STF mantém regras que destinam 30% dos fundos eleitorais para candidaturas de pessoas pretas e pardas

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve a validade da destinação de 30% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas e do Fundo Partidário para candidaturas de pessoas pretas e pardas. O ministro indeferiu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para suspender a regra.

A destinação foi introduzida este ano pela Emenda Constitucional (EC) 133/2024. Na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7707, a PGR alega, entre outros pontos, que, antes da EC 133, normas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) destinavam o quantitativo mínimo de 30% dessas verbas para pessoas pretas e pardas, ou seja, o percentual não era um teto para aplicação dos recursos. Por isso, defende que ele não seja interpretado como um limite, mas um marco obrigatório mínimo.

Ação afirmativa

Ao indeferir a liminar, Zanin considerou equivocada a premissa da PGR sobre o quantitativo mínimo, pois não há essa previsão na Resolução TSE 23.605/2019, com a redação dada pela Resolução TSE 23.664/2021. “Apesar de exigir proporcionalidade na destinação dos recursos para essas candidaturas, não havia previsão normativa de percentual fixo, ao contrário das candidaturas femininas”, explicou.

O ministro lembrou ainda que a EC 133 é produto de diálogo institucional entre os Poderes Legislativo e Judiciário e contou com apoio de parlamentares de partidos de diversos espectros políticos. “Trata-se, na verdade, da primeira ação afirmativa nessa matéria realizada no plano legislativo, implementada pelo Congresso Nacional”, afirmou.

Por fim, o ministro Zanin afastou a alegação da PGR de violação ao princípio da anterioridade eleitoral. Esse princípio prevê que as normas que alterem o processo eleitoral somente podem ser aplicadas a eleições que ocorram após um ano da data de sua vigência. Para o relator, a norma deve ser aplicada imediatamente, pois aperfeiçoou as regras de financiamento eleitoral em favor de grupos historicamente subrepresentados, sem romper com o sistema anterior.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o pastor Silas Malafaia lideram a oposição em ato neste sábado (7) na Avenida Paulista, em São Paulo, para pressionar pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e para medir forças políticas com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os trios elétricos ficarão localizados na intersecção da avenida Paulista com a rua Peixoto Gomide, na altura do Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand). O ato está marcado para começar às 14h, com uma breve declaração da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Segundo Malafaia, que bancará os trios, Bolsonaro será o último a discursar.

No vídeo em que fez a convocação para o ato, divulgado em 28 de agosto, o ex-chefe do Executivo pediu anistia para os presos do 8 de Janeiro, o qual afirmou que será o “foco do movimento”. Bolsonaro não citou Moraes.

Declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até 2030 por ataques ao sistema eleitoral, o ex-presidente foi indiciado pela PF (Polícia Federal) em inquéritos sobre a venda de joias no exterior e a falsificação de certificados de vacinas contra a covid-19.

Ao Poder360, o pastor Malafaia disse que, com recursos próprios, alugou 2 trios elétricos, onde ele, Bolsonaro e as autoridades presentes subirão. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da capital paulista e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB) participarão. Pablo Marçal (PRTB) também deve ir, mas até a noite de ontem (6), não havia confirmado presença. 

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), espera a solidificação do apoio de Bolsonaro à sua candidatura. Mas o avanço de Marçal na disputa divide o apoio da ala bolsonarista. 

Os aliados de Bolsonaro, segundo apurou o Poder360, esperam repetir os números do ato realizado em 25 de fevereiro de 2024, também na av. Paulista. Na ocasião, o levantamento deste jornal digital mostrou que havia de 300 mil a 350 mil pessoas. 

Um dia após a ONG Me Too Brasil afirmar ter recebido denúncias de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, demitido há pouco pelo presidente Lula, a professora Isabel Rodrigues publicou um vídeo nas redes sociais na qual afirma ter sido vítima dele durante uma reunião, há cinco anos. Almeida nega as acusações da entidade. Procurada, sua defesa afirmou que não iria comentar por não ter conhecimento dos fatos narrados pela professora.

Isabel é professora da Fundação Santo André, coordenadora pedagógica de uma escola pública de São Bernardo do Campo e candidata a vereadora em Santo André (SP). Ela disse que decidiu vir a público para falar sobre a violência sofrida em 2019 para fazer coro às denúncias já feitas contra o ministro ao movimento Me Too Brasil.

Confira o vídeo abaixo

Após o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, ser demitido do cargo, acusado de assediar diversas mulheres. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, uma das possíveis vítimas, se posicionou pela primeira vez por meio de nota publicada em suas redes sociais.

Confira a nota na íntegra:

Hoje eu venho aqui como mulher negra, mãe de meninas, filha, além de ministra de Estado da Igualdade Racial. Eu conheço na pele os desafios de acessar e permanecer em um espaço de poder para construir um País mais justo e menos desigual. 

Desde 2018, dedico minha vida para que todas as mulheres e pessoas negras possam estar em qualquer lugar sem serem interrompidas.

Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula e agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebi. Tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger, pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência.

Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada. 

