Coluna da quarta-feira

Um vice que incomodava Joaquim

Chamado por Deus, ontem, aos 83 anos, o empresário Roberto Fontes, de Caruaru, teve uma relação conflituosa com o ex-governador Joaquim Francisco (91-94), de quem foi vice. Joaquim confiava em Fontes desconfiando. Tanto que não passou o Governo para ele em 1994, quando teria direito a governar o Estado por 11 meses, caso Joaquim renunciasse para disputar o Senado ou um mandato de deputado federal.

Quando viajava e era obrigado a passar o Governo interinamente para Fontes, Joaquim reclamava de tudo, desde os almoços no Palácio à agenda dele. Boêmio, casado pela segunda vez com uma mulher bem mais jovem, Roberto Fontes promovia verdadeiros banquetes para receber amigos, tanto no almoço quanto no jantar, nas áreas de recepção do Palácio do Campo das Princesas, especialmente no Salão das Bandeiras.

Isso irritava profundamente Joaquim, deixando-o com os nervos à flor da pele. Na verdade, o desgaste se deu já na campanha, quando Fontes fazia contatos no meio empresarial que não soavam bem aos ouvidos de Joaquim. Acentuou-se depois da posse, chegando a azedar de vez com o estilo dele de governar o Estado, tomando decisões que na maioria das vezes contrariavam – e muito – o titular do mandato.

Se imaginasse que viria a ter um vice que não rezava pela sua cartilha, Joaquim jamais o teria escolhido. A opção por Roberto Fontes, aliás, caiu como uma ducha fria entre os aliados mais conservadores de Joaquim, especialmente os deputados federais Ricardo Fiúza, Gilson Machado e José Mendonça, que esperavam e torciam por um macielista na vice, como o ex-secretário de Educação, Joel de Hollanda.

Na época cumprindo seu primeiro mandato de deputado estadual, Roberto Fontes foi escolhido vice por ser irmão de Lourinaldo Fontes, empresário bem-sucedido no Estado, com fortes ligações com o ex-presidente Collor, a quem Joaquim apoiou, e seu operador de campanha, o empresário PC Farias. Esta equação ficou clara com o tempo e o elo criado por um dos coordenadores da campanha de Joaquim com o próprio PC Farias.

Vivi tudo isso de perto, como também revelo no meu livro Histórias de Repórter, na condição de coordenador de Imprensa da campanha de Joaquim e ainda em razão de tudo que vi e sei dos bastidores do Governo dele, ao qual servi apenas um ano, pedindo demissão do cargo de secretário de Comunicação.

Uma boa figura – Apesar das indiferenças e queixas de Joaquim, Roberto Fontes era um figuraço. De alto astral, sempre de bem com a vida, gostava de reunir amigos para molhar o bico, contar histórias do arco da velha e rir com piadas envolvendo políticos, notadamente adversários na sua Caruaru. Gostava de fazenda, de vaquejada e de festa de peão, além de ser boêmio e apreciador de um bom escocês.

Piloto frustrado – Roberto Fontes tinha ainda obsessão por avião. Nas viagens em aeronaves de pequeno porte para o interior, tipo Sêneca, durante a campanha, gostava de ocupar a cadeira reservada ao copiloto, de quem assistia verdadeiras aulas, tamanha a sua insistência em aprender a pilotar um avião. Um jornalista amigo meu, que ontem recordava essas estripulias de Fontes, contou que ele só parava de perturbar o piloto depois de um “puxão de orelha” da esposa Ana.

Deslize lamentável – O prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro (PSDB), precisa de melhor assessoramento pelas redes sociais, para não cometer a terrível gafe de postar uma nota de pesar pela morte do empresário Roberto Fontes ilustrada com a imagem de outra pessoa. Em campanha, qualquer deslize passa a ser explorado pelos adversários. A postagem logo viralizou pelas redes sociais dos principais concorrentes do tucano na capital do forró.

A zebra paulistana – O que parecia erro ou uma onda, o surgimento do candidato do PRTB a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal, num empate técnico com os mais competitivos, trazido à tona pelo DataFolha, na semana passada, parece ser uma tendência irreversível. Segundo pesquisa do Veritá, que saiu ontem, ele já está em primeiro lugar, passou Guilherme Boulos (Psol), atingindo impressionantes 30%.

Fenômeno eleitoral – Pesquisa do Instituto Opinião, em parceria com este blog, postada acima, confirma o que já estava previsto no cenário das eleições municipais no Agreste Setentrional: Zé Martins (PSB), prefeito de João Alfredo, tende a sair das urnas como um dos mais votados da região. Se as eleições fossem hoje, ele teria 66,9% dos votos, 44 pontos de vantagem sobre Vânia de Oim (Podemos), que aparece com 20,3%. Na espontânea, a diferença é de 54 pontos, um verdadeiro massacre eleitoral.

CURTAS

BRIGA – O presidente da Câmara de Limoeiro, Daniel do Mercadinho (Podemos), e seu colega de parlamento, Beto de Washington (PSB), proporcionaram uma cena horrorosa na sessão de ontem, e por pouco não trocaram tapas em plenário. Tudo por causa da votação das contas do prefeito Orlando Jorge (Podemos), com aprovação dada como certa. O presidente queria postergar.

ILEGALIDADE – Mesmo sabendo que é ilegal a distribuição de camisas com propaganda política, o candidato do Podemos a prefeito de Arcoverde, Zeca Cavalcanti, encheu a cidade com lotes de camisas amarelas e pode receber uma nova multa da Justiça Eleitoral. A decisão partiu do Juiz Eleitoral da 57ª Zona, Dr. Cláudio Márcio Pereira.

RADARES – A Prefeitura do Recife deflagrou pela CTTU a reinstalação de equipamentos de fiscalização eletrônica de trânsito. Desligadas desde o início deste ano devido ao fim do contrato operacional, lombadas eletrônicas estão sendo recolocadas em alguns pontos da cidade. A reinstalação terá como prioridade locais onde já existiam equipamentos.

Perguntar não ofende: Do jeito que cresce nas pesquisas em São Paulo, Pablo Marçal (PRTB) pode ganhar a eleição de prefeito no primeiro turno?

Emoção, só da RMR para o Sertão

Com apenas uma semana de campanha, estando a propaganda eleitoral no rádio e na TV com seu start na próxima sexta-feira, já é possível fazer algumas conclusões sobre as eleições. Se for mantida, por exemplo, a performance do prefeito João Campos (PSB) nas pesquisas, o pleito no Recife não terá a menor graça, sem um mínimo de emoção.

Sendo assim, as atenções se voltarão, de imediato, para Caruaru, a terra da governadora Raquel Lyra (PSDB). Lá, embora o prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB) tenha aparecido com oito pontos à frente de Zé Queiroz (PDT), a disputa se dará em segundo turno, o que levará João, de olho no Governo do Estado em 2026, a botar os dois pés na capital do forró na campanha do seu aliado Queiroz.

A Região Metropolitana promete emocionantes embates. Com exceção de São Lourenço da Mata e Abreu e Lima, cujos prefeitos Vinicius Labanca e Flávio Gadelha, ambos do PSB, aparecem nas pesquisas com amplo favoritismo, no resto haverá uma verdadeira guerra. Cabo também pode se constituir numa exceção, caso o ex-prefeito Lula Cabral (SD), que desponta disparado nas pesquisas, consiga superar as pendengas jurídicas.

No Agreste Setentrional, João Alfredo, São Caetano e Limoeiro também não terão disputas. Zé Martins (PSB), prefeito de João Alfredo, tende a disputar com Josafá Almeida (UB) a liderança no ranking dos mais votados naquela região, seguido por Orlando José (Podemos), de Limoeiro. Todos estão com distâncias quilométricas em relação aos seus principais adversários, enquanto Surubim se apresenta como um clássico entre Véia de Aprígio (PSB) e Chaparral (UB).

