Coluna da quinta-feira

Bolsonarismo sobrevive até no Recife

Na passagem, ontem, pelo Recife e Olinda, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve uma acolhida além da expectativa, segundo avaliadores aliados dele no Estado e de assessores que vieram de fora para acompanhá-lo. Uma prova de que o bolsonarismo, mesmo em território lulista, continua mais vivo do que imagina.

Se isso vai se traduzir em votos para os candidatos a prefeito do PL, partido do ex-presidente, no Estado, não se sabe. Candidato a prefeito do Recife, o ex-ministro Gilson Machado aposta na força e na popularidade de Bolsonaro para alavancar seu projeto eleitoral na capital.

Expectativa semelhante revela Isabel Urquiza, em Olinda; Fernando Rodolfo, em Caruaru; e Lara Cavalcanti, em Petrolina. Transferência de voto, entretanto, é algo muito difícil de se concretizar. Que o diga Marília Arraes, que perdeu para prefeita do Recife, em 2020, e para governadora, em 2022, tendo Lula como cabo eleitoral.

E olhe que Lula ainda pode ser considerado um “deus” no Nordeste, especialmente nos grotões! No Recife, nunca teve essa força, tanto que João Campos (PSB) foi eleito enfrentando-o e o PT, juntos. Se Lula não está com essa força toda, imagine Bolsonaro, de baixa densidade eleitoral no Nordeste.

Independente disso, o fato é que Bolsonaro foi ovacionado em vários cantos por onde passou, ontem, no Estado, a começar pela sua chegada no Aeroporto dos Guararapes, quando foi recebido por uma multidão entusiasmada e eufórica, gritando palavras de ordem para sua volta à Presidência da República.

Mais amado de Olinda? – Em Olinda, depois de percorrer vários trechos de carro, o ex-presidente Bolsonaro fez um discurso de agradecimento pela acolhida. “Quero dizer a vocês do carinho, do apreço e do respeito que tenho pelo povo nordestino. Vocês sabem o que aconteceu ao longo do meu mandato e vocês estão aqui porque eu acho que eu sou o ex-presidente mais amado de Olinda. Ser ex com um bom passado desse é muito bom. E esse divórcio quem fez não foi o povo. Mas vamos lá”, afirmou.

Quase não sobrou um prefeito – O presidente do Tribunal de Contas do Estado, Valdecir Pascoal, entregou, ontem, ao presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Cândido Saraiva, a lista negra dos prefeitos e ex-prefeitos que podem ficar inelegíveis na disputa eleitoral de outubro. O calhamaço é grande, mas precisa de melhores explicações. Se for mesmo 144 prefeitos de 108 municípios que estejam no exercício do cargo, supera a casa dos 70%, porque o Estado tem 184 prefeitos e 1.123 gestores de 404 órgãos fiscalizados, incluindo secretarias municipais, autarquias e empresas públicas.

Haja dinheiro! – O governo Lula deve pagar até R$ 30 bilhões em emendas parlamentares antes das eleições municipais deste ano, maior volume da história para o primeiro semestre do ano e para um período pré-eleitoral. O objetivo é viabilizar obras e acelerar o atendimento à população nos municípios. O Executivo resolveu, em acordo com o Congresso Nacional, repassar uma quantia equivalente a 60% das emendas previstas para 2024 antes das eleições de outubro, uma dimensão que não tem precedentes em anos anteriores. O valor inclui recursos distribuídos sem critérios técnicos, emendas Pix e heranças do orçamento secreto.

Drible na lei – A lei eleitoral proíbe o pagamento de emendas três meses antes da eleição, período que começa no próximo dia 6, com exceção de repasses para obras executadas anteriormente. Manobras do Congresso com aval do governo, porém, mudaram a forma de pagamento de emendas neste ano, gerando dribles à lei eleitoral e tornando a regra ineficaz. Em nenhum período anterior houve tanto recurso para ser gasto em plena campanha.

Dois pesos, duas medidas – O TCU entendeu que o presidente Lula (PT) não precisa devolver o relógio de ouro da marca de luxo Cartier, avaliado em R$ 60.000, que recebeu em 2005, no exercício da Presidência da República, ao acervo patrimonial da União. A tese vencedora foi do ministro Jorge Oliveira, que defendeu que não há lei para especificar os valores e critérios dos presentes recebidos pelo presidente para classificá-los como personalíssimos ou de direito da União. Na prática, esse entendimento da Corte de Contas pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso das joias sauditas.

CURTAS

PRECEDENTE – O antigo chefe do Executivo brasileiro é alvo de um inquérito da PF (Polícia Federal) que investiga um desvio de R$ 6,8 milhões em bens. Com uma posição do TCU de que o presidente não precisa devolver itens de cunho pessoal, nesses casos, joias e relógios, a defesa de Bolsonaro deve ser fortalecida.

REPRESENTAÇÃO – O processo foi instaurado na Corte de Contas a partir de solicitação do deputado Ubiratan Antunes Sanderson (PL-RS), em 2023. Foi aberta uma representação para analisar se Lula deveria devolver o relógio recebido em seu 1º mandato.

NO INVENTÁRIO – O relógio de ouro, modelo Santos Dumont, foi um presente da própria marca francesa de luxo durante visita do então presidente a Paris (França). O item é fabricado com ouro branco 16 quilates e prata de 750 quilates. Consta no inventário de Lula.

Perguntar não ofende: Independente de qualquer decisão, Lula deveria devolver o relógio?

Eleições dominam reunião ministerial

Na primeira reunião ministerial, marcada para amanhã, dentro do calendário do segundo semestre do ano, o presidente Lula (PT) vai tratar, dentre outros assuntos, das questões que envolvem diretamente o Governo e as eleições municipais. Vai pedir mais atenção dos ministros às condutas vedadas aos agentes públicos na campanha.

Lançará a ideia de um pacto de não-agressão entre partidos aliados do governo na campanha. Em conversas reservadas, Lula tem dito que quer transmitir uma mensagem importante: fazer tudo para que os adversários não estejam criando problemas para o Governo. Segundo o Estadão, o que mais impressionou Lula, recentemente, foram vídeos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad – em que ele responde a perguntas da jornalista Marília Gabriela com referências a taxas e impostos.

E do assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim. Os dois casos mostram como a tecnologia da inteligência artificial pode ser utilizada para o compartilhamento de notícias falsas. O vídeo em questão, por exemplo, era uma montagem. A gravação exibia Amorim em um longo abraço com o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e foi publicada na quinta-feira pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O Estadão apurou que uma parte da reunião ministerial será dedicada ao tema “eleições”, além do balanço dos 18 meses de governo. No encontro, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, também apresentará as linhas gerais do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, lançado há uma semana.

Cartilha e multa – A dois meses das disputas para as prefeituras, Lula quer repassar à equipe as orientações da Advocacia-Geral da União (AGU), que produziu uma cartilha de 79 páginas sobre o assunto. Durante as comemorações do dia 1º de Maio, porém, o próprio presidente infringiu a Lei Eleitoral ao pedir votos para o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, e foi multado em R$ 20 mil. No capítulo 8 da cartilha distribuída aos ministros, a AGU cita resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para destacar que a disseminação de notícias falsas restringe a livre vontade do eleitor.

