Coluna da segunda-feira

Raquel foi importante, mas o mérito é de Rodrigo

Ao emplacar a reeleição do prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro (PSDB), logo no primeiro turno, a governadora Raquel Lyra (PSDB) reduz o impacto da derrota do seu aliado Daniel Coelho (PSD) no Recife, para o prefeito João Campos (PSB). Mas ela não pode ser considerada a madrinha da vitória. Rodrigo tem seus próprios méritos e são incontestáveis.

Fez uma boa gestão em menos de dois anos, a partir do momento em que sucedeu a Raquel, que renunciou em 2022 para disputar o Governo do Estado. Os números de Rodrigo surpreenderam. Ganhou em todas as seções eleitorais, com uma média de 50 votos acima de todos os concorrentes. Destaque para a expressiva votação na zona rural, que fez a diferença.

O que ouvi ontem em Caruaru, na cobertura da eleição, foi que Rodrigo, além de ter feito muitas obras na zona rural, descentralizou os festejos juninos deste ano, dando o mesmo tratamento dispensado aos polos da zona urbana. Historicamente, Zé Queiroz sempre teve expressivas votações nos distritos rurais do município.

Independente do papel que a governadora tenha exercido na reta final da campanha em Caruaru, tendo deslocado grande parte do seu staff para ajudar a coordenação da campanha de Rodrigo, o fato é que o prefeito mostrou força e liderança, firmando-se como uma nova expressão política na capital do Agreste, com repercussão no Estado.

Mas a governadora, evidentemente, vai captar esse trunfo para ela, uma forma de se fortalecer com vistas à sua reeleição em 2026. Se o resultado em sua terra natal tivesse sido adverso, as dificuldades para construir a sua reeleição seriam bem maiores. A tucana poderá dizer que saiu honrada, ao reeleger o prefeito aliado no município que governou por dois mandatos, sendo o segundo apenas 1 ano e seis meses.

Pesquisas batem com as urnas – As pesquisas no Recife se confirmaram e João Campos saiu das urnas com o percentual acima de 77%, como previram todos os institutos, especialmente o Datafolha. Só houve uma pequena distorção em relação ao candidato do PL, Gilson Machado, que aparecia com uma média de 8% a 10%, mas quase chega a 15% dos votos.

Lanterna arranha governadora – O maior derrotado desta eleição no Estado não é a esquerda em Caruaru, que se uniu em torno da candidatura de Zé Queiroz (PDT), mas o ex-deputado Daniel Coelho, que sai da disputa no Recife menor do que entrou, perdendo, incrivelmente, para Dani Portela, do Psol. Ruim também para a governadora. Nunca um candidato a prefeito no Recife apoiado pela máquina estadual teve desempenho tão pífio.

A mais apertada – Em Catende, na Zona da Mata, Dona Graça, do PSDB, teve a vitória mais apertada do Estado. Ganhou por apenas 14 votos de frente. Teve 10.531 votos ante 10.517 do Doutor Caio, do Avante. Mais uma vitória da governadora Raquel Lyra, que teve outra expressiva votação em Surubim, com a eleição de Chaparral, que derrotou Véia de Aprígio (PSB), apoiada pela prefeita Ana Célia (PSB).

Reviravolta no Pajeú – Nos dois municípios mais disputados no Sertão do Pajeú – Tabira e São José do Egito – a oposição saiu vitoriosa. Na terra dos poetas, São José do Egito, foi eleito o empresário Fredson Brito (Republicanos), derrotando o prefeito Evandro Valadares (PSB). Já em Tabira, a prefeita Nicinha, esposa do ex-prefeito Dinca, perdeu para o petista Flávio Marques, secretário forte na gestão do ex-prefeito Sebastião Dias.

Rodrigo enaltece governadora – Em entrevista à Rádio Cultura, de Caruaru, tão logo a sua reeleição foi confirmada, o prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB) agradeceu o empenho da governadora Raquel Lyra (PSDB) com a ressalva de que teve um papel fundamental para sua reeleição. “Em todo o momento, a governadora esteve presente. Minha gestão é a continuidade da gestão dela e me orgulho muito disso. Com minha reeleição, Raquel vai trazer muito mais investimentos para o município”, afirmou.

CURTAS

BONITO E PESQUEIRA – Em Bonito, o ex-prefeito Rui Barbosa (PSB) volta ao poder derrotando Som Monteiro (PSD), atual vice-prefeito, por uma diferença superior a dois mil votos. Já em Pesqueira, o Cacique Marquinhos, do Republicanos, foi eleito com 51,15% dos votos, derrotando o delegado Rossine, que teve 48,85% dos votos.  

ARARIPINA – Em Araripina, o atual vice-prefeito Evilásio Mateus (Podemos) se rebelou contra o prefeito Raimundo Pimentel e derrotou Camila Modesto, da situação, que teve 58,01% dos votos contra 41,06% da aliada de Pimentel. Já Airton Rodrigues, do Psol, teve apenas 431 votos (0,92%).

ACERTOS – As pesquisas do Opinião, em parceria com este blog, bateram com os resultados das urnas em grande parte dos municípios do Estado, com destaque para Jaboatão, que apontou no sábado, véspera da eleição, a definição do pleito no primeiro turno.

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Onze capitais sem segundo turno

Ao menos 11 capitais podem decidir as eleições municipais amanhã, sem necessidade de um segundo turno. Pesquisas de intenção de voto mais recentes indicam que estariam eleitos os prefeitos do Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Maceió, Macapá, Boa Vista, Porto Velho, São Luís, João Pessoa, Vitória e Florianópolis. Os prefeitos de Maceió, JHC (PL), João Campos (PSB), do Recife, e Bruno Reis (UB), de Salvador, tendem a ser os mais votados.

Para ser eleito em primeiro turno, um candidato precisa receber mais da metade dos votos válidos (excluídos brancos e nulos). Caso ninguém atinja esse percentual, a disputa vai para o segundo turno. No Rio, o prefeito Eduardo Paes (PSD) lidera a corrida com folga, mas nas últimas semanas tem visto o principal oponente, Alexandre Ramagem (PL), encurtar a distância. Pesquisa Datafolha mostrou Paes com 54% das intenções de voto ante 22% de Ramagem.

Já em Salvador, as pesquisas indicam que o eleitor vai se dirigir às urnas determinado a reeleger o prefeito Bruno Reis, do União Brasil. Em mais de um instituto, Reis aparece com mais de 70% das intenções de voto. Em Maceió, o prefeito João Henrique Caldas, o “JHC” (PL), tem impressionantes 80% dos votos. Em São Luiz, Eduardo Braide (PSD) tem 63% das intenções de voto, ante 21% do deputado federal Duarte Júnior (PSB).

Em João Pessoa, apesar do episódio da prisão da sua mulher sob acusação de compra de voto, o prefeito Cícero Lucena, segundo pesquisa da Quaest, está a um ponto de ser eleito no primeiro turno, com 49% das intenções de voto. Na sequência, despontam Ruy Carneiro (Podemos) com 14%; Luciano Cartaxo (PT) com 11%; e Marcelo Queiroga (PL) com 11%, os três empatados dentro da margem de erro.

