Prefeito de BH revela descoberta de câncer, mas mantém pré-candidatura

Cercado de secretários e ao lado da esposa Mônica, o prefeito Fuad Noman (PSD) realizou um pronunciamento na manhã desta quinta-feira na sede da Prefeitura de Belo Horizonte. Ele contou que ao realizar exames de rotina, foi detectado um linfoma não Hodgkin (LNH) e precisou passar por cirurgia.

Emotivo, Fuad disse que reuniu a família no último domingo, quando completou 77 anos, e decidiu se manter no cargo de prefeito e também na condição de pré-candidato às eleições de outubro. “Com família reunida, com meus alicerces, firmes, tomei a decisão que continuarei exercendo o cargo de prefeito da mesma forma que fiz até agora, trabalhando muito e aparecendo pouco. Continuarei sendo pré-candidato à reeleição, da mesma forma que planejei, trabalhando na prefeitura e, como gosto de dizer, ‘prefeitando’ de segunda a sexta-feira e fazendo a campanha nos finais de semana”, declarou.

O chefe do Executivo da capital também levou em consideração uma conversa com o médico que o acompanha, que o tranquilizou “ao mostrar o excelente prognóstico de sucesso do tratamento”.

Do Jornal O Tempo

O experiente deputado federal Rui Falcão (PT-SP), 80 anos, vai se licenciar do mandato por 120 dias para se dedicar inteiramente à campanha de Guilherme Boulos (PSOL), 42, a prefeito de São Paulo. A decisão de Falcão foi tomada a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações são do site Poder360.

No sábado (29), Falcão recebeu Lula em sua residência em São Paulo para um jantar reservado, conforme apurou o Poder360. O presidente agradeceu pessoalmente ao deputado por ter concordado em passar quatro meses inteiramente dedicado à campanha de Boulos. A candidata a vice na chapa será a ex-prefeita paulistana Marta Suplicy, 79, agora de volta ao PT (depois de ter passado um período fora do partido).

A eleição paulistana é vital para o PT nacional e para Lula. O partido já antevê que não terá um desempenho muito positivo em todo o país. Uma vitória em São Paulo, a maior cidade do país, seria emblemática porque demonstraria que o partido segue forte em grandes centros urbanos. É a primeira que o PT abriu mão de ter candidato próprio na capital paulista, ao apoiar Boulos.

Rui Falcão atuou de maneira vigorosa nos últimos meses para ajudar a montar a chapa Boulos-Marta. O deputado é um dos poucos quadros mais sêniores do PT que tem mantido uma relação direta com o presidente da República, a quem se dirige com franqueza quando precisa fazer uma análise crítica da conjuntura política e dos rumos do governo. Lula reconhece a experiência de Falcão e por isso foi ao jantar de sábado.

Durante os 120 dias de licença de Rui Falcão, o mandato será assumido pelo médico Pedro Tourinho, do PT de Campinas.

A gestão Eduardo Paes (PSD) assinou contrato de patrocínio para a celebração do centenário da Assembleia de Deus no Rio de Janeiro no mesmo dia em que o deputado Otoni de Paula (MDB), ligado à denominação, fechou as negociações para apoiar a reeleição do prefeito.

O repasse de R$ 950 mil, assinado no dia 20 de junho, teve como destino um evento realizado dois dias depois. Paes discursou na cerimônia ao lado de Otoni e do bispo Abner Ferreira, que participou das negociações políticas para o apoio. Com informações do jornal Folha de São Paulo.

O contrato, obtido pelo gabinete do vereador Pedro Duarte (Novo), mostra que entre as contrapartidas está o direito a “50 spots de 30 segundos na rádio 93 FM”, emissora gospel do Rio.

Ferreira e Otoni negaram vínculos entre o patrocínio e o apoio. Ambos declararam que não fazem parte da entidade beneficiada com o repasse e que participaram do ato como fiéis da Assembleia, que tem diferentes correntes.

Os dois integram a Assembleia de Deus – Ministério de Madureira. O patrocínio da prefeitura foi dado à Cemad-RJ (Convenção Estadual de Ministros das Assembleias de Deus do Rio de Janeiro), um outro ramo da mesma denominação religiosa. Procurada, a entidade não retornou aos contatos da reportagem.

A prefeitura disse que a autorização do apoio foi dada no início de maio e que “apoia todos os eventos culturais e religiosos que promovam a cidade”.

