A crônica domingueira 

Foca é um mamífero nadador dos mares gelados, mas para nós, jornalistas, se contextualiza como iniciante na carreira. Quando dei meus primeiros passos na profissão, correspondente do Diário de Pernambuco em Afogados da Ingazeira, minha terra natal, passei por grandes vexames. Garoto imberbe, li, não sei aonde, que havia ouro na serra da Matinha, na própria Afogados. 

Fiz a cabeça de amigos para me acompanharem na caçada ao ouro. Todos achavam que sairiam no jornal e ainda ficariam ricos. Foi uma odisseia na escalada da serra. Num calor de 40 graus, nem preá encontramos. Foi um dos momentos mais ridículos que vivi, e o pior: fazendo meus amigos, e não eram poucos, de coadjuvantes de uma verdadeira palhaçada. 

Meu chefe no DP, Gildson Oliveira, um dos textos mais primorosos que conheci na largada da carreira, fez um meme dessa história na redação. Achou que eu era o menino maluquinho. Fiquei conhecido como o repórter do ouro. Mais tarde, Gildson achou ser mais uma invenção minha quando enviei uma matéria sobre o consumo de cobra por pinguços em Sertânia. 

Só acreditou depois que viu as fotos de um grupo de cachaceiros exibindo a carne do réptil. Manchete no dia seguinte: “População de Sertânia inclui filé de cobra no cardápio”. Vibrei, foi a minha primeira matéria de capa, que teve um preço: ganhei a inimizade do então prefeito, o gentil Professor Arlindo. E por pouco, não fui linchado pela população. 

Penei nas mãos de Gildson. Às vezes, ele perdia a paciência com meus narizes de ceras (informações sem importância e com arrodeios no início das matérias). Aos berros, dizia: “Sabe para que página vai a sua matéria? Para a sexta página, a cesta do lixo”. 

Eu chorava por dentro, mas com o tempo entendi que jornalismo só se aprende na pauleira. Certa vez, estava em Salgueiro fazendo um levantamento para o DP sobre a seca e soube que Luiz Gonzaga iria chegar ao hotel reservado para um show na cidade. Fiquei de plantão a espera do Rei do Baião. 

Ele era carrancudo e muito abusado. Quando desceu do carro e pôs os pés no chão, deu de cara com um pedido meu: “O senhor pode me conceder uma entrevista para o Diário de Pernambuco? Ele olhou pra mim, com o nariz enviesado, e sapecou: “Diga ao jornalista que estou cansado”. Retruquei: o jornalista sou eu. “Fedendo a mijo? Mas como você é um jovem repórter bem atrevido, volte aqui de 20 horas”. 

E lá estava eu, no horário marcado. Gonzagão chegou vestido a caráter, de gibão e a sanfona nas mãos. Joguei o gravador na cara dele e arranquei uma brilhante entrevista na qual ele anunciou que iria construir a paz entre as famílias Alencar, Sampaio e Peixoto. No DP, teve uma bela chamada de capa e ocupou uma página inteira na editoria de política. Era o foca fazendo seu primeiro gol de placa. 

Mais tarde, já atuando em Brasília, me deparei com chefes igualmente grosseiros, que rasgavam a matéria na minha cara. Mas com o tempo, histórias de foca viram piadas e nos divertem. 

Esta se passou no Jornal de Brasília. Havia caído uma tromba d’água na capital federal. Gualter Loyola, de texto refinado e premiado, um dos jornalistas mais vibrantes que convivi, escalou um foca, que não fui eu, para dar um giro na cidade com a seguinte orientação: passe a matéria do primeiro orelhão (telefone público da época) que encontrar. 

Duas horas depois, toca o telefone e Loyla atende. Era o foca com os números da tragédia. Ao final da ligação, depois de queimar a orelha no aparelho telefônico por 30 minutos, o editor pergunta para o repórter iniciante: Onde você está? Ele responde: na recepção do jornal. E não esperou levar o esporro para justificar: “O senhor não mandou eu usar o primeiro orelhão que eu achasse?” 

