Coluna do sabadão

Ministra constrange Lula   

Numa época do que prevalece é a obediência sem contestação ao politicamente correto, qualquer deslize representa uma barbaridade, principalmente na questão da política de gêneros. Que o diga o presidente Lula, que levou um puxão de orelha bem dado da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

Segundo o site Metrópoles, ela reprovou uma piadinha do presidente feita sobre violência contra as mulheres. Ele disse, há dias, que “se o cara é corintiano, tudo bem, como eu”. “Piadinha, nem presidente da República. Não dá para aceitar piadinha de nada nem de ninguém. Vou falar para ele quando encontrar, acho que Janja já falou. Por isso, precisamos de mudança de comportamento e de cultura”, reagiu, diante de jornalistas.

E acrescentou: “Temos, enquanto mulheres, de não aceitar mais brincadeirinha. Não dá. A prevenção passa por aí. Não consegue falar? Não fala. Não faz piada. Não brinca com a vida das pessoas”. Lula foi criticado após um trecho de áudio em uma reunião no Palácio do Planalto que provocou desconforto. O petista falava de uma pesquisa sobre o aumento de violência doméstica após jogos de futebol.

“Hoje, eu fiquei sabendo de uma notícia triste. Eu fiquei sabendo que tem pesquisa, Haddad, que mostra que depois de jogo de futebol, aumenta a violência contra a mulher. Inacreditável. Se o cara é corintiano, tudo bem, como eu. Mas eu não fico nervoso quando perco, eu lamento profundamente”, disse. Após a repercussão, Lula reclamou de “frases tiradas de contexto”.

Polícia em baixa – Uma Pesquisa do PoderData, realizada de 27 a 29 de julho, mostra que só 26% dos brasileiros dizem confiar “totalmente” no trabalho da Polícia Militar do seu Estado. Segundo o estudo, 38% dos entrevistados afirmam “confiar mais ou menos”. Por outro lado, 27% dizem “confiar pouco” no trabalho dos agentes de segurança estaduais. O número é semelhante aos que responderam “confiar totalmente”: 26% – só 1 ponto percentual abaixo. A taxa dos que afirmam “confiar pouco” no desempenho da polícia de seu Estado é mais alta dentre as mulheres (32%), os que têm 60 anos ou mais (32%) e os moradores da região Sul (32%) e Nordeste (33%).

Marqueteiro de Eduardo em Araripina – Na largada da campanha de sua candidata em Araripina, Camila Modesto (Podemos), o prefeito Raimundo Pimentel recorreu ao talento do marqueteiro baiano Edinho Barbosa, que projetou Eduardo Campos na mídia nacional. De imediato, ele produziu uma musiquinha que vai animar muito a disputa e que traduz o sentimento que o atual gestor quer passar para a população: “Pimentel fez e faz, Camila vai fazer muito mais”. Foi tocada, ontem, na convenção realizada no colégio Nova Geração, no bairro da Cohab.

Divisão familiar – Em Camaragibe, na Região Metropolitana, o candidato do Podemos já oficializado em convenção, Jorge Alexandre, deu início à campanha provocando um fato inusitado: a divisão da família do seu principal adversário, Diego Cabral, apoiado pela prefeita Doutora Nadegi. Jorge escolheu como vice o vereador Renê Cabral, presidente da Câmara e irmão de Diego. Campanha é uma guerra: ganha quem souber usar a melhor e mais maquiavélica estratégia.

Oposição unida – Em São José do Egito, a 400 km do Recife, no Sertão do Pajeú, finalmente o ex-prefeito Romério Guimarães (SD), único impedimento para unidade das oposições contra o candidato do prefeito Evandro Valadares (PSB), chegou a um acordo em apoio à candidatura de Fredson Brito (Republicanos), que tem como vice o ex-deputado José Marcos, segundo o blog de Nill Júnior. Se George Borja (PSB), postulante da situação, já estava mal das pernas, agora se complicou mais ainda.

Raquel e Marília juntas – A prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado (PT), que ontem recebeu no município a visita do senador Humberto Costa, deixou para realizar a sua convenção no último dia permitido por lei, na próxima segunda-feira. A terra de Lampião e de Agamenon Magalhães, segundo maior colégio eleitoral do Sertão, pode ser palco de um cenário esperado com expectativa: a governadora Raquel Lyra e a ex-deputada Marília Arraes, que disputaram o Governo do Estado nas eleições passadas, juntas agora num mesmo palanque. Ambas apoiam Márcia.

CURTAS

VENEZUELA 1 – O comitê da líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, foi saqueado na madrugada da última quinta-feira. A invasão ocorreu por volta das 3h no horário local (4h no horário de Brasília), segundo um comunicado da Plataforma Unitária, coalizão de Machado, acrescentando que os agressores arrombaram portas e levaram documentos e equipamentos valiosos.

VENEZUELA 2 – A decisão do governo dos Estados Unidos de reconhecer uma vitória da oposição na eleição presidencial na Venezuela lança pressão para que se iniciem conversas sobre uma transição de governo em Caracas, mas não será seguida pelo Brasil.

VENEZUELA 3– Cinco dias após as eleições, integrantes do Itamaraty já falam, em conversas privadas, do risco de recrudescimento do regime à la Daniel Ortega, o ditador da Nicarágua que perseguiu e encarcerou opositores e até a Igreja Católica. É algo a ser evitado, dizem esses diplomatas, e Maduro tem dado sinais de que pode apostar nessa via.

Perguntar não ofende: O que vai ser da Venezuela, meu Deus?

O triste cenário da Venezuela   

Deplorável as cenas de violência e de horror que o mundo assiste na Venezuela no pós-eleição de Nicolás Maduro. Desde 1998, com a eleição do coronel Hugo Chávez, que morreu em 2013, a economia da Venezuela perdeu o prumo. Chávez assumiu o poder com a promessa de transformar a Venezuela em uma nação socialista – ou em seu jargão, “bolivariana”, em alusão ao general Simon Bolívar (1783-1830).

Sua plataforma eleitoral se baseava na redistribuição da riqueza e na intervenção estatal na economia. Inicialmente, o militar usou os vastos recursos petrolíferos do País para financiar programas sociais, o que resultou em melhorias significativas nos indicadores de pobreza e desigualdade. No entanto, a dependência excessiva do petróleo criou vulnerabilidades econômicas, especialmente devido às oscilações de preços da commodity.

Chávez morreu aos 58 anos, vítima de um câncer, e foi sucedido pelo vice-presidente, o sindicalista Nicolás Maduro. Condutor de metrô em Caracas, Maduro governou com poderes especiais desde então. Em 2018 foi eleito para um mandato de seis anos em uma eleição contestada. Ele foi reeleito no domingo passado em um pleito novamente questionado pela oposição e sem transparência. Crise política à parte, sua continuidade no cargo manterá os problemas econômicos venezuelanos.

Ainda no século passado, Chávez implementou políticas de controle de preços e nacionalizou empresas privadas para além do estratégico setor do petróleo. A estatização incluiu eletricidade, telecomunicações e siderurgia. Essas nacionalizações, em muitos casos, levaram à queda da produtividade e da eficiência, devido à má gestão e à corrupção generalizada, com resultados desastrosos.

Os números, apesar da escassez de estatísticas confiáveis, mostram isso. Um em cada três venezuelanos poderia ser considerado pobre. Em 2021, essa proporção havia crescido para nove em cada dez pessoas. A pobreza extrema cresceu de 11% em 2013 para 68% em 2023.