Em Vitória, capital do Espírito Santo, o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) chega com ampla vantagem em uma disputa em que o governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), passou longe dos palanques. Pelos levantamentos, Pazolini pode vencer já no primeiro turno, à frente de João Coser (PT), que comandou a Prefeitura entre 2005 e 2012. A última pesquisa Quaest, divulgada no dia 18 de setembro, mostra o atual prefeito com 53% das intenções de voto, enquanto Coser tinha 15%.

Bolsonarista em Porto Velho – Apoiada pelo atual prefeito e o governador, a ex-deputada federal Mariana Carvalho (União), apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), lidera a campanha em Porto Velho, capital de Rondônia. Ela tem 56% das intenções de voto, segundo pesquisa Quaest divulgada em 17 de setembro. Em segundo lugar está o deputado federal Léo Moraes (Podemos), com 11% das intenções de voto.

Pinta de mais votado – Em Macapá, capital do Amapá, o prefeito Antônio Furlan (MDB) é o favorito na disputa. Com a gestão mais bem avaliada entre as capitais do país, Furlan tem aprovação de 94%, segundo pesquisa Quaest. Seu plano é alcançar a maior votação do país e se projetar como nome forte para o pleito de 2026, rivalizando com o grupo político do senador Davi Alcolumbre (União-AP)

Incerteza em Natal – Em Natal, capital do Rio Grande do Norte, também há chance de que o pleito seja definido no primeiro turno, embora o cenário seja mais incerto. Pesquisa Quaest mais recente aponta o candidato Carlos Eduardo (PSD) com 41% de intenção de voto, à frente de Paulinho Freire (União Brasil), com 24%, e Natália Bonavides (PT), 18%. Mas outras sondagens indicam uma reação de Bonavides, com os três candidatos empatados tecnicamente. Uma nova sondagem será divulgada hoje.

Em Floripa – A última pesquisa do Instituto Atlas Intel em Florianópolis, capital de Santa Catarina, divulgada no último dia 28, mostra o prefeito Topázio Neto (PSD) com 51% das intenções de voto. Em segundo lugar, está o deputado estadual Marquito (Psol), com 22,5%. seguido por Dário Berger (PSDB), que tem 9%. Como na grande maioria das capitais, o PT também está fora da disputa na charmosa Floripa.

Impacto do debate em Sampa – Pesquisa Veritá divulgada ontem, mostra o empresário Pablo Marçal (PRTB) com 34,1% das intenções de voto e o deputado federal Guilherme Boulos (Psol) com 26,2% na disputa por São Paulo. O cenário sinaliza que os dois irão para o 2º turno. O atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), tem 20,4% das intenções e fica em terceiro lugar. Novas pesquisas Datafolha e Quaest, as últimas antes do primeiro turno das eleições de São Paulo, serão divulgadas hoje no final da tarde, um dia antes do pleito. Os levantamentos vão medir o impacto do último debate, exibido na noite de quinta-feira pela TV Globo.

CURTAS

RUIM PARA O PT – O PT tem candidaturas competitivas em Teresina, Natal e Fortaleza, com maiores chances de vitória, apontam pesquisas mais recentes. O PL, por sua vez, tem mais possibilidades de triunfar em Maceió e em Fortaleza. A capital cearense, a maior da região, terá uma das disputas mais parelhas, com muitas variáveis em jogo.

CARRO DE LULA – Um carro descaracterizado do gabinete de segurança da Presidência da República foi roubado por homens armados, na tarde de ontem, em frente à Escola Estadual Dr. João Firmino Correia de Araújo, na Rua Maria Azevedo Florence, em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo.

DE GRAÇA – Os eleitores do Grande Recife terão transporte gratuito amanhã, quando acontece o primeiro turno das eleições municipais. A tarifa zero será válida das 7h30 às 17h30, nas linhas convencionais de transporte público da Região Metropolitana. O Metrô do Recife também será gratuito durante todo o horário de operação, das 5h às 23h, do domingo.

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A disputa antecipada de Raquel e João

O resultado das eleições municipais do próximo domingo tem repercussão sobre o pleito estadual dois anos depois, em 2026? Nem sempre o partido que elege o maior número de prefeitos e vereadores ganha relevância para arrebatar o poder estadual. Nas três disputas em que saiu vitorioso na corrida para o Palácio do Campo das Princesas, Miguel Arraes (PSB) contou com um minúsculo exército de prefeitos.

Nas eleições deste ano, entretanto, este fator pode ter mais preponderância, porque há um ator em disputa, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), candidato à reeleição, já visto e apontado como o provável adversário da governadora Raquel Lyra (PSDB), em 2026. Dependendo do tamanho da esmagadora vitória de João, ele parte, sim, para o enfrentamento a Raquel.

Quanto mais votos tiver, mais chances João tem também de atrair prefeitos aliados, notadamente se a governadora não conseguir reeleger o prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB) em Caruaru. Ali, será o tudo ou nada para Raquel, tanto que o comando da campanha de Rodrigo passou a ser exercido por gente bem próxima e da confiança da governadora.

O tamanho de Raquel está em Caruaru. O de João, no Recife, é verdade, mas também na leitura do resultado eleitoral além da fronteira da capital. Na Região Metropolitana, as chances de João eleger mais aliados são bem maiores do que as de Raquel, até porque há municípios que a governadora pode somar dentro do seu universo, mas que, na prática, não se envolveu, como é o caso de Jaboatão.

Segundo maior colégio eleitoral do Estado, Jaboatão tende a reeleger o prefeito Mano Menezes (PL), provavelmente no primeiro turno, mas pelos méritos dele do que por influência da governadora, que ali não botou os pés. Em Olinda, Raquel se expôs na campanha de Mirella, mas o segundo turno é uma incógnita, pois todos os candidatos estão praticamente no mesmo patamar.

Em municípios estratégicos, como Garanhuns, terra do líder do Governo na Alepe, Izaías Régis (PSDB), a governadora sofrerá uma acachapante derrota, assim como em Petrolina, cenário bem favorável para a reeleição do prefeito Simão Durando. Outros municípios adversos para Raquel, segundo pesquisas, são Araripina, no Sertão do Araripe, e Cabo, na RMR.

PESQUISAS SEM MUDANÇAS – A mais recente pesquisa de intenção de voto para prefeito do Recife do Datafolha, divulgada ontem, traz um cenário praticamente igual à da Quaest, da última quarta-feira, apontando o socialista com 74% e Gilson Machado, este com exatos 10% do levantamento anterior. Daniel Coelho (PSD), candidato da governadora, subiu apenas um ponto, de 4% para 5%, mas aparece num cenário de empate com Dani Portela (Psol), que aparece com 4%. Nos votos válidos, João chega a 78% e Gilson a 11%.

Cenário indefinido em Sampa – Já em São Paulo, o Datafolha mostrou um cenário embolado entre Guilherme Boulos (PSOL), que apareceu com 26%, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), com 24%, e Pablo Marçal (PRTB), também com 24%. Pela margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, os três estão empatados tecnicamente. A três dias das eleições, os três candidatos oscilaram dentro da margem de erro. Boulos oscilou um ponto para cima, de 25% para 26%; Nunes, três pontos para baixo, de 27% para 24%; e Marçal, três pontos para cima, de 21% para 24%.