Até hoje, dou gargalhadas contando essa história.

O pacote de medidas de contenção de gastos, elaborado pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda), deve ter um impacto de cerca de R$ 70 bilhões nas contas públicas nos primeiros dois anos.

A economia é estimada por integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em R$ 25 bilhões a R$ 30 bilhões em 2025. Já em 2026, o alívio é calculado em R$ 40 bilhões. O anúncio das ações que compõem o pacote ocorrerá após a Cúpula do G20, que acontece no Rio de Janeiro na segunda (18) e na terça-feira (19).

Os valores foram divulgados primeiro pela revista Veja e confirmados pela Folha. Na última quarta-feira, Haddad disse que o impacto do pacote seria “expressivo”, mas não citou valores. Uma das principais medidas deve ser a limitação do ganho real do salário mínimo, com o objetivo de alinhar a política de valorização às regras do arcabouço fiscal —cujo limite de despesas tem expansão real de 0,6% a 2,5% ao ano.

Pela regra atual, o salário mínimo teria ganho real de 2,9% em 2025, conforme o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes. Em 2026, a alta seria acima de 3%, considerando as projeções para o crescimento neste ano.

Em ambos os casos, a valorização supera o ritmo de expansão do arcabouço, o que por si só poderia criar uma pressão por dentro da regra, levando ao achatamento de outras despesas.

Como antecipou a Folha, limitar os ganhos reais do salário mínimo pode render uma economia de R$ 11 bilhões até 2026. A conta considera um aumento de 2,5% acima da inflação no ano que vem, no limite permitido pela regra fiscal, e de 2% em 2026, em linha com a expansão prevista para o teto de despesas naquele ano.

Em um horizonte mais longo, de quatro anos, a economia com a medida pode chegar a R$ 22 bilhões, segundo cálculos internos do governo.

Parte dos aliados de Lula já vinha alertando que, sem mexer na política do salário mínimo, o pacote de contenção de despesas teria alcance limitado. Cerca de 27% do total de despesas primárias do governo federal são indexadas pelo piso, incluindo benefícios previdenciários, assistenciais, abono salarial e seguro-desemprego.

Na quarta, o ministro da Fazenda afirmou que o princípio por trás das medidas é que as despesas sigam a mesma regra do arcabouço “ou alguma coisa parecida com isso, mas que atenda ao mesmo objetivo”.

O pacote também deve incluir outras ações. O governo pretende fortalecer as ferramentas antifraude nos benefícios sociais, com foco na Previdência Social e no BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.

Já a desvinculação de benefícios sociais em relação ao salário mínimo, defendida por economistas e pelo mercado pelo impacto potente que produziria nas contas, está descartada. Segundo um integrante da equipe econômica, a desvinculação das aposentadorias nunca esteve na mesa, e a do BPC foi citada, mas rejeitada.

O governo também deve mexer no abono salarial, espécie de 14º salário pago a trabalhadores com carteira assinada e que ganham até dois salários mínimos (hoje, equivalente a R$ 2.824).

O diagnóstico é que o benefício, que custará R$ 30,7 bilhões em 2025, pode ser mais focado nos mais pobres. Sob as regras atuais, a própria política de valorização do salário mínimo tem contribuído para que um número cada vez maior de pessoas tenha direito ao repasse. Reduzir o critério de concessão é “um desenho possível”, segundo um dos participantes das conversas.

Qualquer alteração no abono, porém, não surtirá efeitos em 2025 e 2026, pois o benefício é pago dois anos após a aquisição do direito. Isso significa que os trabalhadores que preencherem as regras vigentes em 2024, antes da mudança, só receberão o benefício em 2026.

