Aprovação a Tarcísio vai a 72% em Santos depois de ação da PM

Do Poder360

A taxa de aprovação no município de Santos do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), saltou de 61,9% em dezembro de 2023 para 71,6% em março, segundo levantamento divulgado pelo Paraná Pesquisas na quinta-feira (14).

O período coincide com o avanço da operação Verão, que já deixou 47 mortos na cidade e tem alimentado críticas ao governo por um possível excesso de violência policial. O levantamento indica que a ação, portanto, não influenciou na queda de popularidade do governador e pode estar, ao contrário, tracionando um crescimento de aprovação na cidade litorânea.

Além de medir a taxa de aprovação de Tarcísio em Santos, o estudo calculou o impacto que o apoio do governador e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria no município. Entre os entrevistados, 25,1% disseram que “com certeza” votariam em um candidato apoiado por Tarcísio. Se o apadrinhamento for de Bolsonaro, a porcentagem de adesão seria de 25,8%.

Ao mesmo tempo, 40,5% da população local diz que “poderia votar” em um candidato apoiado pelo governador para a prefeitura. No caso de um nome apoiado por Bolsonaro, o índice é de 25,4%. Logo, a bênção de Tarcísio teria o poder de influenciar 65,6% dos eleitores santistas, enquanto a de Bolsonaro chegaria a 51,2%. 

O impacto do apoio reflete na situação atual da disputa captada pelo levantamento. No principal cenário estimulado, a deputada bolsonarista Rosana Valle (PL) lidera com 36,1% dos votos. Na sequência está o atual prefeito, Rogério Santos (Republicanos), que migrou para o mesmo partido de Tarcísio em busca de seu apoio na corrida pela reeleição. Ele tem 27,0% das intenções de voto.

O levantamento foi realizado pelo Paraná Pesquisas de 3 a 13 de março de 2024. 800 pessoas, com 16 anos ou mais no município de Santos, foram entrevistadas de forma presencial. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais, para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%. O levantamento está registrado no TSE sob o nº SP-07755/2024. Custou R$ 40.000 e foi pago com recursos do diretório do Partido Liberal em Santos.

Operação Verão

A influência positiva de Tarcísio nas eleições municipais se sobressai aos números crescentes de óbitos durante ações policiais em Santos. Na quinta-feira (14), com mais 2 mortos, a operação Verão atingiu o marco de 47 óbitos desde dezembro.

Em julho de 2023, São Paulo deflagrou a operação Escudo como uma resposta à morte de Patrick Bastos Reis, policial militar da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), durante patrulhamento no Guarujá (SP). A medida deixou ao menos 28 mortos em cerca de 40 dias.

Já em dezembro de 2023, o governo local anunciou uma nova ação policial, que funciona como uma extensão da operação anterior. Nomeada de operação Verão, a iniciativa prometeu o reforço de 3.108 mil policiais militares em 16 municípios do litoral sul e norte do Estado. Depois da morte do soldado Samuel Wesley Cosmo, também PM da Rota, em 2 de fevereiro, o governo de São Paulo lançou uma nova fase para intensificar a presença policial nas ruas.

O número de mortes, tanto na operação Escudo como na Verão, provocou uma série de movimentações por parte de organizações de direitos humanos. Em 16 de fevereiro, a ONG Conectas Direitos Humanos e o Instituto Vladimir Herzog enviaram um apelo à CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) e à ONU pelo fim da operação e a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais.

Tarcísio “nem aí”

Diante das acusações, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), disse estar “nem aí” para as repercussões negativas das medidas. Afirmou que tem “muita tranquilidade” sobre o que tem sido feito no âmbito das ações policiais e que tem recebido elogio por parte de empresários e juízes.

Da Folha de São Paulo

A crítica de Tabata Amaral (PSB) de que o adversário Guilherme Boulos (PSOL) fez “safadeza” ou “estatística criativa” numa publicação nas redes sociais levou à comparação no eleitorado progressista de que a deputada vai agir não como uma Simone Tebet (MDB), mas sim como um Ciro Gomes (PDT).

Rivais do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na eleição da capital paulista, Boulos e Tabata se aproximam pela atuação no campo da esquerda e compõem a base do presidente Lula (PT), o que criou uma expectativa de pacto de não agressão e de apoio mútuo no segundo turno.

Num pleito que espelha a última eleição presidencial, com a repetição da polarização nacional entre petistas e bolsonaristas, Tabata, ao buscar seu eleitorado na estrangulada terceira via e se opor à extrema direita, desempenharia o papel de Tebet, que se uniu a Lula no segundo turno.

