Metade dos motoqueiros brasileiros não tem CNH
O que se vê nas ruas, principalmente no interior do país, e que poderia ser meramente apenas uma ‘sensação’, virou estatísticas – prova cabal da irresponsabilidade de donos de motos e dos gestores das polícias militares, das guardas municipais e dos órgãos de Trânsito. Um estudo da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) aponta que, dos 34,2 milhões pilotos de motocicletas, motonetas e ciclomotores registrados no Brasil, 17,5 milhões não possuem habilitação na categoria: ou 53,8% do total – segundo dados do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). Isso significa que essas criaturas não sabem as regras básicas para pilotar. Esse aumento indiscriminado, sem fiscalização, tem consequências: estudo do Ministério da Saúde revela que mais de 1,2 milhão de pessoas foram hospitalizadas devido a acidentes de moto em 2023. O estado de São Paulo lidera a estatística triste, registrando 259.552 vítimas no último ano. Minas Gerais e Bahia seguem na sequência, com 127.099 e 78.679 internações, respectivamente.
Pior que o fenômeno cresceu depois dos negócios com veículos compartilhados, como o aluguel de motocicletas ou motonetas, por exemplo, ou serviços piratas de mototáxis. Isso significou um aumento absurdo no total de motos nas vias brasileiras: de 18 milhões, em 2013, para incríveis 32 milhões em 2023, num pulo de 78% em uma década. E há mais dados: 41% dos emplacamentos de veículos, hoje, são de motocicletas, nos anos 2000, representavam pouco mais de 23%. O estudo do Senatran revela que 80% das motocicletas, motonetas e ciclomotores pertencem a condutores do sexo masculino – a maioria na faixa etária de 40 a 49 anos, seguida por aqueles de 50 a 59 anos. O percentual desse tipo de transporte em relação ao total de veículos por estado ajuda a explicar esse desatino: as regiões Norte e Nordeste usam mais motocicletas. Os estados com os maiores percentuais são Maranhão (59,7%), Piauí (55,1%), Pará (54,5%), Acre (53,1%) e Rondônia (51,2%). Essa predominância se dá devido a fatores econômicos (principalmente este), geográficos e culturais
Leia maisO que mata os motociclistas
√ O Data SUS, do governo federal, revela que 119.735 deles morreram entre 2012 e 2021 no país. São 33 que morrem todos os dias, deixando famílias, amigos e todas as possibilidades e bons momentos que uma vida pode oferecer.
√ O Detran do Distrito Federal mostra os principais fatores associados aos sinistros fatais envolvendo motocicletas.
a) uso de álcool ou substâncias psicoativas foi o principal fator de risco nos sinistros envolvendo motocicletas. Dos casos analisados, em cerca de 27,5% algum dos envolvidos havia consumido bebida alcoólica ou utilizado drogas.
b) perda de controle do veículo, o excesso de velocidade, utilizar o celular enquanto dirige, desrespeitar as sinalizações, não utilizar setas e não manter uma distância segura do veículo à frente.
c) Fator vias, como não realizar a manutenção periódica nos veículos, ter o governo abandonado boa parte com mau estado de conservação e/ou sem sinalização, a falta de acostamentos e até mesmo a falta de passarelas.
Motos: recorde de vendas – A Abraciclo, associação que reúne os fabricantes de motos, bicicletas etc, divulgou que a indústria brasileiro está comemorando um recorde de vendas no ano, registrando o melhor agosto de sua história desde 2012. O Polo Industrial de Manaus produziu, por exemplo, 163.960 unidades no mês passado – numa expansão de 11,4% sobre julho e volume bem próximo ao de agosto de 2023. No geral, a produção nos primeiros oito meses do ano atingiu 1.179.161 motocicletas, alta de 12,1% em relação a idêntico período de 2023.
Novidades para NXR 160 Bros – A Honda acaba de apresentar a linha 2025 também para a aventureira NXR 160 Bros. O modelo de entrada das aventureiras recebeu atualizações de visual, equipamentos, ciclística e uma revisão mecânica. Agora, passa a ser oferecida em duas versões, a CBS e a ABS. A primeira, com sistema de freios com acionamento combinado, tem preço público sugerido de R$ 20.490, enquanto a segunda, com freio ABS na dianteira apenas, sai por R$ 21.390 – ambas não incluem custos de frete.É a primeira vez que o modelo ganha sistema de freio antitravamento. E todas as versões passam a contar com faróis e lanterna com lâmpadas de LED. E mais: passam a vir de série com um novo painel de instrumentos digital, que incorpora funções como indicador de marcha, marcador de consumo médio, nível de combustível, conta-giro e os hodômetros total e parcial (trip A e B). A Honda também equipou sua moto com uma saída USB tipo C, mas a porta para carregamento está instalada na carenagem do farol.
