Coluna da quinta-feira

O furacão paulista

Estava escrito nas estrelas: mais tarde, mais cedo, o polêmico candidato do PRTB a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal, maior fenômeno eleitoral paulista, assumiria a liderança no ranking das pesquisas eleitorais para suceder o prefeito Ricardo Nunes (MDB), em busca da reeleição.

A pesquisa Quaest à Prefeitura da capital paulista, divulgada ontem, apontou que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o influenciador Pablo Marçal (PRTB) ultrapassaram numericamente o deputado federal Guilherme Boulos (PSol) na liderança de intenção de votos. Nunes aparece numericamente à frente, com 24%, seguido de Marçal, com 23%, e Boulos, com 21%.

Marçal saltou quatro pontos em relação ao levantamento anterior, feito há três semanas. Já Boulos, com 21%, oscilou um ponto para baixo. Nunes oscilou cinco pontos para cima, saindo de 19% para 24%, empatando com Marçal. Tabata Amaral (PSB) manteve os mesmos 8% da última pesquisa e empata com José Luiz Datena (PSDB), que oscilou quatro pontos negativamente, saindo de 12% para 8%.

Na última pesquisa do instituto, publicada em 28 de agosto, Boulos apresentava 22% das intenções de voto, seguido por Nunes e Marçal, com 19% cada um. A Quaest entrevistou presencialmente 1,2 mil eleitores de São Paulo, entre os dias 8 e 10 de setembro. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, em nível de confiança de 95%.

De acordo com o levantamento, Marçal apresenta melhor desempenho entre os eleitores homens (31,5%) e entre aqueles que possuem formação até o ensino fundamental (41,3%). Boulos pontua melhor entre as mulheres (33,7%) e entre o eleitorado que possui ensino superior (37,8%). Já Nunes lidera entre os eleitores com mais de 60 anos (29,5%) e entre aqueles que possuem renda familiar acima de R$ 10 mil (29,9%). A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número SP-09089/2024.

Segundo turno – A pesquisa também testou seis cenários de segundo turno. Marçal saiu derrotado em todas as simulações feitas pelo instituto, enquanto Tabata foi a única a não apresentar nenhuma derrota – a sondagem apontou um empate, contra Boulos, por 33,8%. Caso Nunes e Boulos se enfrentem, o prefeito sairia vitorioso por 45,7% diante de 38,5% do psolista. Eis os cenários: Tabata (49,8%) x Marçal (43,2%) – Nunes (48,2%) x Marçal (29,2%) – Nunes (45,7%) x Boulos (38,5%) – Boulos (44,1%) x Marçal (43,2%) – Nunes (40,4%) x Tabata (42%) – Boulos (33,8%) x Tabata (33,8%).

Distanciamento da política – Por que Marçal se revela um fenômeno? Chama atenção por não ter um passado na política. Além de coach, trabalhava como empresário e influencer antes das eleições. Esse distanciamento da política, entretanto, é um dos fatores que chama a atenção dos eleitores. O discurso dele não mudou, é o mesmo das pessoas que chegam a uma determinada condição melhor pelo seu espírito empreendedor, pelo seu esforço pessoal. Ele busca se diferenciar e leva uma vantagem sobre Bolsonaro por nunca ter ocupado cargos.

Já pegou o impacto da propaganda – Após início da campanha na TV, Nunes se recuperou e oscilou positivamente de 19% para 24%, Marçal manteve a tendência positiva e oscilou de 19% para 23%, e Boulos oscilou negativamente de 22% para 21%, se comparado ao levantamento anterior, divulgado em 28 de agosto. Os números indicam que Nunes e Marçal oscilaram acima da margem de erro, que é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo SP-09089/2024. O levantamento ouviu 1.200 pessoas entre 8 e 10 de setembro. O nível de confiança é de 95%.

Na companhia das canibais – Para resguardar sua integridade física, em Buíque, para onde foi transferida, Deolane está em uma cela reservada. Ela chegou a Buíque na noite da última terça-feira e havia bastante gente em torno da cadeia, mas, ontem, a movimentação foi tranquila ao redor do prédio, onde também cumprem penas as “Canibais de Garanhuns”, como ficaram conhecidas as duas mulheres condenadas por matar e vender carne humana dentro de salgados na cidade. A colônia penal fica do Agreste de Pernambuco, a 280 km do Recife

Kamala nocauteou Trump – Kamala Harris e Donald Trump se enfrentaram na noite da última terça-feira, nos Estados Unidos, em debate promovido pela ABC News. Uma pesquisa feita pela rede de TV norte-americana CNN aponta que 63% dos eleitores acreditam que a democrata teve um desempenho melhor. Trump foi mais bem visto por 37%. O jornal “The Washington Post” fez uma pesquisa qualitativa para ouvir a opinião de eleitores indecisos de estados decisivos. A grande maioria — 23 dos 25 entrevistados — disse que Kamala foi melhor do que Trump no debate.

CURTAS

DEBATE 1 – A prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado (PT), surpreendeu, ontem, ao comparecer ao debate entre os candidatos a prefeito promovido pela Rádio Cultura. Entre os postulantes, o mais agressivo com a petista foi Miguel Duque (Podemos), que a acusou de deslealdade com o pai, o deputado Luciano Duque.

DEBATE 2 – O filho de Luciano Duque disse em mais de uma oportunidade que Márcia tirou seu pai da disputa e praticou ingratidão.  Márcia rebateu dizendo que essa marca é de Luciano, citando nomes como Marília Arraes e Carlos Evandro, que seriam exemplos do contrário: o traidor seria Duque. Márcia teve que rebater questionamentos como o da liminar que determinou aplicação correta de recursos do Fundeb.

PERDEU A CABEÇA– Descontrolado, Luciano Duque teria partido para agredir a prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado, e seu esposo, Breno Araújo, durante o intervalo do programa, segundo a assessoria da petista. Foi preciso a intervenção do mediador Nill Júnior para evitar o pior.

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Brigas que prometem na RM e Interior

Com exceção do Recife e Petrolina, todos os municípios do Estado que têm acima de 200 mil eleitores, como Jaboatão, Olinda, Paulista e Caruaru, marcham para uma disputa em segundo turno. Pelos números das últimas pesquisas divulgadas, Olinda, Jaboatão e Caruaru abrem perspectivas para duelos os mais emocionantes, notadamente Caruaru por ser a terra da governadora Raquel Lyra (PSDB).

Fora do eixo metropolitano e da Nação Caruaru, embates que despertam atenção se reproduzem da Zona da Mata ao Sertão. Carpina assiste, por exemplo, a uma guerra. De um lado, o prefeito Manoel Botafogo (SD) quer eleger como sucessor Aldinho de Danone, que se registrou como Aldinho Botafogo. De outro, duas correntes de oposição extremamente competitivas.

Uma delas está representada pela família Gouveia, que atua fortemente na região a partir de Paudalho, governada pelo presidente da Amupe, Marcelo Gouveia. O grupo aposta tudo na eleição de Eduarda Gouveia (Podemos), esposa do primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, Gustavo Gouveia. Na outra ponta, o ex-deputado Joaquim Lapa (PSB), apoiado pelo prefeito do Recife, João Campos.

Ainda corre por fora, mas sem a mínima chance, Bruno Ribeiro (PL) e Sandra Ramos (UP). Surubim, a capital da vaquejada, também assiste a uma boa e acirrada disputa entre Véia de Aprígio (PSB), a candidata apoiada pela prefeita Ana Célia (PSB), o deputado estadual Rodrigo Faria e o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, com o deputado Chaparral (UB), que tem o apoio da governadora Raquel Lyra (PSDB).