Auge da crise em 2018 – A intervenção estatal e o uso da petrolífera PDVSA para funções sociais tiveram um impacto muito ruim na economia. Maior empresa venezuelana e uma das principais petrolíferas do mundo, a companhia chegou a ser usada para importar e vender eletrodomésticos. Não por acaso, o Produto Interno Bruto (PIB) da Venezuela recuou 62% entre 2013 e 2023. O PIB caiu de US$ 258 bilhões para US$ 97 bilhões em dez anos. O auge da crise ocorreu em 2018. O governo imprimiu muito dinheiro para pagar as contas, fazendo com que a inflação atingisse 63.374% segundo o portal de informações econômicas Statista.

Fim das emendas suspeitas – Depois de audiência convocada para pôr fim ao “orçamento secreto”, o ministro Flávio Dino, do STF, determinou que a indicação de qualquer tipo de emendas por congressistas deve ter “absoluta vinculação federativa”, ou seja, só podem ser destinadas para os Estados (e municípios integrantes) que o elegeram. A única exceção aberta é para projetos de âmbito nacional cuja execução ultrapasse os limites do Estado. Dino também estabeleceu que, a partir de agora, a execução das RP-8 e dos “restos a pagar” das emendas RP-9 (que ficaram conhecidas como “orçamento secreto”) sejam pagas somente pelo Executivo mediante “prévia e total transparência e rastreabilidade”.

O patrimônio de Xinxa – Durante a Operação Duplo X, que prendeu Xinxa Siqueira, conhecido como Xinxa da Cebola, a Polícia Federal em Pernambuco alertou para as cifras milionárias da movimentação financeira da organização comandada por ele. Ontem, um dia depois da captura do empresário, a PF atualizou os números do patrimônio apreendido. A operação encontrou em poder da organização seis cavalos de raça. Eles estão avaliados em R$ 10 milhões. Também foram recolhidos pela PF 24 carros de alto luxo e esportivos, avaliados em R$ 30 milhões. Entre os veículos, estão um helicóptero e uma Ferrari vermelha, com a qual Xinxa circulava pelo Recife.

“Rei da cebola” – Filho do ex-deputado estadual Apolinário Siqueira, Xinxa atua, oficialmente, no setor de hortifruti. Ele ficou conhecido como o “Rei da Cebola” no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa). No entanto, a PF prendeu o empresário em uma investigação relativa a vários crimes como associação criminosa, agiotagem, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, empréstimo e aluguel ilegal de armas de fogo. Preso na última quarta-feira, Xinxa está no Centro de Observação Criminológica e Triagem Prof. Everardo Luna, o Cotel, localizado em Abreu e Lima, no Grande Recife.

Caruaru lidera em gastos juninos – Caruaru foi a cidade que mais gastou com a contratação de artistas regionais e nacionais no período do São João, somando quase R$ 30 milhões. Em seguida, pela ordem, estão Petrolina, com R$ 15.693.000,00, Recife (R$ 9.491.470,79), Goiana (R$ 7.924.031,99), Vitória de Santo Antão (R$ 7.554.619,00), Araripina (R$ 6.738.100,00), Gravatá – R$ 4.995.930,00), Santa Cruz do Capibaribe R$ 4.915.200,00), Carpina (R$ 4.264.800,00) e Arcoverde (R$ 3.296.172,65). Os dados são do Ministério Público de Pernambuco informados pelas prefeituras até a última quarta-feira.

CURTAS

MULTADA – A prefeita de Tabira, Nicinha Melo, foi multada, ontem, pelo TCE, em R$ 25.976,63 devido a várias irregularidades, incluindo a ausência de procedimentos licitatórios para contratação de serviços de locação de veículos e fornecimento de combustíveis, além da contratação irregular de serviços contábeis nas contas de 2021.

LEI FEMINICÍDIO – Entrou em vigor, a partir de ontem, a Lei 14.942, que institui o programa Banco Vermelho, um marco na luta contra a violência doméstica e o feminicídio no Brasil. O projeto, de autoria da deputada federal Maria Arraes (SD-PE), prevê a instalação de bancos pintados de vermelho em locais públicos, acompanhados de mensagens de incentivo à reflexão e informações sobre canais de suporte e denúncia, como o Ligue 180.

MELHORIA – Pesquisa PoderData realizada de 27 a 29 de julho de 2024 mostra que 28% dos eleitores declaram que suas finanças pessoais melhoraram no último semestre. Os percentuais avançaram cinco pontos desde dezembro, na última vez que a pergunta foi feita aos entrevistados. No período, os que constatam uma piora nas contas recuaram três pontos percentuais. Eram 25% no fim de 2023. Hoje, são 22%.

Perguntar não ofende: Por que Lula não passa dos 47% de aprovação?

Conheci, enfim, o primeiro secretário  

Em um ano e meio de gestão da governadora Raquel Lyra (PSDB), com quem tenho uma relação extremamente difícil desde quando prefeita de Caruaru, conheci, ontem, o seu primeiro auxiliar, o secretário de Planejamento, Fabrício Marques Santos. Num desses encontros casuais, provocados pelo meu amigo Álvaro Mendonça, ex-presidente da Caixa e hoje diretor da Alepe, batemos um longo papo no almoço.

Me causou boa impressão, tem amplo conhecimento da área, fluente, educado e jeitoso. Fabrício tem formação sólida e experiência na vida pública. Mestre em Economia pela USP, foi secretário de Planejamento, Gestão e Patrimônio de Alagoas e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Estado da Administração.

Trabalha no setor público há mais de 15 anos. Em Alagoas, exerceu o cargo de secretário executivo da Secretaria da Fazenda e foi presidente do Conselho de Concessões e PPPs do Governo do Estado e do Conselho de Desenvolvimento Metropolitano de Maceió. Revelou que está entusiasmado com a gestão estadual e muito feliz por voltar a Pernambuco.

Além de Alagoas, trabalhou no Governo do Rio de Janeiro, depois de um longo período no IBGE. Segundo Fabrício, Raquel já deu certo, porque, segundo ele, vem investindo fortemente na área de infraestrutura, que inclui não apenas obras viárias, mas também no aumento da capacidade hídrica nas diversas regiões. “Pernambuco terá, ao final desta gestão, uma das melhores malhas viárias do País”, disse.

Grande parte das estradas, segundo ele, serão recuperadas e novas serão pavimentadas. “O Governo tem recursos da ordem de R$ 15 bilhões em caixa que serão investidos não apenas em grandes obras de infraestrutura, mas também em programas sociais”, contou, exibindo muita confiança na missão que veio cumprir em Pernambuco depois de ser um dos executivos mais elogiados na gestão do então governador de Alagoas, Renan Filho.

Viagem na maionese – Em entrevista ao programa Bom dia, ministro, da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, falou com tanto entusiasmo sobre a ferrovia Transnordestina, dando a entender que já é uma realidade. Mas o projeto, na verdade, só avançou até o momento no Ceará. Em Pernambuco, as obras estão paradas, sem prazo de serem retomadas.

Acredite se quiser – Ao longo da entrevista, que contou com a participação de seis jornalistas do Sudeste e Nordeste, entre os quais este colunista, Padilha discorreu sobre vários assuntos. A pauta girou da relação do Governo com o Congresso até as eleições na Venezuela. Chegou a dizer que o presidente Lula não iria se envolver na eleição da presidência da Câmara dos Deputados, no ano que vem. “O presidente vai deixar que o Congresso tenha plena autonomia para resolver seu destino”, afirmou.

