Jaboatão dos Guararapes - IPTU 2025

Inflação resiliente: por que o preço dos alimentos não baixa no Brasil

Do portal Metrópoles

Basta fazer uma rápida compra no mercado, seja em grandes capitais ou em pequenas e médias cidades do país, para entender por que o preço dos alimentos está entre as maiores preocupações do cidadão comum e virou um desafio permanente para o governo Lula, afetando negativamente a avaliação do presidente.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, ficou em 0,64% em março, desacelerando em relação à taxa de fevereiro (1,23%). Apesar de perder força, o indicador foi alavancado pela resiliência da inflação do grupo de alimentos e bebidas, que avançou 1,09% e respondeu por 0,24 ponto percentual do IPCA-15 no mês passado.

Em fevereiro deste ano, ainda segundo o IBGE, a inflação dos alimentos havia sido de 0,61%. No acumulado de 12 meses até março, a alta é de 7,42% – bem acima dos 5,26% registrados pelo IPCA-15 no mesmo período.

Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação no Brasil para este ano é de 3%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ela será cumprida se ficar entre 1,5% e 4,5%.

Fenômenos climáticos

De acordo com especialistas ouvidos pelo Metrópoles, uma combinação de fatores explica o aumento nos preços dos alimentos no Brasil, em um fenômeno que já não é tão recente e se agravou nos últimos anos. Eventos climáticos extremos, com períodos de chuvas mais intensas ou de secas prolongadas, acabaram influenciando diretamente a oferta e o volume da produção. Além disso, a demanda por produtos do agro brasileiro ficou mais aquecida tanto no mercado interno quanto no externo.

“À medida que a inflação de alimentos se sustenta acima da inflação média, isso significa que colocar alimento na mesa está pesando mais para as famílias. Se os salários são corrigidos pelo IPCA médio e os alimentos sobem mais do que esse índice, essa remuneração não acompanha a inflação de alimentos. Você tem de gastar mais para consumir a mesma quantidade de comida”, explica o economista André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre.

“De 2020 para cá, tivemos a pandemia, que criou graves problemas nas cadeias produtivas globais. O custo para que os alimentos chegassem à mesa das famílias aumentou muito. Depois tivemos eventos climáticos sérios, como a crise hídrica de 2021, que elevou o preço dos alimentos por causa da pouca chuva”, observa Braz. “Em 2022, tivemos a guerra entre Rússia e Ucrânia, que também elevou os preços de algumas commodities, encarecendo as carnes em geral. Em 2023, houve até uma queda no preço dos alimentos, mas muito pequena frente ao aumento acumulado. E, finalmente, em 2024, tivemos o El Niño, que resultou em fortes chuvas, e o La Niña, que secou algumas áreas do país, levando à quebra da safra de café.”

O fenômeno El Niño, por exemplo, provoca o aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, causando profundas alterações nos padrões climáticos globais – o que afeta diretamente a agricultura. No Brasil, regiões como o Norte e o Nordeste ficaram mais secas, enquanto o Sul do país sofreu com o excesso de chuvas, como ocorreu entre abril e maio do ano passado na tragédia climática do Rio Grande do Sul.

Economia aquecida e demanda maior

Outro fator que ajuda a explicar a inflação persistente dos alimentos no Brasil é o aumento da demanda interna, provocado pelo aquecimento da economia. Segundo dados divulgados pelo IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 3,4% em 2024, depois de já ter avançado 3,2% no ano anterior. A taxa de desemprego no país, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), ficou em 6,8% em fevereiro – o menor nível para o mês desde 2014.

“Nos últimos anos, a economia brasileira vive uma fase bastante aquecida, com índices fortes de crescimento. Quando olhamos para o desemprego atual, é uma taxa baixa para os padrões brasileiros”, afirma André Diz, professor de MBA do FGV Agro. “Tudo isso sinaliza uma economia aquecida, com o mercado de trabalho crescendo no número de ocupados e no salário médio. Uma parte disso [inflação dos alimentos] é por causa do crescimento da economia brasileira. Esse crescimento da renda acaba se materializando na forma de demanda por alimentação”, explica.

No ano passado, o mercado aquecido foi um dos responsáveis pelo aumento no preço da carne. A procura interna pela proteína foi grande, ao mesmo tempo em que diversos fornecedores do exterior – como os Estados Unidos e a Austrália – recorreram ao Brasil para suprir problemas de suas produções.

Dólar e incerteza fiscal

Outra explicação apontada pelos analistas é a valorização do dólar frente ao real observada no fim do ano passado. A alta da moeda norte-americana em relação à brasileira é considerada determinante para o aumento do preço doméstico dos alimentos, que está ligado aos valores praticados no mercado internacional (determinados em dólar).

Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o dólar fechou o ano passado cotado a R$ 6,10, uma alta de 24% em relação ao valor do início de 2024 (R$ 4,91). Essa trajetória se acentuou a partir de novembro, quando o governo federal apresentou um pacote fiscal que projetava uma economia de R$ 70 bilhões em dois anos. O valor foi considerado insatisfatório pelo mercado, cuja percepção negativa aumentou ainda mais com o anúncio, em paralelo, da proposta de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil.

“O que fica na conta do governo é a questão cambial. As razões que justificam a desvalorização cambial têm a ver com os riscos que a nossa economia impõe aos investidores. O risco do momento é o fiscal”, aponta André Braz, do FGV Ibre.