Paes na frente – Já no Rio de Janeiro, o Datafolha trouxe o prefeito Eduardo Paes (PSD) na liderança, com 54% das intenções de voto, seguido de Alexandre Ramagem (PL), com 22%. Tarcísio Motta (PSOL) tem 4%. Nos votos válidos, quando se subtraem os brancos e nulos, Paes sobe para 63% e Ramagem vai a 25%, sem representar qualquer ameaça de provocar um cenário de segundo turno. Como João Campos, no Rio, Paes é candidatíssimo a governador nas eleições de 2026.

Tudo embolado em BH – Em Belo Horizonte, o apresentador Mauro Tramonte, candidato a prefeito pelo Republicanos, Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD) aparecem empatados com 21% cada um. Tramonte caiu em relação ao levantamento feito em 17 e 18 de setembro, de 28% para 21%. Fuad Noman passou de 18% para 21%, e Engler, de 18% para 21%. Já nos votos válidos, Fuad Noman e Bruno Engler aparecem com 24% e Tramonte 23%.

O maioral do Jornal Nacional – Deus chamou, ontem, Cid Moreira aos 97 anos, ícone da televisão brasileira. Cid começou sua carreira no rádio, mas foi na televisão que encontrou seu verdadeiro palco. Ao longo de 27 anos à frente do Jornal Nacional, foi responsável por noticiar alguns dos momentos mais marcantes da história do Brasil e do mundo, desde eleições presidenciais até tragédias e grandes conquistas. Com uma dicção perfeita e um estilo único, ele se tornou referência no jornalismo, sendo lembrado pela forma calma, porém firme, com que transmitia os acontecimentos.

CURTAS

SUSTO 1 – Já refeita do susto, a senadora Teresa Leitão (PT), que estava no voo de Lula na volta do México, e que ficou cinco horas sobrevoando a Cidade do México, para esvaziar o tanque de combustível, disse que a tripulação sentiu um leve tremor no piso do avião depois da decolagem.

SUSTO 2 – Em seguida, segundo ela, Lula tomou a iniciativa de perguntar ao comandante do voo o que estava acontecendo. “O presidente ficou preocupado com a sua segurança e da comitiva porque poderia ser algo pior. O episódio fugiu à normalidade, mas o piloto controlou muito bem a situação e nos informou a todo momento o que estava acontecendo”, disse Teresa.

JOÃO PESSOA – Pesquisa encomendada pelo portal PB Agora e divulgada, ontem, mostra o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), com 52%, cenário que garante sua reeleição no primeiro turno. Os candidatos Luciano Cartaxo (PT), Ruy Carneiro (Podemos) e Marcelo Queiroga (PL) estão tecnicamente empatados na margem de erro.

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João quer mostrar que é diferente

Já se foi o tempo que debate político entre candidatos na disputa eleitoral fazia a cabeça do eleitor. O mais histórico foi o que o então candidato ao Planalto, Fernando Collor, destruiu o seu oponente Lula, depois de revelar que o petista havia pressionado a mãe de uma filha fora do casamento para abortar.

Em Pernambuco, na disputa para o Governo do Estado em 1982, Roberto Magalhães e Marcos Freire também protagonizaram grandes duelos na TV. Outra eleição memorável se deu em 1986, a primeira que Miguel Arraes disputou depois de voltar do exílio, derrotando o hoje ministro José Múcio Monteiro (Defesa).

Nas eleições de São Paulo, o que se assiste hoje são cenas de pugilato entre os candidatos a prefeito, chegando ao ponto de um deles dar uma cadeirada em outro. No Recife, ocorreu o primeiro debate na última terça-feira, promovido pela TV Jornal, mas muito fraco, completamente engessado, sem emoção.

O que mais chamou atenção foi a presença do prefeito João Campos (PSB), que até então não havia ido a nenhum debate. Hoje, tem o embate final entre os candidatos promovido pela TV Globo. João estará lá de novo, por decisão dele e orientação dos seus marqueteiros.

Com índices impressionantes de intenção de voto, beirando os 80%, o que o prefeito tem a ganhar indo ao debate? Absolutamente nada, mas fica o gesto, de que não correu da raia, como fazem tantos candidatos favoritos. Na verdade, quem se apresenta como favorito e está no poder, como é o caso de João, vira, naturalmente, alvo apenas de ataques, alguns desleais, por parte de todos os seus oponentes.

Para ir a um debate e não conseguir mostrar o que fez, apresentar novas propostas com a intenção de convencer o ainda eleitor indeciso, melhor não se expor. Sai mais no lucro! Mas João está querendo mostrar que é diferente, não adotando a estratégia que Marília Arraes, então favorita ao Governo do Estado em 2022, adotou no primeiro turno.  

COMO SERÁ O DEBATE – Pelas regras colocadas pela Globo e aprovadas pelas assessorias dos candidatos a prefeito, o debate de hoje na telinha global terá um modelo nacional, aplicado a todas as praças da emissora. No primeiro e no terceiro bloco, candidatos farão perguntas entre si com temas livres, enquanto o segundo e o quarto serão com temas determinados. Em cada bloco, o candidato (sorteado anteriormente) escolhe para quem direciona sua pergunta, entre os que ainda não tiverem respondido naquele bloco. Todos deverão fazer uma pergunta e responder a uma pergunta. Em cada bloco com tema determinado, o mediador sorteia em uma urna o tema que deverá ser abordado.

Super esquema de segurança – O secretário de Defesa, Alessandro Carvalho, anunciou, ontem, um super esquema de segurança para as eleições do próximo domingo, mobilizando 10.126 mil policiais, que vão atuar do Litoral ao Sertão do Estado. Trata-se de um acréscimo de 19% em relação ao pleito anterior, com investimento na ordem de R$ 6 milhões. O monitoramento será feito por espelhamento de câmeras e drones. Helicópteros do Grupamento Tático Aéreo vão sobrevoar todas as regiões do Estado. A Polícia Militar vai atuar já na distribuição das urnas, fazendo a escolta dos transportes.

Nikolas com Marçal – Candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal ganhou um trunfo para exibir ao eleitorado bolsonarista durante os últimos dias de campanha. Até então reticente a entrar de cabeça na disputa da capital paulista, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) sinalizou apoio ao ex-coach. O parlamentar mineiro é uma das principais lideranças nacionais do bolsonarismo, com forte presença nas redes sociais. Na semana passada, ele ameaçou fazer campanha contra o prefeito Ricardo Nunes (MDB), caso o candidato à reeleição permaneça próximo do PSD de Gilberto Kassab.

A hora da pane – O piloto do avião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que houve uma pane no voo do México ao Brasil na noite da última terça-feira. Em áudio obtido pela Folha de S. Paulo, é possível ouvir o piloto apontar “pan-pan”, como uma forma de indicar pane na aeronave. A suspeita é que uma ave tenha atingido a turbina do avião e causado o problema técnico. Na gravação, o responsável pelo voo identifica a aeronave como presidencial do Brasil, indica uma curva e alerta sobre a pane.

Teresa relax – Convidada pelo presidente Lula, a senadora pernambucana Teresa Leitão (PT) estava a bordo da aeronave presidencial que passou cinco horas sobrevoando a cidade do México, em pane, para esvaziar o tanque e com isso fazer um pouso de emergência sem riscos. Mas em nenhum momento ela caiu em desespero. “Teresa é uma pessoa muita tranquila, de muita fé, extremamente religiosa e nos passou tranquilidade em todo o momento de tensão”, disse o jornalista Paulo André Leitão, irmão da senadora.

