Maduro diz que regime já prendeu 1.200 pessoas e vai prender outras mil

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, disse, ontem, que 1.200 pessoas já foram presas nos protestos que eclodiram no país após sua contestada reeleição e que o regime está preparando prisões de segurança máxima para receber os manifestantes.

“São 1.200 capturados, e vamos prender mais mil” diz o líder no vídeo de um ato que foi publicado em suas redes sociais. “Vou colocar todos em Tocorón”, continuou, em referência a uma penitenciária de segurança máxima, diante dos aplausos de apoiadores.

Em outro evento, transmitido também nesta quinta pelo canal estatal VTV, o ditador afirmou que está preparando duas prisões de segurança máxima para os capturados.

“Todos os manifestantes vão para Tocorón e Tocuyito”, afirmou. Essas dois presídios estiveram sob controle de grupos criminosos por anos, até serem ocupadas pelas forças de segurança em 2023 —Tocorón, por exemplo, era centro operacional da Tren de Aragua, uma das gangues mais violentas do país.

Maduro afirmou ainda que os manifestantes “foram treinados nos Estados Unidos, no Texas, na Colômbia, no Peru e no Chile”. O ditador, que está sob forte pressão internacional, costuma afirmar que seus críticos representam interesses estrangeiros.

“Eles se filmavam [durante os protestos], porque é um golpe cibernético. É o primeiro golpe cibernético da história da humanidade”, continuou.

Seguindo o padrão que adotou nos últimos anos, Maduro se referiu aos manifestantes como terroristas e delinquentes. Ele afirmou ainda que os que saíram às ruas são membros de “quadrilhas de nova geração”, comparando-os às gangues no Haiti e às pandillas centro-americanas.

“Querem transformar a Venezuela em um novo Haiti”, afirmou o mandatário. “Tem muito caminho a percorrer, então que façam estradas”, acrescentou, em alusão à “reeducação” que será implementada nestes presídios.

Os protestos deixaram pelo menos 11 civis mortos, além de um militar. Liderados por María Corina Machado e seu candidato, Edmundo González Urrutia, os opositores denunciam uma “escalada cruel e repressiva do regime”.

Em meio às manifestações, estátuas de Hugo Chávez, antecessor de Maduro morto em 2013, foram derrubadas, assim como alguns dos enormes painéis com o rosto do ditador que cobrem as avenidas de todo o país.

Com informações da Folha de São Paulo.

Os governos do Brasil, Colômbia e México divulgaram uma nota conjunta, nesta quinta-feira (1º), fazendo um chamado às autoridades da Venezuela, para que sejam divulgados os documentos que mostrem como foi a votação na eleição realizada no último domingo.

O presidente Nicolás Maduro foi considerado vitorioso pelo Conselho Nacional Eleitoral, mas a oposição protesta e afirma que seu candidato, o diplomata Edmundo González, venceu.

“Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação”, diz um trecho da nota.

O comunicado, divulgado após uma conversa telefônica entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, o colombiano Gustavo Petro, e o mexicano Lopez Obrador, destaca que as controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O texto diz que o princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados.

“Nesse contexto, fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos”.

A nota ressalta que a principal preocupação, neste momento, é “manter a paz social e proteger vidas humanas”. Segundo o comunicado, Brasil, Colômbia e México têm “absoluto respeito” pela soberania da vontade do povo da Venezuela.

“Reiteramos nossa disposição para apoiar os esforços de diálogo e busca de acordos que beneficiem o povo venezuelano”, conclui o texto.

Desde a última segunda-feira, os governos dos três países discutem a elaboração de uma nota conjunta, mas avaliavam o melhor momento para tornar pública a mensagem.

Segundo integrantes do governo brasileiro, diante da demora de Maduro em divulgar os boletins de urna que permitissem uma contagem que apresentasse um resultado aceito pelo povo venezuelano e não fosse contestado por parte da comunidade internacional, decidiu-se divulgar o chamado a Maduro nesta quinta-feira.

Do O GLOBO

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, entrou em contato com a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para pedir um telefonema entre os dois políticos.

A informação foi divulgada nesta quinta-feira pelo jornal O Globo.

