Foram momentos prazerosos que vivi no meu sofá com Lady Gaga e sua música, que trazem consigo a arte e a magia de encantar pessoas, tirando sorrisos ou lágrimas de seus rostos. Quando a música chegava aos meus ouvidos, estava perfeitamente em sintonia e conectada à dança.
Transcendia os limites da emoção com seu olhar enigmático, momentâneo, atento e hipnotizador, combinando com a leveza das imagens que chegavam até à minha íris. Movimentos estes traduzidos pela arte de tocar a alma e o corpo, com um cardápio musical variado — ora de movimentos frenéticos e libidinosos, ora entremeados pela delicadeza e suavidade de sua voz elegante e potente, proporcional ao som que saía dos instrumentos musicais e das coreografias dos bailarinos.
Momentos únicos num sábado à noite, no sofá da sala da minha casa com Lady Gaga. A senhora de 39 anos me transportou aos subterrâneos poéticos e sentimentais da minha alma e corpo. Me deleitei com músicas ancoradas em versos falando de amor, liberdade e emponderamento.
Cenas que chegaram até mim na metade de uma noite tipicamente de um outono carioca, captadas direto das areias de Copacabana — a Princesinha do Mar —, que se curvou como um fiel súdito diante de Sua Majestade, a rainha da música pop desta segunda década do século 21. Foi uma noite épica, histórica e inspiradora.
O ato de 1º de Maio organizado pela CUT em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, começou com um apelo direto à militância: reforçar a defesa do governo Lula nas redes sociais. A estratégia surge em meio a um cenário de desgaste político impulsionado por denúncias de fraudes em aposentadorias no INSS e pelo aumento no preço dos alimentos. Apesar de indicadores econômicos positivos, como o recuo do desemprego, há insatisfação dentro do próprio PT quanto à capacidade de comunicação do governo. Dois telões ao lado do palco principal incentivavam o público a se cadastrar em uma rede de apoio digital, conectando militantes a grupos de WhatsApp para a divulgação de conteúdo pró-governo.
A programação do evento, que tem expectativa de reunir cerca de 30 mil pessoas, também serviu como plataforma para pautas trabalhistas, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e o fim da escala 6×1 — proposta em análise no Congresso e defendida por Lula em pronunciamento recente. A CUT, no entanto, se manteve distante de ações mais apelativas adotadas por outras centrais, como o sorteio de carros 0 km, apostando em uma abordagem mais política. A entrada foi condicionada à doação de alimentos, e shows de artistas como Belo, Pixote e Fernando & Sorocaba, que compõem a grade de atrações, são entremeadas por falas de sindicalistas. As informações são do jornal O Globo.
Apesar da mobilização, Lula optou por não comparecer ao ato no ABC. A ausência ocorre após críticas internas no ano passado, quando o presidente se irritou com a baixa adesão de público no 1º de Maio em Itaquera. Desta vez, Lula delegou a presença aos ministros Luiz Marinho, Márcio Macêdo e Cida Gonçalves, enquanto outro evento sindical ocorre simultaneamente na Zona Norte da capital, organizado por centrais como Força Sindical e UGT. A CUT participa dessa segunda mobilização apenas como convidada, evidenciando uma divisão no campo sindical.
Enquanto os discursos oficiais estavam previstos para começar no ABC às 18h45, lideranças políticas e sindicais circulavam entre as barracas de comida e banners que destacavam a luta pela redução da taxa de juros e o combate à precarização do trabalho. O mote do “fim da carestia”, presente em notas anteriores das centrais, foi deixado de lado nesta edição. Com o evento se estendendo até as 21h, a CUT tenta reposicionar sua base em um ambiente em que a adesão popular às ruas e à militância digital é colocada à prova.
Todos os analistas concordam. Já virou “truísmo”. A eleição presidencial de 2026 será diferente na hipótese da candidatura do governador de São Paulo. Com os olhares voltados para o maior estado do país, à espera de sinais que confirmem ou não as expectativas, alguns levantamentos nesse mês especularam o peso atual de possíveis nomes que poderiam substituí-lo na corrida ao Palácio dos Bandeirantes.
Dado que a essa altura os institutos trabalham com listas diferentes de eventuais postulantes é impossível elaborarmos médias de desempenho, o que nos levou a optar por apresentar no programa os dados reportados apenas pelo Datafolha.