CURTAS

VOLTA – O ministro da Defesa, José Múcio, interrompeu suas férias antes do previsto e voltou a trabalhar hoje. Deve cuidar do resgate de brasileiros no Líbano, bombardeado por ataques de Israel contra o Hezbollah, e das investigações do problema técnico com o avião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve que voltar ao México depois de 5h dando voltas em cima do aeroporto após-decolagem.

EMPATE – Levantamento divulgado pela Real Time Big Data, ontem, mostra que, na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, os candidatos André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) estão empatados tecnicamente, com 25% e 26%, respectivamente. O atual prefeito, José Sarto (PDT), aparece em 4º lugar na pesquisa, com 16%.  

REELEITO – Já em Salvador, o prefeito Bruno Reis (UB) aparece com 74% das intenções de voto, segundo o Paraná Pesquisas. Na capital baiana, o candidato de Lula, o atual vice-governador Geraldo Júnior (MDB) está tão mal das pernas quanto Daniel Coelho no Recife. Tem apenas 7,4%.

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Pablo Marçal, o rei da internet

Especialista em redes sociais, consultor em política digital, com experiências exitosas em campanhas eleitorais no Brasil, Portugal e Angola, o pernambucano Márcio Calheiros desconfia – ou não tem mais dúvidas – de que o futuro prefeito de São Paulo tende a ser o candidato do PRTB, Pablo Marçal, a depender do seu sucesso no mundo online. “O que mais impressiona na campanha paulista são os números de Pablo Marçal”, diz ele, com base em estudo recente que concluiu sobre o avanço principal do Instagram de Marçal.

“Apesar de ter suas redes sociais bloqueadas pela justiça e não dispor do direito a tempo de rádio e TV na campanha, além de custear sua campanha com doações, Marçal mostra, com números de seguidores e de compartilhamentos das suas postagens, que pode bater qualquer político com sua ‘indústria de conteúdo digital”, acrescenta Márcio, que tem uma bagagem de causar inveja sobre efeitos das redes sociais numa campanha.

Segundo os dados do monitoramento da empresa portuguesa de Inovação e Transição digital Internet Limpa LDA, dirigida por Márcio e uma equipe do mais alto gabarito no assunto, Marçal postou no Instagram, no período de 16/08/2024 (início da campanha eleitoral) até ontem 30/09/2024, 939 vezes no perfil (bloqueado pela justiça), que conta com 13.2 milhões de seguidores) e 1.918 vezes no seu perfil reserva, que já conta com mais de 5.5 milhões de seguidores.

A título comparativo, segundo ele, os três candidatos mais influentes, depois de Marçal, são Guilherme Boulos, com 2,4 milhões de seguidores, Tábata Amaral, com 1,7 milhões de seguidores e Ricardo Nunes, com 1,1 milhões. Todos eles somados, teriam 5,2 milhões de seguidores contra os 5.5 milhões de Marçal. 

“Vale a pena destacar que o perfil reserva de Pablo Marçal foi criado no último dia 24 de agosto, isto é, tem pouco mais de um mês”, acrescenta. Segundo Márcio, na soma das postagens de Pablo Marçal no período eleitoral, chega-se a impressionantes 2.857 posts só na rede social Instagram. “Enquanto o prefeito Ricardo Nunes postou 869 vezes, Boulos 571 e Tábata 326. Se incluirmos Maria Helena, com 239, e Datena com 152, teremos ao todo 2.157 postagens. Marçal ainda tem 700 postagens a mais do que todos os candidatos somados”, explica.

Ainda segundo os dados apresentados, Marçal teve entre reações, comentários e compartilhamentos 257.321.683. “Mais de 257 milhões, o que reflete um alcance bilionário. Dos quatro candidatos mais bem colocados nas pesquisas de campo, o segundo em números de reações, comentários e compartilhamentos é Guilherme Boulos, que teve até agora 10.334.036. Tábata Amaral vem em seguida, com 7.190.423 e Ricardo Nunes tem 1.439.890. Todos os candidatos somados não chegariam a 10% do engajamento gerado por Pablo Marçal”, conclui.

BONÉ, ESTOURO DE VENDAS – Marçal usa as redes sociais, e todas as oportunidades que se abrem pela frente, como os debates, para transformar o seu inseparável boné em um símbolo. No seu estilo debochado, publicou um vídeo no Instagram para ironizar os adversários, que dizia: “Se o boné for, eu não vou”. As vendas do adereço pela internet, já estouradas, são uma amostra de que a comunicação de Pablo nas redes é mais eficiente do que os meios tradicionais de campanha – com jingles, slogans e candidatos fazendo o sinal com as mãos alusivo ao “V” de vitória em um programa eleitoral para a televisão.

Influenciador passa Boulos e empata com Nunes – Pela pesquisa do instituto Futura Inteligência, publicada ontem na revista Exame, Pablo Marçal já passou Guilherme Boulos (Psol) na corrida pela Prefeitura de São Paulo e aparece empatado com o prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), que tem 26,9% das intenções de voto e o influenciador (PRTB) 26,8%. Boulos, que no levantamento anterior estava empatado com o prefeito, aparece com 20,1%, sendo agora o terceiro. Na sequência, Tabata Amaral (PSB) aparece com 9,4% e Datena (PSDB) apenas 3,8%.

Briga boa em Carpina – Pela pesquisa do Opinião, a disputa pela Prefeitura de Carpina, na Mata Sul do Estado, está acirrada. Cara nova na política do município, Eduarda Gouveia, candidata pelo Podemos, esposa do primeiro-secretário da Alepe, Gustavo Gouveia, aparece numericamente à frente de Joaquim Lapa (PSB), mas num cenário de empate técnico – 30% a 26,6%. A margem de erro do levantamento é de cinco pontos percentuais, para mais ou para menos, com índice de confiança de 95%.

A vitoriosa Conrado – Já em Serra Talhada, só uma hecatombe impediria, a esta altura do campeonato, faltando quatro dias para as eleições, a reeleição da prefeita Márcia Conrado (PT). Ela aparece com 31 pontos de vantagem em relação ao candidato do Podemos, Miguel Duque, filho do deputado estadual Luciano Duque. A possível vitória vai projetar Conrado no cenário da política estadual, com chances de ter papel relevante na sucessão de Raquel Lyra, em 2026.

Chico Siqueira, o estadual do Araripe – Prefeito já reeleito de Ipubi, o empresário Chico Siqueira se consolida como uma das principais lideranças políticas do Araripe com o cenário amplamente favorável para eleger o seu sucessor João Marcos Siqueira (PSD), que aparece na pesquisa do Opinião com 60,9%, 30 pontos a mais do que o seu adversário Doutor Wilson Filho, que tem 30,3%. Com a possível vitória, Chico tende a sair candidato a deputado estadual nas eleições de 2026 com amplas chances de ser eleito.

CURTAS

CRECHES – Do prefeito João Campos (PSB), ontem no debate da TV Jornal, ao ser provocado por Gilson Machado (PL) sobre a polêmica das creches: “O TCE foi em cinco unidades e garantiu o funcionamento de todas elas”.

NA DEFENSIVA – No debate, Dani Portela indagou Daniel Coelho sobre o Grande Recife Consórcio de Transportes, criticando a governadora Raquel Lyra (PSDB), aliada do pessedista. Ele lamentou a crítica e defendeu a governadora, afirmando que Portela estava atacando “uma mulher que não estava presente para se defender”.

