Bolsonaro é ovacionado pelos seus apoiadores ao chegar na Avenida Paulista

O ex-presidente Jair Bolsonaro acaba de chegar na Avenida Paulista para participar do ato chamado por ele. Antes de subir no trio onde irá discursar, o líder bolsonarista foi abraçar os seus apoiadores que aguardam ansiosos pelo início do evento.

Hoje, duas horas antes do início do ato pró-Bolsonaro na Avenida Paulista, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, subiu no trio elétrico para agradecer à multidão. “Vim aqui só pra falar pra vocês que vocês transformaram o PL no maior partido do Brasil”, disse o presidente da legenda.

Por determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes, Valdemar está impedido de ter contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa decisão de Moraes se deu no âmbito da operação “Tempus Veritatis”, que investiga um suposto plano golpista em que Bolsonaro permaneceria no poder.

Com bandeiras de Israel e do Brasil, uma verdadeira multidão espera pela chegada do ex-presidente Jair Bolsonaro, na Avenida Paulista. O ato em favor do líder bolsonarista está programado para iniciar daqui a pouco, às 15h.

Confira o vídeo:

A presidente do Partido dos Trabalhadores, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), comentou ontem sobre a participação de políticos eleitos no ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista, neste domingo (25). Segundo Gleisi, “é uma vergonha ver governadores e prefeitos” em “uma manifestação contra a democracia e a legalidade”.

“Que medo eles [os políticos que vão ao ato] devem ter do Bolsonaro, das coisas erradas que só ele [Bolsonaro] deve saber, para obedecer ao comando do inelegível”, sugeriu a presidente do PT em post no X (ex-Twitter). As informações são do Poder360.

“O ato de domingo não tem nada de defesa do Estado Democrático de Direito. É mais uma ameaça de Bolsonaro às instituições e uma afronta à Justiça, a quem ele está prestes a ter de prestar contas”, concluiu Gleisi, em referência à operação da PF (Polícia Federal) que tem o ex-presidente como um dos alvos por suposta tentativa de golpe de Estado.

Quem vai

O ato pró-Bolsonaro, marcado para começar às 15h deste domingo (25), em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand), na avenida Paulista, em São Paulo, deve contar com a presença de mais de uma centena de congressistas, chefes dos Executivos estaduais e municipais. Pelo menos 4 governadores confirmaram presença. São eles:

  • Jorginho Mello (PL-SC);
  • Ronaldo Caiado (União Brasil-GO);
  • Romeu Zema (Novo-MG);
  • Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).

O prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), também disse que vai participar.

A segurança da manifestação em prol do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será reforçada com o uso de drones e câmeras físicas e móveis do sistema Olho de Águia. O evento será realizado hoje, às 15h, em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand), na avenida Paulista, em São Paulo.

O esquema de policiamento na região terá 2.000 agentes, segundo informações da SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo). Os policiais irão “garantir a segurança da população e os direitos de todos, participantes do ato ou não”, segundo o órgão. As informações são do Poder360.

Os agentes realizarão o patrulhamento ao longo do percurso do evento, assim como nas ruas adjacentes. Os policiais também estarão disponíveis para orientar os participantes da manifestação durante o deslocamento pela região.

A segurança será feita pelas seguintes equipes:

  • Força Tática;
  • Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas);
  • 7° Batalhão de Polícia Militar;
  • Batalhão de Choque;
  • Cavalaria;
  • Policiamento de Trânsito;
  • Comando de Aviação da Polícia Militar.

As equipes serão coordenadas pelo Copom (Centro de Operações da PM). A GCM (Guarda Civil Municipal) e a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) prestarão auxílio.

De acordo com a Prefeitura de São Paulo, a SMSU (Secretaria Municipal de Segurança Urbana) também ajudará na segurança. Integrantes da Guarda Civil Metropolitana ficarão responsáveis pela proteção de equipamentos públicos da área e nas seguintes regiões:

  • Parque Mário Covas;
  • Parque Trianon;
  • Praça dos Ciclistas;
  • vão livre do Masp.