Palco de atos históricos – Na passagem pelo Recife, hoje, o ex-presidente Bolsonaro escolheu a Pracinha do Diário como cenário para uma manifestação de rua. Trata-se de um palco histórico de grandes atos de esquerda no Estado, mas que sucumbiu com o tempo devido ao elevado nível de abandono da área, especialmente o memorável e centenário prédio do Diario de Pernambuco que o Governo Jarbas comprou, mas nunca reformou para funcionar como Arquivo Público.

Logística tira Petrolina do roteiro – Em entrevista, ontem, ao Frente a Frente, o deputado Alberto Feitosa (PL), um dos organizadores da agenda de Bolsonaro ao Estado, explicou que Petrolina saiu da agenda do ex-presidente por uma questão de logística. “Bolsonaro queria conhecer a candidata e dar uma forcinha, mas os horários de voos não ajudaram”, disse o parlamentar, referindo-se à Lara Cavalcanti, candidata bolsonarista à prefeita do município.

Cada macaco no seu galho – Marcadas para outubro, as eleições municipais põem em lados opostos vários ministros do governo. Em São Paulo, Lula e o PT apoiam a candidatura de Boulos, enquanto o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, estão no palanque de Tabata Amaral (PSB). Ministros do MDB, como Simone Tebet (Planejamento), Renan Filho (Transportes) e Jader Filho (Cidades), por sua vez, aderiram à campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que concorre a novo mandato.

Haddad vai explicar cortes – O congelamento de R$ 15 bilhões em despesas no Orçamento deste ano, para cumprir a meta fiscal, vai afetar praticamente todos os ministérios e será detalhado por Haddad na reunião ministerial de amanhã. Apesar do bloqueio de recursos, Lula bate na tecla de que 2024 é o “ano da colheita”. Sob esse argumento, avisará os ministros que eles continuarão viajando a seu lado para entregar obras e programas sociais.

CURTAS

CONGRESSO – A pauta de votações na Câmara e no Senado será outro tema da reunião ministerial. Ainda não há acordo sobre uma fórmula para compensar a desoneração da folha de pagamentos, que está sob análise do Senado, assim como a regulamentação da reforma tributária.

ESFORÇOS – Por causa da campanha eleitoral, o Congresso promoverá algumas semanas de “esforço concentrado” para votações, intercalando esse período com uma espécie de “recesso branco”. De qualquer forma, há muitas arestas em negociação, sobretudo em temas econômicos.

EMENDAS – Nos bastidores, tanto deputados como senadores acham que o ministro Flávio Dino, do STF, não tomaria a decisão de segurar o pagamento das emendas – que, de acordo com ele, só podem ser liberadas se houver publicidade sobre a aplicação dos recursos – caso não houvesse pedido do governo.

Perguntar não ofende: Quem vai levar puxão de orelha na reunião ministerial de amanhã?

O pior momento de Lula

A pesquisa do Datafolha apontando uma queda na avaliação da gestão de Lula para 35% acendeu uma luz vermelha no Palácio do Planalto. Nunca, três vezes presidente da República, o petista esteve tão em baixa. Os números, para desespero dele, se equiparam ao período mais complicado da era Bolsonaro.

Lula vai pior entre a parcela da população mais ligada ao bolsonarismo, de acordo com a pesquisa. Entre a classe média, que ganha de 5 a 10 salários-mínimos, 47% dos entrevistados consideram a gestão do petista “ruim ou péssima”. Os níveis de desaprovação se repetem entre a parcela da população que ganha até 10 salários-mínimos, com 46%.

Entre pessoas que têm diploma de curso superior, de 43%; bolsonaristas evangélicos, 41%; moradores do Centro-Oeste, 40%; e do Sudeste, 39%. Quando comparado ao segundo mandato do petista, de 2007 a 2010, entretanto, há diferenças marcantes: 64% aprovavam o governo e somente 8% o consideravam ruim ou péssimo. Já a avaliação do governo como regular era de 28%, semelhante a atual.

A pesquisa ressalta que as últimas declarações do presidente Lula sobre a crise na Venezuela, quando disse que “não tem nada de grave, nada de anormal” nas eleições sob suspeita naquele país, ocorreram enquanto os pesquisadores já faziam as entrevistas, mas, segundo eles, a política externa não contribui tanto na avaliação dos governos.

O resultado, segundo os pesquisadores, reflete ainda a extrema polarização no eleitorado, vista há alguns anos no País, e faz com que as fatias intermediárias, ou seja, as que consideram o governo como “regular”, sejam as mais “fiéis” na balança.

Reprovação crescente nos evangélicos – Entre os evangélicos, a reprovação ao governo Lula subiu de 38% para 43%, enquanto a aprovação oscilou de 26% para 25%. Os que consideram o governo regular caíram de 34% para 30%. O levantamento mostra também que 44% dos entrevistados acreditam que o governo Lula tem mais vitórias do que derrotas, enquanto 42% consideram o contrário. No segmento com renda de dois a cinco salários-mínimos, a avaliação negativa de Lula foi de 35% para 39%. Já na faixa de cinco a dez salários, esta avaliação subiu de 38% para 48%. Para 58% dos eleitores entrevistados, o presidente da República fez menos do que poderia no governo. Já 24% consideram que Lula cumpriu o prometido, e 15%, que superou as expectativas.

Todos contra Pimentel – Em Araripina, a 640 km do Recife, maior colégio eleitoral do Sertão do Araripe, as oposições se uniram para tentar derrotar Camila Modesto (Podemos), candidata do prefeito Raimundo Pimentel. No sábado passado, a deputada Roberta Arraes (PP) abriu mão da sua postulação e anunciou apoio ao candidato do PDT, o vice-prefeito Evilásio Mateus. Ontem, tomou o mesmo rumo o então pré-candidato do PSB, Tião do Gesso. O slogan agora é “Todos contra Pimentel”.

Sem espaço na chapa – Marília Arraes (SD) sonha acordada com o Senado nas eleições de 2026, mas o que se diz nos bastidores é que, mesmo tendo feito a travessia para João Campos (PSB), por quem foi derrotada em 2020, não terá chances numa eventual chapa que venha a ser encabeçada pelo prefeito do Recife como candidato a governador. Os dois senadores já estariam escolhidos desde agora: Humberto Costa, pelo PT, e Silvio Costa Filho, pelo Republicanos. O candidato a vice do socialista seria o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho.

Clássico eleitoral – Além de Caruaru, onde teve seu nome lançado para governador, João Campos (PSB) também esteve, domingo passado, na convenção de Véia de Aprígio, candidata socialista à prefeita de Surubim. Terra de Danilo Cabral, candidato do PSB a governador na eleição passada, Surubim é fortemente um reduto socialista. Ali, a prefeita Ana Célia (PSB) tem aprovação acima de 70%, mas o adversário Chaparral (UB) promete acabar com o reinado vermelho. O que se diz por lá é que a eleição será um clássico, uma das mais acirradas da região.

Quem joga a toalha? – Depois de duas desistências em Caruaru, primeiro o delegado Erick Lessa (PP) e em seguida Tonynho Rodrigues (MDB), quem será o próximo a jogar a toalha diante da polarização irreversível entre o prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB) e Zé Queiroz (PDT)? Fernando Rodolfo (PL), com 3,8%, segundo pesquisa do Opinião, acha que cresce em cima do eleitorado bolsonarista. Armandinho (SD), por sua vez, com 2,7%, afirma que no seu calendário não existe a palavra renúncia.

