Ramagem afirma que gravou reunião a pedido de Bolsonaro

Em depoimento à Polícia Federal, o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), disse que gravou a reunião de Jair Bolsonaro com as advogadas do senador Flávio Bolsonaro (PL-SP) a pedido do próprio ex-presidente. Ele prestou esclarecimentos, ontem, por quase 7 horas, na sede da PF do Rio de Janeiro.

Segundo Ramagem, a gravação serviria de prova, caso existisse alguma proposta ilícita por parte das advogadas Luciana Pires e Juliana Bierrenbach. O encontro ocorreu em 25 de agosto de 2020. O então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), Augusto Heleno, também participou da reunião.

A queda do sigilo da gravação mostrou que Jair Bolsonaro discutiu com aliados sobre um plano para blindar Flávio no inquérito em que ele foi denunciado por um suposto esquema de “rachadinha” (desviar recursos de seu gabinete) na época em que o congressista era deputado na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

O plano deles consistia em descredibilizar os auditores da Receita Federal envolvidos no processo contra o filho do ex-presidente. Na gravação, Ramagem propõe abrir procedimentos administrativos contra os auditores fiscais que investigaram o senador para anular as investigações, e Bolsonaro concorda. A estratégia foi posta em prática, e o processo contra Flávio foi arquivado em 2022.

Do Correio Braziliense.

Num dia de tensão no Brasil e no exterior, o dólar aproximou-se nesta quinta-feira de R$ 5,60. A Bolsa de Valores (B3) caiu mais de 1% e recuou para os 127 mil pontos.

O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 5,587, com alta de R$ 0,104 (+1,89%). A cotação subiu durante todo o dia até encerrar perto de valores máximos.

Com o desempenho de hoje, a moeda norte-americana, que até ontem acumulava queda em julho, passou a registrar estabilidade no mês. Em 2024, a divisa subiu 15,12%.

No mercado de ações, o dia também foi tenso. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 127.652 pontos, com queda de 1,39%. A bolsa brasileira acompanhou o movimento no Brasil e no exterior.

Em todo o planeta, as bolsas tiveram hoje forte queda por causa do desabamento de ações de empresas de inteligência artificial. Além disso, o dólar voltou a subir perante moedas de países emergentes, como o Brasil, com a alta das taxas dos títulos do Tesouro norte-americano.

No cenário doméstico, o dia foi dominado pelas tensões em torno dos cortes no Orçamento de 2024, que serão anunciados na próxima segunda-feira. No início da noite, após o fechamento do mercado brasileiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um corte de R$ 15 bilhões no Orçamento, após a reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO).

Com informações da Agência Brasil.

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou nesta quinta-feira (18) que haverá bloqueio de R$ 11,2 bilhões e contingenciamento de R$ 3,8 bilhões no Orçamento deste ano no relatório bimestral de receitas e despesas que será publicado na próxima segunda-feira (22).

“Nós vamos ter que fazer uma contenção de R$ 15 bilhões para manter o ritmo do cumprimento do arcabouço fiscal até o final do ano”, disse Haddad. Ele disse, ainda, que o detalhamento será feito no relatório de receitas e despesas. Segundo ele, o anúncio desta quinta é para “evitar especulação”.

A declaração ocorre depois de uma reunião dos ministros que integram a JEO (Junta de Execução Orçamentária) com o presidente Lula (PT). Além de Haddad, participam da reunião os ministros Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Rui Costa (Casa Civil) e Esther Dweck (Gestão e Inovação) —integrantes da JEO (Junta Econômica Orçamentária).

Da Folha de São Paulo.

O Governo Federal, através do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), criou uma comissão multidisciplinar para avaliar e propor melhorias no transporte aéreo de animais. A portaria Nº 15046 foi assinada nesta quinta-feira pelo diretor-presidente da Anac, Tiago Pereira, e pelo ministro Silvio Costa Filho.

A comissão, coordenada pela Anac, busca estabelecer padrões de segurança e sustentabilidade para o transporte de pets, alinhando-se às boa práticas internacionais.

“Quando a gente olha as legislações hoje na Europa, nos Estados Unidos e outros países, há de fato um déficit real de legislações que dialogam com a ajuda de proteção animal, de transporte aéreo, de segurança. Então, o Brasil pode dar um exemplo ao mundo dessa própria legislação brasileira e a regulamentação”, afirmou o ministro Silvio Costa Filho.

O governo do presidente Lula (PT) determinou sigilo de 100 anos na declaração de conflito de interesses do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

O documento é apresentado por autoridades à Comissão de Ética da Presidência da República e contém informações fiscais, bancárias, pessoais e patrimoniais de autoridades públicas.

Além disso, a listagem engloba também a existência de cônjuge, de companheiro ou de parente com atividades que possam suscitar conflito de interesses e a relação das atividades privadas exercidas no ano antes de assumir o cargo, entre outras informações.

A decisão foi tomada pela Comissão Mista de Reavaliação de Informações (CMRI), última instância recursal no Executivo federal para pedidos feitos com base na LAI (Lei de Acesso à Informação). Ela manteve o entendimento da CGU (Controladoria-Geral da União) de que as informações se referem à vida privada do ministro e por isso têm sigilo de 100 anos.

“Os dados pessoais presentes no documento são de acesso restrito visto que se referem a aspectos da vida privada e intimidade do titular e, portanto, não publicizáveis, independentemente de classificação das informações e pelo prazo máximo de 100 anos, a contar da sua data de produção”, diz a decisão.