Mas, por não poupar o psolista, Tabata tem sido chamada nas redes sociais por eleitores do PT e do PSOL de Ciro, candidato que mirou em Lula em 2022 e, com isso, teria inflado o antipetismo.

A comparação, no entanto, é rejeitada pela deputada e pelo entorno de Boulos, que ainda conta com o apoio de Tabata no segundo turno e, por isso, tem evitado o embate com ela.

Aliados de Tabata admitem o paralelo com Ciro no sentido de que, assim como o pedetista em 2022, ela não cumprirá a função de linha auxiliar no pleito municipal. Eles afirmam que ela não aceitará ser colocada num lugar secundário e que não adotará uma postura complacente.

Questionada pela Folha ontem, Tabata não quis comentar as comparações com Ciro nas redes. “No dia em que eu me preocupar com o Twitter, por favor me retirem dessa disputa. Porque aí só vou dialogar para a bolha”, disse.

“Nunca achem que eu vou ter um posicionamento ou uma atitude para agradar essas bolhas que não representam a sociedade. O Twitter vai chiar, vai falar mal e está tudo bem.”

Na última terça (5), depois que Boulos publicou um gráfico com uma combinação de cenários de uma pesquisa e a excluiu entre os adversários, Tabata gravou um vídeo insinuando que ele distorceu o levantamento para prejudicá-la.

Atendendo a ações movidas por Tabata e por Nunes, a Justiça Eleitoral determinou que Boulos retirasse o post do ar. Segundo o psolista, a intenção do gráfico era compará-lo somente aos adversários do campo bolsonarista e, por isso, ela foi excluída.

Questionado sobre o episódio, Boulos não quis comentar um possível pacto de não agressão com Tabata, evitou criticá-la e disse que a considera uma “grande parlamentar da bancada da educação”.

“Não vou ficar entrando em bate-boca de internet, não me cabe isso. […] Eu tenho maior respeito pela Tabata, acho que a pré-candidatura dela contribui para a qualificação do processo eleitoral. […] Ela faz parte de um campo político democrático e vai expressar isso no processo eleitoral”, afirmou.

Em outras ocasiões, Tabata também voltou-se contra Boulos. Em entrevista à Folha, em setembro passado, ela disse que o radicalismo não era o maior problema do deputado, mas sim “a falta de seriedade e maturidade”.

Apesar da resposta dura do ex-presidente do PSOL Juliano Medeiros ao vídeo de Tabata, a orientação na equipe de Boulos é a de não inflar o confronto.

“Quando um não quer, dois não brigam. Nossa postura não é de brigar com ela, vamos centrar combate no bolsonarismo e no seu representante, Ricardo Nunes”, diz o deputado estadual Donato (PT), um dos coordenadores do programa de governo de Boulos.

“Não vejo por que não teria como dialogar com ela para ter o apoio dela no segundo turno. Da mesma forma, se for ela que estiver no segundo turno, a gente não teria nenhuma dúvida em apoiá-la”, resume o petista.

Donato diz ainda que é “inadequado” compará-la com Ciro e que o episódio do post “não vai dar o tom da relação entre Tabata e Boulos”. O deputado afirma que ela não trata Boulos como alvo prioritário e tem denunciado irregularidades de Nunes.

Outros estrategistas de Boulos minimizam o embate com a deputada, afirmam que ela tem legitimidade para definir sua tática eleitoral e que faz parte do jogo receber ataques.

Já a equipe de Tabata avalia que aliados de Boulos esperavam dela uma postura de não agressão e de apoio no segundo turno, como aconteceu com Tebet. Para eles, o entorno do deputado, incluindo Lula, tenta criar um clima de parceria entre os dois, como se ela fosse “café com leite”.

Um exemplo da construção dessa narrativa estaria no elogio de Lula à parlamentar, ao afirmar que ela é uma jovem com futuro político —a fala incluiria uma mensagem subliminar de que hoje ela não está pronta para a função.

Pesquisas internas indicam que Tabata consegue avançar tanto sobre o eleitorado de Boulos quanto de Nunes e, portanto, não haveria motivo para poupar o psolista das críticas.

Também existe a avaliação de que a campanha municipal é uma ferramenta para Tabata se posicionar no tabuleiro político e trabalhar sua imagem, mesmo que não consiga vencer. Assim, não faria sentido assumir uma postura tímida.