CURTAS

QUEIXO CAÍDO – O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) voltou a Brasília, na noite de domingo passado, impressionado com o gigantismo da convenção de João Campos, seu aliado socialista. Contou que há tempo não via algo igual, em público e animação.

SEM GRAÇA – Observadores da cena municipal dizem que se há um município no Estado no qual não haverá eleição, literalmente, é São Lourenço da Mata, devido ao franco favoritismo do prefeito Vinícius Labanca (PSB), que tem uma gestão aprovada por mais de 80%.

ESVAZIADO – O Congresso retoma suas atividades, hoje, mas com grande parte dos deputados e senadores ainda em temporada de prolongamento do recesso de julho em seus Estados. Devido ao baixíssimo quórum, o presidente da Câmara, Arthur Lira, deixou para a próxima semana o debate em torno da reforma tributária e a desoneração da folha para 17 setores da economia.

Perguntar não ofende: A quem Lula vai culpar pela baixíssima popularidade do seu Governo?

O fator Tonynho Rodrigues  

Em Caruaru, o Instituto Opinião traz a primeira pesquisa com o ambiente de pré-campanha com um cenário de segundo turno entre o prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB) e o ex-prefeito José Queiroz (PDT). A diferença do tucano para o pedetista é de 11 pontos, mas os demais candidatos somam dez pontos. Para emplacar um novo mandato logo no primeiro turno, Rodrigo tem que adotar uma estratégia que passa pela visibilidade da governadora Raquel Lyra (PSDB) no município.

Pela pesquisa, a gestão de Raquel em Caruaru tem uma aprovação acima da média estadual, em torno dos 56%. Rodrigo, que sucedeu a aliada tucana na Prefeitura, está mais bem situado. É aprovado por mais de 60%. Sua relação com Raquel teve alguns percalços no início, mas já superados. Na reta final para as convenções de ontem, vazou que Raquel queria Tonynho Rodrigues, filho do ex-prefeito Tony Gel, na vice de Rodrigo e que o prefeito teria rejeitado qualquer tentativa de negociação nessa linha.

Resultado: Tonynho foi confirmado candidato a vice de José Queiroz, trazendo de imediato consequências danosas para o pai. Nomeado para uma diretoria da Copergás, com salário superior a R$ 20 mil, Gel teve que entregar o cargo à governadora e romper o alinhamento automático com a gestão estadual. Um caminho sem volta, porque quem estiver ao lado de José Queiroz em Caruaru, estará, automaticamente, contra o seu governo, adversário nas eleições de 2026, quando a tucana tentará a reeleição.

Aliados de Queiroz já espalham a versão de que a ida de Tonynho e todo o grupo de Tony Gel para o palanque do pedetista foi uma pancada política violenta na governadora, com consequências eleitorais para Rodrigo. O tempo dirá! Mas pela pesquisa do Opinião, isso não se configura, porque, além de aparecer, com apenas 4% na condição de pré-candidato a prefeito, o filho de Gel é o segundo mais rejeitado, atrás apenas de Queiroz, seu novo aliado e companheiro de chapa.

O desafio de Queiroz – A pesquisa do Opinião revela o que já era previsível: a baixa aceitação de José Queiroz nos segmentos eleitorais mais jovens. Seus maiores percentuais de indicação de voto aparecem entre os eleitores acima de 60 anos e com renda superior a dez salários mínimos. Nos demais, leva grande desvantagem para o prefeito, que se situa bem entre os mais jovens, de 16 a 24 anos, e nas faixas até 55 anos. Queiroz governou Caruaru por quatro mandatos, está com 82 anos e será obrigado a fazer uma estratégia para ganhar a confiança dos mais jovens.

Caruaru antecipa 2026 – Tão logo teve sua candidatura homologada, ontem, numa estrondosa convenção no Clube Português, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), correu para participar da festa da democracia que transformou José Queiroz, ontem, em Caruaru, no principal adversário do prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB). A presença dele na convenção tem tudo a ver com a sucessão estadual, em 2026. Afinal, a capital do forró é o berço eleitoral de Raquel Lyra. Sem dúvida, a eleição em Caruaru será estadualizada. Trabalhando pela vitória de Queiroz, João quer impor uma derrota à governadora.

Risco de primeiro turno – A saída de Tonynho Rodrigues da disputa pela Prefeitura de Caruaru provoca, em contrapartida, um cenário que pode ser ruim para Queiroz: uma possível decisão da eleição logo no primeiro turno. Embora tenha aparecido com apenas 4%, os demais nomes que restaram – Fernando Rodolfo e Armandinho – aparecem abaixo desse percentual e tendem a murchar em razão da polarização Rodrigo x Queiroz. Para quem está na oposição num município com eleitorado acima de 200 mil, como é o caso de Caruaru, a infalível estratégia é a provocação de um cenário de segundo turno para unir todos no campo oposto a quem está no poder.

Linha dura – Nas suas primeiras falas antes e durante a convenção que homologou sua candidatura a prefeito do Recife, sábado passado, Daniel Coelho (PSD) deu o norte da sua campanha: tentar desmistificar a gestão de João Campos mostrando que ele não tem compromisso com o Recife ao escolher para vice um amigo, sem a menor experiência em gestão pública. “Escolheu um amiguinho de prédio para manipular, mas na hora de liderar é incapaz de representar um projeto liderado por mulheres”, disse numa alusão ao espaço da vice, hoje ocupado por uma mulher, Isabella de Roldão, do PDT, que optou pela neutralidade nas eleições do Recife.

Ataques rasteiros – Na coletiva após a convenção que homologou sua candidatura à reeleição, João Campos deu uma resposta indireta ao candidato de Raquel. “Aprendi a fazer política respeitando as pessoas, somando e botando a gestão a serviço das pessoas. Tempo de eleição é o tempo em que chega uma conversa que não é fácil, e quem não vai ter o que mostrar, o que defender, pode partir para um ataque mais rasteiro. Eu vou fazer o que eu faço, que é cuidar, trabalhar, fazer tudo com alegria e respeito”, disse, sem citar o nome de Daniel Coelho.

CURTAS

AS MAIORES – As convenções mais gigantes: João Campos, no Recife; Véia de Aprígio e de Chaparral, em Surubim; Simão Durando, em Petrolina; Rodrigo Pinheiro e José Queiroz, em Caruaru; Lula Cabral e Keko do Armazém, no Cabo; Mano Medeiros e Clarissa Tércio, em Jaboatão; Vinícius Labanca, em São Lourenço da Mata; Gilson Machado, no Recife; a Adilma Lacerda, em Ipojuca; e Gilvandro Estrela, em Belo Jardim, além de Zeca Cavalcanti e Madalena Britto, em Arcoverde.

DESPENCOU – A aprovação da gestão Lula está crescendo feito rabo de cavalo – para baixo. No último fim de semana, pesquisa do Datafolha mostrou que seu governo só tem 35% de aprovação ante 33% de reprovação. Beira a mesma desaprovação do ex-presidente Bolsonaro.

