Lula: ‘Esse país só vai dar certo quando a classe média voltar para a escola pública’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta segunda-feira um discurso sobre a necessidade de aumentar os investimentos em educação. Em evento em Brasília, Lula criticou “economistas” que apontam entraves para a construção de “escolas e institutos federais”.

O petista também disse que a classe média deveria voltar para a escola pública.

— Esse país só vai dar certo o dia que a classe média voltar para a escola pública. E só vai voltar para a escola pública, quando ela melhorar. Já foi assim: os grandes intelectuais brasileiros estudaram em escolas públicas. Marilena Chauí, Florestan Fernandes, Paulo Freire, são filhos de escola pública. De que tempo? No tempo que quem podia ir para a escola eram poucos. Aí você dar qualquer coisa de qualidade quando uma pequena minoria pode estudar. Mas quando é todo mundo, é preciso um pouco mais de recursos. Um pouco mais de dinheiro. E é isso que nós estamos fazendo. As informações são do Jornal O Globo.

A fala foi dada durante evento voltado para a alfabetização. Também estavam presentes do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e ministros da Esplanada, como chefe da pasta de Educação, Camilo Santana.

Lula criticou ainda quem cria obstáculos ao piso do salário de professores.

— Tem gente que acha que é muito dinheiro pro professor ganhar R$ 4.800.

O presidente também afirmou que, quando for presidente, não faltará recursos para a educação:

— Falava pro Haddad e falo pro Camilo, toda vez que a gente quer fazer algo a mais, alguém diz: não tem dinheiro. O que é normal, isso vale num sindicato, associação de bairro, de futebol, o papel do tesoureiro é sempre dizer que não e o papel do outro é sempre querer mais. Agora, o não do tesoureiro e a reivindicação do cara, eu posso decidir e enquanto eu for presidente da República não vai faltar recurso para a gente recuperar a educação desse país. Porque é uma condição de vida e uma aposta que estamos fazendo no país.

Em seu terceiro mandato, o presidente Lula distribuiu ministérios a quase uma dezena de partidos, mas reservou as pastas mais importantes para o PT. A legenda é a única a ter representação no Palácio do Planalto — onde comanda, por exemplo, a Casa Civil (Rui Costa) e a Secretaria de Relações Institucionais (Alexandre Padilha) — e ainda está à frente, entre outros, da Fazenda (Fernando Haddad) e da Educação (Camilo Santana).

O governo pode até ser de frente ampla, mas a hegemonia petista é inegável. Essa primazia está sendo contestada nas negociações sobre a reforma ministerial e nas conversas de auxiliares de Lula com integrantes da cúpula do Congresso. Cortejados pelo presidente, líderes do Centrão retomaram as reclamações sobre a atuação de Rui Costa. As informações são da Revista Veja.

Eles dizem que o governo não melhorará de desempenho, mesmo se a reforma ministerial for realizada, se o chefe da Casa Civil não se abrir mais ao diálogo e, principalmente, reduzir as tensões que provoca dentro do Executivo e com o Legislativo. A queixa contra Rui Costa é antiga. Ainda no primeiro semestre de 2023, o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sugeriu a Lula que demitisse o ministro e colocasse em seu lugar Fernando Haddad. Agora, o lobby parlamentar pela demissão de Costa voltou a circular com força nos bastidores.

 Solução ou problema caseiro?
Até petistas reconhecem que a disputa interna de poder entre Rui Costa e Fernando Haddad ajuda a emperrar o governo, que lida como uma popularidade declinante. Nesse embate, a maioria dos congressistas prefere o ministro da Fazenda, que negociou a aprovação de uma leva de projetos da agenda econômica, como o novo marco fiscal e a reforma tributária.

Expoentes do Centrão se aproximaram de Haddad, mas afirmam, com preocupação, que o chefe da equipe econômica está enfraquecido. A situação de debilidade ficou patente no fim do ano passado, quando, apesar dos esforços do ministro, o governo apresentou um pacote de ajuste fiscal considerado insuficiente pelo mercado.

No início deste ano, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, declarou que Haddad é um ministro fraco, algo que não seria dito se não tivesse um pé na realidade. Lula até tentou defender o auxiliar, mas é ele o principal catalisador do desgaste, ao insistir, como fez há poucos dias, que não há previsão de novas medidas de contenção de despesas.