Maduro tentou fazer contato com Lula ainda ontem. A expectativa é de que os dois se falem ao longo desta quinta, mas o compromisso não consta na agenda oficial do brasileiro.

Também nesta quinta, há expectativa de que Lula converse por telefone com os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, López Obrador. Os três países tentam fechar um comunicado conjunto sobre a Venezuela.

Brasil como possível mediador

O Brasil é visto por parceiros internacionais como um possível mediador da situação na Venezuela – tanto pelo histórico da diplomacia brasileira, quanto pela proximidade histórica entre Lula e o regime chavista no país vizinho.

Maduro é herdeiro político do ex-presidente Hugo Chávez e, em ocasiões recentes, trocou declarações polêmicas com Lula. Ainda assim, o Brasil é um dos países que mantém a relação mais “estável” com a Venezuela desde o início do período eleitoral.

Na segunda, por exemplo, Maduro expulsou da Venezuela diplomatas de sete países que lançaram dúvidas sobre o resultado eleitoral que proclamou sua reeleição: Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai.

O Brasil, nas horas seguintes, chegou a dizer que só reconheceria o resultado na Venezuela quando as atas eleitorais (o documento com a votação de cada urna) fossem divulgados. Mesmo assim, as relações diplomáticas de Brasil e Venezuela foram mantidas.

Do G1.

Após a decisão do Brasil de defender os interesses diplomáticos da Argentina na Venezuela, a bandeira brasileira foi erguida na residência oficial do embaixador da Argentina em Caracas, de acordo com o Itamaraty.

Ontem, o Ministério das Relações Exteriores atendeu a um pedido do governo da Argentina para defender os interesses diplomáticos do país na Venezuela após o governo de Nicolás Maduro expulsar diplomatas argentinos do país.

Também nesta quinta, o presidente argentino, Javier Milei, agradeceu o Brasil.

“Agradeço enormemente a disposição do Brasil ao assumir a custódia da embaixada argentina na Venezuela. Também agradecemos a representação momentânea dos interesses da Argentina e de seus cidadãos lá”, diz o post.

Além da Argentina, o regime de Maduro também expulsou o corpo de diplomático de seis outros países latinos que contestaram o resultado proclamado das eleições na Venezuela: Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai. O Peru também deve contar com a ajuda do Brasil para representar seus interesses mais imediatos – a proteção de prédios e de cidadãos, por exemplo.

O pedido de Buenos Aires foi feito pela chanceler argentina, Diana Mondino, ao ministro brasileiro Mauro Vieira após o governo de Nicolás Maduro expulsar os diplomatas argentinos do país.

Estruturas e arquivos

Na prática, ao defender os interesses diplomáticos de outro país, o Brasil vai resguardar a inviolabilidade das instalações e dos arquivos argentinos na Venezuela.

Em princípio, isso significa que funcionários da diplomacia brasileira poderão atuar nas instalações argentinas.

Mais detalhes sobre a cooperação ainda sendo acertados entre os dois países.

A ajuda do Brasil também se dará no esforço para encontrar um destino para seis asilados venezuelanos que estão refugiados na Embaixada Argentina em Caracas.

Os asilados são opositores ao governo de Nicolás Maduro. E devem, com a ajuda do Brasil, ser transferidos para embaixadas de outros países, como as de membro da União Europeia.

Do G1.

O chefe da ala militar do Hamas, Mohammed Deif, foi morto em um ataque aéreo israelense em Gaza no mês passado, disse o exército israelense nesta quinta-feira, um dia depois que o líder político do grupo foi assassinado em Teerã.

“O IDF (Forças de Defesa de Israel) anuncia que em 13 de julho de 2024, caças do IDF atacaram na área de Khan Yunis, e após uma avaliação de inteligência, pode ser confirmado que Mohammed Deif foi eliminado no ataque”, disse o exército.

O Hamas não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre o anúncio israelense, que ocorreu enquanto multidões se reuniam em Teerã para o cortejo fúnebre do líder do Hamas Ismail Haniyeh.

Deif é considerado um dos mentores do ataque do Hamas em 7 de outubro ao sul de Israel, que desencadeou a guerra em Gaza, agora em seu 300º dia.

Uma das figuras mais dominantes do Hamas, Deif ascendeu nas fileiras do grupo ao longo de 30 anos, desenvolvendo sua rede de túneis e sua expertise em fabricação de bombas.