Caso seja candidato à reeleição, o governador terá um caminho confortável à frente. O percentual de 47% que obtém numa lista longa representaria 56% dos votos válidos, sendo que todos os candidatos de direita marcam no agregado 67% do total, ou 80% dos válidos. A performance de Tarcísio é explicada pelo que sempre lembro: a mais poderosa variável preditora do desempenho dos incumbentes é a aprovação da sua administração. O Datafolha, de parabéns por incorporar agora às suas medições essa medida dicotômica (aprovação x desaprovação), lhe apontou 61% de aprovação, patamar que tornaria imbatível, a preço de hoje, o projeto de reeleição.
Sem Tarcísio na urna, o jogo começará mais embolado, liderado com 29% por Geraldo Alckmin, vice-presidente e ex-governador em quatro ocasiões. Nesse cenário, a distância entre os times da direita e da esquerda (Alckmin reposicionado aqui) se estreita. O primeiro continua ganhando, embora com um patamar menor, 48% do total, mas a esquerda duplica seu desempenho, chegando a 34%.
Quem seria ungido por Tarcísio?
Três nomes aparecem à frente, quando os paulistas são chamados a conjecturar sobre qual deles teria a preferência do governador. Provavelmente por conta da eleição municipal do ano passado. Os dois primeiros, que aparecem com mais destaque, praticamente empatados (Marçal, 23% e Ricardo Nunes, 22%), disputaram voto a voto a vaga da direita ao segundo turno. Isso se reproduz no gráfico acima. O apoio de Tarcísio foi decisivo para a vitória do prefeito, que hoje desfruta de boa aprovação na capital.
Na campanha, estreitaram muito a parceria que mantinham, tornando inverossímil a hipótese do apoio a Marçal. O outro nome que atinge na lista os dois dígitos (10%), que costumam caracterizar candidatos competitivos, também tem a ver com o pleito passado. Não pelo próprio desempenho eleitoral, mas pela força que granjeou com a performance do seu partido. O PSD de Kassab, secretário de Tarcísio, foi o grande vitorioso no conjunto dos municípios paulistas assim como no cômputo do país, e pode cumprir papel importante na equação politica de uma campanha ao Planalto.
Segue o dilema do governador
Tendo optado por uma estratégia diferente dos demais pré-candidatos do seu campo, que percorrem o país sem omitir a pretensão para o ano que vem, Tarcísio depende por completo de Bolsonaro, o qual, embora inelegível, tem se recusado a cogitar sobre um substituto. Porém, o esforço do ex-presidente em manter sob controle absoluto a passagem do bastão pode ter sido fragilizado pela nova cirurgia, que talvez o impeça de voltar às ruas e às articulações presenciais por um bom tempo, ambos ingredientes vitais para o comando que exerce, e que não podem ser substituídos nesse caso pelas redes sociais. Isso confirmado, aos poucos se afrouxarão as rédeas com que controla o processo.
Avançam os movimentos do tabuleiro do xadrez do próximo ano, embora sem jogadas decisivas. Ratinho, Caiado e Zema mostram nas pesquisas inequívocos sinais de que seriam competitivos. Tarcísio, presume-se, está atento ainda à sorte de Lula, o que equivale dizer, às suas próprias chances em um voo mais alto. De um lado, a história da Nova República mostra que, em um país continental heterogêneo como o nosso, nunca governadores paulistas tiveram êxito na empreitada nacional. Maluf, Quércia, Alckmin, Serra. Nomes aos quais pode ser acrescido Doria, escolhido em prévias mas impedido de concorrer.
Como lembrou Iuri Pitta na nossa conversa, foi Jânio Quadros, o último paulista a se tornar presidente, 65 anos atrás. Porém, de outro lado não se deve esquecer que Tarcísio se fez governador quebrando paradigmas. Nenhum candidato antes dele ostentava no currículo um vazio no quesito experiência político-eleitoral. Teve sucesso na primeira eleição que disputou.
Lula continuará a recuperação?
Peça central na eleição do ano que vem, a aprovação do presidente oscilou um ponto positivamente no Índice CNN, elaborado pelo IPESPE Analítica, ocorrendo o mesmo com a desaprovação. No artigo do mês anterior, com base na evolução dos saldos, eu usei a expressão “parou de piorar”. À medida que o clima eleitoral tomar conta do país irá ficando mais difícil observarmos mudanças vigorosas nesse quadro. Na perspectiva de uma recuperação, 2025 poderá caminhar na direção do que foi 2024, mas será quase impossível a volta dos melhores percentuais de 2023.