No Sertão, Arcoverde tem sido palco de gigantescos eventos de campanha de Zeca Cavalcanti (Podemos) e Madalena Britto (PSB), que polarizam a disputa. Em Salgueiro, outro clássico. Ali, medem forças o prefeito Marcones Libório (PSB) e o empresário Fabinho Lisandro (PRD), este na dianteira das pesquisas. Em Araripina, o prefeito Raimundo Pimentel colocou em julgamento a sua gestão bem avaliada bancando a candidatura de Camila Modesto (Podemos), mas quem lidera é o candidato do PDT, Evilásio Mateus.

Já em Petrolina, segundo a última pesquisa do Opinião, o prefeito Simão Durando seria eleito no primeiro turno. Em Afogados da Ingazeira, o prefeito Sandrinho Palmeira (PSB) desponta como favorito, tendo como adversário Danilo Simões (PSD), filho da ex-prefeita Giza Simões e do ex-prefeito Orisvaldo Inácio, que também foi deputado estadual.

Por fim, em Petrolândia, no Sertão de Itaparica, o prefeito Fabiano Marques (Republicanos), por ser um gestor de altíssima popularidade, construiu um cenário tão favorável à reeleição que não apareceu nenhum candidato para enfrentá-lo. No apagar das luzes, foi registrada a candidatura de Said Souza (PL), candidato a sofrer um massacre eleitoral.

PAUDALHO SEM DISPUTA – Na Zona da Mata, em Paudalho, o prefeito Marcelo Gouveia, presidente estadual do Podemos, escolheu como candidata Paulinha da Educação (Podemos). Pelos últimos levantamentos, ali também não haverá disputa, assim como em Nazaré da Mata, cuja favorita é Aninha da Ferbom (PSDB). Em Timbaúba, as oposições apresentaram três candidatos, facilitando a reeleição do prefeito Marinaldo Rosendo (PP). Por fim, outro município na região sem embate eleitoral é Vicência, graças à boa gestão do prefeito Guiga Nunes, que escolheu como candidato o seu vice Eder Waltter.

Sivaldo com pinta de reeleito – Ainda no Agreste Setentrional, municípios que estariam com eleição resolvida seriam Bom Jardim, Orobó e Casinhas, todos redutos do deputado Chaparral. Já no Agreste Meridional, o que se diz em Garanhuns é que o prefeito Sivaldo Albino (PSB) pode preparar a beca. Izaías Régis, seu principal adversário, hoje líder do Governo Raquel na Alepe, estaria inviabilizado, porque, além de ser o mais rejeitado, tem no seu palanque a governadora Raquel Lyra (PSDB), cujos índices de desaprovação no município são assustadores.

Fenômeno em Brejinho – O Sertão do Pajeú deve revelar um novo fenômeno eleitoral: o prefeito de Brejinho, Gilson Bento (Republicanos). O que se diz por lá é que, com uma gestão aprovada por mais de 80% da população, irá massacrar nas urnas o adversário Doutor Túlio (PSB). Já em Tuparetama, o prefeito Sávio Torres (PSDB), também igualmente bem avaliado, tende a eleger o tucano Diógenes Patriota. Ali, as oposições se dividiram com as candidaturas de Danilo (Avante) e Ivaí Cavalcante (PT).

Briga boa em São José – Em São José do Egito, solo sagrado da poesia, o cenário que se apresenta é de um clássico. De um lado, o empresário Fredson Brito (Republicanos), que agregou as oposições com o ex-deputado José Marcos na vice, e o médico George Borja (PSB), das forças governistas, apoiado pelo prefeito Carlos Evandro. O que se diz por lá é que Fredson já não é mais o fator novidade diante do crescimento do adversário, que seria uma das mais gratas surpresas política e eleitoral.

Aliança suicida – Em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, a família Uchôa, representada pelo deputado federal Guilherme Uchôa, deixou as indiferenças de lado e se uniu, pela primeira vez, ao grupo do deputado Mário Ricardo (Republicanos), indicando o vice de Miguel Ricardo, filho de Mário. O que se diz por lá é que a aliança fez o republicano crescer feito rabo de cavalo – para baixo. E que a prefeita Professora Elcione (PSDB) passou a ter um voo em céu de brigadeiro para sua reeleição.

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TABIRA – Tabira, no Sertão do Pajeú, a terra que se faz mais apostas políticas, também será cenário de uma baita disputa entre a prefeita Nicinha de Dinca (PSB) e o candidato do PT, Flávio Marques, o supersecretário na gestão do poeta Sebastião Dias, que faleceu no ano passado.

ITAPETIM – Já em Itapetim, também no Sertão do Pajeú, o prefeito Adelmo Moura (PSB), já no final do seu segundo mandato, tem amplas chances de fazer a sua sucessora, a ex-secretária de Educação, Aline. A socialista terá como adversário o ex-prefeito Anderson Lopes (PSDB).

BELÉM – Belém do São Francisco, no Sertão de Itaparica, também se apresenta com quadro eleitoral indefinido. Na última pesquisa do Opinião, Calby Carvalho (Republicanos), candidato da oposição, apareceu à frente do prefeito Gustavo Caribé (PSB), que já teria reagido.

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Raquel afunda Daniel?

Mais uma vez, Daniel Coelho disputa a Prefeitura do Recife nas eleições de outubro. Na terceira tentativa, agora filiado ao PSD, depois de usar o verde do PV como seu maior símbolo nas duas tentativas anteriores, mesmo estando filiado ao PSDB, tem o apoio escancarado da máquina estadual.

Diferente das vezes anteriores, quando não tinha nenhuma estrutura de campanha além do PSDB, agora conta no seu palanque com a governadora Raquel Lyra (PSDB). Em 2012, quando entrou no jogo para tentar governar a capital, teve um desempenho espetacular, ficando em segundo lugar, perdendo para Geraldo Júlio (PSB).

Teve 245 mil votos, correspondente a 27,6% dos votos. Em 2016, já não conseguiu bom desempenho. Sua votação caiu para 162 mil votos, 18,59% dos votos válidos, sendo reeleito Geraldo Júlio no segundo turno contra João Paulo (PT). Na corrida por uma vaga na Câmara dos Deputados, com o recall obtido como candidato majoritário no Recife, Daniel teve 138 mil votos na eleição de 2014 e 97 mil votos na reeleição, em 2018.

Nas eleições de 2022, levou um tombo, não emplacando a reeleição para o terceiro mandato. Embora com uma votação expressiva, acima de 110 mil votos, seu partido, o Cidadania, que fechou uma federação com PSDB, não atingiu o quociente eleitoral. Eleita, Raquel o nomeou secretário de Turismo, mas lhe fez uma maldade: não teve autonomia para escolher o presidente da Empetur, órgão executor das políticas públicas do setor turístico do Estado.

Não poderia ser diferente: geriu a pasta como uma “Rainha da Inglaterra”. Na vida pública, em sentido metafórico, o termo designa de forma depreciativa alguém cujo poder é apenas simbólico, carregando mais pompa do que peso político real. Empurrado na disputa no Recife pela governadora, Daniel, ao contrário das duas vezes que tentou a Prefeitura, aparece nas pesquisas com uma performance medíocre.

Nos dois mais recentes levantamentos, após o início da campanha de rua, não consegue passar de 5%. O que torna isso mais grave ainda é que está abaixo do candidato bolsonarista, o ex-ministro Gilson Machado, do PL. O que está acontecendo com Daniel? Das duas, uma: ou perdeu musculatura eleitoral no Recife ou Raquel está afundando-o?