Trânsito

Ainda conforme a prefeitura, as linhas de ônibus que operam na avenida Paulista aos domingos já são desviadas em decorrência do programa Ruas Abertas. Declarou que “a CET adotará as medidas necessárias para preservação da segurança viária”.

“Neste domingo, a SPTrans irá monitorar a operação do transporte público e, caso haja necessidade, realizará ajustes no trajeto das linhas conforme o bloqueio das vias”, informou o órgão.

Desde dezembro do ano passado, a Prefeitura de SP lançou o programa Domingão Tarifa Zero, em que o uso dos ônibus municipais da cidade são gratuitos aos passageiros todos os domingos, de meia-noite às 23h59. O projeto funcionará neste domingo (25).

Confirmados

Ao menos quatro governadores e 103 congressistas devem comparecer à manifestação. Bolsonaro chegou a São Paulo na manhã deste sábado (24). O ex-presidente tomou café com aliados e recebeu apoiadores em uma padaria na Vila Olímpia, bairro nobre da zona oeste de São Paulo. Ficará hospedado na ala residencial do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado.

Também neste sábado, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), entrou em contato com o ex-chefe do Executivo Federal para confirmar sua ida ao ato. A informação foi confirmada ao Poder360 pelo pastor Silas Malafaia e por Fabio Wajngarten, advogado e assessor de Bolsonaro.

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), está nos Emirados Árabes, mas antecipou a volta ao Brasil para participar do evento. Além dele, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), disseram que também irão ao ato.

A ordem no Palácio do Planalto é ignorar a manifestação convocada por Jair Bolsonaro, em São Paulo. Ministros garantiram à coluna de Bela Megale, do O GLOBO, que o ato não será alvo de qualquer manifestação nas redes sociais, nem mesmo com teor irônico.

No mês passado, a Secretaria de Comunicação da Presidência usou canais oficiais do governo para ironizar a operação da Polícia Federal que mirou o vereador Carlos Bolsonaro. A iniciativa foi criticada por investigadores, além de integrantes do próprio governo, por politizar a ação policial.

O PT, no entanto, tem reagido à manifestação. O diretório estadual do partido de São Paulo chegou a fazer uma representação no Ministério Público Eleitoral contra o ato, sob o argumento de que o protesto pode se converter num novo 8 de janeiro. PT, PSB, PDT e REDE também lançaram, na quinta-feira, um manifesto contra o ato e em defesa da democracia.

Apesar do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em São Paulo estar previsto para começar às 15h, manifestantes já começam a se concentrar na Avenida Paulista, o que pode ser um termômetro de que o ato pode ter uma grande adesão dos bolsonaristas. Os organizadores do evento esperam que cerca de 700 mil pessoas participem da manifestação.

Da Folha de S. Paulo

A decisão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) de ir à manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) surpreendeu parte do bolsonarismo, que elogia o gesto a favor do aliado.

O prefeito já afirmou que não pretende discursar. Já Tarcísio deve fazer uso da palavra, segundo o próprio Bolsonaro —informação ainda não confirmada por sua assessoria. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também confirmou presença no ato deste domingo.

Nunes, que concorre à reeleição com o apoio explícito de Bolsonaro, declarou que irá ao ato deste domingo (25), na avenida Paulista, apesar dos apelos contrários de emedebistas, que temem a rejeição do ex-presidente no eleitorado da capital e a associação com o golpismo.

Além disso, as imagens do prefeito ao lado de Bolsonaro serão exploradas pelo adversário Guilherme Boulos (PSOL), que tem o apoio de Lula (PT) e quer nacionalizar a eleição de São Paulo.

Estrategistas de Nunes, contudo, minimizam o prejuízo eleitoral. Na verdade, defendem haver ganho em fidelizar o apoio dos bolsonaristas, já que a esquerda não votaria no prefeito de qualquer forma.