Paes escolheu Otoni para atuar junto ao eleitorado evangélico, vinculado ao bolsonarismo. O objetivo é tentar disputar a preferência dos fiéis na disputa contra o deputado Alexandre Ramagem (PL), pré-candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Otoni oficializou o fim de sua pré-candidatura no dia 13, quando fez a primeira reunião com Paes sobre a aliança. Uma semana depois, no dia 20, os dois se reuniram e selaram a aliança, em reunião com a participação de Abner Ferreira.

Dois dias depois, os três discursaram juntos no evento organizado pela Cemad-RJ. A cerimônia encenou na zona portuária a chegada dos missionários fundadores da Assembleia de Deus no país.

O processo administrativo que culminou no contrato foi aberto, segundo o sistema da prefeitura, em abril deste ano com a carta proposta da Cemad-RJ. O site do município exibe apenas a movimentação do processo, e não seus documentos.

O sistema da prefeitura mostra que o processo voltou a ter movimentação apenas em 28 de maio. No dia seguinte, o prefeito publicou um decreto remanejando R$ 950 mil da conservação da cidade para a rubrica de apoio a eventos. O texto não define a destinação do recurso, mas se trata do mesmo valor dado ao evento.

Os autos voltam a ser movimentados em 10 de junho. As descrições no sistema indicam ser a inclusão de documentos da Cemad-RJ e detalhamento de custos do evento. A partir do dia 13 de junho, documentos produzidos pela prefeitura começam a ser juntados no processo. Foi a data em que Otoni se reuniu com Paes e decidiu abrir mão da candidatura.

O deputado Otoni de Paula negou relação entre o patrocínio dado pela prefeitura para o evento e seu apoio à pré-candidatura. Ele afirmou que o Ministério de Madureira, ramo da Assembleia de Deus da qual faz parte, não aceita recursos públicos.

“Quero repudiar essa tentativa de ilação, como se meu apoio político ao prefeito Eduardo Paes tivesse essa condicionante”, afirmou ele em discurso na Câmara.

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (27) mostra que o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Luiz Datena (PSDB) avançou na preferência do eleitorado paulista e empatou na disputa com Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL). As informações são do site POder360.

Segundo o levantamento, Nunes tem 22% das intenções de voto, contra 21% de Boulos. Em seguida, Datena aparece com 17%. A margem de erro da pesquisa é 3 pontos percentuais para mais ou para menos, o que configura empate técnico entre os três-candidatos.

O influenciador digital Pablo Marçal (PRTB) aparece em 4º lugar na disputa com 10% das intenções de voto e é seguido por Tabata Amaral (PSB), com 6%. O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil) tem só 3%.

João Pimenta (PCO) e Ricardo Senese (UP) têm 1% cada. 7% dos entrevistados estão indecisos, enquanto 8% disseram que votam em branco ou nulo.

A pesquisa Genial/Quaest entrevistou 1.002 eleitores na cidade de São Paulo de 22 a 25 de junho de 2024. A margem de erro é de 3 p.p (pontos percentuais), para mais ou para menos. O levantamento foi registrado no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) sob o número SP-08653/2024. Foi paga pela Genial Investimentos, controlada pelo banco Genial.

Da Carta Capital

Logo após o início da maior catástrofe climática da história do Rio Grande do Sul, o Observatório do Clima divulgou um documento em que listou vinte e cinco projetos de lei que foram forjados no que a organização chama de “pior Congresso da história” e que “afetam direitos consagrados em temas como licenciamento ambiental – bastião da sociedade contra atividades econômicas potencialmente destrutivas –, grilagem, direitos indígenas, financiamento da política ambiental.”

Márcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima, explica que o conjunto de 25 projetos de lei que estão no documento representa a “desregulamentação ambiental” e está intimamente ligado à direita brasileira. “A boiada que estava no governo Bolsonaro atravessou a rua e está no Congresso Nacional. Lá no Executivo, eles desmontaram o meio ambiente sabotando o Ibama, o ICMBio, através de decretos e outros. No Congresso, atropelam com leis.”

O Brasil de Fato destacou quatro projetos de lei da lista do Observatório do Clima, que tratam de flexibilização de legislações ambientais, e analisou como votaram os deputados federais gaúchos. O objetivo é avaliar como a agenda ambiental é tratada pelos parlamentares do estado, que no momento incham as redes sociais com imagens de um Rio Grande do Sul alagado.