AS RAZÕES – O empresário Guilherme Coelho não quis ser o vice de Júlio Lóssio em Petrolina porque seus projetos estão hoje na área empresarial. Também não participou da convenção do aliado em razão de uma cirurgia que fez recentemente no quadril, estando em convalescência.

Perguntar não ofende: Por que a popularidade de Lula está virando pó?

Ministra constrange Lula   

Numa época do que prevalece é a obediência sem contestação ao politicamente correto, qualquer deslize representa uma barbaridade, principalmente na questão da política de gêneros. Que o diga o presidente Lula, que levou um puxão de orelha bem dado da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

Segundo o site Metrópoles, ela reprovou uma piadinha do presidente feita sobre violência contra as mulheres. Ele disse, há dias, que “se o cara é corintiano, tudo bem, como eu”. “Piadinha, nem presidente da República. Não dá para aceitar piadinha de nada nem de ninguém. Vou falar para ele quando encontrar, acho que Janja já falou. Por isso, precisamos de mudança de comportamento e de cultura”, reagiu, diante de jornalistas.

E acrescentou: “Temos, enquanto mulheres, de não aceitar mais brincadeirinha. Não dá. A prevenção passa por aí. Não consegue falar? Não fala. Não faz piada. Não brinca com a vida das pessoas”. Lula foi criticado após um trecho de áudio em uma reunião no Palácio do Planalto que provocou desconforto. O petista falava de uma pesquisa sobre o aumento de violência doméstica após jogos de futebol.

“Hoje, eu fiquei sabendo de uma notícia triste. Eu fiquei sabendo que tem pesquisa, Haddad, que mostra que depois de jogo de futebol, aumenta a violência contra a mulher. Inacreditável. Se o cara é corintiano, tudo bem, como eu. Mas eu não fico nervoso quando perco, eu lamento profundamente”, disse. Após a repercussão, Lula reclamou de “frases tiradas de contexto”.

Polícia em baixa – Uma Pesquisa do PoderData, realizada de 27 a 29 de julho, mostra que só 26% dos brasileiros dizem confiar “totalmente” no trabalho da Polícia Militar do seu Estado. Segundo o estudo, 38% dos entrevistados afirmam “confiar mais ou menos”. Por outro lado, 27% dizem “confiar pouco” no trabalho dos agentes de segurança estaduais. O número é semelhante aos que responderam “confiar totalmente”: 26% – só 1 ponto percentual abaixo. A taxa dos que afirmam “confiar pouco” no desempenho da polícia de seu Estado é mais alta dentre as mulheres (32%), os que têm 60 anos ou mais (32%) e os moradores da região Sul (32%) e Nordeste (33%).

Marqueteiro de Eduardo em Araripina – Na largada da campanha de sua candidata em Araripina, Camila Modesto (Podemos), o prefeito Raimundo Pimentel recorreu ao talento do marqueteiro baiano Edinho Barbosa, que projetou Eduardo Campos na mídia nacional. De imediato, ele produziu uma musiquinha que vai animar muito a disputa e que traduz o sentimento que o atual gestor quer passar para a população: “Pimentel fez e faz, Camila vai fazer muito mais”. Foi tocada, ontem, na convenção realizada no colégio Nova Geração, no bairro da Cohab.

Divisão familiar – Em Camaragibe, na Região Metropolitana, o candidato do Podemos já oficializado em convenção, Jorge Alexandre, deu início à campanha provocando um fato inusitado: a divisão da família do seu principal adversário, Diego Cabral, apoiado pela prefeita Doutora Nadegi. Jorge escolheu como vice o vereador Renê Cabral, presidente da Câmara e irmão de Diego. Campanha é uma guerra: ganha quem souber usar a melhor e mais maquiavélica estratégia.

Oposição unida – Em São José do Egito, a 400 km do Recife, no Sertão do Pajeú, finalmente o ex-prefeito Romério Guimarães (SD), único impedimento para unidade das oposições contra o candidato do prefeito Evandro Valadares (PSB), chegou a um acordo em apoio à candidatura de Fredson Brito (Republicanos), que tem como vice o ex-deputado José Marcos, segundo o blog de Nill Júnior. Se George Borja (PSB), postulante da situação, já estava mal das pernas, agora se complicou mais ainda.

Raquel e Marília juntas – A prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado (PT), que ontem recebeu no município a visita do senador Humberto Costa, deixou para realizar a sua convenção no último dia permitido por lei, na próxima segunda-feira. A terra de Lampião e de Agamenon Magalhães, segundo maior colégio eleitoral do Sertão, pode ser palco de um cenário esperado com expectativa: a governadora Raquel Lyra e a ex-deputada Marília Arraes, que disputaram o Governo do Estado nas eleições passadas, juntas agora num mesmo palanque. Ambas apoiam Márcia.

CURTAS

VENEZUELA 1 – O comitê da líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, foi saqueado na madrugada da última quinta-feira. A invasão ocorreu por volta das 3h no horário local (4h no horário de Brasília), segundo um comunicado da Plataforma Unitária, coalizão de Machado, acrescentando que os agressores arrombaram portas e levaram documentos e equipamentos valiosos.

VENEZUELA 2 – A decisão do governo dos Estados Unidos de reconhecer uma vitória da oposição na eleição presidencial na Venezuela lança pressão para que se iniciem conversas sobre uma transição de governo em Caracas, mas não será seguida pelo Brasil.

VENEZUELA 3– Cinco dias após as eleições, integrantes do Itamaraty já falam, em conversas privadas, do risco de recrudescimento do regime à la Daniel Ortega, o ditador da Nicarágua que perseguiu e encarcerou opositores e até a Igreja Católica. É algo a ser evitado, dizem esses diplomatas, e Maduro tem dado sinais de que pode apostar nessa via.

Perguntar não ofende: O que vai ser da Venezuela, meu Deus?

O triste cenário da Venezuela   

Deplorável as cenas de violência e de horror que o mundo assiste na Venezuela no pós-eleição de Nicolás Maduro. Desde 1998, com a eleição do coronel Hugo Chávez, que morreu em 2013, a economia da Venezuela perdeu o prumo. Chávez assumiu o poder com a promessa de transformar a Venezuela em uma nação socialista – ou em seu jargão, “bolivariana”, em alusão ao general Simon Bolívar (1783-1830).

Sua plataforma eleitoral se baseava na redistribuição da riqueza e na intervenção estatal na economia. Inicialmente, o militar usou os vastos recursos petrolíferos do País para financiar programas sociais, o que resultou em melhorias significativas nos indicadores de pobreza e desigualdade. No entanto, a dependência excessiva do petróleo criou vulnerabilidades econômicas, especialmente devido às oscilações de preços da commodity.

Chávez morreu aos 58 anos, vítima de um câncer, e foi sucedido pelo vice-presidente, o sindicalista Nicolás Maduro. Condutor de metrô em Caracas, Maduro governou com poderes especiais desde então. Em 2018 foi eleito para um mandato de seis anos em uma eleição contestada. Ele foi reeleito no domingo passado em um pleito novamente questionado pela oposição e sem transparência. Crise política à parte, sua continuidade no cargo manterá os problemas econômicos venezuelanos.