Autonomia do PT – Quanto à eleição na Venezuela, o ministro Alexandre Padilha revelou que o presidente Lula só vai se pronunciar após a divulgação das chamadas atas eleitorais. Perguntei se o PT pediu autorização a Lula para se antecipar em uma nota reconhecendo a legalidade da reeleição do ditador Nicolás Maduro. “O PT tem autonomia para se manifestar em qualquer assunto sem consultar o presidente”, afirmou. Será?

Comparação entre gestões – Na mesma pesquisa do PoderData de ontem, na qual Lula o Governo Lula tem 47% de aprovação, o instituto fez uma pergunta levando o entrevistado a comparar o atual governo com o anterior. A gestão petista é considerada “melhor” que a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por 41% dos brasileiros. O percentual oscilou positivamente três pontos percentuais em relação ao estudo anterior, realizado em maio. Os eleitores que avaliam a gestão de Lula como “pior” do que a de seu antecessor são 38%. Outros 19% não veem diferença entre as administrações e 2% não souberam responder.

Idade não atrapalha – Para 38% dos eleitores, a idade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de 78 anos, não seria “um problema” em uma possível reeleição. Caso se candidate para tentar mais um mandato em 2026, e seja reeleito, o chefe do Executivo assumiria um novo mandato com 81 anos. Há também 32% que consideram a idade de Lula um empecilho para um 4º mandato. Outros 29% não souberam responder. Os dados são da pesquisa PoderData, realizada de 27 a 29 de julho de 2024.

CURTAS

REDUÇÃO 1 – O gás natural canalizado terá redução nas tarifas em Pernambuco a partir de hoje, tudo por causa da recomposição trimestral da distribuição do produto, divulgada pela Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe). Com a atualização, haverá uma queda média de -1,12% do seu valor, atingindo R$ 2,74 para cada metro cúbico do gás natural.

REDUÇÃO 2 – “A redução da tarifa do gás encanado em Pernambuco traz mais competitividade para o Estado, incentiva nosso desenvolvimento econômico e tudo isso acaba se refletindo na vida de cada homem e mulher que vive neste chão. Nosso compromisso com quem vive e investe aqui é enorme, e esse anúncio feito pela Arpe é uma demonstração disso”, disse a governadora Raquel Lyra.

HAJA DISPOSIÇÃO – O presidente do PSDB, Fred Loyo, tem andado em média 500 km por dia para atender tamanha demanda das convenções dos candidatos a prefeito. Ontem mesmo foi para Garanhuns no meio da tarde, participou da convenção de Izaías Régis no início da noite e voltou em seguida para o Recife.

Perguntar não ofende: João Campos fará, no domingo, a maior convenção do Estado?

Debates e efeitos das fugas

Com o prazo final das convenções partidárias marcado para a próxima segunda-feira, as eleições municipais vão, naturalmente, entrar numa nova fase para os candidatos a prefeito e vereadores. A grande expectativa passa a ser a realização dos debates no rádio e na TV, especialmente para os postulantes majoritários. Será que todos vão aceitar participar?

Não é incomum que candidatos decidam não participar de algum debate. Essa decisão, geralmente, é estratégica. Normalmente, quem ocupa as primeiras posições nas intenções de votos nas pesquisas de opinião pública tende a recusar convites de presença em debates no primeiro turno.

Evitam se expor para não sofrer cobranças dos oponentes, preservando suas imagens junto ao eleitorado. Entretanto, essa é uma estratégia um tanto controversa, até porque dá a impressão de que o candidato está fugindo da disputa, ou, pior, não se mostra preparado, achando que que pode provocar vexames, refletindo nas pesquisas eleitorais.

Sendo assim, as atenções maiores de debates estarão voltadas para quatro cidades da Região Metropolitana: Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista. No interior, Caruaru e Petrolina, municípios com mais de 200 mil eleitores. No Recife, o prefeito João Campos (PSB), hoje com 75% das intenções de voto, em nenhum momento deve ir a debates no primeiro turno.

Na capital, a não ser que ocorra uma hecatombe até lá, o cenário hoje é de decisão logo no primeiro turno. Já em Jaboatão, Mano Medeiros também tende a ir a debates somente no segundo turno, para não virar alvo de bombardeio por parte de muitos adversários, raciocínio que não se aplica a Mirella Almeida (PSD). Embora seja candidata da situação, apoiada pelo prefeito Lupércio, não há pesquisas que apontem Mirella numa situação privilegiada em Olinda.

Em Caruaru, o prefeito Rodrigo Pinheiro vai para reeleição enfrentando pelo menos quatro candidatos no primeiro turno e não se sabe qual a orientação ainda da sua assessoria em relação aos debates, que Zé Queiroz, seu principal adversário, já se antecipou, informando que vai a todos.

Candidato à reeleição, o prefeito de Petrolina, Simão Durando (UB), também não deve ir aos debates no primeiro turno, se valendo da mesma estratégia. Fugir de debates tira votos? A história das últimas eleições em Pernambuco mostra que sim, porque Marília Arraes, então candidata a governadora, que estava à frente das pesquisas, evitou os confrontos, se desidratou e perdeu a batalha no segundo turno.

Um caso histórico – Nas eleições para governador em 1990, o ex-governador Joaquim Francisco, então num cenário de voo de brigadeiro, despencou nas pesquisas depois que Jarbas Vasconcelos, seu principal adversário, usou um recurso infalível: a imagem da cadeira de Joaquim vazia. Numa reação inusitada, Joaquim fez um desafio a Jarbas para um debate olho no olho no horário do guia eleitoral, cada um cedendo o seu tempo na TV. Jarbas topou, Joaquim se saiu melhor no debate e ganhou a eleição no primeiro turno.

PSB na contramão do PT – Numa posição contrária ao PT, que já reconheceu a legalidade da eleição de Maduro, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse, ontem, em nota, que o partido não vai aceitar o resultado do que chamou de “farsa eleitoral” a reeleição do presidente da Venezuela. “O PSB, há muito tempo, aprovou uma decisão unânime de condenação às violações dos direitos humanos e democráticos perpetradas pelo regime chavista. O partido considera o regime de Maduro uma ditadura. A eleição não foi transparente nem democrática”, afirmou.

Pau no PT – Integrantes da oposição brasileira criticaram o PT, ontem, por reconhecer a vitória do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela – esquerda), reeleito para um novo mandato no País. O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) escreveu que o PT publicou a nota “tratando a fraude” de Nicolás Maduro como uma vitória. “São defensores de ditadores”, escreveu em seu perfil do X (ex-Twitter).

Magoado com o PCdoB – Em entrevista, ontem, à Rádio Folha, o senador Humberto Costa, principal liderança do PT no Estado, reclamou que o PCdoB não foi correto com o PT ao longo do processo da escolha do vice de João Campos (PSB) no Recife.  “O PCdoB sabia que o PT havia manifestado publicamente a aspiração de poder ter a vice. Não agiu o PCdoB com transparência. Se fosse colocada em discussão a possibilidade de filiação do Victor Marques, não haveria nenhum questionamento, mas isso deveria ter sido objeto de um debate, porque o PT aspirava ter a vice e a filiação de Victor veio com a finalidade de ele ser o vice”, afirmou.