Ali, corre por fora o ex-prefeito Flávio Nóbrega, candidato do Solidariedade, e Denivaldo Pereira, do PL. Em Arcoverde, porta de entrada do Sertão, Zeca Cavalcanti (Podemos) e Madalena Britto (PSB) prometem um clássico. Hoje, as pesquisas mostram Zeca na frente, mas Madalena tem crescido depois que se espalhou na cidade que Zeca conta com o apoio do prefeito Wellington Maciel (MDB), a quem acusou recentemente de ter afundado Arcoverde.

A briga de Araripina – Araripina, maior colégio eleitoral do Sertão do Araripe, também assiste a uma eleição extremamente disputada. Depois de ter negado apoio a Evilásio Mateus (PDT), o prefeito Raimundo Pimentel lançou a vereadora Camila Modesto pelo Podemos, mas quem continua como favorito é o próprio Evilásio, atual vice-prefeito. Pimentel arregimentou forças adversárias, como o empresário Tião do Gesso, e jogou no colo de Evilásio o desgaste do ex-prefeito Alexandre Arraes, adversário histórico dele e de Evilásio, agora no palanque do pedetista.

Belém rachada ao meio – Belém do São Francisco, a 344 km do Recife, virou palco também de outra disputa eletrizante. O prefeito Gustavo Caribé (MDB), que disputa a reeleição, viu o seu adversário Calby Carvalho (Republicanos), empresário bem-sucedido na região, assumir a dianteira nas pesquisas, logo na largada. As notícias que chegam de lá, porém, é que Caribé já equilibrou o jogo, mas o cenário de hoje ainda é de empate técnico, sem que alguém possa fazer um prognóstico certeiro de quem sairá vitorioso nas urnas.

Traficante internacional – Conforme este blog adiantou, o piloto do helicóptero que caiu e pegou fogo em Caruaru já tinha sido preso em 2023 sob suspeita de atividades ilícitas ligadas ao tráfico internacional de drogas. André Luiz Gomes Ferreira, de 44 anos, também era dono da aeronave modelo R44 II, com matrícula PR-OPS. O proprietário do helicóptero foi investigado pela Polícia Federal (PF) na Operação “Além-mar”, deflagrada em fevereiro de 2020. Ele era suspeito de ser um dos responsáveis pelo transporte aéreo de cocaína vinda do Paraguai para o Brasil. Após chegar no País, a droga era exportada para a Europa através de portos do Nordeste.

Sucessão na Câmara – O líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), tem encontro reservado, hoje, com o presidente Lula (PT) sobre a sucessão na Câmara dos Deputados. O deputado busca trazer o governo para o seu lado depois que firmou aliança com o PSD. Juntos, os dois partidos têm seis ministérios no Executivo. Apesar de Lula costurar um acordo para a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB), ainda não há nada fechado. Elmar pretende explorar o fato de que se Motta for apoiado pelo atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o PL também deve dar suporte ao líder do Republicanos – e ter exigências para isso.

Pena maior para quem queima – O senador Humberto Costa (PT) teve uma boa sacada: apresentou projeto que aumenta a pena para crimes ambientais devido a tudo que se assiste no País hoje com as queimadas. Ele propõe aumentar em um terço a penalidade para grupos de dois ou mais indivíduos envolvidos em incêndios criminosos. Atualmente, a pena máxima para esse tipo de crime é de até quatro anos. “É preciso que haja uma ação coletiva de todo o aparato do Estado, da Justiça, dos governos estaduais, municipais e do parlamento para que possamos reforçar a legislação. Não são atos isolados, são grupos criminosos que agem de maneira intencional e que precisam ser duramente punidos”, disse o senador.

CURTAS

ADICIONAL 1 – Os prefeitos receberam, na última segunda-feira, o adicional de setembro do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Como o 1% conquistado está sendo pago de forma gradual até alcançar o percentual total, o repasse de 2024 é de 0,5% e somou o total de R$ 3.530.672.367,96.

ADICIONAL 2 – Na comparação com o ano passado, houve um aumento de 90% no repasse. Deve-se considerar, contudo, que, em 2023, o índice do adicional deste mês ainda estava em 0,25%. Já em setembro de 2025, será alcançado o valor de 1%. O repasse extra de setembro é uma conquista da Confederação Nacional de Municípios (CNM).

NA CUECA – Os R$ 500 mil apreendidos pela Polícia Federal com o empresário Renildo Lima estavam, em parte, em sua cueca. Dono da Voare Táxi Aéreo e marido da deputada federal Helena Lima, do MDB de Roraima, Lima foi preso pela PF na última segunda-feira. Mais cinco pessoas que estavam com ele, portando R$ 500 mil cada uma, também foram presas. O grupo é investigado por compra de votos e associação criminosa, segundo o site Metrópoles.

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Xandão paparicado e odiado

As comemorações do 7 de Setembro, sábado passado, tiveram o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como protagonista. Em Brasília, o magistrado participou da cerimônia oficial do aniversário de 202 anos da Independência ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de outros ministros da Corte.

Já em São Paulo, Moraes foi alvo de ataques e pedidos de impeachment por parte de Jair Bolsonaro (PL), que o chamou de “ditador”, e aliados do ex-presidente. “Eu espero que o Senado bote um freio em Alexandre de Moraes, esse ditador que faz mais mal ao Brasil do que o próprio Luiz Inácio Lula da Silva”, afirmou Bolsonaro, que estava gripado e rouco, ao lado do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), e do pastor Silas Malafaia.

Se na capital paulista o público pedia o impeachment de Moraes, chamado de “cabeça de ovo”, e a anistia para os presos na esteira dos atos golpistas de 8 de janeiro do ano passado, em Brasília o ministro foi ovacionado. Aos gritos de “Xandão”, acenou às arquibancadas montadas na Esplanada dos Ministérios para o desfile cívico-militar.

Além de Moraes, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Edson Fachin e Cristiano Zanin compareceram à cerimônia. Em outro gesto de aproximação com a Corte, Lula os convidou para um almoço logo depois no Palácio do Alvorada.

Sem discursos, a intenção do Palácio do Planalto com o evento foi passar uma mensagem de união dos Poderes. A ofensiva de Moraes contra o X, rede social comandada pelo bilionário Elon Musk, provocou uma forte reação de bolsonaristas. Lula saiu em defesa do ministro em entrevistas e criticou Musk.

A DEFESA DE DINO – Na sexta-feira passada, em pronunciamento em rádio e TV veiculado por causa do 7 de setembro, o presidente Lula disse que a soberania do País “não está à venda” e que qualquer pessoa, “tenha a fortuna que tiver”, precisa respeitar a legislação do país. Ausente da cerimônia, o ministro Flávio Dino homenageou o colega de STF nas redes sociais. “É um juiz que tem a coragem e a independência necessárias para fazer o certo. É o que verdadeiramente importa, escreveu.

O ex mais amado – Diante de apoiadores na Avenida Paulista, sábado passado, o ex-presidente Bolsonaro fez o discurso que lhe é característico. Voltou a questionar a legitimidade do resultado das eleições de 2022, disse que houve parcialidade de Moraes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e afirmou que sua inelegibilidade é fruto de articulação do “sistema”. “Se hoje eu sou o ‘ex’ mais amado do País, esse divórcio não foi feito pelo povo. Foi feito com base nesse sistema que trabalhou quatro anos contra a minha pessoa”, afirmou.