Posição vexatória – Em resposta a indagação que fiz no abre desta coluna, as duas assertivas cabem no contexto. Daniel virou um pato manco na política estadual, parece fatura vencida. Quanto a Raquel, na condição de pior governadora do Nordeste e terceira mais rejeitada do País, não pode se transformar num cabo eleitoral de envergadura. Com a governadora no palanque no Recife, Daniel corre o risco de sofrer o maior massacre eleitoral da sua trajetória política, com um vexatório terceiro lugar, abaixo de Gilson Machado.

Bruno Reis, única ameaça – Pela pesquisa do Datafolha, quando desponta com 76% das intenções de voto, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), tende a sair das urnas como o mais votado entre todos os candidatos que estão disputando prefeituras de capitais. O que tem mais se aproximado dele é o prefeito de Salvador, Bruno Reis (UB), o sucessor de ACM Neto. Pelo levantamento do Futura Inteligência, com exclusividade para a revista Exame, o prefeito da capital baiana aparece com 61,2% das intenções de voto.

Engajamento na campanha – A governadora Raquel Lyra (PSDB) participou, ontem, no primeiro ato de campanha do seu candidato em Caruaru, prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB), que disputa a reeleição. O tucano, que aparece com 8 pontos na frente de Zé Queiroz (PDT), segundo pesquisa do Opinião, promoveu uma estrondosa carreata pelas principais ruas e avenidas da capital do forró. Raquel, segundo um auxiliar, vai dedicar mais tempo ao processo eleitoral na terra que governou.

Poder de polícia – Nas eleições municipais, os juízes eleitorais designados pelos tribunais regionais eleitorais (TREs) também terão o poder de polícia para coibir propagandas extemporâneas ou irregulares. No caso de propaganda eleitoral virtual, o juízo eleitoral pode determinar a retirada imediata de conteúdos na internet que estejam em desacordo com as regras eleitorais. As novas diretrizes foram aprovadas pelo TSE na Resolução nº 23.732/2024.

Vote em “Já Morreu” – A propaganda dos candidatos a prefeito e vereador no rádio e na TV, que em Pernambuco se batizou de “Guia eleitoral”, começa na próxima sexta-feira. O eleitor que se prepare para um show bizarro. Em Arcoverde, por exemplo, há um candidato a vereador com o registro de “Já morreu”. Filiado ao PSB, Rosinaldo Já Morreu promete voltar do além para tirar o sono de muito eleitor que tem traumas de infância, especialmente medo de alma.

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A DAMA – Em Salvador, na Bahia, “A Dama” concorre ao posto de vereadora. É o nome que a cantora Alana Santos Romão (União) escolheu para a urna. Ela terá como concorrentes “Soneca do Paredão”, que é Lucas Pereira de Araújo (União); “Beijoca do Bahia”, como é conhecido Jorge Augusto Ferreira de Aragão (Republicanos); e “Foguinho”, como prefere ser chamado Claudio Portugal Santos (DC).

AMADA – Em Fortaleza, a disputa para Câmara de Vereadores tem na lista “Amada”, o nome de Osmarina Amorim Canuto (Agir); “Onde É”, apelido de Antônio Farias de Sousa (Agir); e “Mago Véi”, Francisco Erivaldo Moreira da Silva (PRD). Em Teresina, no Piauí, “Bicudo” é o nome escolhido por Antonio José dos Santos da Mata (PODE).

CAPITÃO AMÉRICA – Na cidade de São Paulo, alguns nomes também chamam a atenção. É o caso do “Capitão América de Paula”, como é conhecido Luiz Carlos de Paula (PODE), e do “Quito Formiga”, Marcus Vinicius de Almeida Ferreira (MDB). Em se tratando de gêneros musicais, a lista vai do “Forró” (Solidariedade), passando pelo “Sertanejo” (PL), ambos na capital paulista, até “Tempestade do Melody” (Republicanos), em Belém, no Pará.

Perguntar não ofende: Por que Daniel não decola?

O fator Marçal em São Paulo

Nas capitais, a maior surpresa desta largada do processo eleitoral reside em São Paulo, com o crescimento inesperado do candidato à Prefeitura pelo PRTB, Pablo Marçal, na mais recente pesquisa Datafolha. De imediato, acirra a divisão na base bolsonarista no maior colégio eleitoral do País.

O empresário aparece empatado tecnicamente na liderança com Guilherme Boulos (23%) e Ricardo Nunes (19%). A margem de erro é de três pontos percentuais. Marçal tem rivalizado com o candidato do PSOL e recorrido a factoides para atacá-lo. Com o atual prefeito, o ex-coach diz que ele é um “banana”.

Aliados de Bolsonaro afirmam que o ex-presidente vai atuar de uma forma mais incisiva nas redes sociais contra Marçal. O ex-presidente estaria insatisfeito com os comentários do empresário e fortemente inclinado a confrontá-lo com mais frequência. Um dos interlocutores de Bolsonaro chegou a dizer que a “lua de mel” entre ambos está suspensa até, pelo menos, o segundo turno.

Segundo lideranças do PL, o apoio ao candidato do PRTB não significa “falta de lealdade” a Bolsonaro, mas uma discordância em relação ao apoio para reeleição de Ricardo Nunes (MDB). O ex-presidente tem se incomodado com o conteúdo publicado por Marçal. Aliados de Bolsonaro dizem que a irritação tem ocorrido pelo fato de o empresário estar “distorcendo conteúdos” e “forçando um apoio” que, segundo bolsonaristas, ele não tem.

Lideranças afirmam que a negativa do ex-coach em responder a questionamentos do podcaster Paulo Figueiredo, sobre o ministro do STF Alexandre de Moraes, provocou mal-estar entre os apoiadores do ex-presidente. Fotos de Marçal com Moraes também passaram a ser compartilhadas nas redes sociais. Alguns parlamentares de direita veem o crescimento de Marçal como “irreversível”.

Apoiadores de Marçal se mantêm fiéis ao que, para eles, representa a figura antissistema. Além disso, o ex-coach tem evocado símbolos bolsonaristas e pauta de costumes de forma frequente em eventos. Na convenção do PRTB, por exemplo, Marçal fez uma oração ao final do evento. Avaliação de lideranças parlamentares de direita é que Bolsonaro não transfere o capital político para Nunes.

Sem segundo turno – Bolsonaristas acreditam que resultados da pesquisa não captaram o efeito das rusgas entre Marçal e Bolsonaro. Entre lideranças de direita, havia preocupação com o cenário, mas interlocutores afirmaram que um crescimento por parte de Marçal era esperado. Após o resultado da pesquisa, Marçal disse que não haverá segundo turno. “Somos só nós contra tudo e todos. Isso porque a pesquisa está errada”, escreveu o empresário. Ele também afirmou que vai “bater forte nesses covardes”, se referindo aos adversários.

Segmentos que aderiram – No levantamento do Datafolha, Marçal ocupa o segundo lugar numérico entre os eleitores de sexo masculino, com 22,4%. Acima dele está apenas Boulos, com 23,4% de votos dos homens – o terceiro lugar fica com o atual prefeito, com 22,2%. Entre o público feminino, o ex-coach ocupa a quarta posição, com 14,2%. Antes dele vêm José Luiz Datena (PSDB), com 14,3%, Boulos, com 20,7% e Nunes vence no apoio feminino, com 25,7%. Tem também mais votos entre os adultos de 25 a 34 anos, com 24,5% e entre quem tem 35 a 44 anos (20,6%). Entre os jovens de 16 a 24 anos, aparece com 24,1%, vencendo de Boulos, com 20,3% e de Datena, com 15,2%.

Crescimento também pelo Paraná – Já no levantamento do Paraná Pesquisas divulgado ontem, Pablo Marçal (PRTB) figura em terceiro lugar na corrida eleitoral pela Prefeitura de São Paulo. Segue atrás do atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), e do deputado federal Guilherme Boulos (Psol). Nunes, apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aparece numericamente à frente com 24,1% das intenções de voto. Está tecnicamente empatado com o deputado federal do Psol, candidatura endossada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem 21,9%. O coach pontuou 17,9%.