“Ela não começou essa confusão relacionada ao gráfico. Na medida em que os candidatos tentam fazer com que ela seja invisível, claro que ela também precisa se apresentar. Sempre com elegância, com argumento”, afirma o deputado estadual Caio França (PSB).

“A Tabata vai cumprir um papel muito importante na campanha. Se fosse para aderir a uma das candidaturas, era melhor não ser candidata”, completa.

O cientista político Marco Teixeira, da FGV-SP, diz que a comparação de Tabata com Ciro é infeliz. “É outra eleição, outro perfil. A Tabata não é o Ciro, não é agressiva, não sai xingando.”

Na opinião dele, essa comparação pode inclusive gerar prejuízo para a campanha de Boulos se atrapalhar o eventual apoio dela no segundo turno. “Não é algo que agregue à campanha do Boulos e só gera tensão. Ainda mais que a relação de Lula e Ciro é tensa. É chamar um problema para si”, diz.

Teixeira avalia que a estratégia de Boulos é reeditar a polarização nacional, e esse parece ter sido o motivo para excluir Tabata do gráfico. “[Ele está] olhando para trás, com a lembrança de que Bolsonaro perdeu para Lula na cidade. Mas Boulos tem que lembrar que tem um teto e que, se queimar possíveis aliados de segundo turno, isso pode ser decisivo.”

Da Agência Brasil

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, declarou nesta sexta-feira (8) que não está “nem aí” para as denúncias de que estão ocorrendo abusos na condução da Operação Verão, deflagrada pela Polícia Militar na Baixada Santista.

“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU [Organização das Nações Unidas], pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”, disse a jornalistas, durante evento na capital para celebrar o Dia Internacional da Mulher.

Desde o ano passado, a Baixada Santista tem sido palco de grandes operações de segurança, após policiais militares serem mortos na região. O número de pessoas mortas por PMs em serviço na região aumentou mais de cinco vezes nos dois primeiros meses deste ano. 

Em janeiro e fevereiro, os agentes mataram 57 pessoas, segundo dados divulgados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). No mesmo período do ano passado, foram registradas dez mortes por policiais em serviço na região.

Ontem, o governador Tarcísio de Freitas foi denunciado ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) pela escalada da letalidade policial no estado. Apresentada pela Conectas Direitos Humanos e pela Comissão Arns, a denúncia aponta que a situação no litoral paulista é resultado de ação deliberada de Tarcísio “que vem investindo na violência policial contra pessoas negras e pobres”.

As entidades pediram que o conselho leve o Estado brasileiro a estabelecer medidas de controle à violência policial no estado de São Paulo, assegurando a implementação do programa de câmeras corporais, investigando de forma independente e responsabilizando os agentes públicos e a cadeia de comando envolvida na prática de abusos e execuções sumárias.

Em entrevista, o governador defendeu o trabalho dos policiais, argumentando que as operações têm feito uso de “inteligência e alvos determinados” e que elas estariam “restabelecendo a ordem”. 

“Há sempre muita crítica à nossa ação, e isso me impressiona um pouco porque me parece que é mais confortável fazer o que era feito antes”, disse. “A nossa polícia é extremamente profissional. É uma pena que toda hora as pessoas querem colocar a polícia na posição de criminosa. Não é isso. Esses caras estão defendendo a gente, defendendo a nossa sociedade, com coragem. Estão vestindo farda para enfrentar criminoso”, acrescentou.

As operações da Polícia Militar no litoral têm sido bastante contestadas. No domingo (3), uma comitiva formada por diversas entidades de defesa dos direitos humanos foi até a Baixada Santista para colher depoimentos sobre as operações da Polícia Militar na região. O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Claudio Silva, que integrou a comitiva, defendeu a suspensão da Operação Verão.

“Por parte das testemunhas, é importante revelar que vem uma série de reclamações sobre intimidações, volta da polícia à cena do crime e invasão de casas de vítimas que já foram mortas. Tem uma das testemunhas que relatou que a casa foi invadida, mesmo depois da pessoa morta, e totalmente revirada. E intimidação de forte aparato policial presente no sepultamento de vítimas”, disse o ouvidor.

Nesta semana, o Ministério Público decidiu abrir uma notícia fato para investigar as denúncias de que os policiais militares não estariam preservando as cenas dos crimes, levando os mortos da operação para os hospitais como se estivessem vivos para evitar a perícia no local exato da morte. Quando o corpo é retirado do local do crime, o trabalho da perícia fica prejudicado, dificultando a constatação se houve homicídio ou morte decorrente de intervenção policial. 