OBRIGAÇÃO – Ainda no debate, João Campos perguntou a Gilson Machado sobre geração de empregos, destacando os 90 mil postos criados em sua gestão e os programas de qualificação profissional. Gilson respondeu que o prefeito “não faz mais que sua obrigação”.

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O crime organizado nas eleições

O crime organizado ampliou seus tentáculos nas eleições municipais. Segundo a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Cármen Lúcia, a corte está tomando as medidas necessárias e ações para combater as principais lideranças que comandam as organizações criminosas mais perigosas e temidas.

Eles querem formular leis, o que exige do Judiciário uma resposta dura e ações permanentes. Cármen Lúcia destacou que a tentativa de influência e de infiltração de grupos criminosos nas eleições é “bastante grave” e que “não pode ser subestimada”. Ela também lembrou de assassinatos de candidatos neste pleito, em que há suspeitas de envolvimento destas organizações.

Diante deste cenário, a ministra afirmou que o TSE criou um núcleo especializado envolvendo a Polícia Federal e o Ministério Público pelo qual estão sendo cruzados dados e informações de candidatos que possam ter ligações com o crime organizado. A medida adotada pelo TSE é inédita.

Para garantir segurança aos locais de votação, a ministra disse que, além das polícias estaduais e federais, as Forças Armadas podem ser acionadas em cidades onde se identifique risco à integridade de eleitores e candidatos. A ministra informou que notificou a Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) e os presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) para que investiguem crimes eleitorais com celeridade e rigor.

“Todas as agressões praticadas no processo eleitoral, que vem aumentando em demonstração de ensurdecedor retrocesso civilizatório, não serão aceitas pela Justiça Eleitoral”, enfatizou.

Violência – Cármen Lúcia está preocupada com a escalada de atos e violência durante a campanha eleitoral. Ela criticou “cenas abjetas e criminosas, que rebaixam a política a cenas de pugilato”. A ministra pediu a candidatos e partidos que “tomem tenência” e “respeitem a cidadania brasileira”. Apesar de não citar casos específicos, a manifestação de Cármen Lúcia ocorreu após um assessor de Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo, dar um soco em Duda Lima, marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes (MDB), durante um debate. No último dia 15, outro episódio de violência marcou a eleição da capital paulista, quando o candidato José Luiz Datena (PSDB) jogou uma cadeira em Marçal também durante um debate.

Mais de 450 casos graves – Na reta final do primeiro turno da eleição, os casos de violência contra candidatos repercutem em várias regiões do país. Na terça-feira da semana passada, no ABC Paulista, um candidato a vereador foi encontrado morto, outro foi alvo de tiros. No Rio de Janeiro, um candidato à Câmara de Nova Iguaçu morreu baleado. Em Roraima, um candidato à Prefeitura de Amajari sofreu um atentado a tiros. Dados do Observatório da Violência Política e Eleitoral, da Unirio, revelam que, de janeiro a 16 de setembro, foram registrados 455 casos de violência contra lideranças políticas no Brasil.

São Paulo lidera ocorrências – No primeiro trimestre do ano, ocorreram 68 casos de violência política; no segundo, 155 e, no terceiro, 232. Do total de casos desse terceiro trimestre, que foi de julho até 16 de setembro, 173 foram contra candidatos das eleições de 2024. São Paulo é o Estado que lidera a estatística, com 29 casos, seguido pelo Rio de Janeiro, com 20, e Piauí, com 14. Os casos registrados são diferenciados por tipos de violência: foram 94 casos de violência física, sendo 15 homicídios, 49 de violência psicológica, 19 de violência econômica e 11 simbólicas.

Ator coadjuvante – Para o especialista em segurança e professor da Fundação Getúlio Vargas, Jean Menezes de Aguiar, a violência que se observa na campanha municipal deste ano é reflexo da sociedade violenta do País. “São 60 mil homicídios por ano. É escandaloso, mas isso foi normalizado, em certa medida”, diz. A entrada do crime organizado na política, segundo ele, leva os políticos a obterem com mais facilidade vinganças a esses crimes. “Poderia ser esta uma das explicações. Só se fala em PCC nos debates de São Paulo, o que mostra que ele, o PCC, virou um ator coadjuvante nessa história”, observou.

A força e o fracasso – A cinco dias para o eleitor ir às urnas, o instituto Quaest confirmou a liderança do prefeito do Recife, João Campos, sem que tenha caído um só ponto desde a largada do processo eleitoral, mantendo impressionantes 75% das intenções de voto. Mostra também o massacre que o candidato da governadora Raquel Lyra (PSDB) tende a sofrer: Daniel Coelho tem apenas 3%, mesmo percentual de Dani Portela (Psol). O novo levantamento aponta Gilson Machado, candidato bolsonarista, com 11%, não confirmando a surpreendente subida que teria dado no Atlas Intel, para 22%.

CURTAS

UNIVERSO – A pesquisa Quaest ouviu 900 eleitores na capital pernambucana, entre os dias 27 e 29 de setembro. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou menos. O nível de confiança é de 95%. O levantamento foi encomendado pela TV Globo e registrado na Justiça Eleitoral sob o número PE-04873/2024.

ABAIXO DE DANI – No cenário espontâneo, modelo que o entrevistado é forçado a revelar o candidato da sua preferência sem ter acesso a lista com todos os postulantes, o candidato de Raquel tem apenas 1%, enquanto João Campos aparece com 62%. Dani Portela tem o dobro de Daniel – 2%.

SEM PRISÕES – Os eleitores não poderão ser presos ou detidos a partir de hoje, cinco dias antes do primeiro turno das eleições municipais. A medida valerá até terça-feira (8), 48 horas após o encerramento da eleição. De acordo com o Código Eleitoral (Lei 4.737/1965), no Artigo 236, as exceções são para prisão em flagrante delito; em virtude de sentença condenatória por crime inafiançável; ou por desrespeito a salvo-conduto.

Perguntar não ofende: As eleições municipais de 2024 vão entrar para a história como a mais violenta dos últimos 20 anos?

O confuso quadro de Olinda

Pela pesquisa do Instituto Opinião, Olinda tende a ter uma disputa de segundo turno entre a candidata da situação, Mirela Almeida (PSD), e o postulante do PT, Vinicius Castello. Mas Izabel Urquiza, do PL, abaixo cinco pontos do petista, também está no páreo, levando-se em consideração que a margem de erro do levantamento é cinco pontos percentuais, para mais ou para menos.

Num cenário entre Mirela e Vinicius, para onde iriam os votos de Izabel, que tem 15%, e Antônio Campos (PRTB), que aparece com 5%? Teoricamente, o eleitor de Izabel, filha da ex-prefeita Jacilda Urquiza, em grande parte é bolsonarista, mas pode ser que uma parte queira fazer uma homenagem à mãe dela, votando na herdeira política.

Já os 5% dos eleitores de Campos são uma incógnita, tanto podem votar em Mirella ou Vinicius. No caso de Izabel roubar a vaga de Vinícius no segundo turno, o cenário se complica ainda mais, porque, teoricamente, seus eleitores são ideológicos. Um cenário Mirela x Izabel no segundo turno se traduz numa disputa de centro direita.