Ainda no século passado, Chávez implementou políticas de controle de preços e nacionalizou empresas privadas para além do estratégico setor do petróleo. A estatização incluiu eletricidade, telecomunicações e siderurgia. Essas nacionalizações, em muitos casos, levaram à queda da produtividade e da eficiência, devido à má gestão e à corrupção generalizada, com resultados desastrosos.

Os números, apesar da escassez de estatísticas confiáveis, mostram isso. Um em cada três venezuelanos poderia ser considerado pobre. Em 2021, essa proporção havia crescido para nove em cada dez pessoas. A pobreza extrema cresceu de 11% em 2013 para 68% em 2023.

Auge da crise em 2018 – A intervenção estatal e o uso da petrolífera PDVSA para funções sociais tiveram um impacto muito ruim na economia. Maior empresa venezuelana e uma das principais petrolíferas do mundo, a companhia chegou a ser usada para importar e vender eletrodomésticos. Não por acaso, o Produto Interno Bruto (PIB) da Venezuela recuou 62% entre 2013 e 2023. O PIB caiu de US$ 258 bilhões para US$ 97 bilhões em dez anos. O auge da crise ocorreu em 2018. O governo imprimiu muito dinheiro para pagar as contas, fazendo com que a inflação atingisse 63.374% segundo o portal de informações econômicas Statista.

Fim das emendas suspeitas – Depois de audiência convocada para pôr fim ao “orçamento secreto”, o ministro Flávio Dino, do STF, determinou que a indicação de qualquer tipo de emendas por congressistas deve ter “absoluta vinculação federativa”, ou seja, só podem ser destinadas para os Estados (e municípios integrantes) que o elegeram. A única exceção aberta é para projetos de âmbito nacional cuja execução ultrapasse os limites do Estado. Dino também estabeleceu que, a partir de agora, a execução das RP-8 e dos “restos a pagar” das emendas RP-9 (que ficaram conhecidas como “orçamento secreto”) sejam pagas somente pelo Executivo mediante “prévia e total transparência e rastreabilidade”.

O patrimônio de Xinxa – Durante a Operação Duplo X, que prendeu Xinxa Siqueira, conhecido como Xinxa da Cebola, a Polícia Federal em Pernambuco alertou para as cifras milionárias da movimentação financeira da organização comandada por ele. Ontem, um dia depois da captura do empresário, a PF atualizou os números do patrimônio apreendido. A operação encontrou em poder da organização seis cavalos de raça. Eles estão avaliados em R$ 10 milhões. Também foram recolhidos pela PF 24 carros de alto luxo e esportivos, avaliados em R$ 30 milhões. Entre os veículos, estão um helicóptero e uma Ferrari vermelha, com a qual Xinxa circulava pelo Recife.

“Rei da cebola” – Filho do ex-deputado estadual Apolinário Siqueira, Xinxa atua, oficialmente, no setor de hortifruti. Ele ficou conhecido como o “Rei da Cebola” no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa). No entanto, a PF prendeu o empresário em uma investigação relativa a vários crimes como associação criminosa, agiotagem, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, empréstimo e aluguel ilegal de armas de fogo. Preso na última quarta-feira, Xinxa está no Centro de Observação Criminológica e Triagem Prof. Everardo Luna, o Cotel, localizado em Abreu e Lima, no Grande Recife.

Caruaru lidera em gastos juninos – Caruaru foi a cidade que mais gastou com a contratação de artistas regionais e nacionais no período do São João, somando quase R$ 30 milhões. Em seguida, pela ordem, estão Petrolina, com R$ 15.693.000,00, Recife (R$ 9.491.470,79), Goiana (R$ 7.924.031,99), Vitória de Santo Antão (R$ 7.554.619,00), Araripina (R$ 6.738.100,00), Gravatá – R$ 4.995.930,00), Santa Cruz do Capibaribe R$ 4.915.200,00), Carpina (R$ 4.264.800,00) e Arcoverde (R$ 3.296.172,65). Os dados são do Ministério Público de Pernambuco informados pelas prefeituras até a última quarta-feira.

CURTAS

MULTADA – A prefeita de Tabira, Nicinha Melo, foi multada, ontem, pelo TCE, em R$ 25.976,63 devido a várias irregularidades, incluindo a ausência de procedimentos licitatórios para contratação de serviços de locação de veículos e fornecimento de combustíveis, além da contratação irregular de serviços contábeis nas contas de 2021.

LEI FEMINICÍDIO – Entrou em vigor, a partir de ontem, a Lei 14.942, que institui o programa Banco Vermelho, um marco na luta contra a violência doméstica e o feminicídio no Brasil. O projeto, de autoria da deputada federal Maria Arraes (SD-PE), prevê a instalação de bancos pintados de vermelho em locais públicos, acompanhados de mensagens de incentivo à reflexão e informações sobre canais de suporte e denúncia, como o Ligue 180.

MELHORIA – Pesquisa PoderData realizada de 27 a 29 de julho de 2024 mostra que 28% dos eleitores declaram que suas finanças pessoais melhoraram no último semestre. Os percentuais avançaram cinco pontos desde dezembro, na última vez que a pergunta foi feita aos entrevistados. No período, os que constatam uma piora nas contas recuaram três pontos percentuais. Eram 25% no fim de 2023. Hoje, são 22%.

Perguntar não ofende: Por que Lula não passa dos 47% de aprovação?

Conheci, enfim, o primeiro secretário  

Em um ano e meio de gestão da governadora Raquel Lyra (PSDB), com quem tenho uma relação extremamente difícil desde quando prefeita de Caruaru, conheci, ontem, o seu primeiro auxiliar, o secretário de Planejamento, Fabrício Marques Santos. Num desses encontros casuais, provocados pelo meu amigo Álvaro Mendonça, ex-presidente da Caixa e hoje diretor da Alepe, batemos um longo papo no almoço.

Me causou boa impressão, tem amplo conhecimento da área, fluente, educado e jeitoso. Fabrício tem formação sólida e experiência na vida pública. Mestre em Economia pela USP, foi secretário de Planejamento, Gestão e Patrimônio de Alagoas e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Estado da Administração.

Trabalha no setor público há mais de 15 anos. Em Alagoas, exerceu o cargo de secretário executivo da Secretaria da Fazenda e foi presidente do Conselho de Concessões e PPPs do Governo do Estado e do Conselho de Desenvolvimento Metropolitano de Maceió. Revelou que está entusiasmado com a gestão estadual e muito feliz por voltar a Pernambuco.

Além de Alagoas, trabalhou no Governo do Rio de Janeiro, depois de um longo período no IBGE. Segundo Fabrício, Raquel já deu certo, porque, segundo ele, vem investindo fortemente na área de infraestrutura, que inclui não apenas obras viárias, mas também no aumento da capacidade hídrica nas diversas regiões. “Pernambuco terá, ao final desta gestão, uma das melhores malhas viárias do País”, disse.

Grande parte das estradas, segundo ele, serão recuperadas e novas serão pavimentadas. “O Governo tem recursos da ordem de R$ 15 bilhões em caixa que serão investidos não apenas em grandes obras de infraestrutura, mas também em programas sociais”, contou, exibindo muita confiança na missão que veio cumprir em Pernambuco depois de ser um dos executivos mais elogiados na gestão do então governador de Alagoas, Renan Filho.