Sabemos o quanto mulheres e meninas sofrem todos os dias com assédios em seus trabalhos, nos transportes, nas escolas, dentro de casa. E posso afirmar até aqui, que o enfrentamento a toda e qualquer prática de violência é um compromisso permanente deste governo.

Sigo firme nos passos que me trouxeram até aqui, confiante nos valores que me movem e na minha missão de trabalhar por um Brasil justo e seguro para todas as pessoas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu demitir, há pouco, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. Segundo nota do governo, Lula considerou “insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”.

“Diante das graves denúncias contra o ministro Silvio Almeida e depois de convocá-lo para uma conversa no Palácio do Planalto, no início da noite desta sexta-feira (6), o presidente Lula decidiu pela demissão do titular da Pasta de Direitos Humanos e Cidadania”, disse a nota do governo.

No comunicado, o governo disse reiterar “seu compromisso com os Direitos Humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada”.

A decisão ocorre menos de 24 horas depois de virem a público denúncias de que ele teria cometido assédio sexual.

Antes da decisão, Almeida foi ouvido por ministros do governo para apresentar sua defesa. Mais cedo, durante entrevista à Radio Difusora de Goiânia, Lula tinha dito que alguém que “pratica assédio” não ficaria em seu governo.

“O que eu posso antecipar a vocês é que alguém que pratica assédio não vai ficar no governo. Eu preciso ter o bom senso aqui de que é preciso que a gente permita o direito à defesa. A presunção de inocência a quem tem direito a se defender”, disse.

Da CNN

Considerado o maior evento de inovação e tecnologia para a saúde do Brasil, o MV Experience Fórum 2024 reuniu nesta semana centenas de profissionais da saúde, gestores e especialistas em tecnologia e inovação, onde compartilharam conhecimentos sobre as melhores práticas de transformação na saúde digital.

O evento, que contou com a participação do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, foi realizado na quarta (4) e na quinta-feira (5), no Transamérica Expo Center, em São Paulo. Os desafios para a saúde digital nos próximos 10 anos e a discussão das tendências em inovação e tecnologia do setor foram os destaques da abertura do fórum.

Por meio de sua conta no Linkedin, o CEO e fundador da MV, Paulo Magnus, afirmou que “o futuro dos brasileiros passa pela saúde suplementar”. Ele destacou ainda que o MV Experience proporcionou um debate excelente e extremamente rico sobre os caminhos para a sustentabilidade da saúde suplementar brasileira.

“Sabemos dos diversos desafios que a saúde brasileira enfrenta em questão de tecnologia, demografia, investimentos e políticas públicas e momentos como esse são importantíssimos para entender o passado, o presente e o futuro da saúde brasileira e o acesso à saúde dos brasileiros”, pontuou.

Após denúncias de supostos casos de assédio sexual envolvendo o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, servidores da pasta foram coagidos a assinar um manifesto em defesa do auxiliar palaciano. Segundo apuração de O Antagonista, não somente o ministro teria assediado moralmente alguns servidores como também a sua chefe de gabinete, Marina Basso Lacerda, e a secretária executiva Rita Cristina de Oliveira.

No manifesto, compartilhado em um grupo de WhatsApp de servidores do ministério chamado “Povo dos DH” há o seguinte apelo em prol do ministro dos direitos humanos.

“Olá gente querida. Desculpe escrever essa hora. É que o racismo de indivíduos maliciosos e instituições midiáticas não nos deixam descansar justa e pacificamente. Imagino que alguns e algumas de vocês viram a matéria publicada, irresponsavelmente, pelo Uol, fazendo ilações a respeito do ministro Silvio que, nem de longe, correspondem a realidade”, escreveu um assessor cuja identidade vamos preservar.

Ele continuou pedindo assinaturas em apoio ao ministro. “Contra mentiras e ofensas a gente se organiza e restabelece a verdade. Se você se sentiu ofendido e também quer demonstrar solidariedade ao ministro Silvio Almeida, bora de assinatura”.

Segundo informações do Diário Oficial, dos 27 desligamentos ocorridos em 2024, 18 foram a pedido dos próprios servidores.

As saídas no primeiro semestre incluem a de duas diretoras, cinco coordenadoras-gerais e 16 coordenadores, indicando uma alta rotatividade de cargos de liderança. Entre os desligamentos, seis funcionários não completaram sequer seis meses na equipe, enquanto outros oito permaneceram menos de um ano. O cenário reflete um ambiente de instabilidade e insegurança, segundo fontes ligadas ao órgão.

A chefe de gabinete do ministro, Marina Basso Lacerda, e a secretária-executiva, Rita Cristina de Oliveira, são apontadas pelas fontes, que preferiram não se identificar, como as principais responsáveis pela pressão sobre os servidores.

Lacerda, servidora de carreira da Câmara dos Deputados, atua na área de direitos humanos e é considerada “mais do que rigorosa” em suas cobranças. Oliveira, Defensora Pública da União, assume a função de substituir o ministro na sua ausência e é vista como uma figura central na gestão da equipe.