Tom pacificador – O governador de São Paulo, Tarcisio Freitas (Republicanos) evitou entrar na disputa eleitoral de São Paulo, na qual o bolsonarismo se divide entre Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB), e em discurso na Paulista se concentrou em dizer que a causa da manifestação era a “liberdade” e a “anistia aos apenados de forma desproporcional”. “Que esse mar de gente sirva de inspiração aos nossos congressistas para que a gente possa conquistar de volta a nossa liberdade, para que não haja censura, não haja banimento de rede, para que não haja exagero. Nós queremos a pacificação”, afirmou.

Prisão de Moraes – Vestidos de verde e amarelo, os manifestantes da Paulista levaram cartazes contra Moraes e em defesa de Musk. O pastor Malafaia chamou a manifestação de uma “festa da democracia” para pedir o impeachment de “um ditador”. Sob gritos de “cabeça de ovo, Supremo é o povo” alusivo ao ministro, o pastor pediu uma oração, pregou a inocência de Bolsonaro em inquéritos sobre o 8 de janeiro e defendeu a prisão de Moraes por “rasgar a Constituição”.

Foi só um susto – Em pleno arrastão, domingo passado, a candidata do PSB à prefeita de Arcoverde, Madalena Britto, tomou um susto: seu esposo Toinho Britto, 74 anos, sofreu um infarto, mas foi socorrido em tempo para a emergência do hospital Memorial Arcoverde e de lá transferido para o hospital São Vicente, em Serra Talhada, onde se submeteu a uma angioplastia, implantou dois stents e se recupera bem. Funcionário público aposentado, Toinho atua hoje na construção civil.  

CURTAS

NA OPOSIÇÃO – Depois de ser rifada como pré-candidata a prefeita de São José do Egito pelo prefeito Evandro Valadares (PSB), Ana Maria e seu esposo Romero Dantas se engajaram de vez na campanha do candidato do Republicanos, Fredson Brito, que tem como vice o ex-deputado José Marcos.

VISIBILIDADE – O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), é o candidato mais buscado no Google na capital fluminense (38%). Em segundo lugar aparece o deputado federal Alexandre Ramagem (PL), com 32% de interesse de busca. Apresentou um crescimento de 10 pontos percentuais na última semana. Os dados são do Google Trends e compreendem o período de 30 de agosto a 8 de setembro.

A ÚNICA – A candidata à Prefeitura de São Paulo pelo PSB, Tabata Amaral, disse que é a única que pode derrotar o adversário Pablo Marçal (PRTB) no segundo turno. “Só eu o derroto, eu sei que isso pode soar meio Ciro Gomes das ideias. Eu acabei de passar o Datena e ainda estou atrás do [Ricardo] Nunes e do [Guilherme] Boulos. Mas vamos lá, você acha que os bolsonaristas vão voltar para o Nunes?”, afirmou.

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Prefeito aprovado, prefeito reeleito

As pesquisas de intenção de voto do Instituto Opinião, de Campina Grande (PB), em parceria com este blog, têm, em alguns casos, confirmado o que estamos caducos de saber: prefeito com altos índices de aprovação pavimentam sem dificuldades a reeleição. É o caso de Vinícius Labanca (PSB), de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife.

Segundo o levantamento do Opinião, postado ontem neste blog, Vinicius atinge a impressionante marca de 79,5% da preferência do eleitorado, enquanto seu adversário, o ex-prefeito Jairo Pereira (PSDB), pontua apenas 7,3%, uma diferença de 72,2 pontos. Se esses números forem confirmados nas urnas, o prefeito de São Lourenço dará a maior surra eleitoral no velho rival da família, também derrotado lá atrás por Ettore Labanca, pai de Vinícius.

As chances de Vinicius também ser confirmado campeão de votos no Estado são amplas. Disputa com o prefeito do Recife, João Campos, também do PSB, que tem 80% dos votos válidos segundo pesquisa do Datafolha. Vinicius e João não são os únicos que vêm pintando bons votos. Em Vitória de Santo Antão, a 49 km do Recife, o prefeito Paulo Roberto (MDB) tem quase 70% das intenções de voto, exatos 68,8%.

Seu principal adversário, o deputado Victor Aglailson (PSB), aparece bem distante, com 14,8%, uma diferença de 54 pontos. Em João Alfredo, o prefeito Zé Martins (PSB) aparece, igualmente, numa posição bastante confortável. Segundo levantamento do Opinião, 66,9% dos eleitores do município querem a sua reeleição, uma diferença de 46 pontos para Vânia de Oim (Podemos), que aparece com apenas 20,3%.

Márcia Conrado (PT), prefeita de Serra Talhada, também está na lista dos gestores que disputam à reeleição com votações expressivas. A petista aparece com 59,5% das intenções de voto na pesquisa Opinião, enquanto Miguel Duque (Podemos), seu principal adversário, tem apenas 22,8%, uma frente de 37 pontos. A terra de Lampião, segundo maior colégio eleitoral do Sertão, era apontada como uma eleição bastante disputada, cenário não confirmado no levantamento postado sexta-feira passada.

Por fim, em Ibimirim, no Sertão do Moxotó, a 340 km do Recife, o prefeito Welliton Siqueira (PSDB) revela outro fenômeno. Segundo pesquisa do Opinião no início de agosto, o tucano lidera com 72,7%, uma frente de 50 pontos em Charles do Paulistão (UB), que aparece com 17,5%.

Nordeste tem a maioria – Nas capitais, além de João Campos, no Recife, exemplos de que boa gestão garante reeleição se explicam no Rio de Janeiro, com Eduardo Paes (PSD), em Salvador, com Bruno Reis (UB), e em Maceió, com João Henrique Caldas, o JHC (PL), e em João Pessoa, com Cícero Lucena. Ainda no Nordeste, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), aparece com 55% das intenções de voto. No Norte, o prefeito de Macapá, Furlan (MDB), também deve ser reeleito no primeiro turno.

Limoeiro no caminho certo – Prefeito igualmente em sintonia com a população do seu município é Orlando Jorge (Podemos), de Limoeiro, mas sem pesquisa ainda de intenção de voto. Pelo levantamento de gestão, fechando seu terceiro ano, em dezembro passado, aparecia com mais de 80% de aprovação. Deve ter, igualmente, uma reeleição em céu de brigadeiro. Jorge é ligado ao grupo do ex-deputado Ricardo Teobaldo, considerado um dos melhores prefeitos da terra do Coronel Chico Heráclio, mas hoje dedicado apenas às suas empresas.

União contra Motta – Os deputados Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antônio Brito (PSD-BA) conversaram, ontem, por telefone, sobre a aliança partidária feita na disputa para a presidência da Câmara em 2025. O entendimento dos líderes é de que “sobreviveram” nesta semana à jogada de Marcos Pereira, presidente do Republicanos, de sair do embate para alavancar a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB), e agora precisam elaborar os cenários a partir da conjuntura dos próximos dias. Esperam que uma ala do governo recue em relação ao aval sobre o líder do Republicanos por causa da aproximação do deputado com Eduardo Cunha.

Terceira candidatura – Em caso de estagnação no cenário, PSD e União Brasil buscam formas de trazer o MDB para o mesmo barco, ainda que o partido já tenha sinalizado que pende para a construção da candidatura de Hugo Motta. Para isso, não é descartada a possibilidade de o líder da sigla na Câmara, Isnaldo Bulhões Jr (MDB-AL), encabeçar a ofensiva e lançar candidatura. Este cenário é o pior para Lira, que vetou o nome de Isnaldo por serem de grupos políticos rivais em Alagoas.