Aliás, naquele ano tivemos, por vários motivos que analisarei oportunamente, a mais duradoura “lua de mel” em tempos recentes de um presidente com a opinião pública, desmentindo cabalmente a ideia de que vivemos uma insuperável “polarização calcificada”. A propósito, as pesquisas sobre o novo mandato de Trump também contradizem a tese da suposta ”calcificação” até no país em que foi originalmente concebida. As mudanças impressionam. Segundo o Pew Research, a aprovação do presidente americano desde fins de janeiro recuou sete pontos, para 40%, e a desaprovação subiu 12 pontos, chegando a 59%. Um saldo negativo de 19 pontos.
Vê-se no gráfico acima que o resultado negativo de abril melhorou dois pontos face ao mês anterior. Tendo contribuído nessa direção o conjunto de notícias positivas que o governo produziu ou capitalizou e também – muito importante – a diminuição do volume de notícias negativas. A inflação parece arrefecer, e a proximidade de Lula com os chefes do Congresso afasta os parlamentares, no momento, da pauta da anistia. Mas há que se prestar atenção no risco de voltar a onda de noticiário predominantemente negativo sobre o governo.
O asilo à ex-primeira dama do Peru levou a mídia e as redes da oposição à retomarem o tema da corrupção, relembrando a Odebrecht. Da mesma forma, na sequência, a citação ao nome do irmão do presidente no bojo das apurações – pela CGU e PF – de esquemas de desvio de dinheiro dos aposentados serve para reforçar as suspeitas de favorecimento e corrupção. E a prisão do ex-presidente Collor, por condenação ligada à Lava Jato, resgata com força no debate público a operação que teve um papel negativo marcante na história do presidente e de seu partido.
Mudanças na batalha das redes: Tarcísio assume a liderança, Ratinho vem em segundo
O Índice Datrix dos Presidenciáveis (IDP) de abril apresenta variações importantes:
Tarcísio de Freitas apresenta forte recuperação no IDP, saltando de 5,61 em março para 15,83 em abril. O crescimento reflete um aumento expressivo de visibilidade e uma redução significativa no volume de conteúdo negativo em mar aberto — as menções de stakeholders, como imprensa, políticos e influenciadores digitais. Apesar das críticas à atuação da PM e à remoção de famílias da Favela do Moinho, esses temas tiveram menor repercussão do que os conteúdos positivos. Em abril, foi o terceiro presidenciável com melhor desempenho em redes próprias, o que reforça sua capacidade de reação frente às críticas.
Ratinho Júnior mantém um patamar semelhante ao de março. O governador do Paraná segue como um dos presidenciáveis mais estáveis no IDP (14,93 em abril, 15,81 em março), embora registre um volume reduzido de menções em mar aberto.
Ciro Gomes sobe no IDP de abril, chegando a 9,59 pontos, impulsionado pela melhora no mar aberto (de -15,04 em março para 0,21 em abril). O número de menções negativas nas redes caiu 35,6%. O principal destaque positivo foi a pesquisa Datafolha, que o aponta como nome competitivo em um cenário presidencial sem Lula e Bolsonaro.
Michelle Bolsonaro ampliou sua presença nas redes em abril, com foco nos temas da anistia e da saúde de Jair Bolsonaro. Suas postagens alcançaram alto engajamento, somando 1,7 milhão de interações. Ela segue como a presidenciável com maior capacidade de engajamento com sua base.
Caiado caiu de 13,47 para 3,64 (-9,83): o baixo apoio de lideranças de seu partido tem limitado o impacto positivo de sua candidatura.
Lula caiu de 9,96 para 5,90 (-4,06). A demissão do Ministro das Comunicações e o asilo concedido à ex-primeira-dama do Peru reacenderam o debate sobre corrupção. As denúncias de fraude no INSS, iniciadas em 23 de abril, ainda têm impacto limitado (queda de 3% em 24h). Em abril, houve interrupção na recuperação de sua imagem em mar aberto (-17,3 em abril), puxada principalmente pela queda de 74% no engajamento de seus perfis em comparação a março.