Técnicos do governo consideram que esse é um direito adquirido, que não será subtraído pelas propostas. Por isso, as alterações no abono só devem ter impacto a partir de 2027. Ainda assim, anunciá-las e implementá-las agora daria previsibilidade sobre a trajetória dessa despesa.

O governo também pode incluir mudanças nas regras do seguro-desemprego, como a equiparação dos prazos para concessão do benefício. Hoje, o período de carência (tempo mínimo de trabalho para ter direito ao seguro) cai à medida que o trabalhador reincide na solicitação.

O diagnóstico da equipe econômica é que não faz sentido cobrar mais tempo de trabalho de quem nunca precisou da proteção e menos daqueles que fazem uso mais recorrente da política. Seria recomendável igualar os prazos, pelo menos, ou torná-los progressivos.

Nos últimos dias, a equipe da Fazenda também discutiu com o Ministério da Defesa a possibilidade de incluir ações que alcancem os militares das Forças Armadas. Uma das alterações em análise envolve as pensões para familiares dos “mortos fictícios”, como são chamados os militares expulsos da força por condenação no Judiciário.

A equipe de Haddad também planeja incluir no pacote a regulamentação do teto remuneratório do funcionalismo, para barrar os supersalários na administração pública.

Se aprovadas, as mudanças envolvendo o funcionalismo e os militares não surtiriam grande impacto na redução das despesas obrigatórias, mas teriam um efeito simbólico.

Outra medida que pode entrar no pacote é a taxação dos super-ricos, vista como uma espécie de contrapartida às iniciativas que atingem benefícios sociais. Colaboradores de Lula têm insistido para que também haja ações que alcancem o chamado “andar de cima” da pirâmide de renda no Brasil.

Na quarta-feira, porém, Haddad disse que o cardápio de medidas deve se concentrar nos gastos, deixando iniciativas focadas nas receitas para um segundo momento. Ele tem resistido à inclusão da taxação dos super-ricos no pacote.

O anúncio das ações de contenção de despesas já foi adiado diversas vezes, o que contribuiu para ampliar as expectativas e a ansiedade do mercado em torno do tema.

A própria equipe econômica tem alimentado parte das expectativas ao sinalizar que a conclusão das negociações está próxima. No dia 6 de novembro, por exemplo, o próprio ministro da Fazenda afirmou que esperava ter uma decisão final de Lula após um encontro previsto para o dia seguinte. Na ocasião, Haddad disse que restavam apenas “dois detalhes” para a conclusão do pacote, até agora não anunciado.

Da Folha de S. Paulo

O empresário dono do X (antigo Twitter) Elon Musk respondeu neste sábado (16) ao ataque da primeira-dama brasileira, Janja, com uma provocação política. “Eles vão perder a próxima eleição”, escreveu no X, com emojis de risada. 

A declaração foi feita em resposta à publicação de um vídeo legendado em inglês da fala de Janja. Mais cedo, a primeira-dama disse não ter medo de Musk, e utilizou uma expressão em inglês para atacá-lo.

“Fuck you, Elon Musk”, disse Janja, com termos equivalentes a “vá se foder”, para se referir ao empresário que assumirá um cargo no governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

Musk é próximo ao bolsonarismo no Brasil e tem um histórico de enfrentamento com o STF (Supremo Tribunal Federal), com xingamentos ao ministro Alexandre de Moraes. A plataforma chegou a ser suspensa diante do descumprimento de decisões judiciais.

A declaração foi dada durante o Cria G20, painel do G20 Social, organizado pelo governo Lula (PT) para fazer uma ponte entre temas tratados pelo grupo e a sociedade civil.

O painel em que a primeira-dama deu a declaração tinha a presença do influenciador Felipe Neto. Em seu discurso, que foi de improviso (ela estava na plateia), Janja disse que o painel era um dos mais relevantes do encontro internacional.

“A gente falou da regulamentação das redes sociais, das plataformas. Sempre tenho falado que não é uma questão local, se a gente não fizer essa discussão de uma forma global, a gente não vai conseguir vencer. Não adianta ter leis no Brasil —e está difícil de acontecer, a gente sabe todos os empecilhos—, se a gente não discutir essa questão de forma global”, disse.