A jornalistas, Tarcísio respondeu sobre essa investigação do Ministério Público. “Estamos fazendo o enfrentamento de forma profissional, de forma séria. E aí vem denúncia disso, denúncia daquilo. Temos que entender, às vezes, a situação em que as pessoas estão lá, escravizadas pelo crime, ameaçadas pelo crime. Porque oficialmente não chega nada lá. Você conversa com o pessoal da Santa Casa de Santos e nenhuma informação dessa foi veiculada. É uma tremenda irresponsabilidade levantar esse tipo de situação sem evidência, sem lastro”.

Principais fiadores da candidatura de Tabata Amaral (PSB) à Prefeitura de São Paulo, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, discordam sobre quem é o principal adversário da deputada federal na disputa.

Assim como a própria Tabata, Alckmin avalia que o principal concorrente da parlamentar na eleição paulistana é o atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB). Já França defende que Tabata mire seus ataques no deputado Guilherme Boulos (PSol-SP). As informações são da coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles.

O argumento de Tabata e de Alckmin para eleger Nunes como principal adversário são pesquisas internas mostando que a deputada terá de disputar com o atual prefeito os eleitores das classes C e D, extrato da população em que os dois são menos conhecidos.

Já Márcio França avalia que Boulos é o principal adversário de Tabata porque ambos disputarão os votos da esquerda e centro-esquerda, enquanto Nunes deve angariar, sobretudo, votos entre os eleitores que se identificam como de direita ou centro-direita.

Pré-candidata a prefeita de São Paulo, a deputada federal Tabata Amaral (PSB) intensificou os contatos com altas lideranças tucanas em busca de uma aliança para a campanha municipal.

Nesta semana, ela esteve com o deputado federal Aécio Neves (MG), uma das figuras mais influentes da legenda. O principal tema foi o convite para os tucanos indicarem o vice em sua chapa. As informações são da coluna Painel, da Folha de São Paulo.

Embora defenda candidatura própria na capital paulista, Aécio disse ter ficado bastante impressionado com a deputada e defendeu que ela avance nas conversas com dirigentes do partido na cidade.

Entre os aliados de Tabata no PSB, a possibilidade de atrair os tucanos é vista com otimismo. O novo presidente do diretório tucano na capital paulista, José Aníbal, não esconde a simpatia por ela.

Já no PSDB, existe a expectativa de que Tabata pode ser uma aliada na campanha presidencial de 2026, caso uma coligação na cidade de São Paulo seja fechada agora.

Ao lado de lideranças políticas nacionais do Partido Progressistas, a deputada federal e pré-candidata a prefeita de Jaboatão, Clarissa Tércio (PP), participou do ato em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na Avenida Paulista, em São Paulo, ontem.

“Foi emocionante, gigante e com certeza ficará marcado na história do nosso país. Foi um ato simbólico, memorável e importante para a democracia brasileira, que reuniu milhares de apoiadores e mostrou toda a força do nosso Capitão. Foi pelo Brasil e pelos brasileiros”, destacou Clarissa.

Os olhos de vários políticos em todo o país estão voltados, esta semana, para o estado de São Paulo, onde está sendo aguardado um insólito processo de cassação de mandato de vereador no famoso município de Embu (SP), na região metropolitana paulista, mais conhecido como Embu das Artes – pela quantidade de artistas que possui entre a população. Lá, o engenheiro civil Abidan Henrique da Silva, 26 anos está sendo alvo de um processo por quebra de decoro parlamentar previsto para ser julgado na próxima quarta-feira (28/02).

O motivo alegado para o processo é o fato de, em outubro passado, ao denunciar a postura de colegas de esvaziar a sessão da Câmara Municipal para não debater a transferência de R$ 2 milhões da área de Saúde de Embu para a Secretaria Municipal de Cultura – o que teve como objetivo pagar os artistas do evento Embu Country Fest – Abidan teria se excedido. Na ocasião, utilizou-se de metáfora para dizer que os vereadores “fugiram como ratos”.

O caso é semelhante a vários outros que terminaram sendo arquivados em Legislativos do país, não fosse o fato de Abidan ser, hoje, o único vereador de oposição à prefeitura, governada pelo Republicanos. Integrantes do PSB no estado já dão a aprovação da sua cassação como certa e se preparam para apresentar um recurso no mesmo dia.

A questão chama a atenção, sobretudo, pelo fato de o vereador ser destaque no estado. Ele é um dos responsáveis pela criação, em 2018, do curso pré-vestibular Km 23, que oferece aulas gratuitas para estudantes de Embu e municípios vizinhos. O curso consiste numa ação afirmativa de acesso ao ensino superior para alunos de baixa renda, sobretudo jovens negros e periféricos.