 “O governo tem que ser mais pragmático, principalmente na pauta econômica. E precisa também se preocupar com o aumento do preço dos alimentos e, ao mesmo tempo, empoderar o Haddad na pauta do controle de gastos”, disse a VEJA o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira.

Com poder reduzido, o ministro ainda enfrenta um derretimento de imagem. Segundo pesquisa Genial/Quaest, Haddad tem a maior rejeição entre doze potenciais candidatos à Presidência: 56%. Lula e Jair Bolsonaro ostentam, respectivamente, 49% e 53%.

Bola da vez
Desde o início do governo, também são recorrentes às queixas ao trabalho da articulação política do Planalto, sob responsabilidade de Alexandre Padilha. No ano passado, ele sobreviveu no no cargo apesar da pressão de Arthur Lira para que fosse demitido. Em 2025, o Centrão retomou a ofensiva para indicar um substituto para o ministro.

O novo presidente da Câmara, Hugo Motta, trabalha pela nomeação do líder do MDB na Casa, Isnaldo Bulhões. Antes, foi especulado o remanejamento do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, correligionário de Motta no Republicanos, para a Secretaria de Relações Institucionais.

Padilha sabe desses movimentos, diz que quer continuar no cargo, mas pode acabar demitido ou deslocado para a pasta da Saúde. A hegemonia do PT está sob intenso bombardeio.

O Supremo Tribunal Federal (STF) gastou R$ 38.475,00 na compra de 100 gravatas com a logo da instituição. Os assessórios, que serão dados como presente pelos gabinetes dos ministros, também estarão à venda na livraria do órgão. Para as mulheres, haverá ainda a opção de um lenço com a abreviação do nome da Corte bordada.

O custo unitário de cada gravata, segundo o STF, é de R$ 384. O anúncio da confecção foi feito pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso. Durante a sessão plenária do dia 6 de fevereiro, ele, que usava uma das gravatas, explicou que ela foi elabora para ser entregue como uma “gentileza” dos ministros durante visitas institucionais.

— Faço um registro do novo departamento, o STF fashion. Nós lançamos uma gravata do Supremo Tribunal Federal, que todos estamos utilizando, e para a as mulheres um lenço belíssimo, como o que está com a ministra Cármen Lúcia. A razão real para isso é que nós recebemos muitas visitas ou visitamos lugares onde as pessoas nos dão presentes e portanto foi uma forma que nos encontramos gentil de retribuir com uma gravata que tem o símbolo do Supremo Tribunal Federal. Modéstia parte, ficou muito bonitinha — explicou Barroso

Os ministros e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, utilizaram a mesma gravata na sessão, de cor azul. Já Cármen Lúcia, única mulher a integrar o tribunal atualmente, está com o lenço, também com tons de azul.

Do Jornal O Globo.

Por Isabel Cesse

A Operação da Polícia Federal intitulada ‘18 minutos’, que investigou um esquema de corrupção relacionado a alvarás judiciais e venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), teve seu inquérito concluído e divulgado nesta segunda-feira (10/02). O relatório resultou no indiciamento de três desembargadores, dois juízes, sete advogados e outras 11 pessoas, das quais, muitas são servidores da Corte — tanto concursados como detentores de cargos comissionados.

De acordo com o relatório do inquérito, que tem 174 páginas e foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça, entre os indiciados estão os desembargadores Nelma Celeste Souza Silva Sarney Costa (mais conhecida como Nelma Sarney e cunhada do ex-presidente José Sarney), Antônio Pacheco Guerreiro Junior e Luiz Gonzaga Almeida. Dentre os juízes indiciados estão Alice de Sousa Rocha e Cristiano Simas de Sousa.

Também foram indiciados o ex-deputado federal Edilázio Júnior (PSD) e o prefeito do município de Paço do Lumiar, Fred Campos (PSB). Edilázio Júnior é genro de Nelma Sarney e apontado na investigação como alguém que exerceu “influência em decisões judiciais favoráveis a determinados interesses”.