Os deputados federais do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, puxam a lista. Eles entregaram 13 votos favoráveis aos projetos de lei analisados. Em seguida, aparecem os parlamentares gaúchos do MDB, que deram 11 votos para a aprovação dos projetos, e os deputados federais do PSDB, que contribuíram com 7 votos para a aprovação das propostas que visam desregulamentar o meio ambiente.

Astrini explica que a agenda ambiental é uma bandeira defendida pela esquerda brasileira, enquanto é vista como empecilho pelo campo oposto. “A direita e a extrema direita têm no meio ambiente um inimigo declarado. Isso se revelou claramente no governo Bolsonaro. Quase todos os negacionistas que ocupam algum cargo eleitoral no Brasil estão em algum partido de direita. Isso não é uma regra no mundo: em vários países da Europa há uma mescla, com políticos de direita – não de extrema direita – com alguma preocupação com questões ambientais. O Bolsonaro fez um governo que elegeu algumas agendas malvistas para o campo conservador, entre elas o meio ambiente.”

Porteira aberta para a boiada

Doze votos de deputados federais do Rio Grande do Sul ajudaram a aprovar o PL 2510/2019, que altera o Código Florestal. O texto atribui aos municípios o dever de regulamentar as faixas de restrição à beira de rios, córregos, lagos e lagoas dentro de seus limites urbanos.

Segundo o Código Florestal, as faixas às margens de rios e córregos são Áreas de Preservação Permanente (APPs) e sua extensão é determinada a partir da largura do curso d’água.

“Eles estão tentando liberar usos diversos de agropecuário, irrigação, o que quer que seja, em Área de Preservação Permanente (APP), que são áreas que ficam contíguas aos rios, ficam nas paralelas dos rios. Quando o rio enche, o primeiro lugar que enche é o lugar ao lado rio. Se você colocar gente para morar ali, aquelas casas serão inundadas primeiro, você está colocando as pessoas para morarem em áreas de risco completo”, explica Astrini.

O PL 2510/2019 originou a lei 14.285/2021, que foi aprovada no dia 25 de agosto de 2022 pela Câmara dos Deputados e, em outubro daquele ano, pelo Senado. Em dezembro, foi sancionada com vetos por Jair Bolsonaro. A autoria do projeto é do deputado federal Darci de Matos (PSD-SC).

De autoria do ex-deputado federal Neri Geller (PP-MT), o PL 3729/2004 foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 13 de maio de 2021. A matéria flexibiliza normas e dispensa diversas atividades da obtenção do licenciamento ambiental, entre elas obras nas áreas do saneamento básico, distribuição de energia elétrica de baixa tensão, atividades agropecuárias, silvicultura, pecuária extensiva, semi-intensiva e intensiva de pequeno porte.

No plenário da Câmara dos Deputados, 300 parlamentares votaram a favor do PL 3729. Entre eles, 14 gaúchos, quase todos de partidos de direita ou extrema direita. A exceção foi o deputado federal Afonso Motta, do PDT, que também votou a favor da aprovação do PL 2510.

O PL 4994/2023, que está no Senado Federal, foi aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 20 de dezembro de 2023 e autoriza o uso de recursos do Fundo Amazônia para obras da BR-319, sem análise de riscos socioambientais da pavimentação da área e nem do desmatamento da região por onde a rodovia será construída.

O Observatório do Clima alerta sobre os riscos do projeto. “A jurisprudência consolidada no STF considera inconstitucional a dispensa de licenciamento para atividades potencialmente impactantes, em especial nos casos de empreendimentos que geram significativo impacto ambiental. Dessa forma, a dispensa de licenciamento ambiental prevista no art. 2º, parágrafo único do PL é inconstitucional”. Doze parlamentares do Rio Grande do Sul votaram pela aprovação do PL 4994/2023.

Por fim, o PL 2633, conhecido como PL da Grilagem, foi aprovado no dia 3 de agosto de 2021 com 296 votos a favor, entre eles os de doze deputados federais do Rio Grande do Sul. A matéria está no Senado Federal, onde foi apensada ao PL 510/2021, do senador Irajá Abreu (PSD-TO), filho da ex-senadora Kátia Abreu.

O texto abre caminho para a regularização de áreas públicas invadidas por grileiros e criminosos ambientais e facilitaria a legalização de invasões onde há comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas.

Na manhã de hoje, o prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro, foi recebido pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, na sede da prefeitura paulistana. No encontro, Pinheiro entregou a Nunes o convite para o São João de Caruaru.