Palanque duplo – Em Serra Talhada, a 420 km do Recife, a governadora Raquel Lyra (PSDB) deve subir em dois palanques, no da prefeita Márcia Conrado (PT), que disputa à reeleição, e no de Miguel Duque (Podemos), filho do deputado Luciano Duque, que faz parte da bancada de apoio governista na Alepe. “Essa é a impressão que eu tenho”, disse, ontem, no Frente a Frente, o deputado Valdemar de Oliveira, o Dema (Avante), irmão do ex-deputado federal Sebastião Oliveira. Dema aposta na vitória de Conrado por achar que Miguel não tem o mesmo capital político do pai para derrotar a prefeita.

CURTAS

ARCOVERDE 1 – Em entrevista, ontem, à Rádio Itapuama, o pré-candidato do Podemos à Prefeitura de Arcoverde, Zeca Cavalcanti, praticamente confirmou que o prefeito Wellington Maciel, que o derrotou na eleição passada e a quem tanto criticou por fazer uma gestão desaprovada pela população, estará no seu palanque.

ARCOVERDE 2 – Forçado a falar sobre o assunto, Zeca declarou: “Não vou rejeitar o apoio de ninguém. Como eu vou dizer que não quero o voto do prefeito Wellington?”. Quem te viu, quem te vê! A política, como disse Roberto Magalhães, é diabólica.

CADÊ OS VICES? – Na reta final para o prazo final das convenções, em Caruaru, nem o prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB), nem José Queiroz, seu principal adversário, que disputa pelo PDT, fechou a chapa. Parece que um está à espera do outro para definir uma estratégia.

Perguntar não ofende: Lula aprovou a nota do PT reconhecendo a legalidade da eleição na Venezuela?

Raquel não tira o brilho do FIG

Encerrado no último fim de semana, o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) foi um retumbante sucesso. Os adversários do prefeito Sivaldo Albino (PSB), inclusive a governadora Raquel Lyra (PSDB), que sequer deu o ar da sua graça por lá, quebraram a cara quando apostaram que o evento, pela primeira vez municipalizado, seria um vexame em atrações e, principalmente, público.

O palco principal, armado na Praça Mestre Dominguinhos, virou um formigueiro humano, lotadíssimo todas as noites. Hotéis, pousadas e até os motéis da cidade nunca viram tanto fluxo turístico. Restaurantes e bares faturaram além da conta. Nas noites em que se apresentaram Pablo e Nattan, por uma questão de segurança, a praça teve que ser fechada bem antes, porque já não cabia mais ninguém.

O Parque Euclides Dourado, o Sesc e o Centro Cultural, por sua vez, atraíram um excelente público pelos bons shows que entraram na grade e apresentação de várias peças de teatro. Há imagens rolando pelas redes sociais que impressionam pelo volume de gente espalhada em torno dos polos instalados pela Prefeitura ao longo dos três finais de semana seguidos.

Enquanto isso, o Festival Pernambuco meu País, que a oposição batizou de “Festival Racreche”, criado pela governadora para esvaziar o FIG, de mais de 30 anos de tradição, atraiu públicos minguados, principalmente na sua abertura em Taquaritinga do Norte, na mesma data, aliás, que Garanhuns dava o start da sua primeira experiência municipalizada.

Não precisa ir muito longe para comprovar isso. Os vídeos do próprio Governo do Estado comprovam que a modalidade “Racreche” foi um tremendo fracasso. E, diga-se de passagem, não atrapalhou em absolutamente nada Garanhuns. Muito pelo contrário, quem esteve na Suíça pernambucana é testemunha do esplendoroso sucesso, mesmo sem o Governo do Estado se envolver, contribuindo com apenas R$ 3 milhões, quando o custo da festa foi de R$ 18 milhões.

O deboche da secretária – “O FIG foi o maior e melhor em 34 anos e 32 edições”, avalia o jornalista Roberto Almeida. Para ele, Sivaldo foi altivo, planejou, investiu recursos do município e teve em Sandra Albino e toda equipe da Prefeitura colaboradores fabulosos, que se agigantaram. “Não se trata aqui de traçar loas e bajular gestores e sim de encarar os fatos, baseado nos números, na realidade”, acrescenta Almeida. Segundo ele, quando foram anunciadas as boas atrações da Praça Mestre Dominguinhos, faltando 100 dias para o FIG, a presidente da Fundarpe, Renata Borba, chegou a debochar pelas redes sociais: “Perdão, mas isso não é Festival de Inverno”. “Perdão, senhora presidente, mas a Secretaria de Cultura de Garanhuns ensinou como se faz um festival de verdade”, ironizou o jornalista.

O mico da Fundarpe – Já em Gravatá, terceira etapa do “Festival Racreche”, no último fim de semana, o show de Raça Negra foi interrompido por diversas vezes em razão de problemas técnicos não vistos antes pela equipe da Fundarpe. Visivelmente contrariado, Luiz Carlos, vocalista do grupo, deu esporro no ar. Mas o que poderia ser apenas um problema técnico, acabou traduzido como resultado da incompetência, do improviso e até da complacência da Fundarpe.

O adeus da Vera Cruz – O Grande Recife Consórcio de Transporte informou, ontem, que a Empresa Vera Cruz deixará de operar as linhas do sistema de transporte público. Segundo o consórcio, em 23 de julho, a empresa protocolou um ofício no Grande Recife, comunicando a desistência definitiva e encerramento das atividades operacionais, “em caráter irrevogável e irretratável”. Ao todo, a Vera Cruz deveria operar com 171 veículos, efetivamente. Para haver o menor impacto possível aos passageiros, a transição para outros operadores será feita por etapas: a primeira começa no dia 3 de agosto. O processo será finalizado até a primeira quinzena de setembro.

Substituição em 45 dias – Segundo o Diretor-Presidente do CTM, Matheus Feitas, o consórcio está trabalhando para executar a desmobilização da operação da Vera Cruz. Assim, vai permitir que outras empresas do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife – STPP/RMR, possam assumir a operação sem que o usuário seja prejudicado e continue sendo atendido. “Espera-se que, entre 30 e 45 dias, a redistribuição da operação da empresa seja transferida para outras empresas e a operação da Vera Cruz seja encerrada.”, destacou.

Dossiê para Bolsonaro – Já chegou ao conhecimento do ex-presidente Jair Bolsonaro as imagens da convenção do PL em Jaboatão, no último sábado, que homologou a candidatura do prefeito Mano Menezes à reeleição. Em nenhum lugar, segundo um bolsonarista, havia sequer um retrato do ex-presidente, isso em se tratando da terra do presidente estadual da legenda, Anderson Ferreira, que já governou o município. Na verdade, Mano quer fazer uma campanha sem associar sua imagem a Bolsonaro.

CURTAS

DRAMA – Por falar em Bolsonaro, o ex-ministro Gilson Machado, pré-candidato a prefeito do Recife, vive um drama pessoal: aos 84 anos, sua mãe sofreu um AVC e se encontra na UTI de um hospital no Recife. Isso o afastará por alguns dias da pré-campanha e até das suas atividades empresariais.

SEM OBRAS – Em entrevista, ontem, à Rádio Folha, o deputado federal Dema Oliveira (Avante), mesmo estando agora na condição de aliado da prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado (PT), apoiada pela governadora, disse desconhecer uma só obra no município com o dinheiro azul e branco do Estado.

FALA NORTE-NORDESTE – A Associação das Emissoras de Rádio e TV de Pernambuco, sob o comando do radialista Nill Júnior, já deu o start do “Fala Norte-Nordeste”, maior evento voltado para o segmento da indústria da mídia e entretenimento na Região. Acontece no Recife em novembro com a temática “Capital Humano X Inteligência Artificial”. Serão três dias de debate com a presença de representantes de grandes empresas nacionais.

