Deportados dos EUA relatam agressões em voo: “Me enforcaram”

Do Metrópoles

Brasileiros deportados dos Estados Unidos que foram algemados e acorrentados denunciam que sofreram agressões dos agentes do governo estadunidense dentro do avião que os trouxe ao Brasil.

“Eu fiquei 50 horas acorrentado pelo braço, barriga e pés. Sem poder ir no banheiro. Nós pedimos para sair porque estava muito quente [dentro do avião] e não deixaram. Me agrediram e me enforcaram”, relatou o vigilante Jeferson Maia ao Metrópoles.

O avião com os deportados pelo governo de Joe Biden – porém os primeiros a serem mandados de volta ao Brasil na era Donald Trump – saiu dos Estados Unidos e parou por algumas horas no Panamá. Em seguida, foi até Manaus (AM). Os brasileiros – 88 no total – fizeram um protesto porque estavam trancados, a temperatura estava muito alta e queriam sair da aeronave. O destino final era Belo Horizonte (MG).

“Eles queriam que a gente esperasse sem água, sem comida, todo mundo apavorado”, conta Aeliton Cândido, morador de Divinópolis (MG). Famílias inteiras, incluindo crianças, estavam no voo. Vários dos deportados exibiam marcas das algemas e correntes.

“Meteram porrete sem dó”

O deportado Luis Fernando Caetano Costa disse que testemunhou a agressão contra cerca de cinco pessoas dentro da aeronave. “Os meninos estavam todos algemados. Os caras meteram porrete sem dó. Jogaram o moleque no chão. Teve um menino que deram um golpe nele até desmaiar”, conta o brasileiro.

Diante do problema técnico no avião norte-americano, houve uma escala em Manaus. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, desautorizou o uso de algemas e correntes, e os deportados foram transferidos para uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) a fim de concluir a viagem até Minas Gerais.

“Denúncias graves”

A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, esteve no aeroporto de Belo Horizonte para recepcionar os brasileiros deportados e chamou as denúncias de agressão de muito graves.

“As denúncias das pessoas que chegaram são muito graves. A gente tinha numa mesma aeronave famílias, crianças, crianças com autismo, com algum tipo de deficiência, que passaram por situações muito graves”, declarou a ministra.

Macaé disse que o ministério irá fazer um relatório para o presidente e para o Ministério das Relações Exteriores, com as denúncias dos brasileiros deportados. Além disso, o governo federal está em articulação com a Prefeitura de Belo Horizonte para acolher os repatriados.

“Os países têm suas políticas imigratórias, mas as suas políticas imigratórias não podem violar os direitos humanos. O Brasil sempre tratou com muito respeito toda a população, tanto refugiados que chegam no Brasil quanto pessoas que nós temos que repatriar.”

A posse de Donald Trump nos últimos dias como presidente dos Estados Unidos levou a um encontro de nomes da direita mundial no país, que passará a ser usado ainda mais por bolsonaristas na disputa política do Brasil.

A volta de Trump ao poder é vista como um fortalecimento da direita radical no mundo e uma oportunidade de reorganização do campo. Ainda que isso não signifique vitórias práticas, como a reversão da inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL), a chegada do republicano à Casa Branca serve, na opinião de parlamentares, para ecoar a narrativa conservadora e pressionar o Brasil.

A direita tem ocupado espaços que no passado eram mais explorados no Brasil por políticos à esquerda, como comissões de direitos humanos do Congresso americano e da OEA (Organização dos Estados Americanos). Alguns deputados brasileiros defendem que a esquerda também volte a atuar junto a parlamentares americanos e a outros órgãos para não deixar a narrativa dos adversários ganhar corpo sozinha.

Na última semana, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro frequentaram alguns eventos que marcam o retorno de Trump à Casa Branca. Uma caravana de congressistas bolsonaristas também esteve nos Estados Unidos.

Eduardo mal voltou ao Brasil e já tem nova previsão de viagem aos EUA, para um evento do Cpac (Conferência de Ação Político Conservadora), em Washington, em fevereiro.

Ele também pretende abrir um escritório internacional do PL em Miami ou então fechar parcerias com americanos para ter um local fixo de despacho nos EUA.

Eduardo participou de eventos durante a semana com nomes do alto escalão do Partido Republicano e outros nomes da direita, como o presidente da Argentina, Javier Milei, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, Sebastian Abascal, líder do partido populista de direita da Espanha Vox.