Agilidade no resultado – O Tribunal Regional Eleitoral anunciou, ontem, que todos os 184 municípios terão um Ponto de Transmissão Secundário nas eleições municipais de outubro. A medida agilizará o envio das informações das urnas eletrônicas no dia da eleição. Além disso, o Estado contará com um reforço no combate à desinformação com o Centro Regional de Enfrentamento à Desinformação no âmbito do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco. A boa nova foi apresentada pelo presidente do TRE, desembargador Cândido Saraiva, numa coletiva com a Imprensa.

Lula, o conhaqueiro – O presidente Lula contou, ontem, que costumava beber conhaque para ajudar com a rouquidão quando fazia comícios nas portas de montadoras na época que era metalúrgico em São Paulo. Atualmente, o petista costuma beber só água durante discursos quando fica com a garganta irritada. “Precisa produzir um remédio para a minha garganta. Quando eu era metalúrgico, eu ia fazer assembleia às 4h30 da manhã. E a voz ficava como um caminhão velho subindo. Naquele tempo eu tomava um conhaque Dreher na porta da fábrica. A garganta ficava maravilhosamente boa. Mas agora, vocês estão vendo, é só na base da água, e a água não resolve o meu problema”, disse, rindo.

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CARREATA– Em Serra Talhada, a prefeita Márcia Conrado, candidata à reeleição pelo PT, e o seu vice, Faeca Melo, promoveram, ontem, uma grande carreata, saindo do bairro Malhada, contando com a presença de candidatos a vereadores e lideranças políticas.

MAIS CASAS – Aliado da prefeita Márcia Conrado, o deputado federal Fernando Monteiro anunciou, ontem, a liberação de R$ 19 milhões para a construção de 150 casas no Conjunto Habitacional Lorena I, em Serra Talhada. Segundo o parlamentar, a verba foi confirmada pelo ministro das Cidades, Jader Filho.

PLANO – A implantação de um Plano de Desenvolvimento Econômico para a atração de novas empresas e a geração de empregos foi anunciado pela candidata à prefeita pelo PSB de Arcoverde, Madalena Britto, após visitas a dois empreendimentos, comercial e industrial, do município.

Perguntar não ofende: O que os adversários de Pablo Marçal farão para impedir que nas próximas pesquisas em Sampa já apareça em primeiro lugar?

Nos votos válidos, João teria 82%

O primeiro levantamento do Datafolha no Recife, divulgado ontem, com o prefeito João Campos (PSB), candidato à reeleição, numa posição extremamente confortável, despontando com 76% das intenções de voto, foi uma ducha fria na oposição. Se as eleições fossem hoje, pelos números da pesquisa ele teria 82,6% dos votos válidos.

Gilson Machado, que pontua apenas 6%, ficaria com 6,5% dos votos válidos, e Daniel Coelho (PSD), o candidato de Raquel, 5,4%, enquanto Dani Portela ficaria com 4,3% e Tércio apenas 1%. Se o eleitorado recifense fosse o mesmo de 2020, quando João foi eleito, pelos números do Datafolha ele sairia das urnas com 660 mil votos.

O que assegura esta performance do socialista é a expressiva taxa de aprovação de sua gestão – em torno 70%. Em relação ao levantamento anterior, perdeu seis pontos na soma dos que acham sua administração ótima e boa. Mesmo assim, João é o mais popular entre todos os prefeitos de capitais. Quando um gestor chega a um patamar desta magnitude, dificilmente perde uma eleição.

E pelo andar da carruagem, o prefeito recifense tende a liquidar a fatura logo no primeiro turno. Se manter este cenário até as eleições em 6 de outubro, tende a sair das urnas como o prefeito mais votado do País, o que abre a janela do seu projeto, já na cabeça, de disputar o Governo do Estado em 2026, enfrentando a governadora Raquel Lyra (PSDB), que vai à reeleição.

O levantamento do Datafolha se dá após o prefeito ter anunciado o seu vice Victor Marques (PCdoB) e ser homologado em convenção. A escolha do companheiro de chapa foi pessoal e não agradou ao PT, que deu sinais da sua insatisfação por meio dos mais independentes, como o deputado João Paulo, ex-prefeito do Recife, hoje alinhado à governadora Raquel Lyra.

Gilson, o mais rejeitado – Entre os candidatos mais conhecidos, Gilson Machado, do PL, detém a maior taxa de rejeição. Entre os entrevistados, 34% disseram que não votariam nele de jeito nenhum, seguido por Teles, do Novo, com 31%. Daniel tem 28% de rejeição entre os entrevistados pelo Datafolha, enquanto o prefeito João Campos tem apenas 7%, sendo o menos rejeitado de todos que aparecem no levantamento.

Rodrigo na liderança – Pela nova pesquisa do Opinião em Caruaru, postada abaixo com exclusividade por este blog, o prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB) continua mostrando fôlego, aparecendo em primeiro lugar, com 7 pontos à frente de Zé Queiroz (PDT), mesmo após o fato mais surpreendente no início do embate na capital do forró: a união do grupo de Queiroz com o do ex-prefeito Tony Gel (MDB), que indicou seu filho Toninho Rodrigues para vice do pedetista.

A rejeição de Queiroz – Embora polarize a disputa em Caruaru com o prefeito, Zé Queiroz, principal opositor, aparece na pesquisa com um indicador desfavorável: é o que detém a maior taxa de rejeição entre todos os postulantes. Suas maiores taxas de eleitores que dizem não votar nela aparecem entre os mais jovens, na faixa etária entre 16 e 24 anos, as mulheres e os eleitores com renda entre dois e cinco salários.

Quebra da polarização – Já o candidato do PL, Fernando Rodolfo, saiu animado esta semana de uma pesquisa qualitativa que apontou um cenário no qual o prefeito é visto como a continuidade da gestão do Lyra e Queiroz como fatura vencida, sem criar fortes expectativas para o eleitorado. “Rodolfo é o novo, com chances de quebrar essa polarização e tirar a Prefeitura das mãos das duas oligarquias, dos Lyra e Gel”, diz um assessor de Rodolfo, que participou da pesquisa qualitativa.

Marçal, a novidade em Sampa – A nova pesquisa Datafolha para a prefeitura de São Paulo (SP), divulgada nesta quinta-feira (22), mostrou oscilações consideráveis de alguns candidatos, com destaque para o crescimento de Pablo Marçal (PRTB). Subiu sete pontos em duas semanas: de 14% para 21%. Atualmente, ele está empatado na liderança pela Prefeitura dentro da margem de erro, que é de três pontos percentuais.

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BELO HORIZONTE– Em Belo Horizonte, o deputado estadual e ex-apresentador de TV Mauro Tramonte (Republicanos) aparece na liderança das intenções de voto da corrida eleitoral em Belo Horizonte (MG), com 27%. A vice-liderança da disputa eleitoral é dividida por 5 candidatos, que estão tecnicamente empatados, segundo o Datafolha: Carlos Viana (Podemos), com 12%; Bruno Engler (PL), Duda Salabert (PDT) e o prefeito Fuad Noman (PSD), todos com 10% das intenções de voto; e Rogério Correia (PT), com 7%.

RIO DE JANEIRO – No Rio, o prefeito Eduardo Paes (PSD) se mantém na liderança com 56%. O patamar é similar aos 53% registrados em levantamento no início de julho. O deputado federal Alexandre Ramagem (PL) aparece com 9% das intenções de voto. Com 7%, o deputado federal Tarcísio Motta (PSOL) vem na sequência.

PORTO ALEGRE – A candidata do PT à Prefeitura de Porto Alegre, Maria do Rosário, lidera o índice de popularidade digital entre os candidatos na cidade. A petista marcou 78,7 pontos no índice, 14 a mais que o segundo colocado, Felipe Camozzato (Novo), que tem 64,7 pontos. O atual prefeito da capital gaúcha, Sebastião Melo (MDB), vem um pouco atrás, com 63,9%.