Romeu Zema reduziu significativamente o volume de menções negativas em mar aberto, passando de -26,45 em março para -8,46 em abril. A melhora foi impulsionada por sua participação nos atos pela anistia e por ser citado como uma alternativa à direita na ausência de Bolsonaro. Apesar da queda de 17,5% nas interações em suas redes próprias, mantém um bom nível de engajamento proporcional à sua base de seguidores.
A Datrix lembra que a performance digital dos potenciais candidatos é medida de forma original nesse Índice com notas que vão de -100 a + 100, combinando três grandes dimensões: engajamento nas redes próprias dos presidenciáveis, comentários em páginas da mídia , de influenciadores e de outros políticos, e a tonalidade das postagens numa escala de muito positiva a muito negativa. Milhões de dados das mais importantes plataformas (X, Facebook, Instagram, Threads, Bluesky, YouTube, entre outras) são extraídos e analisados por Inteligência Artificial.
Falta um ano e cinco meses para a eleição de 2026.
*Cientista político e sociólogo. Presidente do Conselho Científico do IPESPE. Presidente de Honra da ABRAPEL (Associação Brasileira dos Pesquisadores Eleitorais). Professor da UFPE.
No congresso estadual do PSB, realizado hoje na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, foi apontado como a principal aposta do partido para enfrentar o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em 2026. O evento também contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, do prefeito do Recife, João Campos, e da deputada Tábata Amaral.
O governo do Espírito Santo vai destinar R$ 500 milhões do seu fundo soberano – abastecido com royalties do petróleo – para a criação de um fundo voltado ao financiamento da transição energética.
O novo instrumento, segundo o governador Renato Casagrande (PSB), será operado por uma gestora, que será selecionada via edital publicado em 29 de abril. A ideia é financiar empresas que troquem combustíveis fósseis por fontes limpas ou aumentem a eficiência de seus processos e gerem descarbonização.
“Teremos R$ 500 milhões do fundo soberano aplicados num fundo de descarbonização para adiantar a transição energética. É um passo importante porque nenhum Estado tem esse instrumento e capacidade de fazer esse investimento“, afirmou o governador em entrevista ao Poder360.
O fundo será estruturado para atrair outros cotistas, como empresas, bancos ou organizações multilaterais. Casagrande citou a maior empresa do Estado, a Vale, como possível interessada.
“Se a Vale quiser colocar recurso para seus fornecedores reduzirem carbono, também pode. Se o Banco Mundial quiser colocar recurso, também pode”, disse Casagrande.
Desde 2015, o Estado capitaliza o fundo soberano com parte dos royalties do petróleo. A lei de 2019 determina que uma fração da receita com royalties e participações especiais seja poupada mensalmente.
Atualmente, o fundo tem R$ 2 bilhões. No passado, ações como a criação do fundo de descarbonização já foram testadas. Eis os valores e a destinação dada pelo Estado:
• R$ 250 milhões – investimento em empresas de inovação que operem no Espírito Santo;
• R$ 250 milhões – investimento em debêntures de empresas que seguem as práticas ESG.
Em todos os casos, a meta é capitalizar a empresa, ter ganho de escala e depois vender a parte do Estado com lucro.
Meta de descarbonização
O Espírito Santo é o primeiro Estado brasileiro a estruturar um fundo de descarbonização com recursos de royalties do petróleo ou de qualquer outra origem.
A medida está alinhada ao plano estadual de neutralidade de carbono até 2050. A meta intermediária é reduzir as emissões em 27% até 2030. Para isso, o governo estima a necessidade de R$ 5 bilhões em investimentos.
“Esta [iniciativa do fundo] não é a única fonte de financiamento, mas é um instrumento importante. Hoje, o Brasil discute como financiar a transição energética, e o Espírito Santo está colocando um instrumento de pé“, afirmou o governador.
Casagrande também pretende apresentar o fundo a potenciais investidores nos Estados Unidos, durante a chamada “Brazilian Week”, em meados de maio, quando empresários e políticos brasileiros fazem um roadshow em Nova York para atrair investidores.
Ele também espera que o fundo esteja operando até agosto, a tempo da COP30, marcada para novembro em Belém (PA).
Disciplina fiscal e recado a Lula
Segundo Casagrande, o fundo só é viável graças à situação fiscal equilibrada do Espírito Santo. Ele defende que o governo federal siga o mesmo caminho. “O Brasil tem que achar o seu equilíbrio fiscal, não tem outro caminho. Não teremos um caminho de segurança se não encontrarmos o equilíbrio.”