Perguntar não ofende: Por que a governadora não quis prestigiar o Festival de Inverno de Garanhuns?

Puxa-saquismo em fim de carreira

De tudo que vi nos últimos dias, no estrangulamento do prazo para definição das candidaturas em convenções, o que mais me chamou atenção foi a postura submissa do prefeito de Paulista, Yves Ribeiro (PT). Cinco dias após jogar a toalha, desistindo da reeleição, disse que seu candidato só seria escolhido após combinar com a governadora Raquel Lyra (PSDB).

Tomei um susto e fiquei numa dúvida: Yves não está filiado ao PT, após navegar nas mais diversas searas partidárias? Se é petista, o que uma governadora tucana, cujo partido faz oposição ao Governo Lula, tem a ver com a sua decisão? Fim dos tempos, como está no livro do Apocalipse. Em busca de conveniências, os políticos são capazes de tudo.

Yves está, na prática, refundando o PT, mas o PT de linhagem conservadora, de direita. Desconheço qualquer tipo de aliança nacional que PSDB e PT estejam juntos por orientação da cúpula nacional petista, na qual Lula dá a última palavra, seja nas capitais, agora nas eleições municipais, seja em municípios de interesses estratégicos, como é o caso de Paulista.

O mais engraçado disso tudo é que não se ouve nenhuma voz ativa do PT em Pernambuco fazendo o contraponto a Yves. Pelo contrário, há petistas históricos vibrando, como é o caso do deputado João Paulo, o mais ardoroso raquelzista de prontidão na Assembleia Legislativa. Tempos esquisitos e bicudos são vistos e testemunhados na política.

O oportunismo e a conveniência são as práticas mais comuns nos políticos em geral, mas também as mais abomináveis. Em fim de carreira, próximo a vestir o pijama, Yves escreve um triste capítulo, o da subserviência e do puxa-saquismo, que deve sangrar o coração dos que acreditavam que estivesse na vida pública por idealismo. 

Com essa postura inaceitável, testemunha em público que sabe, como ninguém, compreender as coisas que mais convém.

JACARÉ COM COBRA D ÁGUA – Outro fato, igualmente lamentável, foi o casamento do jacaré com cobra d’água, a aliança que o PT fez em Olinda com um dos mais autênticos representantes do bolsonarismo em Pernambuco: o empresário Celso Muniz, de última hora filiado ao PCdoB, pelo deputado Renildo Calheiros, para compor a chapa como vice do candidato a prefeito pelo PT, Vini Castello. Também sobre a complacência e o silêncio ensurdecedor das principais lideranças estaduais do PT.

Virou moda – A nefasta prática da conveniência também se circunscreve nesta reta final das convenções em Arcoverde, porteira de entrada do Sertão, a 250 km do Recife. Ali, o prefeito Wellington Maciel (MDB), que derrotou Zeca Cavalcanti (Podemos) na eleição passada, desistiu da reeleição e está a passos largos de se abrigar no palanque de Zeca. Somente para se vingar de Madalena Britto (PSB), que o elegeu, com ele rompeu e é candidata na polarização contra Zeca.

Mano também na onda – Em Jaboatão, o prefeito Mano Medeiros (PL), candidato à reeleição, fez a sua convenção, ontem, sem convidar os bolsonaristas raízes do Estado, entre eles o ex-ministro Gilson Machado, pré-candidato a prefeito no Recife. Quer evitar sua imagem associada ao ex-presidente, mesmo sendo o seu padrinho político, o ex-prefeito Anderson Ferreira, presidente estadual do seu partido. Mais uma reprodução da política da conveniência.

E tome vaias! – Mano tem lá suas razões. Embora não convidado, como não foram Gilson e Alberto Feitosa, o deputado federal Coronel Meira, fiel escudeiro da bancada bolsonarista, inventou de discursar na convenção do prefeito de Jaboatão e se deu mal. Levou uma tremenda vaia quando tocou no nome do ex-presidente da República, constrangendo o palanque inteiro, especialmente o prefeito, que foi contrariado com a presença de Meira e de outro deputado bolsonarista – Pastor Eurico.

Douglas tem o melhor perfil – Se não houver atropelos, o vice na chapa do pré-candidato do PDT a prefeito de Caruaru, José Queiroz, será o empresário Douglas Cintra. Filiado ao PSB, Cintra foi senador da República ocupando a vaga de Armando Monteiro Neto quando este se licenciou para ser ministro. Entre outros cargos públicos, foi superintendente da Sudene. Mesmo numa gestão tão curta, Cintra deu uma reviravolta na Sudene. Seu perfil, portanto, une a experiência política com a de empresário bem-sucedido.

CURTAS

LAVOU AS MÃOS – Ao discursar na convenção do candidato do PT a prefeito de Olinda, a senadora Teresa Leitão (PT) lavou as mãos sobre a escolha de um bolsonarista na vice de Vinicius Castello. “Celso foi indicado pelo PCdoB, após um diálogo interno. Poderia ter havido outras indicações, mas nós não interferimos na escolha”, disse.

MAUS LENÇÓIS – Aliados de Lula avaliam que, caso Maduro não respeite o resultado das eleições, o presidente brasileiro ficará em uma situação complicada. Teria de calcular muito bem uma reação que não fosse interpretada como um endosso a uma eventual quebra do processo democrático, mas que também pudesse assegurar a estabilidade política na região.

ENCOLHEU – O PIB (Produto Interno Bruto) da Venezuela encolheu 62,5% ao longo de uma década, sob a presidência de Nicolás Maduro (Partido Socialista Unidos da Venezuela, esquerda). Em 2021, 68% da população venezuelana estava em situação de extrema pobreza e a taxa de inflação de 190% do país no ano passado foi uma das mais altas do mundo.

Perguntar não ofende: Por que o PT não dá um pio sobre a decisão de Yves em ouvir a governadora sobre o seu candidato?

Se Raquel agisse como Lula…

Embora no campo contrário ao de Lula em 2026, quando tentará a reeleição no palanque oposto, a governadora Raquel Lyra (PSDB) não tem do que reclamar do chefe da nação. Saiu ontem de Brasília com mais de R$ 1,5 bilhão que serão revertidos em obras do Novo Pac Seleções. O lançamento do programa ocorreu no Palácio do Planalto.

No seu bojo, 36 obras e projetos nas áreas de abastecimento de água urbana, esgotamento sanitário, mobilidade urbana e drenagem, que vão beneficiar 26 municípios pernambucanos. Nesta nova fase do PAC, as novas modalidades executadas pelo Ministério das Cidades somam R$ 41,7 bilhões em investimentos. As obras no Estado totalizam R$ 1,5 bilhão.

“Completando 50 viagens hoje a Brasília, a gente volta para Pernambuco com mais de R$ 1 bilhão em obras incluídas no PAC Seleções do governo federal. Os anúncios de hoje (ontem) dialogam com o futuro que queremos para Pernambuco, proporcionando mais desenvolvimento e melhor qualidade de vida para todos”, disse a governadora.

E completou: “Agradeço em nome do povo nordestino e do nosso Estado ao presidente Lula e ao seu governo, pelo trabalho que tem sido feito, garantindo recursos para obras que serão inauguradas até o fim de 2026. Na área da mobilidade urbana, Pernambuco foi contemplado com R$ 397,7 milhões em investimentos. Na Região Metropolitana do Recife, serão concluídas as obras dos Corredores de BRT Norte-Sul e Leste-Oeste.