O encontro também foi marcado por uma conversa sobre a rica cultura nordestina presente na capital paulista. Durante a reunião, ambos os prefeitos destacaram a importância da comunidade nordestina em São Paulo e reafirmaram o compromisso de promover e preservar suas tradições culturais e os artistas que, hoje, moram em São Paulo, como o artista e produtor cultural, Zé da Lua, que esteve presente na conversa.

Pinheiro agradeceu a recepção e ressaltou a importância de fortalecer os laços entre Caruaru e São Paulo. “É uma honra poder compartilhar um pouco da nossa cultura e tradição com os paulistanos. Esperamos todos que fazem a prefeitura de São Paulo no maior e melhor São João do mundo”, disse o prefeito de Caruaru.

A deputada Tabata Amaral (PSB) formou uma equipe para elaborar seu plano de governo para a Prefeitura de São Paulo com aliados do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), técnicos que atuaram em gestões do PSDB na capital e no Estado e integrantes e ex-integrantes do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações são do portal Estadão.

Também integram o grupo a filha de Michel Temer (MDB) – o ex-presidente apoia a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB) –, a mãe do apresentador de televisão Luciano Huck e a médica Ludhmila Hajjar, que recusou convite para ser ministra da Saúde no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (MDB) e agora coordenará o grupo de trabalho responsável por debater propostas para a área em São Paulo.

Aliados da pré-candidata trabalham para que o plano de governo seja um antídoto à polarização e force Nunes e Guilherme Boulos (PSOL) a debaterem propostas para a cidade em vez de buscarem nacionalizar a eleição por meio dos apoios de Bolsonaro e Lula.

Luciana Temer será coordenadora das discussões sobre Família, Desenvolvimento Social e Segurança Alimentar. Professora de Direito Constitucional na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), ela é ativista pelos direitos humanos e presidente do Instituto Liberta, que atua no combate à violência sexual contra crianças e adolescentes.

A discussão sobre desenvolvimento urbano e urbanismo social será liderada por Marta Grostein. A mãe de Huck é professora na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP). Recentemente, o apresentador disse que vai Tabata “vai ser prefeita de São Paulo, se Deus quiser”.

O grupo de trabalho sobre urbanismo também tem o economista Pedro Fernando Nery, diretor de Assuntos Econômicos e Sociais no gabinete de Alckmin na Vice-Presidência da República. Outros nomes ligados ao vice-presidente que estão no governo Lula são o ex-deputado pelo PSDB Floriano Pesaro, diretor na Apex Brasil, e Carmen Silva, assessora do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. O primeiro atuará na discussão sobre a Cracolândia, enquanto a segunda ficará a cargo de propostas para a Habitação.

Também vieram do governo Lula Leany Lemos, que foi secretária nacional de Planejamento na pasta comandada por Simone Tebet (MDB), e José Francisco Manssur, ex-assessor especial de Fernando Haddad (PT) no Ministério da Fazenda. Ele deixou o cargo no início do ano em meio à discussão sobre a regulamentação das apostas esportivas, área em que é especialista.

Gustavo Ungaro, Claudia Costin, Eloisa Arruda e Andrea Calabi são ex-secretários de Alckmin na prefeitura ou no governo de São Paulo e também fazem parte da lista anunciada na quarta-feira, 1º, em evento com as presenças do vice-presidente e do ministro do Empreendedorismo, Márcio França.

São 35 grupos temáticos e mais de 100 pessoas no total, entre elas a segunda-dama Lu Alckmin e Lúcia França, esposa do ministro, e integrantes que vem do PSB, como a ex-deputada estadual Patrícia Gama e o vereador de São Paulo, Eliseu Gabriel. “Formamos um time ministerial para mudar o rumo das coisas e realizar o sonho que o filho do rico e o filho do pobre tenham as mesmas oportunidades”, disse Tabata durante o evento.

Do Estadão

Com o avanço das investigações da Polícia Federal (PF) sobre uma tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou nova manifestação para este domingo (21), na Praia de Copacabana, no Rio. Como na edição anterior, em São Paulo, o evento busca reunir milhares de apoiadores para uma demonstração de apoio popular ao ex-mandatário, que é suspeito de envolvimento na trama golpista que culminou nos ataques de 8 de Janeiro.