Questionado se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estão no rumo certo, Casagrande disse que sim, mas com ressalvas: “O governo está tentando. Está no caminho certo. Mas tem que dar mais velocidade a isso e mostrar mais unidade para gerar confiança a sociedade brasileira“.
Sugestão para a margem equatorial
Casagrande sugeriu que o governo federal adote modelo semelhante ao capixaba ao tratar da exploração de petróleo na margem equatorial. “Se o Brasil tomar a decisão de que o dinheiro que vai para os municípios, os Estados e a União será usado para financiar a transição energética e proteger a floresta, estará usando a alavanca do adversário, que é o combustível fóssil, para energizar uma prática sustentável.”
O edital de seleção da gestora do fundo será publicado no dia 29 de abril. A expectativa é que a operação comece no segundo semestre. O Bandes (Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo) coordena a implantação do instrumento.
O carro do deputado federal Sargento Portugal (Podemos-RJ) foi alvo de tiros na manhã de ontem, na região de Antares, bairro de Santa Cruz, na zona oeste do Rio. O congressista estava em um veículo blindado e não ficou ferido.
Ainda não está claro se Portugal foi o alvo direto do ataque ou se o carro entrou em uma área de tiroteio. Por meio de seu perfil nas redes sociais, o congressista afirmou que o caso foi uma tentativa de “silenciar” sua atuação política.
“Mais uma vez, tentaram tirar minha vida. Esse é o preço que se paga por lutar por vocês. A tentativa de intimidação foi clara. Atacaram meu carro. Quem anda com Deus, não recua”, escreveu.
Sargento Portugal é conhecido por sua atuação em pautas ligadas à segurança pública. À TV Record, afirmou que estava na região para entregar um “projeto” e criticou a situação da segurança no Estado. Disse que o Rio “não é do carioca há muito tempo”. Durante a entrevista, o congressista aparece em frente ao carro com uma marca de tiro.
Ao Poder360, a Polícia Militar afirmou que o comando do 27º batalhão foi acionado e policiais foram verificar a ocorrência. O caso foi registrado na 36ª Delegacia de Polícia.
A presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, classificou o episódio como “ato covarde” e afirmou que reflete uma “escalada da violência que assola o país”. Em nota, o partido cobrou apuração rigorosa das autoridades e punição aos envolvidos.
Leia a íntegra da nota do Podemos Nacional:
“A família Podemos está profundamente preocupada com a escalada da violência que assola o país. Desta vez, o alvo foi o nosso deputado Sargento Portugal, do Podemos do Rio de Janeiro — um dos principais nomes na defesa da segurança pública.
Repudiamos esse ato covarde contra um congressista no exercício do seu mandato e expressamos nossa total solidariedade ao deputado.
Cobramos das autoridades rigor nas investigações e a devida punição aos responsáveis. A democracia não pode conviver com a intimidação violenta de seus representantes.”
Leia a íntegra da nota da PM:
“A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Polícia Militar informa que, segundo o comando do 27º BPM (Santa Cruz), policiais militares foram verificar informações de disparos de arma de fogo, na manhã desta quinta-feira, 17/04, em Antares. De acordo com informações colhidas no local, um veículo foi alvo de disparos. O veículo é blindado. Ocorrência registrada na 36ª DP.”
A manifestação realizada na tarde de hoje pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o pastor Silas Malafaia na Avenida Paulista, em São Paulo, reuniu 44,9 mil pessoas. O número é um cálculo feito com base em imagens aéreas pelo grupo de pesquisa “Monitor do debate político” do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), coordenado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto, da Universidade de São Paulo (USP), e pela ONG More in Common. A margem de erro do levantamento é de 2,2 mil pessoas para mais ou para menos.
A marca é mais que o dobro da aferição do ato realizado em Copacabana, no Rio de Janeiro, no 16 de março, que chegou a 18,3 mil participantes. A contagem foi realizada no horário considerado ápice da manifestação, às 15h44, a partir de fotos aéreas analisadas com o auxílio de inteligência artificial.