Viagem na maionese – Em entrevista ao programa Bom dia, ministro, da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, falou com tanto entusiasmo sobre a ferrovia Transnordestina, dando a entender que já é uma realidade. Mas o projeto, na verdade, só avançou até o momento no Ceará. Em Pernambuco, as obras estão paradas, sem prazo de serem retomadas.

Acredite se quiser – Ao longo da entrevista, que contou com a participação de seis jornalistas do Sudeste e Nordeste, entre os quais este colunista, Padilha discorreu sobre vários assuntos. A pauta girou da relação do Governo com o Congresso até as eleições na Venezuela. Chegou a dizer que o presidente Lula não iria se envolver na eleição da presidência da Câmara dos Deputados, no ano que vem. “O presidente vai deixar que o Congresso tenha plena autonomia para resolver seu destino”, afirmou.

Autonomia do PT – Quanto à eleição na Venezuela, o ministro Alexandre Padilha revelou que o presidente Lula só vai se pronunciar após a divulgação das chamadas atas eleitorais. Perguntei se o PT pediu autorização a Lula para se antecipar em uma nota reconhecendo a legalidade da reeleição do ditador Nicolás Maduro. “O PT tem autonomia para se manifestar em qualquer assunto sem consultar o presidente”, afirmou. Será?

Comparação entre gestões – Na mesma pesquisa do PoderData de ontem, na qual Lula o Governo Lula tem 47% de aprovação, o instituto fez uma pergunta levando o entrevistado a comparar o atual governo com o anterior. A gestão petista é considerada “melhor” que a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por 41% dos brasileiros. O percentual oscilou positivamente três pontos percentuais em relação ao estudo anterior, realizado em maio. Os eleitores que avaliam a gestão de Lula como “pior” do que a de seu antecessor são 38%. Outros 19% não veem diferença entre as administrações e 2% não souberam responder.

Idade não atrapalha – Para 38% dos eleitores, a idade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de 78 anos, não seria “um problema” em uma possível reeleição. Caso se candidate para tentar mais um mandato em 2026, e seja reeleito, o chefe do Executivo assumiria um novo mandato com 81 anos. Há também 32% que consideram a idade de Lula um empecilho para um 4º mandato. Outros 29% não souberam responder. Os dados são da pesquisa PoderData, realizada de 27 a 29 de julho de 2024.

CURTAS

REDUÇÃO 1 – O gás natural canalizado terá redução nas tarifas em Pernambuco a partir de hoje, tudo por causa da recomposição trimestral da distribuição do produto, divulgada pela Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe). Com a atualização, haverá uma queda média de -1,12% do seu valor, atingindo R$ 2,74 para cada metro cúbico do gás natural.

REDUÇÃO 2 – “A redução da tarifa do gás encanado em Pernambuco traz mais competitividade para o Estado, incentiva nosso desenvolvimento econômico e tudo isso acaba se refletindo na vida de cada homem e mulher que vive neste chão. Nosso compromisso com quem vive e investe aqui é enorme, e esse anúncio feito pela Arpe é uma demonstração disso”, disse a governadora Raquel Lyra.

HAJA DISPOSIÇÃO – O presidente do PSDB, Fred Loyo, tem andado em média 500 km por dia para atender tamanha demanda das convenções dos candidatos a prefeito. Ontem mesmo foi para Garanhuns no meio da tarde, participou da convenção de Izaías Régis no início da noite e voltou em seguida para o Recife.

Perguntar não ofende: João Campos fará, no domingo, a maior convenção do Estado?

Debates e efeitos das fugas

Com o prazo final das convenções partidárias marcado para a próxima segunda-feira, as eleições municipais vão, naturalmente, entrar numa nova fase para os candidatos a prefeito e vereadores. A grande expectativa passa a ser a realização dos debates no rádio e na TV, especialmente para os postulantes majoritários. Será que todos vão aceitar participar?

Não é incomum que candidatos decidam não participar de algum debate. Essa decisão, geralmente, é estratégica. Normalmente, quem ocupa as primeiras posições nas intenções de votos nas pesquisas de opinião pública tende a recusar convites de presença em debates no primeiro turno.

Evitam se expor para não sofrer cobranças dos oponentes, preservando suas imagens junto ao eleitorado. Entretanto, essa é uma estratégia um tanto controversa, até porque dá a impressão de que o candidato está fugindo da disputa, ou, pior, não se mostra preparado, achando que que pode provocar vexames, refletindo nas pesquisas eleitorais.

Sendo assim, as atenções maiores de debates estarão voltadas para quatro cidades da Região Metropolitana: Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista. No interior, Caruaru e Petrolina, municípios com mais de 200 mil eleitores. No Recife, o prefeito João Campos (PSB), hoje com 75% das intenções de voto, em nenhum momento deve ir a debates no primeiro turno.

Na capital, a não ser que ocorra uma hecatombe até lá, o cenário hoje é de decisão logo no primeiro turno. Já em Jaboatão, Mano Medeiros também tende a ir a debates somente no segundo turno, para não virar alvo de bombardeio por parte de muitos adversários, raciocínio que não se aplica a Mirella Almeida (PSD). Embora seja candidata da situação, apoiada pelo prefeito Lupércio, não há pesquisas que apontem Mirella numa situação privilegiada em Olinda.

Em Caruaru, o prefeito Rodrigo Pinheiro vai para reeleição enfrentando pelo menos quatro candidatos no primeiro turno e não se sabe qual a orientação ainda da sua assessoria em relação aos debates, que Zé Queiroz, seu principal adversário, já se antecipou, informando que vai a todos.

Candidato à reeleição, o prefeito de Petrolina, Simão Durando (UB), também não deve ir aos debates no primeiro turno, se valendo da mesma estratégia. Fugir de debates tira votos? A história das últimas eleições em Pernambuco mostra que sim, porque Marília Arraes, então candidata a governadora, que estava à frente das pesquisas, evitou os confrontos, se desidratou e perdeu a batalha no segundo turno.

Um caso histórico – Nas eleições para governador em 1990, o ex-governador Joaquim Francisco, então num cenário de voo de brigadeiro, despencou nas pesquisas depois que Jarbas Vasconcelos, seu principal adversário, usou um recurso infalível: a imagem da cadeira de Joaquim vazia. Numa reação inusitada, Joaquim fez um desafio a Jarbas para um debate olho no olho no horário do guia eleitoral, cada um cedendo o seu tempo na TV. Jarbas topou, Joaquim se saiu melhor no debate e ganhou a eleição no primeiro turno.

PSB na contramão do PT – Numa posição contrária ao PT, que já reconheceu a legalidade da eleição de Maduro, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse, ontem, em nota, que o partido não vai aceitar o resultado do que chamou de “farsa eleitoral” a reeleição do presidente da Venezuela. “O PSB, há muito tempo, aprovou uma decisão unânime de condenação às violações dos direitos humanos e democráticos perpetradas pelo regime chavista. O partido considera o regime de Maduro uma ditadura. A eleição não foi transparente nem democrática”, afirmou.

Pau no PT – Integrantes da oposição brasileira criticaram o PT, ontem, por reconhecer a vitória do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela – esquerda), reeleito para um novo mandato no País. O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) escreveu que o PT publicou a nota “tratando a fraude” de Nicolás Maduro como uma vitória. “São defensores de ditadores”, escreveu em seu perfil do X (ex-Twitter).