O filho de Bolsonaro conversou com aliados de Trump a respeito da situação do pai. A tese entre líderes da direita é que o ex-presidente e aliados sofrem perseguição. O ex-mandatário foi convidado para ir à posse de Trump, mas não teve o passaporte liberado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Bolsonaro foi indiciado em três inquéritos: sobre um esquema de fraude no seu cartão de vacina, em outro sob a acusação de ter tentado vender no exterior joias recebidas de presente e ainda por supostamente ter participado de uma trama para impedir a posse de Lula (PT).

À Folha Eduardo aponta que a maioria republicana na Câmara e no Senado são ativos para tentar aprovar projetos de interesse do Brasil e ecoar a narrativa. “A gente estava com uma abertura muito boa na Câmara dos Deputados, que era de maioria republicana. Agora a gente também tem o Senado e tem a administração Trump”, disse.

“Eu pretendo retornar para continuar algumas tratativas. Alguns pontos [importantes para a agenda bolsonarista] devem caminhar naturalmente. Um deles seria o caso do Filipe Martins, porque é um caso ali de segurança nacional.”

Martins ficou preso por seis meses por determinação de Moraes no ano passado. O ministro citou que o ex-assessor de Bolsonaro teria viajado aos EUA no fim de 2022 com o ex-presidente. Martins, porém, nega que tenha viajado.

O nome de Martins, porém, teve a entrada no país registrada pelo serviço de imigração americano. Eduardo já disse considerar que houve fraude no caso e espera consiga esclarecer os registros.

Aliados de Bolsonaro acreditam que Trump poderia tomar uma medida drástica, como cassar o visto americano de Moraes, ou mesmo agir de alguma forma para facilitar a reversão da inelegibilidade do ex-presidente. Ambas as medidas, porém, são custosas e difíceis de serem concretizadas.

Trump disse após a posse que o “Brasil precisa mais dos EUA” do que o contrário. Suspender o visto de um ministro da Suprema Corte, no entanto, geraria um desgaste diplomático entendido como desnecessário por analistas.

Além disso, o presidente dos EUA também não tem meios para interferir nas investigações que o ex-presidente enfrenta na Justiça brasileira. Ele pode, avaliam bolsonaristas, pressionar com ameaças de tarifas e sanções ao Brasil, mas, para políticos brasileiros, isso não seria suficiente para alterar o rumo da ação.

“Os Estados Unidos, certamente, se seguir adiante as promessas de campanha do Trump de combate à censura e de fortalecimento da democracia, que nada mais é do que o retorno à tradição dos Estados Unidos de exportar a democracia e liberdade para o mundo inteiro, isso já nos beneficia”, avalia Eduardo.

Ele aposta na troca do embaixador dos EUA no Brasil para fortalecer o grupo. Eduardo também diz que usará ainda mais o espaço da OEA, onde parlamentares têm reclamado das penas aplicadas aos acusados pela invasão e ataque às sedes dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

“Se a OEA realmente não atentar para essas causas de direitos humanos, essas violações que estão ocorrendo no Brasil, ele é capaz de sair da OEA, tal qual também saiu da OMS [Organização Mundial da Saúde]”, diz.

No final do ano passado, deputados brasileiros de esquerda estiveram em Washington para agendas em órgãos internacionais e com parlamentares e defenderam um reforço na articulação nos EUA.

“Depois que a direita descobriu os caminhos para se fazer ouvir aqui, eles estão explorando, então, mais importante do que nunca a esquerda se fazer presente. Os democratas, os progressistas, devemos, eu diria, intensificar os contatos”, avalia o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

“Eles que são, digamos, antiglobalistas, como eles se definem, então eles começam agora a se organizar como uma internacional de extrema direita, buscam seus pares no mundo inteiro”, avalia.

Da Folha de São Paulo.

Na última segunda-feira, dia 20 de janeiro, Donald Trump tomou posse como o 47º presidente dos Estados Unidos. Desde o primeiro dia de seu mandato, ele emitiu várias ordens, incluindo para encerrar o CBP One (aplicativo voltado para imigrantes) e deportar todas as pessoas encontradas em situação de ilegalidade no país. Desde então, são muitos os latinos que vivem na incerteza de não saber o que acontecerá. Eles temem ser presos em uma das muitas ações policiais.