“Há uma dívida pública crescente e não se tem certeza de como ela será reduzida no médio ou longo prazo. Essa falta de uma política fiscal mais austera é o que sustenta a nossa taxa de câmbio em um patamar de forte desvalorização”, analisa. “E já esteve muito pior, chegando a R$ 6,30 no início deste ano. A taxa de câmbio já se recuperou um pouco, mas ainda segue muito desvalorizada. Poderíamos ter uma moeda mais fortalecida, o que nos ajudaria muito a diminuir a inflação de alimentos.”

Medidas do governo vão funcionar?

Em meio à queda na aprovação do governo federal e na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Executivo anunciou, no começo de março, uma série de medidas para tentar conter a escalada dos preços da comida, como a isenção do imposto de importação de um grupo de alimentos: carnes desossadas de bovinos, café torrado, café em grão, milho em grão, azeite de oliva extravirgem, açúcares de cana, massas, bolachas, biscoitos e óleo de girassol.

“Esses alimentos que o governo colocou na lista, de fato, começaram a apresentar uma inflação cada vez mais baixa desde o início de março. Mas não creio que isso seja responsabilidade da tarifa zero, pelo menos por enquanto. Já estavam em curso efeitos para desacelerar o preço desses alimentos. Ele começou a subir menos porque já tinha chegado ao seu limite”, explica André Braz. “O café, por exemplo, subiu tanto que agora não tem mais razão para subir mais, vai equilibrar. Estamos vendo uma desaceleração da inflação desses alimentos justamente pela falta de espaço para aumentos maiores. Eles continuam subindo de preço, mas em patamar cada vez menor”, afirma.

No caso do café, por exemplo, a escalada dos preços observada nos últimos tempos é decorrente da falta de chuvas durante os períodos de desenvolvimento das lavouras. Não foram poucos os produtores que tiveram de aumentar seus gastos com a produção, em busca de novas técnicas para a manutenção das lavouras. Além disso, houve aumento das exportações em 2024, com o recorde de 50,4 milhões de sacas de 60 quilos. Com o aumento da procura, o preço subiu. “Tivemos uma exportação recorde, o que gera um desafio para a inflação de alimentos. Exportando muito, falta alimento aqui”, diz Braz.

De fato, depois de engatarem altas durante quatro meses, renovando sucessivos recordes, os preços do café fecharam o mês de março em baixa no Brasil, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP). No mês passado, a média de preço do café arábica, variedade mais consumida no Brasil, ficou em R$ 2.547,71 por saca de 60 quilos. O resultado representou uma queda de 3,16% (ou cerca de R$ 80 por saca) em relação a fevereiro.

O que esperar

Para André Braz, a expectativa é a de que a inflação dos alimentos desacelere até o fim do ano, mas dificilmente haverá uma queda dos preços no curto ou médio prazo. “Pode ser que os preços subam menos do que se estimava. No começo do ano, se esperava uma alta de 10% a 11% para alimentos em 2025. Pode ser que fique entre 6,5% e 7%. Mesmo assim, é muita inflação para alimentos em um ano só, considerando que a nossa meta de inflação é de 3%”, diz.

“Mesmo que o preço de alguns alimentos caia um pouco, isso não compensa tudo o que o consumidor pagou de reajuste nos últimos anos. Essa eventual queda não é percebida no dia a dia”, prossegue. “Vamos continuar com uma pressão expressiva de alimentação na inflação de 2025. E a solução do problema só virá quando tivermos um clima mais ameno, mais favorável às nossas culturas, e com o encaminhamento de políticas que façam nossa agricultura ganhar em produtividade.”

Dulino Sistema de ensino

O PSB reelegeu, neste sábado (5), o deputado Sileno Guedes como presidente do partido em Pernambuco. A recondução ocorreu durante o XVI Congresso Estadual da sigla, realizado no Auditório da Unibra, no Recife, e contou com a participação do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e do prefeito do Recife, João Campos, que deve ser alçado à direção nacional da legenda no fim de maio. O evento também rendeu homenagens ao deputado José Patriota, falecido em 2024.

“Agradeço às nossas lideranças e à nossa militância pela confiança no nosso trabalho. Terei a missão de presidir o partido em um período decisivo da nossa história, momento em que o PSB se preparará para oferecer a Pernambuco uma alternativa que recoloque nosso estado nos trilhos. Assim como trabalhamos para fazer com que o PSB saísse como a maior força política das eleições de 2024, mesmo estando na oposição, vamos fazer o mesmo em 2026, com a força do povo e da nossa militância”, declarou o dirigente, que preside o PSB em Pernambuco desde 2011.

Além de Sileno, outros membros do diretório e da comissão executiva estadual do PSB foram eleitos no XVI Congresso Estadual do partido em Pernambuco. A militância também escolheu as comissões executivas dos sete segmentos organizados da legenda – Mulher, Juventude, Negritude, LGBT, Pessoa com Deficiência, Movimento Popular e Movimento Sindical. Por fim, foram eleitos os delegados e as delegadas que representarão Pernambuco no Congresso Nacional do PSB, que ocorrerá nos dias 30 e 31 de maio e 1º de junho, em Brasília.