“Discute nas Nações Unidas, mas a gente sabe que a nova governança global também precisa olhar para isso. Porque não adianta nada fazer isso, e os Estados Unidos chegarem e [dizerem] ‘não vamos fazer’. (…) Não é mais possível a gente viver nesse mundo digital de desinformação”, afirmou.

Os Estados Unidos, agora sob o comando de Trump, terão Musk no cargo de chefe do novo Departamento de Eficiência Governamental, junto com Vivek Ramaswamy, ex-adversário de Trump nas primárias do Partido Republicano. O anúncio foi feito na última terça-feira (12).

O Departamento de Eficiência Governamental é um órgão que será criado por Trump e terá a sigla DOGE, em provável referência à criptomoeda Dogecoin, apoiada por Musk em diversas ocasiões.

Não está claro qual será o papel do novo departamento dentro do governo americano —se ele terá poder de fato, ou se existirá apenas para analisar e propor a outros departamentos os cortes anunciados por Trump. No comunicado, o presidente eleito sugeriu que o departamento funcionará “do lado de fora do governo”, mas não entrou em detalhes.

Da Folha de S. Paulo

A primeira-dama Janja Lula da Silva disse neste sábado (16) que não tem medo do dono do X (ex-Twitter), o bilionário sul-africano Elon Musk, e mandou ele “se foder”, em inglês. A fala se deu durante evento do G20 Social, que é realizado no Rio de Janeiro.

“Eu não tenho medo de você. Inclusive, fuck you, Elon Musk”, declarou. Na sequência, Janja é aplaudida e pode-se ouvir gritos na plateia. Ela falava sobre regulamentação de redes sociais e combate à desinformação.

Confira o vídeo:

A fala da primeira-dama foi improvisada. Ela estava na plateia enquanto painelistas, dentre eles o influenciador Felipe Neto, discutiam o tema. Segundo ela, esse era uma dos painéis mais importantes do evento. Janja também defendeu a regulamentação das redes sociais.

“Se não fizermos essa discussão de forma global, nós não vamos conseguir vencer. Não adianta a gente ter leis no Brasil –e que tá difícil de acontecer, a gente sabe dos empecilhos –se a gente não discutir essa questão de forma global. […] Não adianta nada fazer isso e os EUA chegar e ‘não vamos fazer’”, afirmou.

Logo depois dessa fala, houve um ruído no som e Janja brincou com o nome do empresário. “É o Elon Musk”, disse, e continuou dizendo que não tinha medo dele.

O bilionário foi escolhido recentemente para compor o governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano). Ele irá chefiar o novo “Departamento de Eficiência do Governo”, conhecido pela sigla “DOG”. Musk trabalhará ao lado do empresário Vivek Ramaswamy. O departamento deve funcionar até 4 de julho de 2026, de acordo com o presidente eleito.

Segundo Trump, eles “abrirão o caminho” para que seu governo “desmantele a burocracia do governo, reduza os excessos de regulamentação, corte gastos desnecessários e reestruture as agências federais”.

Em sua fala, a primeira-dama também elogiou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, a quem Janja chamou de “grande parceiro na questão das fake news”.

O magistrado, há poucos meses, protagonizou um embate com o dono do X, o que levou ao bloqueio da plataforma no país. A rede social ficou fora do ar por quase 40 dias.

Do Poder360

Um dos maiores navios de cruzeiro do mundo, com capacidade para transportar cerca de 3.800 passageiros em 1.504 cabines, o Costa Pacífica, chega ao Porto do Recife neste domingo (17), com mais de 2.600 turistas.

O navio é o segundo da Temporada de Cruzeiros 2024/2025 e vem da Ilha Tenerife, a maior da região das Canárias espanholas, próximo à Costa da África Ocidental. 