A governadora bem que poderia tratar os prefeitos no campo oposto ao dela no Estado seguindo o exemplo de Lula. Longe disso! Age com o fígado, persegue, maltrata e exige até a volta de servidores estaduais à disposição dos municípios, como fez com quatro secretários do prefeito do Recife, João Campos (PSB), além de uma dezena de prefeitos pelo Interior.

A pequenez da governadora – Em Garanhuns, no ano passado, a governadora deu o exemplo exato da sua “amplitude e magnitude”. Excluiu o prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino (PSB), da organização e execução do Festival de Inverno, há mais de 30 anos promovido pelo Estado em parceria com o município. Sivaldo só soube da data do evento pela mídia e não teve voz ativa sequer na escolha da grade dos artistas. Isso teve consequências: para se vingar ainda mais do socialista, criou este ano um festival para concorrer com o de Garanhuns.

Trabalho conjunto – Para o presidente Lula, os investimentos do Novo PAC Seleções tratam dos interesses de cada cidadão. “Esse lançamento é uma convocatória para que possamos trabalhar juntos. Esse é o último PAC Seleções que vamos fazer. No início do nosso governo, reunimos todos os governadores do País para que colocassem no papel todas as obras que eram prioridade em seu estado. E assim temos feito, atendendo aos anseios de cada região”, disse.

Barragens no Agreste – Na área hídrica, Lula contemplou a barragem de São Bento do Una, no Agreste Central, que terá o investimento de R$ 161 milhões financiado pelo Governo Federal. Também foram repassados investimentos para Sistemas de Abastecimento de Água em Toritama e Santa Cruz do Capibaribe. Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, todos os 27 estados serão atendidos nesse PAC Seleções, gerando 773 mil novos empregos de maneira direta e indireta ao longo das obras.

Tratamento de esgotos – Serão realizadas, ainda, obras de requalificação e ampliação de sistemas de coleta e tratamento de esgoto de municípios como Belo Jardim, Bezerros e Caruaru. “Quando a gente fala do PAC, as pessoas perguntam o que vai mudar. O PAC vai evitar que as pessoas fiquem embaixo d’água, vai tirar as comunidades do convívio com esgoto a céu aberto, além de levar água para quem precisa”, acrescentou o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Incrível como Lula promove Bolsonaro! – O presidente Lula reclamou que os governadores de oposição não vão aos eventos que ele convida por conta de uma visão “negativista” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A fala foi durante o anúncio de R$ 41,7 bilhões para obras do PAC em 707 cidades. “Alguns [governadores] não têm comparecido. Possivelmente ainda pela imagem negativista de um presidente da República que só viajava para o Estado que ele gostava, só viajava para atender amigos e não dava importância para aqueles que pensassem diferente dele. É uma coisa absurda”, afirmou. Impressionante, um político tão experiente e marqueteiro como Lula dedicar grande parte da sua agenda pública para ficar dando ressonância a Bolsonaro!

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ARARIPINA – Em Araripina, principal colégio eleitoral do Araripe, quem faz a sua convenção, hoje, a partir das 9 horas, na Câmara de Vereadores, é o pré-candidato do PDT a prefeito, Evilásio Mateus, que entra no páreo depois de uma briga interna dentro da legenda com o prefeito Raimundo Pimentel.

JABOATÃO – Já o prefeito de Jaboatão e candidato à reeleição pelo PL, Mano Medeiros, também faz sua convenção hoje na Faculdade Guararapes a partir das 10 horas. A expectativa é que aproximadamente cinco mil pessoas atendam a convocação do prefeito para a festa democrática.

ARCOVERDE – Em Arcoverde, a ex-prefeita Madalena Britto, pré-candidata do PSB, e o ex-prefeito Zeca Cavalcanti, pré-candidato do Podemos, farão suas convenções no mesmo dia: 4 de agosto. A da socialista no espaço Fest Mix, a partir das 15 horas, e a de Zeca, no mesmo horário, no Esporte.

Perguntar não ofende: Qual a nota que os prefeitos do PSB em Pernambuco dão ao tratamento dado pela governadora?

Eleições municipais: teste para Lula e Bolsonaro

A disputa pelo direito de ocupar a cadeira de prefeito a partir de janeiro de 2025 nas 103 maiores cidades do País reforça o embate político do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva com seu antecessor, Jair Bolsonaro. Enquanto o PT de Lula deve lançar candidatos em 68 municípios, o PL já tem pré-candidatos em 62.

As 103 maiores cidades do Brasil têm mais de 200 mil eleitores, o que, segundo a lei eleitoral, obriga a realização de um segundo turno, caso o vencedor na primeira rodada não obtenha a maioria dos votos válidos. Segundo levantamento do Broadcast/Estadão, o PL lidera a disputa eleitoral em nove das 103 cidades.

As pré-candidaturas de outros partidos que contam com o apoio da legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro lideram em 19 cidades – totalizando 28 prefeituras em que aliados de Bolsonaro são favoritos para serem eleitos. Já os candidatos filiados ao PT lideram em oito dessas cidades. Em outras cinco, pré-candidatos aos quais o partido está aliado estão, numericamente, à frente na disputa.

O cruzamento de dados feito pelo Estadão/Broadcast leva em conta as cidades em que o PT tem pré-candidatos a prefeito lançados. Como a campanha eleitoral só começa formalmente em agosto e as convenções partidárias se iniciaram neste mês, é possível que novos candidatos surjam ou que a legenda decida por retirar pré-candidaturas em prol de um aliado local.

Além do desempenho próprio bom em algumas cidades, o PL conseguiu se aliar a pré-candidatos competitivos em quase 1/5 das principais cidades do País. Políticos competitivos em São Paulo (SP), Salvador (BA), Curitiba (PR), Campinas (SP), Feira de Santana (BA) e São Bernardo do Campo (SP) firmaram apoio com o PL para a disputa eleitoral e lideram as pesquisas eleitorais até o momento.

O União Brasil, partido com ministros no governo federal, terá mais apoio do PL do que do PT nas eleições das principais cidades do Brasil. O PL abriu mão de apresentar pré-candidatos a prefeitos para apoiar políticos do União Brasil em oito cidades – as principais delas, Salvador (BA) e Natal (RN).

O PT apoiará um pré-candidato do União Brasil em apenas um município: Parauapebas, no Pará, que chegou a pouco mais de 200 mil eleitores e poderá ter um segundo turno pela primeira vez em sua história. Lá, os petistas estarão junto de Rafael Ribeiro, pré-candidato do União Brasil que, de acordo pesquisa da empresa DOXA divulgada em julho, figura na segunda posição nas intenções de voto.

Base do levantamento – O levantamento foi feito com base em pesquisas eleitorais realizadas de março a julho e registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por faltar mais de dois meses para o primeiro turno das eleições, 26 dos 103 municípios não têm nenhum monitoramento do cenário eleitoral desde o início deste ano – com destaque para Boa Vista (RR), única capital em que não há pesquisas registradas até o momento.

Vaivém com União Brasil – Desde o início do governo, o União Brasil vive uma situação de vaivém com a administração petista. Apesar de ocupar dois ministérios – e de um político da sigla ter indicado um terceiro ministro -, a legenda evita se classificar oficialmente como base de apoio ao Palácio do Planalto e não chega perto de entregar todos os votos da bancada em algumas pautas de interesse do governo no Congresso. Os ministros filiados ao União são Celso Sabino, do Turismo, e Juscelino Filho, das Comunicações; o titular da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, foi uma indicação do senador Davi Alcolumbre (União-AP).