Daí, as chances de isso ocorrer, hipoteticamente, são menores, mas não impossível. Para Mirella, no segundo turno, seja o candidato que for escolhido pelo eleitor nas urnas do primeiro turno, haverá um plebiscito, no qual ela terá como única bandeira o legado da gestão atual, sob o comando do Professor Lupércio. Seu discurso da continuidade contra o da mudança.

Assim, ainda teoricamente, a melhor adversária para Mirela derrotar seria Izabel, representante do bolsonarismo num Estado em que há predominância do lulismo. Se for Vinicius, as dificuldades tendem a ser maiores, porque as chances da eleição de segundo turno vir a ser estadualizada, com a presença de João Campos e, provavelmente Lula, no palanque do petista, são bem maiores, criando um cenário desafiador para a candidata da situação.

Todos são rejeitados – Outro dado que chama atenção da pesquisa Opinião em Olinda diz respeito à rejeição de Izabel Urquiza, a maior de todos os candidatos, com 45,8% dos entrevistados afirmando que não votariam nela de jeito nenhum. Mas Mirella também não fica muito distante. Entre os entrevistados, 43,4% disseram que não votariam nela de forma alguma. Dos candidatos mais competitivos, Vinicius Castello (PT) é o menos rejeitado, mesmo assim com um percentual assustador: 37,3% dos eleitores afirmaram que não votariam nele de jeito nenhum.

Sem guia, Tonca saiu no prejuízo – Entre os que estão no jogo eleitoral em Olinda, o mais afoito, responsável pelos maiores bombardeiros em cima da gestão Lupércio, é Antônio Campos, o Tonca, do PRTB. O fato dele ter aparecido com apenas 5% das intenções de voto provavelmente seja reflexo da sua sigla não ter direito a guia eleitoral no rádio e na TV. Só restou para ele as redes sociais e o espaço do noticiário na mídia. Pablo Marçal disputa em São Paulo pelo mesmo partido de Tonca, mas a sua posição destacada nas pesquisas não se deu pelo guia eleitoral, que também não dispõe, mas por ter ficado conhecido através das polêmicas que gerou nos debates.

A caminho da reeleição – Já em Petrolina, o prefeito Simão Durando (UB) aparece num cenário de céu de brigadeiro para a reeleição. Na espontânea, abre 25 pontos de vantagem sobre o tucano Júlio Lóssio e na estimulada, a que vale, na verdade, a diferença sobe para 29 pontos. Faltando apenas seis dias para as eleições, só uma hecatombe evitaria o sucessor de Miguel emplacar um novo mandato. Ali, as oposições “cantaram” um cenário de segundo turno nos bastidores, o que não se comprovou pelo levantamento do Opinião, instituto que acertou todos os prognósticos eleitorais de Petrolina, inclusive as eleições nas quais Lóssio saiu vitorioso.

Péssimos cabos eleitorais – Lula nem Bolsonaro são bons cabos eleitorais. Em Petrolina, todo o mote da campanha de Odacy Amorim foi surfando na força, prestígio e popularidade do presidente Lula. Nunca conseguiu passar dos 6% das intenções de voto. Já em Caruaru, o candidato do PL, Fernando Rodolfo, fez a campanha casada com a imagem do ex-presidente Bolsonaro e chega na reta final sem conseguir romper a fronteira dos 7%, nem tampouco virar numa ameaça de pôr fim a polarização entre o prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB) e o candidato do PDT, Zé Queiroz.

Debate na Globo será na quinta – Diretora de Jornalismo da TV Globo no Estado, a jornalista Angélica Tasso define, hoje, com os assessores dos candidatos a prefeito do Recife, as regras para o debate global entre os postulantes, marcado para a próxima quinta-feira, às 22 horas, com mediação do apresentador Márcio Bonfim. O prefeito João Campos (PSB), que até então não foi a nenhum debate, provavelmente não faltará, para não cometer o mesmo erro de Marília Arraes nas eleições para o Governo do Estado. Então líder nas pesquisas, Marília não foi alegando que iria virar alvo do bombardeio de todos os adversários.

CURTAS

ABSURDO 1 – O site Metrópoles, de Brasília, fez um levantamento estarrecedor: beneficiários do programa Bolsa Família doaram R$ 652 mil a candidatos nas eleições municipais. Encontrou repasses que variam de um centavo a R$ 9 mil para abastecer campanhas eleitorais de candidatos a prefeito e vereador.

ABSURDO 2 – O caso de maior destaque se refere à campanha de DJ Marcelo Mattos (Agir-MG), que concorre à Câmara Municipal de Belo Horizonte. O doador, que é beneficiário do Bolsa Família, fez quatro transferências por Pix que somaram R$ 9 mil.

OS LISOS – Enquanto isso, dados do TSE mostram que 48,4% dos candidatos a vereador em São Paulo declararam não ter recebido um centavo sequer para fazer campanha nas eleições deste ano, percentual que corresponde a 34.872 candidaturas. As declarações foram atualizadas na última sexta-feira, faltando apenas nove dias da eleição, em 6 de outubro.

Perguntar não ofende: João vai aos dois debates – o da TV Jornal e o da Globo?

Fim das apostas com dinheiro do Bolsa Família

Quarta-feira passada, o Banco Central divulgou um dado considerado dos mais alarmantes sobre o uso das bets no Brasil: cinco milhões de beneficiados pelo Bolsa Família enviaram R$ 3 bilhões via Pix a plataformas de apostas. O valor médio transferido por beneficiário chega a R$ 100.

Entre os apostadores, 70% são chefes de família, ou seja, aqueles que de fato recebem o benefício. O BC utilizou para a pesquisa o número de cadastrados de dezembro de 2023, dentre os quais 17% apostaram. O valor médio pago pelo Bolsa Família é de R$ 690. A reação do presidente Lula foi imediata: mandou acabar com a farra.

Já o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, admitiu, ontem, que o governo avalia mudar o titular do Bolsa Família para quem tentar usar o dinheiro do programa social em bets. Adiantou que sua pasta deve ampliar o monitoramento do uso dos valores do benefício para outros gastos alheios à alimentação, inclusive aqueles realizados na Loteria Federal.

“A proposta que eu estou apresentando é, num primeiro momento, uma advertência e um oferecimento de profissional de psicologia ou de outras áreas para o devido tratamento psicológico. Mas a reincidência já vai ser o bloqueio do cartão com a mudança de titular”, declarou Dias. As penalidades, segundo ele, já serão aplicadas na tentativa do pagamento de apostas online.

Ainda bem que o Governo reagiu, porque dinheiro de programas sociais usado em apostas é um mega escândalo, um escárnio, revela igualmente a falta de qualquer controle do Governo. Afinal, Bolsa Família nasceu para matar a fome de milhares de famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social.

REAÇÃO DE LULA – Diante da escalada de preocupação com o impacto social e econômico dos jogos de apostas eletrônicos, as chamadas bets, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, divulgou, ontem, uma declaração em que afirma que o governo Lula tem em mãos “instrumentos necessários” para regulamentar o tema e coibir abusos. Em gravação de áudio divulgada pela assessoria de imprensa da pasta, Haddad diz que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já pediu providências a todos os ministérios que têm envolvimento com o assunto e citou a necessidade de lidar com questões como a lavagem de dinheiro, a dependência dos jogos, o tratamento sobre os meios de pagamentos nas apostas para coibir o endividamento e o banimento de empresas que não estão credenciadas para atuar no Brasil.