Lula respalda Xandão – O ministro Alexandre de Moraes, o mais polêmico do STF, relator de todos os processos do 8 de janeiro, foi o convidado especial do presidente Lula no desfile cívico em Brasília, sábado passado. Outros ministros da corte também estavam presentes, entre eles Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin e Gilmar Mendes. A presença deles no evento, especialmente de Xandão, foi interpretada como uma forma de o governo dar respaldo institucional e político ao ministro quando a oposição endurece os movimentos para tirá-lo do cargo.

CURTAS

CASQUINHA – Quem foi tirar uma casquinha no ato da Paulista foi o ex-coach Pablo Marçal. Chegou de viagem, tentou pular no palanque de Jair Bolsonaro com o ato já encerrado e foi impedido pelo organizador do evento, pastor Silas Malafaia, indignado. Mas o prefeito Ricardo Nunes, embolado com Marçal no segundo lugar nas pesquisas para a Prefeitura, marcou presença.

VISITA ESTRANHA – Em Brasília, duas ausências deram o que falar no desfile cívico. A principal foi a da primeira-dama Janja, que, em vez de desfilar no Rolls Royce com o presidente, viajou, a convite, para o Catar, uma monarquia absoluta onde as mulheres são obrigadas a fazer sexo com seus “guardiões” (maridos) e não podem dar um passo sem autorização deles.

CHURRASCO – Segundo a colunista Roseann Kennedy, do Estadão, a manifestação bolsonarista em São Paulo virou tema de piadas no churrasco que Lula ofereceu aos ministros do STF após o desfile cívico. “Alexandre, já, já, começam as suas homenagens”, ironizou um ministro de Estado, arrancando risos dos presentes. Moraes estava de bom humor e, segundo relatos, em nenhum momento demonstrou preocupação com o ato que pedia seu impeachment.

Perguntar não ofende: Lula virou o maior aliado de Xandão ameaçado de impeachment? 

Quando exposto, Lula nunca sabe de nada

As notícias envolvendo o ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida, sobre supostos casos de assédio sexual, são antigas e do conhecimento do próprio presidente Lula. Circularam com intensidade no Palácio do Planalto desde o ano passado, segundo ministros que deixaram vazar para a mídia. Mas foi preciso que houvesse uma denúncia formal da organização Me Too Brasil para o chefe da nação reagir.

A referida instituição, que presta apoio a vítimas de violência sexual, informou na quinta-feira passada que recebeu denúncias de assédio envolvendo Almeida. Em nota, o ministro chamou as suspeitas de “ilações absurdas” e afirmou que acionou a Controladoria-Geral da União, o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa.

O caso, que será investigado pela Polícia Federal, foi revelado pelo portal Metrópoles, de Brasília. Em meados de 2023, Silvio Almeida era citado como um dos nomes que poderiam disputar a indicação do presidente Lula para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), aberta com a aposentadoria, em setembro, da ministra Rosa Weber.

Mas os relatos informais de um suposto caso de assédio sexual envolvendo o ministro chegaram ao gabinete de Lula e foram usados, de acordo com integrantes do primeiro escalão do governo, como argumento para descartar a possibilidade de Almeida ser escolhido para a Corte. Em entrevista à Rádio Difusora, de Goiânia, Lula disse que ficou sabendo ontem das denúncias de assédio sexual envolvendo Silvio Almeida.

Segundo ministros, porém, os relatos informais das acusações já tinham chegado há algum tempo a Lula e à primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja. Não foi esclarecido, porém, se a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, uma das assediadas pelo ministro, contou o caso. Janja publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Anielle após a história vir à tona.

Silêncio Sepulcral – A Secretaria de Comunicação Social (Secom) foi questionada, por e-mail e mensagens de WhatsApp, desde a noite de quinta-feira passada, se Lula sabia das acusações de assédio sexual contra o ministro de Direitos Humanos. Também foi perguntado como, quando e de que forma o caso chegou ao presidente. Até o fim da manhã de ontem não houve resposta. O gabinete de Janja também foi questionado sobre o assunto. Não houve resposta.

Enfim, reagiu! – Após a repercussão do caso, o presidente Lula, finalmente, convocou Almeida e Anielle para reuniões no final do dia de ontem. Integrantes do governo e o próprio Lula concluíram que a situação do ministro era insustentável. A avaliação é compartilhada por interlocutores do Palácio do Planalto que conversaram com o presidente sobre o assunto. Almeida guardou mensagens trocadas com Anielle, vídeos e solicitou gravações de câmeras de segurança de restaurantes onde esteve com a ministra. Com estas informações, segundo aliados, ele pretende mostrar que nunca se portou de maneira inapropriada com a colega de Esplanada dos Ministérios.

A confirmação da ministra – A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, confirmou, ontem, a ministros no Planalto, que sofreu assédio sexual do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. Na quinta-feira passada, o site Metrópoles revelou que Almeida foi denunciado à organização Me Too Brasil por suposto assédio sexual contra mulheres. O relato de Anielle Franco aos colegas de ministério do governo Lula, em que confirmou o assédio sofrido, foi publicado pelo repórter Sérgio Roxo e confirmado pelo site. Desde que a reportagem foi publicada, Silvio Almeida tem negado qualquer irregularidade.

Sétimo colégio eleitoral – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou, ontem, o crescimento do número de eleitores no Estado em 1,92%, em comparação com as eleições de 2022, totalizando 7.152.871 eleitores aptos a votar. A consolidação dos dados do cadastro eleitoral coloca Pernambuco como o 7º maior colégio eleitoral do país e o segundo do Nordeste. São Paulo é o Estado com maior eleitorado – 34.403.609. Em seguida, vem Minas Gerais (16.469.155), Rio de Janeiro (13.033.929), Bahia (11.283.507), Rio Grande do Sul (8.682.558), Paraná (8.645.891), Pernambuco (7.152.871), Ceará (6.935.539) e Pará (6.226.373). As mulheres permanecem sendo a maioria do eleitorado pernambucano, com 53,38% do total (3.818.448 eleitoras), enquanto a quantidade de eleitores atingiu um total de 46,61% (3.333.844).

Lóssio diz que ganha em Petrolina – Em contato, ontem, com este colunista, o candidato do PSDB a prefeito de Petrolina, o ex-prefeito Júlio Lóssio, revelou uma animação impressionante com as suas chances de ganhar a eleição. “O sentimento nas ruas mudou muito, vejo isso no rosto e nas manifestações das pessoas”, disse, adiantando que haverá segundo turno e na etapa decisiva derrotará o prefeito Simão Durando (UB). Quanto à sua saúde, revelou que o tratamento deu resultado. “Estou bem, graças a Deus”, disse, acrescentando: “E vou ganhar a eleição”.

CURTAS

RELAX – O advogado Almir Reis, que mais uma vez tentará ser candidato à presidência da OAB estadual, parece que relaxou de vez. Segundo seus próprios aliados, deu uma pausa na pré campanha e foi visto em Orlando, nos Estados Unidos, em temporada relax, com tempo até para comprar o enxoval do filho que está para nascer.

RABO DA GATA – Se já estava na lanterna no Datafolha, com 5% das intenções de voto, na pesquisa do Paraná para prefeito do Recife, ontem, o candidato de Raquel Lyra, Daniel Coelho (PSD), apareceu, pasmem, com 3,9%, mais uma vez abaixo de Gilson Machado (PL), que pontuou 5,4%.

SURRA GRANDE – Quanto à performance do prefeito João Campos (PSB), o Paraná Pesquisas trouxe um número bem próximo ao Datafolha: 77,3%. No levantamento do Datafolha, publicado na última quinta-feira, o socialista aparece com 74% das intenções de voto. Pense numa surra nos adversários!