O ato na Avenida Paulista, em fevereiro, foi marcado por um pedido de anistia de Bolsonaro para os presos do 8 de Janeiro e pela grande presença de bandeiras de Israel após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparar as ações militares israelenses ao Holocausto. Desta vez, a manifestação é impulsionada pela campanha disseminada pelo bilionário Elon Musk contra o Supremo Tribunal Federal (STF), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o ministro Alexandre de Moraes.

O pastor Silas Malafaia, que participa da organização do ato, não esconde que o movimento deste domingo pretende capitalizar a discussão criada por Musk, que acusa Moraes de promover censura nas redes sociais. Em 2022, o bilionário comprou o Twitter (agora X) por US$ 44 bilhões. De lá para cá, a plataforma não só mudou de nome, como também alterou os seus termos de uso, dificultando o trabalho da Justiça brasileira.

Para Musk e aliados de Bolsonaro, as decisões de Moraes no âmbito do inquérito das milícias digitais têm atropelado os princípios do devido processo legal, restringindo a liberdade de expressão por meio da remoção de perfis em redes sociais. Para especialista ouvido pelo Estadão, o ministro do Supremo atravessou o limite em nome da democracia e por achar que as redes são risco.

“(Vamos repercutir) o que o Elon Musk denunciou e que, com todo o respeito, já venho fazendo faz dois anos, inclusive chamando o (ministro) Alexandre de Moraes de ‘ditador da toga’”, afirmou Malafaia, neste sábado (20), sobre os discursos do ato. Ele acrescentou que a minuta do golpe, documento encontrado pela PF que, em resumo, previa uma intervenção no Poder Judiciário para impedir a posse do presidente Lula, também será tema do evento.

Investigações policiais apontam que Bolsonaro não apenas tinha conhecimento da minuta, como também teria dado sugestões para a redação final do decreto de teor golpista. A estratégia dos bolsonaristas é dizer que a minuta golpista trata-se da “maior fake news da história do Brasil”. “Nós vamos destroçar essa conversa fiada”, disse o pastor sobre os apontamentos da polícia.

No ato de fevereiro, Bolsonaro buscou minimizar a existência do documento. “Golpe é tanque na rua, é arma, é conspiração. Nada disso foi feito no Brasil. Por que continuam me acusando de golpe? Porque tem uma minuta de decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Deixo claro que estado de sítio começa com presidente convocando conselho da República. Isso foi feito? Não”, disse.

A manifestação bolsonarista deste domingo está prevista para começar às 10 horas. Ao todo, é esperada a presença de 60 parlamentares e pelo menos três governadores, incluindo o chefe do Executivo paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A previsão é a de que no máximo dez pessoas discursem, contando com Jair e Michelle Bolsonaro, Malafaia e os congressistas Magno Malta, Nikolas Ferreira e Gustavo Gayer.

A ex-primeira-dama Michelle, que em São Paulo falou ao público por 15 minutos, deve repetir o discurso e o tom religioso das declarações, ao lado do marido. Em um vídeo publicado na última sexta-feira (12) em seu perfil no Instagram, Michelle convidou para o ato no Rio dizendo que eles vão “mostrar para o mundo” que estão “posicionados em Deus”.

O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, já está no Rio de Janeiro para participar do ato bolsonarista que será realizado amanhã, a partir das 10h, em Copacabana. Enquanto não chega o momento da manifestação, o ex-ministro, que também é sanfoneiro, tem animado nos bastidores tocando para os seus colegas.

Confira

A Direita se mostra cada vez mais unida e mobilizada. Para confirmar isso, está programado para amanhã, em Copacabana, no Rio de Janeiro, um ato com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O deputado estadual Coronel Alberto Feitosa (PL)  diz que,  motivados  pelo espírito de luta pela democracia, deputados estaduais, deputados federais, governadores e presidentes do Partido Liberal nos estados confirmaram presença na mobilização de amanhã.

A comitiva pernambucana inclui o ex ministro do Turismo e Cultura e pré-candidato a prefeito do Recife, Gilson Machado, o presidente do PL em Pernambuco, Anderson Ferreira, os deputados federais Coronel Meira, Fernando Rodolfo, André Ferreira, Pastor Eurico; os deputados estaduais Coronel Alberto Feitosa, Joel da Harpa e Abimael Santos.

“Isso mostra a nossa união nos propósitos do presidente Bolsonaro e nossa integral solidariedade a toda injustiça pela qual ele está passando”, reforçou Feitosa.