A ordem de Bolsonaro sobre os confrontos com Pablo Marçal

Por Bela Megale
Do Jornal O Globo

Em conversas recentes com aliados, Jair Bolsonaro deu o tom sobre o comportamento que deve ser adotado em relação a Pablo Marçal. “Não temos que bater nele'”, determinou o ex-presidente.

Integrantes do clã Bolsonaro avaliam que hoje o principal fator que afasta Jair Bolsonaro do influencer são as ofensas públicas que ele faz ao vereador Carlos Bolsonaro. Na sabatina da Globonews, realizada na última segunda-feira, o candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo voltou a ofender o filho do ex-presidente com o termo “retardado”, além de atribuir a derrota para Lula, em 2022, à sua postura de centralizar as decisões de campanha.

Na noite de ontem, no entanto, Carlos Bolsonaro postou uma mensagem contando que fez as pazes com o influencer. “Conversei há pouco com Pablo Marçal, foi muito educado e bacana comigo. Expusemos nossos pontos e fico feliz em ter a consciência que queremos rumar nas mesmas direções quando falamos de Brasil”, escreveu o vereador.

Jair Bolsonaro também fez um gesto a Marçal ao afirmar, em vídeo sobre o ato marcado para 7 de setembro na Avenida Paulista, que “qualquer outro candidato a prefeito da capital está autorizado a subir no carro de som” da manifestação. O capitão reformado apoia formalmente o prefeito Ricardo Nunes, que deve comparecer à manifestação.

O clima mudou após a quinta-feira passada, quando Bolsonaro e Marçal trocaram farpas no Instagram. Tudo começou após o empresário comentar uma publicação de Bolsonaro: “Pra cima, capitão. Como você disse: eles vão sentir saudades de nós”. Bolsonaro, porém, negou proximidade: “Nós? Um abraço”. O deputado federal Eduardo Bolsonaro também entrou no debate.

Aliados do ex-presidente relataram que Bolsonaro e seu filho foram surpreendidos com o movimento em defesa do influencer.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse nesta segunda-feira que São Paulo não tem mais nenhum foco ativo de incêndio. Até o final da noite de domingo, o Estado ainda tinha seis pontos.

“Nós fizemos o reconhecimento agora pela manhã e os focos que remanesciam em Pedregulho, Paulo de Faria já foram extintos. Então, não tem nenhum foco ativo no estado de São Paulo”.

O governador também afirmou que três pessoas foram presas em São José do Rio Preto, Batatais e Porto Ferreira por provocar incêndios criminosos.

“São pessoas que portavam gasolina e estavam realmente ateando fogo de forma criminosa”, explicou.

O governo acredita, por ora, que não há uma ação orquestrada. A Polícia Civil e a Polícia Federal investigam.

Ainda de acordo com o governador, as Forças Armadas continuam mobilizadas com o Corpo de Bombeiros para fazerem trabalhos preventivos nas áreas de maior incidência.

Na avaliação de Tarcísio, três grandes fatores foram responsáveis pelo alastramento do fogo nos últimos dias: estiagem, altas temperaturas e ventos fortes.

“Primeiro, de fato, é estiagem severa que se alastrou aí por muito tempo… o estado de São Paulo vem sofrendo. A gente já tinha vários municípios em situação de emergência. Nós tivemos uma combinação explosiva de fatores. Alta temperatura, ventos muito fortes e baixíssima humidade relativa do ar nesses últimos dias. Então qualquer coisa poderia causar uma ignição”, disse.

Tarcísio estima que o prejuízo provocado ao estado por conta das queimadas supere o valor de R$ 1 bilhão.

Do G1.

O influenciador Pablo Marçal (PRTB) cresceu em intenção de votos entre bolsonaristas, evangélicos, brancos e também pardos. Esses grupos puxaram o candidato para cima e o ajudaram a empatar tecnicamente com seus rivais Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB).

No resultado geral, Boulos lidera numericamente com 23%, seguido por Marçal com 21% e o atual prefeito com 19%.

Os dados são da última pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (22), que mostra ainda um salto de Marçal entre adultos de 35 a 59 anos, entre pessoas que completaram o ensino médio ou superior e entre quem tem renda familiar de dois a cinco salários mínimos (cerca de R$ 2.800 a R$ 7.000).