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Márcia na vitrine estadual

O que se vislumbrava como um clássico, a eleição em Serra Talhada, a 411 km do Recife, virou céu de brigadeiro para a prefeita Márcia Conrado (PT), que disputa a reeleição contra três adversários. A princípio, o mais forte, o jovem Miguel Duque (Podemos), não mostrou musculatura eleitoral na pesquisa do Instituto Opinião (postagem abaixo), em parceria com este blog.

Ele aparece 37 pontos abaixo da prefeita, faltando 30 dias para as eleições. É fato que eleição é como mineração, o resultado só depois da apuração, como costumava dizer o sábio Marco Maciel, meu biografado. Mas o que se diz em Serra Talhada – e as pesquisas anteriores mostravam isso – é que o ex-prefeito e atual deputado Luciano Duque era mais competitivo do que o filho.

Duque, aliás, elegeu Márcia Conrado na eleição passada, mas o tempo se encarregou de afastá-los, caminho natural na política. Não precisa ir muito longe. Que o diga o ex-prefeito do Recife, João Paulo (PT), hoje deputado estadual, que elegeu o poste João da Costa e este, antes mesmo de tomar posse, já estava rompido com o seu criador.

Só que no caso do Recife, Costa se revelou num péssimo prefeito, aliás o pior da história da capital, diferente do que ocorre em Serra Talhada. Ali, Márcia faz uma gestão em plena sintonia com a população, chegando a mais de 70% de aprovação, segundo as mais diversas pesquisas. E isso lhe abre os caminhos para emplacar a reeleição sem muitas dificuldades.

Segundo o levantamento do Opinião, ela teria, hoje, com quase 60% dos votos, precisamente 59,5%, enquanto Miguel Duque pontua apenas 22,8%. Os demais candidatos – o Doutor Luiz Pinto (Psol) e Sargento Jucelio (PL) – somam apenas 3,8%, percentual abaixo da margem de erro, que é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos. A reeleição de Márcia, a esta altura muito próxima de se confirmar, vai lhe conferir autonomia política e colocá-la na vitrine na cena estadual.

Palanque múltiplo – Um detalhe curioso chama atenção em Serra Talhada: a prefeita Márcia Conrado, mesmo disputando a reeleição pelo PT, conta com o apoio não apenas dos partidos de esquerda e da ex-candidata do Governo do Estado, Marília Arraes (SD), assim como da governadora Raquel Lyra (PSDB). Só que Marília armou uma estratégia para não aparecer na foto nem em eventos que Raquel esteja com a candidata.

Prato frio – Considerado osso duro de roer pela prefeita de Serra Talhada na época em que eram especuladas as pré-candidaturas no município, o deputado Luciano Duque (SD) foi rifado, literalmente, na disputa pela presidente estadual do seu partido, Marília Arraes. Além de negar-lhe legenda, Marília se aliou à Márcia Conrado. Na política, a vingança é um prato que se come frio, pelas beiradas, feito papa. Marília deu o troco a Duque porque ele se aliou à governadora, tão logo foi eleito, desrespeitando uma orientação partidária.

Marçal fora da bolha – Depois do crescimento surpreendente do candidato do PRTB, Pablo Marçal, as atenções do País se voltaram para a capital paulista, maior colégio eleitoral do País. Os novos números do Datafolha, ontem, mostram que não se trata de uma bolha. Marçal já aparece empatado numericamente com seus dois principais adversários, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o candidato do Psol, Guilherme Boulos. Todos aparecem com percentuais entre 22% e 23%. São Paulo promete!

Paes se consolida – Já no Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes (PSD) vai sedimentando a sua reeleição. Pelo Datafolha, cresceu três pontos percentuais, de 56% para 59%. Como João Campos em Pernambuco, Paes tem pretensão de disputar o Governo do Estado em 2026. Se nada acontecer de impacto nos próximos dias, ele tende a ser reeleito logo no primeiro turno, o que lhe dará musculatura eleitoral para a disputa seguinte a governador.

O vexame de Daniel – No Recife, o Datafolha confirmou também, mais uma vez, o favoritismo do prefeito João Campos (PSB) em busca da reeleição. Recuou dois pontos, dentro da margem de erro, saindo de 76% para 74%. O levantamento revelou, novamente, que o candidato do PSD, Daniel Coelho, apoiado pela governadora Raquel Lyra (PSDB), tende a sair das urnas com uma derrota acachapante e vergonhosa, perdendo até para Gilson Machado. Enquanto Gilson subiu três pontos em relação ao último levantamento do Datafolha, saindo de 6% para 9%, o candidato de Raquel se manteve nos 5%.

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EM BH – Em Belo Horizonte, o Datafolha também não trouxe novidades. O candidato do Republicanos, Mauro Tramonte, continua na frente, mas com percentual baixo: 29%. Na sequência, tecnicamente empatados, vêm Fuad Noman (PSD), atual prefeito, com 14%, Bruno Engler (PL), com 13%, Duda Salabert (PDT), com 12%, e Rogério Correia (PT), com 8%.

EM SAMPA – Num eventual segundo turno em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) derrotaria todos os seus adversários, seja numa final contra Boulos (Psol) ou contra Marçal (PRTB). No enfrentamento com Boulos, teria 49% contra 37%. Já contra Marçal, a vitória seria maior – 53% a 31%.

VITÓRIA – Se os números trazidos, ontem, em Vitória de Santo Antão, pelo Instituto Opinião, se confirmarem, o prefeito Paulo Roberto (MDB), que lidera com 68,8%, ante 14,8% de Victor (PSB), tende a sair das urnas como o prefeito reeleito com maior votação no Interior do Estado.

Perguntar não ofende: Daniel Coelho será o rabo da gata na eleição do Recife?

O primeiro erro de Rodrigo

A ausência de candidatos em debates constitui-se há muito tempo numa discussão que divide muitas opiniões. No Brasil, a tese de quem lidera, seja presidente, governador ou prefeito, de não comparecer nos duelos de primeiro turno com os adversários porque a soma do que se perde é maior do que se ganha, se alastrou e acabou virando um mantra.

Mas não é bem assim. Na campanha para o Governo de Pernambuco em 2022, a então líder absoluta nas pesquisas, Marília Arraes (SD), nem no da Globo, na reta final do primeiro turno, deu as caras. Perdeu a eleição no segundo turno para Raquel Lyra (PSDB). Mesmo que a derrota tenha sido interpretada pela comoção, decorrente da morte do marido de Raquel no dia da eleição no primeiro turno, mais tarde Marília reconheceu que errou ao seu afastar dos debates.

A rádio Liberdade de Caruaru, líder no ranking de audiência entre as emissoras da região, promoveu, ontem, o primeiro debate entre os candidatos a prefeito do município. Tudo caminhava para se constituir em algo factual e rotineiro de campanha, não fosse a ausência do prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB), que virou, naturalmente, alvo da pancadaria por parte de todos os adversários presentes.

Candidato do PL, Fernando Rodolfo chegou a classificar o prefeito de fraco, frouxo e até covarde. Na verdade, Rodrigo errou em se ausentar, até porque sua dianteira nas sondagens eleitorais para Zé Queiroz (PDT), com quem polariza, é de apenas oito pontos, com cenário de segundo turno, segundo a última pesquisa do Instituto Opinião, em parceria com este blog.