No relatório, a PF informa que os magistrados estariam envolvidos em um esquema que direcionava decisões judiciais para beneficiar determinados interesses. A investigação foi iniciada a partir da liberação indevida de alvarás judiciais que chamaram a atenção no mundo jurídico, por terem permitido o levantamento de aproximadamente R$18 milhões do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) para o pagamento de honorários advocatícios.

Manipulação

Para a PF, “houve manipulação na distribuição de processos e aplicação de cálculos financeiros sem embasamento legal”. O inquérito também identificou o que qualificou como “existência de uma rede criminosa estruturada em três frentes: o núcleo judicial, formado por magistrados e auxiliares; o núcleo causídico, composto por advogados que atuavam em parceria com juízes para obter sentenças favoráveis; e o núcleo operacional, responsável por ocultar e movimentar os valores obtidos ilegalmente.

O documento acrescentou que “a atuação desses grupos seguiu um modelo organizado e meticuloso”. “A presente investigação identificou a existência de uma organização criminosa formada pelos núcleos judicial, causídico e operacional, em que magistrados, advogados e terceiros atuavam de forma estruturalmente ordenada, com clara divisão de tarefas, com o objetivo de obter vantagens de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais, dentre as quais, corrupção e lavagem de dinheiro”, destacou.

Também foram observadas movimentações financeiras atípicas, marcadas pelo registro de depósitos bancários de origem não identificada e transferências fracionadas — indícios considerados comuns de lavagem de dinheiro.O STJ será responsável por analisar o relatório e decidir sobre as próximas etapas do caso, que pode levar ao oferecimento de denúncias por parte do Ministério Público. O ministro recolhido para ser relator do caso no Tribunal Superior foi João Otávio de Noronha.

Nenhum dos indiciados se manifestou até o momento sobre o caso. No TJMA também não foi divulgada qualquer nota oficial a respeito do documento.

Confira a lista completa de indiciados:

Nelma Celeste Souza Silva Sarney Costa
Antonio Pacheco Guerreiro Junior
Luiz Gonzaga Almeida
Alice de Sousa Rocha
Cristiano Simas de Sousa
Frederico de Abreu Silva Campos
Francisco Xavier de Sousa Filho
José Helias Sekeff do Lago
Carlos José Luna dos Santos
Sebastião Moreira Maranhão
Edilázio Gomes da Silva Júnior
Felipe Antônio Ramos Sousa
Janaína Moreira Lobão Coelho
Arnaldo José Sekeff do Lago
Flávio Henrique Silva Campos
Alderico Jefferson Abreu da Silva
Fernando Antônio Ramos Sousa
Eliane Ramos Sousa
Sirley Regina Silva
Fabrício Antônio Ramos Sousa
Jaiçara Melo de Araújo Sousa
Paulo Martins de Freitas Filho
Lúcio Fernando Penha Ferreira

O PSB cogita fazer um aceno ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e dar a ele uma posição de destaque em sua direção, no congresso nacional da legenda, marcado para o final de maio.

Alckmin assumiria o segundo posto mais importante do partido, o de primeiro vice-presidente, atrás apenas do presidente, que será o prefeito do Recife, João Campos. Campos substituirá Carlos Siqueira, que exerceu a função nos últimos dez anos.

O PSB tem buscado prestigiar Alckmin, no momento em que surgem especulações de que o MDB está de olho na vaga de vice do presidente Lula na campanha à reeleição, em 2026.

Como mostrou o Painel, Siqueira defende a permanência de Alckmin no posto com o argumento de que o MDB, quando ocupou a Vice-Presidência com Michel Temer, no governo Dilma Rousseff, não se revelou confiável.

Da Folha de São Paulo.

Por Maysa Sena
Do Blog da Folha

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), participa nesta segunda-feira (10) da cerimônia de entrega do Selo Nacional Compromisso com a Alfabetização, promovida pelo Ministério da Educação (MEC). O evento acontece às 16h, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília (DF), e contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A participação da governadora em mais um compromisso ao lado do presidente reforça a relação institucional e estreita laços entre o Governo de Pernambuco e o Governo Federal, especialmente em pautas prioritárias. O Selo Nacional Compromisso com a Alfabetização é uma iniciativa do MEC que visa reconhecer e incentivar estados e municípios que adotam políticas eficazes para garantir a alfabetização de crianças na idade certa.