Muitos criadores de conteúdo estão mostrando a situação atual no TikTok. Existem inúmeros locais, como canteiros de obras, que estão vazios por falta de pessoal, pois muitos trabalhadores não foram trabalhar por medo de serem deportados.

Um homem, que não se identifica em suas publicações (@migrantesmillonarios no Tiktok), mostra em suas redes sociais, em uma de suas publicações, um restaurante que está vazio, afirmando que as pessoas não foram trabalhar pois não estão com a documentação em dia.

“Quero que você veja isso. O restaurante está vazio, não há garçons, não vieram trabalhar. É a primeira vez que se veem estas coisas nos Estados Unidos, e é porque as pessoas têm medo”, comentou ele, sem dizer o local exato da gravação — mas já fez outras postagens em sua conta no Tiktok na cidade de San Diego, no estado americano da Califórnia.

O homem, que faz seus vídeos em espanhol, ficou bastante surpreso ao ver que o restaurante não tinha trabalhadores e que a única pessoa presente era o proprietário. Esse local, que normalmente exibia programas em espanhol em suas televisões, segundo ele, passou a ter suas telas sintonizadas nos esportes americanos.

“Quero que você veja como a sala está vazia. A verdade é que esta situação é difícil. Eles não querem vir trabalhar, não sei se é por greve ou por outro motivo, mas está tudo vazio”, acrescentou o jovem.

Embora tenha tentado falar com o dono do local, não teve uma resposta clara, pois há muitos trabalhadores que não querem falar. Em outra publicação, ele mostrou como estava a situação nas ruas, principalmente nos canteiros de obras. Para ele, foi muito triste ver como, desde 20 de janeiro, houve abandono desses locais.

“É muito triste quando a construção é interrompida, e isso se deve à falta de pessoal. Nós, migrantes, vamos deixar saudades, acredite, eles vão sentir”, disse.

Segundo o jovem, muitos norte-americanos querem que os latinos em situação irregular saiam do país, mas, segundo ele, muitos deles trabalham honestamente e não se dedicam ao crime.

“Hoje ninguém veio trabalhar, está tudo vazio, não há trabalhadores e eles são necessários. O que vai acontecer quando isso chegar a um mês, e não houver ninguém para operar essas máquinas?”, indagou.

Para ele, a situação que essas pessoas vivem não é justa, e não se sabe como será o seu futuro, já que muitos terão que deixar o país, uma vez que Trump pode endurecer regras até mesmo para migrantes com com vistos legais.

Do jornal O Globo.

O ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) determinou às autoridades e representantes do governo americano a imediata retirada das algemas de migrantes brasileiros deportados dos Estados Unidos que chegaram em Manaus na sexta-feira (24).

De acordo com nota divulgada neste sábado (25) pela pasta, Lewandowski informou ao presidente Lula (PT) “sobre uma tentativa de autoridades dos Estados Unidos de manter cidadãos brasileiros algemados durante o voo de deportação” até Belo Horizonte, destino final. Segundo nota da Polícia Federal, os brasileiros chegaram algemados em Manaus.

A situação foi comunicada ao ministro pelo diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues. Lewandowski disse ao presidente que houve “flagrante desrespeito” aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros.

“Ao tomar conhecimento da situação, o presidente Lula determinou que uma aeronave da FAB fosse mobilizada para transportar os brasileiros até o destino final, de modo a garantir que possam completar a viagem com dignidade e segurança”, diz a nota. O avião americano parou em Manaus para reabastecer, mas uma falha técnica impediu a continuidade do voo até Belo Horizonte.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou ainda que a dignidade da pessoa humana é um princípio basilar da Constituição Federal e um dos pilares do Estado Democrático de Direito, configurando valores inegociáveis.

Já a PF afirmou que os brasileiros que chegaram algemados foram recebidos e imediatamente liberados das algemas, na garantia da soberania brasileira em território nacional e dos protocolos de segurança no país. O órgão também proibiu que os brasileiros fossem novamente detidos pelas autoridades americanas.

Procurada pela Folha, a embaixada dos EUA em Brasília limitou-se a dizer que “os cidadãos brasileiros do voo de repatriação estão sob custódia das autoridades brasileiras” e que a representação diplomática está em contato com as autoridades do país.

Segundo a polícia, os passageiros foram acolhidos e acomodados na área restrita do aeroporto. No local, receberam bebida, comida, colchões e foram disponibilizados banheiros com chuveiros. “Os brasileiros serão acompanhados e protegidos pelos militares da FAB e policiais federais brasileiros”, disse.