Comissão Executiva do PSB de Pernambuco

Presidente: Sileno Guedes
1º vice-presidente: Pedro Campos
2º vice-presidente: Tadeu Alencar
3º vice-presidente: Felipe Carreras
4ª vice-presidente: Ana Célia Farias
Secretário-geral: Tarcísio Ribeiro
1º secretário: Adilson Gomes Filho
2º secretário: Rodrigo Molina
1ª secretária de Finanças: Maria Isabel Suassuna
2º secretário de Finanças: Doglas Bezerra
Secretário de Comunicação Social e Propaganda: Gilberto Prazeres
Secretária de Direitos Humanos: Ana Rita Suassuna
Secretária de Formação Política e Coordenação dos Segmentos: Dora Pires
Secretário de Ação Parlamentar: Lucas Ramos
Secretário de Articulação: Diogo Moraes
Secretário de Organização Partidária: Rodrigo Farias
Secretária de Meio Ambiente e Política Agrária: Maria Oliveira

Segmentos do partido

Secretária estadual de Mulheres: Camila Barros
Secretário estadual de Juventude: Vinícius Pequeno
Secretário estadual do Movimento Sindical: Evaldo Costa
Secretário estadual do Movimento Popular: Luciberto Xavier
Secretária estadual da Negritude: Mãe Lúcia de Oyá
Secretário estadual do Movimento LGBT: Poliny Aguiar
Secretário estadual da Pessoa com Deficiência: Paulo Fernando

Petrolina - O melhor São João do Brasil

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), foi aclamado neste sábado (5) como a maior liderança do partido durante o XVI Congresso Estadual do PSB, realizado na capital pernambucana. Pré-candidato à presidência nacional da sigla, Campos afirmou que pretende levar o partido a “dar passos ainda mais largos” e defendeu que o PSB se torne “o maior partido da centro-esquerda brasileira”. O evento contou com a presença do atual presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, além de prefeitos, parlamentares e lideranças políticas de todo o estado.

“Vamos chegar fortalecidos para ter um partido unido, que vai crescer. A gente vai dar passos ainda mais largos e o PSB se consagrará nas urnas, em 2026, como o maior partido da centro-esquerda brasileira”, afirmou o prefeito. Campos também reforçou o apoio ao presidente Lula (PT) e ao vice Geraldo Alckmin (PSB): “Estaremos juntos em um projeto nacional com o presidente Lula e com o vice Alckmin. O PSB vai estar ao lado da luta legítima, da luta decente, vai ter lado e posição político-eleitoral”.

Durante o congresso, Carlos Siqueira foi homenageado com o título de cidadão recifense, entregue por João Campos, pelo presidente da Câmara Municipal, Romerinho Jatobá, e outros vereadores. Emocionado, o dirigente afirmou que encerra seu mandato com a sensação de dever cumprido.

“Da mesma forma que foi uma surpresa receber este título de cidadão aqui hoje, também não esperava ser alçado à condição de presidente nacional do partido em 2014, depois daquele momento duro para todos nós, que foi o falecimento do ex-governador e nosso presidente nacional, Eduardo Campos. Estou praticamente encerrando meu mandato no lugar certo, no meu país Pernambuco. Estou encerrando no momento certo, porque tem alguém que vai orgulhar todos nós para continuar essa luta, para transformar o nosso partido em um grande instrumento de luta política em nosso país”, declarou.

O deputado Sileno Guedes foi reconduzido à presidência estadual do PSB por mais três anos. “Terei a missão de presidir o partido em um período decisivo da nossa história, momento em que o PSB se preparará para oferecer a Pernambuco uma alternativa que recoloque nosso estado nos trilhos”, disse. Também foram eleitos os membros do diretório estadual, da comissão executiva e das comissões dos segmentos organizados.

O congresso também definiu os cerca de 70 delegados que representarão Pernambuco no Congresso Nacional do PSB, que acontece nos dias 30 e 31 de maio e 1º de junho, em Brasília. É nesse evento que João Campos deverá ser oficializado como novo presidente nacional do partido, dando início a uma nova fase na história do PSB.

O encontro foi marcado ainda por homenagens ao ex-prefeito e ex-deputado José Patriota, falecido em 2024, que deu nome ao congresso. Um vídeo destacou sua trajetória política e ligação com os ex-governadores Miguel Arraes e Eduardo Campos. A viúva, Madalena Leite, participou da cerimônia ao lado de familiares. Também estiveram presentes representantes de outros partidos, como a senadora Teresa Leitão (PT), o vice-prefeito do Recife, Victor Marques (PCdoB), e os presidentes estaduais do PSDB e Republicanos, Álvaro Porto e Samuel Andrade.

Ipojuca - IPTU 2025 - Vencimento 30 Abril

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) gosta de pegar na enxada para arar o mato que cresce na sua fazenda em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, onde começou na vida pública como vereador. Confira neste trecho do meu podcast de estreia Direto de Brasília em parceria com a Folha de Pernambuco.

Caruaru - São João na Roça

Na noite de ontem, a Câmara de Vereadores de Arcoverde realizou a edição do projeto Sexta-feira Cultural, que marcou o retorno de uma iniciativa criada em 2011, durante a primeira gestão do vereador Luciano Pacheco como presidente da Casa Legislativa. Com nova roupagem e um olhar ainda mais atento à valorização da cultura local, o evento aconteceu no Centro de Gastronomia e Artes (CGA), reunindo um público expressivo. O projeto será realizado mensalmente, sempre com foco em diferentes manifestações culturais

A noite foi dedicada à classe musical de Arcoverde, com homenagens a grandes nomes que contribuem e já contribuíram para o cenário artístico da cidade. Entre os homenageados, o destaque foi para o empresário Beto da Oara, reconhecido pelo incentivo à música e por sua trajetória de apoio aos artistas locais.