Se estivesse bem distanciado, com os ventos soprando na direção de que estaria eleito no primeiro turno, Rodrigo teria razões para ignorar o debate. Caruaru, que o tucano administra desde a renúncia de Raquel quando prefeita em 2022, para disputar o Estado, tem tudo para se transformar na maior incógnita das eleições municipais no Estado.

PAULEIRA GERAL – Candidato a prefeito de Caruaru pelo Solidariedade, Armandinho, da banda Fulô de Mandacaru, também foi na mesma linha de Fernando Rodolfo nos ataques ao prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB) por ter se ausentado, ontem, do debate promovido pela Rádio Liberdade. “Prefeito fujão, pipoqueiro, está vazia a sua cadeira”, afirmou. Zé Queiroz (PDT), por sua vez, afirmou que Rodrigo deu demonstrações de que não tem compromisso e nem respeita o povo de Caruaru.

João salva a esquerda – Pelo levantamento do site Poder360, apontando a queda das candidaturas de prefeito de partidos de esquerda nas eleições municipais, João Campos (PSB), do Recife, é apontado como o único de perfil ideológico, entre as capitais, que pode ser reeleito logo no primeiro turno. Nas demais cidades, os candidatos esquerdistas estão bem-posicionados (lideram ou estão próximos do líder) apenas em São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Teresina.

Ideologia de ladeira abaixo – Segundo o Poder360, mais da metade dos municípios brasileiros não têm candidatos filiados a siglas de esquerda concorrendo à prefeitura em 2024. Essa é a situação em 2.859 das 5.569 cidades nas quais há eleições em 2024, de acordo com o levantamento do site feito com dados do TSE. A proporção é muito superior à de cidades que não têm concorrentes filiados a partidos de direita (21% do total). Essa é a menor presença de partidos esquerdistas em disputas municipais em 20 anos. A retração é acompanhada de resultados ruins de candidatos de esquerda em disputas recentes e de um prognóstico de dificuldades para o grupo ideológico nestas eleições.

Em 2000 foi pior– O menor percentual registrado nos últimos 24 anos foi o do ano 2000. Naquelas eleições, as siglas de esquerda disputaram a prefeitura em só 42% dos municípios. O cenário mudou depois de Lula se tornar presidente, em 2003. Nas eleições municipais seguintes, a esquerda esteve presente em 56% dos municípios e cresceu até 2012, quando 63% das cidades brasileiras tinham ao menos um candidato filiado a um partido de esquerda concorrendo no pleito. Desde 2016, no entanto, esse número cai. A queda foi precedida pelas revelações da operação Lava Jato e pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff.

No lugar certo – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, ontem, que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem feito ajuste fiscal no “lugar certo” e contribuído para o aumento dos investimentos. Segundo ele, o equilíbrio das contas públicas será feito pela primeira vez sobre “grupos econômicos” e “campeões nacionais” que não pagam imposto. Em entrevista à GloboNews, afirmou que o FMI (Fundo Monetário Internacional) aumentou de 1,5% para 2,5% a taxa de crescimento potencial do país. Classificou o fundo internacional como “insuspeito” para fazer o cálculo.

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MELHOR – O melhor resultado eleitoral da esquerda nos últimos 24 anos foi registrado em 2012. Naquele ano, as siglas esquerdistas tiveram 1.523 prefeitos eleitos. Depois, foi queda livre. Em 2016, foram 1.184 prefeitos eleitos e, nas últimas eleições, só 852. Os resultados de anos anteriores podem ser vistos como baliza para o que esperar em 2024.

MENORES – Os partidos de esquerda estão bem mais ausentes em cidades de até 10 mil habitantes. Só 37% desses municípios têm um candidato a prefeito filiado a partidos esquerdistas concorrendo nas eleições de 2024. O PT foi um dos partidos que mais perderam gordura eleitoral.

MAIORES – As siglas esquerdistas estão na disputa em 96% dos municípios com mais de 200 mil habitantes. Já no grupo de 103 cidades que terão 2º turno (aquelas com mais de 200 mil eleitores), só uma, Parauapebas (PA), não tem uma sigla esquerdista no páreo. Mais de dois terços das cidades do Rio Grande do Norte, Goiás e Mato Grosso do Sul não têm partidos esquerdistas concorrendo à Prefeitura. Na outra ponta está o Ceará, com 87% das cidades sendo disputadas por esquerdistas.

Perguntar não ofende: O que houve com a esquerda brasileira para definhar tanto?

Advogado de agressor aponta rixa

O comerciante Nelson do Consórcio, responsável pela facada desferida no prefeito de Sertânia, Ângelo Ferreira (PSB), quinta-feira passada, no meio da tarde no centro daquela cidade, deve se entregar à polícia nos próximos dias, segundo o seu advogado Cláudio Soares.

Ele está foragido desde o momento da tentativa de homicídio, sem que a polícia tenha descoberto qualquer pista sobre o seu paradeiro. Mas por orientação do advogado, vai se entregar porque a prisão foi decretada pela justiça, “mesmo não tendo o acusado amplo direito de defesa”, segundo Soares.

Quando o agressor se entregar, será preso e mais na frente submetido a júri popular por tentativa de homicídio. A estratégia do advogado está sustentada na versão de que não houve uma tentativa de homicídio, “mas apenas uma lesão”, segundo as palavras do advogado.

Na entrevista que concedeu, ontem, ao Frente a Frente, programa que ancoro pela Rede Nordeste de Rádio, formada por 48 emissoras em Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, Cláudio Soares disse que não houve motivação política no episódio.

Relatou uma rixa antiga entre agressor e agredido, desde 2016, chegando a citar que Nelson, o agressor, já teria, inclusive, votado em Ângelo em uma ocasião e que há uma sobrinha dele que trabalha como secretária do prefeito. “Não há crime político. A motivação não foi essa. Tanto que um sobrinho do prefeito deu entrevista à Rádio Pajeú, de Afogados da Ingazeira, afirmando que o caso se deu por motivos pessoais”, disse o advogado.

Ele só não adiantou quando o acusado vai de fato se entregar. “Fui contratado ontem, estou levantando as informações e conversando com a família. Já estive em Sertânia e as primeiras informações que levantei sobre o caso diferem muito do que foi até o momento noticiado”, disse. Para Soares, Nelson do Consórcio é um homem de bem, tem uma família estruturada e só agrediu o prefeito porque foi provocado.

Mas não é esta a versão que se ouve na cidade. O que se divulgou, em relação ao episódio, é que o prefeito apenas cumprimentou o agressor quando se dirigia à agência do Banco do Brasil e foi surpreendido com a facada. Entre as testemunhas, o secretário Neto Cajueiro, do primeiro escalão municipal.

Alta hospitalar – O prefeito Ângelo Ferreira (PSB) recebeu alta, ontem, da cirurgia no abdômen a que se submeteu no hospital Memorial Arcoverde, quinta-feira passada, depois de ser esfaqueado pelo comerciante Nelson do Consórcio. Segundo familiares, seu processo de recuperação exige repouso de pelo menos duas semanas, o que fará no Recife ao lado da sua família. No dia seguinte à cirurgia, Ângelo gravou um vídeo e disse ter sido vítima da intolerância política.

Protesto em Tabira – Em Tabira, no Sertão do Pajeú, alunos da rede estadual de ensino foram surpreendidos, ontem, com uma troca de última hora da empresa responsável pelo transporte escolar. “A nova empresa não tem a menor qualificação”, relata o vereador Kléber Paulino (PSB), que exibiu pelas redes sociais fotos e vídeos dos ônibus em péssimas condições de manutenção, o que gerou protesto por parte dos estudantes que estavam acostumados a andar em ônibus confortáveis, limpos e em boa manutenção.