Aliados de Nunes dizem que a decisão dele de comparecer foi pessoal. Embora o prefeito simpatize com o ex-presidente, seus movimentos de aproximação e afastamento em relação a Bolsonaro envolvem cálculo eleitoral e um cabo de guerra entre bolsonaristas e emedebistas.

No caso do ato deste domingo, a equipe de Nunes conta com o bom senso dos bolsonaristas, para que o evento seja pacífico e não antidemocrático, e com o bom senso do eleitor que, segundo esses estrategistas, forma sua opinião a partir do todo.

Ou seja, ainda de acordo com aliados, a ida ao ato não transformaria Nunes em um bolsonarista nem em um negacionista ou golpista, haja vista sua militância no MDB, seu governo de diálogo e seu arco de apoiadores, que inclui a centro-esquerda.

Na última segunda-feira (19), em evento na prefeitura, Nunes aproveitou para reforçar pontos que equilibram seu vínculo com Bolsonaro, como a defesa da vacina e a posição de centro do MDB. Para sua equipe, a postura do ex-presidente na pandemia explica sua derrota e, por isso, Nunes deve ressaltar sua discordância nesse ponto.

Ao longo da semana, por outro lado, Nunes defendeu Bolsonaro dizendo que o ex-presidente tem presunção de inocência. “Eu sou um fiel defensor da democracia. […] Manifestação é ato legítimo e sublime da democracia, só não pode ter baderna e não pode ter ofensa”, disse na quarta (21).

Auxiliares do prefeito e também bolsonaristas avaliam que havia pouca margem para que ele não fosse ao protesto após a convocação geral de Bolsonaro, já que o eleitorado do ex-presidente cobra fidelidade e caberia a Nunes retribuir o apoio nesse momento de fragilidade.

Com o ato, Bolsonaro busca se blindar do inquérito do STF que investiga uma tentativa de golpe de Estado.

A ausência, portanto, faria um estrago na imagem do prefeito perante a direita bolsonarista, que não vê em Nunes o candidato dos sonhos, mas o possível —e só deve votar nele depois de Bolsonaro ter deixado claro que apoia o emedebista em detrimento de Ricardo Salles (PL), que também estará no ato.

Há, inclusive, receio de que Nunes seja vaiado pelo público, mas bolsonaristas dizem acreditar que isso não acontecerá, afinal o prefeito estará respaldado por Bolsonaro.

“A gente espera de Nunes e de Tarcísio gestos pró-Bolsonaro. Os aliados são esperados em momentos difíceis. Acho que Nunes só ganha com isso, é um gesto público de aproximação. Ele assumiu riscos, comprou briga com o partido dele, é um gesto bem grande”, disse à Folha o deputado estadual bolsonarista Gil Diniz (PL).

Fabio Wajngarten, braço direito de Bolsonaro e crítico de políticos que aproveitam seu potencial eleitoral, mas não o defendem, disse que o ato é uma “demonstração enorme de força política” do ex-presidente. “Nesse momento todos os apoios são extremamente bem-vindos.”

À esquerda dos bolsonaristas, Soninha Francine, secretária da gestão Nunes, criticou a decisão do prefeito de ir ao ato, enquanto Aloysio Nunes (PSDB), ex-secretário, disse que a manifestação é “suicídio político coletivo”.

Tarcísio, por sua vez, também acumula seus altos e baixos na relação com o ex-presidente e com os bolsonaristas ao apostar num estilo mais ponderado e dialogar com opositores, sem deixar de comprar parte das pautas da extrema direita.

De acordo com aliados, caso ele discurse, terá um tom moderado como de costume. O governador vai hospedar Bolsonaro no Palácio dos Bandeirantes para o ato.

Assim como Nunes, Tarcísio é cobrado por aliados do ex-presidente a defendê-lo. Ele tem sido pressionado por não ter se manifestado publicamente a favor de Bolsonaro após a operação da Polícia Federal que o atingiu.