Perguntar não ofende: A oposição vai ser massacrada nas urnas por João Campos?

ICMS alto e violência travam Pernambuco

A cada semana que passa, a governadora Raquel Lyra (PSDB) leva um tombo. Na passada, depois de aparecer como a pior do Nordeste e a terceira gestora mais rejeitada do País, viu, ontem, Pernambuco recuar em três pontos no ranking nacional dos estados mais competitivos do País, de acordo com o levantamento do Centro de Liderança Pública (CLP).

Perdeu gordura até para estados que antes não representavam nenhuma ameaça ao crescimento econômico de Pernambuco, como a vizinha Paraíba e até o Piauí. Os principais motivos que provocaram a queda estão ligados a uma piora na situação de capital humano (25º), potencial de mercado (25º) e segurança pública (24º).

Houve melhoras, entretanto, nos quesitos educação (13º) e eficiência da máquina pública (14º). O Espírito Santo, governado por Renato Casagrande (PSB), subiu quatro posições. Agora, o Estado é o 6º mais competitivo do País. O principal quesito que levou o Estado à melhora foi o pilar solidez fiscal, registrando em 2023 seu menor endividamento líquido da história.

A relação entre as receitas e os gastos com a dívida está em -6,64%. O limite legal é de até 200%. O estoque da dívida do Estado é a 3ª menor do país, atrás de Mato Grosso e Pará. “O ranking deste ano mostrou uma melhora nos pilares educação e sustentabilidade ambiental, uma ótima notícia, pois são áreas que o Brasil precisa melhorar. Mostra uma maior autonomia e eficiência dos Estados em lidar com esses desafios “, relata o diretor-presidente do CLP, Tadeu Barros.

No que diz respeito a Pernambuco, entre os itens que levaram o Estado a perder três pontos estão potenciais de mercado e segurança pública. Na prática, com o ICMS mais caro do País, o Estado deixou de atrair empresas, perdendo investimentos para a Paraíba. E a violência, maior drama vivido pela população, é um espanta investidores. Ninguém quer jogar dinheiro num Estado que vive, verdadeiramente, uma guerra civil.

Mais competitivos – Os cinco Estados mais competitivos do país são os mesmos de 2023: São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Brasília. São Paulo é líder nos quesitos educação, infraestrutura e inovação. Mas teve pioras nos pilares eficiência da máquina pública (5º para 12º), solidez fiscal (13º para 14º) e potencial de mercado (2º para 8º). Mesmo com as enchentes, o Rio Grande do Sul só perdeu posições no pilar inovação, que passou de 2º para 5º. Nos outros, teve melhora. É o líder no quesito eficiência da máquina pública. Santa Catarina e Paraná tiveram poucas mudanças.

Ineficiência de gestão – Ao avaliar a queda de Pernambuco no ranking nacional da competitividade, o deputado Waldemar Borges, da bancada do PSB na Assembleia Legislativa, disse que a queda reflete a “ineficiência e a estagnação” do Governo do Estado, que, segundo ele, vem reduzindo investimentos estratégicos, prejudicando a economia e, consequentemente, a qualidade de vida dos pernambucanos. “No atual governo, estamos vendo uma economia que perde força, com fechamento de indústrias importantes, como a antiga Coperbo e uma qualidade de vida que só piora”, afirmou.

Líderes na corrida pela Câmara – Paulista, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho e Olinda são, nesta ordem, os municípios que registraram o maior número de candidatos a vereador nas eleições deste ano. Segundo levantamento do Tribunal Superior Eleitoral, apresentam uma média superior a 17 candidatos por vaga. Paulista lidera a lista com uma concorrência impressionante de 18,7 candidatos para cada uma das 15 vagas disponíveis, totalizando 281 candidatos. Em Jaboatão dos Guararapes, 492 candidatos disputam 27 cadeiras, resultando em uma média de 18,2 postulantes por vaga. O Cabo segue com 374 concorrentes para 21 vagas, o que dá uma média de 17,8 candidatos por vaga, enquanto Olinda registra 289 candidatos para 17 vagas, com uma média de 17 postulantes por vaga.

Estado condenado – A Justiça do Trabalho condenou o Estado de Pernambuco a pagar uma indenização de R$ 1 milhão. Segundo antecipou o DP, a sentença é referente a um caso de omissão nos padrões de prevenção contra incêndios e descargas atmosféricas nas unidades prisionais do Complexo do Curado, na Zona Oeste do Recife. O Estado tem 180 dias para cumprir essa determinação, fruto de uma Ação Civil Pública, contados a partir de 17 de julho. A decisão da 12ª Vara do Trabalho ainda reconheceu o dano moral coletivo caracterizado pelas graves violações às normas que tutelam a segurança no meio ambiente de trabalho.

Pegou mal para Rui Costa – O ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula e ex-governador da Bahia, Rui Costa (PT), é dono de uma propriedade rural no interior do Estado que formalmente está no nome de uma aliada política dele. A região foi recentemente contemplada com verba de R$ 42 milhões do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), coordenado por ele próprio. A transação não foi registrada no cartório de imóveis do município onde está localizada a área rural. Tampouco houve o pagamento do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) referente ao negócio.

CURTAS

BOULOS REAGE– Pesquisa Atlas/Intel mostra o candidato Guilherme Boulos (Psol) à frente na corrida pela Prefeitura de São Paulo, com 28,5% das intenções de voto. O atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), aparece em seguida com 21,8%. Em seguida, estão Pablo Marçal (PRTB), com 16,3%, A deputada federal Tabata Amaral (PSB), com 12%, e o apresentador José Luiz Datena (PSDB), com 9,5%.

PL CRESCE– O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, aumentou em 52,7% o número de candidatos para as eleições de 2024 na comparação com o pleito municipal anterior, de 2020. Dados do TSE mostram que a sigla registrou 1.483 candidatos a esse cargo. Há 4 anos, haviam sido 970.

MULHERES – Dados da Justiça Eleitoral mostram que 34% dos pedidos para candidaturas para as eleições de 2020 foram feitos por mulheres. O número, 154.344, novamente ficou perto do patamar mínimo estabelecido pela eleição: 30% das candidaturas. Os homens correspondem a 66% dos cadastros. Em 2020, foram 187.021 candidatas mulheres, 33,5% dos candidatos das últimas eleições.

Perguntar não ofende: Com Raquel, Pernambuco cresce feito rabo de cavalo – para baixo?

Vergonha: 34% dos prefeitos trocam de partido

O troca-troca partidário é uma das maiores excrescências da vida pública e se repete, vergonhosamente, a cada eleição no País. Para a eleição municipal de 6 de outubro, mais de um terço dos prefeitos que vão à reeleição mudaram de partido, segundo levantamento da Confederação Nacional dos Municípios. O próprio presidente da instituição, Paulo Ziulkoski, tomou um susto.

Pelo levantamento, dos 80% dos gestores entrevistados e que podem se reeleger, 34% informaram que trocaram de partido (2.753 dos 3.450). Já quanto ao comportamento na campanha eleitoral, a CNM questionou o que traz mais bem resultados na disputa municipal, na avaliação dos gestores (que puderam escolher mais de uma opção).

Entre os que responderam, 83% apontaram ações em redes sociais particulares, 74,3% deles disseram apoio político de autoridades estaduais e federais e 71,8% listaram contato direto (corpo a corpo) na campanha. Ziulkoski sinalizou que a mudança de partido pode garantir a eleição de novos prefeitos, inclusive recrutados da iniciativa privada, mas isso pode impactar nas políticas públicas.