Camaragibe - Cidade trabalho 100 dias

O prefeito de Goiana, Eduardo Batista (Avante), esquentou o clima da disputa suplementar no município ao desafiar seu adversário para um debate em praça pública, transmitido ao vivo, sobre os rumos da cidade. A provocação foi feita ontem, durante a inauguração do comitê de campanha, diante de uma multidão estimada em mais de 10 mil pessoas. “Mas venha sem padrinhos. Vamos debater frente a frente, com transparência e propostas”, alfinetou o gestor. As eleições suplementares em Goiana acontecem no dia 4 de maio.

Batista quer transformar o debate em palco para defender sua principal bandeira: o Acelera Goiana, programa que promete investir R$ 800 milhões em obras estruturadoras. O pacote inclui reurbanização das praias de Ponta de Pedras e Carne de Vaca, pavimentação de 400 ruas, construção de um hospital infantil e de uma central de hemodiálise, além de mutirões de consultas e exames.

Localizado na PE-75, ao lado do Arreio de Prata, o comitê inaugurado é mais que um ponto de campanha. A proposta é que o espaço funcione como centro de escuta e participação popular. “Aqui não tem gabinete fechado. Tem povo opinando, participando e ajudando a construir o futuro de Goiana”, afirmou Eduardo.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

Após a baixa adesão registrada no ato realizado em Copacabana, no Rio de Janeiro, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) avaliam que a manifestação marcada para amanhã, na Avenida Paulista, em São Paulo, será um verdadeiro termômetro para medir a capacidade de mobilização da direita bolsonarista. O evento tem como foco a defesa da anistia aos presos pelos ataques de 8 de Janeiro. As informações são do portal Metrópoles.

O ato também será observado como um teste para avaliar se Bolsonaro ainda consegue levar multidões às ruas, mesmo após virar réu no Supremo Tribunal Federal (STF), junto com outros sete aliados, por tentativa de golpe de Estado. A leitura entre seus apoiadores é de que uma manifestação esvaziada poderia reforçar a percepção de enfraquecimento político do ex-presidente, em meio ao avanço das investigações sobre a trama golpista.

Lideranças bolsonaristas ouvidas pelo portal Metrópoles afirmam que o eventual sucesso do evento em São Paulo daria fôlego para novas mobilizações em outras regiões do país. Por outro lado, um novo fracasso de público seria visto como arriscado, com potencial de expor ainda mais a perda de apoio popular sofrida por Bolsonaro desde que deixou o Palácio do Planalto.

No Rio de Janeiro, a manifestação organizada em março foi marcada pela baixa adesão. Segundo levantamento do Monitor do Debate Político, do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), cerca de 18 mil pessoas estiveram em Copacabana. Já a Polícia Militar do estado chegou a divulgar uma estimativa de 400 mil pessoas, número amplamente contestado por pesquisadores. Um dos principais defensores do ato, o pastor Silas Malafaia, atribuiu o baixo comparecimento à coincidência com a final do Campeonato Carioca, que envolveu Flamengo e Fluminense.

Apesar do revés, o pesquisador da USP e integrante do Cebrap, Pablo Ortellado, pondera que não é possível, por ora, cravar uma tendência de desmobilização do bolsonarismo. Segundo ele, atos públicos têm oscilações e a falta de coordenação pode ter impactado o evento do Rio. “Acredito que Bolsonaro quer corrigir os erros da manifestação anterior e mostrar que ainda tem força para mobilizar uma grande quantidade de pessoas”, afirmou.

Após o ato na Paulista, o ex-presidente tem viagem marcada para o Rio Grande do Norte no dia 10 de abril. Acompanhado por aliados como o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, Bolsonaro deve desembarcar em Natal e seguir até Pau dos Ferros, no interior do estado, para participar de agendas políticas em apoio à pré-candidatura de Rogério Marinho (PL) ao governo potiguar.

Toritama - FJT 2025

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, recebeu, neste sábado (5), o Título de Cidadão do Recife. A honraria foi proposta pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Romerinho Jatobá (PSB), e entregue no XVI Congresso Estadual do PSB, que aconteceu no auditório da Unibra. O evento reuniu lideranças e militantes do partido.

“Ao lado de figuras históricas, como Miguel Arraes, Siqueira ajudou a reconstruir o partido logo após o fim da ditadura. Aqui no Recife, sua presença sempre foi constante, não apenas fisicamente, mas politicamente. Ele nunca se afastou das lutas da nossa cidade”, disse o vereador em seu discurso.

Carlos Siqueira, que é de Bom Conselho, Agreste do Estado, recebeu o título com profunda emoção e destacou a sua intensa conexão com Recife, cidade que considera fundamental em sua trajetória política. “É uma honra imensa receber essa homenagem. O Recife foi sempre uma cidade acolhedora e decisiva em minha caminhada. Agradeço por essa homenagem, que reforça a minha gratidão e o meu compromisso com a cidade e seus cidadãos”, afirmou Siqueira.