Ele liderou a lista de mais procurados de Israel por décadas, sendo pessoalmente responsável pelas mortes de dezenas de israelenses em atentados suicidas.

Da Folha de São Paulo.

Milhares de pessoas pediram vingança nesta quinta-feira durante o funeral em Teerã do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, assassinado na quarta-feira em um ataque na capital iraniana atribuído a Israel. Com bandeiras palestinas e fotos de Haniyeh, milhares de iranianos se reuniram na Universidade de Teerã no início da procissão funerária do líder islamista, que será enterrado na sexta-feira em Doha.

O responsável por comandar as orações por Haniyeh foi o líder supremo da República Islâmica, o aiatolá Ali Khamenei, que ameaçou infligir um “castigo duro” a Israel pelo assassinato.

O responsável por comandar as orações por Haniyeh foi o líder supremo da República Islâmica, o aiatolá Ali Khamenei, que ameaçou infligir um “castigo duro” a Israel pelo assassinato.

Khamenei, que tem a última palavra nas questões políticas do Irã, disse que é “dever” do país “buscar vingança” pelo assassinato de Haniyeh no território da República Islâmica.

O líder do Hamas viajou a Teerã na terça-feira para a cerimônia de posse do novo presidente iraniano, Masud Pezeshkian, que prometeu que “os sionistas verão em breve as consequências de seu ato terrorista e covarde”.

“Perseguiremos Israel”

A exibição do funeral na televisão estatal iraniana exibiu os caixões de Haniyeh e de seu segurança cobertos com bandeiras palestinas. Antes, os caixões foram transportados em um veículo pelas ruas de Teerã.

A cerimônia contou com a presença de personalidades iranianas de alto escalão, como o presidente Pezeshkian e o comandante da Guarda Revolucionária, o general Hosein Salami. O ministro das Relações Exteriores do Hamas, Khalil Al Hayya, afirmou durante a cerimônia que “o slogan de Ismail Haniyeh (‘Não reconheceremos Israel’) permanecerá como um slogan imortal”. “Perseguiremos Israel até arrancá-lo da terra da Palestina”, disse.

O presidente do Parlamento iraniano, o conservador Mohammad Bagher Ghalibaf, afirmou que o país “cumprirá a ordem do líder supremo” de vingar Haniyeh. “É nosso dever responder no momento e local adequados”, declarou em seu discurso, enquanto a multidão gritava: “Morte a Israel, morte à América!”.

A comunidade internacional, no entanto, pediu calma e a continuidade dos esforços para alcançar um cessar-fogo em Gaza.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, alertou que os ataques em Teerã e Beirute representam uma “escalada perigosa em um momento no qual todos os esforços deveriam levar a um cessar-fogo em Gaza”.

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, pediu nesta quinta-feira a “todas as partes” no Oriente Médio que “dialoguem” e “cessem qualquer ação que contribua para uma escalada”.

Com informações do Jornal O Globo.

Por João Zisman*

Estranhamente, a eleição presidencial da Venezuela se prestou a comprovar que os antagonistas da política brasileira defendem ferozmente e, de acordo com suas conveniências, o livre direito de se oporem uns aos outros, embora pouco importa o objeto da discussão, afinal – o que vale é estar contra a posição um do outro.

Em sã consciência não há como considerar o resultado da eleição venezuelana como idôneo, bem como tentar coletar DNA democrático do sangue de Nicolás Maduro. Com gestos largos e ensaiados, Maduro interpreta como um canastrão o papel de líder amado pelo povo e incansável defensor dos ideais bolivarianos. Mentiroso! O país e sua população estão amargando, há muito, a pobreza e a supressão das liberdades civis.

Na verdade, é impossível estabelecer qualquer parâmetro entre os recentes processos eleitorais dos Estados Unidos e do Brasil, com o que aconteceu ao longo das últimas farsas eleitorais venezuelanas, afinal, não há como se comparar Estados democráticos com regimes autoritários ditatoriais.