Quem mais se desidratou nesses públicos, no geral, foi Nunes, com quem o autodenominado ex-coach disputa o eleitor conservador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em alguns casos, porém, o apresentador José Luiz Datena (PSDB) e Boulos também oscilaram para baixo.

O segmento onde Marçal mais avançou foi entre os que se classificam como bolsonaristas. Se no início de agosto ele tinha 25% das intenções de voto nesse grupo, tem agora 46%, ultrapassando Nunes, que encolheu de 37% para 26%.

O mesmo movimento aconteceu entre os eleitores do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que oficialmente apoia o prefeito, assim como Bolsonaro. Nesse público, Marçal saltou de 25% para 41% no período, enquanto Nunes caiu de 42% para 28%.

Considerando a religião, os evangélicos foram os que mais ajudaram Marçal a avançar: ali ele cresceu de 18% para 30%, no limite da margem de erro de seis pontos percentuais do segmento. Novamente, é Nunes quem mais oscila (de 26% para 22%), mas também quem pretende votar em branco ou nulo (de 11% para 7%).

No quesito cor da pele, o influenciador sobe entre brancos (de 13% para 21%), prejudicando outra vez o prefeito, e também pardos (de 14% para 24%), grupo no qual quem mais varia negativamente é Datena. Nesses casos, a margem de erro é menor: de quatro pontos entre brancos e cinco pontos entre pardos.

Apesar do apelo jovem das redes sociais em sua campanha, Marçal viu um salto entre os adultos de 35 a 44 anos, que ultrapassaram o público de 16 a 24 anos e se tornaram seu principal eleitorado. Nessa faixa mais velha, ele saiu de 16% para 32% das intenções de voto, outra vez tirando votos de Nunes e Datena.

O empresário também viu um crescimento no grupo entre 45 e 59 anos, onde passou de 7% para 19% dos votantes, novamente no limite da margem de erro que é de seis pontos. Desta vez, quem mais oscila negativamente é Boulos, de 27% para 20%.

Marçal melhorou ainda na faixa de renda média considerada pela pesquisa, ou seja, quem ganha entre dois e cinco salários mínimos na família. Nesse público ele aumentou de 14% para 24%, prejudicando Datena, que variou de 15% para 9%, considerando uma margem de cinco pontos percentuais.

Por último, o segmento de escolaridade que mais ajudou o influenciador a subir foi o de eleitores que se formaram até o ensino médio. Nesse setor ele cresceu de 16% para 26%, acima da margem de quatro pontos. Já os que têm ensino superior foram de 12% para 24%, grupo em que tanto Nunes quanto Boulos oscilaram quatro pontos para baixo.

Da Folha de São Paulo.

O Roda Viva de ontem recebeu Tabata Amaral, candidata à Prefeitura de São Paulo pelo PSB. Durante o programa, a deputada federal critica a postura de José Luiz Datena (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), seus adversários na disputa eleitoral, que não compareceram ao debate da revista Veja por discordâncias com o comportamento do candidato Pablo Marçal (PRTB). Ela afirma não ter medo do oponente. Confira:

Candidata à Prefeitura de São Paulo, a deputada federal Tabata Amaral (PSB) disse nesta segunda-feira, 19, que o influenciador Pablo Marçal (PRTB) lidera um sistema de pagamentos nas redes sociais semelhante ao caixa dois. Segundo a parlamentar, o candidato do PRTB paga para que pessoas editem vídeos favoráveis a ele e os publiquem nas redes sociais. Procurado, Marçal não se manifestou até a publicação desta reportagem.

“Eu fui uma das poucas que, inclusive, teve coragem de questionar uma coisa que o Pablo Marçal tá fazendo hoje que, ao que tudo indica, vai na linha do caixa dois”, disse Tabata em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

“Ele tá remunerando as pessoas na rede social para fazer cortes [vídeos curtos e descontextualizados], divulgando ele ou atacando adversário. Qual o problema disso? Ele não diz quem tá pagando isso, ele não diz de onde veio o dinheiro, e a gente não sabe quanto custa”, acrescentou.