Palmares - Pavimentação Zona Rural

Um dos momentos mais descontraídos do meu podcast de estreia “Direto de Brasília”, com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), quinta-feira passada, foi quando o presenteei com a biografia de Marco Maciel, de minha autoria. O podcast é uma parceria do meu blog com a Folha de Pernambuco.

Confira!

Da Folha de S.Paulo

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), comprou uma mansão de R$ 10 milhões em Brasília em 31 de janeiro, na véspera de deixar o comando da casa. A informação foi revelada pelo site Metrópoles e confirmada pela Folha.

De acordo com o registro da propriedade, o deputado pagou uma entrada de R$ 3 milhões e financiou os outros R$ 7 milhões com o BRB (Banco de Brasília).

Lira informou possuir um total de R$ 5,965 milhões em bens sua última declaração à Justiça Eleitoral, nas eleições de 2022.

Questionado, o parlamentar afirmou que a transação é compatível com sua renda.

“O montante da transação é absolutamente compatível com os rendimentos de mais de 30 anos de atividade rural amplamente reconhecida. Trata-se de operação de compra e venda absolutamente legítima, transparente e devidamente registrada em cartório, sendo certo que qualquer mínima insinuação de irregularidade será objeto das medidas judiciais cabíveis”, diz ele, em nota.

Também afirmou: “A casa onde presentemente vivo com toda minha família estava colocada em mercado e foi por mim adquirida no início desse ano. Grande parte do valor foi objeto de financiamento bancário regular e as parcelas mensais respectivas são debitadas diretamente em minha conta corrente”.

Em simulações de operações semelhantes, e considerando um prazo de 300 meses para pagamento (25 anos), a parcela mensal seria superior a R$ 100 mil, o que exige uma renda mínima de cerca de R$ 270 mil.

O salário de um deputado federal é de R$ 46 mil brutos. Além dos ganhos como parlamentar, o deputado afirma que tem outras fontes de recursos. Entre seus bens estão duas empresas e quatro propriedades rurais.

O BRB, também procurado, afirmou que “não discute casos de clientes específicos em função do sigilo bancário”.

“Todas as operações de crédito imobiliário no Banco são submetidas a avaliação e consideram renda individual ou composição de renda, seguindo práticas do mercado bancário brasileiro”, acrescentou.

De acordo com o documento, o terreno total é de 833 metros quadrados. O imóvel fica no Lago Sul, bairro nobre da capital federal, e conta com piscina.

A casa foi adquirida do empresário Leonardo Nogueira Valverde de Morais, dono de empresas de publicidade e segurança, entre outras. Ele era o dono do imóvel desde 2011, quando o comprou por R$ 3,6 milhões.

Valverde tem diversas conexões políticas. Uma delas é a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), que é próxima de Lira. Leão afirmou não ter nada a declarar sobre a negociação do imóvel. A reportagem não conseguiu contato com Valverde.

O BRB é controlado pelo governo do Distrito Federal. Foi nele que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) financiou, em 2022, uma mansão de R$ 6 milhões em Brasília. Na ocasião, ele fez um financiamento de R$ 3,1 milhões, pagos em três anos.

Para justificar a renda necessária para arcar com as parcelas do empréstimo, o senador apontou renda extra como advogado e empresário.

Da CNN Brasil

A equipe de comunicação do governo federal, comandada pelo ministro Sidônio Palmeira, pode soltar fogos após o resultado da pesquisa Datafolha divulgada na última sexta-feira (5), segundo avaliação do cientista político e sociólogo Antonio Lavareda, apresentador do programa CNN Eleições 2026.

“O Sidônio, a área de comunicação do governo, pode estar soltando fogos neste sábado”, afirmou Lavareda à CNN hoje.

A pesquisa divulgada na sexta-feira mostrou uma melhora na popularidade da administração federal, após o levantamento anterior do instituto, de fevereiro, apontar o pior resultado de avaliação positiva entre os três mandatos de Lula.

Segundo a sondagem, aqueles que consideram o governo “ótimo” ou “bom” são 29% dos entrevistados (eram 24% em fevereiro). Já os que o consideram “ruim” ou “péssimo” são 38% (41% em fevereiro).

Essa tendência, de que o governo estaria “deixando de piorar”, foi antecipada por Lavareda em sua coluna no site da CNN, publicada no último dia 30. “Ao que parece, como o Datafolha revela, de fato, o governo estava parando de piorar naquele momento e veio melhorando desde então”, afirmou.

“O movimento da avaliação positiva foi de +5, o movimento da avaliação negativa foi de -3. Então você tem um movimento combinado de oito pontos, isso é muito expressivo, muito significativo”, destacou.

Para o especialista, um dos fatores que ajudam a explicar esse resultado é a “vantagem do incumbente”, ou seja, o presidente em exercício é quem tem “o controle da agenda, a iniciativa de políticas públicas, a capacidade de articulação com outros Poderes”.

Além de medir a avaliação da gestão, o instituo também sondou — pela primeira vez em sua história — a aprovação do Executivo.

Neste quesito, o governo é desaprovado por 49% e aprovado por 48% dos entrevistados, o que representa um empate técnico, considerando a margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Na avaliação de Lavareda, a diferença numérica de 1 ponto percentual entre os dois indicadores “é uma coisa, como eu disse, para o Sidônio comemorar muito”.

“Do ponto de vista de projeto eleitoral, o presidente Lula também tem muito a comemorar com essa pesquisa do Datafolha, sobretudo com a força da marca do instituto”, acrescentou o cientista político.

