “especialmente modificados para operações de baixa visibilidade”.
No caso da missão de Bin Laden, as aeronaves entraram no espaço aéreo paquistanês sem serem detectadas, pousando em um complexo murado e sem apoio convencional.
“A missão demonstrou a capacidade incomparável do regimento de operar em áreas politicamente sensíveis e desfavorecidas — um precedente que agora traça fortes paralelos com sua presença perto da Venezuela”, diz o Global Defense News.
Ainda segundo o site, fontes da comunidade de defesa dos Estados Unidos sugerem que as operações no Caribe não se tratam apenas de treinamento, mas visam deixar militares de prontidão na região.
Força militar dos EUA perto da Venezuela Em agosto, Trump ordenou o envio de navios de guerra para o Mar do Caribe. Uma dessas embarcações pode atualmente ter servido de apoio para os Night Stalkers, disseram especialistas ouvidos pelo Washington Post.
Ao menos seis navios de guerra americanos foram confirmados em águas da América Latina e do Caribe. A frota representa uma contundente demonstração de força e especialmente de capacidades de desembarque.
Entre eles, estão três destróiers, que são embarcações armadas com mísseis guiados, incluindo projéteis do modelo Tomahawk, com capacidade para atacar alvos em terra. Os navios também possuem o sistema de defesa Aegis, de última tecnologia na Marinha dos Estados Unidos, segundo informações oficiais da Marinha.
Cada destróier leva uma tripulação padrão de 329 marinheiros, com um deslocamento entre 8.200 e 9.700 toneladas e uma velocidade máxima de 30 nós (cerca de 55 quilômetros por hora).
Esses navios têm como missão, de acordo com informações oficiais, carregar, transportar e desembarcar tropas junto com sua equipe, ao mesmo tempo fornecendo apoio.
Membro da Marinha dos EUA salta a partir de um helicóptero pilotado pelo 160º Regimento de Aviação de Operações Especiais do Exército dos EUA
O embate entre Maduro e Trump Donald Trump declarou que os Estados Unidos estão em conflito armado contra os cartéis de droga designados pelo governo como organizações terroristas e informou que autorizou a CIA (Agência Central de Inteligência) a realizar operações secretas na Venezuela, com o objetivo de combatê-los.
Ainda não está claro o que poderão ser essas ações da agência de inteligência dos EUA na Venezuela.
O Departamento de Guerra americano tem expandido as operações contra embarcações que alegam ser usadas para o tráfico de droga, no ataque mais recente o Exército atingiu dois barcos pela primeira vez no Oceano Pacífico, deixando seis mortos.
As Forças Armadas dos EUA começaram a atacar no início de setembro. Ao todo, nove navios foram alvo, sete deles no Mar do Caribe, os ataques no mar já deixaram 38 mortos.
Atualmente, Washington oferece US$ 50 milhões (cerca de R$ 272 milhões) por informações que levem à prisão e condenação de Nicolás Maduro por tráfico de drogas.
O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela apresentou uma queixa contra os EUA no Conselho de Segurança da ONU após a autorização de operações da CIA.
O regime Maduro declara que os ataques contra barcos no Caribe e o uso da CIA são uma operação de “mudança de regime”, que teria como objetivo apreender os recursos petrolíferos do país.
Na resposta mais recente após os ataques no Pacífico, Caracas afirmou que mobilizou mais de cinco mil mísseis de defesa aérea, de fabricação russa, em posições estratégicas em todo o país, enfatizando seu papel na salvaguarda da paz e da estabilidade venezuelana.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano), disse, hoje, que os pecuaristas norte-americanos só estão bem por causa da tarifa de 50% às importações do Brasil. A carne brasileira não entrou no rol de exceções do tarifaço.
Por meio de seu perfil na rede social Truth Social, Trump disse ainda que o endurecimento da política comercial dos EUA “salvou” o setor da pecuária, mas que os empresários também precisam fazer a sua parte e “reduzir os preços” da carne.
“Os pecuaristas, que eu amo, não entendem que a única razão pela qual estão indo tão bem, pela 1ª vez em décadas, é porque eu impus tarifas sobre o gado que entra nos Estados Unidos, incluindo uma tarifa de 50% sobre o Brasil. Se não fosse por mim, eles estariam fazendo exatamente o que têm feito nos últimos 20 anos – horrível! Seria bom se eles entendessem isso, mas eles também precisam reduzir os preços, porque o consumidor também é um fator muito importante na minha opinião!”, declarou.
A taxa de 50% sobre importações brasileiras foi anunciada por Trump em julho e entrou em vigor em agosto. Inicialmente, os produtos do Brasil seriam taxados em só 10%, mas a Casa Branca aplicou uma tarifa adicional de 40% em resposta ao que o governo entende como uma “perseguição” do Judiciário brasileiro ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.
O governo brasileiro tenta reverter a decisão. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve uma conversa por videoconferência com Trump no início do mês e agora negocia uma reunião presencial. A expectativa é que a bilateral possa ser realizada no domingo, na Malásia.