A acusação de Tabata, enviada à Justiça Eleitoral pelo PSB, levou o Ministério Público Eleitoral a solicitar ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) a suspensão do registro de candidatura de Marçal por suposta prática de abuso de poder econômico. O MPE também pediu a quebra de sigilo fiscal e bancário das empresas de Marçal. Caso seja condenado, Marçal poderá ficar inelegível por até oito anos. O caso ainda não foi definido pela Justiça até o fechamento deste texto.

Do Estadão.

O Ministério Público Eleitoral de São Paulo solicitou a suspensão do registro de candidatura de Pablo Marçal (PRTB) por abuso de poder econômico.

O pedido foi feito pelo promotor eleitoral da 1ª instância Fabiano Augusto Petean, que apresentou uma ação de investigação judicial eleitoral contra Marçal.

Em caso de condenação, esse tipo de ação pode resultar na inelegibilidade por oito anos e ainda na cassação do registro do candidato beneficiado ou, no caso de julgamento após encerrada a eleição, do mandato.

Na semana passada, o mesmo promotor já havia apresentado um pedido de suspensão liminar da candidatura de Guilherme Boulos (PSOL), o que foi negado —em uma ação de investigação judicial eleitoral de abuso de poder político e econômico.

No caso do ex-coach, o promotor argumenta que haveria abuso de poder econômico relacionado à propagação de cortes de vídeos nas redes sociais. Ele diz que a ação teve como base representações enviadas ao Ministério Público.

Em julho, a deputada federal Tabata Amaral (PSB) pediu que Marçal fosse investigado por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. A peça apresentou diversos trechos de vídeos em que Marçal incentiva seus seguidores a se cadastrarem em um aplicativo de corte de vídeos e diz que vai remunerar os que tiverem mais visualizações. Marçal afirma que “tá pagando em dinheiro” e que há quase 5.000 pessoas fazendo cortes de vídeos para ele.

“Não há financiamento nenhum por trás disso, nem na pré-campanha, nem na campanha. Isso é só uma tentativa desesperada do bloco da esquerda, MDB, PSB, PT e PSOL, de tentar frear quem realmente vai vencer as eleições. Essa manobra só reforça o medo que estão do efeito Marçal, mas eles não vão nos parar!”, afirmou Marçal em nota.

Da Folha de São Paulo.

O terceiro debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, promovido pela Revista Veja em parceria com a ESPM nesta segunda-feira, foi marcado por ser o primeiro a ter ausências de políticos convidados a participar. O atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB) esvaziaram o evento e foram criticados pelos oponentes.

Os três, que haviam confirmado presença por escrito aos organizadores, cumpriram agendas de campanha no horário do evento. Datena esteve na região da Jacu Pêssego, na zona leste da capital, apresentando sua proposta para incentivar a criação de empregos e investimentos. As fotos e vídeos do compromisso foram publicadas no perfil do apresentador no Instagram. Ele foi o primeiro que afirmou que não compareceria ao debate.

Já o prefeito participou da cerimônia de abertura do “JP Conecta Segurança Alimentar”, acompanhado de secretários da Prefeitura. Em seu perfil do Instagram, fotos e vídeos da agenda, no mesmo horário do debate, foram publicadas. O próximo compromisso do prefeito é uma reunião com o secretário de Governo, Edson Aparecido, no gabinete de Nunes.

Guilherme Boulos não postou nas redes sociais atualizações durante o debate. O candidato havia informado, por meio de sua equipe, que estaria em “gravações” de material de campanha.

Do Estadão.

Candidato à prefeitura do Rio pelo PL, o deputado federal Alexandre Ramagem destinou R$ 500 mil em emenda parlamentar para uma entidade dirigida pelo pastor Josué Valandro Junior, líder da igreja frequentada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Ramagem, que nutre boa relação com os filhos de Jair Bolsonaro — em especial com o vereador carioca Carlos, desafeto de Michelle —, tem reforçado a proximidade com o casal.

A verba foi destinada por Ramagem ao Instituto Assistencial Atitude, um dos braços da Igreja Batista Atitude, em maio deste ano. Ambas as entidades são dirigidas por Valandro, que tem inúmeras fotos ao lado de Bolsonaro e Michelle. A solicitação do recurso foi apresentada formalmente pelo pastor ao Ministério do Esporte, com a justificativa de custear a criação de um time de futebol amador em uma comunidade terapêutica mantida pela igreja em Itaboraí, Região Metropolitana do Rio.