Peugeot 208 ganha novo visual – A Peugeot apresentou nesta sexta-feira o novo 208 – que ganha também mais versões, aposentando de vez o veterano motor aspirado 1.6 de 120 cv. As mudanças estéticas ( principalmente por conta da grade dianteira) estão em linha com com a reestilização na Europa no ano passado. Isso inclui novo logotipo e alterações no conjunto óptico com novos faróis de led e a assinatura luminosa da chamada “garras do leão”. O modelo é produzido na fábrica de El Palomar, na Argentina. São quatro versões: Active, Style, Allure e GT (somem as Like, de entrada, e Griffe, de topo de linha). O modelo segue, nas versões de entrada, com o motor 1.0 de 75 cv associado a câmbio manual de cinco marchas. Nas demais, o 1.0 turbo (T200) de 130 cv acoplado a transmissão automática CVT de sete velocidades, ambos a gasolina. Boas coisas surgiram nas questões de conveniências, conforto e segurança – como uma uma tela de 10 polegadas sensível ao toque com integração CarPlay, Android Auto e Bluetooth sem fio, carregador por indução de 15 W e, a depender da versão, ar-condicionado digital e pacote ADAS de recursos semiautônomos.
Confira versões e preços
Peugeot 208 Active 1.0 MT – R$ 76.999
Peugeot 208 Style 1.0 MT – R$ 88.999
Peugeot 208 Allure 1.0 Turbo CVT – R$ 98.999
Peugeot 208 GT 1.0 Turbo CVT – R$ 114.999
Audi anuncia pré-venda do novo Q7 – A marca alemã pertencente à Volkswagen começou em suas 40 concessionárias a pré-venda do novo Q7, utilitário de luxo que ganhou visual renovado, mais tecnologias e espaço na cabine para até sete passageiros. O veículo tem preço inicial sugerido de R$ 691.990 e é equipado com um motor 3.0 TFSI V6 com 340 cavalos de potência e torque de 50,0 kgfm. A transmissão Tiptronic possui oito velocidades e há ainda tração integral quattro, que permite ao modelo enfrentar com desenvoltura qualquer tipo de terreno. O conjunto mecânico proporciona ao novo Q7 um desempenho esportivo: a aceleração de 0 a 100 km/h é realizada em apenas
Territory e a partida remota – A Ford iniciou a venda do Territory 2025, SUV médio que recentemente passou por uma renovação. Oferecido na versão de topo Titanium, ele se destaca por ter bom espaço interno e conforto – e conteúdo caprichado de itens de tecnologia e conveniência. Como novidade, o modelo agora traz chave com função de partida remota. Ao custo de R$ 212 mil. A nova função de partida remota permite acionar o ar-condicionado e a ventilação do banco do motorista pela chave, preparando o veículo para estar na temperatura ideal no momento da partida.
Novo SUV da Volkswagen – A marca alemã divulgou na quinta-feira uma imagem do novo modelo de SUV que será fabricado na fábrica de Taubaté (SP) no ano que vem (um compacto). O mote do anúncio é o Rock in Rio, patrocinado pela empresa. O SUV é resultado dos R$ 16 bilhões em investimentos anunciados até 2028. Segundo a Volkswagen, o modelo faz parte da programação de 16 novos produtos durante o ciclo de investimentos. A imagem divulgada, porém, mostra poucos detalhes do modelo. Coberto por uma redoma luminosa de LED e camuflado, o futuro SUV mostra apenas assinatura luminosa e silhueta lateral. Há quem estime que ele custará entre R$ 120 mil e R$ 150 mil.
Novo Kicks começa a ser produzido no México – A Nissan confirmou o início da produção do Novo Nissan Kicks nas suas fábricas de veículos e motores no complexo da marca em Aguascalientes, no México. A partir daí, essa unidade industrial abastecerá o mercado local e também outros países da região. Já os clientes brasileiros, e também de outros mercados, serão atendidos pelo Complexo Industrial da Nissan, em Resende, no Rio de Janeiro. Mas a data do início da produção do Novo.
Nissan Kicks brasileiro não foi revelada, mas será certamente no ano que vem. O que já se sabe é que o novo carro vai conviver com o modelo atual.
As versões do Citroën Basalt – Já se sabia no meio automotivo que o novo modelo da marca francesa pertencente à Stellantis chega até outubro. Agora, a Autoesporte revela que serão três versões – uma delas com o motor 1.0 Firefly presente em vários carros da Stellantis, como nos Fiat Argo e Cronos, Citroën C3 e Peugeot 208.