Veja a íntegra da entrevista:

O Instituto de Terras e Reforma Agrária de Pernambuco (Iterpe) participou da cerimônia de criação do Núcleo de Regularização Fundiária (NUREF), nesta semana, no Palácio da Justiça de Pernambuco. A iniciativa faz parte do programa Moradia Legal Pernambuco e tem como objetivo acelerar a entrega de títulos de terra no estado. Durante o evento, foi assinado um acordo para capacitar engenheiros e agrônomos, com apoio de universidades e entidades ligadas à área fundiária.

O prefeito de São José do Egito, Fredson Brito, participou hoje do programa institucional De Mãos Dadas com o Povo, transmitido pela Rádio Cultura FM. Durante a entrevista, conduzida pelo radialista Fabrício Ferreira, o gestor fez um balanço das principais ações dos seus quase 100 primeiros dias à frente da Prefeitura, destacando avanços nas áreas de saúde, educação, infraestrutura e valorização do servidor público.

Entre os anúncios, Fredson celebrou o reajuste salarial de 7% para servidores ativos e inativos, percentual superior ao recomendado pelo Ministério da Educação, além da regularização da folha de pagamento, que agora é quitada dentro do mês trabalhado. Na saúde, destacou a reestruturação do hospital municipal, com a volta dos partos normais e cesarianas, ampliação do quadro médico, atendimento até às 22h na unidade de Riacho do Meio e a chegada de um novo ônibus para o TFD, além de uma nova Casa de Apoio na capital pernambucana.

Na educação, o prefeito comemorou a implantação de uma escola de ensino integral, o destravamento de recursos para concluir a Escola Graça Valadares, a conquista de um novo Centro Esportivo e a reforma do Ginásio de Esportes, que volta a sediar os Jogos Escolares. Na zona rural, destacou o inédito Programa de Aração de Terras e as obras de abastecimento de água nas comunidades do Buquê e do Papagaio, ampliando o acesso à água potável.

Fredson também ressaltou o fortalecimento das ações sociais, como a implantação do Bom Prato, que transformou a antiga cozinha comunitária em um espaço que oferece almoços completos à população. Ao fim da entrevista, convidou os moradores para um evento no próximo sábado (12), onde fará uma prestação de contas detalhada sobre as conquistas desses primeiros 100 dias de gestão.

Por Aldo Paes Barreto*

Antigamente, havia uma localidade no Recife chamada Caldeireiro, fazia fronteira com Dois Irmãos. Ali morou o excêntrico comerciante português Francisco Ribeiro Pinto Guimarães, apelidado de “Chico Macaco”. A alcunha foi imposta pela vizinhança porque ele carregava dois graves pecados: mantinha amizade com pretos e se alimentava de bananas.

A mansão ainda está lá, restaurada, e como consta na placa no frontispício da edificação, Francisco Guimarães a edificou entre 1874 e 1877, quando ainda tinha juízo. No requintado solar que hoje abriga a sede da Fundação Joaquim Nabuco, morou até o final da vida provavelmente entre 1935 e 1936.

Excêntrico na antessala da paranoia, Francisco Guimarães comercializava açúcar para a Europa onde ia com frequência quando jovem. Educado, refinado, rico e solteiro, não deixou herdeiros. A dramática existência desse emigrante fez dele lenda, do sobrado lugar mal-assombrado e da sua existência uma chaga do preconceito.

Quando surgiram os primeiros sintomas da demência, Francisco Guimarães isolou-se no casarão e recomendava aos criados que fechassem portas e janelas. Malfeitores, facínoras de todos os credos queriam assassiná-lo e roubar o que era dele. Refugiado no primeiro andar, apenas uma criada, Joana, tinha acesso ao local abastecendo o esquisito Francisco com bananas e outras necessidades.

No início do século 20, os interesses pelo excêntrico português, pelo solar e pela sua fortuna, cresceram. Sem herdeiros, o caso chegou à Justiça, a interdição foi pedida e nomeado um psiquiatra para avaliar a decrepitude do velho e ainda rico lusitano. Foi então nomeado o especialista Ladislao Porto para realizar o laudo de interdição.

Em reportagem publicada neste Diario de Pernambuco, edição de 2 de abril de 1954, o então iniciante repórter Marco-Aurélio de Alcântara entrevistou o psiquiatra Ladislau Porto, que atuou no Caso “Chico Macaco”, em 1935. O médico bem que tentou demover o lunático a sair de sua solidão e ser internado em hospital especializado. Em vão.

Vergado, coberto por enormes barbas brancas, vestindo timão sem cor, Francisco isolou-se cada vez mais no primeiro andar do casarão de onde nunca saiu e onde morreria de inanição.

O majestoso solar ficou muito tempo abandonado. Roubaram vitrais, mobílias, pisos de jacarandá, mármores dos banheiros. Ainda assim manteve grande parte do original até ser totalmente recuperado pela Fundação Joaquim Nabuco, depois de ter sido ocupado por uma clínica veterinária e pelo Hospital Magitot.

Graças ao empenho do pernambucano Gilberto Freyre, o Solar do Caldeireiro escapou do triste destino de ser tombado para coisa alguma e virar ruínas de coisa nenhuma. Nesse meio tempo, a imagem fantasmagórica do ancião de longas barbas, vestes brancas, assombrava quem se aventurava ao local e protegia o casarão. Era uma época em que os ladrões temiam assombrações.