No entanto, por agora, atentemo-nos apenas as divergências causalistas que sustentam posições da ideologia “do contra”. Vejamos: o atual governo brasileiro, eleito apesar de concorrer no corner da oposição nas eleições de 2022,  sem a máquina governamental a seu favor, foi acusado de ganhar as eleições na “mão grande”, beneficiado pela suposta manipulação do resultado nas urnas eletrônicas que, segundo o então presidente e, agora, ex-presidente Jair Bolsonaro, não mereciam qualquer confiança por não serem auditáveis, nem emitir o comprovante impresso do voto eletrônico do eleitor. 

Vejam que o sistema de votação na Venezuela atenderia aos anseios de Bolsonaro e seus seguidores, afinal, o cidadão venezuelano recebeu o tíquete impresso do seu voto. Entretanto, nem mesmo assim se observou a garantia da lisura do processo eleitoral venezuelano aos olhos da grande maioria do mundo. Concluo que não existe outra palavra para definir o que se passou na Venezuela que não fraude eleitoral.

Enfim, o que se mostra como um absurdo do tamanho de uma fraude é a complacente posição do Estado brasileiro e o açodamento do PT, partido do presidente da República, em reconhecer a legitimidade da eleição de Maduro. De que adianta empunhar a bandeira da democracia em um momento e legitimar um governo ditatorial, quer seja de direita ou de esquerda, como no caso da Venezuela.

O fato é que um País inteiro não pode ficar refém de qualquer tipo de posicionamento em nome da nação, que mesmo em linguagem diplomática, aponte para uma aceitação de mandos, desmandos e artimanhas antidemocráticas.

Como unir um país que permanece politicamente dividido, quando o Estado não se manifesta categoricamente e em todas as frentes contra aqueles que atacam a democracia mundo afora?  

Por fim, entendo que meia democracia é o mesmo que democracia alguma.

*Jornalista

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, rompeu o silêncio e se pronunciou nesta quarta-feira (31) sobre a contestada reeleição de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais venezuelanas deste domingo (28).

Em um post no X, Petro pediu que o governo venezuelano permita um “escrutínio transparente” das forças políticas venezuelanas e dos órgãos de monitoramento internacionais. As informações são do G1.

“O presidente Maduro tem hoje uma grande responsabilidade: lembrar o espírito de Chávez e permitir que o povo venezuelano volte à tranquilidade enquanto as eleições terminam em paz e se aceita o resultado transparente, seja ele qual for. O escrutínio é o final de todo processo eleitoral; deve ser transparente e assegurar a paz e a democracia”.

O presidente colombiano também expressou sua preocupação com a polarização do povo venezuelano e com as mortes ocorridas por causa da violenta repressão aos protestos, além de propor um “acordo entre governo e oposição”.

Em mensagem ao governo dos Estados Unidos, ele pediu que as sanções contra a Venezuela sejam repensadas. “Peço ao governo dos EUA que suspenda bloqueios e decisões contra cidadãos venezuelanos. O bloqueio é uma medida anti-humana que só traz mais fome e mais violência do que já existe e promove o êxodo em massa de pessoas. A emigração da América Latina para os EUA diminuirá substancialmente se os bloqueios forem tirados”.

Já o presidente do México, Andres Manuel López Obrador, afirmou nesta quarta que não há evidência de fraude nas eleições da Venezuela e que não irá participar do encontro da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a questão. “Não concordamos com a atitude tendenciosa da OEA”, disse durante sua coletiva de imprensa diária.

Os distúrbios registrados na Venezuela nos últimos dias incluem queima de estabelecimentos comerciais, de prédios públicos destinados a serviços como saúde e educação e de locais ligados ao partido do governo (PSUV). Há ainda relatos de intimidações e ataques a simpatizantes do governo e líderes comunitários ligados ao chavismo.

Vídeos que registram os ataques e atos de violência têm sido divulgados nos meios de comunicação estatais venezuelanos e nas redes sociais. Desde o anúncio da vitória de Maduro na eleição do último domingo (28), a oposição denuncia fraude e convoca manifestações de protesto. 

Ao comentar a violência nas ruas e mostrar vídeos de ataques a prédios públicos e comerciais, o presidente Nicolás Maduro questionou se os atos são pacíficos e provocou o alto comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU), Volker Türk, que acusou o governo de fazer uso desproporcional da força contra manifestações pacíficas.