Magoado com o PCdoB – Em entrevista, ontem, à Rádio Folha, o senador Humberto Costa, principal liderança do PT no Estado, reclamou que o PCdoB não foi correto com o PT ao longo do processo da escolha do vice de João Campos (PSB) no Recife.  “O PCdoB sabia que o PT havia manifestado publicamente a aspiração de poder ter a vice. Não agiu o PCdoB com transparência. Se fosse colocada em discussão a possibilidade de filiação do Victor Marques, não haveria nenhum questionamento, mas isso deveria ter sido objeto de um debate, porque o PT aspirava ter a vice e a filiação de Victor veio com a finalidade de ele ser o vice”, afirmou.

Palanque duplo – Em Serra Talhada, a 420 km do Recife, a governadora Raquel Lyra (PSDB) deve subir em dois palanques, no da prefeita Márcia Conrado (PT), que disputa à reeleição, e no de Miguel Duque (Podemos), filho do deputado Luciano Duque, que faz parte da bancada de apoio governista na Alepe. “Essa é a impressão que eu tenho”, disse, ontem, no Frente a Frente, o deputado Valdemar de Oliveira, o Dema (Avante), irmão do ex-deputado federal Sebastião Oliveira. Dema aposta na vitória de Conrado por achar que Miguel não tem o mesmo capital político do pai para derrotar a prefeita.

CURTAS

ARCOVERDE 1 – Em entrevista, ontem, à Rádio Itapuama, o pré-candidato do Podemos à Prefeitura de Arcoverde, Zeca Cavalcanti, praticamente confirmou que o prefeito Wellington Maciel, que o derrotou na eleição passada e a quem tanto criticou por fazer uma gestão desaprovada pela população, estará no seu palanque.

ARCOVERDE 2 – Forçado a falar sobre o assunto, Zeca declarou: “Não vou rejeitar o apoio de ninguém. Como eu vou dizer que não quero o voto do prefeito Wellington?”. Quem te viu, quem te vê! A política, como disse Roberto Magalhães, é diabólica.

CADÊ OS VICES? – Na reta final para o prazo final das convenções, em Caruaru, nem o prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB), nem José Queiroz, seu principal adversário, que disputa pelo PDT, fechou a chapa. Parece que um está à espera do outro para definir uma estratégia.

Perguntar não ofende: Lula aprovou a nota do PT reconhecendo a legalidade da eleição na Venezuela?

Raquel não tira o brilho do FIG

Encerrado no último fim de semana, o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) foi um retumbante sucesso. Os adversários do prefeito Sivaldo Albino (PSB), inclusive a governadora Raquel Lyra (PSDB), que sequer deu o ar da sua graça por lá, quebraram a cara quando apostaram que o evento, pela primeira vez municipalizado, seria um vexame em atrações e, principalmente, público.

O palco principal, armado na Praça Mestre Dominguinhos, virou um formigueiro humano, lotadíssimo todas as noites. Hotéis, pousadas e até os motéis da cidade nunca viram tanto fluxo turístico. Restaurantes e bares faturaram além da conta. Nas noites em que se apresentaram Pablo e Nattan, por uma questão de segurança, a praça teve que ser fechada bem antes, porque já não cabia mais ninguém.

O Parque Euclides Dourado, o Sesc e o Centro Cultural, por sua vez, atraíram um excelente público pelos bons shows que entraram na grade e apresentação de várias peças de teatro. Há imagens rolando pelas redes sociais que impressionam pelo volume de gente espalhada em torno dos polos instalados pela Prefeitura ao longo dos três finais de semana seguidos.

Enquanto isso, o Festival Pernambuco meu País, que a oposição batizou de “Festival Racreche”, criado pela governadora para esvaziar o FIG, de mais de 30 anos de tradição, atraiu públicos minguados, principalmente na sua abertura em Taquaritinga do Norte, na mesma data, aliás, que Garanhuns dava o start da sua primeira experiência municipalizada.

Não precisa ir muito longe para comprovar isso. Os vídeos do próprio Governo do Estado comprovam que a modalidade “Racreche” foi um tremendo fracasso. E, diga-se de passagem, não atrapalhou em absolutamente nada Garanhuns. Muito pelo contrário, quem esteve na Suíça pernambucana é testemunha do esplendoroso sucesso, mesmo sem o Governo do Estado se envolver, contribuindo com apenas R$ 3 milhões, quando o custo da festa foi de R$ 18 milhões.

O deboche da secretária – “O FIG foi o maior e melhor em 34 anos e 32 edições”, avalia o jornalista Roberto Almeida. Para ele, Sivaldo foi altivo, planejou, investiu recursos do município e teve em Sandra Albino e toda equipe da Prefeitura colaboradores fabulosos, que se agigantaram. “Não se trata aqui de traçar loas e bajular gestores e sim de encarar os fatos, baseado nos números, na realidade”, acrescenta Almeida. Segundo ele, quando foram anunciadas as boas atrações da Praça Mestre Dominguinhos, faltando 100 dias para o FIG, a presidente da Fundarpe, Renata Borba, chegou a debochar pelas redes sociais: “Perdão, mas isso não é Festival de Inverno”. “Perdão, senhora presidente, mas a Secretaria de Cultura de Garanhuns ensinou como se faz um festival de verdade”, ironizou o jornalista.

O mico da Fundarpe – Já em Gravatá, terceira etapa do “Festival Racreche”, no último fim de semana, o show de Raça Negra foi interrompido por diversas vezes em razão de problemas técnicos não vistos antes pela equipe da Fundarpe. Visivelmente contrariado, Luiz Carlos, vocalista do grupo, deu esporro no ar. Mas o que poderia ser apenas um problema técnico, acabou traduzido como resultado da incompetência, do improviso e até da complacência da Fundarpe.

O adeus da Vera Cruz – O Grande Recife Consórcio de Transporte informou, ontem, que a Empresa Vera Cruz deixará de operar as linhas do sistema de transporte público. Segundo o consórcio, em 23 de julho, a empresa protocolou um ofício no Grande Recife, comunicando a desistência definitiva e encerramento das atividades operacionais, “em caráter irrevogável e irretratável”. Ao todo, a Vera Cruz deveria operar com 171 veículos, efetivamente. Para haver o menor impacto possível aos passageiros, a transição para outros operadores será feita por etapas: a primeira começa no dia 3 de agosto. O processo será finalizado até a primeira quinzena de setembro.

Substituição em 45 dias – Segundo o Diretor-Presidente do CTM, Matheus Feitas, o consórcio está trabalhando para executar a desmobilização da operação da Vera Cruz. Assim, vai permitir que outras empresas do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife – STPP/RMR, possam assumir a operação sem que o usuário seja prejudicado e continue sendo atendido. “Espera-se que, entre 30 e 45 dias, a redistribuição da operação da empresa seja transferida para outras empresas e a operação da Vera Cruz seja encerrada.”, destacou.