O grupo de 158 migrantes deportados desembarcou em Manaus após o avião americano que os levaria até Belo Horizonte apresentar um problema técnico. O voo com o deportados, dos quais 88 são brasileiros, decolou na sexta-feira (24) da cidade de Alexandria, no estado da Virgínia, e pousou em Manaus para reabastecer.

A FAB (Força Aérea Brasileira) informou que fará o transporte dos migrantes deportados. Segundo a Força, o avião saiu de Brasília às 13 horas e tinha chegada prevista em Manaus às 15h30 (14h30 no horário local). Profissionais de saúde acompanharão os deportados durante o trajeto até Belo Horizonte.

Da Folha de São Paulo.

A Prefeitura do Recife promoveu, neste sábado (25), o embarque dos seis estudantes com melhor desempenho na Olimpíada de Matemática do Recife (OMR) 2024, além de dois professores e uma gestora escolar premiados, para uma viagem aos Estados Unidos. O grupo terá a oportunidade de vivenciar uma experiência educativa conhecendo a sede da NASA, onde entrarão em contato com inovações tecnológicas e pesquisas sobre o espaço, além de visitar os parques da Disney, em Orlando.

“Para nós, hoje, é um dia completamente emocionante, a finalização de um ciclo, de um ano que é uma preparação importante para as Olimpíadas de Matemática do Recife. Sabemos que muito mais do que a viagem, é um ano de preparação e que premia aqueles que mais se esforçaram. Isso mostra para todo mundo que o conhecimento leva você a qualquer lugar no mundo”, comemorou o prefeito em exercício Victor Marques, que esteve presente na manhã deste sábado no Aeroporto Internacional do Recife para realizar o embarque do grupo. 

Estudante da Escola Municipal Antônio Heráclio do Rego, localizada no bairro de Água Fria, a aluna Joana Nicoly, 14 anos, contou como acredita que a experiência vai ser benéfica para a sua vida profissional. “Por incrível que pareça, eu toda vez mudo o que quero ser quando crescer. Mas ultimamente, estou querendo muito ser cientista e eu acho que a OMR pode me ajudar no raciocínio lógico também, me auxiliar tanto nas ciências quanto em outras matérias”, disse. “Quando eu estiver aprendendo inglês nos Estados Unidos, além de eu estar aprendendo fora, vou poder botar isso dentro do meu currículo, e assim vai ser mais fácil pra eu conseguir uma vaga de emprego. É um sonho já sendo realizado”, acrescentou.

Olimpíadas de Matemática do Recife – A OMR 2024 envolveu mais de 14 mil alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental, em 43 escolas da Rede Municipal de Ensino do Recife. A iniciativa tem como objetivo despertar o interesse dos estudantes pela Matemática e valorizar talentos, incluindo docentes e gestão escolar que se destacaram no certame.

Sofia Alencar, jovem do interior de Pernambuco, natural da cidade de Trindade, alcançou uma conquista extraordinária e raríssima: foi admitida na University of Southern California (USC), uma das universidades mais prestigiadas do mundo, com uma bolsa de estudos no valor total de mais de R$ 2 milhões.

Filha da imigrante brasileira Elisângela Alencar, Sofia agora faz parte de uma instituição de renome mundial, que também foi lar de importantes personalidades. A USC, localizada em Los Angeles, ocupa a 62ª posição no ranking mundial de universidades, se destacando pela excelência acadêmica e inovação. Em sua história, cinco egressos já foram laureados com o Prêmio Nobel, reafirmando sua relevância global. Para efeito de comparação, a USP, que é considerada a melhor universidade do Brasil, ocupa a 251ª posição no mesmo ranking, o que mostra a importância da conquista da brasileira.

A universidade também carrega uma trajetória marcada por invenções e contribuições icônicas para o mundo. Foi na USC que um aluno desenvolveu o Adobe Photoshop, e na lista de criações feitas por ex-alunos ou pesquisadores estão também o MySpace e a famosa marca de óculos Oakley. Além disso, figuras de destaque global, como Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua, que fez mestrado na instituição, e personalidades como George Lucas, Will Ferrell e Forest Whitaker, também têm suas histórias ligadas à USC.

Com muito esforço e determinação, Sofia superou diversos desafios e agora se prepara para cursar Engenharia Biomédica com ênfase em Pré-Medicina. Ela fará parte de um ambiente acadêmico que reúne os maiores talentos globais e contará com uma formação de excelência.