Procurado, o pastor não retornou os contatos. Em nota, Ramagem argumentou que a emenda ajudará na “melhoria e na ampliação do atendimento de reabilitação de dependentes químicos”, e que “acolher e reintegrar” pessoas nessa situação é um “caminho para preservar vidas”. Não disse se houve pedido dos Bolsonaro para destinar a emenda ao pastor de Michelle.

Valandro já recebeu Bolsonaro e a então primeira-dama na sede da igreja, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, para um culto no início de 2019. O pastor também havia acompanhado, como convidado, a posse de Bolsonaro na Presidência. Na campanha eleitoral de 2022, ele defendeu voto na reeleição do então presidente e chegou a abrir as portas da Atitude a candidatos alinhados ao bolsonarismo.

Desde o ano passado, o pastor teve o instituto irrigado por recursos de emendas de outro deputado federal bolsonarista: Hélio Lopes (PL-RJ), um dos aliados mais próximos do ex-presidente. Lopes enviou, ao todo, R$ 1,3 milhão para projetos assistenciais da Atitude, incluindo o “Mais que Vencedores”, desenvolvido pela igreja em Itaboraí e voltado a dependentes químicos.

O projeto atendido pela emenda de Ramagem, chamado de “Vencedores em Ação”, é um desdobramento da iniciativa contemplada por Hélio Lopes. Na justificativa do convênio, a entidade dirigida pelo pastor de Michelle argumenta que “a criação de um time de futebol amador dentro da Comunidade Terapêutica oferecerá lazer saudável aos residentes da instituição”, auxiliando na “reabilitação de usuários de drogas”.

A verba, de R$ 500 mil, já foi empenhada — reservada para uso — pelo Ministério do Esporte, que analisa a documentação apresentada pelo pastor antes de liberar os recursos. O convênio prevê pouco mais de R$ 35 mil para comprar equipamentos esportivos; o restante do dinheiro vai para contratação de pessoal, como técnicos de futebol, e gerenciamento das atividades.

Do Jornal O Globo.

O Governo de São Paulo estima arrecadar R$ 3,4 bilhões nos próximos 15 anos com a concessão à iniciativa privada do serviço de loterias estadual. O leilão internacional de privatização do serviço está marcado para o dia 13 de setembro e o recebimento das propostas ocorrerá no dia 9 de setembro, às 10h, na sede da B3, na capital paulista. Segundo o Palácio dos Bandeirantes, os recursos obtidos serão investidos na área da saúde.

O concessionário vencedor do leilão poderá explorar, por 15 anos, serviços lotéricos nas modalidades específico, esportivo, numérico e também instantâneo, como uma raspadinha, por exemplo. As apostas poderão ocorrer nos ambientes físico e virtual. 

Segundo o Governo do Estado, mais de 11 mil pontos de vendas de apostas deverão ser instalados em todo estado, em comércios já existentes ou em espaços dedicados exclusivamente para a oferta de serviços lotéricos. 

A instalação dos pontos deverá respeitar uma distância mínima de 300 metros de creches ou unidades de ensino básico e fundamental. A Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) será a responsável por acompanhar a concessão e  fiscalizar os serviços concedidos.

O modelo estadual de loterias foi liberado em 2020 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que entendeu que a União não poderia monopolizar o serviço. Em São Paulo, o sistema foi aprovado em 2022 na Assembleia Legislativa (Alesp) com objetivo de trazer novas fontes de financiamento para equipamentos públicos na saúde e educação, por exemplo.

Da Agência Brasil

Após um enfrentamento acalorado no debate promovido pelo Estadão, em parceria com o Terra e Faap, os candidatos à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) e Guilherme Boulos (PSOL) voltaram a se estranhar nos bastidores. No intervalo, o ex-coach provocou mais uma vez o deputado federal, estendendo a ele uma carteira de trabalho. Boulos tentou dar um tapa na mão do influenciador. A discussão fora dos microfones foi interrompida por uma integrante da organização, já que o candidato do PSOL precisava ir ao centro do palco responder a outra pergunta. No confronto direto, Marçal afirmou a Boulos que iria exorcizá-lo com uma carteira de trabalho e o chamou de “aspirador de pó”. Confira:

Do Estadão.