Segundo turno – O conjunto das 103 maiores cidades do País reúne aquelas com mais de 200 mil eleitores. Nesses municípios, estão concentrados 60,5 milhões dos 155 milhões de eleitores brasileiros aptos a votar neste ano. Os resultados eleitorais nessas prefeituras são importantes pela influência que os eleitos adquirem e porque indicam como o eleitorado tem se guiado nos principais centros urbanos do Brasil. Porém, não necessariamente, o resultado das eleições municipais têm impacto direto nas eleições para presidente, governador, deputados e senadores.

Sentimento do antipetismo – Em 2016, por exemplo, o PSDB foi o maior vencedor do pleito marcado pelo processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Dois anos depois, a legenda perdeu relevância para o bolsonarismo. A eleição de 2016, no entanto, deu mostras do sentimento de antipetismo e de antissistema (como na vitória de João Doria, um dito outsider da política, em São Paulo) que permeariam na votação de 2018, quando Jair Bolsonaro foi eleito.

Barrado no baile – O jornalista argentino Jorge Pizarro relatou, ontem, que foi impedido de entrar na Venezuela pelo governo do presidente Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda). O correspondente tinha como objetivo cobrir as eleições presidenciais marcadas para o próximo domingo, mas enfrentou uma série de impedimentos desde sua chegada a Caracas. Pizarro, que trabalha para a rádio Rivadavia, alegou que foi repetidamente interrogado por uma agente do Ministério Público Popular da Venezuela e teve o passaporte retido. Apesar de apresentar todos os documentos necessários, como passagem aérea e seguro saúde, as autoridades venezuelanas optaram por deportá-lo. O jornalista foi encaminhado para um escritório de isolamento e deportação.

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DISPUTA – Levantamento do Poder360 mostra que ao menos 23 prefeitos das cidades brasileiras com mais de 200 mil eleitores estão em 1º lugar ou empatados nessa posição, dentro da margem de erro, em pesquisas eleitorais recentes para as eleições municipais de 2024. Desses candidatos competitivos, 12 são de capitais. Os outros 11 estão à frente de prefeituras de outras cidades que compõem o grupo das 103 onde é possível haver 2º turno.

CRESCIMENTO – O Brasil tem 155,9 milhões de eleitores aptos a votar nas eleições municipais de outubro, para escolher prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Em relação ao pleito de 2020, a alta foi de 5,4%. Os maiores Colégios Eleitorais do país em 2024 são: São Paulo (34.403.609), Minas Gerais (16.469.155) e Rio de Janeiro (13.033.929), segundo dados divulgados pelo TSE. Os paulistas representam 22% do eleitorado nacional. Já os mineiros são 10,6% do total e os fluminenses, 8,3%.

MENORES – As altas foram de 2,5%, 3,6% e 4,6%, respectivamente. Na outra ponta da tabela, Roraima foi o Estado com o maior crescimento no número de eleitores em 2024, com alta de 13,8%. Porém, ainda é o local com menos pessoas registradas para votar em 2024 (389.863). Na sequência, aparecem Amapá (571.248) e Acre (612.448).

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PL abre mão de quatro capitais

O PL, do ex-presidente Bolsonaro, que já antecipou a guerra eleitoral de 2026 para as eleições municipais, tentando eleger o maior número possível de prefeitos, desistiu de candidaturas próprias em quatro capitais, evitando estar do lado oposto aos afilhados políticos dos governadores aliados. Com isso, a sigla apoiará candidatos a seis prefeituras de capitais dos 13 estados em que os mandatários endossaram Bolsonaro no segundo turno.

Os candidatos apoiados pelo ex-presidente estão nos estados onde governam Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ratinho Junior (PSD-PR), Cláudio Castro (PL-RJ), Gladson Cameli (PP-AC), Jorginho Mello (PL-SC) e Eduardo Riedel (PSDB-MS). Das seis capitais – São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Rio Branco, Florianópolis e Campo Grande –, Bolsonaro e o PL desistiram de lançar nomes próprios em quatro delas, mantendo apoio aos pré-candidatos apadrinhados pelos governadores.

Em São Paulo, o nome do deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) chegou a ser colocado na mesa pelo PL, mas a pré-candidatura não foi lançada e Bolsonaro fechou apoio com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Tarcísio – mesmo demonstrando que preferia o ex-ministro do Meio Ambiente de seu governo.

Em Campo Grande, capital do Mato Grosso, o deputado Marcos Pollon (PL), líder do movimento Proarmas, que tinha a intenção de se lançar candidato, foi protelado pelo partido, que agora apoia o nome do deputado federal Beto Pereira (PSDB) – que fez críticas a Bolsonaro durante a pandemia e apoiou a então candidata Simone Tebet nas eleições presidenciais de 2022.

Sites locais dizem que o deputado chegou a apagar as postagens enquanto buscava apoio do PL. A costura entre os dois partidos para apoiar o candidato do governador Riedel desagradou aos bolsonaristas. O PL já mudou de apoio na capital seis vezes antes de apoiar Pereira, a sétima mudança. Uma delas foi o apoio à prefeita Adriane Lopes (PP), que conta com o endosso da senadora Teresa Cristina (PP-MS), mas que não se concretizou.

Cenário indefinido – Em Curitiba, o cenário continua indefinido, mas é esperado que um nome do PL seja indicado para formar chapa como vice-prefeito. O candidato apoiado pelo governador Ratinho, atual vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD), chegou a dizer em entrevistas que deseja o apoio do ex-presidente para sua campanha eleitoral. O que complica a aliança é um histórico de embates entre o atual prefeito Rafael Greca (PSD) e bolsonaristas.

Quadro de Floripa – Em Florianópolis, não houve resistência no acordo feito com o prefeito Topázio Neto (PSD), que tem o apoio do governador Jorginho Mello, do PL. O partido indicou a vereadora Maryanne Mattos (PL), líder do partido na Câmara Municipal, como vice da chapa. Outro cotado antes dele, o vereador Gabrielzinho Meurer (PL), faleceu em 1º de julho, vítima de pneumonia, antes de ter a articulação pelo seu nome concluída. Em janeiro, o deputado estadual Bruno Souza deixou o Novo e se filiou ao PL, com intenção de lançar a candidatura para prefeito, mas a negociação não vingou.

Norte e Centro Oeste – Já em outras três capitais, o cenário deve ser de candidatos filiados ao Partido Liberal em palanques opostos aos governadores que apoiaram Bolsonaro nas últimas eleições presidenciais. Goiânia (GO), Manaus (AM) e Cuiabá (MT) já têm nomes do partido de Valdemar Costa Neto para a disputa de outubro, contra candidatos dos governadores que apoiaram Bolsonaro.

Os de Bolsonaro, os de Lula – Quatro pré-candidatos que recebem o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa pelo comando das capitais lideram as intenções de voto conforme levantamentos mais recentes dos principais institutos de pesquisa do País: Aracaju (SE), Belém (PA), Curitiba (PR) e Salvador (BA). Já os concorrentes que recebem o apoio de Lula lideram nas intenções de voto em Porto Alegre, Recife e Rio de Janeiro. Somadas, as cidades onde os postulantes apoiados pelo petista são favoritos possuem sete milhões de eleitores. As que os apadrinhados de Bolsonaro estão na frente, totalizam 4,9 milhões.