Pousou no aeroporto de Manaus, por volta das 18h de ontem, o primeiro voo com deportados dos Estados Unidos para o Brasil desde a posse de Donald Trump. A aeronave, com 158 pessoas a bordo, tinha Belo Horizonte como destino final, mas precisou passar por manutenção, cancelando a decolagem para Minas Gerais.

A PF não informou a nacionalidade dos ocupantes, mas, segundo apurado pelo g1 com o Itamaraty, 88 são brasileiros.

A assessoria do aeroporto de Manaus confirmou que o voo fez a conexão na capital amazonense, mas não decolou novamente nesta sexta-feira.

Segundo informações obtidas pela Rede Amazônica, os passageiros estavam reclamando de calor na aeronave. Em resposta, a tripulação acionou a rampa inflável para desembarque, mas o equipamento leva um tempo para voltar ao normal e está em manutenção. Enquanto isso, os passageiros estão em uma área isolada no aeroporto, sendo acompanhados por um delegado da Polícia Federal.

Entre a noite de quinta (23) e a manhã de ontem (24), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, utilizou uma rede social para anunciar que 538 imigrantes ilegais, de diferentes origens, já foram presos desde a posse de Trump — incluindo um suspeito de terrorismo, quatro integrantes da gangue Tren de Aragua e outros indivíduos condenados por crimes sexuais contra menores.

Ela disse, ainda, que “centenas de imigrantes ilegais já foram deportados em aeronaves militares”, marcando o início do que ela chamou de “a maior operação de deportação em massa da história”.

“Promessas feitas. Promessas cumpridas”, escreveu Leavitt, destacando que os voos de deportação já começaram. O anúncio reforça a política anti-imigração prometida pela nova gestão de Trump.

A porta-voz publicou, junto com as declarações, fotos de deportados embarcando em uma avião militar. Não há confirmação, entretanto, se trata do voo com destino ao Aeroporto de Confins.

Trata-se do primeiro voo de deportados com destino ao Brasil desde a posse do novo presidente, mas há a possibilidade de que alguns deles tenham sido detidos ainda na gestão Biden, que chegou ao fim na última segunda-feira (20).

Novas regras contra imigração

Ao tomar posse para um novo mandato na última segunda-feira (20), o presidente americano Donald Trump anunciou uma série de medidas adicionais para restringir a admissão de imigrantes – brasileiros ou de qualquer outra origem.

O texto divulgado pela Casa Branca com as prioridades do mandato cita “medidas ousadas para proteger nossa fronteira e as comunidades americanas”. Entre as ações elencadas, estão:

  • o restabelecimento da política “Permaneça no México”;
  • a retomada da construção do muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México;
  • a punição com pena de morte para imigrantes ilegais que assassinarem americanos;
  • o fim do asilo a quem cruza a fronteira ilegalmente;
  • uma grande operação de deportação de imigrantes ilegais;
  • o envio das Forças Armadas, incluindo a Guarda Nacional, para a área da fronteira;
  • e a classificação de cartéis de drogas como “organizações terroristas estrangeiras”, evocando a a Lei dos Inimigos Estrangeiros, de 1798.

Trump também declarou “emergência” na fronteira entre EUA e México, o que significa a autorização do envio de militares à região.

Ainda no primeiro dia de mandato, Trump revogou cerca de 80 decretos do governo de seu antecessor, Joe Biden, referentes ao tema da imigração. Entre os decretos revogados está o que permitia a reunificação de famílias de imigrantes separadas na fronteira.

O republicano também retirou o direito automático à cidadania concedido àqueles nascidos em território norte-americano. E anunciou a suspensão da concessão de refúgios por ao menos quatro meses, além da revisão do sistema para análise desses pedidos.

Do g1 Amazonas.

Os prisioneiros palestinos que devem ser liberados após o retorno de quatro reféns israelenses neste sábado (25) serão transferidos de dois locais: Prisão de Ofer na Cisjordânia ocupada e Prisão de Ktziot no deserto de Negev, disse o Serviço Prisional de Israel (IPS).

A Cruz Vermelha então transportará os prisioneiros palestinos da prisão de Ofer para pontos de libertação na Cisjordânia, semelhante à libertação da semana passada.

As forças de segurança israelenses também escoltarão os prisioneiros libertados para a passagem de fronteira de Kerem Shalom, ou Karam Abu Salem, acrescentou o IPS.