“Desde 2000, primeiro ano de reeleição de prefeitos no Brasil, 62% dos que buscaram o segundo mandato conseguiram se reeleger. O melhor resultado foi em 2020, com 64% de prefeitos reeleitos; e a pior taxa foi em 2016 (49%), quando o País vivia profunda crise econômica e política”, mostrou. Mais de 4,5 mil prefeitos responderam à pesquisa, mas a CNM realizou um recorte incluindo apenas aqueles que podem se reeleger.

Desses, 88% pretendem concorrer ao pleito e apenas 7,8% não participarão das próximas eleições por diversos motivos, principalmente falta de interesse. “A região com maior possibilidade de reeleição é o Centro-Oeste, em que 91% responderam que vão concorrer. Na região Norte, 98% vão concorrer. A região Sul apresentou o menor número de intenção, só 80%, quase 20% a menos em relação a Norte e Centro-Oeste”, relatou. O Estado do Rio Grande do Sul é o com o menor percentual de prefeitos que decidiram se candidatar.

Corrida para o PSD – “Uma questão interessante entre os candidatos que pretendem concorrer à reeleição, é que 58,7% estão filiados a quatro partidos políticos”, sinalizou Ziulkoski. A maioria dos prefeitos que declararam ter trocado de partido em busca da reeleição em 2024 escolheu migrar para o PSD. Com 189 ingressos e 63 partidas, o partido ficou com saldo positivo de 126. Em seguida, vem o MDB (+53), o Republicanos (+40), o União (+30), o PT (+19) e o PL (+13).

Governadores influenciam – O pior saldo, ainda considerando esse grupo de prefeitos, ficou com o PRD (-63). À pesquisa, apenas 14 prefeitos afirmaram que trocaram sua filiação pelo partido, enquanto 77 deixaram o PRD (originário da fusão do Patriota com o PTB) e irão concorrer por outras siglas. Em seguida, os piores desempenhos foram registrados para o PSDB (-61), o PDT (-42), o PODE (-42), o Cidadania (-39) e o Solidariedade (-37). “O governo do Estado tem muito mais influência nos partidos que a União. Em Estados onde o governador atua direta ou indiretamente, o partido cresce”, diz o dirigente e líder da CNM.

Dormentes e Solidão sem disputa – Somente em dois dos 184 municípios do Estado não haverá eleição disputada por falta de adversário: Dormentes e Solidão. Nos dois casos, os candidatos são filiados ao PSB. A informação está disponível na plataforma DivulgaCand, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Haveria também Caetés, terra do presidente Lula, mas lá o adversário do prefeito está sendo contestado na justiça por não ter cumprido os prazos legais para registro da candidatura. Os casos de candidatura única representam 1,09% do total de municípios pernambucanos.

Assédio eleitoral – O Ministério Público do Trabalho (MPT) lançou, ontem, em seu Instagram, a campanha de combate ao assédio eleitoral: “O voto é seu e tem a sua identidade”. Dados do MPT mostram que só neste ano foram registradas 90 denúncias sobre assédio eleitoral. Em 2022, a instituição recebeu 3.568 denúncias sobre o tema. Os casos representam um aumento expressivo, comparado a 2018, quando o órgão recebeu 219 denúncias sobre o tema. Segundo o MPT, a campanha levará às redes sociais conteúdos que reforçam que nenhum empregador pode definir ou influenciar o trabalhador a votar em seu candidato de preferência.

Leal e afinado com Raquel – Candidato à reeleição pelo PSDB, o prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro, tem se comportado de forma correta e leal à governadora Raquel Lyra na largada da campanha. “Desde que começamos nossa jornada com Raquel, Caruaru tem passado por uma verdadeira transformação. Estamos nas ruas para mostrar o que fizemos e apresentar nossa proposta para mais quatro anos de trabalho. Os resultados são evidentes: as escolas estão muito melhores, quase 40 creches foram construídas, mais de 80 postos de saúde foram reformados e mais de 200 ruas foram calçadas. Queremos que toda a população veja o que já realizamos e o que ainda está por vir”, disse, pelas redes sociais.

CURTAS

O CORONEL SIQUEIRINHA 1– O tom arrogante e ditatorial usado pelo presidente da Câmara de Vereadores de Arcoverde, conhecido por Siqueirinha (Podemos), ao impedir a manifestação popular na última sessão da Casa, afirmando que, enquanto for o chefe, quem manda é ele, repercutiu fortemente pelas redes sociais e, como era esperado, respingou na candidatura de Zeca Cavalcanti (Podemos), de quem ele é o vice.

O CORONEL SIQUEIRINHA 2– A reprovação da população arcoverdense foi de imediato e extremamente nociva a Zeca, porque os tempos são outros. Siqueirinha esqueceu que o mundo hoje é globalizado. Pela internet, sua fúria incontida e seu ato de coronelismo ganharam o mundo. E o pior é que Zeca não deu um pio, nem sequer um puxão de orelha no “mui amigo”.

O CORONEL SIQUEIRINHA 3 – O que se diz em Arcoverde é que Siqueirinha anda com os nervos à flor da pele, porque o Ministério Público investiga um contrato ilegal na sua gestão como chefão do Legislativo. Seu estresse foi descontado na coitada de uma senhora que foi à Câmara formular uma denúncia de assédio eleitoral envolvendo o prefeito Wellington Maciel (MDB), campeão imbatível de rejeição no município, agora aliado de Zeca.

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Vital tinha sua Floresta no coração

Convivi pouco, mas o suficiente para conhecer a forma apaixonada e apaixonante como o ex-deputado Vital Novaes, que morreu, ontem, aos 80 anos, encarava a política e a vida pública. Vindo da sua Floresta, onde Novaes e Ferraz têm uma rixa histórica e não falam o mesmo dialeto, conseguiu ser respeitado e elogiado até pelo clã adverso.

Vital era da escola pessedista de Miguel Arraes, pontuada por poucos arroubos e controlados, sabedoria no trato e gestos largos, muito parecida com a maneira de Tancredo Neves, JK, Afonso Pena e Milton Campos. Na defesa de sua terra natal, que carregava no coração, era intransigente. Superou as maiores adversidades pelo diálogo, que só não era maior do que a sua simplicidade e a sua humildade.

Numa época na qual políticos vindos do Interior, especialmente dos grotões, pequenos colégios eleitorais, tinham dificuldades de atingir os votos necessários para virar parlamentar estadual, Vital emplacou seis mandatos na Assembleia Legislativa, sempre partindo da sua Floresta com um balaio de votos. Seu discurso propagado por outros rincões além do Sertão de Itaparica tinha na legenda compromisso e lealdade a sua gente sertaneja.

Por isso, foi tão bem-sucedido na vida pública. Era tão sábio que soube parar na hora certa, passando o bastão para o seu filho Rodrigo Novaes, que o sucedeu por quatro mandatos na Alepe e agora dá continuidade ao legado do pai como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Vita entendia o ofício da política como uma ação cuja abrangência alcançava todos os cidadãos.

Nunca se omitiu da política para não dar espaço aos malfeitores da vida pública. Rodrigo e os demais filhos devem ter um orgulho danado do pai, pelo comportamento retilíneo dele na vida pública, sua lealdade, discrição e um dos seus maiores traços: um homem de família, extremamente devotado aos filhos, à esposa e aos netos.

Primeira homenagem – Ao tomar conhecimento, ontem, da morte do ex-deputado Vital Novaes, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), anunciou que o novo pátio reformado da feira da Encruzilhada será batizado com o nome do ex-parlamentar sertanejo. “É com tristeza que lamento o falecimento de Vital Novaes. Será uma honra homenageá-lo dando seu nome ao pátio da feira da Encruzilhada, que será completamente reformado. Meus sentimentos aos familiares e que Deus possa confortá-los nesse momento difícil”, afirmou Campos.