Enquanto Raquel Lyra cumpre agenda na capital federal, a vice-governadora Priscila Krause (Cidadania) estará em Caruaru, no Agreste pernambucano, para a inauguração do Residencial ao lado do ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, um empreendimento habitacional de 265 casas que beneficiará famílias de baixa renda.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou que o governo planeja taxar as big techs norte-americanas caso se concretize a intenção do presidente Donald Trump (Republicano) de impor tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio de todos os países. O chefe de Estado afirmou que o anúncio será feito hoje.

Em publicação no X, hoje, o titular da Fazenda afirmou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “tomou a decisão sensata de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas e não em anúncios que podem ser mal interpretados ou revistos”. Disse que vai “aguardar a orientação do presidente”. As informações são do portal Poder360.

A suposta intenção do governo Lula de taxar as gigantes de tecnologia foi informada em reportagem da Folha de S. Paulo. Seria, segundo o texto, uma forma de dar uma resposta em meio à guerra comercial mundial de Trump sem prejudicar a indústria brasileira.

Agência Estadão

A cúpula do governo federal está na fase final da discussão sobre o que anunciar no evento que promoverá nesta semana para tentar atrair prefeitos para mais perto de seu grupo político. A expectativa é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha uma reunião sobre o assunto com representantes da Casa Civil hoje. O presidente poderá fechar o pacote nessa conversa. Do contrário, a decisão ficaria para o próprio dia dos anúncios – o que não é tão incomum.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, o governo federal organiza para os dias 11, 12 e 13 de fevereiro uma espécie de feirão de programas federais para apresentar aos prefeitos eleitos no ano passado. O evento, batizado de Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, terá, na abertura, um discurso de Lula com anúncios voltados aos municípios.

Trata-se de uma forma de tentar se aproximar de prefeitos depois de aliados do presidente terem ido mal nas eleições municipais. Também será um canal de interlocução com os gestores locais paralelo à Marcha dos Prefeitos, organizada pela Confederação Nacional dos Municípios, que aliados do presidente hoje identificam como oposicionista.

O chefe do governo mencionou o evento em cerimônia em Paramirim (BA) na sexta-feira, 7. “Estou com vontade de descer ali e abraçar cada prefeito, cada prefeita, que eu espero que possam estar em Brasília na terça-feira para que a gente possa ter uma conversa sobre os rumos das cidades brasileiras”, disse o presidente.

Lula deverá anunciar uma nova seleção do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) voltada para obras de interesse municipal – como creches, escolas de tempo integral e unidades básicas de saúde. O Planalto costuma chamar de “seleções” as rodadas em que governadores e/ou prefeitos enviam para análise os projetos que gostariam que o governo federal bancasse ao menos parcialmente.

É pouco provável que haja obras estruturantes nesta edição, que deverá ter valores bem mais modestos que as já anunciadas. A cifra é um dos temas ainda sem definição. Outro programa federal que possivelmente terá algum novo anúncio é o Minha Casa, Minha Vida. O programa habitacional é uma das ações do Executivo federal com mais capilaridade no interior do Brasil. São comuns obras do Minha Casa, Minha Vida envolvendo prefeituras.

A reportagem apurou que o BNDES anunciará um novo programa para financiar ações dos municípios. Outro banco estatal, a Caixa Econômica Federal avalia apresentação de medidas relacionadas à expansão de microcrédito e a financiamentos de obras de infraestrutura e saneamento, entre outros pontos.

O Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas será realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. A Secretaria de Relações Institucionais (SRI) do Planalto, que está organizando o encontro, espera mais de 20 mil pessoas, entre prefeitos, secretários e ocupantes de outros cargos.

Os ministérios foram instados a montar estandes no local para apresentar seus programas a quem se interessar – em um formato semelhante às feiras promovidas por setores da iniciativa privada para estimular negócios entre empresas. Outros órgãos ligados ao governo, como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Serpro e BNDES também participarão.