Dos passageiros, 485 vão desembarcar e permanecer em Pernambuco e os demais irão realizar passeios pela capital até o final da tarde. O navio cruzeiro deve partir da cidade às 18h, com mais 581 pessoas que vão embarcar no Recife. 

Para receber os visitantes, está sendo realizado um trabalho conjunto do Porto do Recife com a Secretaria de Turismo e Lazer do Estado (Setur-PE), Secretaria de Defesa Social, Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), Secretaria de Turismo da Prefeitura do Recife, Companhia Independente de Apoio ao Turista (CIATur), Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) e Guarda Municipal. 

Da Folha de Pernambuco

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, neste sábado (16), que o G20 (grupo que reúne as 20 maiores economias globais) precisa “discutir uma série de medidas para reduzir o custo de vida e promover jornadas de trabalho mais equilibradas”.

“O G20 precisa discutir uma série de medidas para reduzir o custo de vida e promover jornadas de trabalho mais equilibradas”, cobrou o presidente durante fala no encerramento do G20 Social, evento que antecede a 19ª cúpula do G20, prevista para esta segunda-feira (18) e terça-feira (19), no Rio de Janeiro.

A declaração de Lula ocorre em meio à discussão sobre o fim da jornada de trabalho 6×1. O debate ganhou força após a deputada federal Erika Hilton (PSol-SP) apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz essa escala de trabalho. A matéria já tem o número de assinaturas necessárias para poder tramitar na Câmara dos Deputados.

“Escutar a juventude”

No G20 Social, Lula disse, ainda, que “para chegar ao coração dos cidadãos comuns, os governos precisam romper com a dissonância cada vez maior entre a voz dos mercados e a voz das ruas”. Para o presidente, “o neoliberalismo agravou a desigualdade econômica e política que hoje assola as democracias”.

Segundo Lula, o G20 “precisa ouvir a juventude que enfrentará as consequências das tarefas que deixarmos inacabadas”. O chefe do Planalto também afirmou ser necessário preservar o espaço público para que “o extremismo não gere retrocessos nem ameace direitos”.

Ainda durante a Cúpula Social, o presidente recebeu um documento com uma série de demandas da sociedade civil. A Declaração Final do Encontro do G20 Social será analisada pelos líderes das maiores economias do mundo.

Mais cedo, Lula se encontrou com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres. Esta foi a primeira reunião bilateral do petista durante a cúpula. Eles falaram sobre o G20 e as negociações da COP29, em Baku, Azerbaijão.

Do Metrópoles

A atriz Fernanda Montenegro, 95, entrou para o Guinness Book, o Livro dos Recordes, após ter batido o recorde de maior público em uma leitura filosófica no mundo. O certificado foi concedido pela leitura de “A Cerimônia do Adeus”, de Simone de Beauvoir, para uma plateia de mais de 15 mil pessoas no Parque Ibirapuera em agosto.

Ao aceitar o prêmio, a atriz se emocionou e agradeceu ao público: “Divido em agradecimento, este prêmio, com todo o público que esteve presente neste grande encontro entre arte e educação”, escreveu ela na legenda.

“Na minha vida, esse momento não vai se repetir. Então, por mais que eu agradeça, existe, sem dúvida nenhuma, a pontuação realizada de uma vocação“, complementou a atriz.

Confira o vídeo:

Da CNN

O resultado das Eleições Municipais de 2024 apresenta um rejuvenescimento e mais diversidade das pessoas escolhidas para ocupar as funções de prefeito, vice-prefeito e vereador. Segundo informações obtidas no Portal de Dados Abertos do Tribunal Superior Eleitoral (PDA/TSE), a faixa etária abaixo dos 39 anos foi a que mais cresceu entre os eleitos. O número de mulheres que venceram também aumentou em todos os cargos em disputa se comparado ao último pleito municipal, realizado em 2020. 