O mote da manifestação é pela anistia dos condenados pelo 8 de Janeiro, projeto de lei na Câmara defendido por parlamentares do PL e ainda sem previsão de ser pautado pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Em 7 de setembro de 2022, também na Praia de Copacabana, o grupo de pesquisadores da USP e do Cebrap calculou um encontro de 64,6 mil manifestantes, um patamar que é cinco vezes maior do que aferido em março. No mesmo dia, uma manifestação na Av. Paulista reuniu 32,6 mil pessoas.
Apesar de significativamente superior ao público registrado no último ato no Rio, a presença de apoiadores do ex-presidente foi bem inferior ao registrado em fevereiro de 2024, quando 185 mil pessoas apoiaram Bolsonaro em ato em meio às investigações da PF por suposta tentativa de golpe.
Veja o público das manifestações bolsonaristas, segundo pesquisadores da USP:
18,3 mil em 16 de março de 2025 – Protesto de apoiadores de Bolsonaro em Copacabana. Foi marcado pelo pedido de anistia dos condenados pelo 8 de Janeiro
45,7 mil em 7/09 de 2024 – Protesto de apoiadores de Bolsonaro na Av. Paulista, em São Paulo. O ato pediu o impeachment de Alexandre de Moraes e teve público abaixo do esperado.
32,7 mil em 21/4 de 2024- Ato em Copacabana no feriado de Tiradentes. Foi marcado por falas de cunho religioso e ataques a Lula.
185 mil em 25/02 de 2024 – Ato na Av. Paulista. Evento foi em apoio a Bolsonaro, em meio às investigações da PF por suposta tentativa de golpe.
32,6 mil em 7/09 de 2022 – Manifestação na Av. Paulista convocada por Bolsonaro para impulsionar a campanha à reeleição ao Planalto.
64,6 mil em 7/09 de 2022 – Manifestação em Copacabana, no Rio. O ato em homenagem ao Bicentenário da Independência virou evento de campanha à reeleição.
O deputado estadual Coronel Feitosa (PL-PE) participou neste domingo (7) do ato realizado na Avenida Paulista, em São Paulo, em defesa da anistia dos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023. A manifestação reuniu apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e teve como pauta central o apelo por liberdade para os condenados.
Feitosa esteve no local ao lado da esposa, Adellie Ramos, que levou um batom como símbolo de protesto em solidariedade às mulheres detidas na ocasião. O parlamentar tem feito menções frequentes ao tema na tribuna da Assembleia Legislativa de Pernambuco e também em suas redes sociais, onde divulga nomes e imagens de presas envolvidas nos atos.
“Lotamos a Paulista! É isso aqui que incomoda tanto a esquerda. Essa capacidade de mobilização, esse apoio popular voluntário e pacífico ao presidente Jair Bolsonaro. 2026 está chegando!”, afirmou o deputado durante o evento.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) falou, hoje, em manifestação na avenida Paulista, em defesa da anistia dos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, onde reciclou a declaração que fez quando se tornou réu por tentativa de golpe de Estado e disse que violação à democracia foi sua derrota na eleição de 2022.
O que aconteceu
Apesar da temática do evento ser o perdão aos acusados de participarem dos atos golpistas, Bolsonaro pouco falou sobre o assunto nos quase 25 minutos em que discursou. Na maior parte do tempo, o ex-presidente defendeu a própria inocência e uma eventual candidatura nas próximas eleições. “Eleições 2026 sem Jair Bolsonaro é negar a democracia, escancarar a ditadura no Brasil. Se o voto é a alma da democracia, a contagem pública do mesmo se faz necessária”, afirmou.
O voto no Brasil é seguro e auditável, como já mostraram relatórios do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e TCU (Tribunal de Contas da União). Desde 1996, início da utilização da urna eletrônica, nunca houve fraude comprovada.
Ex-presidente também disse que não houve “ato preparatório” para um eventual golpe, apesar de já ter admitido que “discutiu hipóteses” com militares. “O primeiro movimento para um estado de sítio, de defesa, é convocar os conselhos. Nenhum conselho foi convocado, então, nem ato preparatório houve”, declarou.
Ato era “teste de força”
Após o protesto esvaziado no Rio e com o assunto travado na Câmara, a estratégia do bolsonarismo é mostrar que a anistia tem força nas ruas. Apesar da pressão bolsonarista, os caciques da Câmara sinalizam que a anistia não é prioridade. O presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) tem focado em outros assuntos, como a comissão que vai discutir a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 por mês, e foi alvo de alguns dos discursos no ato deste domingo.