Debate em São José cancelado – O debate com os candidatos a prefeito de São José do Egito, George Borja (PSB) e Fredson Britto (Republicanos), que aconteceria hoje, às 10 horas, no auditório da Faculdade Vale Pajeú, iniciativa deste blog em parceria com a instituição de ensino superior, foi cancelado. Tudo porque não houve consenso em relação às regras originais do debate.

Mais empregos – Pernambuco teve 43,5 mil novos postos de trabalho criados nos oito primeiros meses do ano, de acordo com o Novo Caged. O Estado alcançou, no último mês de agosto, a maior geração de empregos do Nordeste, com 18.112 novas carteiras assinadas no período. O resultado é o terceiro maior do País, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Este é o sétimo mês de saldo positivo de empregos no Estado em 2024, sendo o quarto consecutivo. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, são quase 43,5 mil novos postos de trabalho formais gerados.

O palhaço Marçal – O candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) disse, ontem, em entrevista ao Poder360, que mudará a capital do Brasil para o Maranhão caso seja eleito presidente. A iniciativa, segundo ele, faz parte de um plano para levar “desenvolvimento” para o Nordeste assim como foi para o Centro-Oeste com Brasília na década de 1960. “Vou contar para vocês aqui pela primeira vez para onde vai a capital do Brasil se eu virar presidente: vai para o Maranhão. Já foi no Rio de Janeiro. Um cara conseguiu levar para o Brasil central, criou um eixo de desenvolvimento, o Brasil era só costeiro. O Juscelino Kubitschek construiu aquela cidade em 1.000 dias e agora chegou a hora da gente recuperar o Nordeste”, disse.

Bons ventos em Serra – A prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado (PT), comemorou, ontem, mais um recorde na geração de empregos no levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. Em agosto passado, foram criados 177 novos postos de trabalho, consolidando um saldo positivo de empregos formais. Segundo a petista, foi o segundo melhor mês de agosto da década em termos de admissões e saldo de empregos, refletindo a crescente atividade econômica local.

CURTAS

INDENIZAÇÃO – Pablo Marçal (PRTB) entrou com uma ação de R$ 100 mil contra o candidato José Luiz Datena (PSDB). O ex-coach pede uma indenização por dano moral devido à cadeirada dada pelo apresentador. A ação foi registrada na 30ª vara cível do Tribunal de Justiça de São Paulo.  No processo, os advogados de Marçal chamaram o episódio de “verdadeiro atentado à democracia e à liberdade de expressão”. E descrevem a atitude do Datena como um atentado “ao direito de participação democrática”.

FRATURA – O ataque sofrido por Marçal resultou em uma fratura na costela e uma pancada na mão. Na petição, os advogados citam que, além dos danos físicos, os efeitos da agressão podem influenciar o desempenho do ex-coach nos próximos debates pelo “impacto psicológico” da cadeirada.

PREJUÍZOS– A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil calcula que as queimadas que assolam o Brasil causaram, de junho a agosto, prejuízo estimado de R$ 14,7 bilhões em 2,8 milhões de hectares de propriedades rurais. A estimativa leva em conta aspectos como perda de matéria orgânica, produção, redução na produtividade, cercas em áreas de pastagem e potássio e fósforo nas camadas superficiais do solo.

Perguntar não ofende: Quem usou dinheiro do Bolsa Família em apostas não deveria ser excluído do programa?

Cenário desalentador para Raquel

Se os candidatos apoiados pela governadora Raquel Lyra (PSDB) não andam bem das pernas na Região Metropolitana, no Interior o cenário também não é nada satisfatório. Seu líder na Assembleia Legislativa, Izaías Régis (PSDB), caminha para levar uma surra vergonhosa do prefeito Sivaldo Albino (PSB), em Garanhuns.

Em São Bento do Una, o pai da sua vice-líder na Alepe, Débora Almeida (PSDB), o empresário Zé Almeida (PSDB), um dos homens mais ricos do Nordeste, aparece 25 pontos abaixo do prefeito Alexandre Batité (PSB), que deve ser reeleito com folga, segundo pesquisa do Instituto Opinião (publicada em matéria abaixo).

Já em Araripina, maior colégio eleitoral do Araripe, o atual vice-prefeito Evilásio Mateus, que arrancou do prefeito Raimundo Pimentel o controle do PDT, a quem Raquel entregou uma Secretaria em sua gestão e depois pediu de volta, abriu 26 pontos de vantagem diante da candidata do prefeito, apoiada pela governadora, Camila Modesto (PSD).

Cenário igualmente complicado para a governadora está em Gravatá. Ali, o prefeito Joselito Gomes (Avante) deve ser reeleito, impondo mais uma derrota ao ex-prefeito Joaquim Neto (PSDB), que ocupou cargos na gestão tucana. Já em Arcoverde, o cenário favorece o ex-prefeito Zeca Cavalcanti (Podemos), que deve ser eleito pelos seus méritos e não por estar sendo apoiado pela governadora, cuja relação no município é com o prefeito Wellington Maciel (MDB).

Caso semelhante se desenha em Serra Talhada, onde a prefeita Márcia Conrado (PT) tende a ser reeleita com folga. Ali, a governadora apoia a petista, que tem também outra madrinha, a ex-deputada Marília Arraes (SD), que quer derrotar o seu rival Luciano Duque, a quem negou legenda, e o fez improvisar a candidatura do filho Miguel Duque.

DA BOCA PARA FORA – Em Jaboatão, segundo maior colégio eleitoral do Estado, a governadora está apoiando a reeleição do prefeito Mano Medeiros (PL), mas da boca para fora para não ser vinculada ao bolsonarismo nem tampouco criar uma área de atrito com o presidente estadual do PP e aliado, Dudu da Fonte, envolvido de corpo e alma na campanha de bolsonarista Clarissa Tércio, que tem chances de ir ao segundo turno com Mano.

O nó de Caruaru – O maior desafio para Raquel, entretanto, está em Caruaru, sua terra natal. Lá a reeleição do prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB) é ponto de honra. Se o tucano perder o embate no segundo turno para o ex-prefeito Zé Queiroz (PDT), a governadora sofre um grande tombo com vistas à sua reeleição em 2026. Afinal, ficará em maus lençóis ir para uma reeleição sofrendo na eleição municipal uma derrota na sua terra, onde foi prefeita.

Adversidade em Petrolina – Em Petrolina, maior colégio eleitoral do Sertão, todas as pesquisas até o momento indicam que o prefeito Simão Durando (UB), sucessor de Miguel Coelho (UB), deve ser reeleito no primeiro turno, o que, na prática, resultará em outra derrota para a governadora, que aposta todas as suas fichas na candidatura do ex-prefeito Júlio Lóssio (PSDB). Nos últimos dias, Lóssio tem passado para a governadora e aliados manifestações de confiança de que haverá segundo turno em Petrolina.