Alterações por faixa etária 

Observa-se uma diversificação etária entre os eleitos:  

  • No cargo de prefeito, o grupo até 29 anos mais que triplicou — de 36 eleitos nessa faixa etária em 2020 para 119 no pleito deste ano.  
  • As prefeituras registraram quedas significativas entre as faixas mais avançadas. Neste ano, foram 851 eleitos entre 60 e 69 anos (-29%) e 249 eleitos acima dos 70 (-38%). 
  • Para vice-prefeito, o cenário é semelhante, com um número três vezes maior entre os mais jovens com até 29 anos e quedas substanciais nas faixas de 50 a 59 e acima dos 70 anos.  
  • Mesmo movimento dos eleitos para vereança, onde candidatos mais jovens — com até 39 anos — conquistaram mais espaço. As faixas de 60 a 69 e de 70 a 79 anos tiveram diminuições acentuadas. 

Em 2024, a idade mediana dos eleitos (prefeito, vice e vereador) está em 46 anos. Há mais de uma década, em 2012, o “ponto do meio” foi de 56 anos. A mediana (ou ponto do meio) é utilizada para separar o conjunto de idades sem refletir valores muito pequenos ou muito grandes que podem estar nas pontas. 

A presença feminina cresceu em todos os cargos analisados:  

  • Para o cargo de prefeito, houve um aumento de 7% no número de mulheres eleitas em relação a 2020, totalizando 728 eleitas.  
  • No cargo de vice-prefeito, o crescimento foi ainda mais expressivo, de 15% — 1.066 vices eleitas.  
  • Para as vereadoras, o crescimento foi de 12% (10.537), embora o número de homens eleitos continue superior (47.189). 

Diversidade étnica 

A representatividade por cor e raça autodeclaradas segue um padrão de ligeira diminuição para candidatos brancos em todos os cargos: 

  • Entre os prefeitos eleitos, houve uma queda de 3% (3.634) entre os autodeclarados brancos, enquanto o número de indígenas cresceu levemente, 12% (9), e os pretos aumentaram 14% (128).  
  • Entre os vice-prefeitos, os eleitos de cor preta também apresentaram um crescimento expressivo de 38% (250), o maior aumento em comparação a outros grupos étnicos.  
  • Entre vereadores, eleitos de cor preta e indígenas registraram os maiores crescimentos, com 11% (3.984) e 31% (240), respectivamente. 

Grau de instrução 

Em relação ao nível educacional, a maioria eleita em 2024 tem ensino superior completo para os cargos de prefeito (59%) e vice-prefeito (47%), isto é, 3.285 e 2.617, respectivamente. Para vereadores, o ensino médio completo é o nível predominante, com 21.952 (38%) eleitos, seguido pelo superior completo.  

Eleitorado jovem aumentou 

O número de jovens de 16 e 17 anos aptos a votar em outubro alcançou 1.836.081. Na comparação com o pleito de 2020, o aumento nessa faixa etária atingiu 78%.  

Na outra ponta, o eleitorado acima de 70 anos também cresceu: subiu 12%, de 13.508.088, em 2020, para 15.208.667, em 2024. O número corresponde a 9% das pessoas que estavam aptas a votar no dia 6 de outubro. Nessa parcela do eleitorado, estão 4.826.663 eleitoras e eleitores com mais de 79 anos. 

Consulta pública 

O perfil das eleitas e dos eleitos pode ser consultado na página de estatísticas eleitorais do TSE. Basta filtrar as informações por unidade da Federação e município. Os registros são do cadastro eleitoral e do banco de dados centralizado das eleições, com atualização constante. 

A postura do presidente eleito dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, de negar a crise climática e defender a expansão do uso dos combustíveis fósseis – responsáveis pelo aquecimento da terra – deve isolar o novo mandatário da Casa Branca do resto do mundo, avaliou o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta.