Logo depois da tentativa de interdição judicial, o emigrante foi encontrado morto pela velha preta Joana. Ao lado, um cacho de bananas que ele já não comia e um bilhete de agradecimento a amiga. Era ela que lhe dava bananas, atenção e nenhum enjeitamento. Ela era filha de escravos, desconhecia as despudoradas paixões pelo futebol, mas conhecia de perto a maldição do preconceito.

*Jornalista

Do Estadão Conteúdo

A mais recente pesquisa Datafolha mostra que a aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) interrompeu a tendência de queda e registrou uma leve alta. Mesmo assim, o índice de reprovação segue significativamente superior ao de aprovação: 38% consideram a gestão ruim ou péssima, enquanto 29% a avaliam como ótima ou boa.

Na comparação com o levantamento anterior, de 14 de fevereiro, houve melhora de cinco pontos percentuais na avaliação positiva — que havia sido a pior dos três mandatos de Lula, com 24%. Já a reprovação caiu três pontos, de 41% para os atuais 38%. A avaliação regular se manteve estável, em 32%.

Durante seus dois primeiros mandatos, Lula nunca havia enfrentado aprovação tão baixa. Os dados indicam que a popularidade do presidente atingiu um piso e parou de cair. Apenas 1% dos entrevistados disseram não saber como avaliar o governo, ante 2% na pesquisa anterior.

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A publicação da pesquisa veio logo após o governo divulgar um balanço das entregas federais, em tentativa de reverter a imagem negativa dos últimos meses. A chamada “crise do Pix”, envolvendo especulações sobre limites na ferramenta, e a alta no preço dos alimentos são apontadas como fatores que afetaram a avaliação da gestão.

Sobre o futuro do governo, 35% dos entrevistados disseram acreditar que Lula fará um mandato ótimo ou bom. O mesmo percentual projeta uma gestão ruim ou péssima, enquanto 28% esperam um desempenho regular. É a primeira vez que os índices otimista e pessimista aparecem empatados numericamente.

A pesquisa Datafolha ouviu 3.054 pessoas com 16 anos ou mais em 172 municípios entre os dias 1º e 3 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

A governadora Raquel Lyra (PSD) segue ampliando o loteamento da máquina pública em Pernambuco. Em mais um “trem da alegria”, ela nomeou um novo grupo de aliados para cargos comissionados na Secretaria da Casa Civil, transformando a estrutura do governo em um verdadeiro cabide de empregos — numa movimentação voltada para garantir apoio político de olho na reeleição em 2026.

Entre os contemplados está o ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Keko do Armazém (PP). Derrotado por Lula Cabral (SD) na tentativa de reeleição em 2020, Keko agora retorna à cena pública como assessor especial de Relações Institucionais (DAS-2), um dos cargos mais altos da pasta.

Outros 12 nomes foram nomeados, a maioria com histórico político ou eleitoral. Um dos destaques é Gyan Karlos (PRD), ex-presidente da Câmara de Buenos Aires e ex-candidato a vice-prefeito. Ele já atuava na Casa Civil como assistente, foi exonerado e agora retorna em um posto superior, como assessor especial de articulação e acompanhamento (DAS-4).

A lista passa por diversas siglas partidárias, do PL ao PT. Rodrigo Gomes, ligado aos irmãos Ferreira e candidato derrotado a vereador do Recife, também ganhou cargo: volta ao governo como assessor especial (DAS-4). Ele havia sido exonerado da Secretaria de Justiça em 2023 para disputar as eleições municipais, onde teve apenas 4.930 votos.

Também foram nomeados Anderson Lopes, candidato a prefeito de Itapetim pelo PSDB em 2024, agora como assessor técnico (CAA-1), e Aluízio Camilo (PT), ex-vereador de Paulista, que passa a integrar a Casa Civil como assessor (CAA-2).

Os cargos comissionados de DAS (Direção e Assessoramento Superior) e CAA (Cargo de Apoio Administrativo) são de livre nomeação e exoneração, ou seja, preenchidos sem concurso público. A numeração indica o nível hierárquico e salarial: quanto menor o número, maior o prestígio e a remuneração. Esses cargos são frequentemente utilizados para acomodar aliados políticos, mesmo que sem vínculo técnico com as funções exercidas.

As nomeações foram oficializadas ontem (4) e publicadas na edição deste sábado (5) do Diário Oficial.

Por Marcelo Tognozzi

Colunista do Poder360

O mundo saiu da zona de conforto com o tarifaço de Donald Trump. Alguns reagiram com a cabeça, outros com o fígado, muitos ficaram perdidos. Um jornalista do Financial Times comparou o tarifaço de Trump à revolução cultural de Mao Zedong no início da década de 1970.

Trump mexeu com a burocracia, os intestinos da administração dos Estados Unidos e, diferentemente de Mao, sabe que seu prazo é curto: termina em 2029. Acho que há um pouco de exagero nisso e creio que os Estados Unidos, com seu enorme poder de resiliência, sairão deste processo ganhando mais do que perdendo.

As consequências sobre o futuro, claro, ainda são imprevisíveis. Há uma insegurança generalizada típica do desconforto, como mostrou o Wall Street Journal, com os norte-americanos correndo para comprar bens de consumo antes que o preço suba por causa das tarifas.