Os maiores vencedores das eleições municipais de 2024 foram o PSD e o MDB, seguidos de PP e União Brasil e outros partidos à direita do PT de Lula. Os partidos de esquerda que mais elegeram chefes de Executivo municipal no ano passado foram o PSB (312, na sétima colocação entre as siglas) e o PT (252, nona colocação). Governistas acham possível atrair mesmo prefeitos de direita para o evento porque as próximas eleições municipais estão distantes no tempo e porque quem chegou ao poder neste ano precisa de recursos federais para cumprir as promessas de campanha.

O Palácio do Planalto se prepara, há ao menos dez dias, para ter opções capazes de reagir, em diferentes patamares, à já anunciada intenção de Donald Trump de ampliar a cobrança de impostos sobre aço e alumínio importados. O Brasil é o segundo maior fornecedor dos dois produtos para os Estados Unidos.

O time das relações exteriores de Lula montou, ao lado do Itamaraty e de ministérios como Indústria e Comércio e Agricultura um mapa de produtos que são vendidos para os americanos e que poderiam ser usados para contrabalancear uma eventual sobretaxa imposta por Trump.

Já na semana passada, a GloboNews mostrou que o aço e o alumínio estavam entre os alvos prioritários do presidente americano, na avaliação da diplomacia de Lula, inclusive por já terem sido taxados pelo americano em seu primeiro mandato.

“Alguns produtos brasileiros têm impostos de exportação mais altos, outros não. Trump usa a política de sobretaxa sob argumentos frágeis e de consequências graves. Não há uma cobrança linear, no Brasil, de impostos de produtos exportados. Nós estamos mapeando o que poderia ser acionado para compensar uma eventual sobretaxa do aço e do alumínio, por exemplo”, explicou a fonte do gabinete de relações internacionais do presidente.

O Brasil vai aguardar a formalização da promessa de sobretaxa de Trump para definir, nessa cartela de opções, qual será o tamanho do “revide”. Em outra frente, a meta é ampliar as trocas com a Europa, China e o Mercosul. O governo Lula avalia que a ofensiva comercial de Trump contra diversos agentes mundiais pode acelerar a implementação do acordo União Europeia e Mercosul e, ainda, levar a China a assumir posição ainda mais destacada, de “adulto na sala”, no cenário econômico global.

O governo brasileiro decidiu que não vai se pronunciar até o anúncio oficial das medidas prometidas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que podem afetar as exportações brasileiras para aquele país.

Trump disse, ontem, que vai anunciar, hoje, tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. As informações são do portal G1.

Em 2023, os EUA responderam por 18% de todas as exportações brasileiras de ferro fundido, ferro ou aço. Naquele ano, o Brasil foi o terceiro maior fornecedor de aço para os EUA, segundo dados do Departamento de Comércio americano, atrás de Canadá e México.

Os ministérios da Fazenda, das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) por ora não vão se manifestar.

Segundo o secretário de imprensa da Presidência da República, Laércio Portela, essa é a posição do governo até o anúncio formal de Trump.

Vale lembrar, contudo, a declaração feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 30 de janeiro, em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto. O presidente declarou que “haverá reciprocidade” caso sejam impostas tarifas aos produtos brasileiros.

“É muito simples. Se ele [Trump] taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade no Brasil. Se taxar os produtos brasileiros, vou taxar os produtos que são exportados pelos Estados Unidos. Simples, não tem nenhuma dificuldade. Veja, eu já governei o Brasil com o presidente republicano, já governei com o presidente democrata, e a minha relação é sempre a mesma. A minha relação é uma relação de um estado soberano com um estado soberano”, disse Lula na ocasião.

Desde que assumiu o seu segundo mandato, em janeiro, Trump já criou tarifas para produtos do Canadá, do México e da China, os três principais parceiros comerciais dos EUA. A imposição de taxas contra importados já fazia parte do discurso do republicano desde a sua campanha.

Trump anunciou tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e do México e um adicional de 10% àquelas já em vigor sobre produtos chineses. Do total de US$ 3,2 trilhões importados em 2024, esses três países representaram mais de 40% das compras dos EUA.

México e Canadá anunciaram acordos com os EUA para suspender as tarifas por um mês. A China, por sua vez, dobrou a aposta e anunciou taxas de 10% a 15% contra os norte-americanos. Com receio de ser os próximos, representantes da União Europeia chamaram Trump para conversas.