Dossiê para Bolsonaro – Já chegou ao conhecimento do ex-presidente Jair Bolsonaro as imagens da convenção do PL em Jaboatão, no último sábado, que homologou a candidatura do prefeito Mano Menezes à reeleição. Em nenhum lugar, segundo um bolsonarista, havia sequer um retrato do ex-presidente, isso em se tratando da terra do presidente estadual da legenda, Anderson Ferreira, que já governou o município. Na verdade, Mano quer fazer uma campanha sem associar sua imagem a Bolsonaro.

CURTAS

DRAMA – Por falar em Bolsonaro, o ex-ministro Gilson Machado, pré-candidato a prefeito do Recife, vive um drama pessoal: aos 84 anos, sua mãe sofreu um AVC e se encontra na UTI de um hospital no Recife. Isso o afastará por alguns dias da pré-campanha e até das suas atividades empresariais.

SEM OBRAS – Em entrevista, ontem, à Rádio Folha, o deputado federal Dema Oliveira (Avante), mesmo estando agora na condição de aliado da prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado (PT), apoiada pela governadora, disse desconhecer uma só obra no município com o dinheiro azul e branco do Estado.

FALA NORTE-NORDESTE – A Associação das Emissoras de Rádio e TV de Pernambuco, sob o comando do radialista Nill Júnior, já deu o start do “Fala Norte-Nordeste”, maior evento voltado para o segmento da indústria da mídia e entretenimento na Região. Acontece no Recife em novembro com a temática “Capital Humano X Inteligência Artificial”. Serão três dias de debate com a presença de representantes de grandes empresas nacionais.

Perguntar não ofende: Por que a governadora não quis prestigiar o Festival de Inverno de Garanhuns?

Puxa-saquismo em fim de carreira

De tudo que vi nos últimos dias, no estrangulamento do prazo para definição das candidaturas em convenções, o que mais me chamou atenção foi a postura submissa do prefeito de Paulista, Yves Ribeiro (PT). Cinco dias após jogar a toalha, desistindo da reeleição, disse que seu candidato só seria escolhido após combinar com a governadora Raquel Lyra (PSDB).

Tomei um susto e fiquei numa dúvida: Yves não está filiado ao PT, após navegar nas mais diversas searas partidárias? Se é petista, o que uma governadora tucana, cujo partido faz oposição ao Governo Lula, tem a ver com a sua decisão? Fim dos tempos, como está no livro do Apocalipse. Em busca de conveniências, os políticos são capazes de tudo.

Yves está, na prática, refundando o PT, mas o PT de linhagem conservadora, de direita. Desconheço qualquer tipo de aliança nacional que PSDB e PT estejam juntos por orientação da cúpula nacional petista, na qual Lula dá a última palavra, seja nas capitais, agora nas eleições municipais, seja em municípios de interesses estratégicos, como é o caso de Paulista.

O mais engraçado disso tudo é que não se ouve nenhuma voz ativa do PT em Pernambuco fazendo o contraponto a Yves. Pelo contrário, há petistas históricos vibrando, como é o caso do deputado João Paulo, o mais ardoroso raquelzista de prontidão na Assembleia Legislativa. Tempos esquisitos e bicudos são vistos e testemunhados na política.

O oportunismo e a conveniência são as práticas mais comuns nos políticos em geral, mas também as mais abomináveis. Em fim de carreira, próximo a vestir o pijama, Yves escreve um triste capítulo, o da subserviência e do puxa-saquismo, que deve sangrar o coração dos que acreditavam que estivesse na vida pública por idealismo. 

Com essa postura inaceitável, testemunha em público que sabe, como ninguém, compreender as coisas que mais convém.

JACARÉ COM COBRA D ÁGUA – Outro fato, igualmente lamentável, foi o casamento do jacaré com cobra d’água, a aliança que o PT fez em Olinda com um dos mais autênticos representantes do bolsonarismo em Pernambuco: o empresário Celso Muniz, de última hora filiado ao PCdoB, pelo deputado Renildo Calheiros, para compor a chapa como vice do candidato a prefeito pelo PT, Vini Castello. Também sobre a complacência e o silêncio ensurdecedor das principais lideranças estaduais do PT.

Virou moda – A nefasta prática da conveniência também se circunscreve nesta reta final das convenções em Arcoverde, porteira de entrada do Sertão, a 250 km do Recife. Ali, o prefeito Wellington Maciel (MDB), que derrotou Zeca Cavalcanti (Podemos) na eleição passada, desistiu da reeleição e está a passos largos de se abrigar no palanque de Zeca. Somente para se vingar de Madalena Britto (PSB), que o elegeu, com ele rompeu e é candidata na polarização contra Zeca.

Mano também na onda – Em Jaboatão, o prefeito Mano Medeiros (PL), candidato à reeleição, fez a sua convenção, ontem, sem convidar os bolsonaristas raízes do Estado, entre eles o ex-ministro Gilson Machado, pré-candidato a prefeito no Recife. Quer evitar sua imagem associada ao ex-presidente, mesmo sendo o seu padrinho político, o ex-prefeito Anderson Ferreira, presidente estadual do seu partido. Mais uma reprodução da política da conveniência.

E tome vaias! – Mano tem lá suas razões. Embora não convidado, como não foram Gilson e Alberto Feitosa, o deputado federal Coronel Meira, fiel escudeiro da bancada bolsonarista, inventou de discursar na convenção do prefeito de Jaboatão e se deu mal. Levou uma tremenda vaia quando tocou no nome do ex-presidente da República, constrangendo o palanque inteiro, especialmente o prefeito, que foi contrariado com a presença de Meira e de outro deputado bolsonarista – Pastor Eurico.

Douglas tem o melhor perfil – Se não houver atropelos, o vice na chapa do pré-candidato do PDT a prefeito de Caruaru, José Queiroz, será o empresário Douglas Cintra. Filiado ao PSB, Cintra foi senador da República ocupando a vaga de Armando Monteiro Neto quando este se licenciou para ser ministro. Entre outros cargos públicos, foi superintendente da Sudene. Mesmo numa gestão tão curta, Cintra deu uma reviravolta na Sudene. Seu perfil, portanto, une a experiência política com a de empresário bem-sucedido.

CURTAS

LAVOU AS MÃOS – Ao discursar na convenção do candidato do PT a prefeito de Olinda, a senadora Teresa Leitão (PT) lavou as mãos sobre a escolha de um bolsonarista na vice de Vinicius Castello. “Celso foi indicado pelo PCdoB, após um diálogo interno. Poderia ter havido outras indicações, mas nós não interferimos na escolha”, disse.

MAUS LENÇÓIS – Aliados de Lula avaliam que, caso Maduro não respeite o resultado das eleições, o presidente brasileiro ficará em uma situação complicada. Teria de calcular muito bem uma reação que não fosse interpretada como um endosso a uma eventual quebra do processo democrático, mas que também pudesse assegurar a estabilidade política na região.

ENCOLHEU – O PIB (Produto Interno Bruto) da Venezuela encolheu 62,5% ao longo de uma década, sob a presidência de Nicolás Maduro (Partido Socialista Unidos da Venezuela, esquerda). Em 2021, 68% da população venezuelana estava em situação de extrema pobreza e a taxa de inflação de 190% do país no ano passado foi uma das mais altas do mundo.

Perguntar não ofende: Por que o PT não dá um pio sobre a decisão de Yves em ouvir a governadora sobre o seu candidato?