“O mundo hoje está muito multilateral. Nós temos o Sul Global, temos outros países com força, como a Índia, como a própria China, que não tinha essa força há algumas décadas. O Brics passa a ser outro vetor importante desta geopolítica internacional. Então, se os Estados Unidos acabar, em função do Trump, para essas pautas específicas, fugindo desse esforço internacional, se a Argentina eventualmente optar por também seguir esse caminho, eu tendo a achar que eles ficarão numa posição de isolamento”, explicou Pimenta, que avalia que a Argentina pode seguir a posição dos EUA.

O combate à crise climática é uma das prioridades do Brasil no plano internacional e foi selecionado pelo governo como um dos grandes temas do debate da cúpula do G20, que começa nesta segunda-feira (18), no Rio de Janeiro (RJ). O ministro Pimenta comentou o tema em entrevista ao programa Giro Social, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), com participação da Agência Brasil.

Pimenta citou alguns desastres climáticos recentes, como o do Rio Grande do Sul (RS), o de Valência, na Espanha, e da chuva atípica no deserto do Saara, na África, o que torna difícil até para Trump negar a crise climática.

“O aumento da temperatura global, o aumento da temperatura dos oceanos, não é mais um tema de natureza acadêmica. Não é mais uma hipótese futura. Ela é uma realidade presente que diz respeito à vida de todas as pessoas”, comentou, acrescentando que o mercado vem exigindo adaptações para enfrentar as mudanças climáticas.

“Independentemente do Trump, você acha que os grandes grupos econômicos americanos vão ignorar essas exigências do mercado para garantir que seus produtos possam ser vendidos na Europa ou em outras regiões do planeta? Evidente que não”, disse. 

Para o ministro, mesmo que Trump não participe presencialmente desses debates e fóruns internacionais sobre clima, “o mundo vai caminhar e não vai ficar refém dos Estados Unidos ou de condutas negacionistas de ninguém. E o Brasil cada vez mais tem um papel, um protagonismo, uma importância nesse cenário”.

Financiamento climático

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem cobrado os países ricos para que financiem a adaptação e mitigação das mudanças climáticas nos países mais pobres, uma vez que os países desenvolvidos, ao liderarem Revolução Industrial, foram os que mais emitiram gases do efeito estufa.

No Acordo de Paris, em 2015, foi prometida a criação de um fundo com o aporte de US$ 100 bilhões por ano, que seria financiado pelas principais potências para financiar a transição energética e a adaptação à mudança climática. Porém, esse financiamento nunca ocorreu.  

Para o ministro Pimenta, um acordo para financiar a transição energética e a adaptação e mitigação das mudanças climáticas pode ser um dos legados do G20 no Brasil.  

“Ao longo dos últimos meses, foram inúmeras agendas realizadas com esse objetivo. E eu não vejo outra forma de financiar políticas públicas de combate à fome, à desigualdade no mundo e também com relação à questão das mudanças climáticas, sem que aqueles que mais ganharam com isso, sem que os países mais ricos possam, de alguma forma, pagar a maior parte dessa conta”, finalizou o ministro.

Da Agência Brasil

A Polícia Federal continua a colher depoimentos neste sábado (16) no inquérito aberto para apurar o atentado com explosivos na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na noite de quarta-feira (13).

Ao longo do dia, serão ouvidas testemunhas do crime:

  • dois seguranças do Supremo Tribunal Federal (STF);
  • o policial militar que atendeu inicialmente a ocorrência;
  • uma quarta pessoa, cuja relação com o caso não foi informada.

Na sexta, a PF ouviu pessoas que tiveram contato com Francisco Wanderley Luiz antes do dia do atentado: o dono da loja onde o homem comprou os explosivos, a dona do imóvel em que ele morava em Ceilândia (DF) e um morador de rua.

A Polícia Federal investiga as explosões de quarta como um ato terrorista. Por isso, o inquérito é comandado pela Divisão de Enfrentamento ao Terrorismo da Diretoria de Inteligência Policial.

Do g1