Bolsonarista lidera em Fortaleza – Em Fortaleza, Campo Grande e Belo Horizonte, os pré-candidatos do ex-presidente Bolsonaro estão à frente dos apoiados pelo petista, mas ambos não lideram as intenções de voto. Na capital cearense, o preferido é Capitão Wagner (União), na “Cidade Morena” é Rose Modesto (União Brasil) e em BH o líder é Mauro Tramonte (Republicanos). Em Vitória (ES), nem o pré-candidato apoiado por Lula, o deputado estadual João Coser (PT), nem o afilhado de Bolsonaro, o também deputado estadual Capitão Assunção (PL), lideram na pesquisa mais recente.

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CONTEXTO – Por estar relacionada ao contexto local, o voto na eleição municipal é permeado por fatores que escapam à polarização entre Lula e Bolsonaro. Ainda assim, em cada capital estadual, a preferência do eleitorado é diferente e pode distinguir o potencial de votos dos pré-candidatos avalizados ou pelo petista ou pelo ex-presidente.

REDUTOS – No segundo turno da eleição presidencial de 2022, por exemplo, a capital mais bolsonarista do País foi Boa Vista (RR), onde 78% do eleitorado optou pela reeleição do então presidente. Por outro lado, a capital com o maior porcentual de votos a Lula naquela ocasião foi Salvador, onde 71% dos votos válidos foram direcionados ao petista.

ARACAJU – A vereadora e ex-defensora pública Emília Corrêa, pré-candidata apoiada por Bolsonaro, lidera a disputa pela Prefeitura de Aracaju (SE). O nome do PL aparece com 26% das intenções de voto, em uma liderança isolada para o pleito. Já a petista Candisse Carvalho (PT) tem apenas 1% das intenções de voto, de acordo com a pesquisa do Real Time Big Data, encomendada pela Record.

Perguntar não ofende: Quem terá mais influência nas eleições nas capitais: Lula ou Bolsonaro?

Recife não é uma ilha

Numa entrevista exclusiva, ontem, ao Frente a Frente, reproduzida na edição de hoje da Folha de Pernambuco, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse que Recife não se constituiu numa ilha isolada nas negociações com o PT. PSB e PT se entenderam em nível nacional. Se o PT cedeu no Recife, abrindo mão da vice, o PSB apoia candidatos petistas em cinco capitais, segundo ele.

“Entre colégios eleitorais expressivos e de porte médio, o PSB está apoiando o PT em cerca de 118 municípios, incluindo cinco capitais: Porto Alegre, Teresina, Fortaleza, Natal e Goiânia. De capitais, o PT nos apoia no Recife, Curitiba e São Luiz”, explicou Siqueira. O que se pode deduzir disso é que a lógica que rege uma eleição não pode nunca ser circunscrita a questões paroquiais quando estão em jogo interesses nacionais.

O PT pernambucano sempre se conduziu, em alguns momentos, olhando a política de forma cartorial e, neste episódio, se o presidente Lula não tivesse usado o seu poder de persuasão, principalmente nos momentos mais delicados e decisivos, com certeza a cúpula petista local teria criado um turbilhão de problemas para João Campos, inclusive lançando mão de uma candidatura própria.

Ressalte-se, igualmente, a postura e a altivez da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que agiu como uma leoa, quebrando arestas, negociando os acordos em todo o País na maior paciência e abertura com o presidente socialista Carlos Siqueira, que vem da escola de Miguel Arraes e já dirige o partido há dez anos.

Entendimento nacional – De Carlos Siqueira, na mesma entrevista, ao reforçar a sua linha de raciocínio da ampla aliança que o PSB fechou com o PT nas eleições para prefeito: “Esse sempre foi o nosso argumento em todas as negociações – cede o PT onde não tiver condições de chegar, igualmente o PSB apoia o PT em capitais com chances de vitória. A negociação no Recife com o PSB não poderia ser apenas sobre o Recife, mas sobre o conjunto da relação política eleitoral que mantém o PSB com o PT em todo o País.

A ditadura do Ceará – O ex-ministro Ciro Gomes disse que o Ceará, Estado que já governou, vive uma “ditadura” do PT, partido do atual governador Elmano de Freitas. A declaração foi dada quando esteve no Crato para participar da convenção de Dr. Aloísio (União Brasil), candidato à Prefeitura da cidade. “O Ceará está sendo destruído pela incompetência, pela corrupção, pelo mandonismo. Há uma ditadura tentando ser construída, tirando inclusive o direito do povo de escolher suas alternativas. A violência política acontece em Juazeiro, a violência política já matou gente no Crato, já tirou candidatos que não podem mais ser. Tudo armado para que o novo ditador do Ceará não tenha sequer contraste, e eu tenho certeza de que o Cariri vai se levantar”, afirmou.

Ira do irmão – Ciro esteve em Barbalha juntamente com o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), para participar da convenção do candidato, que tem como vice Zé Adega (PL). Também participou do evento de candidatura à reeleição do prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra (Podemos), onde dividiu palanque com o deputado estadual do PL, Carmelo Neto. O ex-presidenciável apoiou Cláudio na disputa pelo governo do Ceará em 2022, o que motivou o fim da aliança histórica PT-PDT na região, e o rompimento com o seu irmão e senador Cid Gomes (PSB). Este defendia o nome da então vice-governadora Isolda Cela (PSB). Ela também era apoiada pelo ministro da Educação, Camilo Santana, e pelo Partido dos Trabalhadores.

Olinda, capital do roubo de celulares – O Brasil registrou média de praticamente dois roubos ou furtos de celular por minuto no ano passado, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado ontem. Ao todo, quase um milhão de aparelhos foram subtraídos em 2023. Em Pernambuco, Olinda aparece como epicentro dos ladrões, sendo a oitava no ranking nacional, acima do Recife, que ocupa a 10ª posição. Os celulares oferecem outras oportunidades para os bandidos. Além do valor do aparelho em si, os criminosos muitas vezes visam os smartphones como ferramenta para aplicar golpes virtuais.

Chá de camomila para Lula – O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, sugeriu ontem que “quem se assustou” com suas declarações tomasse um “chá de camomila”, um dia depois do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ter questionado os avisos do mandatário venezuelano sobre um “banho de sangue”, caso a oposição vença as eleições marcadas para o próximo domingo. “Eu não disse mentiras. Apenas fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila”, afirmou Maduro, sem mencionar diretamente Lula. “Na Venezuela, irá triunfar a paz, o poder popular, a união cívico-militar-policial perfeita”, acrescentou.

CURTAS

JABÁ 1 – Tiago Eltz foi chamando atenção pela TV Globo. É que o repórter do Jornal Nacional foi acusado de violar os Princípios Editoriais da emissora, depois de usar as redes sociais para fazer o famoso jabá. A prática é proibida e acabou gerando uma investigação no departamento de Compliance.

JABÁ 2 – De acordo com o site Pop TV, o jornalista foi flagrado trocando diárias em um hotel de luxo por divulgação. O caso aconteceu no último domingo. No entanto, após o canal constatar a publicidade, feita nos stories do Instagram, exigiu que Eltz retirasse as postagens do ar, sob pena de ser demitido.

VICES INDEFINIDOS – O ex-prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT), aguarda apenas o desfecho da composição da chapa do prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB) para bater o martelo do seu companheiro de chapa. Estão cotados Eric Lessa (PP), Raffiê Dellon (UB), Armandinho (SD) e o ex-senador Douglas Cintra (PSB).

Perguntar não ofende: Dos nomes acima, quem soma mais como vice de Zé Queiroz?