Ainda não está claro para onde os prisioneiros libertados irão depois de chegarem à passagem controlada por Israel, na intersecção das fronteiras de Israel, Gaza e Egito.

Na sexta-feira (24), o Hamas disse que espera que Israel liberte cerca de 200 prisioneiros palestinos, incluindo 120 prisioneiros cumprindo penas perpétuas e outros 80 com sentenças altas no sábado como parte do acordo de cessar-fogo e libertação de reféns.

O IPS disse que recebeu a lista dos prisioneiros, mas ela ainda não foi divulgada.

Da CNN.

O Hamas entregou quatro mulheres soldados israelenses mantidas em cativeiro em Gaza por 15 meses para a Cruz Vermelha neste sábado (25).

A entrega acontece durante a segunda libertação de reféns sob um acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo militante. Cerca de 200 prisioneiros palestinos devem ser libertados em troca.

Militantes do Hamas entregaram as mulheres para a Cruz Vermelha na Praça Palestina da Cidade de Gaza logo após as 11h, horário local.

Karina Ariev, Daniella Gilboa, Naama Levy — todas com 20 anos — e Liri Albag, 19, estão detidas em Gaza desde 7 de outubro de 2023.

As quatro estavam entre as sete mulheres soldados sequestradas da base militar de Nahal Oz, onde serviam como vigias das Forças de Defesa de Israel (IDF), observando as atividades dentro de Gaza.

Entenda o cessar-fogo entre Israel e Hamas

O acordo de cessar-fogo, elaborado após meses de negociações mediadas pelo Catar e Egito e apoiadas pelos Estados Unidos, interrompeu os combates pela primeira vez desde uma trégua que durou apenas uma semana em novembro de 2023.

Na primeira fase de seis semanas do acordo, o Hamas concordou em libertar 33 reféns, incluindo crianças, mulheres, homens mais velhos, doentes e feridos, em troca de centenas de prisioneiros palestinos em cadeias israelenses, enquanto as tropas israelenses se retiram de algumas de suas posições na Faixa de Gaza.

Em uma fase subsequente, os dois lados negociariam a troca dos reféns restantes, incluindo homens em idade militar, e a retirada das forças israelenses de Gaza — que está em grande parte em ruínas após 15 meses de combates e bombardeios israelenses.

Israel lançou sua campanha militar em Gaza após o ataque do Hamas em 7 de outubro, quando combatentes mataram 1.200 pessoas e levaram mais de 250 reféns de volta para Gaza, de acordo com contagens israelenses. Desde então, mais de 47 mil palestinos foram mortos em Gaza, de acordo com autoridades de saúde locais.

Após a libertação no domingo dos reféns Romi Gonen, Emily Damari e Doron Steinbrecher e a recuperação do corpo de um soldado israelense desaparecido há uma década, Israel disse que 94 israelenses e estrangeiros permanecem presos em Gaza, embora não esteja claro quantos deles ainda estão vivos.

Da CNN.

É falsa a foto de Donald Trump ao lado de uma cadeira vazia com o nome de Bolsonaro. O resultado de uma busca reversa da imagem, que permite encontrar imagens semelhantes, trouxe outro post em que é possível ver, no canto inferior direito, a marca d´água do Grok, ferramenta de inteligência artificial do X que cria imagens sintéticas a partir de comandos de usuários.

Como verificado pelo Comprova, a mão distorcida do presidente recém-eleito e seu rosto mais redondo e jovem são alguns detalhes que evidenciam que a foto não é real, como é possível ver na imagem acima.

Mesmo tendo concluído ser uma imagem gerada por IA, a reportagem fez outras buscas e não há nenhum registro nas redes sociais de Trump, de Bolsonaro ou na imprensa de cena semelhante à do post mentiroso.

A publicação sugere que o registro teria sido feito durante a posse do republicano, já que o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), foi impedido de participar após o STF (Supremo Tribunal Federal) negar a devolução do seu passaporte.

A reportagem tentou contatar o autor do post, mas não houve resposta até a publicação deste texto.

Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.

O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Sugestões e dúvidas relacionadas a conteúdos duvidosos também podem ser enviadas para a Folha pelo WhatsApp 11 99581-6340 ou pelo email folha.informacoes@grupofolha.com.br.

Leia a verificação completa no site do Comprova.

Da Folha de São Paulo.