Prius recordista – E o sedã Toyota Prius, já de quinta geração, que não é vendido por aqui no Brasil, acaba de entrar no livro dos recordes. Ele cruzou os Estados Unidos da costa oeste até a costa leste, saindo da prefeitura de Los Angeles e chegando até a prefeitura de Nova York. O motorista foi Wayne Gerdes, um jornalista experiente, por sinal, que conseguiu uma média de consumo de combustível de 39,6 km/l. O valor é superior ao declarado pelo fabricante, que é de 24,3 km/l. O trajeto foi 5.188,7 quilômetros. Durante a travessia, ele enfrentou elevações de até 2.100 metros e atravessou o deserto de Mojave, onde as temperaturas chegaram a mais de 40ºC.
Venda de usados – O comércio de veículos usados em agosto registrou uma queda nas últimas semanas, de -2,9%. Foram 1,1 milhão de unidades – 898 mil automóveis e 158,6 mil comerciais leves. Mas isso garante um crescimento de 3,74% sobre o mesmo período do ano passado. No acumulado de 2024, foram 7,6 milhões de unidades, quase 9% a mais do que as 6,9 milhões entre janeiro e agosto de 2023. Com 19,53% de participação, a Volkswagen manteve-se à frente entre as montadoras, com Chevrolet (18,59%), Fiat (18,56%), Ford (8,58%) e Toyota (5,69%) completando o top 5.
Financiamento de carros – E os brasileiros continuam se valendo de empréstimos para comprar veículos. Em agosto, a quantidade de carros (novos e usados) a prazos chegou a 631 mil veículos – uma alta de 14,8% em relação ao mesmo mês de 2023. A B3 mostra que foram 4,6 milhões de unidades financiadas nos primeiros oito meses de 2024 – uma elevação significativa de 22,9% em relação a idêntico período do ano passado (874 mil unidades a mais).
Recall para freios de modelos Fiat – Fique atento: a partir do próxima 16 de setembro, a marca italiana começa um chamamento público para corrigir falhas nos modelos Argo, Cronos, Pulse, Mobi e Strada. Todos precisam revisar o freio de estacionamento – e, pior, possivelmente trocá-lo, já que ele pode não ter o funcionamento correto. É isso: mesmo com o carro devidamente estacionado e este freio acionado, ele pode se mover e acabar colidindo com um objeto que estiver ao seu redor. A Strada ainda precisa de verificação e instalação de parafusos na parte superior da carroceria. Para mais informações sobre os recalls da Fiat, os donos dos carros envolvidos podem contatar a marca pelo telefone 0800 707 1000, iniciar uma conversa via WhatsApp pelo telefone 31 2123-6000 – ou acessar o site oficial da montadora.
Fique atento aos sinais de desgaste – Os sistemas de freio, discos e tambores são peças essenciais no veículo e operam em regime de alta temperatura – principalmente quando são exigidos com muita frequência. O atrito do disco com a pastilha de freio faz diminuir a velocidade e parar o veículo por completo. “Se o disco estiver abaixo da espessura mínima recomendada, o atrito somado à alta temperatura pode acarretar alterações em sua superfície causando empeno e, às vezes, trincas”, afirma Leandro Leite, coordenador da Assistência Técnica Fremax.
O que acontece quando o disco e o tambor de freio estão comprometidos – Segundo Leite, é importante os motoristas ficarem atentos aos indícios de que a troca deve ser efetuada. “Quando o disco de freio apresenta faixas porosas ou degrau no local de trabalho da pastilha, pode ser necessário acionar o pedal com mais força para ocorrer a frenagem. Neste caso, o disco de freio deve ser substituído. O mesmo deve ser analisado para os tambores de freio, caso estes possuam sulcos profundos, devem ser substituídos”, comenta. A trepidação ao acionar o freio também pode indicar que os discos estão danificados. “Os discos podem sofrer empenamento por atuar em altas temperaturas. As trincas causadas por choques térmicos também provocam esse efeito. Nesta ocasião, os discos devem ser trocados junto com as pastilhas”, comenta o profissional.
Revisão preventiva ajuda a identificar problemas – Leite destaca ainda que a vida útil dos discos e tambores de freio deve ser observada mesmo se os componentes não estiverem apresentando defeito. “O freio é acionado o tempo todo e sofre desgaste constante. A recomendação é fazer inspeções a cada 10.000 km ou de acordo com as orientações do fabricante. Não se deve aguardar o aparecimento de algum defeito para a troca do disco e do tambor”, aconselha. Na hora da manutenção, também há necessidade de avaliar outros componentes periféricos, como o flexível, pinça, cilindros de roda e o nível e o tempo de troca do líquido de freio. Leite explica que rodar com discos e tambores desgastados podem provocar acidentes, haja vista que pode ocorrer quebra em uma frenagem de emergência. Para evitar essa situação, é importante fazer as inspeções periódicas e efetuar a substituição no momento certo.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico
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