Igualdade pela educação – Abidan costuma declarar que “pela educação, é possível alcançar a igualdade de oportunidades”. “A Lei de Diretrizes e Bases contempla que o ensino precisa se guiar pela igualdade, pluralismo e consideração com a diversidade étnico racial”, enfatiza.

Além disso, ele enfrentou várias adversidades para conseguir se formar e progredir na vida, além de ter estimulado os próprios pais a estudarem. A mãe, Cleide Oliveira, que foi empregada doméstica por 12 anos, hoje é professora. O pai, que foi marceneiro por décadas, também seguiu o exemplo do filho e se formou em engenharia.

Os três – pai, mãe e filho – fizeram juntos a prova do Enem, em 2014 e hoje têm curso superior. É nesse contexto que muitos grupos e entidades do país estão fazendo campanhas e coletando assinaturas em defesa de Abidan. Procurados, nem os vereadores nem a prefeitura de Embu quis se manifestar sobre o caso.

Parlamentares do PSOL acionaram o Ministério Público de São Paulo pedindo providências em relação à hospedagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo estadual, na véspera do ato na Avenida Paulista, que aconteceu neste domingo (25).

Os parlamentares alegam que o prédio público foi usado indevidamente pelo governador ao oferecer a hospedagem ao ex-presidente. As informações são da Carta Capital.

No texto, os psolistas apontam que o ato viola o princípio de impessoalidade e imparcialidade da gestão pública do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).

“Nada justifica que o governador hospede, com dinheiro público e em um prédio com finalidade pública – pois é a sede do executivo paulista – uma pessoa que não exerce nenhum cargo público, está inelegível por inúmeras irregularidades praticadas no processo eleitoral e, ainda, responde a vários processos judiciais”, aponta o texto

Os parlamentares pedem que a Procuradoria-Geral de Justiça do Estado questione custos e finalidades da hospedagem e cobre as medidas cabíveis dos responsáveis.

O documento é assinado pelo deputado estadual Carlos Giannazi, a deputada federal Luciene Cavalcante e o vereador Celso Giannazi.

O ato chamado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (25) na avenida Paulista tem características diferentes de anteriores, em que membros do STF (Supremo Tribunal Federal) e a Corte costumavam ser os principais alvos de faixas e cartazes. 

Os manifestantes, que comparecem ao ato chamado em meio às investigações da Polícia Federal que apuram suspeita de que Bolsonaro participou de uma tentativa de golpe de Estado, seguem por enquanto o desejo de seu líder de não manter os ataques diretos desta vez. As informações são do Estado de Minas.

O temor é que críticas à Justiça possam complicar ainda mais a situação de Bolsonaro. A simples organização do ato, de qualquer forma, já é um ato de pressão direta ao STF, que tem autorizado prisões e buscas em torno da investigação de uma trama golpista.

Antes do evento, bolsonaristas já se preparavam para pedir que abaixassem os cartazes e fechassem as faixas. “Se alguém aparecer com cartaz ou faixa, nós vamos educadamente pedir para que recolham”, avisou o deputado federal Tenente-Coronel Zucco (PL-RS), um dos participantes da manifestação. 

Em eventos anteriores, além de criticar o STF e o Congresso, apoiadores de Bolsonaro também exibiram faixas e cartazes apoiando a ideia de um golpe de Estado no Brasil e enaltecendo a ditadura militar que ocorreu entre 1964 e 1985. 

Saudosista da ditadura, Bolsonaro reiterou ao longo de anos sua tendência autoritária e seu desapreço pelo regime democrático. Ele negou a existência de ditadura no Brasil e se disse favorável a “um regime de exceção”, afirmando que “através do voto você não vai mudar nada nesse país”. 

Em 2021, por exemplo, ele deu a entender que não poderia fazer tudo o que gostaria por causa dos pilares democráticos. “Alguns acham que eu posso fazer tudo. Se tudo tivesse que depender de mim, não seria este o regime que nós estaríamos vivendo. E apesar de tudo eu represento a democracia no Brasil.” 

Bolsonaro ainda não foi indiciado por esses delitos, mas as suspeitas sobre esses crimes levaram a Polícia Federal a deflagrar uma operação que mirou seus aliados no início deste mês. 

Caso seja processado e condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa, o ex-presidente poderá pegar uma pena de até 23 anos de prisão e ficar inelegível por mais de 30 anos.