Fotos mostram que o ato ocupou os dois lados da avenida por cerca de dois quarteirões, em frente ao Masp até o parque do Trianon. Ainda não há estimativa do número de participantes.
Pesquisa mostra que maioria dos brasileiros rejeita proposta de anistia. Levantamento Genial/Quaest publicado hoje mostrou que 56% acham que os envolvidos no 8 de Janeiro devem continuar presos. Já 34% defendem que eles sejam soltos: 18% acreditam que eles nem deveriam ter sido presos e 16% pensam que devem ser soltos porque já estão presos há tempo demais.
Sete governadores foram à manifestação. Romeu Zema (Novo-MG), Jorginho Mello (PL-SC), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União-GO), Wilson Lima (PL-AM), Ratinho Jr. (PSD-PR) e Mauro Mendes (União-MT) posaram ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro em foto divulgada pelo líder da bancada evangélica na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
Cláudio Castro (PL) havia confirmado presença, mas cancelou após fortes chuvas desabrigarem centenas de pessoas no Rio. Mais de 300 pessoas tiveram de deixar suas casas em Angra dos Reis, onde o volume de chuva em dois dias foi mais que o dobro da média para o mês inteiro.
Ratinho Júnior (PSD) disse que não iria, mas apareceu. Depois de almoçar com Bolsonaro em Curitiba na sexta-feira, o governador paranaense falou que não poderia vir ao evento porque viajaria aos Estados Unidos. Ontem, ele participou do lançamento de um livro junto com o presidente do PSD, o ex-governador Gilberto Kassab, como mostrou a coluna de Mônica Bergamo no jornal Folha de S.Paulo.
Ronaldo Caiado lançou pré-candidatura à Presidência na sexta, dois dias antes de dividir palco com Bolsonaro. Tanto o ex-presidente quanto o governador goiano estão atualmente inelegíveis. Decisão da Justiça Eleitoral de Goiás de dezembro passado condenou Caiado a oito anos de inelegibilidade por abuso de poder político, mas ele ainda pode recorrer da decisão.
Reunião de governadores acontece em meio a disputa por protagonismo na direita. Com Bolsonaro inelegível, os nomes de vários dos presentes hoje na manifestação têm sido aventados como eventuais substitutos. O mais competitivo, segundo pesquisa Datafolha divulgada hoje, é o governador paulista Tarcísio de Freitas — que tem repetido, em público, que não será candidato ao Executivo federal no ano que vem.
Governadores, políticos e líderes da direita e próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizam hoje, na Avenida Paulista, São Paulo, novo ato. O mote, segundo a organização, é pela anistia dos condenados pelo 8 de Janeiro, projeto de lei na Câmara defendido por parlamentares do PL e ainda sem previsão de ser pautado pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Bolsonaro chegou à manifestação por volta das 13h45, acompanhado de aliados. A expectativa é que dez pessoas discursem durante o ato. A manifestação começou às 14h com a execução do hino nacional. Bolsonaro estava no trio elétrico acompanhado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do governador de Minas Gerais Romeu Zema, e parlamentares como a senadora Tereza Cristina (PP-MS).
Os organizadores divulgaram em listas no dia anterior confirmando a presença de 117 políticos da direita ou próximos ao ex-presidente. Além de Bolsonaro estão em São Paulo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o presidente do PL Valdemar Costa Neto, além de sete governadores, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), senadores, deputados federais e estaduais, e vereadores da capital e do interior do estado.
Antes do ato, Valdemar Costa Neto reiterou que Bolsonaro é um “fenômeno” e que todos estão na Paulista para trabalhar pela anistia. Apesar da inelegibilidade do ex-presidente até 2030, Valdemar insistiu que o ex-presidente é o único candidato nas eleições de 2026.
— Todos nós vamos fazer esse trabalho. Queremos anistia. Vamos trabalhar para isso. É por isso que estamos fazendo esses encontros — disse Valdemar, afirmando que o ato de hoje não é sobre a eleição de 2026. — Primeiro nós precisamos ver como é que fica a situação do Bolsonaro. Mas eu tenho certeza que o Bolsonaro vai ser candidato. Tenho certeza.