Auxílio moradia – O projeto de Lei foi aprovado, ontem pela Alepe, reajusta o valor do Auxílio Moradia pago pelo Governo de Pernambuco de R$ 200 para R$ 350. Na mesma sessão, os deputados estaduais também aprovaram a inclusão de 174 famílias no benefício. São 133 residentes em prédios-caixão que estão condenados no Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista e Camaragibe, e outros 41 que moram no bairro de Santo Amaro, na capital pernambucana. Para receber o auxílio, as famílias precisam não possuir outro imóvel, não ser beneficiária de outro programa habitacional, não ocupar área de terceiros de forma irregular e ter renda de até dois salários-mínimos.

Maior PIB mundial – O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil teve o 2º maior crescimento no mundo no 2º trimestre de 2024 em comparação com o 1º trimestre. A economia brasileira avançou 1,4% e só ficou atrás do Peru, que avançou 2,4% no mesmo período. O levantamento foi realizado pela Austin Rating. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou, ontem, o resultado. O desempenho foi puxado pela indústria, que cresceu 1,8% no 2º trimestre em relação ao 1º trimestre.

Impeachment de Moraes– A oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende apresentar um requerimento de urgência junto com o pedido de impeachment do ministro do STF, Alexandre de Moraes, na próxima segunda-feira, segundo o senador Eduardo Girāo (Novo-CE) disse ao site Poder360. A oposição, conforme revelou, quer obstruir a pauta do Senado se o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ignorar a urgência da apreciação do pedido de impeachment, que partirá da Câmara dos Deputados. Cerca de 150 congressistas da Casa Baixa já aderiram à iniciativa.

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PETIÇÃO – Paralelo a isso, uma petição pública já reúne 1,3 milhão de assinaturas pedindo a deposição do magistrado. A expectativa é que o número aumente depois das manifestações do 7 de Setembro.  O senador disse ainda que o pedido de impeachment tem de vir da Câmara para não configurar conflito de interesse dos senadores, já que os congressistas da Casa Alta são responsáveis por julgar o impeachment dos ministros da Suprema Corte.

SEM VOTOS – Procurado, o senador Jorge Seif (PL-SC) afirmou que a oposição não tem votos para abrir o processo de impeachment. “Nāo temos nem maioria simples [41 votos] para abrir o processo de impeachment “, disse Seif. Para retirar um ministro do STF na Casa Alta, são necessários 54 votos dos 81 senadores (2/3 do total).

SABATINA – Depois de o presidente da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), Vanderlan Cardoso (PSD-GO), anunciar que pretende realizar a sabatina de Gabriel Galípolo, indicado pelo governo para presidir o BC (Banco Central), no dia 17 de setembro, o Poder360 apurou que o processo só ocorrerá em outubro.  A data prevista anteriormente por Vanderlan coincide com a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que será realizada nos dias 17 e 18 de setembro.

Perguntar não ofende: O que o advogado do prefeito de Sertânia vai responder sobre a versão do advogado do agressor?

No Fórum, as boas novas de Alckmin  

O grupo pernambucano EQM, liderado pelo empresário Eduardo Monteiro, fez um gol de placa, ontem, com a promoção do 13º Fórum Nordeste, no Recife, que contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), da governadora Raquel Lyra (PSDB), do prefeito João Campos (PSB), os ministros José Múcio Monteiro (Defesa) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), além dos senadores Humberto Costa (PT) e Fernando Dueire (MDB).

Estrela do evento, super concorrido, Alckmin, na condição de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, trouxe boas notícias para o agronegócio nordestino e do País. Afirmou que o programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação) já habilitou 121 empresas, autorizadas a receber créditos financeiros como contrapartida de investimentos em inovação e descarbonização na indústria automotiva.

A notícia foi um dos destaques do eixo Sustentabilidade da Nova Indústria Brasil, a política industrial lançada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro deste ano. Alckmin apresentou os eixos da NIB e os avanços já obtidos aos participantes do fórum, que é promovido pelo Grupo EQM e contou com a presença de cerca de 500 executivos das áreas de etanol, biocombustíveis, investidores, comunidade acadêmica e autoridades, além do presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Ricardo Capelli.

O Fórum discutiu a descarbonização da economia, transição energética e novos negócios na área. Ainda sobre o Mover, o vice-presidente celebrou o fato de o programa ter impulsionado investimentos privados de R$ 130 bilhões da indústria automotiva no Brasil. “Todas [as montadoras] praticamente já investiram.  E foram R$ 12 bilhões somente aqui em Goiana”, lembrou. O município de Goiana é sede do polo automotivo da Stellantis.

Alckmin lembrou que, no ano passado, o governo brasileiro acabou com a isenção de Imposto de Importação do etanol, que privilegiava os produtores dos Estados Unidos, prejudicando a indústria local de açúcar e etanol. A medida contribuiu para o fortalecimento dessa indústria no Brasil, em especial na região Nordeste.

Combustível do futuro – Ainda no eixo Sustentabilidade, foco do fórum, o vice-presidente e ministro destacou, entre outros, o projeto de lei do Combustível do Futuro, prestes a ser aprovado no Congresso, e que dará grande impulso aos biocombustíveis. “Prevê biogás, o bioetanol, o SAF, biodiesel, etanol, enfim, ele vem ao encontro do compromisso do Brasil com o combate às mudanças climáticas e a descarbonização ou desfossilização, que é o que nós todos desejamos”, disse Alckmin.

Transição energética – Presidente do Grupo EQM, o empresário Eduardo Monteiro homenageou Geraldo Alckmin com uma placa. E em seu discurso, afirmou: “É o nosso 13º evento fora do eixo Centro-Sul, com a preocupação de trazer a discussão da transição energética, questão importantíssima no mundo que é a emergência climática. Este é um fórum de discussão sobre essa agenda excepcionalmente importante que é a economia de baixo carbono, de transição energética e de enfrentamento e convivência com as emergências climáticas”.

Registro de patentes – No eixo inovação, o vice-presidente anunciou avanços na redução do prazo de avaliação de registro de patentes no País. “O INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) estava levando quase sete anos para registrar uma patente. Reduzimos para 4,5 anos. No ano que vem, chegaremos a três anos e, em 2026, a dois anos, que é o padrão internacional”, afirmou Alckmin. No eixo de competitividade, foram destaques a criação da Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD) e o programa Depreciação Acelerada, que permitirá a modernização do parque fabril do País. Segundo Alckmin, até o final desta semana deve sair a definição dos setores industriais a serem contemplados.

Desburocratização – Na sua fala no Fórum Nordeste, o vice-presidente ainda reforçou a importância da desburocratização em curso para simplificar e reduzir custos no processo exportador. Entre os avanços, segundo ele, estão o Portal Único de Comércio Exterior e a Licença Flex, que permite que uma mesma licença sirva para várias operações. “Essa desburocratização é extremamente relevante para a gente reduzir custos e poder avançar ainda mais”, destacou.

Produção mais sustentável – Bastante aplaudida no Fórum, a governadora Raquel Lyra (PSDB) aproveitou para fazer um balanço da sua gestão na área de infraestrutura e meio-ambiente, destacando: “Mais uma vez o Governo de Pernambuco se faz presente com todo o seu time no 13º Fórum Nordeste. Quero parabenizar Eduardo Monteiro e a Folha de Pernambuco por trazer para o Recife, para a discussão no Nordeste, um tema tão relevante. O mundo inteiro fala sobre isso, uma transição para economia verde, de emissão de baixo carbono, que garanta que a gente possa produzir de maneira mais sustentável”.