Fatura no primeiro turno – Na primeira pesquisa eleitoral após as convenções no Recife, trazida ontem pela revista Exame, em parceria com o instituto Futura Inteligência, o prefeito João Campos emplaca a reeleição no primeiro turno. Aparece com 71,6% das intenções de voto, enquanto a soma dos adversários totaliza apenas 19,6%. Entre os que estão do outro lado do balcão, Gilson Machado (PL) é o que aparece mais bem situado, com 11%. Já Daniel Coelho (PSD), o candidato de Raquel, tem apenas 5,3%.

Tabata bate sem piedade – Em um novo debate, ontem, em São Paulo, desta feita promovido pela Veja, a candidata do PSB à prefeita da capital, Tabata Amaral, tirou Pablo Marçal (PRTB), mais uma vez do sério. “A verdade é que nem Bolsonaro confia em você. Falou que você é igual produto estragado. E quando a gente olha para o seu redor o que a gente vê é a equipe do Doria. Você acha que o Bolsonaro lhe rejeita porque você é o Doria 2.0?”, disparou. O embate não contou com as presenças de Guilherme Boulos (Psol), Ricardo Nunes (MDB) e do apresentador José Luiz Datena (PSDB).

Doação de herdeiro de farmácias – Por falar em Tabata, o site Metrópoles, de Brasília, noticiou, ontem, que começou a sua campanha impulsionada por R$ 20 mil doados por Rodrigo Wright Pipponzi. Trata-se do herdeiro da Droga Raia, rede de farmácias que faz parte do grupo RD, que possui mais de três mil lojas espalhadas pelo Brasil e teve valor de mercado avaliado em quase R$ 50 bilhões neste ano. A doação foi feita via Pix, de uma vez só, na última sexta-feira (16). Rodrigo Pipponzi, além de herdeiro da Raia, também criou a Editora MOL, que vende exemplares de revistas, calendários e álbuns de figurinhas nas farmácias e em outras lojas e distribui para doações a maior parte do lucro.

Livro de Cristovam – O ex-senador Cristovam Buarque, que também foi governador do Distrito Federal e ministro da Educação, está de volta ao Recife, sua terra natal. Lança logo mais, a partir das 18 horas, no Furdunço Café e Cultura, seu mais novo livro abordando a temática da educação: “Jogados ao mar”, pela editora Palavra Encantada. Trata-se, segundo ele, com quem tive uma longa conversa ontem, no final da tarde – que acabou rendendo uma boa entrevista para a Folha -, de uma ficção realista, a partir da figura imaginária de um repórter do Correio Braziliense.

CURTAS

ARCOVERDE 1– O Diário Oficial do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) publicou, ontem, uma Medida Cautelar concedida pelo conselheiro substituto Marcos Flávio Tenório de Almeida, apontando indícios graves de fraude num processo licitatório envolvendo a Câmara de Vereadores de Arcoverde.

ARCOVERDE 2– O processo inclui restrição à competitividade, direcionamento da contratação para um fornecedor específico, sobrepreço no valor de R$ 45.295,85, e risco de superfaturamento que poderia alcançar até R$ 543.550,20, caso o contrato fosse prorrogado por até 60 meses. Os serviços ilegais são apontados em assessoria e consultoria para a administração de pessoal e recursos humanos da Casa.

IMPUGNAÇÃO – O Ministério Público Eleitoral pediu a suspensão do registro da candidatura de Pablo Marçal, do PRTB, à Prefeitura de São Paulo. A ação do órgão pede ainda para que sejam investigadas práticas que podem se enquadrar como abuso de poder econômico.

Perguntar não ofende: Se a baixaria dos debates com os candidatos a prefeito de São Paulo se reproduzir no resto do País, prefeitos que estão na liderança vão aos debates?

Cenário para João enfrentar Raquel

Diante do ambiente eleitoral natural de mais uma eleição, a municipal, marcada para 6 de outubro, a pergunta mais frequente que me fazem diz respeito ao pleito seguinte, o de 2026, quando a governadora Raquel Lyra (PSDB) tentará a reeleição. “João Campos é candidato a governador?” Estou cansado de ouvir a indagação, seja partindo de políticos tarimbados ao mais neófito eleitor distanciado da vida pública.

João tem, sim, uma estratégia na cabeça para disputar o Palácio do Campo das Princesas em 2026. Isso está evidente no seu comportamento a partir do momento em que enfrentou resistências no PT, partido aliado, dobrou Lula e a direção nacional petista, para ter a liberdade de escolher como vice o jovem Victor Marques, seu ex-chefe de gabinete, a quem filiou no PcdoB, partido que integra a federação com o PT e PV.

Para criar as condições efetivas, entretanto, João tem que ser reeleito no primeiro turno com uma ampla vantagem, se possível com a maior votação entre os prefeitos de capitais, conforme sinalizam as pesquisas. Mas eleição, já dizia o sábio e prudente Marco Maciel, com quem convivi e escrevi sua biografia, é como mineração – só se sabe o resultado depois da apuração.

Além de sair consagrado das urnas na capital, João tem que eleger prefeitos do PSB e aliados de outros partidos em colégios eleitorais importantes e de visibilidade. Isso passa por um “banho de urnas” nos candidatos de Raquel na Região Metropolitana. Inclui Caruaru, Petrolina, Garanhuns, Palmares e outros colégios eleitorais simbólicos, como Arcoverde, Belo Jardim, Salgueiro, Araripina, Gravatá e Vitória de Santo Antão.

No Interior, se reeleito no primeiro turno no Recife, como apontam as pesquisas, João se voltará para Caruaru, se ali também a eleição vier a ser decidida no segundo turno – as pesquisas indicam esse caminho. Não há, na ligação do contexto municipal de hoje com o estadual das eleições de 2026, uma guerra eleitoral mais importante, depois da do Recife, do que a de Caruaru, por ser a terra em que a governadora foi prefeita.

Num eventual segundo turno entre o prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB) e o ex-prefeito Zé Queiroz (PDT), a capital do Agreste passa a ser objeto de cobiça de Raquel e João, porque se transformará num embate eleitoral antecipado de 2026. Já disse e repito: a única cidade que a governadora não pode perder o pleito municipal é Caruaru. Se isso ocorrer, a depender do saldo eleitoral no restante do Estado, especialmente a RMR, sendo desfavorável, adeus à reeleição de Raquel Lyra!

Recado aos Coelho – Na largada propriamente dita da campanha eleitoral, que se deu sexta-feira passada, Raquel, estranhamente, não priorizou sua Caruaru. Subiu no palanque do candidato do PSDB em Petrolina, Júlio Lóssio, sábado passado. Para um bom entendedor, uma sinalização de enfrentamento ao Grupo Coelho, hoje liderado pelo ex-prefeito Miguel Coelho (UB), que disputou a eleição para governador e no segundo turno apoiou a tucana, que, eleita, deu provas porque é chamada de Mandacaru (não dá sombra nem encosto para ninguém): negou-lhe pão e água.

Sequer um santinho – Pelo menos no primeiro ato de campanha do candidato do PSD a prefeito do Recife, Daniel Coelho, não se viu um só panfleto, santinho, cartaz ou faixa. Das duas, uma: ou o material de campanha do aliado de Raquel Lyra atrasou ou está iniciando uma campanha franciscana. Quem acompanha de perto, porém, assegura que se trata, na verdade, do reflexo do quanto está desorganizado e desestruturado o comitê do postulante das Princesas.

Só tem fujão na terra de Lula – O presidente Lula deve ter dado gargalhadas ao saber que na sua Caetés, onde nasceu e de lá saiu garoto como retirante em busca de um eldorado em São Paulo, não haverá disputa pela Prefeitura, simplesmente porque não apareceu ninguém com cabelo na venta para enfrentar o prefeito Nivaldo Tirri, do Republicanos. Trata-se de uma exceção num Estado acostumado a ter grandes embates eleitorais no Interior.