O cacique do PL também comentou a pesquisa Datafolha, divulgada neste domingo, apontando que 67% dos eleitores não querem Bolsonaro como candidato:
— Para nós é o Bolsonaro o candidato. É o melhor. Para nós não têm outra opção. Tem que ser o Bolsonaro. E eu tenho certeza que ele vai conseguir isso ainda. Nós vamos trabalhar muito para conseguir isso.
Outra pesquisa divulgada neste domingo foi a Quaest, publicada inicialmente pelo colunista Lauro Jardim. Segundo o levantamento, 56% dos entrevistados defendem que “os envolvidos nas invasões de 8 de janeiro” devem “continuar presos por mais tempo cumprindo suas penas”. Entre os entrevistados, 34% acham que eles nem deveriam ter sido presos ou “já estão presos por tempo demais”.
‘Cinco presidenciáveis‘
Antes mesmo do ato na Paulista, o ex-presidente posou para algumas fotos com políticos da direita. O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), que hospedou Bolsonaro no Palácio Bandeirantes, publicou uma imagem ao lado do aliado e outros seis governadores em seu perfil nas redes — Romeu Zema (MG), Jorginho Mello (SC), Ronaldo Caiado (GO), Wilson Lima (AM), Ratinho Júnior (PR) e Mauro Mendes (MT). O governador do Rio, Cláudio Castro, que havia confirmado participação, se ausentou devido às chuvas no estado, mas postou um vídeo nas redes sociais citando seu apoio “à causa (da anistia)”.
Caiado afirmou que veio à manifestação porque é um movimento nacional pela “justiça”, e afirmou ser um dos cinco presidenciáveis presentes hoje na Paulista. O governador goiano lançou na última sexta-feira sua pré-candidatura ao posto pelo União Brasil, em um evento em Salvador.
— Não tem sentido essa situação que leva a um sentimento de total descompasso com aquilo imputado em relação às penas. O Estado não pode vingar, ele tem que julgar. Então este é o momento de julgar com equilíbrio, com apoderação. É a hora de nós caminharmos para pacificar o Brasil.
Ele afirma que sua pré-candidatura à presidência não fragmenta a direita.
— Olha, hoje aqui nós estamos em Caiado presidenciável, Zema presidenciável, Ratinho presidenciável, Tarcísio presidenciável, Bolsonaro presidenciável. Hoje nós somos cinco. Não fragmenta a direita, mas é a realidade. Essa realidade vai trabalhar.
Já o mineiro Romeu Zema (Novo) voltou a fazer acenos a Bolsonaro e minimizou a fragmentação de candidatos:
— A proposta da direita é muito semelhante. Eu já disse que eu quero somar com o projeto Brasil. Em Minas nós fizemos a diferença e eu quero estar contribuindo. E a definição (sobre a candidatura) vai ser feita mais adiante. Nós estamos mostrando aqui hoje que estamos juntos, unidos, sete governadores. Como eu falei, eu quero contribuir com a direita, com o Brasil. A posição para mim é secundária, eu quero contribuir e ajudar.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, ausente no ato realizado há poucas semanas no Rio de Janeiro, posou ao lado de outras mulheres, como a mulher do governador de Goiás, Gracinha Caiado.
O deputado Nikolas Ferreira, que divulgou na quinta-feira um vídeo sobre a Anistia e que rendeu mais de 50 milhões de visualizações em dois dias, destacou a força de convergência do ex-presidente, mesmo inelegível, em reunir nomes da direita:
— Que bom que ele tem conseguido ser um líder de convergência. São quase 10 governadores, centenas de deputados, senadores unidos. E isso tem mostrado que o cara que está inelegível tem mais força política do que o atual presidente.
Varal de mártires e trap
Nas primeiras horas da manifestação, apoiadores do ex-presidente já faziam volume na Avenida Paulista, mesmo sem a presença de nenhuma autoridade. Nas placas, pedidos de anistia e o uso do batom como “símbolo de resistência”. “Cuidado ao usar essa arma, te condena há 14 anos” diziam placas com o objeto.
A referência é a condenação de Débora Rodrigues dos Santos, responsável por pichar a estátua que fica em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Além de um “varal de mártires” com imagens de pessoa presas por tentativa de golpe, a manifestação também contou com músicas originais. Uma delas, um trap. “Não houve golpe, nem tentativa de golpe, só tinha mulheres”, dizia a letra. Músicas em sertanejo e pop com a mesma temática também foram tocadas.