CURTAS

LIMPA– Do prefeito João Campos no Fórum: “É muito importante a gente ter um fórum para discutir energias renováveis na nossa cidade, na nossa região, entendendo que o Recife já tem uma matriz de energia limpa e a gente tem uma potência econômica aqui em Pernambuco e no Nordeste, que é o etanol”.

MERCADO – A vice-governadora Priscila Krause disse que o Fórum Nordeste já é um evento absolutamente consolidado. “E traz as maiores autoridades no assunto de energias renováveis para debater o que a gente tem de melhor, de mais moderno, as tendências de mercado, como o Nordeste se coloca diante do Brasil e do mundo nesse contexto”, afirmou.

SINTONIA – De Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar: “O Fórum Nordeste tem uma importância significativa e vem se credenciando nessa agenda nacional da descarbonização. Nesta etapa, mantém uma sintonia com o que poderá ocorrer na reunião de cúpula do G20, no Rio de Janeiro, e na COP, no próximo ano, em Belém do Pará, onde serão abordadas as prevenções dos desastres climáticos que têm afetado de forma negativa toda a humanidade”.

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Ducha fria na equipe econômica

Em ano eleitoral, especialmente envolvendo a disputa municipal, como neste ano, o Congresso deixa de funcionar, literalmente. Nem os esforços concentrados definidos em acordo com os líderes partidários estão obtendo quórum. Esta semana haverá mais um, de terça a quinta-feira, mas de resultado duvidoso.

Em meio a isso, o Governo Lula enviou um projeto, em caráter de urgência, para aumentar a arrecadação por meio da elevação de tributos sobre lucro das empresas e distribuição a acionistas. Trata-se de uma parte do esforço do governo para atingir a meta de déficit fiscal zero em 2025.

A expectativa é obter uma arrecadação adicional de 32,5 bilhões de reais entre 2025 e 2027, dos quais 21 bilhões viriam no ano que vem, mas o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já jogou um balde de água fria na iniciativa da equipe econômica. Disse ser quase impossível o Congresso aprovar.

“Não acho que esse debate de se enviar um projeto com urgência constitucional, sem discussão prévia, possa ter liga no Congresso Nacional”, afirmou Lira no evento Expert XP, em São Paulo, sábado passado. “Portanto, discussão de JCP e CSLL para aumento de arrecadação, para cumprir a meta, é improvável que seja aprovada, é quase impossível que seja aprovada”, reafirmou.

Segundo o líder do Centrão, “qualquer aumento de imposto hoje no Congresso Nacional tem muita resistência em ser aprovado”. O texto busca elevar provisoriamente a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, a CSLL, incidente sobre os lucros das pessoas jurídicas, e os Juros sobre Capital Próprio, o JCP, que são uma forma de remuneração paga pelas companhias aos seus acionistas, além dos dividendos.

A proposta chegou ao Legislativo em caráter de urgência constitucional: se não houver deliberação em até 45 dias, ele travará a pauta da Câmara, o que naturalmente deverá ocorrer, mas não por falta de aviso de quem conhece a Casa melhor do que ninguém, um presidente que costuma criar problemas para o Governo quando seus interesses são contrariados.

Entre amigos – Ainda durante a sua fala com jornalistas em São Paulo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que não dará um cavalo de pau na escolha de seu sucessor ao comando da Casa e, sem falar qual nome apoiará, declarou que a eleição se trata de uma “sucessão entre amigos”. “É óbvio que ninguém vai dar um cavalo de pau, qualquer nome que seja escolhido entre os três”, disse durante evento da XP em São Paulo. Há expectativa de quem Lira encampará na eleição, que será realizada em fevereiro de 2025: Elmar Nascimento (União Brasil-BA), Marcos Pereira (Republicanos-SP) ou Antonio Brito (PSD-BA).

Elmar, o preferido de Lira – O favorito de Lira é Elmar Nascimento (UB-BA), seu aliado político, em quem aposta para manter sua influência depois de deixar a presidência da Câmara.  Elmar, que já é líder do União Brasil, assumiu em 14 de agosto o comando do maior bloco da Casa, que representa 161 congressistas. Formado por União Brasil, PP, PSDB, Cidadania, PDT, Avante, Solidariedade e PRD, o grupo é conhecido no Congresso como “blocão” do Lira. A confiança de Elmar para ser o próximo presidente da Câmara aumentou depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que não opinará na eleição.

Alerta do Santuário – O Santuário do Morro da Conceição informou, ontem, que “pessoas de má fé” estão se aproveitando do desabamento que deixou duas pessoas mortas e 25 feridas na última sexta-feira para aplicar golpes. “O Santuário do Morro da Conceição não está pedindo dinheiro. Nossa preocupação neste momento é acolher as vítimas deste desastre”, informou o Santuário, em nota. “Pessoas de má fé estão se aproveitando do fato para roubar usando o nome da nossa igreja. Já estamos acionando os meios jurídicos para essa ação criminosa”, complementou.

Placas solares, prováveis causas – As pesadas placas de energia solar continuam sendo as pistas mais certeiras para se chegar à causa do desabamento do teto da igreja do Morro da Conceição. Segundo uma postagem do perfil da igreja no Instagram, o equipamento foi instalado há uma semana. Ao todo, 130 placas de energia solar foram colocadas no telhado da igreja, com aproximadamente 30 quilos cada uma. Ou seja: um peso de quase quatro toneladas sobre a igreja. A empresa que instalou as placas solares, a SunBrasil, garante que tinha laudo estrutural autorizando a obra e apontou que, na data do acidente, havia um aviso meteorológico informando “força excessiva dos ventos”.

Memorial Arcoverde, o melhor do Sertão – Atingido por uma facada na última quinta-feira, o prefeito de Sertânia, Ângelo Ferreira (PSB), não precisou ser levado, às pressas, para o Recife. A cirurgia a que se submeteu no abdome, local da perfuração, foi feita com extremo sucesso no Hospital Memorial, em Arcoverde, um dos melhores do Estado, não só em equipamentos e estrutura, mas em recursos humanos. Responsável pela intervenção, o médico Rogério Lima é um dos mais qualificados cirurgiões do Estado, assim como o anestesista Igor Rondelli. Eles integram equipe da unidade hospitalar comandada pelo diretor-presidente Joaquim Lucena, que deu total assistência durante a cirurgia, sendo providencial a sua ação para evitar que o prefeito viesse a ser levado para um centro mais avançado em saúde, como o Recife.

CURTAS

ALTA– Segundo familiares que acompanham a recuperação de Ângelo Ferreira em Arcoverde, ele deve receber alta hoje. Disseram que o prefeito está muito bem, animado e só pensa em voltar para Sertânia. Mas, por enquanto, impedido de mergulhar na campanha, segundo determinação médica.

FORAGIDO – Quanto ao agressor Nelson do Consórcio, responsável pela facada no prefeito, não há notícias do seu paradeiro. Pelo menos até ontem, 72 horas após a tentativa de homicídio, a polícia ainda não havia se manifestado sobre as buscas e sua possível prisão.

WELLINGTON COM ZECA – Arcoverde já vive uma campanha aquecida. No seu segundo guia no rádio, a candidata do PSB, Madalena Brito, jogou no ar um áudio sarcástico e bem-humorado apontando que o prefeito Wellington Maciel (MDB), campeão em rejeição no Estado, está apoiando o candidato do Podemos, Zeca Cavalcanti.

Perguntar não ofende: Em Arcoverde, o prefeito é um bom cabo eleitoral, com 80% de reprovação?