“Este é um protesto, Volker Türk? Isto é protesto legítimo? Isto é democracia, ou é fascismo criminoso? Os Estados Unidos [EUA], seus aliados, a União Europeia e Volker Turull vão dizer que estes são presos políticos”, disse, após mostrar vídeos de atos violentos registrados no país.

O governo tem recebido críticas de meios de comunicação, líderes de outros países e organizações não governamentais por causa das prisões em massa e da violência nas ruas do país.

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, candidata à Casa Branca, comentou a situação em uma rede social. “A violência, o assédio e as ameaças contra manifestantes pacíficos e intervenientes políticos são inaceitáveis”, disse.

O governo Maduro, por sua vez, sustenta que (os responsáveis) são grupos organizados para cometer violência e que foram registrados casos de assédio e intimidação contra lideranças ligadas ao governo.

“Um dos métodos desses grupos criminosos é intimidar os líderes do CLAP [programa social de alimentação do governo], os líderes de rua, os líderes comunitários, os líderes porta-vozes dos conselhos comunais, que os enfrentaram com dignidade”, afirmou.

Autoridades venezuelanas afirmam que alguns dos cerca de 750 presos nos distúrbios foram pagos para cometer os atos violentos. Vídeos com relatos de supostos manifestantes presos admitindo que receberam dinheiro para atacar alguns locais estão sendo transmitidos nos meios de comunicação oficiais.  

Maduro responsabilizou Edmundo González, seu principal adversário na eleição de domingo, e a opositora María Corina Machado pela violência. “Quem lhes deu a ordem? Que objetivos eles tinham para atacar e queimar a Polícia Nacional, atacar os transeuntes, atacar qualquer um que se pareça com um chavista?”, perguntou.

O presidente da Venezuela prometeu criar um fundo para ressarcir as pessoas que tiveram prejuízos materiais devido aos distúrbios e tomar medidas de proteção às lideranças chavistas ameaçadas.

Oposição

Apesar dos atos violentos, também foram registradas manifestações pacíficas no país, como o ato realizado por Edmundo González e María Corina Machado na terça-feira (30), em Caracas.

Em uma rede social, González manifestou solidariedade ao povo ante sua justificada indignação. O candidato lamentou as informações sobre mortes, feridos e presos durante os distúrbios e pediu que as forças armadas e de segurança “detenham a repressão de manifestações pacíficas. Vocês sabem o que houve no domingo. Cumpram com seu juramento.”

Da Agência Brasil 

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou que o país “tem o dever de buscar vingança” após a morte do chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã. O ataque, atribuído pelo movimento palestino e pelo governo iraniano a Israel, foi lançado nesta quarta-feira, enquanto Haniyeh participava da posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian.

“O regime sionista criminoso e terrorista martirizou nosso querido hóspede em nosso território e causou nossa dor, mas também preparou o terreno para uma punição severa”, escreveu o líder supremo iraniano na rede social X. “Após este evento amargo e trágico que ocorreu dentro das fronteiras da República Islâmica, é nosso dever nos vingar”.

Uma reunião de emergência do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã foi convocada na residência de Khamenei, logo após o ataque. O porta-voz do Conselho classificou o assassinato de Haniyeh como “um ato desprezível”. De acordo com a rede libanesa al-Mayadeen, ele também prometeu e que os perpetradores do ataque “receberão uma resposta”.

A morte de Haniyeh foi confirmada tanto pela Guarda Revolucionária do Irã quanto pelo próprio movimento palestino, que atribuíram o ataque a Israel. O Estado judeu não se manifestou sobre as acusações. Além do líder iraniano, o grupo que governa Gaza também prometeu retaliação.

“O assassinato do líder Ismail Haniyeh é um ato de covardia e não ficará impune”, afirmou Musa Abu Marzuk, um alto dirigente do Hamas, em um comunicado logo após a morte e Haniyeh.

Apesar das promessas de retaliação, há acenos de moderação dentro do próprio governo iraniano. A mídia estatal noticiou que o vice-presidente Mohammad Reza Aref afirmou que Teerã não tem nenhuma intenção de responder ao ataque de Israel contra o líder do Hamas — o que demonstraria uma divergência entre o governo reformista recém-eleito e a liderança suprema da revolução.

Com informações do Jornal O Globo.