Arcoverde avermelhou – Em Arcoverde, a candidata do PSB, Madalena Britto, fez o maior ato de largada da campanha. A cidade amanheceu avermelhada e o que chamou atenção foi o entusiasmo da militância e dos que foram às ruas espontaneamente mostrar a cara e o lado que optou na disputa municipal. Mada, como é conhecida, foi prefeita duas vezes de Arcoverde e tem uma larga folha de serviços prestados na área social.

Campeão em pedido de impeachment – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, é o maior alvo de pedidos de impeachment contra ministros da Suprema Corte. Ele soma 23 dos 59 requerimentos que tramitam no Senado. O número deve aumentar: congressistas da oposição ao governo anunciaram que solicitarão ao longo desta semana a derrubada do ministro pelo caso envolvendo investigações extra oficiais do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre bolsonaristas. Até sexta-feira passada, entretanto, nenhum pedido sobre o assunto havia sido protocolado.

CURTAS

GUINADA À DIREITA– Na pequena Iguaracy, no Sertão do Pajeú, o ex-prefeito Pedro Alves quer voltar a governar o município e já carimbou o apoio do ex-prefeito Francisco Dessoles. Velho militante do PSB e arraesista, mudou de lado, ingressou no PSDB e terá a governadora Raquel Lyra em seu palanque. O mundo gira!

CANDIDATO DE JOÃO – O candidato do PSB em Iguaracy é o ex-prefeito Albérico Rocha, que fez uma bela gestão, saindo com mais de 80% de aprovação. O prefeito João Campos prometeu dar uma passadinha por lá ao longo da campanha para afirmar que Rocha é prioridade do partido.

MEDALHA – Meu amigo Renato Cunha, do Sindaçúcar, está entre os que vão receber, hoje, a Medalha do Mérito Judiciário Desembargador Joaquim Nunes Machado, por ocasião da celebração dos 202 anos do Tribunal de Justiça, solenidade marcada para às 9h30, na Escola Judicial de Pernambuco (Esmape/TJPE), localizada na Ilha Joana Bezerra.

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A eleição mais envolvente

A eleição municipal, cuja campanha chegou às ruas ontem, é a mais vibrante, emocionante e participativa por parte do eleitorado. Charles Chaplin disse que a vida é um assunto local. Observação mais que sábia, inteligente, nunca vi. Afinal, ninguém vive no País ou no Estado, vive no seu município, na sua cidade.

E é por ela que luta, que briga. Por isso mesmo, o eleitor se estimula a entrar e participar do debate eleitoral, porque passa pela rua que mora que não foi calçada, a melhoria da escola do seu bairro e do posto de saúde mais próximo da sua casa, demandas que dependem diretamente do prefeito, o único e eficaz caminho para a sua vida melhorar.

Leva-se em conta que a cidade é o espaço em que se dá a vida cotidiana das pessoas, são aplicadas as políticas públicas que mais influenciam a vivência dos cidadãos. Os programas relacionados à saúde, meio ambiente, educação e muitos outros são executados em cada um dos municípios brasileiros, mesmo que eles sejam programas dos governos federal e estadual.

Ou seja, os prefeitos e vereadores exercem um importante papel na implementação desses programas. Dessa forma, a escolha desses gestores determina quão bom será a sua qualidade de vida. Nos municípios, é possível que o cidadão participe mais ativamente da democracia.

Isto porque a proximidade com os gestores públicos municipais é bem maior, se comparada com os estaduais e federais. Assim, é mais simples para cada um acompanhar e fiscalizar a execução das políticas públicas que tanto os afetam. Nas eleições municipais, a relação é muito mais próxima entre eleitores e candidatos. Às vezes, o eleitor até conhece pessoalmente aquele candidato que está pedindo o voto dele. Isto permite que o cidadão acompanhe melhor as atividades realizadas pelos candidatos e participe da formulação dos programas de governo.

Não venda seu voto – Mas é preciso, igualmente, que o eleitor tenha cuidado redobrado, pois em uma relação mais próxima é frequente que alguns candidatos tentem conquistar o voto do eleitor através da troca de favores. Se um candidato oferecer materiais de construção, cesta básica, ou qualquer outro produto ou serviço em troca do seu voto, saiba que ele está cometendo um grave crime eleitoral. Ao invés de aceitar, denuncie esse candidato à justiça eleitoral.

Daniel começa mal – Os estrategistas da campanha do candidato de Raquel no Recife, Daniel Coelho (PSD), deram uma tremenda mancada no start da campanha de rua. Escolheram a comunidade Caranguejo Tabajaras para o primeiro ato e compromisso oficial, caso seja eleito. Ali, não sabe ele, será erguido um conjunto habitacional do programa Minha Casa, Minha Vida, com 280 unidades, além de uma creche para 130 crianças, tudo comprovado no Diário Oficial numa parceria da Prefeitura com o Governo Federal.

Promessa de mais vagas em creches – Já João Campos, no primeiro dia oficial de campanha eleitoral, cumpriu agenda na Linha do Tiro, Zona Norte do Recife, visitando as obras de uma creche. Lá, prometeu triplicar o número de vagas em creches em relação ao quantitativo encontrado quando assumiu a gestão municipal, em 2021. Na ocasião, o Recife possuía aproximadamente 6,5 mil vagas e a proposta é superar 20 mil ao final de 2028. Através do Programa Infância na Creche, a gestão do prefeito João alcançou a marca de 8,2 mil novas vagas criadas em três anos e oito meses, mais que o dobro do que existia.

Campanha suspensa – Já o candidato do PL, Gilson Machado, que na semana passada esteve com o ex-presidente Bolsonaro em Brasília, para discutir uma estratégia para o Recife, só vai colocar a campanha na rua na próxima terça-feira. Está recolhido, em fase de luto. A mãe Maria Helena Machado Guimarães morreu no último dia 11, estando a missa de sétimo dia marcada para a próxima segunda-feira, às 19 horas, na Igreja Madre de Deus, no Recife Antigo.

Wellington com Zeca – Em Arcoverde, o ex-prefeito Zeca Cavalcanti, candidato do Podemos, fez um adesivaço logo após a meia-noite da sexta-feira, enquanto a candidata do PSB, Madalena Britto, com quem polariza, preferiu fazer um arrastão, hoje, a partir das 15 horas, com concentração defronte a academia High Five, no centro da cidade. As rádios locais já estão agendando os primeiros debates entre eles. Arcoverde vai pegar fogo, principalmente quando Zeca assumir que o prefeito Wellington Maciel, com 80% de rejeição, estará no seu palanque.  

CURTAS

RETALIAÇÃO 1– O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), decidiu, ontem, colocar para andar na Casa a PEC que limita decisões individuais de ministros do STF. Trata-se de uma resposta à decisão da maioria dos ministros do Supremo de suspender o pagamento das emendas impositivas, nas quais estão incluídas as chamadas “emendas Pix”.

RETALIAÇÃO 2 – A PEC foi aprovada pelo Senado em novembro de 2023 e, desde então, estava parada na Mesa Diretora da Câmara. Nesta sexta, Lira finalmente despachou a proposta para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A PEC limita decisões monocráticas (individuais) no Supremo e em outros tribunais superiores, caso ocorra a suspensão da eficácia de leis aprovadas pelo Congresso. A proposta já foi criticada publicamente por ministros do STF.

FAMOSOS – Conforme os dados cadastrados no sistema do TSE, nomes como Zilu Camargo, Luisa Mell, o ex-jogador Bebeto, o ator Babu Santana e até Sérgio Hondjakoff, que fez o Cabeção da Malhação, vão brigar pelo voto do eleitorado. No Rio, quem entrou na disputa por uma vaga na Câmara foi o ator e ex-BBB Babu Santana (PSol). Estreante na política, declarou um patrimônio de R$ 685,8 mil.

Perguntar não ofende: Mesmo em alta nas pesquisas, João Campos vai a todos os debates, como prometeu?