É bem possível que a popularidade de Trump sofra uma queda significativa, caso sua política protecionista provoque inflação e diminua a capacidade de consumo da população. Daqui até 2029, muita água vai correr debaixo da ponte e, como ensinou Maquiavel, o mal se faz primeiro.

A reportagem do WSJ registra aumento de preços no comércio para produtos que já estavam nas prateleiras antes do “Liberation Day” de Trump. Este tipo de coisa se dá no mundo todo e já vimos este filme por aqui centenas de vezes.

No Brasil, o que mais chamou a atenção nesta semana foi a capacidade de reação da bancada do agro no Congresso. Ao longo das duas últimas décadas, a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), a FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) e o IPA (Instituto Pensar Agro) passaram por um processo de profissionalização exemplar. É o Brasil que dá certo comandando o processo. São os profissionais mostrando como se faz.

Não é por acaso que o agro ganhou força política e colhe uma safra recorde de resultados. O último deles foi a Lei da Reciprocidade, instrumento pelo qual o governo poderá reagir à altura toda vez que nossos parceiros comerciais criarem dificuldades para nossos produtos.

Esta lei já era bala na agulha do agro faz tempo. Desde que a União Europeia resolveu impor restrições aos produtos brasileiros por questões ecológicas, aprovando uma lei maluca que proíbe a compra de produtos produzidos em zonas desmatadas, ignorando completamente nosso Código Florestal.

A Europa assistiu nos últimos 50 anos a um aumento exponencial da competência dos produtores brasileiros, enquanto crescia a incompetência do seu setor agrícola, cada vez mais dependente de subsídios governamentais. Enquanto o agro europeu anda na cadeira de rodas dos subsídios, o nosso caminha pelas próprias pernas.

Diante do tarifaço de Trump, a bancada do agro agiu com a cabeça, uniu governo e oposição, aprovando a lei que agora servirá para dar pronta resposta às penalidades impostas aos nossos produtos. Este caso é exemplar, porque mostra a relevância política de um setor num assunto o qual, não faz muito tempo, era dominado pela CNI e a Fiesp. O agro, com seu profissionalismo, tomou a frente na defesa dos interesses do país, foi atrás dos resultados e colocou-se acima das picuinhas políticas da esquerda e da direita.

Poucos países experimentaram o grau de internacionalização do agro como o Brasil. Há alguns anos, acompanhei o então ministro Blairo Maggi num périplo pela Ásia e pude ter a exata medida do prestígio do agro brasileiro. No mercado de Xangai, um dos maiores centros de venda de proteína animal do mundo, os compradores pediam as carnes brasileiras pelo número do SIF (Serviço de Inspeção Federal). Os pés de galinha expostos, uma iguaria para os chineses, pareciam ter saído de um salão de manicure de tão perfeitos.

O Brasil vende para os Estados Unidos suco de laranja, café, celulose, carne, açúcar, madeira e até sebo bovino, entre outros itens do agro. A tendência, com a tarifa de 10% imposta pelo governo Trump, é que estes produtos fiquem mais caros para o consumidor norte-americano. Mas esta situação pode ser passageira.

O Brasil tem uma vantagem, um diferencial competitivo sobre o produtor dos Estados Unidos, que é a nossa produtividade. Nós conseguimos produzir mais e melhor a cada ano, o que permite reduzir custo e preço, tornando nossos produtos ainda mais competitivos. Se o governo deixar o produtor e a Embrapa trabalharem, esta tarifa do governo Trump será devidamente engolida pelo nosso agro.

É líquido e certo que o mundo iniciou uma nova era. Todos apostam que os EUA serão os grandes perdedores, mas isso é só um palpite, porque ninguém sabe como vai funcionar. Trump virou o comércio internacional de ponta cabeça. Há quem imagine o Brasil sendo jogado nos braços da China e os Estados Unidos isolados do resto do mundo.

Bobagem. Nem o Brasil será dominado pela China, embora seja ela nosso maior parceiro comercial, nem os Estados Unidos irão para o ostracismo. O Brasil, por tradição e um ranço cultural vindo dos tempos da República Velha, é uma das economias mais fechadas do mundo. Pagamos um preço altíssimo pela teimosia em nos mantermos fechados, como se deu com a política de proteção da indústria brasileira de informática nos anos 1980, cujo resultado foi um só: mais atraso.

Os Estados Unidos são produtores de conhecimento e de inovação. A indústria deles se espalhou pelo mundo em busca de custos menores e lucros maiores e não é outro o motivo que levou a Apple a investir na China, a Nike produzir no Vietnã ou empresas de call centers se instalarem na Índia. A economia é movida a lucro, seja ela chinesa ou norte-americana. Trump só terá sucesso com consumidores satisfeitos e empresários lucrando.

Se não for assim, seu Donald corre o risco de ficar igual ao presidente da piada, contratado para tornar a companhia mais produtiva. No 1º dia, saiu andando pela empresa e deu com um rapaz encostado na parede, as mãos no bolso, puro tédio.

“Quanto você ganha?”, pergunta. O rapaz responde: “R$ 1.000, doutor”. Ele tira o dinheiro do bolso, dá ao moço e diz: “Some daqui. Está demitido”. Em seguida, pergunta ao gerente: “O que este imbecil fazia aqui?”. E o gerente: “Nada, ele veio entregar pizza e estava esperando o pagamento”. Moral da história: você só acerta a mão quando conhece muito bem com quem e o que está lidando.