Ao contrário de Bolsonaro, Tarcísio buscou não comprar briga com os demais Poderes e, por isso, deputados bolsonaristas chegaram a duvidar da sua presença num ato que serve de resposta à investigação de golpismo e em que há risco de que surjam ataques à democracia.

Parte deles afirma acreditar que o governador não estará confortável no palanque, mas interlocutores de Tarcísio dizem que não há incômodo e que, sendo aliado de Bolsonaro, não poderia faltar a um ato importante. Na terça (20), Tarcísio não quis responder a jornalistas sobre o ato.

Ainda de acordo com o entorno do governador, ir à Paulista ajuda a equalizar seus gestos. Era esperado um aceno para a direita bolsonarista depois de encontros com dois dos principais adversários do ex-presidente.

No último dia 2, Tarcísio esteve com Lula em Santos (SP) para anunciar um acordo para a construção do túnel até Guarujá (SP). A cena em que o presidente arranca risadas do governador incomodou os militantes mais radicais.

Já na sexta (23), Tarcísio elogiou a Justiça Eleitoral em evento com presença do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, que atua nos inquéritos que envolvem Bolsonaro.

Tarcísio é, inclusive, uma das saídas encontradas por Nunes —como mostrou o Painel, o prefeito avalia ir ao ato com o governador para dividir o peso de aderir à manifestação.

Na opinião de emedebistas, Nunes já demonstrou quem ele é e sua ligação com o MDB, partido de oposição à ditadura, portanto um ato isolado não irá levá-lo para a extrema direita.

“Nosso intuito é construir um arco de alianças que realmente represente uma diversidade de forças políticas. O Ricardo Nunes é MDB raiz e não tem um padrinho político. Ele tem a trajetória dele”, diz o presidente do MDB municipal, Enrico Misasi.

Da Folha de S. Paulo

Jair Bolsonaro (PL) aposta mais uma vez numa manifestação na avenida Paulista, em São Paulo, para tentar demonstrar seu capital político. Neste domingo (25), o ex-presidente tem como principal objetivo apresentar um retrato de que mantém apoio popular e, dessa forma, reagir ao avanço das investigações sobre ele.

Os preparativos do ato deste domingo, no entanto, são marcados pelo medo, uma vez que o ex-presidente e aliados estão acuados pelas apurações da Polícia Federal.

Não foram poucos os conselheiros que orientaram Bolsonaro a ter cautela nas palavras. Além do mais, há no entorno dele quem tema que algo fuja do controle durante a manifestação ou mesmo que haja baixa adesão do público —o que aumentaria a percepção de isolamento do ex-mandatário.

Aliados apontam que eventuais gritos de ordem de cunho golpista poderiam trazer ainda mais prejuízos aos processos jurídicos que miram Bolsonaro.

O conselho de aliados a Bolsonaro é que ele evite em seu discurso ofensas a membros do Judiciário (o que já foi uma constante durante seu período na Presidência), sobretudo ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Alguns chegaram a alertá-lo de que declarações com margem de serem interpretadas como crimes poderiam até mesmo resultar na prisão do ex-presidente. De acordo com pessoas próximas, Bolsonaro demonstrou estar alinhado a essas orientações.

Nesse sentido, o ex-presidente estará acompanhado na Paulista pelos advogados Fabio Wajngarten e Paulo Cunha Bueno.

Bolsonaro disse à Folha querer um “retrato” da situação e que haverá um impacto político.

“Convidei pessoal para comparecer [no ato] para termos um retrato e eu poder me defender. Não existe nenhum problema mais a ser tratado lá”, disse, antes de prestar depoimento à PF no caso que investiga uma trama golpista para reverter a derrota eleitoral para Lula (PT). Bolsonaro ficou em silêncio na oitiva.

Questionado se o ato poderia impactar na investigação, ele disse: “Tem a questão técnica e a questão política. Politicamente, sempre tem impacto, técnico é outra história”.