Do site O Antagonista

Morreu nesta sexta-feira o pianista, compositor e arranjador Sergio Mendes, grande nome do samba-jazz conhecido por levar a música brasileira para o exterior. Nascido em Niterói, no Riod e Janeiro, em 1941, Mendes começou sua carreira musical ao lado de grandes artistas como Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Baden Powell. Em 1964, se mudou para Los Angeles, nos Estados Unidos, com a cantora e sua mulher Gracinha Leporace, fugindo da perseguição da ditadura militar.

Da Folha de São Paulo

O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, enfrenta uma crescente crise com os servidores, que estão em greve há 50 dias. Após tentar reprimir o movimento com cortes de ponto e medidas judiciais contra a greve, Stefanutto viu sua liderança ser duramente questionada.

Representantes dos grevistas ocuparam o 10º andar, onde fica a sala da presidência, em busca de diálogo, mas foram ignorados enquanto o presidente permaneceu trancado em seu escritório durante a noite. O episódio gerou repercussão nas redes sociais, e a pressão resultou na suspensão das medidas repressivas, ainda que não tenham sido totalmente revogadas.

Os servidores do INSS têm reivindicado mudanças profundas em suas condições de trabalho e na estrutura de suas carreiras. Entre os principais pedidos está o reconhecimento da carreira como essencial ou típica de Estado, o que traria maior estabilidade e valorização para a categoria.

Um vídeo onde servidores em greve se queixam do corte do ponto circula nas redes sociais. Assista:

Outra demanda é a elevação da escolaridade exigida para o ingresso na carreira, buscando melhorar o nível de qualificação dos profissionais. Além disso, eles exigem uma reestruturação das tabelas remuneratórias, visto que o vencimento básico da categoria está abaixo do salário-mínimo.

Os grevistas também apontam que o acordo feito durante o governo Bolsonaro, que previa melhorias para a classe, vem sendo sistematicamente descumprido. O descontentamento é agravado pelo fato de o acordo da greve atual ter sido assinado por uma entidade que não realizou assembleias nem consultou a categoria antes de fechar o documento, o que levou à continuidade da greve.

A insatisfação com Stefanutto cresceu entre os servidores, que agora pedem sua saída. Com o endurecimento das ações contra os grevistas, os servidores passaram a se apoiar financeiramente por meio de doações entre si, diante dos descontos salariais impostos.

Além disso, um vídeo publicado por Stefanutto declarando o “fim da greve” e ameaçando os grevistas gerou grande repercussão negativa, forçando o presidente a desabilitar os comentários. A gestão do INSS tem sido criticada pela falta de transparência e diálogo, enquanto Stefanutto enfrenta a acusação de ser autoritário e favorecido pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Muitos servidores questionam se o governo Lula permitirá que essa gestão continue conduzindo as relações trabalhistas no INSS.

O presidente Lula (PT) afirmou nesta sexta-feira (6) que membros de seu governo que cometem assédio sexual não permanecerão no cargo e indicou a demissão do ministro Silvio Almeida, titular dos Direitos Humanos.

O mandatário afirmou que vai ouvir todos os envolvidos, dar oportunidade para a defesa do ministro, mas acrescentou que “não é possível a continuidade no governo” de alguém que esteja sendo alvo de acusação de assédio sexual.

“O que eu posso antecipar para você é o seguinte: alguém que pratica assédio não vai ficar no governo. Eu só tenho que ter o bom senso de que é preciso que a gente permita o direito à defesa, à presunção de inocência. Ele tem o direito de se defender “, afirmou o presidente.

“Então é o seguinte: vamos ter que apurar corretamente, mas eu acho que não é possível a continuidade no governo, porque o governo não vai fazer jus ao seu discurso, à defesa das mulheres, inclusive dos direitos humanos, com alguém que esteja sendo acusado de assédio”, acrescentou.

Lula deu entrevista conjunta para a rádio Difusora FM, rádio Vale FM e para a televisão Divido Pai Eterno, de Goiância (GO). O presidente está na capital goiana para a inauguração de um corredor de ônibus e para anúncio de investimentos.

O presidente logo no início da entrevista avisou que teria que estar de volta a Brasília para uma reunião com os ministros Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Vinicius Carvalho (Controladoria-Geral da União) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) e que depois iria “discutir um assunto delicado”.

Ao ser questionado a retornar ao assunto, o presidente também disse que está numa “briga danada” contra a violência contra as mulheres e que seu governo tem como prioridade colocá-las como uma parte importante da política nacional. “Então eu não posso permitir que tenha assédio.”

Lula então acrescentou que o caso será investigado por diversas instâncias de seu governo, como a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União, além do Ministério Público Federal. Também disse que a Comissão de Ética da Presidência também abrirá o procedimento.

O presidente também foi questionado sobre a postagem da primeira-dama Janja, com uma foto dela beijando a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

“O motivo de uma foto da Janja com a Anielle é a demonstração inequívoca que as mulheres estão com as mulheres. E é o normal. Não tem nenhuma mulher que fique favorável a alguém que seja denunciado de assédio”, acrescentou.

Da Folha de São Paulo.