A CMRI é composta por titulares de dez ministérios. Os membros titulares da comissão são os ministros da Casa Civil , Justiça, Relações Exteriores, Defesa, Fazenda, Direitos Humanos, Segurança Institucional da Presidência, Advocacia-Geral da União e Gestão e Inovação em Serviços Públicos. Os suplentes são servidores da pasta.

O sigilo de 100 anos é previsto na LAI para caso de informações privadas. O mecanismo foi usado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que expandiu o entendimento para ocultar informações públicas.

Da Folha de São Paulo.

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, assinou, nesta quinta-feira, sua filiação ao Partido dos Trabalhadores (PT). Randolfe retorna ao partido ao qual foi filiado de 1990 a 2005. A ficha de filiação foi assinada ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja.

A volta do senador ao PT era aguardada desde o ano passado, quando Randolfe se desfiliou da Rede Sustentabilidade, partido onde esteve de 2015 a 2023. Antes, foi filiado ao PSOL de 2005 a 2015.

Com a confirmação da filiação de Randolfe ao PT, os três líderes do governo agora são petistas. Os outros são Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, e José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara dos Deputados.

No X (antigo Twitter), Randolfe disse que voltou ao PT porque, no partido, com Lula, que entendeu “que é possível construir um País mais justo”. “Voltei porque entendi que não posso esquecer de onde vim. Que aqui sou instrumento da mudança que quero para o Brasil e para o Amapá.”

Do Estadão.

O governo dos Estados Unidos afirmou ao governo brasileiro que não há informações se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou ou não um comprovante de vacina para entrar no país, em dezembro de 2022. A informação foi repassada nesta quinta-feira pela Polícia Federal (PF) ao Supremo Tribunal Federal (STF). A Procuradoria-Geral da República (PGR) aguardava esse esclarecimento para decidir se denuncia Bolsonaro por um suposto esquema de fraude de cartões de vacinação.

O Departamento de Justiça americano informou ao Ministério da Justiça que o órgão que cuida da proteção das fronteiras (CBP, na sigla em inglês) não tem o registro sobre se foi apresentada algum comprovante ou mesmo alegação de que Bolsonaro e outros membros de sua comitiva tinham se imunizado contra a Covid-19.

“O CBP não possui registro do que, se algo, esses indivíduos forneceram como prova de vacinação contra a Covid, e os registros de entrada e saída não abordam se esses indivíduos alegaram que estavam vacinados ou se estavam isentos dos requisitos de vacinação”, diz o ofício.

Em março, a PF indiciou Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid e outras 15 pessoas pela suspeita de fraude nos cartões de vacina. No mês seguinte, contudo, a PGR optou por não apresentar uma denúncia, e no lugar, solicitou mais diligências.

Do Jornal O Globo.

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), está em Brasília para uma conversa definitiva com o presidente Lula sobre o fechamento da chapa que vai concorrer à reeleição. É possível que, já após a conversa, anuncie o seu vice. O nome mais cotado é o do ex-chefe de gabinete, Victor Marques. Filiado ao PCdoB, partido que faz parte da federação com o PT e PV, Victor é amigo de bancas escolares do prefeito e um dos seus estrategistas do Governo.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta quinta-feira que o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) não terá cortes nas área de saúde e educação para as obras já iniciadas do programa.

“O PAC está preservado, ainda que a gente precise fazer cortes temporários, contingenciamentos ou bloqueio em obra de infraestrutura, a gente faz em obra que não iniciaram ou que não iniciariam agora. Não tem nenhuma sinalização de que o PAC, especialmente na área da educação e da saúde, vai ter corte”, disse.

Tebet afirmou que, caso necessário, serão feitos contingenciamentos ou bloqueios em obras de infraestrutura que ainda não começaram, para preservar as já iniciadas. A declaração foi feita durante entrevista ao programa do governo federal Bom dia, Ministra.

Com informações da Folha de São Paulo.

Em ato realizado na manhã desta quinta-feira, na praça Saens Peña, na Zona Norte do Rio, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sugeriu, sem provas, que o presidente Lula (PT) “se reuniu com traficantes” no Rio durante a campanha de 2022. Bolsonaro também fez um desagravo ao aliado Alexandre Ramagem (PL), a quem chamou de “alvo de perseguição”.

Bolsonaro frisou que estava “expondo o que pode ser feito pela cidade” a partir da comparação entre seu governo e a gestão Lula. “Não estive em comunidade aqui reunido com traficantes. Eu não recebi, e jamais receberia, a dama do tráfico em meu gabinete em Brasília. (…) Alguns achavam que eu devia passar a faixa para aquele cara. Eu não passo a faixa para ladrão”, discursou Bolsonaro.

O ex-presidente afirmou, já na reta final do discurso, que não estava fazendo “campanha política, não é comício”, ao se dirigir a Ramagem. “Pagam um preço alto por ombrear-se comigo. Vocês sabem como somos perseguidos. Ramagem já começa a pagar um preço alto pela sua ousadia de querer pensar, sonhar em administrar uma cidade”, disse o ex-presidente.

O objetivo original do ato era apoiar a pré-candidatura do deputado federal Alexandre Ramagem (PL) à prefeitura do Rio. Bolsonaro permaneceu durante todo o ato ao lado do delegado. Parlamentares bolsonaristas que discursaram em cima de um carro de som, inclusive o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, pediram apoio a Ramagem — evitando pedidos explícitos de voto, o que não é permitido pela legislação antes do início oficial da campanha.

Do Jornal O Globo.