São Paulo e BH – Em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, as pesquisas do Datafolha e Futura, divulgadas ontem, apontaram em comum a liderança do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que segue, porém, num cenário de empate técnico com o candidato do Psol, Guilherme Boulos, e com candidato do PRTB, Pablo Marçal. Já em Belo Horizonte, o cenário se complicou para o prefeito Fuad Noman (PSD), que havia crescido 11 pontos depois da propaganda eleitoral, mas agora aparece em quarto, com 17%, correndo o risco de ficar de fora do segundo turno. O líder é o comunicador Mauro Tramonte (Republicanos).

Natal sinaliza para ex-prefeito – Em Natal, a capital potiguar, o ex-prefeito Carlos Eduardo, do PSD, aparece na liderança, com 40% das intenções de voto, segundo pesquisa do instituto Real Time Big Data. Em segundo, Paulinho Freire, do União Brasil, desponta com 28%, empatado com a petista Natália Bonavides. Cenário de segundo turno, cujas projeções favorecem Carlos Eduardo. Frente a Bonavides, ele ganharia de 56% a 31%. Já se o adversário vier a ser Paulinho, também venceria – 51% a 38%.

CURTAS

CERVERÓ 1 – Mais um delator da Operação Lava Jato recorreu ao ministro Dias Toffoli, do STF, para anular todos os atos da operação contra si. Dessa vez, o interessado em uma canetada de Toffoli é o ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró.

CERVERÓ 2 – A defesa de Cerveró bateu à porta do ministro ontem, pedindo que ele estenda ao ex-executivo da estatal decisões nesse sentido que beneficiaram Marcelo Odebrecht, em maio, e o empresário luso-brasileiro Raul Schmidt, na semana passada.

DEBATE– Amanhã, faço a mediação do debate entre os candidatos a prefeito de São José do Egito, Fredson Britto (Republicanos), e George Borja (PSB), às 10 horas, no auditório da Faculdade Vale Pajeú (FVP), responsável pela iniciativa. A transmissão será pelas rádios Pajeú e Gazeta e nas redes sociais pelo You Tube da Ello TV.

Perguntar não ofende: Quantos prefeitos aliados da governadora serão eleitos?

PE entre os Estados que podem usar bodycams

Quinze dos 27 Estados devem se adequar às diretrizes do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) para o uso de câmeras corporais no uniforme das polícias. Isso porque tanto o uso de verba da União para esse fim exige do governo local o cumprimento das normas quanto as câmeras que a gestão federal planeja comprar estarão adaptadas a essas medidas.

Segundo o Estadão, estudos apontam que as bodycams ajudam na redução de mortes cometidas pelas polícias em serviço. Ainda conforme especialistas, o uso das câmeras ajuda a inibir eventuais situações de corrupção ou outras irregularidades cometidas pelos agentes de segurança. Pernambuco está entre os Estados que demonstraram interesse em aderir à futura ata de registro de preços, aberta pelo governo federal para fornecer aos Estados os equipamentos em maior escala.

O governo federal lançou em maio uma série de orientações para o uso de câmeras nas fardas de policiais. Como políticas de segurança pública são atribuição estadual, a estratégia da gestão Lula foi dar incentivos para os Estados adotarem as boas práticas divulgadas pelo ministro Ricardo Lewandowski. Entre as recomendações federais, estão manter os equipamentos ligados durante todas as ocorrências.

Isso diverge da medida implementada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que já fez ressalvas sobre o uso da tecnologia. O edital lançado pela gestão paulista em maio para comprar câmeras prevê que o agente tenha a possibilidade de iniciar e desligar o equipamento.

Paraíba saiu na frente – Dois Estados entre as 27 unidades da federação sinalizaram ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que querem usar verba federal para a aquisição de câmeras corporais para suas polícias. Quatorze deles manifestaram interesse em participar de licitação nacional para a compra deste equipamento. O prazo para aderir ao pregão, previsto para novembro, terminou na última segunda-feira. Os governos de Roraima e Paraíba apresentaram propostas para usar orçamento da União visando à instalação dos aparelhos em suas forças de segurança.

Jogada da toalha em Saloá – Faltando 12 dias para as eleições, Ricardo Alves (PSB), ex-prefeito e candidato à Prefeitura de Saloá, no Agreste, anunciou, ontem, pelas redes sociais, que desistiu de disputar a Prefeitura. Em vídeo, explicou que a sua decisão se deu após conversas com seus familiares, que pediram para que ele saísse da disputa para manter a união da família Alves no município. No mesmo vídeo, seu pai, Manoel Alves, ex-deputado estadual, aparece pedindo para que Ricardo desista da candidatura.

Verticalização da cidade – Candidato do PL à Prefeitura do Recife, o ex-ministro Gilson Machado disse, ontem, ao NE-TV, da Globo, que vai “verticalizar a cidade” com a substituição de edifícios baixos e contratar mais de mil profissionais de saúde. Ele também negou ter espalhado notícias falsas sobre irregularidades em creches geridas vinculadas à Prefeitura. Após fazer denúncias sobre supostas irregularidades em creches vinculadas à Prefeitura, Gilson foi alvo de diversas ações judiciais que culminaram na suspensão de peças de campanha.

Processo contra João – De Gilson Machado ainda no NE-TV: “Depois do relatório do TCE, o prefeito João Campos disse que era normal. Ele normalizou, mas agora não ter alvará de bombeiro para creche, não ter fiscalização, e o que é mais grave: no começo ele deu três entrevistas, na primeira, ele me chamou de mentiroso e me tirou do ar por fake news. Fique sabendo, João Campos, que você é que vai ser o processado por mentir, me acusando de fake news. Porque quem acusa outro de um crime, criminoso é”.

Aposta de Raquel nas ruas – O deputado Antônio Moraes, da bancada do PP na Assembleia Legislativa, diz que a oposição vai quebrar a cara em Caruaru, num eventual segundo turno, se tiver o intuito de querer derrotar o prefeito Rodrigo Pinheiro para atingir a governadora Raquel Lyra, ambos do PSDB. “Raquel é muito boa de rua. Além disso, seu governo começa a ser assimilado pela população como a aposta mais certa que o povo pernambucano já fez. No caso de Caruaru, lá há muitas obras levadas por Raquel e um sentimento de continuidade da gestão Rodrigo”, afirmou.

CURTAS

VOZ ATIVA – Da bancada governista na Alepe, Antônio Moraes é um dos parlamentares que têm mais voz ativa com a governadora. Ao mesmo tempo, é o que mais defende sua gestão. Não apenas defende, mas aposta como um governo que já caiu na graça do povo. “Raquel faz um belo governo e será reeleita, para impedir a volta do PSB”, diz ele.

ALMOÇO – De passagem, ontem, pelo Recife, o ex-ministro Braga Neto, fiel escudeiro do ex-presidente Bolsonaro, almoçou no restaurante Leite com o ex-ministro Gilson Machado e o deputado Alberto Feitosa, além de Bolota, chefe de gabinete de Feitosa. Confessou que já morou três anos no Recife.

SÃO JOSÉ – As rádios Pajeú, de Afogados da Ingazeira, e Gazeta, de São José do Egito, vão transmitir o debate entre os candidatos a prefeitos de São José, Fredson Britto (Republicanos) e George Borja (PSB), mediado por mim, no próximo sábado, às 10 horas, no auditório da Faculdade Vale Pajeú (FVP), responsável pela iniciativa. Pelo YouTube, a transmissão se dará pela Ello TV.

Perguntar não ofende: Lula virá para o segundo turno em Olinda, Paulista e Caruaru?