A mesma metáfora foi usada para a manifestação de 7 de setembro de 2021, quando ele, também na avenida Paulista e em discurso em Brasília, chamou Moraes de canalha, afirmou que não cumpriria decisão judicial e que só sairia da Presidência preso, morto ou com vitória.

“Dizer aos canalhas que eu nunca serei preso”, disse a uma multidão inflamada. Em outro trecho daquele discurso, Bolsonaro afirmou: “Dizer a esse ministro que ele tem tempo ainda para se redimir. Tem tempo ainda de arquivar seus inquéritos. Sai Alexandre de Moraes, deixa de ser canalha, deixa de oprimir o povo brasileiro”.

Nenhuma das alternativas aconteceu e Bolsonaro deixou o Palácio do Planalto no final de 2022. Horas antes da posse, ele viajou aos Estados Unidos e não cumpriu com o rito democrático de passar a faixa presidencial a seu sucessor.

Agora, Bolsonaro pede uma manifestação pacífica e sem faixas. O principal temor é o de que ele seja responsabilizado por palavras ou mensagens golpistas de manifestantes ou de quem estiver no carro de som. Afinal, foi o próprio ex-presidente que chamou seus apoiadores ao ato.

Para tentar blindar o ex-presidente, os organizadores garantiram que haverá apenas um microfone e que a lista de oradores será controlada.

Serão seis torres de som e dois trios elétricos. Um terá capacidade para cerca de cem pessoas e levará parlamentares e outros aliados. O outro será o de Bolsonaro e terá capacidade um pouco menor, de no máximo 70 pessoas.

O ato será inaugurado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que fará uma oração. Em seguida, falarão os parlamentares Gustavo Gayer (PL-GO), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Rogério Marinho (PL-RN), além de governadores que porventura queiram se manifestar.

Estão confirmados no ato os governadores Jorginho Mello (Santa Catarina), Ronaldo Caiado (Goiás) e Tarcísio de Freitas (São Paulo) —todos aliados que disputam o espólio eleitoral de Bolsonaro.

Por último, devem discursar o pastor Silas Malafaia, que organizou o evento, e o próprio Bolsonaro.

“Falei para o presidente: se prenderem o senhor e o senhor não se comunicar com esse povo, como vai querer que esse povo saia em sua defesa? O senhor tem que explicar, se defender, tem que fazer isso através do povo. Aí ele aceitou [fazer o ato]”, disse Malafaia.

“Não vou chamar [Alexandre de Moraes] de ditador, nem pedir sua prisão, mas vou mostrar [fatos] e desafiar quem estiver ouvindo a contraditar. Fatos, não estou acusando, nem atacando instituição”, prosseguiu.

Malafaia contou ainda que o ato não tem como objetivo defender Israel, mas que fará uma fala dura contra a declaração recente em que Lula comparou a ofensiva na Faixa de Gaza ao Holocausto nazista.

Apesar de não ser o foco da manifestação, o petista deve ser alvo da maioria dos discursos. Segundo aliados, a estratégia de mirar em Lula também pode ser uma forma de desviar o foco da manifestação de possíveis ataques ao Judiciário.

Malafaia reforça que não serão permitidos cartazes e faixas, para evitar qualquer frase mais “maldosa”, como pedidos de fechamento do STF. O pastor afirma que qualquer faixa nesse sentido será obra de “infiltrado da esquerda”.

O líder evangélico evita qualquer estimativa de público, apesar do entusiasmo de outros bolsonaristas com o ato.

Em caso de baixa adesão, bolsonaristas já têm uma vacina. Devem argumentar que existe um temor generalizado entre simpatizantes de Bolsonaro em se expressar, diante dos processos em andamento.

Além de aliados que não pretendem comparecer por receio de se indispor ainda mais com o Judiciário, outros faltarão por impedimento legal. Um dos casos é o do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também investigado pela PF na apuração sobre tentativa de golpe.

Apesar de a maioria dos parlamentares e dirigentes do PL estar confirmada para o ato, o partido não fez nenhuma convocação para a manifestação.